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CURITIBA
2016
LIZIELINE MACHADO RIBEIRO
CURITIBA
2016
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TERMO DE APROVAÇÃO
Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do título de Bacharel no Curso de Direito da
Faculdade de Ciências Jurídicas da Universidade Tuiuti do Paraná.
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Bacharelado em Direito
Universidade Tuiuti do Paraná
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Orientador Professor Dr. Jorge de Oliveira Vargas
UTP – Facjur
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Professor Dr.
Instituição
_________________________________
Professor Dr.
Instituição
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RESUMO
ABSTRACT
The aim of this work is to discuss upon the controversy established from the
Complementary Legislation n 116/03, articles 3 and 4 by trying to define the spatial
criteria of the ISS. The research emerged from the need to analyse the legal
preconditions and state the active subject of the referred tax once the Legislation
forebode either the professional site unity or the establishment of the provider. The
juridic acknowledgement and doctrinal upon the ISS occurrence over the leasing
operations is yet Known. Issues, although it is intended to show the correct definition
of the active subject from the spatial criteria the General Tax Incidence/ taxation
principals, the tax over Services of whatever nature to the leasing contracts once the
boundaries of such criteria result many juridic controversies. The analysis about the
theme resulted trat the spatial criteria must be measured, and the correct definition of
the Complementary Legislation used a "payment service provider" and the place where
effectively the juridic deal becomes perfect.
1 JUSTIFICATIVA ................................................................................................8
2. REGRA MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA – RMIT .....................9
3 TRIBUTO ..........................................................................................................10
3.1 O PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA ....... 11
4 ESTRUTURA DO ANTECEDENTE E DO CONSEQUENTE DA NORMA
JURÍDICA TRIBUTÁRIA ..............................................................................13
4.1 HIPÓTESE TRIBUTÁRIA ................................................................................13
4.2 CONSEQUENTE ...............................................................................................13
5 ANTECEDENTE DA NORMA JURÍDICA TRIBUTÁRIA ........................14
5.1 CRITÉRIO MATERIAL .....................................................................................14
5.2 CRITÉRIO TEMPORAL ...................................................................................15
5.3 CRITÉRIO ESPACIAL ......................................................................................17
6 CONSEQUENTE DA NORMA JURÍDICA TRIBUTÁRIA – NJT ............21
6.1 ASPECTO PESSOAL ........................................................................................21
6.1.1 Sujeito Ativo .......................................................................................................21
6.1.2. Sujeito Passivo ....................................................................................................23
6.2 ASPECTO QUANTITATIVO ............................................................................25
6.2.1. Base de Cálculo ..................................................................................................25
6.2.2. Alíquota ..............................................................................................................26
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA RMIT: ISS – LEI COMPLEMENTAR
116/03 .................................................................................................................28
7 INCIDÊNCIA DO ISSQN NO ARRENDAMENTO MERCANTIL OU
LEASING FINANCEIRO ...............................................................................29
7.1 DEFINIÇÃO E BREVE HISTÓRICO ...............................................................29
7.2 ESPÉCIES DE LEASING ..................................................................................31
8 CRITÉRIO ESPACIAL DO ISSQN NOS CONTRATOS DE LEASING
FINANCEIRO...................................................................................................33
8.1.1 Princípio da Territorialidade ...............................................................................38
8.1.2 Princípio da Extraterritorialidade .......................................................................39
8.1.3 Territorialidade versus Extraterritorialidade .......................................................39
9 DOS RECURSOS REPETITIVOS .................................................................41
9.1 CONTRATOS DE LEASING E O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR .
............................................................................................................................43
10 CONCLUSÃO ...................................................................................................46
REFERÊNCIAS................................................................................................48
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1 JUSTIFICATIVA
3 TRIBUTO
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma
situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte.
E ainda explica:
E também:
4.2 CONSEQUENTE
Tal critério é formado sempre por um verbo, mais seu complemento. Este
verbo referencia o comportamento de pessoas, físicas ou jurídicas, consubstanciado
com os critérios, espacial e temporal, abordados adiante.
Conforme expõe José Eduardo Soares de Melo:
serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como
atividade preponderante do prestador.
1
CARRAZZA, Roque Antônio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 14ª ed. São Paulo:
Malheiros, 2000.
17
Tal critério versa sobre a circunscrição em que cada ente municipal disporá
sobre o ISSQN que lhe compete. Sua função é esclarecer o local correto onde,
ocorrendo o fato gerador, seja determinada a obrigação tributária.
A Carta Magna, por intermédio do artigo 156, prevê:
A norma jurídica, por meio dos artigos 121 e 122, do CTN, estabelece quem é
o sujeito passivo da obrigação tributária principal:
2
Conceito encontrado em diversos sítios na internet, contudo, sem referência de autoria.
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Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de
modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa,
vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a
responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo
do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.
6.2.2. Alíquota
Art. 88. Enquanto lei complementar não disciplinar o disposto nos incisos I e
III do § 3º do art. 156 da Constituição Federal, o imposto a que se refere o
inciso III do caput do mesmo artigo:
I – terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para os serviços a que se
referem os itens 32, 33 e 34 da Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº
406, de 31 de dezembro de 1968;
II – não será objeto de concessão de isenções, incentivos e benefícios fiscais,
que resulte, direta ou indiretamente, na redução da alíquota mínima
estabelecida no inciso I.”
Prestador do serviço;
Consequência Varia de dois por cento,
possibilidade de, mediante lei,
Municípios e A base de cálculo do conforme determinado na EC
Tributária: ser atribuída a responsabilidade
Distrito imposto é o preço do 37/02, até cinco por cento, nos
pelo crédito tributário a terceira
Federal. serviço. termos do aludido inciso II do
pessoa, vinculada ao fato
art. 8 da LC 116/03.
gerador da respectiva obrigação.
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Em suma, a partir de 1974, pela Lei nº 6.099, depois alteração do texto pela
Lei nº 7.132 em 1983, estendendo a possibilidade de serem realizadas operações de
leasing envolvendo pessoas físicas como arrendatárias, é que a matéria foi
devidamente regulamentada.
A partir de então, inúmeros instrumentos normativos passaram a regular os
detalhes da operação de leasing, tornando-o uma das principais ferramentas de crédito
da economia brasileira.
3
Referência extraída da Juntada de Parecer - Estudo na Qualidade de Amicus Curiae - ADI 2.777 – SP
de Walter Carlos Cardoso Henrique direcionada ao Ministro do STJ, Carlos Augusto Ayres De Freitas
Britto. Disponível em http://goo.gl/mRVNjb. Acesso em: 21 de abril de 2016.
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É certo que o instituto por ela definido4 já o fora pelo Direito Comercial, que
há muito caracterizou o estabelecimento prestador como a unidade
econômica que realiza as atividades da empresa. Observe-se, portanto, que o
estabelecimento prestador é, para a doutrina em matéria de Direito
Comercial, o estabelecimento econômico que realiza, com efetividade, as
atividades próprias da empresa.
4
Grupenmacher destaca que a LC 116/03, que substituiu o Decreto-lei 406/68, ao invés de eliminar os
conflitos, acabou por ampliá-los, quando manteve a disciplina constante no art. 12, do referido Decreto
em seu art. 3º, caput, criando assim uma regra esdrúxula, sem qualquer amparo constitucional.
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Não há como falar em ISS sem antes pontuar a interpretação de tal Princípio.
Rege o Princípio da Territorialidade que cabe a cada ente federativo, tributar
os fatos que ocorrem em seu território, isto é, cada ente federativo exerce competência
em seu próprio espaço, não podendo, portanto, aos demais entes da federação, intervir
no processo. Em sendo o ISS responsável por constitui a maior fonte de receita dos
Municípios, a guerra fiscal acontece, porque o interesse econômico que este imposto
desperta no ente federativo que detém capacidade tributária ativa, com relação à sua
arrecadação, é de grande representatividade.
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entrega do bem e a assinatura do contrato, e nem mesmo, sem a relação fática entre
consumidor e o fornecedor da prestação do serviço. Ressalta-se ainda, que se o
contrato de arrendamento mercantil for autorizado pela instituição responsável, mas o
consumidor não deseje mais o serviço ou o tenha recebido, o negócio jurídico, resta
prejudicado, ensejando desta forma, na ausência da prestação.
Também, neste sentido, explica o professor Aires F. Barreto (BARRETO,
2009):
Não obstante toda a robusta análise apresentada até o momento sobre o local
correto para a configuração da incidência de ISS e porquanto a correta determinação
do sujeito ativo da obrigação tributária, não há como deixar de se mencionar a outra
tese adotada por parte da doutrina e jurisprudência: o nascimento da obrigação
tributária a partir do local onde situa-se o poder decisório nos contratos de leasing.
Em julgado já mencionado anteriormente, o Superior Tribunal de Justiça, no
REsp nº 1060210/SC, decidiu que “o núcleo da operação de arrendamento mercantil, o
serviço em si, que completa a relação jurídica, é a decisão sobre a concessão, a efetiva
aprovação do financiamento”, que a entrega de documentos, a formalização da
proposta e a entrega do bem são procedimentos acessórios.
Explica ainda, que tal análise leva em consideração, tanto o Decreto-lei
406/68, como a LC 116/03. E ainda continua. Transcreve-se parte da r. decisão.
contrato sendo assinado e a tradição do bem sido feita em qualquer lugar do país,
apenas os Municípios onde estão sediadas as empresas, é que receberão o ISS. Ora!
Neste caso, apenas os grandes centros financeiros serão beneficiados, criando assim,
um abismo de injustiça!
10 CONCLUSÃO
sujeito ativo-, onde ocorre a finalização da relação jurídica, ou seja, onde há a entrega
do bem arrendado. Entendimento este, corroborado também pelo Código de Defesa do
Consumidor, quando se guiou pelo critério do local do resultado para definição da
competência territorial na eleição do foro de pretensas lides, conforme exposto.
Os objetivos do presente trabalho foram alcançados. Em que pese a extenuante
discussão, o tema é riquíssimo, levando a um patamar de conhecimento muito acima
do esperado.
A doutrina como um todo, debate brilhantemente a matéria com exposições e
argumentos muito bem fundamentados, contudo, o entendimento final da apreciação
ora apresentada corroborou apenas com parte do meio jurídico. E essa é a vivacidade
do Direito: a possibilidade do presente estudo, também fazer parte de novas discussões
futuras.
Não obstante toda a pesquisa realizada, acredita-se na necessidade de uma
busca constante por novos debates, (re)conhecendo novas perspectivas sobre o tema.
Destarte, recomenda-se que a matéria seja ainda mais aprofundada, para quem sabe,
em um futuro bastante próximo, o tema restar pacificado junto ao meio jurídico,
evitando com isso, a continuação, tanto da guerra fiscal travada pelos Municípios
brasileiros, tanto quanto, do desgastante trabalho dos eméritos julgadores que a cada
dia mais, têm seus gabinetes inchados de lides que poderiam ter sido resolvidas mais
rapidamente, de forma tão eficaz quanto e sem fazer a máquina judiciária trabalhar
exaustivamente, por vias extrajudiciais.
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REFERÊNCIAS
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 25. ed. São Paulo:
Saraiva, 2013.
DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
49
MACEDO, Marivaldo Ribeiro Dias de. Aspectos relevantes do imposto sobre serviços
de qualquer natureza (ISSQN). Disponível em: http://goo.gl/GEPl2I. Acesso em: 29
out. 2014.
MELO, José Eduardo Soares de. ISS – Aspectos teóricos e práticos. 3. ed. São Paulo:
Dialética, 2003.
MEDEIROS, André Antonio Araújo de; MEDEIROS, Luisiana Lima de. Sobre a ilegal
atribuição do foro de competência diverso do foro consumerista. Disponível em
https://goo.gl/gb1p8z. Acesso em 23 de abril de 2016.
OLIVEIRA, Celso Marcelo de. Manual avançado do imposto sobre serviços. São
Paulo: Lex, 2006.
SILVA, Geovane Basilio da. O aspecto espacial do ISS, face à legislação vigente.
Disponível em http://goo.gl/mvEhXT. Acesso em: 30 out. 2014.
ULISSES FILHO, José Viana. Breves notas sobre o aspecto espacial da hipótese de
incidência do ISS. Disponível em http://goo.gl/EukMxU. Acesso em: 30 out. 2014.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral
dos Contratos. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2013.