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Departamento Ambiente
Março, 2023
Trabalho teórico prático poluição e qualidade do ar março de 2023
Sumário
1 INTRODUÇÃO 3
4 LEGISLAÇÃO 17
5 CONCLUSÕES 21
6 REFERÊNCIAS 22
Índice de figuras
Figura 1 - Adoção das orientações da qualidade do ar da OMS nas diferentes regiões do globo.
.....................................................................................................................................................9
Figura 2 – Anos de vida saudável perdidos devido à poluição do ar ambiente por cada cem
habitantes..................................................................................................................................10
Figura 3 - Evolução da qualidade do ar em Portugal .................................................................12
Figura 4 – Ultrapassagem dos padrões estabelecidos para o poluente ozono ao longo dos anos.
...................................................................................................................................................13
Figura 5 – Ultrapassagem dos padrões estabelecidos para o poluente PM10 ao longo dos anos
...................................................................................................................................................13
Figura 6 - Ultrapassagem dos padrões estabelecidos para o poluente dióxido de azoto ao
longo dos anos...........................................................................................................................14
Figura 7 - Metas a alcançar com o Zero Pollution Action Plan………………………………………………..16
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Trabalho teórico prático poluição e qualidade do ar março de 2023
1 INTRODUÇÃO
Apesar da qualidade do ar desde sempre ser alterada por fenómenos naturais a pequena e
grande escala, como erupções vulcânicas, incêndios florestais e tempestades de areia, a partir
do surgimento das primeiras revoluções industriais, no ínicio do século XVIII, na Inglaterra, e
espalhando-se a outras partes do mundo como a Europa e Estados Unidos, e
consequentemente o surgimento de grandes metrópoles, a presença de grande pressão
urbana e suas atividades diárias, aliada à concentração de industrias nestas zonas faz com que
atualmente uma proporção significativa da população urbana da Europa, assim como em
outros países como a China ou Índia viva em cidades onde a qualidade do ar é afetada (EAE,
2020) com prejuízo da saúde humana.
Os principais organismos que regulam esta temática, como a Organização Mundial de Saúde
(OMS), Organização Meteorológica Mundial da ONU (OMM), ou a União Europeia (UE) só
recentemente começaram a investigar mais exaustivamente a problemática, e a emitir
diretrizes e regulamentos que abordam esta temática. Estas, não tendo caráter legislativo,
precisam de ser acompanhadas de reuniões regionais e mundiais e serem aceites com
declaração de compromissos internacionais e consequente criação de leis nacionais para a
redução dos impactos da poluição do ar. Como resultado destas iniciativas documentos
importantes como a Declaração de Estocolmo sobre Ambiente Humano, resultante da
Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano (1972), que reconhece a
importância da qualidade do ar saudável e as Diretrizes da Organização Mundial da Saúde que
visam orientar os governos na definição de padrões e na implementação de políticas para
melhorar a qualidade do ar ou a Diretiva Europeia sobre Qualidade do Ar, que estabelece
padrões e metas de qualidade do ar na União Europeia, foram criadas (APA, 2023) .
A poluição do ar, além dos efeitos climáticos, tem grave prejuízo na saúde humana. De acordo
com a OMS é a causa de morte de mais de 6 milhões de pessoas por ano e é o maior problema
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ambiental que afeta diretamente a saúde das populações. Poluentes no ar são responsáveis
por cerca de um terço das mortes por acidentes cardiovasculares, doenças respiratórias
crônicas e cancro de pulmão, além de um quarto das mortes por ataque cardíaco (UNEP,
2017).
Estes relatos são exemplos das consequências da pobre qualidade do ar e das suas
consequências, e também de como os efeitos da má qualidade do ar são muito potencializados
por fenómenos atmosféricos que não são possíveis de controlar.
No boletim anual sobre a qualidade do ar, a OM avisa que centenas de milhões de pessoas,
serão afetadas pela deterioração da qualidade do ar prevista para este século, devido ao
aumento de incêndios e da intensidade e duração das vagas de calor.
Exemplificativo deste cenário tem-se relatos das consequências dos mais recentes grandes
incêndios na qualidade do ar. No oeste da América do Norte, os incêndios florestais entre maio
e setembro em algumas áreas causaram a subida para quatro vezes o nível recomendado pela
OMS nas concentrações de material particulado fino (PM2.5), sendo estes os mais nocivos para
a saúde humana. Adicionalmente "as alterações climáticas podem exacerbar os episódios de
poluição da superfície pelo ozono, resultando em efeitos adversos para a saúde de centenas
de milhões de pessoas", prevê a OMM. (WMO, 2022)
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A exposição a curto e longo prazo a poluentes nocivos foi associada a uma série de problemas
de saúde, desde irritação nos olhos e nas vias respiratórias até doenças crônicas como doenças
cardiovasculares e pulmonares e aumento do risco de diferentes tipos de cancro. Além disso, a
poluição do ar pode afetar o desenvolvimento fetal e infantil, causando problemas de
desenvolvimento cognitivo e respiratório em crianças expostas a altos níveis de poluição
(EPRS, 2021). Estima-se que os problemas de saúde associados à poluição atmosférica custem
aos europeus até 940 mil milhões de euros por ano entre cuidados de saúde acrescidos,
pagamento de pensões devido as pessoas que ficam incapacitadas e perda de produtividade
decorrente da incapacidade temporária ou permanente decorrente dos problemas de saúde
associados a poluição do ar (Euronews, 2020 ).
Para melhor compreensão da temática são de seguida apresentadas descrições dos poluentes
e suas consequências a nível de saúde humana e estatísticas referentes a cada poluente.
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Quando inalado, o dióxido de enxofre pode causar uma série de efeitos prejudiciais à saúde,
especialmente nas vias respiratórias. Ele pode irritar os olhos, o nariz e a garganta, causando
tosse, falta de ar e chiado. Pessoas com asma ou outras condições respiratórias preexistentes
podem ser particularmente afetadas. A exposição crônica ao dióxido de enxofre pode levar a
danos pulmonares permanentes e aumentar o risco de infeções respiratórias.
De acordo com um estudo publicado pela OMS a exposição ao SO 2 é responsável por cerca de
12.000 mortes prematuras por ano em todo o mundo. No entanto, vale ressaltar que a
mortalidade relacionada ao SO2 pode variar significativamente dependendo do local e do nível
de exposição.
O ozono e outros oxidantes fotoquímicos são poluentes que não são emitidos diretamente por
fontes primárias. Estes abrangem um grupo de espécies químicas formadas por meio de
reações que ocorrem quando a radiação solar interage com certos poluentes atmosféricos,
incluindo óxidos de azoto (NOx) e compostos orgânicos voláteis (COVs), que são libertados
principalmente por veículos, indústrias e atividades agrícolas.
Quando esses poluentes reagem por ação da radiação há formação de ozono no ar próximo ao
solo, onde ao ser inalado podem causar irritação nos olhos, no nariz e na garganta, além de
afetar os pulmões e o sistema respiratório em geral. O ozono no nível do solo foi associado a
16.800 mortes prematuras (EEA, 2020).
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O Material particulado fino, é uma forma de poluição do ar que consiste em partículas com
diâmetro menor ou igual a 10 e 2,5 micrómetros. Estas partículas são emitidas por diversas
fontes, como veículos, indústrias, queimas e tempestades de pó.
A exposição a longo prazo a altos níveis de PM2,5 pode aumentar o risco de doenças
respiratórias bem como doenças cardíacas e cancro de pulmão, assim como pode piorar os
sintomas de condições de saúde existentes (EEA, 2020). As regiões mais afetadas são as áreas
urbanas de países como Ásia e África, onde este poluente é especialmente importante devido
à combinação de altas concentrações de poluentes e à grande densidade populacional.
A AEA estima que, em 2019, aproximadamente 307.000 mortes prematuras foram atribuíveis a
PM2,5 nos 27 Estados-Membros da EU e que mais de 90% da população global em 2019 vivia
em áreas onde as concentrações excediam a diretriz de qualidade do ar da OMS de 2005 (AEA,
2023). Já a OMS estima que a exposição ao PM2,5 cause cerca de 4,2 milhões de mortes
prematuras por ano em todo o mundo.
Para reduzir a exposição ao material particulado fino, são necessárias medidas como a redução
das emissões de poluentes por veículos e indústrias, a utilização de tecnologias de filtragem de
ar, o controlo de queimadas e a conscientização pública sobre os efeitos da poluição do ar na
saúde. Além disso, as pessoas podem tomar medidas individuais para proteger sua saúde,
como evitar atividades ao ar live em dias de alta poluição e usar máscaras de proteção
respiratória quando necessário.
Para reduzir a exposição ao benzeno, é importante tomar medidas para controlar as fontes de
emissão, como a regulamentação de indústrias e veículos, o uso de tecnologias de controlo de
poluição e a promoção de fontes de energia limpa. Além disso, é importante promover a
redução à sua exposição, como evitar áreas de tráfego intenso quando este poluente sobe
acima dos valores definidos.
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Trabalho teórico prático poluição e qualidade do ar março de 2023
Desde 1987, a OMS publica periodicamente diretrizes de qualidade do ar com base em estudos
epidemiológicos para ajudar os governos e a sociedade civil a reduzir a exposição humana à
poluição do ar e os seus efeitos adversos. As diretrizes de qualidade do ar da OMS foram
publicadas pela última vez em 2021.
De acordo com o Programa Ambiental das Nações Unidas, em países menos desenvolvidos
98% das cidades com mais de 100.000 habitantes não cumprem as diretrizes de qualidade do
ar da Organização Mundial da Saúde (UNEP, 2017).
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Trabalho teórico prático poluição e qualidade do ar março de 2023
Figura 1 -
Adoção das orientações da qualidade do ar da OMS nas diferentes regiões do globo.
Embora a qualidade do ar tenha melhorado gradualmente nos países de alta renda nas últimas
décadas, as concentrações de poluentes ainda excedem os níveis publicados no Global update
2005 para vários poluentes em muitas áreas. A qualidade do ar de forma global piorou na
maioria dos países de baixa e média renda, acompanhando a urbanização em larga escala e o
desenvolvimento econômico que depende amplamente dos combustíveis fósseis.
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Trabalho teórico prático poluição e qualidade do ar março de 2023
Figura 2 – Anos de vida saudável perdidos devido à poluição do ar ambiente por cada cem habitantes.
Fonte: Relatório especial do Tribunal de Contas Europeu (2018)
Em 2018, verifica-se que os países desenvolvidos estão com melhor posição a nível de anos de
vida saudável perdidos devido à qualidade do ar por cada cem habitantes, enquanto que
países como a Índia, Polónia e China devido à grande industrialização dependente de
combustíveis fósseis possuem menor qualidade do ar que se traduz em efeitos concretos na
saúde das suas populações. A figura em análise é exemplificativa das grandes discrepâncias
que existem a nível de qualidade do ar pelo globo.
A União Europeia (UE) também estabeleceu padrões para os principais poluentes atmosféricos
baseados nas diretrizes de qualidade do ar da OMS de 2005, porém adaptados às realidades
de viabilidade técnica e econômica dos Estados-Membros, logo menos exigentes que as
diretrizes de qualidade do ar da OMS.
As mortes prematuras custaram, aos vários países europeus, cerca de 1,3 biliões de euros, de
acordo com o primeiro estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde, em 2010. Este é
um valor quase equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) da União Europeia em 2013
(OMS, 2010).
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cidades com base em seu Índice de Qualidade do Ar e fornece dados em tempo real sobre a
qualidade do ar em mais de 100 países.
Estes são apenas alguns exemplos de rankings e índices disponíveis para avaliar a qualidade do
ar a nível global, regional ou local, cada um tem suas próprias metodologias e critérios de
avaliação, havendo por isto necessidade de homogeneizar estas ferramentas para facilitar a
interpretação e comparação de dados.
De acordo com dados recentes do Índice de Qualidade do Ar Mundial (AQI World), Portugal
está classificado na posição 66 entre 106 países avaliados em termos de qualidade do ar. O AQI
World usa dados oficiais de estações de monitoramento de qualidade do ar para calcular o
índice de qualidade do ar de cada país. O índice varia de 0 a 500, com valores mais altos
indicando uma qualidade do ar mais baixa (AQI,2023).
É importante notar que a qualidade do ar pode variar de acordo com a localização geográfica e
as condições meteorológicas. Em Portugal, as áreas urbanas e industriais tendem a ter piores
índices de qualidade do ar do que as áreas rurais.
Além disso, as mudanças climáticas podem ter impacto na qualidade do ar, devido à elevada
suscetibilidade de Portugal a incêndios florestais que ocorrem com mais frequência.
Segundo o mesmo relatório, em Portugal foram registadas cerca de 12.000 mortes prematuras
por ano atribuídas à poluição do ar.
De acordo com o relatório "The State of Global Air 2021", publicado pelo Instituto de Saúde
Global da Universidade de Washington em 2021, Portugal ocupa a 21ª posição no ranking de
mortalidade por poluição do ar entre 204 países analisados. O relatório estima que em 2019 a
poluição do ar tenha sido responsável por cerca de 7.900 mortes em Portugal, o que
representa 7,1% de todas as mortes no país.
No entanto, em termos de ranking mundial de mortalidade por qualidade do ar, Portugal não
aparece entre os países mais afetados.
É importante destacar que a comparação entre países em relação à mortalidade por qualidade
do ar pode ser complexa, pois depende de fatores como a densidade populacional, a estrutura
demográfica e condições climáticas.
Embora Portugal esteja em uma posição relativamente melhor em comparação com muitos
outros países, a mortalidade por poluição do ar ainda é um grande problema de saúde pública
no país.
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De acordo com a figura 3, desde 2002 até 2020, a percentagem de dias com índice de
qualidade de ar bom aumentou de cerca de 35% para cerca de 80% e em contrapartida os dias
com índice de má qualidade do ar desceram dos 10% para cerca de metade e encontra-se
sobretudo nas grandes metrópoles portuguesas.
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Referente aos dados dos vários poluentes de interesse obtidos pelas redes de monitorização,
tanto a figura 4, 5 e 6 demonstram que as excedências aos objetivos de qualidade do ar a nível
do ozono, matéria fina e dióxido de azoto.
Figura 4 – Ultrapassagem dos padrões estabelecidos para o poluente ozono ao longo dos anos.
Fonte: Relatório Estado Ambiente Portugal, 2021
Figura 5 – Ultrapassagem dos padrões estabelecidos para o poluente PM10 ao longo dos anos.
Fonte: Relatório Estado Ambiente Portugal, 2021
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Figura 6 - Ultrapassagem dos padrões estabelecidos para o poluente dióxido de azoto ao longo dos anos.
Fonte: Relatório Estado Ambiente Portugal, 2021
Analisando as figuras nota-se a evolução positiva das últimas duas décadas a nível dos
poluentes dióxido de azoto, ozono e PM10, que se consideram ser dos mais prejudiciais à
saúde humana. Nota-se também que as áreas ainda que concentram mais poluentes são as
grandes áreas metropolitanas de Lisboa e Porto à exceção do poluente PM10 que é mais
significativo nas áreas litorais de Portugal devido à proximidade com o mar, que provoca a
formação deste tipo de material.
De acordo com o relatório State of Global Air de 2020, mais de metade da população mundial
está exposta a níveis de poluição do ar que excedem os padrões recomendados pela
Organização Mundial da Saúde. O relatório prevê que, se as tendências atuais continuarem, a
poluição do ar será responsável por cerca de 7,5 milhões de mortes prematuras por ano em
todo o mundo em 2030. Já para o ano de 2060 segundo o relatório da OMS aponta que, se as
tendências atuais continuarem, a poluição do ar será responsável por 9 milhões de mortes
prematuras por ano.
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figura 7 mostra graficamente o número de mortes prematuras expetáveis para o ano de 2030
através do cumprimento do Zero Pollution Action Plan na Europa. Espera-se um cenário em
que as mortes prematuras na Europa para reduzam cerca de metade. Assim sendo, percebe-se
a importância do cumprimento dos planos de ação para a evolução dos cenários futuros da
qualidade do ar.
Outro fator de relevo nas previsões futuras de qualidade do ar são as alterações climáticas. Por
um lado, o aumento da temperatura média global pode agravar a poluição do ar uma vez que
altas temperaturas e radiação solar intensa podem aumentar a formação de ozono e outros
poluentes atmosféricos. Além disso, eventos climáticos extremos, como ondas de calor, secas
e incêndios florestais, também podem aumentar a concentração de poluentes no ar. A figura
abaixo evidencia o aumento e dispersão de PM2,5 pelo globo decorrente de incêndios
florestais mais frequentes e intensos.
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Trabalho teórico prático poluição e qualidade do ar março de 2023
Verifica-se que a maior concentração de PM2,5 em geral ocorrem no sudeste asiático porém a
figura evidencia como um fenómeno deste tipo pode aumentar exponencialmente e de forma
global a concentração deste poluente que causa particular dano à saúde.
Por outro lado, a melhoria da qualidade do ar pode contribuir para mitigar as alterações
climáticas. Isto ocorre porque a poluição do ar é frequentemente causada pela queima de
combustíveis fósseis, que também são a principal fonte de gases de efeito estufa responsáveis
pelo aquecimento global. Portanto, a redução da poluição do ar pode ajudar a diminuir as
emissões de gases de efeito estufa e, consequentemente, mitigar as alterações climáticas.
Além disso, algumas políticas de mitigação das alterações climáticas, como a promoção de
fontes de energia limpa e o desenvolvimento de sistemas de transporte público eficientes,
também podem contribuir para melhorar a qualidade do ar através da redução das emissões
de poluentes atmosféricos, Em resumo, as alterações climáticas e a qualidade do ar estão
interligadas e precisam ser abordadas de forma conjunta.
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4 LEGISLAÇÃO
Portugal, sendo membro da União Europeia, e estando esta a desenvolver esforços para
resolver a problemática da poluição do ar através da implementação das diretrizes da OMS
para a qualidade do ar, adotada os padrões de qualidade do ar e metas estabelecidos pela EU
nomeadamente pela mais recente Proposta de Diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho
relativa à qualidade do ar ambiente e a um ar mais limpo na Europa de 26.10.202.
Assim estes padrões são aplicados e transpostos para normas nacionais pelas autoridades
reguladoras e definem o nível aceitável de um poluente atmosférico, como uma concentração
medida no ar ambiente por um tempo médio específico e incluem um número permitido de
excedências num determinado período.
No entanto as normas dentro dos diferentes países da EU podem diferir derivados de aspetos
jurídicos, custo-benefício ou custo-efetividade, viabilidade tecnológica, medidas de
infraestrutura e considerações sociopolíticas nível de desenvolvimento econômico do país, da
capacidade de gestão da qualidade do ar e de populações que possam ser mais suscetíveis aos
efeitos da poluição do ar (APA, 2023).
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A tabela abaixo permite a comparação entre os valores limites para os poluentes definidos na
legislação portuuesa que regulamenta a qualidade do ar assim como os valores a atingir pela
EU até 2030 e os valores definidos como sendo os padroes de qualidade do ar da antiga e mais
recente versão da guidelines da OMS.
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Tabela 1 - Valores limites para a concentração dos principais poluentes atmosféricos e metas das diretrizes da
qualidade do ar.
Valor
Meta Metas Metas
Limiar limite
Período de Valor Limiar de AQG AQG provisorias
Poluente de até 1
referência limite informação (OMS) (OMS) (OMS)
alerta janeiro
2021 2005 2021
2030
350 350
1 hora
Dióxido de (1) (10)
enxofre 125 500 125
1 dia 50 (11) 40 (a) 20
ug/m3 (2) 50
1 ano 20
200
1 hora 200 (8)
(3)
Dióxido de 120
azoto 1 dia 400 50 (9) 25 (a) -------- 50
ug/m3
40
1 ano 40 20 10 40
20
150
1 dia 50 (4) 45 (7) 45 (a) 50
PM 10 50
ug/m3 70
1 ano 40 20 15 20
20
75
1 dia 25 (6) 15 (a) 25
PM 2.5 25
ug/m3 35
1 ano 20 10 5 10
15
Média
máxima
Monóxido diária por 10 10 4 (a) -------- 7
carbono períodos
mg/m3 de 8 horas
1 dia 4 (12)
Época 60 -------- 100
pico (b) -- 70
Média
Ozono
máxima
ug/m3 240 100 160
diária por 120 180 (5) 100
(5) (a) 120
períodos
de 8 horas
Benzeno 5
1 ano 3,4
ug/m3 ug/m3
Benzo[a]pireno
1 ano 1 1
ng/m3
Níquel
1 ano 20 20
ng/m3
Cádmio
1 ano 5 5
ng/m3
Arsénio
1 ano 6 6
ng/m3
Chumbo
1 ano 0,5 0,5
ug/m3
(1) A não exceder mais de 24 vezes por ano civil. (2) A não exceder mais de 3 vezes por ano civil. (3) A não exceder mais de 18
vezes por ano civil. (4) A não exceder mais de 35 vezes por ano civil. (5) A não exceder mais de 18 vezes por ano civil (6) A não
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Trabalho teórico prático poluição e qualidade do ar março de 2023
exceder mais de 18 vezes por ano civil. (7) A não exceder mais de 18 vezes por ano civil. (8) A não exceder mais de 1 vez por ano
civil. (9) A não exceder mais de 18 vezes por ano civil. (10) A não exceder mais de 1 vez por ano civil. (11) A não exceder mais de 18
vezes por ano civil. (12) A não exceder mais de 18 vezes por ano civil. (a) A não exceder 3 a 4 vezes por ano. (b) media diária do
máximo 8 horas, com a maior média de concentração em 6 meses consecutivos.
Analisando a tabela verifica-se a evolução dos limites recomendáveis para valores mais baixos
com o passar dos anos. A diminuição destes valores pretede reduzir as consequências da
poluição atmosférica o que com o passar dos anos é acompanhado e possível pelo
desenvolvimento de ferramentas e tecnologias que permitem o melhor controlo da emissão d
poluentes, implementação de leis mais restritivas e pelas ferramentas de aviso e sensibilizãçao
à população.
Relativamente ao chumbo, arsénio, níquel e cádmio uma vez que se tratam de metais pesados,
com grande poder de bioacumulação e persistencia nos organismo humano, com caraterísticas
cancerígenas e mutagénicas o decreto lei preve concentrações na ordem dos nanogramas/m 3
ou seja grandezas de concentracões 1000 vezes menores relativamente a outros poluentes.
(DL)
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5 CONCLUSÕES
A maioria dos países tem problemas a pequena ou grande escala relacionados com a qualidade
do ar. Estes problemas são mais elevados em paises em desenvolvimento com recurso
combustiveis fosseies e em paises com grandes áreas urbanas e industriais. Verifica-se que as
emissões de poluentes atmosféricos estão ligadas à queima de combustíveis fósseis, à
produção industrial e à agricultura intensiva e a eventos climáticos extremos, como incêndios
e secas.
Em resumo, a qualidade do ar é um desafio global que exige uma ação coordenada em nível
local, regional e global. A proteção da qualidade do ar é vital para proteger a saúde pública,
garantir a sustentabilidade ambiental e promover o desenvolvimento sustentável uma vez que
necessita de soluçoes inovadoras e incentiva líderes e instituições à ação.
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6 REFERÊNCIAS
Agência Portuguesa do
Ambiente. (2021). Relatório do Estado Ambiente Portugal. Obtido de
https://sniambgeoviewer.apambiente.pt/GeoDocs/geoportaldocs/rea/REA2020/REA2020.pdf
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