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Lusofonia e CPLP
Prof. Pedro Borges Graça
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1. Introdução
O presente trabalho consiste na elaboração de uma recensão crítica que versa
sobre a temática da aproximação das culturas portuguesa e africana seguindo a
comunicação de Léopold Senghor intitulada "Lusitanidade e Negritude". Tal desafio
é realizado no âmbito da disciplina de Lusofonia e CPLP lecionada pelo Prof. Pedro
Borges Graça. Posto isto, a intenção do respetivo trabalho passa por analisar o
discurso acima mencionado e refletir criticamente sobre a temática nele
apresentada. Segue-se assim uma pequena introdução ao tema e à obra, alvo desta
recensão.
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2. Desenvolvimento
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tanto à nível da coragem e da força quando à nível cultural, contribui de forma
positiva - na perspectiva de um português - para a construção de sua tese.
Numa segunda parte, dedica-se a defender o seu "sangue negro" naquilo que
para si mostra-se indispensável na união das duas culturas: a força e o trabalho.
Ambas são características exaltadas por Léopold Senghor tanto na etnia
portuguesa: "Povo trabalhador pois, este que desbravou as selvas [...]" (pág. 32),
como na raça africana: "[...] os Negros [...], construíram, à força de trabalho e de
audácia, o Novo Mundo." (pág. 36). Refere-se ainda ao valor dos guerreiros negros
nas literaturas grega e romana e salienta o seu vigor e capacidade de trabalho,
fazendo um interessante paralelo entre as raças com base nessa mesma
característica, dando um exemplo comum à história de ambas as culturas: o "Novo
Mundo".
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a história constrói tradição e cultura. O conceito de Kulturgeschichte (História
Cultural) define exatamente isto: a antropologia combinada com a história. de certa
forma define a cultura de determinado povo, que é levada como parte daquilo que
representa o seu passado e simboliza as suas raízes. Dito isto, a breve menção que
faz ao "Novo Mundo", que para muitos até pode passar despercebida, ou até -
atrevo-me a dizer - escusada, no presente trabalho apresenta-se como principal
objeto de análise para a fundamentação da tese defendida pelo autor. Duas culturas
que partilham o mesmo elemento histórico, mesmo que de diferentes perspectivas,
inevitavelmente hão de partilhar também alguns fundamentos culturais. E, se assim
o é, mais motivo há para a sua união do que para o contrário.
3. Conclusão
Tendo em conta tudo o que foi acima mencionado, o que parece ser o
verdadeiro elo de convergência da Lusitanidade e Negritude é, para além das
características étnicas ao longo do discurso mencionada e as parentes expressões
linguísticas, o passado e legado comum entre elas: o Descobrimento do Novo
Mundo para o português e a colonização para o africano, que com denominações e
alcances diferentes referem-se ao mesmo fenómeno. A troca de experiência e
cultura que se deu em tal momento histórico contribuiu de forma positiva, para
ambos os lados, para a construção de cada uma das identidades culturais,
corroborando para que desenvolvessem tal sinergia.
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próprias identidades culturais, que podem ser diferentes, mas sempre
complementares.
4. Bibliografia
• Apontamentos de aula
• Burke, P. (2008). O que é História Cultural? Rio de Janeiro, Jorge Zahar
Editora. cap. III
• Henriques, I. C. (2019) A Presença Africana em Portugal, uma história
secular: preconceito, integração, reconhecimento (séculos XV-XX). Lisboa,
Ligrate - Atelier Gráfico, Lda., 1ª ed.
• Pessoa, F. (1972) Mensagem. Lisboa, Ática, 10ª ed.
• Sénghor, L. S. (1975). Lusitanidade e Negritude. Lisboa, Academia de
Ciências de Lisboa - Nova Série - Fascículo 1