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Leonel Alencar:
Universidade Cidade de São Paulo, Brasil (bacheralado em Biomedicina)
E-mail: leonelperez1847@gmail.com
Sabrina Bezerra:
Universidade Cidade de São Paulo, Brasil (bacheralado em Biomedicina)
E-mail: saabiomed14@hotmail.com
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E-mail: pfnascimento@unicid.edu.br; ORCID: 0009-0006-4507-1779
SÃO PAULO
2023
RESUMO
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ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO
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Os fungos pertencentes ao gênero Aspergillus ssp. São considerados patógenos
oportunistas, ou seja, acometem pacientes imunodeprimidos. Esses fungos são capazes
de colonizar cavidades do trato respiratório, que é a sua principal via de entrada,
causando infecções, processos alérgicos e intoxicações. Essa condição está vinculada à
elevadas taxas de mortalidade, representando complicações significativas em pacientes
com supressão imunológica profunda (Araujo et al., 2021).
A Aspergilose , é uma infecção causada por um fungo pertencente ao gênero As-
pergillus. Essa infecção é mais comum em indivíduos com sistema imunológico
comprometido e em pessoas que apresentam doenças pulmonares subjacentes por se
tratar de um fungo oportunista (Fosses et al., 2022). Dentre as variedades desse gênero,
o Aspergillus fumigatus é a espécie mais prevalente no meio ambiente hospitalar e é
capaz de sobreviver em uma ampla gama de pH e temperatura. Sua estrutura
hidrofóbica permite uma eficiente dispersão em pequenas correntes de ar (Lamoth et al.,
2018).
OA infecção penetrante do sistema respiratório é frequentemente desencadeada pela
espécie A. fumigatus, sendo o principal meio de invasão do Aspergillus é o sistema
respiratório (Fosses et al., 2022). No entanto, pode afetar outros tecidos, como derme,
cavidades nasais, sistema nervoso central, visão, unhas ou se espalhar por todo o
organismo (Gago et al., 2019).
Pessoas afetadas por esse microrganismo podem vir a ter uma inflamação
pulmonar, temperatura elevada, desconforto no peito e expulsão de sangue por meio da
tosse, apesar de outros sistemas corporais poderem ser afetados (Jenks et al., 2018).
A variante intensiva desta condição está relacionada com o estado imunológico
do indivíduo, já que uma pessoa com imunidade comprometida pode não apresentar
sintomas, o que dificulta a detecção precoce (Thompson et al., 2021).
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dificulta a detecção precoce (Thompson et al., 2021).
A supressão imunológica e a reação exacerbada de citocinas desencadeada pelo
Sars-Cov-2 causam uma resposta imunológica disfuncional, resultando em um
desequilíbrio no sistema de defesa do corpo e enfraquecendo sua capacidade de
resistência, tornando os pacientes vulneráveis a infecções oportunistas (Andrade et al.,
2022).
A Candida auris possui uma alta propriedade de virulência e é capaz de provocar
enfermidades graves. Nos ambientes hospitalares, esse fungo persiste, possibilitando o
contato com pessoas imunodeprimidas por meio de lesões, corrente sanguínea e outras
regiões do corpo, que podem permanecer colonizadas por várias semanas. Ao contrário
de outras espécies de Candida, a C. auris apresenta habilidade significativa para induzir
infecções sistêmicas e causar óbito. Além disso, ela demonstra tolerância a altas
concentrações de salinas e se desenvolve de maneira ótima na temperatura média do
corpo humano (Antunes et al., 2020).
2. MÉTODOS
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Journal of Infections Diseases e Editora Científica. Foram utilizados artigos dos
útimosúltimos cinco anos.
3. RESULTADOS
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encontradas em todo o mundo como saprófitas do solo, sendo 10 anamorfas e 20
teleomorfas. Todas as espécies anamorfas são consideradas variantes cripticas de A.
fumigatus, com base em características macro e micromorfológicas. As espécies
pertencentes à seção Fumigati são identificadas por apresentarem conidióforos lisos,
vesículas subclavadas, dispostas em uma única fileira, cabeças colunares e conídios
esféricos de tonalidade verde, com textura que pode variar de lisa a rugosa (Mesquita-
Rocha, 2019).
Após a invasão, os conídios de Aspergillus spp. Se desenvolvem em hifas,
resultando em uma doença inflamatória e invasiva das vias aéreas. O crescimento
excessivo pode intensificar a produção de muco e levar à pneumonia invasiva (Thomp-
son et al., 2021).
Infecções fúngicas, como a Aspergilose Pulmonar, são mais frequentemente
detectadas por meio de culturas, análise histopatológica ou detecção do antígeno
galactomanano no sangue ou no lavado broncoalveolar. Exames de imagem, como a
tomografia computadorizada, desempenham um papel crucial na avaliação diagnóstica.
É possível observar áreas de consolidação focal a substituição do ar por líquidos nos
alvéolos caracterizadas por nódulos cercados por infiltrados ou em vidro fosco
identificados por um aumento na área de atenuação pulmonar tendo as margens
brônquicas e vasculares preservadas (Jenks et al., 2018).
Considerando que essa levedura patogênica possui a habilidade de sobreviver e
persistir no ambiente hospitalar, além de colonizar rapidamente a pele dos pacientes,
tornando-se altamente transmissível (Forsberg et al., 2018). Portanto, é esperado que
sua incidência aumente globalmente, com surtos graves e prolongados. Após a infecção
inicial, a colonização pelo fungo nos pacientes pode persistir por semanas, assim como
sua sobrevivência em superfícies também é duradoura (Antunes et al., 2020).
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As manifestações clínicas da infecção por C. auris englobam uma variedade de
condições, incluindo infecções sanguíneas, do trato urinário, otite média, feridas
cirúrgicas, abscessos cutâneos relacionados à cateterização, miocardite, meningite e
infecções ósseas. No entanto, isolados desse fungo também têm sido obtidos de
diferentes regiões do corpo, em locais não estéreis, como pulmões, orofaringe, trato
urinário, sistema genital, tecidos moles e pele. Além disso, a colonização representa um
risco de transmissão, não apenas a partir de dispositivos invasivos e pontas de cateteres
(Cortegiani et al., 2018).
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A pandemia de COVID-19 resultou em um aumento global nos casos
relacionados a C. auris. Tanto o SARS-CoV-2 quanto C. auris foram detectados em
várias superfícies hospitalares, como grades de proteção, postes de soro, leitos, dutos de
ar-condicionado, janelas e pisos, o que indica possíveis locais de colonização do fungo
e, consequentemente, infecções em pacientes infectados pelo coronavírus que usam
dispositivos de ventilação mecânica e ventiladores assistidos (Anwar et al., 2020).
A associação entre COVID-19 e infecções fúngicas pode ter múltiplas causas,
incluindo a gravidade da doença e o uso anterior de antibióticos e corticosteroides, que
possuem efeito imunossupressor em neutrófilos e macrófagos (Chen et al., 2020).
Pacientes com COVID-19 pré-colonizados por A. fumigatus e C. auris e que necessitam
de cateteres, como cateteres venosos centrais e cateteres de Foley, apresentam maior
risco de desenvolver infecções por C. auris na corrente sanguínea e trato urinário,
respectivamente em ambientes de UTI (Nie et al., 2020) (Wang et al., 2020).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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et al., 2023).
Durante a crise da COVID-19 houve a necessidade de adaptação por parte de todas
as instituições de saúde para lidar com o crescente número de pacientes infectados pelo
vírus SARS-CoV-2. No entanto constatou-se que metade das fatalidades relacionadas à
COVID-19 estavam associadas a infecções secundárias (Manohar et al., 2020). Logo, as
infecções secundárias ou coinfecções podem desempenhar um papel significativo na
elevação da taxa de mortalidade em pacientes gravemente enfermos com COVID-19
junto a sobrecarga de trabalho enfrentada pelos profissionais da saúde e as falhas na
implementação adequada das medidas de precauções associadas ao aumento da
colonização e infecção pelo fungo C. auris e A. fumigatus em ambientes hospitalares
(Rossato et al., 2020).
É improvável que ocorra transmissão de C. auris ou A. fumigatus para pacientes
com COVID-19 por parte dos profissionais de saúde com a utilização dos equipamentos
de proteção individual de forma adequada, porém o uso prolongado ou incorreto desses
equipamentos pode ocasionar autoinfecção e disseminação do fungo. Isso se deve à
falta de conformidade com as diretrizes de substituição de luvas e higienização das
mãos antes e após o contato com cada paciente, resultando não apenas na transmissão
cruzada entre os pacientes, mas também na contaminação do ambiente da unidade de
terapia intensiva (Chowdary et al., 2020).
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REFERÊNCIAS
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