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KARIN LINDSTROM BREMER Universidade Estadual de Minnesota, Mankato
Envolvimento, pressão e apoio dos pais no
esporte juvenil: uma revisão narrativa da literatura
O objetivo desta revisão de literatura é descrever e
criticar o que se sabe sobre as relações entre pais e
filhos atletas na pesquisa contemporânea. Famílias de
atletas são predominantes e precisam de pesquisas
baseadas na teoria dos sistemas familiares. Descrevo
uma tipologia de pais pouco envolvidos, moderadamente
envolvidos e superenvolvidos. Encontrei temas de
envolvimento dos pais, pressão, apoio e questões
familiares. Concluo com sugestões para orientar a
pesquisa sobre parentalidade esportiva com a teoria
dos sistemas familiares.
Mãe do futebol, pai do hóquei - "mãe do futebol" pode
evocar a imagem de uma mulher em uma minivan,
passando o dia dirigindo seus filhos e seus
equipamentos. Talvez "pai do hóquei" invoque a
imagem de um homem de patins treinando o time de
seu filho. Qualquer um dos termos pode evocar a
imagem de uma mulher ou homem gritando nas
arquibancadas - com os treinadores, os árbitros ou as
crianças. As imagens são poderosas, já que o esporte
juvenil é tão comum e as histórias na mídia sobre pais
esportistas podem ser tão alarmantes.
No ano letivo de 2008–2009, mais de 7,5 milhões
de adolescentes americanos competiram em esportes
do ensino médio (Federação Nacional das Associações
Estaduais de Ensino Médio, 2009); o Conselho
Nacional do Desporto Juvenil (2008) também informou que (Hellstedt et al., 1988) e famílias de atletas (Hellstedt,
Departamento de Aconselhamento e Pessoal Estudantil,
Minnesota State University, Mankato, 107 AH, Mankato, MN 56001
(karin.lindstrom-bremer@mnsu.edu).
Palavras-chave: desenvolvimento infantil, sistemas familiares, relações esporte competitivo.
pais-filhos, parentalidade desportiva, desporto juvenil.
Journal of Family Theory & Review 4 (setembro de 2012): 235–248
DOI:10.1111/j.1756-2589.2012.00129.x
44 milhões de crianças até 18 anos participaram de
organizações esportivas juvenis nos Estados Unidos
em 2008. Aproximadamente 75% das crianças de 3 a
12 anos nos Estados Unidos gastam 5 horas por
semana participando de esportes juvenis (Hofferth &
Sandberg, 2001 ). Esporte juvenil é um termo
geralmente usado para definir a participação atlética
em esportes competitivos por crianças de até 18 anos.
É fundamental que as crianças compitam fisicamente,
e não apenas participem, em atividades esportivas organizadas p
A participação das crianças em esportes tem o
potencial de ajudá-las a desenvolver iniciativa,
liderança, realização acadêmica e habilidades de
estabelecimento de metas, além das experiências
esportivas que adquirem (Gould & Carson, 2008),
afetando potencialmente seus relacionamentos
familiares e sistemas familiares como um todo.
Os pesquisadores começaram a definir as famílias
de atletas e a descrever a identidade desse sistema
familiar. Por exemplo, uma caracterização inicial de
famílias de atletas descreveu esses sistemas familiares
como aqueles que dedicam dinheiro, tempo e energias
emocionais significativos da família a atividades
esportivas juvenis (Hellstedt, Rooks e Watson, 1988).
As famílias de atletas também incluem a participação
intensiva de pais ou filhos adultos em esportes juvenis,
universitários ou profissionais (Hellstedt, 2000). Os
pesquisadores estão usando termos como pais
esportivos (VanYperen, 1998), famílias de atletas
1995) para descrever esses sistemas familiares. Além
disso, os terapeutas esportivos familiares (Hellstedt,
2000) – clínicos treinados em terapia familiar e
psicologia do esporte – começaram a trabalhar com
famílias de atletas para orientá-los nos estressores do
Os adultos assumiram amplamente a organização
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da experiência desportiva juvenil, aumentando assim o nível
de intensidade e o sentimento de obrigação, ao mesmo tempo
que reduz as oportunidades de negociação e aplicação de
regras para as crianças. As famílias estão mudando em um
esforço para acompanhar. Os pesquisadores estão começando
a entender essa nova dinâmica.
A organização do esporte juvenil, incluindo torneios e times
de estrelas, é conduzida por adultos e é menos centrada em
atletas jovens do que no passado (American Academy of
Pediatrics, 2001; Citizenship Through Sports Alliance [CTSA],
2005). Alguns pais de crianças atletas têm expectativas irreais,
tornam-se excessivamente investidos e veem seu valor com
base no sucesso atlético de seus filhos (CTSA, 2005; Gould,
2009). Esse aumento das expectativas impostas pelos adultos
no esporte juvenil criou outros problemas para os atletas
jovens, como esgotamento e altas taxas de uso excessivo e
lesões agudas - lesões que geralmente requerem cirurgia e
afetam as placas de crescimento esquelético (American
Academy of Pediatrics, 2001; Patel & Nelson, 2000). Lesões e
esgotamento podem ter efeitos ao longo da vida, como dor
crônica, desinteresse em atividades físicas e obesidade.
Além das repercussões na saúde física e emocional, os
pesquisadores examinaram o comportamento dos pais e o
envolvimento com o esporte juvenil. Em 2005, o CTSA avaliou
a capacidade dos pais de demonstrar respeito e comportamento
apropriado nos jogos e a capacidade dos pais de atuar como
torcedores em vez de treinadores não oficiais. Esses aspectos
do comportamento e envolvimento dos pais receberam uma
nota ruim (D) (CTSA, 2005). A CTSA pediu mais pesquisas
que examinem questões críticas no esporte juvenil, porque a
compreensão das experiências das crianças na participação
esportiva é necessária se os líderes esportivos e os
formuladores de políticas quiserem tomar decisões bem
informadas (Hedstrom & Gould, 2004).
É importante que os cientistas de família examinem o que
se sabe sobre as famílias de atletas e sua dinâmica de
relacionamento. Compreender o envolvimento dos pais, a
pressão dos pais e o apoio dos pais, bem como as percepções
dos jovens atletas sobre o envolvimento dos pais, tensão
familiar e alocação de recursos, é fundamental para entender
os desafios enfrentados e as recompensas experimentadas
por essas famílias. Com toda a pressão em torno do esporte
juvenil, é responsabilidade dos pesquisadores fornecer
orientação para os envolvidos no esporte juvenil, incluindo pais
e treinadores, bem como terapeutas familiares, conselheiros e
psicólogos esportivos.
Revista de teoria e revisão da família
O OBJETIVO DESTA REVISÃO
Nesta revisão narrativa da literatura, descrevo o que se
entende sobre parentalidade e dinâmica familiar em famílias
com uma criança atleta e discuto a pesquisa através do
enquadramento dos sistemas familiares. Não há estudos
suficientes para agregar e tirar conclusões, o que torna
prematuro realizar uma metanálise sobre esse corpo de
literatura. O objetivo principal desta revisão narrativa, então, é
usar a teoria dos sistemas familiares para entender o estado
atual da pesquisa e sugerir como pesquisas futuras podem
examinar as famílias nas quais uma criança atleta participa de
esportes juvenis.
MÉTODO
Métodos de pesquisa
Neste artigo, utilizo uma abordagem de revisão narrativa da
literatura, integrando pesquisas em outros campos com o
quadro conceitual da teoria dos sistemas familiares (Baumeister
& Leary, 1997; Green, Johnson, & Adams, 2006), usando os
estudos Family and Society Studies Worldwide, Sport Bases
de dados Discus, PsycINFO e MEDLINE.
Os termos de pesquisa incluíram relações entre pais e filhos e
esporte ou atleta, atleta e família, esporte e família e famílias
esportivas; Realizei minhas pesquisas durante o verão de 2005
e novamente durante o verão de 2009. Além de periódicos
profissionais, pesquisei listas de referências de livros e
capítulos de livros didáticos, bem como as referências em
artigos publicados recuperados (Green et al., 2006). Vinte e
três artigos de 13 periódicos que atenderam aos critérios aqui
descritos foram usados nesta revisão.
Critérios de inclusão e exclusão
Os critérios de inclusão foram foco em atletas jovens (com
idades aproximadas de 3 a 19 anos) participando de esportes
competitivos, temas de pais e filhos ou relações familiares e
datas de publicação após 1990 e até meados de 2009. Embora
importantes e relacionadas ao tema, áreas específicas de
pesquisa foram excluídas desta revisão, incluindo estudos de
crianças em atividade física geral ou atividades extracurriculares;
pesquisas que estudaram especificamente a influência dos
pais no desenvolvimento moral de atletas jovens ou no estado
ou traço de ansiedade dos atletas, que são seus próprios
campos específicos de estudo; e a teoria dos sistemas
familiares usada na psicologia do esporte com esportes
coletivos.
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Envolvimento, pressão e apoio dos pais no esporte juvenil
Avaliação
Para cada estudo que atendeu aos critérios de
inclusão, os seguintes fatores foram revisados:
desenho do estudo, amostra, idade, esporte e nível
de jogo, número de entrevistados que forneceram
dados, análise estatística e principais descobertas.
Revisei artigos para entender como as definições e
medições foram usadas e para examinar os elementos
conceituais gerais.
REFERENCIAL TEÓRICO E RELEVANTE
CONCEITOS
Teoria dos Sistemas Familiares
Uma revisão da literatura sobre as relações dos pais
com seus filhos atletas requer uma explicação do
referencial teórico que engloba tanto os sistemas
familiares quanto a psicologia do esporte. Hellstedt
(1987, 1990, 2000) adaptou a teoria dos sistemas
familiares para incluir o contexto esportivo, o que
resultou em um modelo descritivo de famílias de
atletas pouco envolvidas, moderadamente envolvidas
e superenvolvidas. Este trabalho foi desenvolvido
em grande parte por meio da experiência clínica de
Hellstedt, e não por meio de pesquisa empírica, que
convida a testes e investigações empíricas, abre
novas questões de pesquisa e oferece oportunidades
para os pesquisadores explorarem a dinâmica das
famílias que têm um filho ou filhos competindo no
esporte.
Modelo conceitual. O modelo conceitual foi baseado
em dois conceitos de sistemas familiares: limites e
subsistemas. Os limites definem quem participa do
sistema e como eles participam (Minuchin, 1974).
Os limites refletem a individuação comportamental e
emocional entre os membros da família e operam em
um continuum de desengajado a enredado (Hellstedt,
1987).
As famílias desengajadas têm pouco envolvimento
pessoal umas com as outras e muita separação
pessoal. Famílias de atletas descomprometidos
podem ter membros envolvidos em times ou esportes
separados com pouca sobreposição, ou podem ter
um filho envolvido sem o interesse expresso dos pais
ou irmãos. Por outro lado, as famílias emaranhadas
têm dificuldade em saber onde uma pessoa começa
e a outra termina, e muitas vezes sentem, pensam e
se comportam como uma só pessoa. Quando
emaranhados, toda a família pode estar fortemente
envolvida no mesmo time ou esporte (Hellst edt,
1987).
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Os limites também abordam o grau de sobreposição
ou separação entre os subsistemas e a unidade
familiar e entre a unidade familiar e o mundo exterior
(Hellstedt, 2000). Um subsistema inclui alguns
membros de uma família enquanto exclui outros e
pode consistir no mesmo nível da hierarquia familiar
(isto é, conjugal ou parental).
Os subsistemas também podem consistir em
diferentes níveis da hierarquia familiar, como um pai
e um filho (Minuchin, 1974). Por exemplo, algumas
famílias com crianças atletas têm subsistemas de
irmãos saudáveis e funcionais, enquanto outras
famílias podem ter crianças que competem no esporte
em seu próprio subsistema que exclui seus irmãos
que não competem no esporte, ou uma única criança
atleta pode ser triangulada com o pais (Bowen, 1978),
deixando de fora outras crianças da família. Os limites
podem ser permeáveis ou impermeáveis e, neste
caso, o esporte organizado existe no mundo exterior
para que a família possa ter uma gama de interações
dentro de sua própria unidade e com o mundo externo
do esporte juvenil (Hellstedt, 2000).
Ao adaptar esses conceitos de sistemas familiares
às famílias de atletas, Hellstedt (1987) criou um
modelo que descreve três estilos de envolvimento:
pouco envolvido, moderadamente envolvido e muito
envolvido. Embora se refira a eles como famílias, ele
basicamente descreveu os comportamentos dos
pais. Famílias pouco envolvidas (Hellstedt, 1987)
mostram pouco ou nenhum interesse no esporte,
talento ou progresso da criança. Pais pouco envolvidos
carecem de investimento de energia emocional,
financeira ou prática nas atividades da criança e não
gastam muito esforço orientando seu filho atleta no
esporte. Famílias de atletas moderadamente
envolvidas equilibram a direção firme dos pais com o
poder da criança de tomar suas próprias decisões
sobre objetivos, participação e comprometimento
(Hellst edt, 1987). Os pais moderadamente envolvidos
fornecem financeiramente, mas também podem
fazer com que seus filhos contribuam para despesas
por meio de meios como tarefas extras. Os pais
moderadamente envolvidos freqüentemente participam
de competições, mas deixam o treinamento de seus filhos para o
Pais superenvolvidos estão emocionalmente
excessivamente envolvidos com as experiências e o
desempenho atlético de seus filhos e tendem a viver
indiretamente através dos sucessos esportivos de
seus filhos (Hellstedt, 1987). Os comportamentos dos
pais incluem ter sonhos de fama e ver o talento de
seus filhos como um investimento no futuro (para
ganhar uma medalha de ouro olímpica ou se tornar
profissional), bem como ser arrogante com os treinadores; partic
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pratica excessivamente; e focar nas vitórias em vez
de no desenvolvimento de habilidades, felicidade ou
saúde da criança.
Tarefas de desenvolvimento e estressores familiares.
Outra estrutura de sistemas familiares adaptada às
famílias de atletas é um modelo de desenvolvimento
(Hellstedt, 1995) baseado no trabalho de Carter e
McGoldrick (1989). Hellstedt sugeriu que existem
tarefas de desenvolvimento específicas para a família
do atleta que precisam ser dominadas à medida que
as famílias passam pelos estágios de criação de filhos
pequenos até o lançamento dessas crianças na idade
adulta (Hellstedt 1995, 2000, 2005). De importância
aqui são as tarefas de desenvolvimento que a família
do atleta deve dominar em dois estágios: a família
com filhos pequenos (4 a 12 anos) e a família com
filhos adolescentes (13 a 18 anos) (para uma
descrição de todos os estágios, consulte Hellstedt
1995, 2000, 2005).
As tarefas que as famílias com crianças pequenas
precisam dominar são (a) apresentar as crianças às
atividades esportivas, tanto individuais quanto
coletivas; (b) fornecer um ambiente esportivo seguro
com bom treinamento; (c) enfatizar a diversão e o
desenvolvimento de habilidades e minimizar as
vitórias; (d) permitindo o tempo de esporte, bem como
o tempo não esportivo individual e familiar; e (e)
modelar os valores familiares de trabalho árduo e
alcance de metas pelo exemplo dos pais e não apenas
pela verbalização (Hellstedt, 1995). Essencialmente,
esta fase de desenvolvimento é o momento de
introduzir as crianças no esporte e de se divertirem
no esporte.
As tarefas das famílias com filhos adolescentes
são (a) estimular e apoiar o comprometimento da
criança atleta com a generalização ou especialização
esportiva, dependendo das habilidades e desejos da
criança; (b) fornecer apoio financeiro e emocional
sem sobrecarregar os recursos financeiros e
emocionais da família; (c) estimular limites saudáveis
para que a família e a criança atleta tenham
envolvimento social e intelectual fora do esporte; (d)
permitir que o atleta mirim tenha mais independência
na tomada de decisões; (e) proporcionar um ambiente
desportivo seguro com bons treinadores; (f) permitir
que professores e treinadores tenham cada vez mais
influência sobre a criança atleta; (g) modelar valores
familiares de trabalho árduo e alcance de metas pelo
exemplo e conversas dos pais; e (h) manter uma
relação conjugal e um subsistema independente da
participação esportiva da criança atleta (Hellstedt,
1995). Como crianças
Revista de teoria e revisão da família
maduros, os pais trabalham com eles para ajudá-los
a ganhar independência em seu esporte, para deixá-
los decidir praticar vários esportes (generalização) ou
se concentrar em um (especialização) e para modelar
e discutir os valores escolhidos pela família.
Isso é muito para realizar para as famílias que
também devem realizar as mesmas tarefas de
desenvolvimento que as famílias de não atletas e
muitas vezes têm estressores que dificultam o processo.
Existem dois tipos de estressores específicos dos
estágios de desenvolvimento familiar — horizontal e
vertical — que afetam a capacidade da família de
prosseguir com eficácia nos diferentes estágios de
desenvolvimento. Os estressores horizontais são
desafios que as famílias enfrentam ao longo do tempo
(Carter & McGoldrick, 1989; Hellstedt, 2000),
especialmente durante os períodos de transição. As
famílias podem experimentar estressores horizontais
durante as transições esperadas, como quando
crianças atléticas passam de uma variedade de
esportes para se especializar em um esporte, ou
durante transições inesperadas, como ser cortado
de um time ou sofrer uma lesão no final da temporada.
As famílias que têm mais de um filho participando e
as famílias que têm participação de longo prazo em
esportes competitivos são mais frequentemente
afetadas por estressores horizontais devido às
transições que cada atleta faz da faixa etária para os
esportes do ensino médio e, potencialmente, para os esportes unive
Os estressores verticais, em contraste, são
problemas psicológicos que são transmitidos nas
famílias através das gerações, como luto não
resolvido, segredos de família, alcoolismo e doença
mental (Carter & McGoldrick, 1989; Hellstedt, 2000).
Uma família de atletas pode experimentar um
estressor vertical se um pai que se esforçou para "ter
sucesso" no esporte quando era mais jovem, mas
não conseguiu, transfere esse desejo para seu filho
atleticamente talentoso. Os estressores verticais
também incluem padrões que as famílias desenvolvem
ao longo dos anos em como se relacionam e
funcionam e nos valores que compartilham, incluindo
expectativas, atitudes e tabus (Carter & McGoldrick,
1989). Conseqüentemente, crianças atletas podem
jogar mesmo estando lesionadas, ou podem continuar
praticando um esporte quando querem parar por
causa das expectativas geracionais da família.
Quando estressores horizontais e verticais se cruzam,
o potencial de conflito é maior e é mais difícil para a
família atender com sucesso às demandas e tarefas
de cada estágio de desenvolvimento.
Conceitos adicionais de sistemas familiares. Existem
muitos outros elementos abordados pela família
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Envolvimento, pressão e apoio dos pais no esporte juvenil
a teoria dos sistemas deixada inexplorada por trabalhos
anteriores sobre famílias com uma criança que compete
em esportes juvenis que podem ser frutíferas na
compreensão das relações e dinâmicas nessas famílias.
Os conceitos aplicáveis incluem comunicação familiar,
subsistemas e triangulação, a natureza recíproca da
dinâmica do relacionamento (Becvar & Bec var, 2009)
e a influência da família extensa (Milardo, 2010); Eu
discuto isso com mais profundidade na seção ''Discussão.''
RESULTADOS
A maioria dos estudos revisados enfocou três aspectos:
envolvimento dos pais, pressão dos pais e apoio dos
pais (os artigos revisados são marcados com um
asterisco na lista de referências). A maioria dos
participantes foi abordada por meio de academias ou
times de elite, academias de tênis e escolinhas de
futebol, e os estudos usaram o atleta infantil ou o pai do
esporte e o atleta infantil como unidade de análise. As
crianças atletas estudadas tinham idades entre 6 e 18
anos. Tênis, futebol, ginástica e natação foram os
esportes mais comuns incluídos na pesquisa. A maioria
das investigações foi descritiva e correlacional; os
autores relataram as percepções de pais e crianças
atletas sobre coisas como envolvimento dos pais e
pressão dos pais, bem como o grau em que as
percepções dos pais e filhos eram consistentes ou
discrepantes entre si. Alguns estudos também
descreveram a situação de toda a família ou membros
da família que não a criança atleta identificada; esses
estudos são discutidos em conjunto com respeito a
tensões familiares e alocação de recursos.
Envolvimento parental
Os autores da literatura postularam dois construtos
dentro do envolvimento: (1) nível de envolvimento,
operacionalizado como o tempo, energia e dinheiro que
os pais investem na participação esportiva de uma
criança e (2) grau de envolvimento, operacionalizado
como a quantidade de envolvimento desejada pelo
atleta (percepção da criança), variando de muito pouco
a muito (Stein, Raedeke, & Glenn, 1999). A diretiva dos
pais, relacionada ao envolvimento dos pais, também
está incluída. A diretividade se concentra na instrução
ativa que os pais dão aos seus filhos atletas sobre suas
conquistas esportivas, enfatizando as áreas em que o
atleta precisa melhorar mais (Power & Woolger, 1994).
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O efeito do envolvimento e direcionamento dos pais
em crianças atletas variou entre os estudos.
Três estudos indicaram relações positivas e lineares
entre o envolvimento ou direção dos pais e experiências
esportivas positivas para seus filhos. Os resultados
incluíram uma associação positiva entre o alto nível e
grau de envolvimento das mães e dos pais e as
experiências agradáveis das crianças atletas (Stein et
al., 1999), uma associação positiva entre as mães com
metas de alto desempenho e o interesse intrínseco da
criança atleta. motivação (Woolger & Power, 2000), e
uma associação positiva entre mães com metas de alto
desempenho e o prazer do futebol por crianças atletas
(Averill & Power, 1995). Em termos de relações lineares,
o envolvimento dos pais - por meio da orientação dos
pais ou das metas de desempenho - teve relações
positivas com variáveis que influenciaram o prazer da
experiência esportiva por parte dos atletas infantis.
Algumas das relações lineares foram qualificadas
por relações quadráticas ou curvilíneas mais fortes. As
crianças atletas relataram maior prazer em seu esporte
quando seus pais estavam moderadamente envolvidos,
e elas experimentaram mais estresse quando perceberam
o grau de envolvimento de suas mães como muito pouco
ou muito (Stein et al., 1999). Uma quantidade moderada
de diretiva parental e expectativas de metas de
desempenho contribuíram para um grau ótimo de
entusiasmo do atleta infantil e também para a motivação
intrínseca da criança para seu esporte (Power &
Woolger, 1994; Woolger & Power, 2000). Nesses casos,
comportamentos moderados dos pais, em vez de
extremos, resultaram na melhor situação para as
crianças atletas.
Instrução e equilíbrio foram temas do envolvimento
dos pais nas experiências esportivas de crianças atletas
em um estudo usando métodos mistos de entrevistas
qualitativas e observação estendida (Holt, Tamminen,
Black, Sehn e Wall, 2008). A instrução — descrita como
comentários dos pais durante uma competição com o
objetivo de mudar o comportamento de seus filhos no
campo de futebol — está intimamente relacionada ao
conceito de diretividade. Encontrar um equilíbrio foi um
tema que descreveu a luta dos pais para usar um tom
positivo quando reconheceram que recentemente
usaram um tom negativo com seu filho atleta. Ambos os
temas foram proeminentes nos comportamentos dos
pais no estudo e pareciam indicar metacognição dos
pais sobre seu próprio ato de parentalidade (Holt,
Tamminen, Black, Sehn et al., 2008).
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240
pressão dos pais
A pressão foi definida como comportamentos
parentais que simbolizam expectativas altas ou
mesmo inatingíveis nas mentes das crianças atletas
(Leff & Hoyle, 1995). A pressão pode se manifestar
em comportamentos evidentes, como pais que
pressionam seus filhos atletas a praticar mais ou
jogar em um nível mais avançado, ou pode se
manifestar em comportamentos ocultos, como
olhares de desapontamento dos pais após um
desempenho ruim (Wolfenden & Holt, 2005 ). Em
um estudo qualitativo, atletas jovens sofreram
pressão do superenvolvimento dos pais e das
expectativas dos pais. Um dos pais relatou: “Sou
duro com ele; Acho bastante eficaz xingá-lo.
Se ele jogou mal, dou-lhe o direito de passar por
cima'' (Wolfenden & Holt, 2005, p. 120).
Esse superenvolvimento foi considerado mais
problemático nas competições, onde criava tensão
entre os atletas e seus pais.
Verificou-se que o efeito das expectativas dos pais
depende das percepções dos atletas sobre as
expectativas dos pais e se o atleta sente que está
correspondendo às expectativas parentais percebidas
ou expressas (Wolfenden & Holt, 2005). O
superenvolvimento dos pais foi descrito em outro
estudo qualitativo como sendo uma experiência
comum para crianças atletas e uma fonte de
diminuição do prazer no esporte; esse achado foi
destacado pelos comentários dos atletas sobre os
pais gritando com eles durante as competições, o
que aumentou a pressão sobre as crianças atletas
(McCarthy & Jones, 2007).
Comentários negativos e depreciativos foram
temas de controle do comportamento dos pais
encontrados em um estudo de métodos mistos
(Holt, Tamminen, Black, Sehn et al., 2008).
Comentários negativos foram encontrados tanto em
observações em torneios quanto em diários de
áudio dos participantes. Comentários depreciativos
foram considerados potencialmente prejudiciais
para a criança atleta, foram uma pequena
porcentagem dos tipos de comentários registrados
pelos pesquisadores e adicionados à experiência
de pressão das crianças atletas (Holt, Tamminen,
Black, Sehn et al., 2008) . Um estilo parental
controlador, encontrado em um estudo relacionado,
consistia em pais altamente envolvidos na
participação esportiva de seus filhos atletas de uma
forma que prejudicava a autonomia dos atletas
infantis (Holt, Tamminen, Black, Mandingo e Fox,
2009). Em sua abordagem parental, os pais
controladores foram incapazes de ler o humor de
seus filhos atletas, forneceram controle em vez de estrutura e não tiveram sucesso em ter uma comunicação bidirecional ab
Revista de teoria e revisão da família
com seu filho atleta (Holt, Tamminen, Black, Mandigo
et al., 2008). Dois outros estudos qualitativos
encontraram múltiplas fontes de estresse dos pais
em atletas infantis, incluindo palestras das mães
antes da competição (Scanlan, Stein e Ravizza,
1991), palestras dos pais após a competição
(Gould, Wilson, Tuffey e Lochbaum, 1993) , crítica
geral dos pais após a competição e tentativa e
falha em atender às expectativas dos pais (Scanlan
et al., 1991).
A pressão e o apoio dos pais foram examinados
em dois estudos; atletas infantis relataram que
perceberam mais pressão de seus pais do que de
suas mães, e atletas do sexo masculino perceberam
mais pressão dos pais do que atletas do sexo
feminino (Leff & Hoyle, 1995). Com uma amostra
menor, no entanto, as meninas relataram mais
pressão dos pais do que os meninos (Hoyle & Leff, 1997).
No primeiro estudo sobre o desenvolvimento do
Questionário de Envolvimento dos Pais no Esporte,
crianças atletas relataram sofrer muita pressão e
comportamento diretivo dos pais (Lee & MacLean,
1997). No estudo de acompanhamento, os atletas
iniciantes experimentaram mais pressão dos pais e
comportamento diretivo do que os atletas mais
experientes (Wuerth, Lee e Alfermann, 2004). Além
disso, as crianças atletas que não gostavam da
pressão dos pais toleravam menos o comportamento
diretivo de seus pais, e as crianças atletas que
gostavam mais da pressão dos pais podiam aceitar
um comportamento muito mais diretivo, o que ilustra
a relevância da percepção das crianças atletas em
suas experiências (Lee & MacLean, 1997). Quando
as crianças atletas e seus pais foram pesquisados,
foram os pais que perceberam que estavam
colocando o comportamento mais diretivo e
pressionando seus filhos atletas, mais do que as
crianças atletas ou as mães perceberam (Wuerth et
al., 2004 ). Em um estudo separado, as crianças
atletas perceberam mais pressão de seus pais do
que os pais perceberam de seu próprio
comportamento (Kanters, Bocarro, & Casper, 2008).
Apoio dos pais
Duas definições de apoio dos pais foram fornecidas
na literatura: (1) carinho incondicional e aceitação
de uma criança atleta por seus pais (Power &
Woolger, 1994) e (2) comportamentos dos pais que
as crianças atletas percebem como auxiliando tanto
seus esportes participação e seu desempenho
esportivo (Hoyle & Leff, 1997). Portanto, o apoio dos
pais de crianças atletas é mostrado em afeto e
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Envolvimento, pressão e apoio dos pais no esporte juvenil
comportamentais, pode ser emocional e instrumental, e
é percebido pela criança atleta.
Apoio emocional, tangível e informativo foram temas
encontrados em um estudo qualitativo (Wolfenden &
Holt, 2005). O apoio emocional veio de ambos os pais e
foi definido como o fornecimento de segurança e conforto
à criança atleta durante momentos estressantes no
esporte. O apoio tangível dos pais incluía apoio
financeiro e transporte. O apoio informativo consistia em
conselhos gerais não relacionados ao treinamento,
como conselhos sobre como a criança atleta poderia
equilibrar o tênis com o resto de sua vida (Wolfenden
& Holt, 2005). Comportamentos de apoio, como incentivo
e feedback contingente ao desempenho (Holt, Tam
Minen, Black, Sehn et al., 2008) e estilos parentais de
apoio à autonomia (Holt, Tamminen, Black, Mandigo et
al., 2008) também foram encontrados. Os pais que
apoiam a autonomia estão altamente envolvidos, mas
são diferentes dos pais controladores porque os pais
que apoiam a autonomia fornecem estrutura em vez de
controle e colocam pouca pressão sobre seu filho
atleta. Eles também são bons em alterar seu próprio
comportamento com base no humor de seu atleta infantil
e têm uma comunicação bidicional aberta com seu
atleta infantil (Holt, Tamminen, Black, Mandigo et al.,
2008).
A percepção das crianças atletas é fundamental; em
um estudo de percepções de atletas e auto-relatos dos
pais, os atletas que perceberam mais apoio de seus
pais eram mais felizes e mais motivados do que aqueles
que percebiam menos apoio. De fato, as percepções
dos atletas sobre os comportamentos dos pais foram
mais importantes para seu bem-estar do que os
comportamentos reais relatados pelos pais (Babkes &
Weiss, 1999). Além disso, os pais perceberam a si
mesmos como fornecendo mais apoio do que seus filhos
atletas percebiam deles (Kanters et al., 2008). Esses
exemplos demonstram que as percepções dos pais de
crianças atletas e de seus filhos atletas nem sempre
coincidem.
Correlações positivas foram encontradas entre o
apoio parental percebido e o prazer do jogador em
estudos de atletas de tênis altamente competitivos
(Hoyle & Leff, 1997; Leff & Hoyle, 1995). A auto-estima
do tênis e a auto-estima global também foram associadas
ao apoio parental percebido (Leff & Hoyle, 1995). Além
disso, o apoio dos pais foi associado ao prazer do tênis
pelos atletas e ao nível de importância que o tênis tem
em suas vidas (Hoyle & Leff, 1997). Tais resultados
ecoam os de um estudo
241
sobre nadadores em que o apoio dos pais foi
positivamente associado ao entusiasmo do atleta pela
natação (Power & Woolger, 1994).
Em um estudo com meninos em um internato de
tênis, os efeitos de amortecimento da disponibilidade
percebida de apoio dos pais sobre o bem-estar
psicológico dos atletas diante de uma potencial demissão
escolar produziram resultados instrutivos (VanYperen,
1995, 1998). Primeiro, nenhuma relação foi encontrada
entre o suporte parental percebido e a pressão parental
percebida; esses dois conceitos foram considerados
independentes um do outro. Em segundo lugar, atletas
cujos treinadores identificaram como tendo baixo
desempenho e que também perceberam baixa
disponibilidade de apoio dos pais, experimentaram mais
estresse do que aqueles de baixo desempenho com
maior disponibilidade percebida de apoio dos pais
(VanYperen, 1995). Em terceiro lugar, os preditores de
sintomas de saúde psicológica no acompanhamento
foram os sintomas de saúde psicológicos iniciais e a
interação entre a chance de dispensa e a disponibilidade
percebida de apoio materno e paterno (VanYperen,
1998).
Curiosamente, o número de irmãos na família do atleta
covariou com menos apoio percebido de ambos os pais,
o que indica que os recursos são percebidos pelas
crianças atletas de forma diferente dependendo do
número de filhos na família (VanYperen, 1998).
Tensões Familiares
Algumas das pesquisas sobre famílias de atletas não
foram tão facilmente relacionadas a envolvimento,
pressão ou apoio; em vez disso, estava relacionado às
perspectivas dos pais e filhos atletas sobre o significado
do esporte em suas vidas. Por exemplo, um estudo de
jogadores de tênis mediu a importância de ganhar e
perder, esforço sustentado durante a competição e
existência de comportamentos embaraçosos exibidos
por atletas e pais durante a competição (DeFrancesco
& Johnson, 1997). A maioria dos atletas e quase todos
os pais disseram que vencer era importante para eles,
mas apenas uma pequena porcentagem de atletas e
pais relataram sentir-se chateados depois que o atleta
criança perdeu uma partida se o atleta fez um esforço
considerável durante a partida. Em outras palavras, o
esforço sustentado mitigou a experiência de sentimentos
negativos após uma perda. Metade dos atletas
entrevistados relatou que em algum momento fez algo
para se envergonhar na quadra (por exemplo, gritou,
jogou a raquete), enquanto um terço dos atletas relatou
que um dos pais havia
Machine Translated by Google
242
os envergonhou (por exemplo, gritou com eles, gritou
alto, saiu da quadra). Um resultado interessante foi
novamente encontrado em relação às percepções. Após
uma derrota, os atletas relataram estar mais chateados
do que os pais pensavam e, ao mesmo tempo, os atletas
percebiam seus pais mais chateados com eles após
uma derrota do que os pais realmente estavam
(DeFrancesco & Johnson, 1997), indicando falta de
compreensão das experiências uns dos outros.
Alocação de recursos
A literatura mostrou que toda a família do atleta está
envolvida no esporte juvenil, mesmo que apenas uma
criança participe (Wolfenden & Holt, 2005).
Sacrifícios familiares ocorrem em famílias de atletas,
incluindo sacrifícios de atletas infantis, como perder a
diversão com os amigos; sacrifícios feitos pelas mães,
inclusive abrindo mão de tempo pessoal; e sacrifícios
feitos por toda a família, como não ter férias em família.
Por exemplo, tenistas de elite receberam tratamento
preferencial de seus pais em relação a irmãos, com um
desequilíbrio de tempo e recursos alocados aos tenistas.
Os entrevistados também relataram abrir mão das férias
de verão da família para a participação das crianças
atletas e sentir ciúmes de outros irmãos. Além disso, os
pais usaram um método de dividir e conquistar, com um
dos pais passando tempo com o jogador de tênis
enquanto o outro pai passava tempo com os filhos
restantes (Wolfenden & Holt, 2005).
Este último comportamento está alinhado com o
problema de compartilhamento de recursos parentais
encontrado por outros autores (VanYperen, 1998).
Outros estudaram o impacto de ser uma família de
atletas não na criança atleta, mas nos próprios pais
(Harwood & Knight, 2009; Lally & Kerr, 2008). Os pais
relataram ter "pago o preço" em seus casamentos pelas
carreiras de ginástica de elite de suas filhas, por exemplo.
Eles também lamentaram retrospectivamente se
deveriam ter feito algo para intervir em nome de suas
filhas na cultura da ginástica de elite, questionando se
tal participação séria resultou em dano psicológico para
suas filhas (Lally & Kerr, 2008).
Os pais também viviam preocupados com os efeitos a
longo prazo das lesões (Harwood & Knight, 2009; Lally
& Kerr, 2008). Os pais estavam preocupados com a
estabilidade de suas famílias por terem privilegiado um
filho por tantos anos, destacando o impacto que aquele
Revista de teoria e revisão da família
atleta de elite pode ter em todo o sistema familiar
(Harwood & Knight, 2009; Lally & Kerr, 2008). Os pais
lutavam para ver seus filhos vivenciando sofrimento
emocional em partidas de tênis e não sabiam como
conversar com eles após uma derrota ruim (Harwood &
Knight, 2009).
Além disso, nas famílias em que o atleta de elite era
um irmão mais novo, descobriu-se que os irmãos mais
velhos agiam como modelos de ética de trabalho. À
medida que o atleta de elite crescia, no entanto, os pais
se comportavam de maneira diferente em relação a cada
filho, e os irmãos mais novos do que o atleta de elite
tendiam a mostrar amargura e ciúme em relação à
conquista do atleta infantil (Cotˆe,´ 1999).
As influências bidirecionais entre pais e filhos atletas
na ginástica de elite também é uma área de estudo. Os
atletas relataram que cerca de metade dos pais
reorganizaram os horários familiares para a ginástica do
atleta, enquanto a maioria dos pais relatou que a vida
doméstica e pessoal girava em torno da ginástica. Além
disso, os atletas relataram que a maioria dos pais e
mães não os deixavam nervosos ou tensos com a
ginástica, e quanto mais jovem o atleta, mais os pais
torciam e davam instruções nas competições (Weiss &
Hayashi, 1995).
Os pais relataram benefícios pessoais do envolvimento
de seus filhos na ginástica, incluindo um sentimento de
orgulho, alegria ou prazer e um melhor relacionamento
com seus filhos. Além disso, um quarto dos pais relatou
que cuidar de seu filho atleta foi facilitado pela
participação da criança na ginástica. Isso ocorreu porque
eles perceberam que seus filhos eram mais disciplinados
e orientados para objetivos como resultado de sua
participação no esporte (Weiss & Hayashi, 1995).
DISCUSSÃO
O objetivo desta revisão narrativa da literatura foi
descrever o que se sabe sobre parentalidade e dinâmica
familiar em famílias com uma criança atleta.
Vários temas principais foram identificados na literatura
sobre pais esportivos: envolvimento dos pais, pressão
dos pais e apoio dos pais; tensões familiares; e alocação
de recursos. Além disso, os autores apontaram a
importância de reconhecer as próprias percepções das
crianças atletas, o valor dos pais de apoio e a importância
de reconhecer níveis ótimos de comportamentos dos
pais em construções que mostram relações curvilíneas
entre crianças atletas e seus pais.
Machine Translated by Google
Envolvimento, pressão e apoio dos pais no esporte juvenil
Integração da pesquisa dentro da tipologia familiar
do atleta A
conceituação dos pesquisadores sobre o envolvimento
dos pais, a pressão dos pais e o apoio dos pais
complementa o modelo descritivo de Hellstedt de
famílias de atletas pouco envolvidas, moderadamente
envolvidas e superenvolvidas. Hellstedt (1987, 1990,
2000) usou o envolvimento de forma abrangente para
classificar os pais, para descrever uma tipologia de
abordagens parentais. Os autores analisados neste
artigo, em contraste, operacionalizaram o envolvimento
dos pais como consistindo em nível e grau de
envolvimento (Stein et al., 1999) ou como direção
(Power & Woolger, 1994), simplesmente para entender
o envolvimento dos pais a partir do desempenho de
uma criança atleta. perspectiva e determinar o impacto
dos comportamentos parentais que refletem o
envolvimento ou a direção nos resultados dos atletas
infantis. Com base nessa revisão da literatura,
encontrei evidências consideráveis de uma relação
curvilínea entre os elementos do envolvimento dos
pais e os resultados positivos dos atletas infantis. A
ênfase de Hellstedt nos benefícios do envolvimento
parental moderado é corroborada. Os resultados
curvilíneos demonstram que uma quantidade média
de um determinado comportamento dos pais (por
exemplo, envolvimento, diretividade, objetivos de
resultados de desempenho) traz os melhores
resultados para a criança atleta em termos de seus
níveis de estresse, entusiasmo e prazer no esporte e
motivação intrínseca (Power & Woolger, 1994; Stein
et al., 1999; Woolger & Power, 2000).
A pressão dos pais que os atletas infantis
experimentam está relacionada aos comportamentos
dos pais que Hellstedt (1987, 1990, 2000) usou para
descrever pais superenvolvidos. Por exemplo, os
autores descreveram vividamente a pressão
experimentada por jogadores de tênis de elite como
proveniente do superenvolvimento dos pais e das
altas expectativas dos pais sobre seu desempenho
(Wolfenden & Holt, 2005). Além disso, o
superenvolvimento dos pais, como os pais gritando
como seus filhos durante as competições, diminui a
alegria que os atletas sentem no esporte (McCarthy &
Jones, 2007).
Tanto para o envolvimento dos pais quanto para a
pressão dos pais, há questões conceituais na
operacionalização dos construtos que os pesquisadores
da família podem abordar. Especificamente, tanto os
conceitos de grau de envolvimento dos pais (Stein et
al., 1999) quanto a descrição da pressão parental
oculta que os atletas infantis podem imaginar
(Wolfenden & Holt, 2005) são mais sobre as impressões
dos atletas infantis do que sobre os pais.
243
comportamentos reais. Fica claro na literatura revisada
aqui que as percepções das crianças atletas são
fundamentais para entender a dinâmica familiar nas
famílias de atletas, mas ainda há refinamento a ser
feito para operacionalizar algumas construções.
O apoio parental é um constructo não tão facilmente
conectado à estrutura de pais pouco envolvidos,
moderadamente envolvidos e superenvolvidos.
A descrição de Hellstedt (1987, 1990, 2000) se
concentrou em comportamentos instrumentais, como
fornecer um equilíbrio entre a orientação dos pais e a
independência do atleta infantil, em vez de fornecer
apoio emocional. Os estudos revisados aqui abordaram
o apoio parental e seu papel na vida de crianças
atletas, mas definiram o apoio parental de forma
diferente (Hoyle & Leff, 1997; Power & Woolger, 1994);
isso cria oportunidades para os pesquisadores
esclarecerem o conceito. O apoio pode ser dado por
meio de demonstrações afetivas ou instrumentais dos
pais: apoio emocional, como segurança e conforto em
momentos de estresse; apoio tangível, como financeiro
e transporte; e apoio informativo, como orientação
sobre o equilíbrio entre esporte, vida e escola
(Wolfenden & Holt, 2005) são possibilidades.
Há evidências de um estudo qualitativo de que os
pais que estão altamente envolvidos na vida de seus
filhos atletas podem, ao mesmo tempo, dar apoio
(Holt, Tamminen, Black, Mandigo et al., 2008).
Os pais que apoiam a autonomia e os pais
controladores estão altamente envolvidos, mas uma
distinção importante é que os pais que apoiam a
autonomia fornecem estrutura em vez de controle,
colocam pouca pressão sobre seus filhos atletas e se
comunicam e compreendem seus filhos atletas melhor
do que os pais controladores (Holt , Tamminen, Black,
Mandigo et al., 2008). Essas distinções problematizam
a posição de Hellstedt (1995, 2000, 2005) de que pais
moderadamente envolvidos são ideais e dão aos
pesquisadores de família uma área específica para
investigar mais.
A compreensão do apoio tem sido investigada por
meio das percepções da criança atleta - o quanto a
criança atleta percebe que seus pais facilitam seu
próprio ajuste atlético e emocional e o grau em que os
pais ajudam no desempenho e na participação da
criança (Hoyle & Leff, 1997; Leff & Hoyle, 1995). Todas
essas contribuições podem auxiliar na investigação de
famílias de atletas a partir de um referencial de
sistemas familiares. Seja estudando o envolvimento, a
pressão ou o apoio dos pais, examinando as crianças
atletas e os pais
Machine Translated by Google
244
percepções é importante; ambos são necessários e
podem ser discrepantes (Kanters et al., 2008).
Tensões familiares,
´ incluindo amargura de irmãos
(Cotˆ e, 1999) e preocupações sobre casamentos
conturbados e estabilidade familiar (Lally & Kerr, 2008),
bem como desequilíbrios na alocação de recursos
(Wolfenden & Holt, 2005), surgiram nesta revisão da
literatura. Embora Hellstedt (1995, 2000, 2005) tenha
teorizado sobre esses conceitos, ele não os investigou
empiricamente, e o advento da pesquisa a partir de uma
estrutura conceitual de sistemas familiares para
investigar essas ricas áreas de pesquisa beneficiaria
muito as famílias de atletas.
Recomendações para pesquisas futuras Com
base nesta revisão do corpo de literatura sobre as
relações entre pais e filhos atletas, ofereço várias
recomendações nas áreas de conceituação de estudo
e desenho de pesquisa.
Uso da teoria para orientar questões de pesquisa e
design. A conceituação de variáveis por meio de uma
lente de sistemas familiares será benéfica para estudos
de relacionamentos entre pais e filhos, irmãos, cônjuges
e famílias estendidas em famílias com crianças atletas,
especialmente porque a competição esportiva é tão
predominante que as famílias muitas vezes se
reorganizam em torno daqueles que competem em
esporte.
A tipologia atleta-família baseada na experiência
clínica de Hellstedt (1995, 2000, 2005) é uma área que
necessita de pesquisa. Por exemplo, as descobertas
de alguns autores apoiaram o conceito de pais
moderadamente envolvidos (Power & Woolger, 1994;
Woolger & Power, 2000), mas as descobertas de outros
não (Holt, Tamminen, Black, Mandigo et al., 2008; Stein
et al., 1999).
Consequentemente, os pesquisadores não podem
presumir que os pais ou a família moderadamente
envolvidos sejam a família modelo para boa saúde e
bem-estar. Portanto, a tipologia deve ser avaliada e as
opiniões, percepções e atitudes dos familiares devem
ser examinadas.
Além disso, os estágios de desenvolvimento de
famílias com crianças atletas, conforme descrito por
Hellstedt (1995, 2000, 2005), é uma rica área de
investigação. A utilização da teoria dos sistemas
familiares para fundamentar a pesquisa sobre essas
famílias pode ajudar os pesquisadores a compreender
as complexidades das famílias em diferentes estágios
de desenvolvimento e como as famílias com crianças atletas cumprem
poderiam as
Revista de teoria e revisão da família
de cada estágio, como famílias com atletas adolescentes
que precisam ganhar independência e confiar mais na
equipe técnica do que nas influências dos pais, ou pais
que acham que a participação esportiva de seus filhos
torna a criação dos filhos mais fácil por causa da
disciplina e orientação de seus filhos (Weiss e Hayashi,
1995). Juntamente com a pesquisa sobre os estágios
de desenvolvimento, seria sensato investigar o impacto
de estressores familiares horizontais e verticais em
crianças atletas.
Atletas infantis fazem muitas transições, normativas
(por exemplo, subindo de faixa etária) e não normativas
(por exemplo, sendo lesionadas ou cortadas de um
time); embora algumas pesquisas tenham sido
realizadas sobre as transições das próprias crianças
atletas, investigar as transições através das lentes dos
estressores verticais revelaria mais sobre a dinâmica
familiar. Neste momento existe uma lacuna na
compreensão de como as mensagens passadas por
gerações (estressores verticais) afetam as crianças
atletas ou suas famílias como um todo. Esta é outra
área na qual os pesquisadores de família poderiam
examinar o impacto da família estendida em famílias com crianças atle
Por exemplo, em famílias nas quais crianças atletas
são pressionadas a competir em um esporte específico,
relacionamentos próximos com tias ou tios podem ser
explorados. Tias e tios podem explicar qualquer
potencial legado familiar (estressor vertical) naquele
esporte específico e ajudar a criança atleta a lidar com
as expectativas da família – e os pesquisadores da
família podem estudar a relação entre criança atleta e
tia ou tio (Milardo, 2010).
Houve apenas um estudo nesta revisão que abordou
especificamente a comunicação entre crianças atletas
e seus pais (Holt, Tamminen, Black, Mandigo et al.,
2008). Assim, os padrões de comunicação são outra
lacuna na literatura sobre famílias com crianças atletas.
Os pesquisadores poderiam investigar como os pais se
comunicam com seus filhos sobre sua participação no
esporte e se isso difere de como eles se comunicam
sobre outras tarefas, como tarefas domésticas ou
tarefas escolares.
Um estudo particularmente esclarecedor seria uma
observação de como os pais se comunicam com seus
filhos durante as competições e imediatamente depois,
quando a excitação do desempenho ainda é alta. Além
disso, muito se ganharia com a investigação da
comunicação de crianças atletas com pais, irmãos e
familiares sobre suas experiências esportivas -
experiências positivas e estressantes, como ter um
bom jogo ou jogar devido a uma lesão.
Subsistemas e triangulação dentro da família
sertarefas
estudados para obter uma visão mais completa
Machine Translated by Google
Envolvimento, pressão e apoio dos pais no esporte juvenil
retrato de diferentes experiências de atletas-famílias.
Famílias com funcionamento saudável compartilham
uma hierarquia de subsistemas: os subsistemas
conjugal, parental e de irmãos (Minuchin, 1974).
Quando há problemas ou fontes persistentes de
estresse, frequentemente se formam triangulações
com alguém fora dos subsistemas hierárquicos
(Bowen, 1978; Minuchin, 1974). Em famílias com
crianças atletas, esses conceitos de sistemas familiares
podem ser expressos de várias maneiras. Uma é
quando os pais experimentam dificuldades em seu
casamento e o talento de uma criança atleta tira a
pressão do casamento, então ocorre a triangulação
com aquela criança atleta. Outra é quando a identidade
dos pais é definida pelos sucessos e fracassos das
crianças atletas, momento em que os pais podem se
tornar triangulados com a criança atleta, ou um dos
pais e a criança atleta podem se tornar triangulados
com o treinador ou esporte da criança (Hellstedt, 1987)
—de qualquer forma, os subsistemas seriam
interrompidos.
Além disso, há potencial para rupturas no
subsistema fraterno, dependendo das relações
dinâmicas das crianças em torno de suas experiências
esportivas. Por exemplo, em algumas famílias, crianças
de idades próximas e do mesmo sexo podem competir
umas com as outras nos mesmos eventos ou pela
mesma posição em uma equipe, ou um irmão mais
novo pode se mostrar mais talentoso que o mais velho,
mais experiente (como em caso das patinadoras
artísticas Karen Kwan e Michelle Kwan).
O estresse vivenciado nessas situações pode afetar
negativamente o subsistema fraternal. Todas essas
questões apresentam grande potencial de investigação
a partir de um quadro conceitual de sistemas familiares.
Houve um encargo para aqueles que estudam as
relações entre pais e filhos para examinar a dinâmica
dessas relações por meio de um modelo bilateral. Isso
inclui conceitos como uma influência bidirecional em
relacionamentos pais-filhos nos quais ambos os pais
e filhos têm agência igual, um contexto que assume
que as interações estão dentro do relacionamento, em
vez de pais e filhos interagindo como indivíduos e que
existe uma assimetria interdependente de poder na
relação (Kuczynski, 2003). Essas diretrizes podem ser
usadas para fornecer uma maior profundidade de
compreensão ao pesquisar a dinâmica nas relações
entre pais e seus filhos atletas.
Para muitas famílias, o esporte é um modo de vida;
isso significa tanto para pais com filhos atletas quanto
para gerações de famílias extensas.
245
Avós, tias e tios, por exemplo, participam de
competições e ajudam a introduzir as crianças no(s)
esporte(s) preferido(s) da família.
Além disso, tias, tios ou outros parentes podem ajudar
no cuidado dos filhos dos irmãos durante a viagem
dos pais e dos atletas infantis para competições
prolongadas. Eles também costumam oferecer um
tempo individual com crianças atletas e seus irmãos.
Seria útil investigar até que ponto as crianças de
famílias de atletas se sentem mais à vontade para
confiar a uma tia ou a um tio do que aos seus pais
sobre as dificuldades no desporto ou sobre os
problemas dos irmãos relacionados com o desporto (Milardo, 201
Mais uma vez, as diretrizes fornecidas por Kuczynski
(2003) podem ser usadas para enquadrar questões de
pesquisa para descobrir as relações dinâmicas em
famílias com crianças atletas e suas famílias extensas.
Estude atletas de elite e não-elite competindo em
esportes individuais e coletivos. A maioria dos estudos
nesta revisão se concentrou em atletas altamente
competitivos em esportes individuais. Embora
importante, também é essencial estudar famílias de
atletas comuns. A pressão do desempenho e a
influência individual dos pais podem ser maiores em
um esporte individual, mas muitas experiências
esportivas familiares não estão sendo registradas por
causa desse foco individual-esportivo e de elite. Por
exemplo, ainda não se sabe se existem diferenças no
apoio dos pais ou pressão dos pais de acordo com o
tipo de esporte, como foco individual (por exemplo,
tênis, ginástica) ou focado em equipe (por exemplo,
futebol, softball). Além disso, como a maioria dos
estudos nesta revisão da literatura narrativa se
concentra em atletas de elite, há uma lacuna no
conhecimento sobre os milhões de atletas infantis
comuns que praticam esportes juniores e universitários
do ensino médio e suas famílias. Pode haver diferenças
ou semelhanças importantes entre atletas infantis de
ambientes como campos restritivos de tênis de elite e
equipes de atletismo do ensino médio (o atletismo é
conhecido por ser um esporte acolhedor no qual quase
qualquer criança pode competir).
A maioria dos estudos revisados descobriu que a
maioria dos pais de atletas de elite apóia seus filhos e
não os pressiona excessivamente, mas evidências de
pais esportivos problemáticos persistem na mídia e
nas experiências pessoais e profissionais dos médicos.
É possível que, sem estudar as famílias de atletas não
elite, nunca possamos saber como é a vida da maioria
das famílias de atletas ou quais aspectos familiares
distinguem os atletas de elite daqueles que nunca
alcançaram esse status. Agora é a hora de estudar
Machine Translated by Google
246
famílias na comunidade e no esporte juvenil do ensino
médio.
Use métodos de pesquisa mistos. Dos 20 estudos
examinados, apenas Holt e colegas (Holt Tamminen,
Black, Sehn et al., 2008; Holt, Tamminen, Black,
Mandingo et al., 2009) usaram designs de métodos
mistos. Hanson, Creswell, Plano Clark, Petska e
Creswell (2005) recentemente fizeram recomendações
sobre o uso de métodos mistos. Métodos mistos podem
ser complementares entre si, como o uso de entrevistas
qualitativas para dar uma imagem mais rica aos
resultados da pesquisa. A combinação permite o foco
tanto em histórias de vida, em uma abordagem centrada
no caso, quanto em descrições de grupo, em uma
abordagem centrada na variável. Tais estudos podem
levar a uma compreensão mais completa das relações
complexas e dinâmicas em famílias nas quais uma ou
mais crianças competem no esporte. Além disso, foi
sugerido que uma maneira de obter uma avaliação de
melhor qualidade do que realmente está acontecendo
nas famílias dos atletas é usar estudos observacionais
(Vanden Auweele & Rzewnicki, 2000; Wylle man,
2000). Uma maneira de melhorar a precisão e a
qualidade dos estudos familiares de atletas poderia ser
observar as interações entre atletas e seus pais, irmãos
e outros subgrupos, bem como usar auto-relato, como
o estudo de Holt, Tamminen, Black, Sehn e outros
(2008).
Finalmente, ainda não se sabe como é a vida dos
atletas e seus pais ao longo dos anos de participação
no esporte juvenil. Por causa disso, pesquisas
longitudinais sobre atletas, seus pais, irmãos e famílias
extensas podem ser usadas para ilustrar as idades em
que diferentes temas são destacados e o ajuste que as
famílias fazem ao longo do tempo. A pesquisa
longitudinal também poderia desenvolver uma maior
compreensão dos estressores horizontais e verticais
que essas famílias enfrentam ao longo do tempo e
como essas famílias se adaptam e lidam com os
estressores.
CONCLUSÃO
Existem milhões de crianças atletas competindo no
esporte juvenil nos Estados Unidos, o que afeta suas
relações familiares e sistemas familiares como um
todo. Essa população de famílias cotidianas ainda não
é bem compreendida e é um terreno fértil para os
pesquisadores obterem uma compreensão mais
completa de seus padrões de interação e comunicação,
adaptação a estressores e tensões, dinâmica de
relacionamento e extensão.
Revista de teoria e revisão da família
famílias. A pesquisa nesta revisão da literatura
narrativa forneceu uma base para os pesquisadores da
família usarem a fim de fornecer uma compreensão
mais completa de suas experiências por meio da
aplicação da teoria dos sistemas familiares. De fato,
“talvez em nenhuma outra situação terapêutica a
dinâmica dos sistemas seja tão pronunciada quanto no
esporte juvenil. Uma visita a um campo ou ginásio de
bairro para estudar as interações de jovens, pais e
treinadores ilustrará esse ponto. A validade aparente
dos construtos da teoria de sistemas torna-se
prontamente aparente” (Stainback & La Marche, 1998,
p. 19).
Além disso, a beleza de uma perspectiva de teoria
de sistemas é que ela é flexível e pode trabalhar com
tópicos de amplo alcance. Por exemplo, embora esta
revisão tenha sido específica para famílias em que uma
ou mais crianças competem em esportes, as sugestões
aqui podem ser aplicáveis a qualquer atividade baseada
em talento que as crianças tenham, como música,
teatro, concursos ou dança.
NOTA DO AUTOR
Esta pesquisa foi apoiada por uma Bolsa de Pesquisa
de Verão da Faculdade de Pós-Graduação e Pesquisa
da MSU, Mankato. Uma versão anterior desta pesquisa
foi apresentada na 19ª Conferência Anual da Association
for Applied Sport Psychology. Fico feliz em agradecer
a Katie Levin, Jill Guttormson e Laura Maki pelos
comentários úteis sobre rascunhos anteriores.
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