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UNICE ENSINO SUPERIOR – IESF INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE

FORTALEZA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO: LATO SENSU MBA EM PERÍCIA FINANCEIRA E


CÁLCULOS JUDICIAIS

JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA BEZERRA

A PERÍCIA FINANCEIRA PRÉVIA COMO INSTRUMENTO DE DECISÃO NA


RECUPERAÇÃO JUDICIAL

FORTALEZA - CE
2020
JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA BEZERRA

A PERÍCIA FINANCEIRA PRÉVIA COMO INSTRUMENTO DE DECISÃO NA


RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Artigo Científico apresentado à UNICE ENSINO


SUPERIOR – IESF INSTITUTO DE ENSINO
SUPERIOR DE FORTALEZA, como requisito
parcial, para a obtenção do título de Pós-
Graduação: Lato Sensu MBA EM PERÍCIA
FINANCEIRA E CÁLCULOS JUDICIAIS.

Orientador: Prof. PhD. Francisco Apoliano


Albuquerque.

Co-orientador: Prof. Adm Esp. Carlos Henrique


Araújo.

FORTALEZA - CE
2020
3

RESUMO

A recuperação judicial veio para viabilizar a reestruturação de empresas em


dificuldades no país, com a tentativa de preservar empregos, impostos e tecnologia
nacionais. Para uma concessão do pedido de recuperação judicial, vários
magistrados utilizam a perícia prévia como instrumento de decisão na recuperação
judicial. O principal objetivo deste trabalho é comprovar, por meio da bibliografia
disponível e acessível, a importância da Perícia Prévia como instrumento de decisão
do magistrado na concessão da recuperação judicial. Como objetivos secundários, é
analisar a necessidade da perícia prévia e contribuir para com a literatura
especializada na área. Assim, por meio da análise da Lei 11.101/05, do Código de
Processo Civil, de recomendações do Conselho Nacional de Justiça, da nova Lei
14.112/20 e de artigos especializados sobre a temática, busca-se compreender
melhor o papel da constatação prévia e do perito no processo de recuperação
judicial. Ao utilizar os tipos de pesquisa, na descritiva, com abordagem qualitativa,
tem-se como procedimento técnico o método de pesquisa bibliográfica, ao buscar
por meio de trabalhos voltados para a área de recuperação judicial subsídios para a
compreensão do assunto.

Palavras-chaves: Recuperação Judicial. Perícia Prévia. Lei 11.101/05.


Reestruturação de Empresas.
4

ABSTRACT

The judicial recovery came to make possible the restructuring of companies in


difficulties in the country, trying to preserve jobs, taxes and national technology. For a
grant of the application for judicial recovery, several magistrates have been using
prior expertise as a decision-making tool in the judicial recovery. The main objective
of this work is to prove through the bibliography available, the importance of the Prior
Expertise as a decision instrument of the magistrate in granting judicial recovery. As
secondary objectives, analyze the need for prior expertise and contribute to
specialized literature in the area. Thus, through the analysis of Law 11.101/05, the
Code of Civil Procedure, recommendations of the National Council of Justice, the
new Law 14.112/20 and specialized articles on the subject seeks to better
understand the role of the previous finding and the expert in the judicial recovery
process. When using the types of descriptive research, with a qualitative approach,
the method of bibliographic research is the technical procedure, when searching
through works focused on the area of judicial recovery, for subsidies for the
understanding of the subject.

Keywords: Judicial Recovery. Previous Expertise. Law 11.101/05. Corporate


Restructuring.
5

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 06

2 DA LEI DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL E FALÊNCIA....................................... 07

2.1 DOS REQUISITOS PARA A RECUPERAÇÃO JUDICIAL...................................08

3 DA PERÍCIA JUDICIAL PRÉVIA NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL E


FALÊNCIA................................................................................................................ 09

4 PERÍCIA JUDICIAL PRÉVIA COMO INSTRUMENTO DE DECISÃO NA


RECUPERAÇÃO JUDICIAL..................................................................................... 12

5 DA LEI Nº 14.112, DE 24 DE DEZEMBRO DE 2020, E A CONSOLIDAÇÃO DA


PERICIA PRÉVIA NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL................................................16

6 METODOLOGIA................................................................................................... 18

7 CONCLUSÃO....................................................................................................... 19

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 19
6

1 INTRODUÇÃO

O surgimento da recuperação judicial no Brasil com a lei n° 11.101/05 permitiu


às empresas em crise nacionais que tivessem a possibilidade de continuidade do
negócio em um patamar viável, manter todo um ciclo de desenvolvimento
econômico, ao preservar empregos, cadeia de fornecedores e produtos e serviços
necessários ao desenvolvimento econômico do país.
Ao se abordar um esforço conjunto do judiciário e dos setores produtivos em
garantir a viabilidade da recuperação judicial de uma empresa em insolvência,
destaca-se o custo social, econômico e de recursos públicos em que o processo de
recuperação possa causar à coletividade, tornando-se necessário um instrumento
eficaz para definir quais as possibilidades reais de que uma organização econômica
possa se reerguer e operar normalmente suas atividades.
A perícia prévia desempenha papel relevante na função de auxiliar no
processo de recuperação judicial, à medida que a mesma demonstra, por meios de
dados econômico-financeiros, uma análise mais detalhada da situação econômica
empresarial, bem como a possiblidade de evitar possíveis fraudes ou ocultamento
de informações necessárias a uma tomada de decisão mais adequada para cada
caso especifico.
Este trabalho tem como objetivo geral comprovar, por meio da bibliografia
disponível, a importância da Perícia Prévia como instrumento de decisão do
magistrado na concessão da recuperação judicial, verificando as reais condições da
empresa em recuperação determinada a uma maior celeridade e economia dos
recursos usados no esforço do poder público em reabilitar as empresas em
dificuldades.
Tem como objetivos específicos:
 Analisar por meio de literatura especializada, leis e resoluções, a
necessidade da constatação prévia na avaliação de empresas que
requeiram a recuperação judicial, da real situação econômico-financeira da
organização, instruindo as decisões judiciais com o máximo detalhamento
de informações;
 Contribuir com a bibliografia especializada sobre o campo da recuperação
judicial, especificamente a perícia judicial, gerando novas possibilidades
7

de informação para o estudo desta área do saber jurídico, ampliando os


conhecimentos já compartilhados.

2 DA LEI DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL E FALÊNCIA ( LEI 11.101/2005)

Em princípio, a falência possuía um aspecto punitivo no Direito Brasileiro, este


oriundo do Direito Romano, em que se acreditava que o comerciante falido deveria
ser punido pelo fracasso e que teria que haver uma distinção entre bons e mau
pagador. Com o passar do tempo, a concordata evoluirá para um acordo entre
devedor e credores, com o aval da justiça, mesmo que precária a capacidade real de
recuperação do empresário. (FAVER, 2014).
A Lei de Recuperação Judicial e Falência, diferentemente da anterior Lei de
Falência e Concordata, agora atribui a responsabilidade da gestão de crise tanto
para os que estão à frente da organização insolvente, como aos credores, para que
juntos empreendam esforços conjuntos para superação e reestruturação das
dívidas. (COLLMANN, 2020).
Enquanto no Decreto-Lei n° 7.661/45 era prevista a concordata suspensiva e
a preventiva, no qual ambas dependiam única e exclusivamente do juiz da demanda,
a concessão ou rejeição das mesmas, sem a participação ativa dos credores, a Lei
n° 11.101/05 cria mecanismos de participação mais efetivos dos diversos
interessados na recuperação da empresa e na reestruturação do negócio.
(SACRAMONE, 2018).
O ordenamento da Lei 11.101/05 determina que a atual legislação se aplique
a todas as recuperações requeridas após a vigência da mesma, exceção feita aos
pedidos de concordata deferidos antes da atual, estes afetados pelo anterior
Decreto-Lei 7.661/45, o devedor optar pela nova legislação, caso preenchidos os
requisitos requeridos para a recuperação judicial e com a concordância dos
credores. (SANTOS, 2013).
A nova lei, por conseguinte oferece a todos os públicos diretamente
relacionados, possibilidade ao empresário de resgatar sua credibilidade e recuperar
sua empresa, por meio de um acompanhamento mais eficaz, por meio de relatórios
de atividades empresariais e do cumprimento do Plano de Recuperação Judicial.
(BRASIL, 2011).
8

O entendimento de que a atividade empresarial compreende riscos e que


pode se comparar a um jogo de interesses em que se busca a manutenção do
negócio e a capacidade de retorno, torna a recuperação judicial instrumento de
continuidade da gestão por meio da regulação legal, buscar afastar externalidades
que põem em risco a própria existência da empresa como unidade de produção de
resultados. (MARTINHO, 2018).

2.1 DOS REQUISITOS PARA A RECUPERAÇÃO JUDICIAL

De acordo com a Lei N° 11.101/2005, são requisitos para que o devedor


pleiteie a recuperação judicial (BRASIL, 2005):
a) Exercer atividade empresarial de forma regular há mais de dois anos;
b) Não ter sofrido falência, mas se tiver ocorrido, que possua declaração da
extinção das obrigações (art.158, da Lei 11.101/2005). O mais importante
desse requisito é saber que, uma vez que a falência seja decretada, não
é possível sua conversão em recuperação judicial, como acontecia na
concordata suspensiva;
c) Não ter obtido a concessão da recuperação judicial nos últimos cinco
anos;
d) Não ter obtido a concessão da recuperação judicial com fundamento no
plano especial nos últimos oito anos (art.70 a 72, da Lei 11.101/2005);
e) Não ter sido condenado em crime falimentar (art. 48, da Lei
11.101/2005).

Para Coelho (2016, p.325),

Exige-se do devedor interessado em obter a RJ o atendimento a diversas


condições: algumas formais, outros materiais. É necessário, por exemplo,
que torne acessíveis aos credores certas demonstrações contábeis, para
possibilitar a verificação de sua situação patrimonial. De outro lado, ela deve
ter um plano viável de recuperação da atividade em estado crítico. Em
consequência, a lei determina que a petição inicial esteja instruída com
certos elementos e documentos, sem os quais não se consideram atendidas
as condições para a obtenção do beneficio.

Para o autor, somente empresas viáveis devem ser objeto de recuperação


judicial, o empresário tem a obrigação, pelo menos em parte, de retornar à
9

sociedade, os esforços feitos para que sua atividade empresarial continuasse a


existir.

Já para Sacramone (2018, p.188),

Pressupõem-se, para a utilização do instituto, que a atividade esteja


acometida por uma crise econômico-financeira. Esse estado de crise não
pressupõe o inadimplemento já ocorrido das obrigações. A crise econômico-
financeira se caracteriza quando o devedor, ainda que transitoriamente não
possua recursos financeiros disponíveis para satisfazer uma prestação
vencida ou vincenda, ainda que seus ativos permanentes sejam suficientes
para a satisfação de todo o passivo.

Segundo Fazzio Júnior (2019, p.123),

Os favores legais são sempre condicionados ao aperfeiçoamento de


requisitos. Se a recuperação judicial se enquadra nessa categoria, como
situação adventícia de uma prestação jurisdicional, não é qualquer
empresário em crise econômico-financeira que pode dela usufruir. A outorga
do favor legal é, expressamente, vinculada à concorrência de condições
subjetivas e objetivas, bem como pressupõe a inexistência de circunstâncias
obstativas.

Tanto para Coelho (2016), como para Fazzio Junior (2019), a concessão da
recuperação judicial obedece a requisitos mínimos apresentados perante o
judiciário, que podem atestam a capacidade da empresa de ter condições objetivas
de se recuperar e que tais requisitos sejam essenciais para a obtenção da
recuperação judicial.

3 A PERÍCIA JUDICIAL PRÉVIA NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL E FALÊNCIA

A palavra perícia tem origem no latim peritia que tem como significado
conhecimento advindo da experiência, destreza, capacidade. Implica na atividade
realizada por profissional competente esclarecer por meio da técnica, pormenores
de determinados fatos como meios de prova. (BONIOLO, 2015).
Já a perícia prévia consiste tão somente na constatação sumária determinada
pelo magistrado, tendo como objetivo a verificação da documentação necessária ao
prosseguimento do processo de recuperação judicial, bem como as condições reais
de funcionamento da empresa. (COSTA, 2019)
O artigo 156, do Código do Processo Civil, dispõe que o juiz será assistido por
perito técnico quando da prova depender conhecimento técnico cientifico para fins
de produção de fatos necessários ao esclarecimento de prova. (BRASIL, 2018),
10

Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender
de conhecimento técnico ou científico. § 1º Os peritos serão nomeados
entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos técnicos ou
científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual
o juiz está vinculado.

Já no artigo 465, trata da especificidade do perito judicial para entrega da


prova pericial, determinada pelo juiz:

Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da pericia e fixará


de imediato o prazo para a entrega do laudo.

A prova pericial tem solidez no Direito Brasileiro, sendo citada no novo Código
de Processo Civil (CPC), em seu artigo 464:

Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.

No art. 189, da Lei 11.101/2005, autoriza-se a aplicação subsidiária do Código


de Processo Civil às recuperações judiciais. (BRASIL, 2019, p.03)
O artigo 370 ainda dispõe que:

Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as


provas necessárias ao julgamento do mérito. Parágrafo único. O juiz
indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente
protelatórias.

A perícia prévia, apesar de não estar expressamente descrita na Lei n.


11.101, de 09 de fevereiro de 2005, esta lei faz uso deste instrumento na insolvência
brasileira, devido à complexidade de certas recuperações e falências de grandes
empresas insolventes no Brasil, determinando que se confirmasse a regularidade e
conformidade dos documentos exigidos pelo artigo 51, da referida lei. (WILHELM, p.
14).
Ao mesmo tempo em que não há previsão na Lei 11.101/2005 do instituto da
perícia prévia, também não existe a impossibilidade da execução da mesma, no
entendimento de que esta seja o desenvolvimento da interpretação do artigo 52, da
referida lei:
11

Art. 52. Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o


juiz.
Deferirá o processamento da recuperação judicial.

O artigo 48, da Lei nº 11.101/2005, também expõe como requisitos para a


concessão da recuperação judicial:

I - não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença


transitada em
julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
II - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação
judicial;
III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação
judicial
com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; IV - não
ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador,
pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
§1º A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge
sobrevivente,
herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente. § 2º Tratando-
se de exercício de atividade rural por pessoa jurídica, admite-se a
comprovação do prazo estabelecido no caput deste artigo por meio da
Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ
que tenha sido entregue tempestivamente.

Sacramone (2018, p.240) explica como funciona o princípio da pericia prévia


na recuperação judicial ao utilizar esta interpretação do artigo 52:

O fundamento da medida é que a decisão de processamento da


recuperação judicial já poderia causar, por si só, diversos efeitos jurídicos,
como a suspensão das ações e a impossibilidade de pagamento dos
credores submetidos ao plano. Deveria, antes de ser concedida a decisão,
nesse ponto de vista, verificar-se se os pressupostos mínimos do pedido já
estariam presentes, entre esses o funcionamento efetivo da atividade
empresarial e a correspondência da documentação apresentada com os
livros fiscais e comerciais. Como o objetivo da lei seria a manutenção da
função social da empresa, pressuposto para o processamento do pedido de
recuperação judicial seria a demonstração efetiva do desenvolvimento da
atividade empresarial.

Para Fazzio Junior (2019), não basta apenas o cumprimento dos requisitos
formais isoladamente para se analisar a real possibilidade de recuperação de uma
empresa em insolvência, mas todo o conjunto dos requisitos quem podem delinear
uma visão mais detalhada das verdadeiras capacidades de uma empresa em se
recuperar e gerar ganhos para a sociedade. Os requisitos formais devem se
complementar com outros de verificação pericial que atestem sua capacidade
econômico-financeira de produzir resultados.
12

O artigo 319, do Código de Processo Civil, disciplina ainda que a petição


inicial indicará:

Art. 319. A petição inicial indicará:


I - o juízo a que é dirigida;II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a
existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e
do réu;III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;IV - o pedido
com as suas especificações;V - o valor da causa;VI - as provas com
que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;VII -
a opção do autor pela realização ou não de audiência de onciliação
ou de mediação.§ 1º Caso não disponha das informações previstas
no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz
diligências necessárias a sua obtenção.§ 2º A petição inicial não
será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se
refere o inciso II, for possível a citação do réu.§ 3º A petição inicial
não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II
deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou
excessivamente oneroso o acesso à justiça.

Segundo Costa (2019), o deferimento da recuperação judicial não depende


tão somente da conformidade da documentação apresentada pela devedora e do
preenchimento dos requisitos formais, mas também da apuração de fatos não
jurídicos que demandam uma investigação cientifica e técnica, úteis ao seguimento
das ações tomadas, afetando todo o processo recuperacional ora demandado pela
empresa em insolvência.
E ainda de acordo com Coelho (2015, p.319):

O exame de viabilidade deve ser feito em função de vetores como a


importância social, a mão de obra e tecnologia empregadas, o volume do
ativo e passivo, o tempo de existência da empresa e seu porte econômico.

Sempre que possível, o exame de viabilidade precisa encontrar elementos


objetivos para sua real capacidade de execução, procurando eliminar dúvidas
relativas ao estado da empresa recuperanda, buscando maior confiabilidade ao
processo com um todo.

4 PERÍCIA JUDICIAL PRÉVIA COMO INSTRUMENTO DE DECISÃO NA


RECUPERAÇÃO JUDICIAL
O juiz pode não ter o saber necessário para uma análise especializada da
situação contábil da empresa. A ele cabe tão somente a verificação dos requisitos
formais da petição inicial, de acordo com rol taxativo do artigo 51, cabendo a perito
13

qualificado, a coleta e a confirmação de veracidade de informações essenciais ao


prosseguimento do processo de recuperação judicial. (SACRAMONE, 2018).
Antes utilizada em casos excepcionais em que se teriam dúvidas sobre a real
viabilidade de recuperação da empresa, o instrumento da perícia prévia ou o Modelo
de Suficiência Recuperacional (MSR) passa a ter ampla aplicação,B visando à
melhor aplicação do diploma legal e do melhor uso dos recursos disponíveis no
poder judiciário para concretização dos objetivos próprios da Lei 11.101/05,
separando empresas recuperáveis de sociedades empresárias de existência
meramente formal. (WILHELM, 2019).
De acordo com Gasparini et al (2019,p.05):

A petição inicial deve ser instruída com documentos comprobatórios que


demonstrem que o devedor é empresário regular há mais de dois anos, não
é falido, não obteve recuperação judicial recente, tampouco foi condenado
por crime falimentar.

A constatação prévia tem a capacidade de auxiliar a ação do magistrado no


prosseguimento do processo de recuperação judicial ou da convolação em falência,
indicando maior celeridade e eficiência no processo de concessão da recuperação
judicial e, por conseguinte, pode auxiliar na busca por índices maiores de sucesso
em todo o processo de recuperação judicial. (BARCELO, 2020).
Conforme bem sugere a Recomendação n° 57, do Conselho Nacional de
Justiça, sobre o instrumento da perícia prévia (2019):

CONSIDERANDO a necessidade de regulação do procedimento da prática


jurisprudencial da perícia prévia como forma de garantir maior uniformidade,
eficiência, segurança jurídica e previsibilidade às decisões judiciais;...
RESOLVE: Art. 1o Recomendar a todos os magistrados responsáveis pelo
processamento e julgamento dos processos de recuperação empresarial,
em varas especializadas ou não, que determinem a constatação das reais
condições de funcionamento da empresa requerente, bem como a
verificação da completude e da regularidade da documentação apresentada
pela devedora/requerente, previamente ao deferimento do processamento
da recuperação empresarial, com observância do procedimento
estabelecido nesta Recomendação. Art. 2o Logo após a distribuição do
pedido de recuperação empresarial, poderá o magistrado nomear um
profissional de sua confiança, com capacidade técnica e idoneidade para
promover a constatação das reais condições de funcionamento da empresa
requerente e a análise da regularidade e da completude da documentação
apresentada juntamente com a petição inicial. Parágrafo único. A
remuneração do profissional deverá ser arbitrada posteriormente à
apresentação do laudo, observada a complexidade do trabalho
desenvolvido. Art. 3o O magistrado deverá conceder o prazo máximo de
cinco dias para que o perito nomeado apresente laudo de constatação das
14

reais condições de funcionamento da devedora e de verificação da


regularidade documental, decidindo, em seguida, sem a necessidade de
oitiva das partes. Art. 4o A constatação prévia consistirá, objetivamente, na
análise da capacidade da devedora de gerar os benefícios mencionados no
art. 47, bem como na constatação da presença e regularidade dos requisitos
e documentos previstos nos artigos 48 e 51 da Lei no 11.101/2005. Art. 5o
Não preenchidos os requisitos legais, o magistrado poderá indeferir a
petição inicial, sem convolação em falência. Art. 6o Caso a constatação
prévia demonstre que o principal estabelecimento da devedora não se situa
na área de competência do juízo, o magistrado deverá determinar a
remessa dos autos, com urgência, ao juízo competente. Art. 7o Esta
Recomendação entra em vigor na data da sua publicação.

Tal medida visa massificar em todas as varas de recuperação judicial o uso


da perícia prévia como boa prática de comprovação de viabilidade da recuperação
da empresa em crise, determinando a racionalidade do trabalho do magistrado,
dando prosseguimento ao processo recuperacional somente ao que seja
comprovadamente viável.
Para Costa (2019, p.16):

A perícia prévia permitirá, igualmente, a colheita de informações sobre a


real situação da empresa, de modo a proporcionar, desde logo, a
transparência de informações, imprescindível para que os credores exerçam
em plenitude o seu direito de aferição da viabilidade econômica ou não da
atividade em AGC.

A perícia prévia, quando aplicada, evita que o empresário em condição


irreversível de recuperação usufrua dos benefícios da Lei de Recuperação Judicial e
permite que os credores possam excluir do mercado via decretação de falência a
permanência do empresário sem reais condições de se recuperar e reestruturar seu
negócio. (SACRAMONE, 2018)
Apesar de cada vez mais utilizada nas varas especializadas em recuperação
judicial, a perícia prévia também sofre críticas em sua aplicação por estudiosos e
operadores do direito que veem nela um fator que pode dificultar o prosseguimento
do processo de recuperação judicial do empresário insolvente.
Para (WILHELM, 2019), a perícia prévia é ausente de previsão legal
embasada no artigo 51, da Lei n. 11.101/05, pois o rol de documentos ora citados,
não prevê tal exigência sendo tarefa delegada ao juiz da recuperação, sendo para o
autor citado a desnecessidade de tal instrumento, influindo no prazo da concessão
da recuperação e seus efeitos, prejudicando o processo em sua fase inicial e as
atividades da empresa.
15

(SACRAMONE, 2018) também pondera que a análise do magistrado sobre a


petição é, sobretudo formal, verificando se os documentos exigidos pela lei
encontram-se presentes na petição inicial e o indeferimento desta permitirá que o
empresário contrate com outros agentes econômicos livremente e se prejudique
posteriormente e, caso seja concedida a recuperação, a verificação mais
aprofundada virá com o decorrer do processo.
Segundo (ZAMBELO, 2018), o pedido de perícia prévia foi avaliado por
alguns desembargadores como irregular, ao considerar que sua realização poderia
inviabilizar a continuidade das atividades empresarias, ao tornar menos célere e
efetivo o trabalho do judiciário, sendo solicitada apenas a análise formal do rol
documental presente no artigo 51, da Lei n. 11.101/05, estando este de acordo com
o solicitado, se concederá a devida decisão legal.
E para GASPARINI (2020), a execução da pericia prévia logo na petição
inicial inverte a lógica processual, antecipando uma perícia que deveria ocorrer
apenas com o decorrer da elaboração do plano de recuperação judicial, que é um
processo moroso e dispendioso, prejudicando a empresa que necessita dos
benefícios legais concedidos pela lei, justamente em um momento que a mesma se
encontra em fragilidade financeira.
Embora tais críticas sejam pertinentes e afetem inicialmente o direito legítimo
do empresário em dar continuidade ao seu negócio por meio do beneficio da
recuperação judicial, a comprovação da prática aplicada tende a demonstrar que o
uso do Modelo de Suficiência Recuperacional (MSR) beneficia a continuidade do
processamento da recuperação, com ganhos tanto para o devedor, credores e
judiciário. (COSTA, 2019).
Segundo pesquisa realizada pelo Observatório da Insolvência, na 1ª fase em
que foram extraídos dados analisados das 1ª e 2ª Varas de falência e recuperação
judicial da comarca de São Paulo em um período de 03 anos, foi constatado que nos
casos onde houve emenda à petição inicial ou perícia prévia, a maior parte dos
pedidos de recuperação judicial teve deferimento (58,1%), sendo que os que não
tiveram nem a emenda nem a constatação prévia houve apenas um percentual de
31,6% de pedidos deferidos.
16

Gráfico 1 – Taxas de deferimento e volume processual dos casos com e sem


emendas à petição inicial e perícias prévias.

Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE JURIMETRIA (ABJ). Observatório da Insolvência, 2018.

Consolido os dados com a 2ª fase da pesquisa da ASSOCIAÇÃO


BRASILEIRA DE JURIMETRIA (ABJ), com as varas especializadas e com as varas
comuns, de modo geral sem perícia prévia, houve uma taxa de 63,6% (521
processos) de deferimentos das recuperações judiciais e 36,4% (298 processos) de
indeferimentos. Com perícia prévia, a taxa de deferimento dos processos é de
81,7% (76 processos) e de 18,3% de indeferimentos (17 processos). (ABJ, 2020).
Analisando tais dados, constata-se que há uma tendência para o deferimento
das recuperações judiciais nos casos em que houve a perícia prévia, sendo que o
índice é maior nas varas especializadas de falência e recuperação judicial.

5 DA LEI Nº 14.112, DE 24 DE DEZEMBRO DE 2020 E A CONSOLIDAÇÃO DA


PERICIA PRÉVIA NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
Em 24 de dezembro de 2020, foi aprovada a Lei 14.112 que alterou
dispositivos das leis nºs 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, 10.522, de 19 de julho de
2002, e 8.929, de 22 de agosto de 1994, acrescentando outros necessários para a
atualização da recuperação judicial, a extrajudicial e a falência no Brasil,
acrescentando dispositivos novos ao ordenamento jurídico, incrementando e
aperfeiçoando os instrumentos legais necessários para a evolução do instituto da
recuperação judicial.
17

E dentre umas das mudanças, houve a inclusão da constatação prévia,


tornando regra a prática que já se praticava em muitas varas pelo país.
Conforme o referido texto legal comanda (BRASIL, 2020):

Art. 51-A. Após a distribuição do pedido de recuperação judicial, poderá o


juiz, quando reputar necessário, nomear profissional de sua confiança, com
capacidade técnica e idoneidade, para promover a constatação
exclusivamente das reais condições de funcionamento da requerente e da
regularidade e da completude da documentação apresentada com a petição
inicial. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência).

§ 1º A remuneração do profissional de que trata o caput deste artigo


deverá ser arbitrada posteriormente à apresentação do laudo e deverá
considerar a complexidade do trabalho desenvolvido. (Incluído pela Lei nº
14.112, de 2020).
§ 2º O juiz deverá conceder o prazo máximo de 5 (cinco) dias para
que o profissional nomeado apresente laudo de constatação das reais
condições de funcionamento do devedor e da regularidade documental.
(Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020).
§ 3º A constatação prévia será determinada sem que seja ouvida a
outra parte e sem apresentação de quesitos por qualquer das partes, com a
possibilidade de o juiz determinar a realização da diligência sem a prévia
ciência do devedor, quando entender que esta poderá frustrar os seus
objetivos. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
§ 4º O devedor será intimado do resultado da constatação prévia
concomitantemente à sua intimação da decisão que deferir ou indeferir o
processamento da recuperação judicial, ou que determinar a emenda da
petição inicial, e poderá impugná-la mediante interposição do recurso
cabível. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020).
§ 5º A constatação prévia consistirá, objetivamente, na verificação
das reais condições de funcionamento da empresa e da regularidade
documental, vedado o indeferimento do processamento da recuperação
judicial baseado na análise de viabilidade econômica do devedor. (Incluído
pela Lei nº 14.112, de 2020).
§ 6º Caso a constatação prévia detecte indícios contundentes de
utilização fraudulenta da ação de recuperação judicial, o juiz poderá indeferir
a petição inicial, sem prejuízo de oficiar ao Ministério Público para tomada
das providências criminais eventualmente cabíveis. (Incluído pela Lei nº
14.112, de 2020).
§ 7º Caso a constatação prévia demonstre que o principal
estabelecimento do devedor não se situa na área de competência do juízo,
o juiz deverá determinar a remessa dos autos, com urgência, ao juízo
competente. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)

Portanto, conforme a anterior recomendação nº 57, do Conselho Nacional de


Justiça e das iniciativas praticadas por magistrados em diversas varas comuns e
especializadas no país, finalmente, a perícia prévia conquistou a inclusão na
legislação recuperacional, seu devido espaço no ordenamento legal, podendo a
mesma ser solicitada pelo juízo, sempre que se achar necessária sua aplicação para
constatação prévia das reais condições da empresa em recuperação, determinando
18

economicidade e melhor utilização de recursos na concessão dos pedidos de


recuperação judicial.

6 METODOLOGIA
O presente trabalho utilizou-se, para a sua elaboração, de uma pesquisa
bibliográfica, descritiva e de natureza qualitativa, em que, baseada em leis, normas,
recomendações e autores especializados em recuperação judicial, demonstrou uma
explanação objetiva quanto à utilização da perícia prévia como um instrumento
relevante no processo de recuperação judicial.
A pesquisa bibliográfica é baseada em material já publicado, sendo que toda
pesquisa acadêmica necessita em algum momento de uma base bibliográfica para a
consecução do trabalho, visando fornecer solidez ao desenvolvimento do
pensamento. (GIL, 2010)
De acordo com (VERGARA, 2010, p.43.):

A pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base


em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é,
material acessível ao público em geral.

A pesquisa descritiva busca descrever uma realidade, um fenômeno ou uma


população, o pesquisador busca caracterizar as dimensões percebidas do objeto
estudado. (MARION et al, 2010).
São utilizadas, sobretudo para identificar relações entre variáveis, determinar
características de certa amostra, e determinar a natureza entre uma relação e outra.
(GIL, 2010).
Desta forma, buscaram-se resultados conclusivos e um posicionamento,
dentre as fontes estudadas e analisadas, com objetivo de esclarecer o tema
abordado de maneira a possibilitar uma melhor compreensão do assunto abordado,
gerando conhecimento para o estudo da recuperação judicial e da pericia prévia em
específico.
19

7 CONCLUSÃO

O presente trabalho teve como objetivo comprovar a importância da


constatação prévia como instrumento de decisão do magistrado, na concessão ou
não da recuperação judicial, por meio da verificação das reais condições da
empresa que ora solicitem a recuperação como meio viável de continuidade de seu
negócio.
Dentre os objetivos específicos, propôs-se a analisar a importância da pericia
prévia no processo de concessão da recuperação judicial, bem como contribuir, com
a bibliografia já existente na área, com a busca e ampliação do conhecimento desta
ferramenta presente no campo do direito recuperacional, contribuindo para um
melhor entendimento do assunto.
Cabe destacar que o conhecimento sobre o assunto nunca se esgota em si
próprio, como bem pode ser constatado na atualização da Lei 11.101/05,
corporizada na Lei 14.112/20, introduzindo finalmente o que era já praticado em
várias varas pelo país, afirmando, no texto legal, a possibilidade de utilização da
perícia prévia como meio viável na tomada de decisão por parte do juiz na
concessão da recuperação judicial.
O desenvolvimento do estudo da recuperação judicial é dinâmico, por ser este
reflexo das necessidades da coletividade em garantir que a empresa viável possa
contribuir com impostos, empregos e recursos para o crescimento econômico
nacional.

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