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NOVAS ESPÉCIES
SLADE
Slade
ZZZZ
D677s
Dohner, Laurann
ISBN: 978-85-7930-870-3
www.universodoslivros.com .br
PRÓLOG O
Ela j á sabia lidar com o fato de que era m uito fechada, m as isso
ainda a chateava às vezes. Term inara a escola com apenas 14
anos de idade e, quando tinha 24, havia concluído a faculdade de
Medicina, com pletado a residência e passado alguns anos nas
trincheiras de alguns dos hospitais m ais conhecidos por receberem
vítim as de traum as. Com 28 anos, ela chegou ao seu em prego
dos sonhos, em um dos m elhores hospitais dos EUA.
Sem pre fora um pouco tím ida, com um a vida cheia de ocupações
que não a perm itia ter m uitas am izades, e tam bém havia o fato de
que poucas pessoas eram am igáveis com ela. Não era fácil ser sim
pática com quem a ignorava.
– É.
– Você é a próxim a. – O rosto enrugado dele parecia estar achando
m uita graça de algo, satisfeito dem ais para o gosto de Trisha. – Há
um paciente chegando que é a sua praça. – Ele riu, obviam ente
fazendo algum a piada interna, cuj o alvo era ela.
Seus dentes se apertaram para que ela não dissesse nada de que
se arrependeria. Atirou o café gelado e o resto do sanduíche na
lixeira antes de sair do saguão e seguir Dennis pelo corredor. Deve
ser outra alma infeliz, pensou Trisha. Dennis adorava j ogar
bêbados, sem -tetos e m em bros de gangues para ela. Com o ele m
encionou “praça”, um m orador de rua lhe veio à cabeça.
Trisha com eçou a ficar preocupada. Não havia m uita coisa que
assustava Sally. Duas sem anas antes, a enferm eira sequer se
encolheu quando chegou por lá um m em bro de gangue com três
ferim entos de bala nas costas. Enquanto cuidavam do j ovem , um
a gangue rival enviara um de seus integrantes até a sala de em
ergência para liquidá-lo. Sally calm am ente aj udou Trisha a levar o
hom em inconsciente até um arm ário para escondê-lo, enquanto os
seguranças evacuavam o prédio para localizar o bandido arm ado.
– Você devia ter guardado essa para o prim eiro de abril. Qual é a
história de verdade? Estão trazendo um a vítim a fantasiada de
cachorro? É um ator que fingia ser um vira-lata num a festa de
criança e que tropeçou durante o espetáculo?
– Merda! – desabafou Trisha. Seu olhar flutuou até Dennis e ela fez
com a cabeça um aceno soturno para ele. – O que sabem os por
enquanto?
Trisha adorava trabalhar com ele. Era do tipo que podia fazer tudo.
Nunca reclam ava, nunca choram ingava sobre nada e fazia tudo o
que ela pedia, m esm o que não fosse tecnicam ente da alçada dele.
Sabia que ele faria o possível para aj udar. Ela correu para a sala de
exam es e observou seu tim e transferir a vítim a da m aca para a
cam a de exam e. Moveu a cabeça dele e, vestidas com as luvas,
suas m ãos desceram em direção ao rosto.
– Vej a isso – Sally m urm urou. – As roupas têm velcro nos lados,
em vez de costuras.
Sua equipe ficou im óvel, todos atentos a ela. Trisha se m exeu para
sair daquele m om ento de choque. Olhou fixam ente para os dentes
afiados na boca do paciente. Lem bravam presas de vam piro. Ela
colocou as m ãos com cuidado entre os lábios dele e abriu a m
andíbula para exam inar dentro da boca e verificar as vias aéreas.
Os fluidos que eles inj etaram no cam inho parecem ter aj udado.
– Onde? Cuidado.
Trisha ficou ali por alguns segundos, chocada por Jose ter acabado
de assum ir o paciente dela sem consultá-la. Ela rapidam ente saiu
do cam inho quando sua equipe deixou a sala de exam es com o
hom em inconsciente. Fitou o rosto do paciente, agora que tinha tem
po para pensar e sua m ente perm itia que as im pressões se
registrassem . Ele tinha cabelos com pridos, grossos e castanhos,
com raios dourados no m eio. Os olhos eram de um a cor única:
azul-escuro com raios de azul-claro se agitando em volta da íris,
tornando-os m uito bonitos. Ela arrancou as luvas ensanguentadas e
correu até um a lata de lixo. Ficou m uito irritada por não ser ela a
operá-lo.
A porta atrás dela se abriu, cham ando sua atenção. Ela viu o
próprio diabo quando o doutor Roldio entrou, parecendo acabado.
Ele acenou a cabeça para ela, indo até a m áquina de café. Trisha
se virou na cadeira para encará-lo.
– Ele sobreviveu?
– Não. Dem os plasm a universal e ele não o rej eitou. Ele está
estável agora, m as precisei m andá-lo à UTI, pois não tem os ideia
de com o que estam os lidando. A divisão que está trabalhando
nesse pesadelo nos disse que algum as dessas pessoas são m eio
perigosas. Tivem os que colocar guardas do lado de fora do quarto
para proteger a ele e a nós. Acho que há equipes de reportagem
acam pando na recepção para tentar dar um j eito de entrar tam
bém . – Jose se j ogou na cadeira e olhou para Trisha. – Não quis
passar por cim a de você. Acho você um a ótim a m édica, m as
esse estava acim a de m im . Os chefões estavam com m edo de
que ele m orresse, então m e convocaram . Essa m erda vai cair no
ventilador no m undo inteiro.
– Por que você teve que dar m eu nom e? Meu crachá do hospital j
á seria suficiente para que eu entrasse na UTI e o visse.
aniversário dela.
Jose riu.
– Minha esposa não é tão boa assim . Acho que preciso ligar para
um j oalheiro.
Por favor, fique de olho nele para eu poder dorm ir um pouco. Vão m
e bipar se for preciso. – Ele a cum prim entou ao sair.
Trisha bocej ou. Estava naquele turno há m uito tem po e era hora
de ir para casa. Ela pensou em sua cam a m acia e m al pôde
esperar para se j ogar nela.
Ele franziu a testa. Trisha estava presa em baixo dele, com o corpo
fortem ente pressionado contra o dele dos pés à cabeça. Tam bém
não conseguia ignorar o peso, nem o fato de que o corpo dele
cobria o seu totalm ente.
Voto em m ontar você, porque detestaria m atar algo tão belo. – Ele
sorriu para
– Sou a doutora…
queria funcionar.
– Não posso esperar para sentir o gosto de cada centím etro seu.
Vou enterrar m inha cara entre suas coxas e te foder com a m inha
língua até você im plorar para que eu te faça gozar, gracinha. Sei
que seu gosto vai ser tão doce quanto seu cheiro – ele rosnou m ais
alto. – Depois vou te virar, colocar a sua bunda para cim a e te m
ontar até você gozar de novo.
Ele se debatia, com o pau se esfregando com m ais força contra ela,
deixando-a m ais ciente do quão excitado estava. Ela viu dois
assistentes enfiando agulhas nele enquanto o cercavam pelas
costas para segurá-lo.
Trisha pigarreou.
CAPÍTULO UM
UM ANO DEPOIS
Com binava com ele. Ele era um filho da puta enorm e, de peito
largo, cabelos longos e selvagens e exalava um a sensação de
perigo. Toda vez que m ostrava os dentes afiados e anorm alm ente
longos quando sorria, parecia predatório. Era quase com o se ele
estivesse am eaçando alguém quando sorria. Ele tam bém devia ser
o hom em m ais sensual que ela j á conhecera, e as lem branças
daquela cam a de hospital sem pre a faziam trem er de excitação.
Dois m eses antes, ela havia ouvido que em breve iriam abrir um
centro m édico privado em Hom eland e im ediatam ente enviou seu
currículo, na esperança de garantir um a das vagas para m édicos
que planej avam contratar.
Será que sequer eram sexualm ente com patíveis com os hum
anos? Trisha não tinha certeza da porcentagem de hom ens
envolvidos, m as, nos poucos relatórios que ela havia lido para se
preparar para os novos pacientes, estava docum entado que alguns
dos m achos inchavam na base do pênis logo antes da ej aculação.
Isso era doloroso para um a m ulher? Essa era um a pergunta que
ela queria fazer à m ulher que vivia com um Nova Espécie, m as
Slade ordenara que ela ficasse longe do casal.
– Doutora Norbit?
A voz puxou Trisha de seus pensam entos e a fez olhar para Paul,
que entrava na clínica para trocar de turno. Era o único enferm eiro
e parecia legal. Tinha quarenta e poucos anos e havia m encionado
um passado m ilitar.
– Pagaria pra saber o que você está pensando.
– ONE?
– Não.
– Dezessete m ortes? Eu não sabia que o núm ero era tão alto. – A
notícia horrorizou Trisha.
Você j á viu algum desses caras de perto? Céus! Eles são enorm es,
e acrescente a isso o fato de que são rápidos, têm audição, visão e
olfato aguçados e sim plesm ente arrebentam . Estive no exército e
com certeza absoluta não gostaria de enfrentar alguns deles, m esm
o com toda a m inha unidade m e dando cobertura.
Trisha olhou para o relógio. Ela não queria ouvir m ais nada sobre
com o as Novas Espécies eram m ás e perigosas. Eles j á a intim
idavam o bastante sem aquela especulação. Ela tam bém tinha
aprendido, desde que conhecera Paul, que ele podia divagar por
horas se tivesse a oportunidade.
Trisha saiu do centro m édico e foi cam inhando pela rua. Sua casa
ficava a apenas um a quadra dali, na área dos funcionários hum
anos, onde dezenas de casas de estilo chalé haviam sido
construídas. Ela havia ficado com um a azul e bonitinha. Olhou para
a lua, concluindo que era um a bela noite.
– É exatam ente aonde quero chegar. Você não devia ficar andando
sozinha.
Trisha deu um passo para trás, atordoada. Ela sabia que não
deveria estar, pois ele j á havia falado com ela de form a pior. Ele
não se lem brava, m as ela, sim .
Ficava chateada por ele lhe oferecer tão pouco, algo tão trivial,
enquanto ele se tornara um a ideia fixa para ela.
– Não, obrigada.
A pele ao lado dos olhos dele enrugou com a risada que deu
enquanto dava de om bros novam ente.
– Você que está perdendo. Sabe com o m e encontrar se m udar de
ideia. Eu te levo até a porta.
– Não, obrigada.
Trisha se virou para longe dele e saiu cam inhando rapidam ente
pela calçada.
Podia senti-lo atrás dela, m as ele não fazia nenhum som . Para um
hom em
Ela tirou a roupa no cam inho até o banheiro. Será que Slade se
lembra de mim?
Ele pode estar fazendo algum tipo de jogo doentio para ver se digo
alguma coisa.
Ela só não tinha certeza. Ele era bastante convincente se queria que
ela acreditasse que eles nunca tinham se encontrado no passado.
Ligou o chuveiro e esperou alguns m inutos para a água esquentar.
– Doutora Norbit.
– Trisha, é Paul. Tem os um problem a. Você pode voltar?
– Segure-se em m im , doutora.
Ele com eçou a correr pela rua. Chocada, Trisha j ogou os braços
em volta do pescoço dele para se segurar. Não podia acreditar que
ele a carregava, com o se ela não pudesse chegar à clínica sozinha.
– Me ponha no chão.
Ao entrar, Trisha ainda cam baleava do choque que ele lhe causara.
Havia um a área de espera que ficava separada do resto por um
longo balcão. Ela viu Paul se inclinando sobre alguém que estava
deitado em um a cam a na área aberta. Trisha em purrou para longe
os pensam entos sobre Slade e o que acabara de acontecer.
Moveu-se rapidam ente.
– O que há aqui?
Paul se virou.
– Você trabalha bem , Trisha. Duvido que ele fique com um a cicatriz
grande.
– Obrigada.
Paul sorriu.
Sentiu um grande alívio por não ver Slade por perto. Cam inhou por
uns dez m etros, até que sentiu sua presença. Parou, virou-se e o
viu andando na calçada, indo diretam ente até ela. Ele sorriu quando
seus olhares se encontraram .
– Sei o cam inho, obrigada. Tenho trinta anos, j á dom inei a arte de
chegar em casa.
Ela lançou um olhar a ele. Como você? Não disse isso em voz alta,
m as teve vontade. Ela continuou andando. Dessa vez ele ficou ao
seu lado. Ela teve que andar rápido para acom panhar as longas
pernas dele.
Ele sorriu.
Ela tocou nos cabelos úm idos. Tinha tentado ficar ruiva no ano
anterior, quando trabalhava no hospital onde eles se encontraram .
Agora estava de volta à sua cor norm al, um loiro-m el.
– Por quê? Para você m e insultar m ais? Para ser m ais babaca?
– Senhor Slade?
A doutora Trisha Norbit o odiava. Ele tam bém não podia culpá-la
por isso. Na m aior parte do tem po, ele fora um babaca com ela de
propósito. Irritava-se por se sentir atraído por ela, apesar de ter um
a m ulher fantasia em sua cabeça. Era quase com o se estivesse
traindo a m em ória de sua ruiva fantasiosa toda vez que seu corpo
respondia à doutora Norbit.
Parou e se virou para olhar m ais um a vez para a casa. Sua raiva
foi desaparecendo, até se tornar tristeza. Fantasias são para os
tolos. Aprenda a lição e fique bem longe dela.
CAPÍTULO DOIS
Slade patrulhava a seção hum ana de Hom eland, área em que ela
vivia e trabalhava; por isso, ela tinha de lidar com ele. Desde aquela
noite eles m al se falavam . Quando o faziam , pareciam ter um
acordo m útuo para não m encionar nada pessoal. Dois m eses se
passaram assim .
O cara era sim pático, m as ela preferia que não fosse. Slade tinha
um sorriso rápido, um grande senso de hum or, e toda vez que ela
tinha de falar com ele, ele a fazia sorrir. Ele havia garantido que
nunca ficassem sozinhos desde a noite em que ela lhe dissera
quem era. Ela ficava m uito grata por isso.
Às vezes, quando ela ia para casa à noite, via-o de relance na rua
escura.
Ela suspirou.
– Fico feliz que você ache divertido, pelo m enos. Eu certam ente
não acho.
Ela olhou ao redor da sala, percebeu que não havia m ais ninguém
lá e ficou tensa na hora. Oh-oh. Se estava bem lem brada, era a
prim eira vez que eles ficavam sozinhos desde aquela noite em que
ele a acom panhou até em casa. Eles tiveram algum as interações
quando houvera problem as entre a hum ana Ellie Brower e seu m
arido Nova Espécie. Fury fora baleado durante um a conferência de
im prensa que havia sido infiltrada por alguns m em bros de um
grupo de ódio e, durante sua recuperação, um a enferm eira o
drogara, num a tentativa de deixá-lo louco. Eles haviam se visto
nessa época, m as foram profissionais.
– Que bom que não perguntou o que quero. – Ele deu um sorriso
zom beteiro
– Você sabe que o senhor North e eu… que não há nada entre nós.
Ele é m eu chefe e seu líder. Minhas únicas relações com ele são
absolutam ente profissionais.
– Eu sei, m as adoro ver você ficar verm elha quando fica brava. –
De repente, ele sorriu. – Justice quer que você estej a pronta em um
a hora.
– Mas…
Ela olhou para o telefone, m eio tentada a ligar para ele e dizer que
não iria a lugar nenhum , m as m udou de ideia. Respeitava Justice
e, sej a lá qual fosse o m otivo, ele precisava dela para ir a um a
viagem longa. Ela não queria, m as iria.
– Disse que ficaríam os fora por dois dias, não duas sem anas,
doutora. Acho que você pode colocar aí sua própria bagagem se
acha que vai usar toda a porcaria que enfiou nessas m alas.
– Por quê?
– Ah, claro. – O j ovem rapaz era bem falante, o que era bom para
Trisha. – O
Ouvi dizer que ele queria você presente caso alguém tivesse
perguntas sobre algum lance m édico. – Ele tom ou ar. – Você ouviu
aqueles boatos idiotas sobre as pessoas poderem pegar
parvovirose e coisas das Novas Espécies, certo? Fiquei m eio
preocupado, m as Tiger j urou que era besteira. Conhece o Tiger,
doutora Norbit? Não é verdade, é? Não tenho com o pegar nenhum
a doença anim al trabalhando com as Novas Espécies, tenho?
Porque isso é algo que eu realm ente detestaria. Acho que deveriam
nos pagar adicional de insalubridade se for verdade. Minha m ãe diz
que eu deveria ir a um veterinário e tom ar um as vacinas, apenas
para garantir, porque…
– Juro que você não tem com o pegar parvovirose das Novas
Espécies, Bart.
Obrigada – ela enfatizou essa palavra –, por m e dizer aonde estam
os indo e por quê. – Ela lançou a Slade outro olhar zangado. –
Algum as pessoas não gostam de gente educada, m as eu com
certeza gosto.
– Posso ser bem legal quando quero. Sei com o puxar conversa. –
Seu olhar se elevou e ele piscou para ela. – Sou bom com m inhas
habilidades orais quando estou m otivado. – Ele olhou para o colo
dela e seu sorriso se alargou. – Sou m uito bom com m inhas
habilidades orais.
Ele não estava falando de conversa e ela sabia disso. Por que sem
pre tentava irritá-la? Talvez achasse que podia constrangê-la com
suas insinuações sexuais espalhafatosas, m as ela era um a m
édica. Respirou fundo e forçou um sorriso. Já fora assediada dem
ais por hom ens bêbados em salas de em ergência para cair na
dele.
Ela sorriu m ais para ele, lam beu os lábios, deixando a língua
deslizar lentam ente sobre a superfície. Ele apertou a m andíbula ao
se aj eitar no assento e ela notou o interesse.
– Um a boa conversa é m uito im portante, não acha? É m uito estim
ulante e prazerosa se for feita da m aneira correta. Você pode se
surpreender ao ver o
Ele rosnou para ela. Ela riu e se virou para olhar pela j anela
enquanto eles deixavam Hom eland. Os guardas no portão
acenaram para a SUV. Trisha não se preocupou em olhar para
Slade. Estava com m edo de que ele ainda estivesse olhando para
ela. Se virou para a j anela e se aj eitou até encontrar um a posição
confortável.
Quem vai bater em nós? Trisha virou a cabeça para olhar para a
parte de trás da SUV. Ela viu um cam inhão verm elho com um a
grade de m etal vindo rápido atrás do veículo. Sabia que estava
boquiaberta quando o cam inhão se aproxim ou, percebendo que
ele iria golpeá-los. Ela arfou suavem ente quando ele se chocou
com a parte traseira do carro.
m atar.
O cam inhão bateu nele de novo. Trisha foi j ogada contra a porta ao
lado dela, m as dessa vez conseguiu não bater a cabeça. Em vez
disso, sua m ão se esm agou entre seu corpo e a porta que
segurava. Slade foi j ogado na parte de trás do banco do
passageiro, antes de se apoiar nos j oelhos e se inclinar em direção
à traseira do carro. Ele apontou a arm a.
Trisha se contorceu para ver a traseira. Ela viu vapor branco saindo
de baixo do capô do cam inhão verm elho, deixando óbvio que
Slade atingira o m otor com os tiros. Ele devia ter acertado o
radiador ou outra coisa. O cam inhão verm elho desacelerou e a
SUV se afastou. Slade parou de atirar. Ele xingava enquanto tirava o
pente vazio e colocava outro cheio, que estava em seu bolso.
Fizeram um a curva e o cam inhão verm elho não estava m ais atrás
deles.
– Quem era?
– Ainda sem sinal. – Seu olhar encontrou o dela. – Onde está seu
celular,
doutora?
Procurou sua bolsa, m as não estava onde ela a havia deixado. Ela
olhou para baixo e percebeu que havia caído no chão. Apontou
onde estava e Slade se lançou em direção à bolsa. Sua m ão
praticam ente a esm agou quando ele a puxou. Num piscar de olhos
ele tinha virado a bolsa e j ogando todo o conteúdo no assento entre
eles com alguns chacoalhões.
Trisha teve que lutar contra a vontade de gritar com ele quando sua
boca se abriu em choque. Aquelas coisas que ele j ogara no banco
com o se fossem lixo eram dela. Ele enfiou a m ão naquela bagunça
que fizera, achou o celular dela e o abriu.
Seu sangue subiu. Além disso, ela tam bém estava com m edo e m
uito, m uito brava. Ela soltou o cinto para se abaixar e pegar o
celular. Slade em purrou-a de volta no assento com a m ão.
– Alô? – Bart gritou. – Tem outro cam inhão. Vocês podem parar de
brigar?
Acho que tem os m ais um problem a. Parece que eles não estavam
sozinhos!
– Fique quieta – m andou ele. – São m inhas bolas que você está
pressionando.
Trisha apenas gritou. Ela estava com raiva, apavorada, e sua bunda
doía agudam ente onde ele a golpeara com aquela palm a grande.
Algo bateu com força na SUV e fez Slade cair em Trisha. Eles foram
j ogados para a frente e o corpo de Trisha deslizou com o dele. Am
bos se chocaram ao m esm o tem po contra o encosto dos assentos
dianteiros.
Não sabia o que estava para cim a ou para baixo. Não reconhecia
nada além da dor, do m edo e da sensação de m ovim ento. Mãos
agarraram suas coxas, ela bateu com força no corpo de Slade, e
então houve algo im placável. Fez-se um barulho de vidro
estourando, m etal rangendo e se estraçalhando, num volum e
ensurdecedor. Trisha continuou gritando m as, de repente, tudo
parou de se m exer.
Ela ofegava, deitada em algo rígido. Seu om bro, sua orelha e sua m
ão doíam .
Trisha se m exeu, o que a fez sentir dor nas pernas e nos j oelhos.
Ela gem eu.
– Estou atrás de você. Você está bem ? – Trisha pigarreou. Sua voz
sum ira ao falar.
Um gem ido de dor veio da parte da frente da SUV. Trisha lam beu
os lábios secos, sentindo no m esm o instante o gosto de sangue.
Com eçou a se m exer aos poucos em direção à terra, determ inada
a sair dos escom bros.
– Não – ordenou Slade. – Eles tinham arm as. Não sei até onde
saím os rolando, m as eles podem estar lá em cim a. Você pode
virar um alvo fácil se rastej ar para fora.
– Você é um cuzão.
Ele piscou.
É sério. – Ele piscou para ela. – Por m ais que eu saiba que você
quer ver com o sou grande, prefiro que sinta com as m ãos.
Ela deu um sorriso coraj oso para ele, sabendo que ele estava
sendo idiota apenas para distraí-la. Estaria surtando com aquela
situação terrível se não fosse por Slade. Eles haviam acabado de
rolar parte de um a m ontanha abaixo, hom ens arm ados podiam
estar a cam inho e Slade tentava cham ar atenção para si m esm o,
não para o perigo.
Ele com eçou a passá-la sobre seu corpo. Trisha levantou a parte
inferior do corpo e os j oelhos. Ela tentou não prestar atenção
quando seus seios roçaram na cara de Slade, nem em com o
conseguia sentir a respiração quente dele em sua barriga através do
tecido fino de sua blusa.
– Seria um a boa pensar num a dieta depois que sairm os vivos
daqui – sugeriu Slade, baixinho.
– Vá à m erda.
Ele riu.
– Depressa, doutora.
– Fique aí, doutora. Vou lá fora. Se você ouvir tiros, foi bom te
conhecer.
CAPÍTULO TRÊS
Merda. Trisha não podia ir m ais para a frente, pois o corpo dele
estava no cam inho e o volante estava acim a dela. Ela enxergaria
m elhor se tivesse um a lanterninha, pois o sol estava baixando e a
luz dim inuía.
– Tam bém estou com dor. Vam os lá, ouviu o que eu disse sobre os
hom ens que nos j ogaram para fora da estrada? Eles podem vir até
aqui e nos m atar. Preciso que você colabore com igo. Posso te aj
udar m ais se conseguirm os te soltar. Não posso fazer m uito por
você nesse m om ento, j á que não há espaço o bastante para
– Ótim o. Sei que só um a das suas m ãos está sem ferim entos, m
as você precisa usar seu braço bom para tentar abrir a porta. Vej a
se ela abre.
– Não consigo.
Trisha se contorceu, olhando para o banco do passageiro. O porta-
luvas estava aberto e as coisas haviam caído de dentro dele. Ela foi
lentam ente até a pequena área debaixo do banco do passageiro. A
j anela perm anecia inteira daquele lado, m as estava rachada e
trincada. Ela usou o papel que caíra do porta-luvas para se proteger
e cobrir o vidro quebrado que voara pelo interior da SUV quando ela
capotou. Estendeu a m ão até a m açaneta. Ela se m exeu, m as a
porta, não.
– Não sei. Vou ter que em purrar um pouco para o lado para ver se
consigo levantá-la alguns centím etros, porque a terra aqui está m
ole e a porta está afundada nela. – Ele fez um a pausa. – Talvez. Se
prepare para alguns m ovim entos.
Ela com preendeu o que ele pretendia fazer quando o viu se virar e
apoiar os pés atrás da porta do passageiro. Ele pressionou as
costas na lateral da SUV. Ela abriu a boca para lhe dizer que ele
não era forte o bastante para m over o carro um centím etro que
fosse, m as então o veículo se m exeu um pouco em baixo dela.
Trisha usou as duas m ãos para em purrar com força a porta que
estava a uns bons centím etros acim a do chão. Abriu-se m ais um
pouco, derrapando na gram a e na terra. Ela em purrou m ais forte e
conseguiu m ais um centím etro, talvez. O
– Me dê as m ãos e eu te puxo.
Saia de lado.
Trisha soltou o ar até parecer que seus pulm ões estavam sendo
esm agados em seu peito. Slade a tirou de dentro do veículo. Ela
tragou um pouco de ar enquanto Slade a arrastava para longe da
SUV.
Ele soltou as m ãos dela antes de esticar os braços para ela novam
ente enquanto ela se encontrava deitada no chão. Ele agarrou seus
braços acim a dos cotovelos e, lentam ente, aj udou-a a se levantar.
Ele a exam inou criticam ente antes de olhar nos olhos dela.
– Estou bem .
Trisha olhou para baixo, pois seu j oelho latej ava, e viu um rasgo na
calça. Ela se inclinou, lutou contra um m om ento de tontura, m as
passou. Tocou o tecido rasgado, m anchado de sangue. Pegou na
calça com os dedos e aum entou o buraco. Trisha achou que o som
do tecido rasgando foi alto.
Ela olhou m ais de perto para seu j oelho, vendo um a verm elhidão
e um a pequena laceração que seus dedos sondaram . Estava
sangrando um pouco, m as não precisaria de pontos. Ela se
endireitou e saiu m ancando ao redor do carro, e teve certeza de
que ficaria com sérios hem atom as.
– Sej a hom em – rosnou Slade para ele. – Você não pode ficar aí
pendurado o dia todo. Quando contar até três vou cortar o cinto e te
puxar para fora. Sua bunda vai cair, m as estou segurando sua
cabeça. Um , dois…
– Não! – Bart gritou, parecendo estar em pânico.
– Três!
– Você cuida dele. Vou salvar o que der, vai escurecer em breve.
Trisha se pôs de j oelhos para exam inar Bart, que chorava baixinho.
Um sentim ento de com paixão por aquele garoto de vinte e poucos
anos, m as que no m om ento agia com o se fosse bem m ais j ovem
, brotou dentro dela. Ela entendia com o ele devia estar am
edrontado. Suas m ãos percorreram o corpo dele, a única coisa que
ela podia fazer sem a m aleta m édica. Tudo o que tinha para exam
iná-lo eram seu toque e sua visão, para tentar fazer um a triagem .
– Onde dói?
– Minha m ão.
– Pode ser que ele tenha lesões internas, m as não vou saber sem
levá-lo a um hospital. Os únicos ferim entos de que tenho certeza
são na m ão e no pulso. Você pode ir até m inha m ala e pegar
algum as das m inhas roupas? Preciso delas.
– Eles podem ter ido buscar os im becis do cam inhão verm elho em
que eu atirei. Pode ser que haj a até m ais deles vindo atrás de nós.
Talvez queiram fazer um a festa. Podem estar agora m esm o vindo
até aqui. Vou dar um a olhada e você fica aqui. – Ele girou sobre os
calcanhares e desapareceu atrás da SUV.
Trisha afundou a bunda no chão. Sua cabeça doía e seu j oelho latej
ava. Ela evitava m exer seu om bro dolorido. Toda vez que m exia o
braço direito, tinha vontade de se encolher. Estendeu a m ão
esquerda para esfregar o om bro ferido.
Trisha poderia ter m orrido. A raiva o tom ava quando ele pensava
nisso. Ela definitivam ente havia sido ferida, o cheiro do sangue dela
ainda perm anecia em sua m em ória, apesar do cheiro horrível de
gasolina. Um a parte dele esperava que um ou dois daqueles
cretinos que os atacaram fossem atrás deles. Ele adoraria m atar os
filhos da puta por a terem m achucado.
Um a enorm e rocha interrom peu sua cam inhada e ele olhou para
a parte de cim a de um a parede de seis m etros. A SUV tinha caído
lá de cim a. A visão o fez perceber a sorte que tiveram de
sobreviver. A frente do veículo sofrera a m aior parte dos danos, m
as se tivesse batido de lado… Ele estrem eceu. Trisha teria m
orrido.
O hom em hum ano ao volante deveria ter sido m ais forte, m ais
valente, e dirigido o veículo a um lugar seguro. Em vez disso, o m
edo e o pânico tom aram conta de Bart, até que ele perdeu o
controle da situação e bateu o carro. Ele cerrou os dentes.
Ele devia ter insistido para deixarem -no dirigir, m as Justice queria
um hum ano ao volante para cham ar m enos atenção. Os vidros
escurecidos esconderiam Slade dos outros veículos na estrada. Ele
j urou que aquela havia sido a últim a vez que ele aceitava aquela
ordem . Era ele quem iria dirigir se Trisha andasse em outra SUV.
A gratidão por ele exigir ir com Trisha no carro o tom ou. A ideia de
ela poder ter sido atacada sem ele lá lhe dava calafrios. Ele
continuava observando a área lá em cim a, vendo se não havia
sinais dos agressores. Os hum anos seguiriam a trilha dos
destroços para localizá-los. Talvez achassem que estavam m ortos.
Ele relaxou. Seu povo entenderia pela dem ora que eles haviam tido
problem as.
Já teria escurecido antes de a aj uda chegar, m as ele m anteria
Trisha viva, não im portava o quanto seu povo dem orasse para
achá-los.
– Espero que isso aguente. Tem certeza de que nosso peso não vai
rom per as cordas? – O hom em que falava tinha um leve sotaque. –
Eles tinham que ter saído da estrada j usto aqui? É um terreno m
uito acidentado.
Ele perdeu a arm a durante o acidente, não tinha nem com o atirar
em alguns deles para que ficassem em igual núm ero. Se falhasse
em m atar todos antes que eles o abatessem a tiros, Trisha ficaria
indefesa contra eles. Ela ficaria à m ercê daqueles hum anos.
Deu um grunhido baixinho ao se virar e voltar correndo até ela. Não
iria arriscar a vida dela de j eito nenhum . Para ele, Bart não parecia
um hom em valente o suficiente para fugir com aqueles ferim entos.
Enquanto se m ovia rápida e silenciosam ente, para evitar alertar os
hom ens lá em cim a sobre sua presença, ele tom ou um a decisão
som bria.
– O que foi?
– Seis hom ens estão vindo atrás de nós. Eles têm cordas e arm as,
acho que foi por isso que dem oraram tanto para descer. O ponto de
onde caím os da estrada é íngrem e.
Daqui a pouco vai escurecer e não vam os saber onde eles estão.
Trisha lutou para ficar em pé e tentou fazer com que Bart segurasse
sua m ão para que ele se levantasse com aj uda do braço que
estava bom . Ele chacoalhou a cabeça com firm eza.
– Não, eu vou ficar aqui. Devem ser aqueles AntiNovas Espécies.
Vou dizer a eles que sou hum ano e eles vão cham ar aj uda para m
im .
– Estam os indo. Acho que vão te m atar, então m exa essa bunda e
venha se quiser continuar vivo. – Slade rosnava as palavras. – Você
vai m orrer se ficar aqui, garoto. Não tenho tem po para segurar sua
m ão enquanto você tenta raciocinar. Não vou arriscar a m inha vida
ou a dela pensando aqui com você.
Levante-se.
– Você vai m orrer, m as não tenho tem po para discutir. Você foi
avisado. Eu tentei e isso é tudo o que posso fazer por você. – Slade
se virou e segurou o rosto de Trisha em sua m ão grande,
obrigando-a a olhar para ele. Seu olhar intenso encontrou o dela. –
Precisam os ir rápido e aum entar a distância entre nós e eles.
Você está m ancando e vou levá-la nas m inhas costas. Eu te levaria
na m inha frente, nos braços, m as o terreno é m uito acidentado e
preciso que m inhas m ãos fiquem livres. Não discuta com igo,
doutora. Eles estão chegando. Nós vam os m orrer se ficarm os
aqui.
Trisha teve que concordar. Ela não tinha nenhum a dúvida de que
aqueles hom ens eram perigosos.
– Ok.
– Suba.
Ela não m ontava nas costas de ninguém desde que era pequena,
m as não hesitou em subir nas costas de Slade. Ela colocou os
braços frouxam ente ao redor do pescoço dele, assegurando-se de
que não iria sufocá-lo, e ele segurou suas coxas contra o quadril
dele ao se levantar. Trisha olhou para Bart no chão.
– Eles não vão m e m achucar. Vou ligar para Hom eland quando
chegar a um hospital. Vou contar a eles o que houve e eles vão
enviar aj uda a vocês.
Ele saiu andando rapidam ente por entre as densas árvores, sem
esperar por um a resposta de Bart. Trisha segurou-se firm e.
CAPÍTULO Q UATRO
– Pode m e descer, consigo andar. Meu j oelho não está tão ruim
assim .
vento batia e soprava um ar fresco neles por trás. Trisha sentia frio
nas costas, m as na frente estava quentinha, pressionada contra
Slade. Seus braços doíam de segurar nele e ela tentava ignorar os
m úsculos doloridos entre as coxas. Ela não estava acostum ada a
ficar agarrada a algo por m uito tem po.
– Obrigada.
– Isso não foi um insulto, m as você tam bém não é leve com o um a
plum a.
– Desculpe.
– Cale a boca – suspirou ele.
Ele só dim inuía o ritm o quando eles tinham que fazer algum a
subida ou quando ele precisava atravessar um tronco caído.
Tiveram que fazer isso duas vezes.
BUM!
Pausa.
BUM! BUM!
– Três tiros. É. – Slade com eçou a andar novam ente. – Acho que
no fim das contas eles não se im portaram se ele era um hum ano
puro ou não.
– Não chore por ele, doutora – rosnou Slade. – Sei que é difícil, m
as prim eiro sobreviva, fique de luto depois. Você não pode fazer
nada por ele agora.
– É tudo o que tem os, então dê apenas um gole. Espero que logo
encontrem os água.
Trisha tateou a garrafa, tirou a tam pa e deu um gole para aliviar sua
garganta seca. Ela deu m ais um pequeno gole antes de colocar a
tam pa de volta.
– Pode ser que tenha m ais gente nos procurando. Eles podem
estar dirigindo pelas estradas, esperando aparecerm os. É o que eu
faria se estivesse caçando alguém . Perdidos, estam os m ais
seguros. Todos os nossos veículos têm sistem as de rastream ento,
pode dem orar um pouco para o m eu povo localizar o sinal, j á que
não tinha nem sinal de celular aqui, m as eles saberão onde
procurar. Justice sabia nossa rota, ele j á deve ter percebido que
aconteceu algum a coisa, porque deveríam os ter chegado antes de
escurecer. Deve ter tentado m e ligar e, com o não atendi, concluído
que estam os em apuros. Vam os ficar aqui. Tom ara que m eu povo
nos encontre antes daqueles hum anos.
Slade hesitou.
Silêncio.
– Eu não m orreria.
– Mas você não vai dizer, vai? Por que se esforça tanto para tentar
m e irritar?
– Não, obrigada.
– Slade?
– O quê?
– Preciso ir ao banheiro.
Ele suspirou.
direção do vento.
– Por quê?
Ele hesitou.
– Não quero sentir cheiro de urina. E realm ente não quero ficar a
favor do vento se você tiver que fazer outra coisa.
Ele gentilm ente pôs Trisha de pé e ela o seguiu. Ele cam inhou por
cerca de vinte m etros antes de parar.
Ele riu.
Já fazia quinze anos desde a últim a vez que Trisha acam para. Ela
desabotoou a calça e deixou-a cair. Não enxergar por causa da
escuridão atrapalhava. Ela rezou para que Slade realm ente não
estivesse em algum lugar em que pudesse vê-la. Ela ouviu algo
vagam ente e sorriu. Ela o invej ava por ser hom em naquele m om
ento. Ela rapidam ente term inou e aj eitou a roupa. Andou alguns m
etros e esperou.
Ele riu.
– Não sei, m as eu queria ter certeza. – Ele apertou a m ão dela e a
levou até o local de descanso. – Boa noite, doutora.
Silêncio.
– Você não ousaria fazer isso. Salvei sua vida hoj e te carregando
por quilôm etros nas m inhas costas.
– Eu ousaria sim . Me diga o que fiz para não m erecer nem m esm
o que você diga m eu nom e. Quero um a resposta. Você não tem
ideia de com o isso é irritante. Vou com eçar a te cham ar de 215 se
você não parar com isso ou pelo m enos m e explicar por que sente
necessidade de m e deixar brava.
É claro que não saiu com o ele planej ara. Ficou em choque quando
m ais hum anos entraram correndo no quarto para segurá-lo, seus
reflexos ficaram lentos com as drogas em seu sistem a e ele
acordou descobrindo que seu m undo havia m udado para sem pre.
Ele j á não estava trancado em sua cela, nem acorrentado a um a
parede, e os cheiros ao seu redor lhe asseguraram que nada era
fam iliar. Eles o deixaram am arrado, m as ele entendeu por que isso
havia sido necessário. Ele não os teria atacado, m as teria tentado
fugir.
O governo dos EUA lhes prom eteu um lugar próprio, onde seu povo
poderia viver a salvo da im prensa e dos hum anos que os viam com
o um a am eaça. Eles leriam livros, veriam TV e conversariam com
hum anos, que responderiam a
Aquilo doeu. Tudo o que ele queria era que ela o visse com o um
parceiro sexual, um sem elhante, e ele estragou tudo para sem pre
quando a insultou ao não reconhecê-la quando se viram novam
ente. Ela obviam ente não tinha perdão em seu coração. A dor
rapidam ente se transform ou em raiva. Ela que se dane. Se algum
homem merece alguma folga, sou eu.
A lem brança de tocá-la, sentir o gosto de sua pele e o cheiro de sua
excitação passou rapidam ente por sua m ente. Ela podia não vê-lo
com o hom em , m as seu corpo podia ser persuadido de outra m
aneira. Luxúria e desej o o atingiram com força. Talvez ela só
precisasse aprender, sem sua m ente estragando toda a verdade.
Ele se m exeu antes que pudesse desistir daquela ideia louca.
– Quer saber por que não digo seu nom e, Trisha? – Ele falava
baixinho, quase sussurrando.
Ela engoliu em seco, surpresa por ele finalm ente pronunciar seu
nom e.
– Por quê?
– Com o eu te irrito? É você quem sem pre faz algum com entário
engraçadinho e constantem ente faz com entários sexuais
grosseiros.
– É você que eu tenho tanta vontade de foder que até dói. – Ele
rosnou para ela. – Isso é m ais irritante do que m e ouvir falando
besteiras, doutora, acredite em m im . Eu não deixo você tão dura a
ponto de achar que a calça vai arrebentar.
Para ela, ele devia odiar qualquer tipo de m édico, com aquele
passado traum ático. Ela tam bém achava que ele poderia vê-la com
o um a esnobe, pois as
pessoas sem pre a acusavam de ser m uito reservada. Não era sua
intenção, ela só não sabia com o se relacionar com as pessoas.
Slade rosnou.
– Você esquenta sim – m urm urou ele tão baixo que ela quase não
o ouviu.
– Mas…
Trisha fechou a boca. Ela trem ia e seu corpo doía. Aquele filho da
puta. A raiva j orrava dentro dela. Ele havia propositadam ente a
excitado e ido em bora, deixando-a sozinha para lidar com a rej
eição. Era exatam ente isso. Ela praticam ente im plorara para que
ele a possuísse. Ela pode não ter dito as palavras, m as seu corpo
falou por ela.
Ele odiava lágrim as. Ela o vira reagir à dor de Bart e podia im
aginar que a m aioria dos Novas Espécies não tinha m uita
paciência com fraqueza. Eles haviam tido vidas m uito duras, e
durante os anos que haviam sofrido em cativeiro lhes fora incutido
que fraqueza era algo ruim . Ela apostava sua vida que Slade nunca
chorava.
CAPÍTULO CINCO
Ela não reclam ou, m as ele notou sua fadiga. Tinha que adm itir
que sentiu um certo orgulho por ela ter lidado tão bem com aquela
situação de estresse.
Hum anos não eram m uito valentes, m as ela foi coraj osa. Isso o
fez querê-la ainda m ais.
Delicadam ente, faria seu m elhor para fingir que podia ser m ais
hum ano do que realm ente era, pelo bem dela.
Ele farej ou o ar, o cheiro de fum aça quase o fez espirrar e ele se
afastou lentam ente daquela área. Deixara Trisha sozinha por m ais
tem po do que pretendia. Ele precisava se certificar de que tinha seu
desej o sob controle antes de tocá-la novam ente. Caso contrário,
todas as suas boas intenções seriam esquecidas.
Os hum anos talvez tivessem que esperar o sol raiar para m ontar
um a m issão de resgate, m as as Novas Espécies j á estavam atrás
deles. Ele sabia disso tão bem
Ela teve vontade de chorar por ele ter voltado, grata por ele retornar
em segurança e por não tê-la abandonado. Ela engoliu um soluço e
piscou com força para segurar as lágrim as que nadavam em seus
olhos. Slade se deitou de costas ao lado dela, a apenas alguns
centím etros de distância, e respirou fundo.
– Se enrole em m im – exigiu ele. – Está frio.
Trisha não falou nada, com m edo de que sua voz entregasse que
ela estava em ocionada. Apenas se deitou ao lado dele, ouvindo sua
respiração.
– Está bem . Fique aí. – Pelo tom de voz, ele parecia aborrecido. –
Boa noite.
Ele estava bem quente. Ela estrem eceu, e chegou m ais perto dele
até que seu corpo se pressionou com firm eza contra o dele. Ela
colocou a m ão na barriga dele. De repente, o corpo em que ela se
encostava ficou tenso. Trisha congelou, seu coração bateu forte. A
respiração dele havia m udado.
Ela hesitou.
– Estou congelando.
Ele suspirou.
– Me esfregue.
– Vá se foder.
Ele riu.
Prim eiro, você faz barulho. Não posso deixar que você grite
enquanto te com o, j á que estam os sendo caçados. Você os faria
descobrir onde estam os. O segundo problem a é que, se você quer
se encostar em m im e ficar quentinha enquanto dorm e, vou querer
dorm ir tam bém , m as não vou conseguir, j á que você m e deixa
tão duro que daria até para m edir m eu pulso.
– Cuzão.
– Há essa opção – riu ele. – Acho que não seria bom , doutora.
Prefiro ouvir você gritar de prazer do que de dor. Mas isso quer dizer
que ainda assim haveria gritaria e você entregaria nossa
localização.
– Você… você…
– Não é daquelas que curtem a porta dos fundos, né? Que bom que
encontram os algo sobre o qual concordam os, eu tam bém não
curto. Hum anos m e garantiram que é m ais apertado, m as sou um
cara que curte boceta. Agora, ou m e esfregue ou se afaste.
– Solte a m inha m ão.
Ele hesitou.
– Você queria ser tocado, certo? Bem , é o que vou fazer, Slade.
Preciso abrir sua calça para isso.
– Deixa com igo – m urm urou ele baixinho. O tom de divertim ento
desaparecera de sua voz.
Ela fitou, tentando vê-lo. Mal podia ver algum a coisa, m as pelo j
eito ele não tinha nada do que se envergonhar, isso era certo. Não
havia com o não saber o que era aquela silhueta ereta e orgulhosa.
Ele era longo e grosso, do j eito que parecia dentro da calça. Ela
hesitou, a ideia daquilo dentro dela se eles transassem a assustou
um pouco. Ele era m aior do que qualquer um com quem ela j á
estivera. O núm ero de am antes que j á tivera não era im
pressionante, eram
A raiva de Trisha desceu pelo ralo. Ele a excitava. Ela odiava isso,
m as era verdade. Gostou de tocá-lo. Mordeu o lábio e enrolou a
outra m ão na base do pau de Slade. Ele m exeu as pernas,
tentando abri-las m ais para que ela o explorasse.
Slade se sentou.
– Sim , quero.
– Por quê?
O coração dela com eçou a bater forte. Ela tinha um a ideia do que
ele faria.
Ele estava de j oelhos e havia deixado-a de costas para ele. Ela se
m exeu e encaixou as duas pernas entre as dele, que estavam
afastadas. Seus pés se enroscaram na calça dele, que ele baixara
até o tornozelo, m as ela os levantou e passou-os por cim a dela.
Ele tirou um a das m ãos da cintura dela e deslizou a outra pela
frente do corpo dela. Ela ficou tensa e sua respiração aum entou
– Sim .
– Não posso esperar, preciso m uito estar dentro de você, não vou
ficar te alargando m ais com m eu dedo. Sinto m uito, m as tenho
que te foder agora ou vou m orrer. – Ele pressionou a cabeça de seu
pau bem na entrada da abertura vaginal. Sua m ão esquerda largou
o seio dela e a agarrou pelo quadril com as duas m ãos. – Silêncio,
docinho. Fique bem quietinha. Vou tom ar cuidado, você é tão
apertada que tenho m edo de te m achucar e não quero isso.
Ela abriu a boca para dizer que sim , m as a m ão que segurava seu
quadril se soltou dele e cobriu sua boca no m om ento em que ele m
eteu fundo e com força.
– Todo cara incha por sexo – ele riu. – Nós incham os na base logo
antes de gozar e ficam os assim por alguns m inutos depois.
– Vocês não têm espinhos, né? Caram ba, m e diga que não tem
pequenos
espinhos m e segurando aí. Alguns anim ais têm isso. Sei que você
é canino, m as tem certeza que não foi m isturado com m ais nada?
Ele riu, fazendo o peito balançar contra ela.
Ela relaxou.
– Um pouco.
Ele riu.
Ela se afastou da boca dele. Ainda havia m uita coisa que ela não
sabia sobre as Novas Espécies. Sabia que podiam com er carne
crua, que alguns continuaram a com ê-la por causa de anos do
hábito de receberem na cela. Eles gostavam de carne humana? Ela
sentiu um pouco de m edo ao pensar isso.
– Parece divertido.
– Não vai ser seu om bro que vou querer com er, Trisha. E com
certeza não doeria tam bém . – A risada dele sum iu. – Acho que j á
estou relaxado o bastante para nos separarm os. Precisam os dorm
ir um pouco. Tem os que ir para longe daqueles hom ens. Subi em
um a árvore quando fui checar o perím etro agora há pouco. Há dois
espinhaços para lá. Os idiotas acenderam um a fogueira. Eu iria
fazer um a visitinha que eles não sobreviveriam para se
arrependerem se achasse que seria seguro te deixar sozinha.
O corpo dele trem eu sob o rosto dela quando ele riu. Um dos
braços passou em volta da cintura dela.
– Babaca.
Ela era um a hum ana esperta, um a m édica, e o que ele tinha para
oferecer a ela? Sexo? Má educação? Palavras rudes com sexo
animalesco? Ele apertou os olhos. Ela m erecia m ais que isso. Ele j
am ais seria o tipo que ela teria orgulho de cham ar de seu.
Droga. “Em boca fechada não entra mosca” devia ser meu lema.
Mais um a vez, ele provavelm ente a fez acreditar que era um
babaca com pleto. Conseguiu isso depois que ordenou que ela o
tocasse. É que ele precisava m uito dela.
A respiração dela garantiu que ela dorm ia. Senão, ele ficaria
tentado a virá-la, despi-la e fodê-la por horas. Ele realm ente desej
ara tê-la sob ele, queria ter acesso a cada m ilím etro da pele dela
para lam ber e sentir o gosto. Explorá-la até
CAPÍTULO SEIS
– Ande uns três m etros anquela direção e faça suas coisas. – Ele
soltou a m ão dela e a virou.
– Minhas coisas?
– Sinto m uito.
– Por aqui. Está indo na direção errada. Você não funciona bem de
m anhã, né?
– E o que isso tem de errado? Fiquei m ais relaxada desde que saí
do hospital para trabalhar em Hom eland. Durm o bem m ais e não
posso reclam ar.
Ele riu.
– Dolorida do acidente ou de m im ?
– Não fique se achando – sorriu Trisha. – Você é bem im
pressionante, m as
– Você só está dizendo isso porque sabe que tem os que ir.
– Tem certeza?
– Vam os.
Trisha não via nada. Slade a segurava firm e pelo braço, avisando-a
quando havia algum obstáculo no cam inho. Ela tropeçou algum as
vezes. Slade fez um a pausa depois de ela quase cair pela quarta
vez.
– Desculpe. – Ela estava sendo sincera. Ele poderia cam inhar bem
m ais rápido se ela não estivesse com ele, sabendo m uito bem que
ela era um perigo à sobrevivência dele.
– Não se preocupe com isso. Sei que você tem suas lim itações, j á
que é apenas hum ana. – Um tom de divertim ento tom ou sua voz.
– Me ponha no chão.
– Vai ser um a subida e tanto se o fim dessa coisa for m uito longe.
Eu tinha que abrir a boca… ela pensou, m as fez que sim com a
cabeça.
– Obrigada.
– Corta essa.
– Só depois de você.
– Mulheres.
– Hom ens.
– Espertinha.
– Bobinho.
– Farei o m eu m elhor.
Seus olhos se abriram rapidam ente e, com m edo, ela fitou o hom
em peludo de uniform e m ilitar em pé ao seu lado. Ele em purrou a
arm a com m ais força contra sua cintura, enterrando-a em sua
barriga, e os pés dele estavam afastados, acim a dela. Ela olhou
entre as pernas abertas dele e não pôde deixar de notar que havia
um rasgo na costura da calça que revelava parte de um a cueca
verm elha.
– Anim ais idiotas de m erda. Eu teria te com ido antes, pelo m enos.
Levante-se devagar. Você é a m édica, certo?
– Sou um a…
Mas ele não vai voltar para você a não ser que ele sinta um a
coceira no pinto.
– Mexa-se.
Trisha teve que resistir para não rir do idiota. Ele estava preocupado
com o barulho que ela faria, m as ele m esm o acabara de gritar.
Slade teria ouvido aquilo com certeza. Na verdade qualquer um num
raio de um quilômetro deve tê-lo ouvido, ela pensou. Ela m ordeu o
lábio e o observou ao parar de m ancar.
Tom talvez nem tivesse barba ainda, com aquela pele rosada e o
corpo franzino de um pré-adolescente. Ele era quase do tam anho
de Trisha, que tinha um m etro e sessenta. Ele segurava um
revólver e um a faca grande estava am arrada em sua roupa de cam
uflagem , fazendo-o parecer com um m enino de doze anos
fantasiado para o Halloween. As linhas tênues perto de sua boca
eram os únicos sinais que denunciavam sua idade, uns vinte e
poucos anos.
Não é um a sem noção feia que não pode arranj ar caras com o nós.
Pegue o rádio e diga a ele que vam os devagar porque ela está m
ancando.
Tom finalm ente desviou a atenção dos seios de Trisha e olhou para
o hom em m ais velho.
– Vam os.
Silêncio.
– Não, senhor, ele não respondeu. Achei que ele estivesse dorm
indo ou cagando. Ele ainda consegue se virar bem m esm o com o
braço todo ferrado.
Acha que ele pode estar delirando? Ele teve febre hoj e de m anhã.
– Pode ser. Eu disse que um de nós deveria ter ficado com ele.
Saím os no am anhecer e ele pode ter achado que dem oram os
dem ais. Um de nós fica aqui com a m ulher e ela cuida dele quando
o encontrarm os.
– Devíam os ter levado ele j unto – m urm urou Tom . – Eu disse que
ele podia m orrer. E se ele m orrer por aí?
Bill fez que sim com a cabeça enquanto olhava para Trisha, que
continuava sentada no chão.
Acho que ele deve ter descido o m orro, j á que seria m ais fácil de
cam inhar.
– Olhe para esse idiota. Ele não consegue parar de olhar para os
peitos dela.
– Mas eu quero ficar com ela. – Tom não estava feliz, o que se
notava por seu tom de voz agudo em protesto.
Bill foi a passos duros até a barraca e retornou rapidam ente. Ele
carregava um refrigerante e um saquinho Ziplock com algum tipo de
sanduíche. Parou a alguns m etros dela.
– Pegue.
– Muito obrigada.
– Cale a boca – m andou ele. – Odeio ter que conhecer o que vou
ter que m atar m ais tarde. Apenas com a e fique quieta.
Ela percebeu que Bill havia se sentado no chão a uns cinco m etros
dela e observava silenciosam ente todos os seus m ovim entos. Ela
term inou o sanduíche e tentou guardar um pouco de refrigerante.
Não queria tom ar tudo, caso Bill não fosse generoso m ais tarde.
CAPÍTULO SETE
Eles estavam em m aior núm ero, tinham m ais arm as, e a que ele
tinha conseguido não seria m uito útil se um dos hum anos usasse
Trisha com o refém para fazê-lo largar a arm a, o que funcionaria.
De j eito nenhum ele deixaria que atirassem nela sem que ele
tentasse im pedir, m esm o que ele tivesse que j ogar a arm a e ir
até eles.
Ele não conseguiu voltar até ela a tem po para se certificar de que
não havia am eaças. A segurança dela era prim ordial para ele. Ele
teria que usar suas habilidades para m atá-los um a um . Atacar o
acam pam ento com todos eles em volta dela seria o últim o recurso.
Ele m orreria para tentar salvá-la –
O hom em que vigiava Trisha deu a ela com ida e bebida. Ele não
parecia am eaçador. Precisavam dela viva, acreditavam que
precisariam de suas habilidades m édicas, e talvez ela estivesse m
ais segura ali do que ao lado dele, enquanto ele elim inava as am
eaças.
Ele piscou.
– Está bem . Você é branca dem ais para ficar sob esse sol, m esm
o. É m uito fácil ficar desidratada se sua pele queim ar. Estava
pensando em m udar você de lugar.
– Então posso m e levantar?
– Superclaro. Obrigada.
Trisha se pôs em pé. Seu corpo ficara dorm ente em lugares que se
despertaram dolorosam ente quando ela se lem brou de ir m
ancando até a árvore.
Ela não havia ouvido ele andando até ali. Ela olhou para ele. Bill era
um
– Estou cansado. Não dorm i m uito à noite, então escute o que vam
os fazer: volte até aquela árvore. Quero que fique de costas para
ela.
Trisha o fitou com m edo. O que ele vai fazer? Ela tinha um a
sensação profunda de que seria algo m uito ruim .
Ela não tinha escolha. Bill era um hom em m uito m aior. Ele parecia
ser o tipo de im becil que ninguém gostaria de enfrentar num a briga
de bar. Não era absurdam ente alto, m as tinha aquele olhar am
eaçador que dava a entender que podia cortar a garganta de
alguém num segundo. Ela concordou com a cabeça e lentam ente
voltou até a árvore, fitando-o com m edo.
ficou na ponta dos pés para deixar os braços no m esm o nível dos
om bros, o que enviou um pouco de sangue de volta para os m em
bros, m as então seus dedos do pé com eçariam a doer e ela teria
que colocar o pé inteiro no chão novam ente.
Ele não pode estar dormindo de verdade. Trisha fitou o peito dele,
observando-o levantar e descer lentam ente. O som que o pássaro
fez era tão leve que ela m al havia escutado, m as o hom em aos
seus pés reagiu instantaneam ente, com o se estivesse sendo
atacado por algum a coisa. Ele até m esm o apontou a arm a
naquela direção. Se estivesse fingindo que estava dorm indo, então
ele estava a par de qualquer som que ela fazia. Sua esperança
reluzente de que pudesse fugir dim inuiu. Teria sido m elhor se
tivessem deixado Tom com ela. Um hom em babando em seus seios
parecia m elhor do que ser am arrada de form a tão desconfortável a
um a árvore.
Ele se sentou e observou o rosto dela, franzindo até a testa, até que
colocou a arm a no chão, ao lado do saco de dorm ir, e se levantou.
Se afastou dela e foi até a barraca. Trisha levantou o queixo para
olhar para o céu. Cretino. Ele sabia que ela estava com dor e
desconfortável. Além disso, precisava usar o banheiro de novo. Ela
o ouviu voltar e lançou um olhar ao walkie-talkie que ele tinha em
um a das m ãos.
frente à boca, num gesto para que ela ficasse em silêncio. – Estam
os na seção 22. Alguém teve sorte?
– Até agora, não. – A voz estava com estática. – Vocês estão bem
m ais na frente.
– Eles ainda não acharam seu am iguinho anim al. – Ele j ogou o
walkie-talkie no travesseiro. – Agora estou descansado e pronto
para a ação. Queria ter certeza de que não havia m ais ninguém na
área, e agora som os só nós.
– Cale a boca ou dou com esse cinto em você. Odeio gritaria. Está
m e entendendo? Você não vai precisar da língua para cuidar do Pat
quando o Tom trouxer aquele im becil até aqui. Ele é um idiota e
tenho certeza que tem os algum as horas até eles voltarem . Ele não
conseguiria encontrar nem o próprio rabo sem alguém m ostrando o
cam inho até ele. Vou cortar sua língua se você gritar.
– Tire os sapatos.
– Preciso usar as m ãos para tirá-los – m entiu ela. Sua voz trem ia.
– Tire agora ou… – Ele elevou a lâm ina até que a ponta tocou no
peito dela, e levou-a até a área abaixo do m am ilo – Acho que dá
para enfiar isso uns sete centím etros antes de bater no osso.
Ela usou um dos pés para encaixar na parte de trás do outro sapato
e em purrou-o para baixo. O sapato saiu. Ela trocou os pés e,
usando os dedos do outro, tirou o segundo sapato.
Trisha chorava da dor que ele infligia nela. Ele virou a cabeça dela
puxando-a pelo cabelo, até que ela não teve outra escolha a não ser
olhar para ele. Ele sorriu o sorriso m ais frio que ela j á tinha visto.
– Se acha boa dem ais pra m im , garotinha? Acha que pode ficar m
e xingando?
Aposto que agora está desej ando ter segurado a língua. – Ele
respirava fundo. –
Quer ar? É bom . Você está ficando roxa, sua vagabunda. – Ele
soltou as m ãos.
Ela gritou.
Trisha ficou tensa, e só o que podia fazer era j ogar as costas contra
a árvore enquanto tentava chutá-lo com os dois pés. Seus om bros
e pulsos doíam absurdam ente, m as seus pés o acertaram . A dor
atingiu suas duas pernas ao fazerem contato com o corpo dele. Ela
m irara na virilha dele, m as acertou a parte de cim a das coxas.
chutar m inhas bolas e não pagar por isso? Vou te m achucar tanto
que você vai im plorar pra eu te m atar, e então é o que vou fazer.
Ele foi na direção dela outra vez. Ela o viu levantar um punho e
soube que não tinha com o evitar. Seu últim o pensam ento foi que
ele podia bater nela tão forte que ela estaria apagada quando ele a
estuprasse. Se eu sobreviver. Ela duvidava de que iria. Apenas não
queria estar consciente quando ele a m achucasse e a m atasse.
CAPÍTULO OITO
O tapa nunca veio. Trisha viu a alguns centím etros dela algo
grande e rápido ir de encontro ao hom em que vinha em sua
direção. Ela virou a cabeça e olhou abism ada para Slade, que
estava em cim a do hom em sem inu. Os dois rolaram e pularam um
para cada lado.
– Estou m eio ocupado, doutora. – Ele não olhou para ela. – Está
bem ? Ele te estuprou? – Ele rosnava as palavras, obviam ente
enraivecido.
– Vou cortar sua cabeça fora e pendurar sobre a m inha lareira – Bill
provocou.
Slade riu.
Eu com certeza não. Sou m aior que isso m esm o m ole e na água
gelada.
– Pelo m enos posso ter filhos – berrou Bill. – Você é zerado, seu
anim al. Rim os disso o tem po todo. Tudo o que tem os que fazer é
esperar até que todos vocês, anim ais de m erda, m orram e fiquem
extintos.
– Você acha? – Os olhos de Slade se estreitaram . – Podem os não
fazer filhos, m as sabem os com o tratar um a m ulher.
Slade havia atingido o braço de Bill que carregava a faca com tanta
força que o quebrou. Slade sorriu, m ostrando dentes afiados, e
então dim inuiu a distância.
hum ano gritava enquanto o sangue escorria pelo seu rosto e ele
olhava aterrorizado para Slade.
Você vai conhecer bem a dor por cada segundo que a infligiu nela –
rosnou ele. –
– A dor e o terror que você está sentindo agora são o que você fez
m inha m ulher sentir. Você ia m achucá-la e estuprá-la, e ia m atá-la
depois de usar o corpo dela. – Slade fez um a pausa. – Posso ser
um anim al, m as sou m ais piedoso que você. Eu poderia te deixar
aqui para m orrer lentam ente. – Ele se levantou, virando as costas
para o hom em . Andou até onde a faca estava caída, se abaixou e
pegou-a pelo cabo. Parecia estar testando o peso dela.
Slade soltou o outro braço. Assim que a libertou, Slade a pegou nos
braços.
– Você está trem endo. Vam os, doutora. Você está a salvo. Estou
com você e está tudo bem agora.
Slade foi até o saco de dorm ir e se sentou com ela em seu colo.
Olhou para a boca dela e baixou o braço que segurava os j oelhos
dela.
– Droga. Ele te bateu forte e cortou seu lábio. Abra a boca para m
im , doutora.
Vam os nos certificar de que ele não causou nenhum dano perm
anente.
– Tem os que ir em bora daqui. Tem m ais hom ens com ele e eles
vão voltar.
– Tem , sim . Um deles está ferido e dois deles foram procurar por
ele e por você. Se o que está desaparecido for encontrado, eles
podem aparecer a qualquer m om ento. Precisam os ir antes que
eles retornem . Eles têm arm as, Slade. Eles…
– Mas…
– Sim . Os hom ens que estão com eles m ataram Bart e iam te m
atar. Teriam feito o m esm o com igo. Acredite em m im . Tentaram
m e m atar quando os encontrei. Eu j am ais teria te deixado sozinha
se não achasse que você estaria a salvo. Sinto m uito, j uro que
nunca achei que fossem te m achucar. Quando fui em bora, ele
estava te dando de com er e beber.
Ela fez que sim com a cabeça, ainda chocada por ele ter m atado
aqueles hom ens para salvá-la.
– Você vai ficar com várias contusões. Está doendo em m ais algum
lugar? –
– Não.
– Trisha? Me conte. Ele fez algum a coisa com você além dos
pulsos e do rosto?
Lágrim as a cegaram .
– Então por que as lágrim as? – Ele secou algum as delas com o
dedão, olhando para elas com o se fossem algo estranho.
Trisha riu, em parte por histeria, em parte pela expressão côm ica
dele.
– Não se m exa, você ainda está trem endo. – Ele colocou os braços
em volta dela. – Apenas relaxe, doutora. Eles estão m ortos e você
está segura. Não tem m ais ninguém num raio de vários quilôm
etros, m e certifiquei disso.
– Ele ia fazer coisas horríveis com igo. Preferia m orrer a passar por
isso.
– Eu prom eto.
Ele sorriu.
– Suas coisas estavam onde o carro caiu. Deve ter sido fácil
entender quem você era, e eles podem se com unicar e trocar
inform ações. Tenho certeza de que estão nos procurando, Justice
teria publicado fotos nossas para aj udarem a nos encontrar.
– Já que salvei sua vida, é garantido que vou ter sorte esta noite?
Trisha riu. Não pôde evitar. Era a expressão divertida no rosto dele.
– Encontrei roupas para você – disse ele, sua voz ficando m ais
delicada conform e ele se aproxim ava.
Está tudo bem , docinho, estou aqui. Você está trem endo.
Lágrim as quentes correram pelo rosto dela. Ela ouviu Slade xingar
baixinho e então ele se sentou, puxando-a para seus braços. Ela
não olhou para ele. Em vez disso, passou os braços em volta do
pescoço dele, se segurou firm e e enterrou o rosto em seu peito.
– Não odeio suas lágrim as. Não se desculpe, você m erece chorar.
Foram dois dias ruins. Desculpe ter te deixado aqui, eu teria m
atado ele prim eiro se soubesse que ele iria te m achucar, m as
errei. Eu estava certo que ele te trataria bem até
eu voltar, e achei que era m elhor deixar você aqui com ele caso m
ais hom ens viessem . Para m im , eles j á tinham você, m as não
iam te m achucar porque precisavam que você cuidasse de um dos
m em bros da equipe.
– Não é sua culpa. – Trisha usou o braço para enxugar as lágrim as.
– Você m e salvou. Obrigada, Slade. Eu sei que você não precisava
e se arriscou lutando contra aquele hom em por isso. Você o m atou
por m im . Matou todos eles para m e salvar.
Ele hesitou.
Trisha o estudou.
Slade aj udou Trisha a se levantar, pois ela não estava firm e. Ele m
olhou a blusa dela e com eçou pelas costas, esfregando a pele.
Trisha segurou o cabelo.
– Ninguém deveria te tocar do j eito que ele te tocou. Você está com
hem atom as. Estou furioso. Qualquer um que m arca sua beleza m
e deixa puto.
Não estou aborrecido com você, só estou bravo por não ter te
protegido m elhor.
– Assim com o?
– Você não tem ideia do quanto te quero, doutora. Você está ferida e
quase foi
Ele queria tanto beij á-la que chegou a abaixar o rosto, m as parou a
centím etros da boca dela. Ele engoliu em seco e levou os olhos de
volta aos dela.
Trisha tirou a boca para longe dele, j ogou o rosto no peito dele e
gem eu.
Esse m ovim ento fez com que ela tirasse a m ão do pau dele, que
latej ava
dolorosam ente, m as ele estava excitado dem ais. Não queria gozar
na m ão dela.
Queria estar dentro dela, bem fundo, quando chegasse ao paraíso.
Trisha colocou as m ãos no cabelo dele, enfiando as unhas em sua
cabeça ao pressioná-lo m ais contra seu peito. As m ãos dele
agarraram sua bunda e a apertaram contra o corpo dele, pedindo
para ela sentar no colo dele. Ela aceitou facilm ente, descendo até
que ele aj eitasse as pernas abertas dela nas dele. A cabeça do pau
roçou em sua boceta, agora encharcada de vontade, tão quente e
pronta. Ele a puxou m ais para baixo, fazendo-a recebê-lo conform e
a guiava para em bainhá-lo dentro dela.
Ele j ogou a cabeça para trás e teve que soltar o peito dela para não
m order o m am ilo, e rosnava conform e os m úsculos vaginais dela
se apertavam forte em volta de seu pênis. Merda, vou gozar.
Segure. Ela é boa demais. Os sons que ela fazia enquanto ele a
preenchia, dando a ela todo seu pau, estavam perto dem ais de
fazê-lo perder o controle.
A bunda dele ficou tensa, ele tom ou fôlego e com eçou a se m exer,
m ovendo o quadril. Um braço passou em volta das costas dela para
m antê-la pressionada contra seu peito enquanto ele colocava a m
ão entre eles, localizava o clitóris inchado dela e o dedilhava
furiosam ente. Os m úsculos dela os apertaram e então ela gritou
bem alto. Ele pôde senti-la atingir o clím ax; um j orro quente
banhando seu pau e palpitações contra a ponta dele. Ele enterrou o
rosto no pescoço dela enquanto um êxtase absoluto fazia seu corpo
estrem ecer. Suas bolas estavam duras e a prim eira explosão de
seu sêm en dentro dela quase o fez rugir. Ele a segurou firm e,
abraçando-a, e aproveitou o prazer esm agador que tom ou conta
dele.
Ela é tudo para mim. Ele foi soltando-a delicadam ente quando seu
corpo com eçou a relaxar, o resultado de um sexo tão intenso foi
desaparecendo e ele a abraçou ternam ente. Beij ou a pele dela,
acariciou o rosto dela com o nariz e sorriu. Havia segurado o
suficiente para se certificar de que ela gozasse antes.
– Muito.
Faria qualquer coisa para protegê-la, para ter outro m om ento com
o aquele; com ela em seu colo, seus corpos ligados e os braços
dele em volta dela. Ela brincou com o cabelo dele, correndo os
dedos por ele, e ele desej ou poder levá-la até um a cam a. Ele
poderia passar horas explorando o corpo dela e fazendo-a gozar e
gozar. Seu m em bro com eçou a endurecer, a necessidade de
possuí-la foi voltando, m as ele a conteve.
Ele não queria quebrar aquela conexão, odiava ter que levá-la de
volta para aquela situação som bria, m as o inim igo poderia
encontrá-los naquela situação
O sorriso doce no rosto dela sum iu e ele odiou ser a causa disso.
– Certo.
– Vam os fazer isso depois, por m ais tem po, e vou te beij ar em
todos os lugares que sofreu ferim entos. Assim que voltarm os a
Hom eland, vou com pensar isso.
– Não há nada para com pensar. Obrigada.
Ele rosnou, a raiva o afetou um pouco com a distância que ele viu
naqueles lindos olhos, com o se ela quisesse colocar um a barreira
em ocional entre eles.
– Ok.
– Fique aqui.
Slade m exeu nos m antim entos dos hom ens e guardou tudo o que
pegou na m ochila de um deles. Pegou um saco de dorm ir, com ida
e ficou com as arm as.
Trisha o estudou.
Trisha apenas estudava-o. Sabia que ele podia ser perigoso e tinha
a capacidade de m atar. Pôde ver isso de cam arote quando ele a
salvou de ser estuprada. Ela concordou com a cabeça.
– Tudo bem .
CAPÍTULO NOVE
O sol estava baixo no céu quando Slade olhou para Trisha. Ele
havia encontrado um a abertura na terra, sem elhante a um a
cabana, dentro do m orro.
– Ok.
Pode dem orar alguns dias, m as alguns dos hom ens que eles vão
m andar treinaram com igo antes de serm os libertados. Eles sabem
com o eu penso e vão entender que tipo de esconderij o eu arranj
aria para você. Não atire quando eles chegarem , doutora. – Ele deu
um sorriso para ela. – É falta de educação ferir ou m atar alguém
que tenta te resgatar.
Trisha não sorriu de volta, sabendo que ele tentava usar hum or
para aliviar o estresse, m as ela estava preocupada dem ais com
ele.
– Volte para m im .
– Não posso garantir isso, doutora. Não vou fazer prom essas que
não talvez não possa cum prir.
– Então fique a salvo com igo aqui. Por favor? Podem os esperar j
untos aqui.
Slade hesitou.
– Mas…
Aqueles filhos da puta vão ficar confusos quando virem que estão
sob ataque.
– Não sou só um hom em , doutora. Sou algo bem pior, quer eles
saibam ou não
Posso tentar esconder isso, m as ainda está aqui. Tam bém sou um
sobrevivente que j á precisou m atar para continuar respirando. A
Mercile m e treinou para lutar com a intenção de exibir suas drogas
e, no m om ento, sou grato por essa lição.
– Sim , m as não quero que você vá. Fique com igo. Há a chance de
o seu povo espantar aqueles idiotas quando chegar. Tenho certeza
de que nunca planej aram ter que procurar por nós.
– Seria um risco grande dem ais ficar com você e não fazer nada.
Há m uitos deles e podem se dividir para procurar em vários
lugares. Se nos encontrarem , podem nos encurralar. – Ele olhou
em volta da caverna e de novo para ela. –
Lem bre-se de ficar fora de vista. Vou deixar com você todas as arm
as do acam pam ento para caso eu não os pegue ou eles m e elim
inem . Este revólver é tudo do que preciso. Só atire se eles
estiverem perto o bastante para você não errar e se você não tiver
outra escolha. O barulho irá ecoar longe se você atirar e vai trazer m
ais deles para cá, isso seria ruim .
Trisha olhou nos olhos dele. Ela fez o que m ais queria fazer. Se
inclinou para a frente, pegou o rosto de Slade e viu a surpresa
passar pelas feições dele segundos antes de sua boca roçar na
dele. Ela experim entou a textura m acia dos lábios dele, ouviu o
som que ele em itiu do fundo da garganta. Em seguida, ele tom ou o
controle do beij o.
Por favor, não piore tudo. Isso precisa ser feito e tenho que ir
enquanto há luz para m e m over m ais rápido. Minha visão noturna
não é tão boa quanto a que tenho durante o dia.
– Qualquer coisa?
Slade assentiu.
– Vou m e lem brar, e prom eto. Jure para m im que não vai se
arriscar m uito.
Sobreviva, Slade.
Slade fez que sim com a cabeça novam ente, estudou-a com
atenção, com o se estivesse tentando m em orizar o rosto dela, e
então se afastou, soltando-a totalm ente. Se forçou a tirar os olhos
dela, rapidam ente pegou alguns itens e
A escuridão caía rápido dem ais para o gosto de Trisha. Ela perdeu
Slade de vista por entre as árvores, m as às vezes o via entre a
densa folhagem . Ele se m ovia rápido, não dava sinais de que dim
inuía a velocidade e parecia estar indo em um a direção única. Ela
se perguntou se ele teria sentido o cheiro de alguém com seu nariz
incrível.
Trisha viu o que devia ser um acam pam ento. Cham as apareciam
entre árvores grossas e, m esm o com o binóculo, eram distantes.
Tinha a crescente sensação de que era para lá que Slade ia.
Trisha se sentou e arrastou o saco de dorm ir para a beirada, onde
se sentiu confortável, grata por pelo m enos ter um lugar para tentar
ter um a visão de Slade. Ele estava lá fora e ela estava preocupada.
Precisava dorm ir e não tinha chances de avistar Slade até que o sol
nascesse.
Slade se m antinha abaixado, observando com ódio os quatro hom
ens no acam pam ento. Ele podia ouvir o que diziam , o que fez seu
sangue ferver. O
– Espero que sim – riu ele. – Trouxe m inha câm era para film ar
tudo.
– Eles nunca deveriam ter sido libertados. A gente não sai por aí
libertando m acacos em que testam m aquiagem . De j eito nenhum
. – O hom em de cam iseta preta se encostou no tronco, colocando
as botas m ais perto do fogo. – Eles são perigosos e provavelm ente
m ais desm iolados que pão de quem faz dieta.
– Sei lá. – O cara de cam isa preta deu de om bros. – É o que dizem
por aí. O
que quero dizer é que eles devem ser m uito pirados. Não se soltam
anim ais enj aulados para ficarem correndo por aí. É perigoso e é
por isso que precisam ser elim inados. Com certeza não são
fofinhos e eu não gostaria de ter um de estim ação. Ele provavelm
ente tentaria trepar com a m inha m ulher.
O loiro riu.
O hom em não ouviu Slade se aproxim ar por trás até que ele
colocasse as m ãos nele. O hom em , m enor que ele, apenas arfou
quando um a palm a passou por cim a de sua boca, ele caiu no
chão e a faca que levava presa à coxa foi puxada e pressionada
contra seu pescoço.
– Vou te am arrar e ir atrás dos seus am igos. Se você não lutar, não
vou te m atar. Vou te deixar seguro até m eu povo chegar. Está m e
entendendo?
O loiro fez que sim com a cabeça. Slade queria aqueles hum anos
m ortos, m as não estava em Hom eland. Não sabia até onde estava
infringindo a lei.
garganta do hom em . O hum ano caiu sem lutar m uito. Ele colocou
o corpo no chão, fitando os olhos do inim igo.
Slade soltou-o, com sua raiva aum entando com o odor do sangue e
da m orte.
Seu olhar pairava pelo acam pam ento enquanto ele avançava
furtivam ente em direção a ele. Os hum anos m orreriam , m as
Trisha, não. Ele se certificaria disso, não im portava quantos tivesse
que m atar.
Tinha m edo de que Slade não voltasse para ela, sabendo que ele
podia ter sido m orto. Ela se deitou e fechou os olhos, com as im
agens dele perseguindo seus pensam entos. Não tinha certeza de
que tipo de relacionam ento teriam se sobrevivessem . Será que
sequer tinham um ? Ele a cham ara de sua. Isso tem que significar
alguma coisa, ela decidiu. Aquilo lhe dava esperanças de que um
futuro os aguardava se conseguissem evitar a m orte.
Ela se arrastou até a entrada para espiar para baixo e pulou para
trás ao ver
Pelo m enos ele sentiria o cheiro deles para saber se eram do seu
povo ou inim igos.
A indecisão a afligia. Ela proferiu um palavrão em voz baixa e então
decidiu que tinha de m antê-los distantes. Se chegassem à entrada,
não tinha certeza se conseguiria atirar neles antes que atirassem
nela, j á que estavam em m aior núm ero. Slade dissera a ela para
m antê-los longe com a arm a, e ele escutaria.
O hom em ao lado dele levantou o queixo até que ela viu o rosto
dele tam bém .
Ele era um pouco m ais velho que o com panheiro, uns trinta e
poucos, com barba e um olhar frio. Trisha olhava um e outro. Eles
subiram em um a área íngrem e abaixo dela, ela se lem brou vivam
ente de com o havia sido difícil, e os dois tiveram que se segurar
firm e para não cair. Seria um a queda dolorosa se eles caíssem ,
senão m ortal. Eles subiram uns bons quinze ou vinte m etros da
inclinação.
Todo hom em Nova Espécie que ela j á vira tinha cabelo com prido
até pelo m enos
Merda. Com o ela ia ter certeza? Odiaria atirar nos hom ens
errados, m as de repente ela teve um a ideia.
Ele piscou.
– Você está num lugar alto dem ais para fazerm os isso – respondeu
ele depois de alguns segundos. – Som os espécies prim atas.
– É “laço”.
Ele é bom. Ela tinha que adm itir. Ele não perdia um segundo para
encontrar respostas para ela. Ela sorriu.
– Resposta errada.
– Então qual era a senha de ontem ? – Ela queria saber até onde
eles iriam .
Ela viu os dois se olharem novam ente, claram ente alarm ados. Um
deles m exeu a m ãos e pegou algum a coisa na cintura.
A bala dele voou para cim a e acertou a terra acim a dela, fazendo-a
cair em suas costas. A terceira bala que ela atirou o acertou.
Ela se arrastou m ais, até que seu corpo ficou parcialm ente
pendurado na beirada. O m edo de ver com o o chão parecia longe
a pegou. Ela poderia
Nenhuma.
Trisha queria tanto que Slade estivesse com ela que com eçou a
sentir um a dor que, infelizm ente, não iria passar. Ela estaria segura
com ele. Ela sabia que ele a abraçaria e diria algo para ela se sentir
m elhor, distraí-la da agonia que sofria.
Esperava que ele estivesse a cam inho dela, e não m ais daqueles
hom ens.
Slade m andaria que ela sobrevivesse e ela havia prom etido que
faria qualquer coisa, sofreria qualquer coisa para ficar viva até que
ele fosse resgatá-la. Ele não gostaria que ela ficasse com pena de si
m esm a. Ele esperaria que ela usasse a cabeça.
CAPÍTULO DEZ
Slade disse a ela que seu povo viria e ela rezou para que fossem
Novas Espécies. Tinham que ser os hom ens de Slade, ou então ela
estaria na m erda, e estava ciente disso. Trisha virou o binóculo de
volta para onde os quatro hom ens estavam .
Ela rezava para que os Novas Espécies (se é que eram Novas
Espécies) estivessem cientes do tim e dos quatro caçadores e para
que sentissem o cheiro
Ela desej ou m uito não ter pensado nisso. Se aqueles dois hom ens
eram Novas Espécies tentando salvar ela e Slade, a últim a coisa
que queria era vê-los serem surpreendidos pelo tim e de caçadores.
Eles não pareciam tão bem arm ados quanto os oponentes.
A tensão dentro de Trisha aum entava tanto que suas m ãos com
eçaram a doer de apertar o binóculo enquanto ela os via se aproxim
arem . A velocidade deles não chegava nem perto da velocidade
dos dois que ela gradualm ente se certificava de que eram Novas
Espécies. Agora podia ver seus cabelos, que iam até os om bros, e
parecia certo que usavam uniform es, apesar de ainda estarem m
uito longe para enxergar a m arca da ONE se ela estivesse bordada
no peito deles.
Vozes com eçaram a chegar até Trisha, até que ela soube que eles
estavam assustadoram ente perto. Continuou a usar o binóculo,
esperando que estivesse abaixada o bastante no chão da caverna
para que fosse um alvo m enor e m ais difícil de enxergar, com o
queixo no saco de dorm ir. Os quatro caçadores estavam quase fora
do cam po de suas lentes.
– Buck e Joe Billy disseram que iam subir para um ponto m ais alto
para dar um a olhada. – A voz m ais grave tinha o m esm o sotaque
sulista. – Acha que m ataram aquele anim al de duas pernas?
– Não sei – respondeu um a outra voz sem sotaque. – Mas eles não
estavam atendendo o rádio. Olhem com atenção, gente. Aqueles
anim ais têm m entes com o as nossas e com certeza não é fácil
atirar neles do j eito que é num alce.
Vam os com pará-los a algo ao m enos sim ilar. Talvez eles sej am
m ais parecidos com m acacos. Eles pensam e andam em duas
patas, não é? Até onde sabem os, Joe Billy e Buck estão zoando
com a gente. Lem bra do ano passado, quando eles nos em
boscaram só para zoar e ver qual de nós iria m ij ar nas calças?
Aposto vinte contos que eles vão pular em nós a qualquer m om
ento.
– Pode crer – um hom em sem sotaque disse e gargalhou.
Ele desceu para outro galho m ais baixo, andando nele com o se
fosse um a corda de equilíbrio, e se m ovia com os hom ens. De
repente, ele saltou da árvore e pousou com força em dois dos
caçadores abaixo dele.
Os dois tiraram algo dos bolsos inferiores das calças, algo que se
parecia com cordões de plástico, e am arraram as m ãos dos hom
ens derrotados atrás das costas deles. Quando term inaram de
algem ar todos os quatro prisioneiros, puxaram os tornozelos deles
e os am arraram com m ais cordões para que ficassem com pletam
ente sem m ovim entos. A espécie de cabelos negros fez um sinal
de positivo para o com panheiro ruivo.
apontou a cabeça na direção dos dois hom ens que estavam bem
abaixo dela. –
Chocada, Trisha apenas olhava estarrecida para ele. Não havia com
o eles terem visto os dois corpos de onde estavam . Teriam que ter
passado por m ais algum as árvores e por um a enorm e pedra. Ela
finalm ente fez que sim com a cabeça.
– Ele disse que tinha m uitos deles – pausou ela. – Ele queria dim
inuí-los em núm ero. Parecia estar certo de que, se com eçasse a
caçá-los, alguns ficariam com m edo e iriam em bora, m as ele j á
devia ter voltado. Disse que, se eu atirasse, ele ouviria e voltaria
correndo.
– Não sinto o cheiro dele e, se ele vier, vai ser de longe. Vam os te
tirar daí quando term inarm os aqui. Sente-se e fique parada. Você
está segura agora, doutora Norbit. Nosso povo vai enviar um
helicóptero aqui para te levar a algum lugar seguro e vam os
encontrar Slade se ele não voltar após um certo tem po. Eu sairia
para farej á-lo, m as prefiro esperar até você estar segura no
helicóptero.
O silêncio apertava seu coração por não saber se ele estava bem ou
se nunca voltaria para ela. Eles tinham que discutir algum as coisas
se os dois saíssem vivos dessa. O que aconteceu entre eles
significava algum a coisa ou foram apenas m om entos causados
pelo traum a? Ela proferiu um palavrão. E se ele só tivesse dorm ido
com ela e a tratado daquele j eito por causa da situação em que se
encontravam ? Ela em purrou esses pensam entos para longe.
Eram dolorosos dem ais.
Slade farej ou o ar, sentiu o cheiro de sua espécie e foi tom ado por
um a raiva absoluta. Eles o im pediriam de m atar todos os hum
anos que quisessem fazer o m al. Os sons distantes de tiros haviam
vindo da direção de Trisha. Seu coração disparava quando ele pulou
sobre um a tora caída, usou-a para pegar im pulso e saltou em um
pequeno barranco. Ele pousou com força, se agachou e então se
levantou.
– Não, não está. Sm iley e Flam e estão com ela. Eles avistaram o
local dela e estão interceptando os hom ens que estão por perto. Ela
está sendo bem cuidada. –
Tem certeza?
– Você encontrou um local seguro para ela. Nenhum hum ano vai
chegar até ela antes dos nossos hom ens. Ela está a salvo. Calm a.
Posso m e aproxim ar? Você está ferido e feroz nesse m om ento.
Está com aquela expressão de enj aulado que conhecem os bem .
– Fico feliz em ouvir isso. Não tinha certeza de até onde você tinha
ido ou se tinha perdido com pletam ente a cabeça. – Ascension se
aproxim ou m ais, lentam ente, e se agachou a poucos centím etros
na frente dele.
– E daí?
– Me ouça.
– O quê?
– Você está feroz agora. Sua m ente está m ais calm a do que tem
íam os, m as você é a m orte encarnada neste m om ento. Você não
tem um espelho, não pode ver com o suas feições e seus olhos
estão com aquela aparência selvagem que costum am os ter
quando isso acontece. Ela não pode te ver assim , você só a
deixaria aterrorizada. Recebi ordens de te achar e te levar de volta
para Hom eland. Deixe-m e te levar até lá.
Slade rosnou.
A m ão relaxou e o soltou.
– Term ine o que com eçou se acredita que vão continuar sendo um
a am eaça para sua m ulher. Nunca te vi e essa conversa nunca
aconteceu. Apenas j ure que
vai esperar vinte e quatro horas antes de chegar perto dela depois
que estiver pronto para ser encontrado. Há três dúzias de nós pelo
bosque. Estam os fazendo um a busca pelos hum anos. Trouxem os
cinco prim atas, então observe as árvores.
– Inteligente.
CAPÍTULO ONZE
De perto, Trisha teve certeza de que o hom em era parte prim ata.
Era m uito bonitinho, com feições m ais delicadas que as de um hum
ano. Os Novas Espécies costum avam ser lindos, m as com um j
eito de cara valentão, de um a form a atraente. Mas, quando ele
estava de pé na frente dela, ela viu que ele tinha a estrutura m
usculosa e grande dos Novas Espécies. Suas feições tinham algo
de adorável, com lindos olhos redondos e cor de am êndoa e traços
anim ados; fofo com o um prim ata.
– Slade deixou você ser pega? – Ele parecia achar m uita graça
quando riu. –
Estou chocado.
Ele fez que sim com a cabeça, sorrindo. Trisha podia im aginar por
que ele se cham ava Sm iley. Parecia sorrir facilm ente e com
frequência.
Trisha andou lentam ente até ele e estudou o chão abaixo ao chegar
à beirada.
Ela estava com m edo, m as se virou e tentou não olhar para baixo.
Descer era pior do que subir. Ela escorregou duas vezes, m as as m
ãos de Sm iley sem pre a seguravam e m antinham -na no lugar, até
que eles finalm ente chegaram ao fundo. Trisha sentiu um a im ensa
vontade de beij ar o solo, m as resistiu para que seus salvadores
não achassem que havia enlouquecido.
O ruivo olhou para Trisha e balançou a cabeça. Ela viu que suas
narinas se alargavam e se afinavam . Ele chegou m ais perto dela,
farej ou de novo e parecia ter um a expressão som bria no rosto.
– Sou o Flam e. O que houve com você?
Trisha olhou de volta para ele, sem ter certeza do que ele queria
dizer exatam ente. Ele tinha m ais de um m etro e noventa de altura,
uns trinta centím etros m ais que ela, e obviam ente era um Nova
Espécie, com om bros largos e corpo m usculoso. Parecia poder
quebrar a cara de alguém facilm ente.
Dava m ais m edo de olhar para ele, com aquelas m açãs do rosto
salientes e dentes afiados que seus lábios m al escondiam .
– Fui capturada e apanhei. Tam bém estava na SUV que rolou pela
lateral da m ontanha, e batem os em algum as árvores pelo cam
inho. Foram dias turbulentos
para m eu corpo.
– Slade m e salvou.
– Vou atrás dos dois hum anos e m atá-los. – Flam e piscou. – Prom
eto isso para você. Vão m orrer pelo que fizeram .
O coração de Trisha bateu forte.
– Que bom . Vou ficar de babá dos quatro patetas que capturam os,
Sm iley. Não deixe que ela saia da sua vista.
Ele hesitou.
– Não vai pousar, vai apenas pairar. Vam os te colocar num gancho
e vão te puxar. As árvores nessa área são densas dem ais para
pousar e não querem os correr riscos com você. Já sofreu traum as
dem ais para isso. Vai ser m oleza.
– Obrigada por tudo. Pode, por favor, dizer ao Flam e que agradeço
a ele tam bém ?
– Pode dizer a Slade para entrar em contato com igo assim que for
encontrado?
Estou preocupada com ele e não vou relaxar até saber que ele está
a salvo.
O som alto do helicóptero sum iu. Ela balançou a cabeça para Brass
com gratidão, pensando que aquele nom e não com binava com ele.
Ele tinha cabelos castanhos, om bros largos que o deixavam enorm
e, cerca de um m etro e noventa de altura e olhos bem escuros. O
outro hom em era um m oreno de olhos escuros.
– Sou a doutora Trisha Norbit. – Ela viu que ele se encolheu e deu
um sorrisinho. – Juro que vou ser legal. Estive num acidente num a
SUV há alguns dias, sem cinto. É um a longa história. Sei que
deveria estar usando e eu ia fazer isso no últim o m inuto antes do
acidente. Rolei por dentro do carro, m as não fui j ogada para fora.
Ontem fui fisicam ente atacada por um im becil que bateu na m inha
cara algum as vezes. Não estou com dor nas costas, nem no
pescoço. Não tenho sinais de ferim entos internos – ela fez um a
pausa. – Não tenho nenhum a alergia m édica nem nenhum
histórico m édico excepcional, a não ser pelo fato de ter tirado as am
ígdalas quando eu tinha dez anos. Não estou tom ando nenhum rem
édio, não fum o, não bebo nem uso drogas. Agora vou calar a boca
e deixar você fazer o seu trabalho.
– Você é a m ulher que está nos j ornais. Fico feliz que tenha sido
encontrada.
– Sem problem as. É que eles são m uito grandes – ele baixou o
tom de voz, sussurrando – Nunca os vi pessoalm ente, m as nos j
ornais eles parecem m enores.
Duas horas depois ela foi liberada, com um anti-inflam atório para o j
oelho, alguns analgésicos para o rosto e alguns antibióticos por
causa das feridas abertas.
Ela não pediu para ser colocada no chão. Ele parecia não fazer
esforços para carregá-la, assim com o Slade. Eles eram m uito
fortes.
– Obrigada.
Foi nada m ais que um ataque contra Novas Espécies e você foi
envolvida por associação.
– Não é culpa sua. Vocês não são os idiotas que nos j ogaram para
fora da estrada ou que decidiram que seria legal tentar nos caçar
com o se fôssem os cervos. Obrigada pelo helicóptero e por Brass e
Harley terem tom ado conta de m im tão bem . Já sabem algum a
coisa sobre o Slade?
Brass bufou.
Justice concordou.
– Por favor, podem nos dar alguns m inutos? Gostaria de falar a sós
com Trisha. Ela j á passou por m uita coisa e não precisa ter o traum
a de m e contar o que houve com um a plateia de hom ens ouvindo.
– Fez sexo com alguém antes de sair daqui? Não estava ciente de
que você estava saindo com alguém .
– Não quis ofender, abordei isso do j eito errado. Desculpe não falar
de um j eito m elhor, m as estou tentando entender se você está m
entindo sobre o estupro.
Você trabalha e não sai de Hom eland. Sei de tudo o que rola dentro
desses m uros.
– Não sofri. O cheiro fam iliar que você deve estar sentindo é
provavelm ente o do m otorista da SUV, Bart. Não sei seu sobrenom
e. Ele se feriu no capotam ento e eu o toquei bastante para ver se
havia ferim entos. Ele está m orto, não está? Slade e eu ouvim os
três tiros depois que Bart se recusou a sair de onde caím os. Achou
que aqueles hom ens não o m achucariam porque ele era hum ano.
Tentam os dizer que eles o m atariam , m as ele se recusou a nos
dar ouvidos. Não tivem os escolha, tivem os que deixá-lo para trás.
Acham os que tentaram tirar inform ações dele sobre seu paradeiro
e o de Slade.
CAPÍTULO DOZE
Justice hesitou.
– O que eles fizeram foi selvagem e cruel. Um a coisa é m atar um
hom em a sangue frio, m as outra é castrá-lo antes da m orte.
– Castrar?
Provavelm ente vou chorar m uito tam bém . Não fui estuprada, eu j
uro. Slade im pediu o cara que ia m e atacar a tem po. Sou grata por
você se im portar com m eu bem -estar, m as m inha vida sexual é
pessoal. Tenho um favor para pedir, porém .
– O que quiser.
Não im porta o horário. Ele salvou m inha vida várias vezes lá. Acho
que não vou descansar direito até saber o que houve com ele.
– Vou m andar Brass ficar aqui. Vou ordenar que tragam com ida
para você, estará te esperando quando sair do banho. Prom eto
que, assim que souber de algo, ligo para Brass e digo para ele te
passar a inform ação. Am anhã, conversam os sobre o que
aconteceu.
– Brass vai ficar aqui?
Sabiam da rota que havíam os planej ado para o seu carro, o que
nos diz que receberam inform ações daqui de dentro. Apenas as
nossas equipes de seguranças hum anos sabiam aonde estávam os
indo, a que horas e com o chegaríam os lá. Haverá oficiais da ONE
com você dia e noite para te proteger até que eu tenha garantia da
sua segurança, o que não acontecerá até que o responsável por
tudo isso sej a encontrado. – Ele respirou fundo. – Preciso ir, m as
sua com ida chegará logo. Com a e descanse.
Ela ficou chocada com o fato de haver alguém em Hom eland que
havia traído as Novas Espécies, m as acreditou em Justice e na
expressão som bria dele.
– Prom eto que não vou esquecer. Assim que eu souber, avisarei. –
Ele deixou a porta de entrada escancarada e Trisha ouviu-o falar
baixinho com os hom ens lá fora.
– Doutora Norbit?
Ela se sentia levem ente hum ilhada por saber que precisava
daquela aj uda.
Não lutou enquanto aquele hom em grande a guiava para sair do
chuveiro. O
– Obrigada.
– Você foi m uito forte. Para alguém tão pequena, você tem todo o m
eu respeito, doutora Norbit. Foi bem valente, m as agora é hora de
deixar que alguém cuide de você.
– Vou te pegar de novo, agora que seu cabelo não vai encharcar a
cam a, e te colocar lá. Vej o que tem pij am as, m as sofri o bastante
com ferim entos em experiências passadas e posso te avisar que é
m elhor não vestir nada enquanto se recupera. Vam os lá.
– Justice não sabia o que você queria com er, então m andou
prepararem seis pratos. O Conselho tem seu próprio chef. Justice
fez um a ligação pedindo para a com ida ser preparada quando
soube que você estaria para chegar. Há sobrem esas tam bém . De
novo, Justice não sabia o que você com eria, então pediu para m
andarem um pouco de tudo.
– Vou abrir os pratos para te m ostrar o que você tem que escolher.
O estôm ago de Trisha roncou alto. Seu rosto corou e ficou quente
quando Brass riu de novo. Ele obviam ente ouviu aquilo. Ele com
eçou a rem over as tam pas enquanto listava as com idas que
haviam sido preparadas. Não tocou nas sobrem esas.
Ele sorriu.
– Tudo bem . Fico feliz por você não querer as costelas, fiquei com
água na boca só de vê-las. Está com fom e, né?
– Morrendo de fom e.
Ele riu.
parece sólida.
– Trisha?
– Ele está bem . Estão trazendo-o agora m esm o para Hom eland.
Ele encontrou um a de nossas equipes há uns vinte m inutos. Levou
um tiro, m as é apenas um ferim ento superficial. Estão levando-o a
um hospital para ser exam inado, m as ele deve voltar para Hom
eland em algum as horas.
Ele havia levado um tiro. Tudo isso foi registrado. Ela viu em prim
eira m ão com o os Novas Espécies podiam ser fortes e com o se
curavam rápido. Não estava m uito preocupada sobre o ferim ento
ser um risco à vida dele, j á que esperavam que ele estivesse em
Hom eland em breve.
– Obrigada.
– Volte a dorm ir. Detestei ter que te acordar, m as Justice disse que
você queria saber assim que ele soubesse. Tenho certeza que
Slade virá aqui assim que voltar para dar um a olhada em você
pessoalm ente. Apenas descanse. Você precisa disso.
– Eles nos odeiam – afirm ou Tiger. – É por isso que fizeram isso. É
por isso que fom os atacados no passado, e pelo m esm o m otivo
farão de novo.
– Toda vez que acham os que a am eaça dim inui, algo acontece.
Ele focou em Fury. – Acreditam que ela está aqui para aj udar a
entender por que não podem os ter filhos. Em iti um a declaração,
dizendo que o fator decisivo para a escolha dela em vez dos outros
candidatos foram seus anos trabalhando com o m édica de em
ergência. Acho que eles não acreditam que essa sej a a verdade.
lunáticos.
Slade ficou tenso e sua boca se abriu. Antes que pudesse falar,
Brass se adiantou.
CAPÍTULO TREZE
Trisha nunca chegou a ver o lugar. Só sabia o que havia ouvido nos
noticiários.
Justice com prou o velho resort para aproxim á-los de seu povo e
para ser capaz de protegê-los m elhor. Haviam decidido renom ear o
lugar para Reserva das Novas Espécies. Ela tinha certeza de que
era um título apropriado, j á que aquilo era qualquer coisa m enos
um local de férias. Seria gerenciada da m esm a form a que Hom
eland, totalm ente sob controle e leis de Novas Espécies. Tam bém
Brass ainda ia ver com o ela estava e costum ava chegar à casa
com alguns film es de ação e ela preparava a pipoca. Às vezes, ele
levava alguns am igos j untos. Trisha conheceu alguns Novas
Espécies assim . Eles a tratavam com o se ela fosse um a irm
ãzinha, um a deles, e ficava agradecida por isso. Evitava que ela
sentisse pena de si m esm a.
Slade j am ais ligou ou foi vê-la. Na verdade, ele havia sum ido do m
apa, até onde Trisha sabia. Algum as sem anas antes, um dos hom
ens m encionara que Tiger e Slade estavam trabalhando na
Reserva. Ele nem m esm o m orava m ais em Hom eland.
– Obrigada.
que estava por vir, que ela havia pedido a Justice assim que ele
tivesse tem po de vê-la. Ela especificara a urgência de falar com ele.
Ele reservara um tem po para ela.
– Você parece séria. Não fique. Já te disse antes que estou m uito
disposto a te arranj ar qualquer coisa de que precise para o centro
m édico.
– Não é sobre dinheiro e não quero ser dem itida ou m e dem itir,
apesar de que talvez você não queira que eu trabalhe para vocês
depois desta reunião. – Ela respirou fundo, estudando Justice. – Me
desculpe. No m om ento, estou m orrendo de m edo.
– Da situação. Nem sei por onde com eçar. Algo aconteceu, e é bem
sério. Se alguém entende com o isso é grave, esse alguém sou eu.
Sei que você acreditava que todos os seus hom ens fossem
estéreis, m as pelo m enos um deles não é.
Justice se levantou de repente. Se virou para a j anela e ficou de
costas para Trisha. Perm anecia em silêncio. Trisha o observava
com m edo, não tinha ideia de com o ele reagiria. Ela tinha um a TV,
assistia a entrevistas com grupos de ódio e sabia que viriam
problem as enorm es para Novas Espécies quando se espalhasse a
inform ação de que não só eles podiam ter filhos (pelo m enos um
deles não era estéril) com o a m ãe não era um a Nova Espécie.
Ele gargalhou.
Trisha gentilm ente em purrou Justice, até que ele a soltou. Ela
olhou para o rosto sorridente dele, com um a sensação horrível. Ele
obviam ente pensava que ela, enquanto m édica, fizera algo que
resultara num a gravidez. Ela sabia que precisava esclarecer as
coisas im ediatam ente.
– Não foi algo que fiz de propósito. Não houve intervenção m édica.
Apenas aconteceu. É um a gravidez com pletam ente não planej
ada e natural.
– Melhor ainda! Ganhei m eu dia. Caram ba, ganhei o ano. – Depois
o sorriso dele se esvaeceu conform e ele foi ficando tenso. –
Precisam os m anter isso sob
Ela percebeu que ele não estava entendendo o que ela tentava
contar. Ela abriu a boca. Justice recuou.
– Sobre isso…
– Justice…
Você terá que ir para lá tam bém . – Ele olhou fixam ente para ela. –
Sei que sua vida é aqui, m as você tem que ser protegida. – Ele
sorriu. – Isso é m ais im portante. Eu…
– O quê…
– A últim a vez que fiz sexo foi há uns dois anos. Fiz sexo um a vez
desde então e foi com um de seus hom ens. Não há dúvida algum a
de que ele é o pai.
– Tudo bem . São boas notícias, Trisha. Você parece tão triste, m as
não fique.
Não tem ideia do que isso significa para o m eu povo. – Ele deu a
ela um sorriso triste. – Afinal de contas, podem os ter filhos. Se um
de nós é capaz, talvez os outros tam bém possam . Sei que você
provavelm ente está assustada, m as vai dar certo de algum j eito.
Vam os conseguir. Você pode cuidar dos seus próprios tratam entos
m édicos até que possam os encontrar alguém de confiança para
assum i-los? Você obviam ente não pode fazer o parto do seu
próprio filho.
– Vam os passar por tudo j untos, sej a lá o que for. Você nunca vai
estar sozinha, Trisha. Já te considerávam os um a de nós antes, m
as agora você é realm ente um a Nova Espécie. Sua criança é um a
de nós e, com o m ãe dela, você é oficialm ente parte da ONE.
Sendo assim , concedo a você todos os direitos. Você terá nosso
apoio total, cuidarem os m uito bem de você e estará protegida o
tem po todo. – Ele se pôs em pé e contornou a m esa, pegando o
telefone. – Encontre Brass agora m esm o e m ande-o ao m eu
escritório.
Trisha relaxou. Isso poderia ter saído m uito m al. Ela esperara o
pior, que ele pudesse se aborrecer com a notícia. O bebê colocava o
povo dele em risco.
Justice ficando anim ado e feliz com o bebê dela era m uito m elhor
do que qualquer coisa que ela im aginara.
– Ahn, Justice?
– Sim ?
– Não é ele.
– Mas ele fica na sua casa à noite. Eu te disse que sei da m ovim
entação de todo m undo em Hom eland. Vocês estão nam orando.
– Sinto m uito por isso. Achei que Justice tivesse te cham ado para
ser m eu guarda-costas, porque ele sabe que ficam os am igos.
Nunca im aginei que ele pudesse achar que você é o pai do m eu
bebê.
Trisha notou a reação som bria dele, o que a deixou sem palavras.
Justice estudou-a.
– Não sabia que ele gostava de você? Você pode ter achado que
ele era seu am igo, m as acho que ele estava te cortej ando lentam
ente.
– O quê?
– Você adm itiu que transou um a vez em dois anos. Senti cheiro de
sexo em você um a vez. – Ele estudava o rosto dela com atenção. –
Havia m eu cheiro em você, e sei que não sou o pai. Havia o cheiro
do Brass em você, m as obviam ente vocês não fizeram sexo. – Ele
tom ou fôlego. – Tam bém havia o cheiro do Slade em você. Era o m
ais forte, m as achei que fosse porque vocês ficaram sozinhos por
dias e… É claro. Slade é o pai.
Ela perm itiu que as lágrim as caíssem quando olhou para cim a.
– Você achou que fosse m ais que sexo casual e as ações dele te m
achucaram .
– Não entendo.
– Ele não quis m ais ficar com igo depois que fom os resgatados, e
eu certam ente não quero que ele tente ficar com igo agora por
causa dessa gravidez.
– Sinto m uito pela dor que está sentindo. Slade devia saber com o
você é especial e nunca devia ter deixado você ir em bora, Trisha.
Eu não deixaria se você fosse m inha. Essa deveria ser um a
ocasião feliz, m as ele te m achucou.
Ela fungou e se afastou de Justice. Ele a soltou enquanto ela
enxugava as lágrim as novam ente.
– Obrigada. Foi a coisa m ais legal que você podia ter m e dito. –
Ela olhou para ele. – Há m ais um a coisa que quero pedir a você.
– Qualquer coisa.
– Peço que conte a Ellie e ao Fury que estou grávida. Eles ainda
não conceberam , m as provavelm ente conseguiriam . Sei que
querem um bebê. Pode ser apenas um problem a sim ples de baixa
contagem de esperm a, ou talvez Ellie só precise de um a aj udinha
para produzir óvulos. Alguns rem édios para fertilidade podem aj
udá-la a engravidar. Posso encom endar testes que tenho certeza
que eles concordariam em fazer assim que souberem . Eles saberão
que têm esperanças de conceber. São o outro casal de hum ano e
Nova Espécie, e são os dois únicos que precisam dessa inform
ação. Os dois são confiáveis.
– Está bem , farei isso. Não se preocupe. Vou tom ar conta disso e
pedir que o doutor Ted Treadm ont faça os exam es. Sei que não é a
área dele, m as ele é capaz de fazer uns exam es sim ples, certo?
– Desculpe.
Justice ouviu a água correndo. Hum anos com pletos não tinham
sentidos aguçados. Ele sem pre precisava se lem brar desse fato,
achando que a audição deles era com o a sua. Ele se sentou à m
esa. Experim entava alegria e tristeza com o fato de que podiam
procriar. Ele queria ter um filho um dia, m as o m edo de com o os
hum anos reagiriam se descobrissem dava um nó em seu estôm
ago.
Ele discou para a sede na Reserva e pediu para falar com Slade.
– Tudo bem .
– Estou enviando a doutora Trisha Norbit para a Reserva.
Silêncio.
– Tudo bem . Ela vai ficar aqui por algum m otivo? – Slade não
parecia feliz.
– Aqui há gente dem ais que vai vê-la. Acho que é m elhor se ela for
enviada para aí. É rem oto e m ais fácil de proteger do público. Ela
está a cam inho, então arrum e tudo. Quero que ela sej a colocada
em um local rem oto, porém confortável, e que sej a im ensam ente
seguro. Estou m andando três oficiais pessoais com ela para
protegerem -na o tem po todo.
– Tenho certeza de que ela vai ficar bem . Preciso ir. Vou pedir ao
piloto que m e com unique por rádio o horário exato do pouso.
– Cuidarem os disso.
A raiva j orrava ardentem ente dentro de Slade, até que o suor com
eçou a escorrer por sua pele. O escritório onde se encontrava tinha
ar-condicionado, m as não era capaz de im pedir a reação à sua
raiva. Ele fizera o ato honroso de deixar Hom eland para evitar a
tentação de ir atrás de Trisha. Por várias vezes sacrificou a própria
sanidade para garantir que ela não ficasse em perigo.
Tiger se levantou.
– O que há de errado?
– Era Justice. Ele está m andando a doutora Norbit até aqui. Ela
está em perigo, e ele quer que ela fique escondida.
– Merda. Será que ele não vê com o isso vai ser duro?
– Ele não parecia se im portar. Não pude discutir com ele, sabendo
que tudo o que eu dissesse poderia ser ouvido pelos outros.
– Verdade.
– Ela vai estar em perigo m esm o assim . Ela trabalha para nós, e
alguns vão odiá-la só por essa ofensa. Se ela estiver com um de
nós, com você, e se isso vazar, qualquer nível de am eaça contra
ela vai piorar. Você fez a coisa certa.
– Certo. Trabalho.
– Eu cuido dela. Não precisa falar com ela quando ela chegar.
– Não. – Ele sabia que seria idiota de sua parte, m as precisava vê-
la. – Justice não deu detalhes sobre o porquê de ela estar em
perigo, m as disse que ela estava m eio m al. Vou dorm ir m elhor à
noite se eu m esm o puder vê-la. Não vou descansar até ter certeza
de que ela está bem fisicam ente.
– Masoquista.
– Cale a boca.
– Decidi não contar ao Slade sobre o bebê. É você quem deve com
partilhar a notícia com ele. Vou te dar algum tem po.
– Obrigada.
– Se ele ligasse, com o você diz, teria vindo m e ver. Teria pelo m
enos ligado
– Entendo.
– Obrigada.
– Sinto m uito por Justice ter entendido errado e achado que você
era o pai do m eu bebê.
– Sim .
– Tenho sentim entos por ele, m as ele m ostra obviam ente que não
é recíproco.
Ele piscou.
Trisha conhecia Moon. Ele era um dos hom ens que apareciam com
Harley e Brass em sua casa para assistir a film es. O hom em alto
não falava m uito m as, quando decidia quebrar o silêncio, tinha um
senso de hum or perverso do qual ela gostava.
– Obrigada.
Ele deu um sorriso genuíno para ela e acom panhou-a para fora do
escritório.
CAPÍTULO Q UATORZE
– Enj oos não são engraçados! – Ela gritou. Não tinha certeza de
que ele a tinha ouvido com o barulho alto do helicóptero e com os
fones que ele usava para se m anter em contato com os pilotos, m
as Moon piscou em resposta, fazendo-a acreditar que sim , ele a
ouvira.
Com um a cara triste, ela fez que sim com a cabeça. Seu estôm ago
se revirava um pouco, m as ela não queria vom itar. Sentiria-se hum
ilhada se os três hom ens a vissem colocando o café da m anhã
para fora, sem contar que os pilotos teriam que lim par tudo depois
que pousassem . Ela fechou os olhos, m as isso fez a sensação de
náusea piorar. Sentiu que o helicóptero descia. Graças a Deus. Está
quase acabando. O helicóptero pousou e o piloto com eçou a
desligar os m otores.
Moon se m exeu prim eiro ao abrir a porta e pular para fora. Harley
saiu em seguida. Eles se separaram e cada um ficou de um lado da
porta. Trisha tentou se levantar sozinha, m as seus j oelhos trem iam
tanto que ela perdeu o equilíbrio no instante em que apoiou o peso
neles.
Ele riu.
Ela sorriu, m uito grata por tê-lo com o am igo. Ele sem pre sabia
com o fazê-la rir. Ela ouviu Harley falando, m as não ousou levantar
a cabeça do om bro de Brass para ver com quem ele conversava,
ainda lutando contra a enorm e
– Ela está com náuseas. Vai ficar bem assim que a colocarm os em
um a cam a e darm os um tem po para se recuperar.
Por que ele está tão bravo? Será que me odeia? Ele obviam ente
tinha um problem a por ela estar perto dele. Seus olhares se
encontraram e se fixaram .
Seu coração deu um nó por estar tão perto dele novam ente.
Ele tirou o foco de cim a dela por alguns segundos e sua atenção se
m oveu de Brass para Harley, depois para Moon, e então novam
ente para ela. Ele finalm ente olhou para Brass, fixando os olhos nos
dele.
– Em que nível de am eaça ela está? Justice não foi claro e precisei
tom ar cuidado com o que dizia porque havia um hum ano perto de
m im durante a conversa. Desde então, ele está em reuniões, sem
poder atender às m inhas ligações.
clube ainda está sendo construído. Tem os outro proj eto em andam
ento para os escritórios, para que não fiquem os perm anentem ente
presos a um trailer. Em qualquer segundo, em qualquer dia, há bem
m ais que quatrocentos hum anos aqui. Por acaso Justice quer que
eu feche tudo, para que voltem os ao trabalho quando a am eaça
acabar? Ele tem feito m uita pressão em m im para term inar tudo.
– Não seria seguro para ela. Ela é totalm ente hum ana. – A raiva de
Slade parecia se intensificar. – Claro, nenhum hum ano seria idiota o
bastante para se aventurar lá e sobreviver, m as seria com o dar um
a isca aos habitantes da Zona.
Esses são os que realocam os para lá. Você não estaria segura na
Zona Selvagem .
Ele a segurou pela cintura até que ela firm asse as pernas trêm ulas.
Ele se afastou quando teve certeza de que ela não cairia. Ela olhou
para Brass.
Sei que tam bém há alguns trailers por aqui e podem os pegar um .
Seria um a m oradia apertada, m as funcionaria. Tem os que deixá-
la longe de todos que não sej am Novas Espécies.
– Está bem . Pode ficar com a m inha casa. Só tem três quartos, m
as tenho certeza que podem se virar. Fica longe de todos os outros
prédios.
– Diga a ele que não. Me ouça. Aqueles hom ens lá não são
estáveis e você é um a m ulher com pletam ente hum ana. Além
disso, você é m édica. Só de te verem vão querer te m atar por
esses dois m otivos. Você vai m orrer se concordar que eles te
levem até lá. Os selvagens foram cuidados por m ulheres ao serem
libertados, m as depois foram levados a lugares rem otos, sem elas.
Passaram m eses sozinhos e não sei se resistiriam a atacar um a m
ulher. Tam bém não estou disposto a arriscar.
Brass sorriu.
– Com o? Você soube por várias sem anas com o entrar em contato
com igo, se quisesse conversar. Devia ter tentado m e falar antes se
tinha qualquer coisa que eu precisasse ouvir. – Ela com eçou a cam
inhar em direção ao j ipe.
Ela riu, sabendo que era um a piada. Moon sem pre conseguia fazê-
la se sentir m elhor.
– Sem problem as. Você definitivam ente fica com a cam a. Vocês,
hum anos fracotes, j am ais sobreviveriam a dorm ir no chão duro.
Nós não nos im portam os em dorm ir em superfícies duras.
– Fale por você. Eu adoro cam as, então acho que vou ficar com o
turno da noite e dorm ir nela quando Trisha não estiver nela.
Trisha riu. Ela adorava aqueles caras. Tinha m uita certeza de que
estaria chorando depois de seu confronto com Slade se não fosse
por eles. Brass aj udou-a a subir no j ipe, enquanto Moon e Harley
subiam atrás. Brass sentou no banco do m otorista. Ele olhou para o
outro j ipe, onde havia um hom em Nova Espécie esperando com as
m alas deles.
– Sim , senhor.
pensam ento de ela não o querer m ais fez um a dor atravessar seu
peito. Ele devia ter dito a ela por que a evitara, m as acreditava que
ela o convenceria a ignorar a segurança dela se sentisse por ele um
décim o do que ele sentia por ela. Aquilo teria enfraquecido sua
determ inação, fitando os olhos dela, e se ela o tocasse, ele perderia
aquela batalha.
– O que foi?
Ele em purrou os pensam entos para longe, sabia que não podia
perm itir que seus desej os m andassem em suas ações. Ela estava
pálida e m al. Ele se preocupava com isso. Ela precisava descansar,
claro, m as depois… droga! Pare de pensar em despi-la e fazê-la
ver que sou o homem certo para ela. Agora não é o momento.
– Estou bem – m entiu ele. – Vam os. Quanto m ais rápido lidarm os
com esses problem as, m ais rápido term inarem os todo o trabalho.
Ele lidaria com a doutora m ais tarde, depois de tirar um tem po para
pensar e avaliar a situação. O fato de ela estar na Reserva m udava
as coisas totalm ente.
Ela estava em perigo m esm o assim , estivesse ele com ela ou não.
Precisava se
acalm ar antes de decidir o que fazer. Não seria inteligente falar com
ela até colocar a coleira no ciúm e.
– A cam a é pequena dem ais para nós quatro, a não ser que façam
os um m ontinho – afirm ou Moon, repentinam ente.
Trisha com eçou a rir. Ela se virou e sorriu para ele, vendo que todos
os três hom ens a haviam seguido escada acim a.
– Fico por cim a se fizerem isso. Não vou ficar esm agada.
seu cheiro e veio investigar. Moon está falando com ele e Harley
está m antendo o andar de baixo seguro.
Curiosa, Trisha desceu da cam a e foi para trás de Brass. Ela sabia
que ele estava ciente de sua presença ali. Ele esticou os braços
para trás e colocou a m ão no quadril dela para m antê-la atrás dele.
Ela hesitou e espiou em volta. Ainda era dia e era fácil avistar o hom
em do lado de fora (ao m enos ele era m ais hum ano que anim al).
A visão do cabelo e das feições dele a chocou profundam ente.
– Ele…
O grande m acho havia sido obviam ente alterado com genes felinos
e tinha um a j uba de um loiro averm elhado. Seus olhos eram com
o os de um gato, visíveis m esm o de longe. Tinha um corpo enorm
e e m usculoso. Mal usava roupas, apenas j eans curtos e m ais
nada.
Brass virou a cabeça. Trisha olhou para suas feições intensas. Não
queria que Brass se m exesse e com certeza não queria Valiant
perto dela. Ele a deixava apavorada. O olhar de Brass se suavizou.
– Tudo bem .
Eram olhos de gato, com paráveis talvez aos de um leão, porque ele
certam ente não se parecia com nenhum gato dom éstico que ela j á
vira, isso era certo. Seus cílios eram de um a cor averm elhada que
com binava com o cabelo, anorm alm ente longos e exuberantes.
Ele se aproxim ou m ais um passo. Ela se enrij eceu, m as levantou
o queixo. Estava certa de que Brass lutaria para protegê-la se ele
achasse que Valiant representasse um a am eaça a ela.
– Não totalm ente hum ana, m as não totalm ente com o nós. Só dá
para notar se encostar na pele dela.
– Se im porta se eu…?
Trisha deu de om bros.
– Você está certo. Não dá para notar, a não ser que estej a perto da
pele na parte inferior da barriga dela. É fraco m esm o.
– Está.
– O bebê não é m eu. Nunca cruzei com ela. Sou am igo dela e sou
um dos três hom ens que Justice pediu para a protegerem .
Valiant virou a cabeça na direção de Trisha e rosnou.
Valiant suspirou.
– Pode ficar, hum ana. Só você. Não traga nenhum de seus am igos
ou fam iliares hum anos. Eu os com eria no j antar. – Seu olhar
retornou a Brass. – Vou espalhar isso pela Zona, para garantir que
ninguém m ais venha incom odá-la.
Brass relaxou visivelm ente depois que Valiant desceu a escada. Ele
sorriu para Trisha, m as parecia um pouco forçado. Moon e Harley
correram para cim a segundos depois. Harley estava sangrando e
segurava um trapo úm ido na testa.
As roupas de Moon estavam rasgadas.
Trisha riu.
– Pode xingar. Eu teria dito coisa pior se alguém tivesse feito isso
com igo. Com o que ele te bateu?
– Vou pedir tam bém um kit de prim eiros socorros para a Trisha
enfaixar seu dodói, Harley. Se im porta, Trisha? Ainda não tem os
um m édico na Reserva.
– Não. – Brass não parecia feliz. – Tenho certeza de que o que tem
os nos nossos kits de prim eiros socorros é tudo do que você pode
precisar. Acho que vou descer para avaliar o estrago e, depois, vou
ligar para o escritório e inform ar do que precisam os.
– Obrigada.
– Ela tocou em m im .
– Você não tem nada para fazer? – Eles podiam ser m eio infantis,
m as ela gostava do fato de serem brincalhões.
Harley sorriu.
– Algo sobre ter que dar o braço a torcer quando ligar e Slade
descobrir que j á houve um problem a aqui, sendo que acabam os
de chegar.
CAPÍTULO Q UINZE
– Valiant?
Slade estava tão bravo que via tudo em verm elho. Estava em pé
em frente ao portão da casa que haviam dado a Valiant. Slade ouviu
um a porta batendo e segundos depois Valiant, que estava quase
totalm ente nu, cam inhou casualm ente até os degraus da sacada
para se aproxim ar do portão.
– Bem , você passou por dois de nosso povo para chegar até ela,
então sabia m uito bem que ela deveria estar aqui. A cabana não
está em seu território pessoal. Você não tinha autoridade para
atacar nosso próprio povo.
– Não vou chegar perto dela, j á discuti isso com Brass. Ela é um a
de nós, até onde sei.
– Não acreditei que ela estivesse grávida. Agora sei que está.
– O quê?
A fúria de Slade foi filtrada pela dor que cortou seu peito. Trisha está
grávida?
Parecia que seus j oelhos iam desm oronar. Seu coração acelerou e
a raiva com eçou a voltar. Ela está grávida! Ele foi tom ado por um
nevoeiro de em oções, a m aioria delas assassinas, ao pensar que
algum cara tocara no que era dele. A ideia de qualquer um fazendo
isso quase o levou ao lim ite da insanidade.
Slade foi a passos duros até o j ipe. Sua fúria não tinha lim ites.
Alguém devia ter lhe contado que Trisha havia sido enviada à
Reserva porque carregava um bebê Nova Espécie. O m otor do j ipe
rugiu ao ser ligado e Slade pisou no acelerador. Os pneus cantaram
em protesto, m as ele não ligou para o barulho.
Tirou Brass do cam inho e saiu na varanda para observar o j ipe que
Slade quase derrapara perto da cabana. Ele deixou m arcas de
pneu ao puxar o freio de m ão do veículo para pará-lo. Trisha não
precisava de sentidos aguçados para sentir o cheiro de borracha
queim ada enquanto Slade desligava o m otor do j ipe e saltava do
banco do m otorista. Ele foi prim eiro até Moon e rosnou para ele.
– Saia.
Moon não se m exeu.
– Algum problem a?
– Fique fora disso a não ser que queira que eu te quebre tam bém .
Isso é entre nós.
– Ok.
Trisha estava chocada. Aquilo não era razoável e com certeza não
era algo ao qual ela queria assistir. Eles precisavam parar. Alguém
podia se m achucar.
Moon estava em volta dos hom ens que brigavam , até que se
colocou no prim eiro degrau da varanda, bloqueando o cam inho de
Slade até Trisha. Harley soltou Trisha de repente e pulou os degraus
para se colocar ao lado de Moon. Os dois hom ens pareciam tensos.
– Por quê? Está tão aborrecido que não está sendo razoável –
Harley m anteve um tom de voz calm o. – Você m achucou Brass
por estar zangado com Valiant.
Não sabíam os que ele estava aqui, ou Brass teria ido falar com ele
antes de ele sentir o cheiro de um a hum ana. Você é um dos
nossos m elhores lutadores e sabia que podia dar conta de Brass
sozinho. Poderia nos encarar um por um tam bém .
Sabem os disso. Mas terá que passar por nós dois ao m esm o tem
po se quer aborrecer Trisha. Sua briga não é com ela.
– Sabia que você se sentia atraída por Justice m ais do que adm
itia. Eu não teria te evitado se soubesse que você estava tão a fim
de um Nova Espécie na sua cam a. Achei que estivesse te
protegendo – rosnou Slade. – Estar com um de nós te coloca em
perigo. Você passou por m uita coisa e eu não queria que você
ficasse com igo por gratidão por salvar sua vida. Sabia que só o tem
po nos daria um a chance. – Ele chacoalhou a cabeça. – Eu poderia
te m atar. Eu disse que você era m inha. Minha! – grunhiu ele. –
Pode ficar aqui e ter seu m erdinha, m as é m elhor que eu nunca m
ais te vej a. Não tem perm issão para sair da cabana enquanto
Justice esconde você e sua criança querida sob m eu nariz.
– Slade?
Ele a ignorou com pletam ente, com o se ela não tivesse falado,
enquanto pulava dentro do j ipe.
– Brass? Você devia ter escolhido alguém m ais forte, doutora. Ele
acabou de levar um cacete e nem suei para isso. Mas aposto que
ele diz seu nom e, não é?
– O bebê tam bém não é dele. É seu, seu filho da puta idiota! – Ela
berrou a inform ação para ele. – Você pode ter sido capaz de bater
no Brass, m as pelo m enos ele está aqui para m im . Nunca m e
abandonou quando m ais precisei dele, e ele não m ente para m im
com prom essas de que vai voltar e em vez disso foge com o um
grande covarde, com o você fez. E o m erdinha a que você se refere
é um grande j eito de cham ar seu próprio bebê. Eu te odeio.
– Não.
Ela se virou e fugiu para dentro da casa, correndo até a escada. Mal
chegou ao banheiro e vom itou. Quando acabou, lavou o rosto,
escovou os dentes e finalm ente se encoraj ou a abrir a porta. Tinha
m edo de que Slade a confrontasse de novo, m as era Moon que
estava sentado na beira da cam a.
Slade estava em pé no j ardim , em choque absoluto. Um bebê. Não
era possível. Não podiam engravidar m ulheres. Eles tinham certeza
disso. A Mercile tentara várias vezes. Teriam dado um j eito se fosse
possível. Mas Trisha não m entiria para ele. Ele sabia que não o
enganaria intencionalm ente sobre algo tão im portante.
– Eu não sabia.
– Você não estava por perto para saber. Não esteve em lugar
nenhum desde a recuperação dela. Foi quando vocês cruzaram ,
não?
Trisha está carregando meu bebê. Ele tentou deixar a ficha cair em
seu cérebro ainda cheio de choque.
Slade ficou ali paralisado, olhando para a casa. Queria ir atrás dela,
queria conversar com ela, até im ploraria para que ela perdoasse
suas palavras duras, m as ele nem sabia por onde com eçar. Cham
ara o filho dele de m erdinha.
Por que sempre faço tanta merda com ela? Que droga! Seu queixo
caiu até o peito e ele foi tom ado pela dor. Ele era seu pior inim igo.
Toda vez que abria a boca, parecia em purrar para longe a m ulher
que am ava, dizendo algo que a chateava ou m achucava.
– Eu vi e ouvi.
– Não é sua culpa. Slade m ereceu suas palavras duras. Ele transou
com você e depois desapareceu. É ele quem deve ter vergonha,
não você. Você é um a dádiva, Trisha. Qualquer hom em se sentiria
sortudo se você se im portasse com ele e o deixasse te tocar do j
eito que ele tocou, m as ele j ogou isso fora. Foi idiota ao fazer isso.
Deite e descanse. Os suprim entos chegaram há alguns m inutos e
em breve vam os trazer sua j anta. Pense em seu bebê e não se
preocupe com Slade ou qualquer outra coisa. Nós vam os cuidar de
você. Tenho certeza de que assim que Slade esfriar a cabeça vai
voltar para conversar com você com calm a. Ele não queria, m as
seu cérebro voltou a funcionar. Acho que ele foi babaca daquele j
eito porque estava com um ciúm e louco, achando que você tivesse
deixado outro te tocar. Ele não teria sido tão cretino se não se im
portasse com você, e ele deve se im portar m uito, j á que foi tão im
becil.
– Com o quê?
Bem, agora Slade sabe sobre nosso bebê. Ela cum priu o que
Justice pedira e foi um desastre. Conteve as lágrim as. Jam ais
sonhou que daria a notícia de um a paternidade berrando com um
hom em cuj o bebê ela carregava, e ainda por cim a xingando-o.
Mas que… merda!
Será que Moon estava certo? Slade havia sido um cretino extrem o.
Se ele não se im portasse, não teria reagido tão violentam ente à
notícia da gravidez dela.
Doeu m uito quando ele im aginou que ela dorm ira com Justice.
Talvez ele achasse que ela dorm isse com hom ens por aí
frequentem ente. Se esse era o caso, ele não a conhecia.
Aquela coisa toda de “m inha” perm anecia presa em sua cabeça.
Ele disse que ela era dele quando atacou Bill no acam pam ento em
que ela quase fora estuprada. Depois, quando estavam lá fora, ele
gritou com ela, dizendo que ela sabia que era dele; m as, se ele
achava isso, por que a abandonou? Ele disse algo sobre protegê-la,
e ela só ficava m ais confusa quando tentava encontrar sentido
nas palavras dele. Ele queria dar tem po a ela? Ele disse que só o
tem po poderia dar a eles um a chance, ou algo parecido. Tempo
para quê? Para eu me sentir usada e idiota por achar que algo
significativo aconteceu entre nós?
– Trouxe leite para o bebê e sopa para seu estôm ago aborrecido.
Moon m e disse que você passou m al a ponto de pôr para fora a
últim a refeição. Vou te trazer biscoitos com gotas de chocolate se
você segurar tudo isso na barriga. Eles m andaram um saco enorm
e deles. Disse para os caras guardarem pelo m enos um para você.
– Só um ?
– Talvez dois. Você está com endo por dois agora – Harley sorriu
para ela. –
– Não é na bunda dela que você vai colocar seu nom e, Harley.
Peça para ela tatuar no braço. Assim , quando ela esquecer, vai
estar bem ali. Todos sabem os com o você não é nada m em orável.
Ela teria que ser um a contorcionista para ver seu nom e na bunda
dela.
Não vai com prar um trailer enferruj ado. Com pre um trailer de cinco
rodas e viva nele. Assim você pode desengatá-lo e não precisa rem
over o pátio toda vez que precisar ir a algum lugar.
Ela riu.
– Sim , está.
Moon farej ou algo de repente. Seu olhar se virou para Brass e
Harley. Eles tam bém farej aram . Três pares de olhos se viraram
para a j anela, até que
– Ah. Espero que não tenha goteira no teto. – Trisha olhou para cim
a, para as telhas inclinadas, e de volta para os hom ens. – Se bem
que a cabana parece bem sólida, m esm o que por dentro sej a
velha.
– Tenho certeza que não tem goteira, Trisha. – Brass fez um gesto
na direção da com ida dela. – Com a.
– Sim . Obrigada.
Trisha riu.
– Eu ouvi isso!
Í
CAPÍTULO DEZESSEIS
Ele fez um a pausa. – Você não devia tê-la deixado assim . Por que
faria isso? Ela é incrível.
Minutos se passaram .
– Ela acha que você a usou para sexo e que não liga para ela. Ela
está carregando seu filho e está m agoada. Entende que ela é um m
ilagre?
– Ela foi atacada por estar associada a nós. Acreditei que estar com
igo só aum entaria o perigo. Não era só m eu m edo de m e prender
dem ais a ela.
– Vou falar com eles e vam os acam par aqui fora hoj e à noite
depois que ela for dorm ir. Você vai entrar lá e conseguir sua m ulher
de volta quando ela estiver sozinha.
virou para longe. Seus dedos roçaram na base do abaj ur, que
quase caiu na pressa. Sem ver nada, ela procurou o interruptor e
apertou-o. A luz a cegou por alguns segundos.
Ela se virou e olhou estarrecida para Slade, que estava com o peito
nu. Um corpo bronzeado e m usculoso se exibia até a cintura, onde
o lençol se j untava e cobria o resto dele. Ela não tinha certeza se
ele estava vestindo calças e não quis saber. O fato de ele estar em
sua cam a deixou-a chocada.
– O que está fazendo? – Ela não podia acreditar que ele estava
esparram ado em sua cam a. – Com o chegou aqui?
– Sim .
– Senti saudades. – O lindo olhar dele estudou o dela e sua voz saiu
rouca.
Quero odiá-lo por falar com essa voz tão sexy e estar tão atraente.
Lembre-se: ele me abandonou. Isso não foi nada excitante ou sexy.
Foi frio e maldoso.
Ela cerrou os dentes. – Vou gritar por socorro se não sair de cim a
de m im .
– Espero que sua voz saia bem alto, porque eu os m andei para
longe. Queria que ficássem os sozinhos. Dessa vez, não quero ter
que cobrir sua boca com a m inha m ão.
A lem brança da vez que ele fizera isso para m antê-la em silêncio
enquanto a com ia foi im ediata. O corpo dela respondeu no m esm
o instante. Sentiu um puxão na barriga e ficou com ódio, querendo
odiá-lo. Ela olhou nos olhos dele.
m edo? De quê? É bem m ais alto e m ais pesado que eu. Foi ter m
edo do quê?
– Estar com igo te deixa num perigo m aior. Esse foi o principal m
otivo de eu ter ficado longe de você. Você quase m orreu na floresta,
podia ter m orrido quando a SUV capotou, e eu não queria ser a
causa de você ser um alvo para m ais filhos da puta.
– Foi m ais do que isso, no entanto. Tive m uito tem po para pensar.
Nunca ousei m e apegar a algo ou alguém . Vi m uitas m ortes e m
uita dor. Nunca possuí nada, nunca pude contar que haveria alguém
ali para m im nos m om entos ou dias seguintes. Se aqueles cretinos
que m e aprisionavam percebiam que eu m e im portava com outra
pessoa no centro de testes, usavam isso contra m im .
Caram ba, usaram isso contra todos nós para tentar nos controlar.
Sei que você não entende m uito bem o que um a vida inteira disso
faz com alguém , m as posso te dizer que m e estragou bastante.
Sou destram belhado. Estava com m edo do que eu queria de você
e de que talvez você não sentisse essas em oções tão fortes.
Quero que você diga m eu nom e gem endo e quero te ouvir gritar
de prazer.
– Por favor, Slade. – Ela fixou os olhos nos dele. – Não faça isso
com igo. Você m e m agoou quando prom eteu que voltaria, m as
não voltou. Tive que m atar dois hom ens e tive fé de que você viria
m e aj udar, m as você não fez isso. Dois outros hom ens tiveram
que m e salvar, e ainda assim tive esperanças de que você
apareceria. Eu precisava de você. Passei m al de preocupação até
m e contarem
que você tinha sido encontrado com vida. Esperei você vir até m im
quando m e disseram que estava de volta em Hom eland, m as você
m e esqueceu.
Me senti acabada por ter m atado aqueles hom ens e tudo o que eu
queria depois daquilo era você. Eu precisava de você. Você só se
afastou de m im com o se eu não fosse nada. Não sei com o pôde
fazer isso, se você se im porta com igo.
– O que é “PC”?
Prim eiro, ele achou que Brass fosse o pai m as, quando eu disse
que ele nunca havia m e tocado de form a sexual, Justice soube que
era você. Seu cheiro era o único m ais forte em m im .
Slade levou sua boca até a dela e seus lábios roçaram uns nos
outros. Ele falou contra eles.
– Slade?
– Não m e diga para parar, por favor. Preciso de você. Não faz ideia
do quanto te quero, Trisha. Senti tanto a sua falta que até doía.
Estou m orrendo de desej o por você.
Ele abaixou a cabeça, sua língua passou pelo seio dela e todos os
pensam entos deixaram a m ente de Trisha quando a boca dele se
fechou sobre o m am ilo. Ele sugava forte, fazendo a barriga dela se
apertar e queim ar ainda m ais de desej o, e depois a m ordiscava
de leve. O corpo inteiro dela respondia aos beliscões de prazer, que
corriam diretam ente ao cérebro. Ela gem eu m ais alto, passando
as m ãos pelo peito e pelos om bros dele, e enterrou as unhas na
pele. Sua m ente avisava para em purrá-lo para longe, m as em vez
disso ela o trazia para m ais perto.
– Isso.
Esse era o Slade que a excitava, o hom em que ela desej ava e de
quem sentiu falta. Ele se afastou um pouco, j untou os j oelhos entre
as pernas abertas dela e rosnou novam ente.
Ela gritou de prazer quando ele penetrou sua boceta, com seus
corpos se aconchegando conform e ela descia m ais e com a leve
ardência de ser aberta por algo tão rígido. Trisha colocou o rosto no
pescoço de Slade e pressionou as costas contra o peito dele. Ela
gem ia, sentindo aquele pau grosso e duro deslizando m ais fundo
em sua boceta m olhada e receptiva, enquanto seu corpo sentava
totalm ente no colo dele até sua bunda repousar naquelas coxas.
Ela estrem ecia.
– Slade!
Trisha gem eu m ais alto. A sensação dele dentro dela enquanto ele
acariciava seu clitóris foi se tornando incrivelm ente intensa. Ela
agarrou as coxas dele para se segurar em algo enquanto ele
entrava e saía dela m ais rápido e m ais profundam ente.
– Senti sua falta. – Ele respirava contra a pele dela. – Nunca m ais
vou te deixar. Nunca m ais, Trisha. Prefiro m orrer a ficar longe de
você. Juro que vou te proteger com a m inha vida e não vou
estragar tudo de novo. Aprendi o quanto você significa para m im .
Ela soltou as coxas dele e segurou nos braços que estavam em sua
cintura.
– Essa é a últim a chance que te dou. Estou falando sério. Não vou
dar outra se m e m agoar de novo. Se der m ais um perdido, chega.
Vai ser o fim para m im .
– Não vou fazer isso. Apenas vou ficar bem onde estou agora. Entre
o sexo e o inchaço depois dele, vou ficar grudado em você o tem po
todo. Eu poderia ficar abraçado assim em você para sem pre.
Ele riu.
– Bom saber.
Slade ficou abraçado em Trisha até que o corpo dela com eçou a
envergar e ele percebeu que ela estava caindo no sono. O inchaço
na base do pênis havia desaparecido. Ele aj eitou as m ãos nela e
com cuidado a levantou do colo e colocou-a de lado. Os olhos azuis
dela encontraram os dele e ela sorriu delicadam ente.
Ela iria dizer algo a ele m as, quando seus lábios se abriram , o que
saiu foi um bocej o. Ele desligou a luz e esticou os braços em
direção à sua m ulher. Puxou o corpo exuberante dela contra o seu,
passou os braços em volta da cintura dela e ficou de conchinha.
Não dava para chegar ainda m ais perto. Ele não queria nenhum
centím etro de espaço entre eles, e ela perm itiu que eles se
aconchegassem de lado.
A incerteza na voz dela o atorm entou. Ele fizera isso a ela, a fizera
questionar o laço que tinham .
– Estou em ocionado.
– Não é disso que tenho m edo. E se algo der errado com o bebê?
Sei que o quero desde que o vi pelo ultrassom , Slade. Há tanta
coisa que pode acontecer.
CAPÍTULO DEZESSETE
– Não – rosnou Slade. Seus olhos exibiam sua raiva. – Vou ficar e
protegê-la.
– Não vou te deixar. Diga a ele para ir tom ar conta dos proj etos de
Justice. Ele consegue m andar um m onte de hum anos construírem
as coisas a tem po o tanto quanto eu. Eles respondem bem quando
rosnam os e m ostram os os dentes.
Brass xingou.
– Não faço ideia dos proj etos que precisam ser tocados. Tudo o
que eu disse foi que você pode sair para fazer seu trabalho de dia e
ficar com ela à noite.
– Te vej o à noite.
Ele saiu e bateu a porta. Trisha foi até o sofá e se j ogou nele,
xingando baixinho. Ela sentia três pares de olhos em cim a dela e
olhou de volta para eles.
– Porque foi.
Brass riu.
Parem com essas charadas. O que acham que ele vai fazer com
igo?
– O que eu acho? – Moon sorriu. – Ele vai te excitar até que você im
plore para que te com a. Vai querer te m ostrar a quem seu corpo
pertence e por que ele é o seu m acho. E então vai consertar o
orgulho dele onde você danificou.
– O quê? Eu só ia dizer que iria m ontar nela até que ela não
conseguisse m ais nem andar. – Ele piscou para Trisha. – Nós,
cachorros, tem os m ais tesão que o diabo, e podem os ficar horas
nessa.
Trisha riu.
Slade olhava fixam ente para a m esa, certo de que Trisha só podia
estar tentando deixá-lo louco. Ele odiava ficar em lugares cercados
de m uros, e o escritório tem porário nada m ais era que um a
grande caixa retangular com rodas.
O lugar inteiro cheirava a hum anos e, por m ais que ele estivesse
se adaptando a isso, não queria ficar perto de nenhum , pois não
confiava neles totalm ente. Virou a cabeça para observar os quatro
que trabalhavam nas outras m esas. Dois estavam ao telefone, um
dava goles no café e o outro coçava a cabeça enquanto olhava para
as plantas abertas em sua frente.
– Obrigado.
– O que foi?
– Faltam exatam ente quatorze hom ens e tem dois cam inhões
desaparecidos.
– Ele está com igo. – Tiger usou o próprio rádio para responder. – O
que foi?
Tiger grunhiu.
– Por quê? Não é seguro lá. Você enlouqueceu? Achei que tivéssem
os decidido deixá-la no últim o andar do hotel e lim itar o acesso.
– Os planos m udaram .
– Tem algum m otivo para isso? Os hum anos não têm nada o que
fazer lá. Os m achos m arcaram o território e não a recepcionariam
bem , m esm o sendo m ulher.
Slade hesitou.
– O que ela está fazendo lá? Hum ano nenhum tem perm issão para
ir até a Zona Selvagem . Com o você os convenceu a deixarem ela
lá? Eles passaram a defender m uito o território e teriam sentido o
cheiro dela m uito rápido.
– Foi natural.
– Não sei. – Tiger soltou a alça do coldre para pegar a arm a com m
ais facilidade. – Mas vam os encontrá-los. – Ele se levantou,
segurando na m oldura do para-brisa. – Você dirige e eu farej o.
Vam os achá-los m ais rápido j untos.
Pelo m enos posso com unicar nossas equipes pelo rádio se sentir o
cheiro deles.
– Tem vários hum anos vindo nessa direção. – Ele a soltou e enfiou
roupas no braço dela. – Vista-se agora. Sej a rápida.
Brass deixou-a de lado e subiu na borda da banheira para espiar
pela pequena j anela. Trisha tentou ignorar o fato de que estava
pingando e nua naquele pequeno côm odo com ele. Atrapalhou-se
para pegar a cam iseta e enfiou-a por cim a da cabeça. O tecido se
enroscou em sua pele encharcada. O m edo a
– Vej o dois cam inhões vindo, com vários hum anos dentro. – Ele
pulou e agarrou o braço de Trisha.
– Entre aqui.
Tive que andar um pouco por ela para encontrar sinal. Tente a base
da escada, parece m ais forte ali. – Algo quebrou dentro da cozinha.
– Não. Ela está m ais segura ali, m ais protegida de balas perdidas.
Você vai atrair tiros quando abrir fogo contra os terroristas. – Brass
olhou para Trisha e não desviou o olhar do dela. – Não se m exa de
j eito nenhum , não im porta o que aconteça. Está m e entendendo?
Se um de nós for atingido, não se m exa um m ilím etro, sendo m
édica ou não. Pense no seu bebê.
Trisha foi tom ada pelo m edo quando os cam inhões se aproxim
aram o bastante para seus ouvidos captarem o som . Moon arrastou
um a m ala de um arm ário perto da porta de entrada e abriu-o. Não
havia colocado roupas naquela m ala grande e longa. Em vez disso,
tirou dela dois rifles e agarrou a alça da m ala, levando-a com ele
para o andar de cim a.
Harley foi até a m ala dele e Trisha o viu tirar de dentro dela arm as
e m unições. Ele olhou para Brass.
– Quer ficar na frente ou atrás?
– Vou ficar atrás. Os hum anos parecem achar sem pre que podem
nos assustar.
Acho que o ataque por trás vai ser m uito pior e sou bom atirador.
– Sei – bufou Harley. – Verem os. Aposto que consigo elim inar m
ais terroristas que você.
– Se você sair daí, vou bater na sua bunda com um cinto de couro –
Brass rosnou para ela. – Está m e entendendo? Vai ficar sem
conseguir sentar por um a sem ana.
– Sei o bastante sobre crianças hum anas para saber que essa am
eaça é eficiente. – O sorriso dele se esvaeceu. – E estou falando
sério. – Ele girou e saiu
Eles estão aqui para fazer mal. Os hom ens lá fora não estavam
procurando exatam ente por ela, m as estavam atrás de qualquer
Nova Espécie. Ela fixou o foco em Harley na j anela da frente e
sabia que ele podia vê-los m elhor. Ele parecia calm o para ela. Ela
se sentia qualquer coisa, m enos assim . Seu pavor aum entava
conform e os segundos passavam , rezando para que eles sim
plesm ente fossem em bora. Não queria que Brass ou os outros se
m achucassem para protegê-la.
– Ouviu isso? Um dos anim ais acha que vam os deixar um cachorro
ou um gato correr atrás de nós. Se espalhem e atirem no filho da
puta. Vam os m ostrar quem são os m estres.
– Sente-se. – Foi todo o aviso que ele deu antes de girar o volante
com força e tirar o j ipe da estrada. Ele precisou virar a direção
violentam ente de novo alguns segundos depois para evitar bater
em um a árvore.
– Eles são hum anos – grunhiu Tiger. – Não lutam assim . Não vam
os tirá-los de lá, pelo m enos não todos. Me ouça. Sei que está com
raiva, m as faça o que digo.
– Está bem .
Ele se arrastou, xingou e foi até outro local. Levantou-se e com eçou
a atirar de novo. Mais balas atravessaram as paredes quando os
hom ens lá foram reagiram .
Trisha virou a cabeça para olhar para Brass, que estava encostado
em um a coluna grossa enquanto atirava. Ele obviam ente acertou
em cheio que alguns dos hom ens tentariam se esgueirar pela parte
de trás. Trisha ouviu um barulho e olhou fixam ente para a cozinha
enquanto o tam po do balcão que Brass usara para calçar a j anela
caiu e quebrou. Bateu na pia e deslizou até o chão. Trisha viu um m
ovim ento enquanto o longo cano de um a arm a entrava por onde
alguém obviam ente havia aberto a j anela.
– Estou olhando. – Sua voz saiu trêm ula, m as ela sabia que ele a
ouvira quando não repetiu a ordem .
– Moon?
– Ainda aqui, e bem . Peguei seis e acertei m ais dois. Estão atrás
dos cam inhões ou se esgueirando pela floresta para dar um a
circulada. Agora estão em grupo, provavelm ente pensando num
plano para avançarem . Não vej o direito de trás, o telhado da
varanda bloqueia m inha vista.
– Munição?
Harley hesitou.
– Tenho pouca.
– Pode deixar.
Havia três deles presos j untos, m as ele derrubou todos na pia com
o se não pesassem nada. Ele o estudou antes de girar e encontrar o
olhar dela.
– Já está m elhor.
Por m ais que Trisha odiasse fazer aquilo, colocou o dedo no ferim
ento que sangrava bastante e no m esm o instante sentiu algo ali.
Merda.
– Estou sentindo um a bala. Achei que você tinha dito que foi de
raspão.
– Eu m into às vezes.
– Vou tapar o ferim ento e depois vou tirar o tecido. A pressão vai
fazer o sangram ento parar ou dim inuir bastante a velocidade dele,
m as vai doer.
– Obrigado.
Trisha só queria que aquilo tudo acabasse. Queria poder ver o que
acontecia lá fora, m as de repente balas atravessaram a cabana
novam ente.
– Ataque total pela frente – berrou Moon. – Estão indo até um dos
cam inhões.
CAPÍTULO DEZOITO
Ela ouviu outro rugido, seguido por algo sim ilar ao uivo de um lobo.
Ela levantou a cabeça e viu Brass se levantar do chão. Moon
pairava perto da j anela, sorrindo.
– Você devia ver isso. Há uns dez dos nossos lá fora e pegaram os
cretinos. Um filho da puta está tentando fugir do Valiant. Ops. Ele
achou que pudesse fugir do Valiant. Agora ele está voando com o…
ai. Estava im itando um pássaro, m as agora é parte de um a árvore.
Bem , era até o corpo cair no chão. Agora está m orto – Moon riu. –
Isso deve ter doído. Parece que a últim a coisa que passou pela
cabeça dele foi um latido.
– Trisha? – Slade estava m uito perto, quase atrás dela. – Ele se foi.
sangrava no peito dele. Só tinha que ter cuidado para não colocar m
uito peso, para não fazer o pulm ão parar. Um a eternidade pareceu
se passar enquanto Trisha se aj oelhava sobre ele, até que finalm
ente ouviu um helicóptero.
– Consegue pegá-la?
– Fique do j eito que está, docinho. – Ele levantou-a, foi até a beira
do telhado e soltou-a.
Ela selou os lábios enquanto o suj eito continuava correndo com ela
em seus enorm es braços, levando-a para m ais longe da cabana.
– Você tem que com er. – Ele olhou para os lados, espiando a área.
– Harley precisa…
– Os hum anos estão com ele e você não vai voltar. – O olhar
escuro de Slade se estreitou. – Pode brigar com igo, m as não vai m
udar nada. Você o salvou e agora está nas m ãos deles garantir que
ele sobreviva. Nossas prioridades são você e o bebê. Harley sabia
que seria perigoso quando concordou com o trabalho e aceitou os
riscos.
Ela era um a profissional e sabia que tinha que deixar isso pra lá até
receber notícias do hospital.
– Ela é um a de nós.
– Agora faz sentido você ter am eaçado m e m atar por tocar nela.
Você devia alim entá-la m elhor. Ela é m uito m agrinha. Devia pelo
m enos cruzar com alguém m aior, se vai m ontar num a hum ana.
Consigo sentir todos os ossos dela.
Slade pigarreou.
– Onde? Sou a favor dos seus seios e adoro sua bunda do j eitinho
que ela é.
– Sabe que vou ficar m uito, m uito m aior em alguns m eses, né?
Quero levá-la para m inha casa sem ninguém ver. Agora que isso
aconteceu, vai ser um a bagunça lá fora. Em algum as horas, as
coisas vão se acalm ar. – Slade aj eitou-a nos braços. – Quero
escondê-la rápido.
– Ele não está ferido. Ficou com Harley – Brass respondeu. – Vai
vigiá-lo enquanto ele estiver no hospital hum ano.
Ele concordou.
– Vou garantir que você saiba assim que eu tiver notícias das
condições dele.
Ele relaxou.
– Sim .
Ela sorriu.
Ele hesitou.
Prefiro as espécies felinas, m as, contanto que ela sej a durona, não
vou ser exigente. – Ele fez um a pausa. – Dou m edo para a m aioria
do m eu próprio tipo.
ver nem im plorou aos hom ens que a levaram até m inha cela para
que a levassem em bora. Todas as outras m e recusavam . As prim
atas ficavam especialm ente apavoradas ao serem apresentadas a
m im .
– Um pouco.
Ela hesitou.
Ele sorriu.
– Mesm o?
– Sim .
você em baixo de m im .
Slade deu um pulo para trás e tirou a m ão de Trisha. Ele sorriu para
Valiant.
Valiant concordou.
– Bem verdade.
– Pode, m as lem bre-se de que você disse que iria tirá-la da m inha
casa hoj e à noite.
Slade sorriu.
– Não fique tão assustada. Está segura com igo aqui. É m agricela
dem ais para despertar algum interesse sexual em m im , Slade j á
te conquistou e estou bravo dem ais com o que fizeram com a m
inha casa para m e excitar com seu cheiro tentador. Ele vai voltar –
Valiant rosnou baixo. – Ele sabe que eu acabaria com ele se
deixasse um a hum ana com igo por m ais de um dia. Preciso fazer
um a faxina. Relaxe. Durm a. Apenas não saia. Tem um banheiro
perto da porta de entrada, caso precise. Os intrusos que violaram m
eu dom ínio o danificaram .
Valiant concordou.
Fitou o sangue seco e lutou para não ficar enj oada. Levantou-se e
saiu em busca do banheiro, sabendo que ia perder a batalha. Sentiu
ânsia e m al chegou a
– Mas não perdeu. É por isso que não te invej o por ter um a hum
ana.
– Você vai ser pai. Está sendo tendencioso. Sua m ulher te deu um
m ilagre.
Tiger bufou.
– O quê?
Slade sabia que Tiger se referia aos hum anos que os odiavam .
Justice vai trocar alguns de nossos hom ens para que eles
descansem um pouco.
Ainda acha que declarar que ela é sua vai arriscar m ais a vida
dela?
– Aprendi que ela corre perigo se eu for ou não parte de sua vida.
Ela escolheu trabalhar conosco. É dedicada. Só fico feliz por ela ter
m e dado um a segunda chance. Não vou desapontá-la de novo.
Slade concordou.
– Deixar a Reserva segura vai ser deixá-la segura tam bém . Agora
é a m esm a coisa.
CAPÍTULO DEZENOVE
– Doutora?
Trisha nem precisou olhar para saber que era Slade quem
acariciava seu braço. Ela abriu os olhos e ele sorriu.
Ela não pôde resistir e segurou o rosto dele nas m ãos. O cara a
aquecia em todos os sentidos só de olhar para ele e apreciar aquele
encanto puram ente m asculino. Ela sorriu de volta.
– Fico feliz? – O que respondo para isso? Ela não tinha certeza.
Esperava ter falado a coisa certa e soube que o fizera quando
Valiant pareceu achar graça. Ela virou a cabeça e olhou para Slade.
– Estou pronta para ir.
– Mas…
– Está bem . – Ela assentiu, abalada dem ais para discutir. – Algum
a notícia do Harley ?
– Você vai m orar com igo. A casa é bem longe da área do hotel e
dos novos prédios que estão sendo levantados, então não há m
otivo para ninguém ir lá. Só não querem os que você fique espiando
pelas j anelas ou saindo, caso alguém resolva xeretar. À noite,
podem os te levar para dar um as voltas para se soltar um pouco.
Sabem os com o é desej ar estar em um lugar aberto. Brass vai ficar
com você enquanto eu estiver no trabalho e Moon deve voltar nos
próxim os dias.
Brass se virou para a frente. Murm urou algo que fez Slade
gargalhar.
– O quê? Não é j usto, vocês sabem que não ouvi! Vam os, gente,
sej am legais com igo.
Slade pigarreou.
Slade rosnou, Brass riu. Trisha sorriu do banco de trás, até que eles
m andaram que ela se abaixasse. Estava escuro do lado de fora, ela
não via m otivo para se esconder, m as tam bém não queria que os
dois rosnassem , algo que as Novas Espécies pareciam adorar fazer
quando estavam irritados ou em otivos. Slade entrou na garagem e
ela ouviu o portão autom ático fechar. Ele abriu a porta para ela.
– O quê?
Ela olhou estarrecida para a cozinha.
– Você é um porcalhão!
Ela se forçou a olhar para longe dele, im aginando que ele teria que
ser m uito bem lavado. O chão… Seus pés estavam descalços e ela
podia sentir a suj eira.
– Tenho trabalhado dezesseis horas por dia e dorm ido seis nas três
sem anas que estou aqui. Me deem um tem po. – A irritação se m
ostrou em seu rosto. – Não há ninguém para contratar para lim par
m inha casa. Não tenho folga para eu m esm o lim par.
Mal posso esperar para ver o resto da casa. – Ela esperava que seu
sarcasm o não fosse m uito perceptível.
Ele sorriu de repente e seu olhar passeou lentam ente pelo corpo
dela.
– Eu posso fazer isso, doutora. – Ele exibiu os dentes afiados para
ela.
– Não sei com o você consegue dorm ir com um a hum ana. – Brass
riu. –
A sala de j antar obviam ente não era um côm odo usado por Slade,
pois ela estava lim pa, a não ser pelo pó. A sala de estar era outra
história. Devia haver um a m esinha de centro legal, se ela pudesse
vê-la sob os pratos suj os, latinhas vazias de cervej as e refrigerante
e um cinzeiro transbordando de cinzas. Ela franziu o cenho,
estudando Slade.
– Você fum a?
– Bem , por favor, não faça isso enquanto eu estiver aqui. O cheiro
dos cigarros vai m e fazer m al.
– Sim . Quero saber onde vou m orar e com o que estou lidando.
Estou com eçando a sentir falta dos anos 1970.
Brass riu.
– Não vou dorm ir por baixo. O único j eito de nós dois ficarm os
naquela cam a é se um de nós dorm ir em cim a do outro. Você vai
m e esm agar.
Slade rosnou.
– Estou com fom e tam bém . – Ele foi até o quartro principal e
fechou a porta com um chute. Foi a passos largos até a cam a
estreita e gentilm ente colocou Trisha em cim a dela.
– É, m as eu perderia o show.
coxas dela para subi-las. Ele as separou e olhou para a boceta dela.
Aj oelhou no fim da cam a para olhar m elhor, lam beu os lábios e
rosnou baixinho. Trisha olhou para baixo e viu o pau excitado de
Slade a centím etros da boceta dela.
– Quer que eu pare? Tenho que adm itir que não quero parar.
Estava m orrendo de vontade de sentir o gosto de cada m ilím etro
seu. Não m e negue isso, docinho.
Ele riu antes de sua boca e sua língua retornarem . Trisha gem ia m
ais alto conform e seus dedos se enterravam no lençol, segurando
em algo enquanto arqueava as costas. Ela achou que pudesse dar
conta das sensações incrivelm ente boas que ele criava pelo corpo
dela com a boca. Isso foi até ele com eçar a lam ber o clitóris m ais
rápido e rosnar profundam ente, fazendo-o vibrar. Trisha ficou tensa,
sem nem m ais saber se estava respirando e gozou. Gritando.
Trisha sorriu quando abriu os braços para Slade e ele desm oronou
sobre o peito dela. Os dois ofegavam e Trisha passou as pernas em
volta dele e correu os dedos por aquele cabelo sedoso enquanto ele
descansava a cabeça entre os seios dela. A respiração pesada dele
fazia um pouco de cócegas em sua pele, m as ela o am ava dem ais
para reclam ar ou pedir para que ele virasse a cabeça para
parar.
Slade riu.
Tam bém não podem os confiar neles para prepararem nossa com
ida, pois não sabem os se são am igáveis a nós. Meus planos
envolvem você bem viva e saudável. – Ele sorriu. – Acho que posso
sair sem te m achucar agora que o inchaço passou um pouco. Vam
os lá, doutora, banho e com ida, nessa ordem .
– Desculpe, Trisha.
CAPÍTULO VINTE
– Ou m e dar um cacete por ter deixado você fazer tanta lim peza.
Tínham os que ter faxinado a casa toda em um dia? Você tem que
pegar leve. Slade vai m e culpar se algum a coisa acontecer com
você ou com essa criança.
– Bem , você não conseguiria dar conta de tudo m uito bem sozinho,
e fez todo o trabalho pesado. Foi você que esfregou tudo e levantou
peso.
Ela quase podia sentir Brass grudado em sua bunda quando desceu
a escada correndo para o banheiro. Bateu a porta, esperando que
não pegasse na cara dele. Mal se aj oelhou quando o alm oço saiu.
Ela não conseguia falar enquanto tudo se rem exia e saía de dentro
dela. Brass gentilm ente segurou seu cabelo e, com a outra m ão,
acariciou suas costas. Ela finalm ente parou, quando não havia m
ais nada no estôm ago.
– Pode ser isso, ou então estou com enj oos m atinais precoces
porque nada sobre essa gravidez vai ser norm al. Eu queria que
algum a Nova Espécie tivesse dado à luz para que eu tivesse um a
ideia do que esperar. Talvez sej a norm al ter náuseas tão cedo
assim ao carregar um bebê Nova Espécie.
– Vou pegar as coisas que Slade trouxe para você hoj e de m anhã.
Vi tudo
dentro de um a das m alas. Você vai ficar bem enquanto vou buscá-
las?
Odiava vom itar. Quando teve certeza de que não estava com m au
hálito ou im pregnada de outro cheiro, lavou o rosto. Brass deu a ela
um a toalha, agindo com o se fosse um a serviçal. Ela deu um
sorrisinho ao pensar nisso, achando graça, secou o rosto e devolveu
a toalha a Brass.
– Obrigada.
– Você passou do lim ite e estou assum indo o com ando. Vai seguir
m inhas ordens.
– Cale a boca.
Brass se virou com Trisha nos braços, fitando Slade, que o olhava.
Brass ficou tenso.
– Ela queria lim par a casa. Eu disse que faria isso sozinho, m as ela
não m e ouviu, achou que tinha que m e aj udar. Ela teve apenas um
enj oo e estou levando-a até seu quarto para que descanse.
– Estou. Pode dizer para ele m e pôr no chão? Ele não quer m e
ouvir. Acha que não posso andar ou coisa parecida.
– Eu pego ela.
– Não sou nenhum a coitada, você sabe. Posso andar e tudo m ais.
– Cale a boca.
Ela riu, sem esperar que ele fosse ser brincalhão. Estava feliz
porque ele não ficou bravo por ela ter lim pado a casa e provavelm
ente exagerado.
– Que pervertido.
– Claro.
– Vou ter que enfiá-la na banheira e tentar não afogá-la por ser tão
teim osa.
– Com o foi seu dia, querido? – Trisha piscou os cílios para ele.
Ele sorriu.
– Bem , docinho. Eu perguntaria com o foi o seu, m as j á sei. Se
sente m elhor agora que a casa está lim pa?
Ele se encolheu.
– Eu escovei os dentes.
– Deixe-m e reform ular isso. Não vou beij ar sua boca. Vam os tirar
esse m oletom de você, se quer um beij o. – Ele desceu os olhos. –
Esse fica bem grande em você. Você enrolou o cós?
– Você é m uito alto e não posso fazer nada se você tem pernas
bem longas. Eu usaria m eu short, m as alguém o rasgou ontem à
noite. – Ela levantou a blusa para m ostrar a ele o cós da calça que
ela precisara m anipular para se aj ustar m elhor ao corpo.
ela usava. Suas m ãos roçaram nos seios dela, que responderam
instantaneam ente ao toque. Ele se aj oelhou na frente dela e
agarrou o cós da calça de m oletom .
– Esperei o dia todo para ver isso – ele puxou a calça para baixo.
– Você as tiraria.
– Aaaah.
Slade riu quando Trisha entrou na água m orna que ainda enchia a
banheira.
Ela virou a cabeça e olhou para ele, que sorria de novo. Ele esticou
o braço e pegou um frasco de óleo de bebê de um nicho na parede.
– Óleo de bebê?
Ele riu.
esfregando seu clitóris. Um gem ido m ais alto saiu dela quando ele
parou e entrou na boceta dela com um dos dedos.
– Slade.
– Doutora.
– Melhor, Trisha?
– Cuzão.
O corpo inteiro de Slade se enrij eceu quando ele gozou e com eçou
a inchar dentro dela. Ela estava tão perto do clím ax, m as Slade
dim inuiu o ritm o enquanto rosnava de form a selvagem . Seu corpo
espasm ou e depois aquietou.
Ela não ligava. O prazer se tornou forte dem ais com o que ele fazia
com os dedos, brincando com seu ponto inchado, fazendo círculos e
seduzindo-a para que gem esse m ais. Slade se m exeu dentro dela
delicadam ente, sem recuar m uito, e apenas fodeu-a profundam
ente. A pressão que ela sentia do inchaço e a sensação dos dedos
dele m anipulando seu sexo a fez gritar o nom e dele ao j ogar a
cabeça para trás, contra ele. Um a euforia absoluta percorreu o
corpo dela enquanto atingia o clím ax. Slade rosnou.
Caram ba, você m e aperta tão forte que dói. Isso vai m e ensinar e
te deixar gozar prim eiro.
Ele riu.
– É assim que vai ser até o bebê chegar? Vão m e fazer pôr pra fora
esse ótim o sanduíche de peru. Sei que você está acariciando a
coxa dela por baixo da m esa, Slade.
– Sim – riu Slade. – Vam os transar m uito até o bebê chegar. Adoro
tocar nela e planej o fazer isso com frequência.
Brass riu.
Slade sentou.
– Mais problem as? – Brass parou de com er. – Mais algum a coisa
aconteceu?
– Estou m ais puto por terem atacado você. – Slade parecia som
brio. – Podiam ter te m atado. Alguns de nossos hom ens checavam
os hum anos a cada hora, m as agora terá de ser de m eia em m eia
hora. Levaram uns vinte m inutos para causar problem as antes de
perceberm os que tinham sum ido. Além disso, vou colocar
rastreadores em todos os veículos que entrarem na Reserva e m
onitorá-los. Eles passaram arm as pela nossa segurança, o que tam
bém m e deixa alarm ado.
Isso vai dim inuir o ritm o das coisas, pois terem os que checar cada
m ilím etro de tudo o que passar pelos portões agora. Nosso povo j
á está exausto.
– Diga a Justice que você precisa de m ais hom ens. – Parecia sim
ples para Trisha.
– Ahn, e as m ulheres?
Slade hesitou.
– Não vej o m otivo para não ser. Aqueles hom ens não atacaram
antes porque havia m uita gente presente e porque a segurança era
m uito forte em volta das estruturas m aiores que estavam em
construção. – Slade fez um a pausa. – Não há outra opção.
– Não sei. – Brass ficou em dúvida. – Pôr fogo no hotel seria um
bom j eito de nos causar encrencas se os hum anos assim
quisessem . É a m aior estrutura da Reserva. Ficaria preocupado de
nossas m ulheres ficarem presas lá durante um incêndio se
colocássem os todas no últim o andar.
Por m ais que eu precise de aj uda, não posso exatam ente pedir
que fiquem com os hom ens.
– Quer ficar com m eu em prego? Você parece ser m elhor que eu.
Eu nunca teria pensado em pedir aj uda às nossas m ulheres.
– Não sei – Slade sorriu para Brass. – Ela não notou a diferença
entre um cu e um …
– Não tem uns telefonem as para fazer, Slade? É m elhor você falar
com o Justice antes de ele ir dorm ir e dar um tem po para que ele
fale com as m ulheres antes que elas se recolham tam bém .
Quanto m ais rápido a decisão for tom ada, m ais rápido terá aj uda
extra aqui. – Ela deu um sorrisinho para ele.
– Quanto a você, Brass, tem roupa para lavar. Disse que queria
fazer tudo para
– Eu disse que faria faxina. Nunca disse nada sobre lavar roupa. –
Brass levantou. – Odeio separar e dobrar roupas – grunhiu ele. –
Mas vou fazer para que você não precise.
CAPÍTULO VINTE E UM
Valiant rosnou.
Slade parou de rir no m esm o instante, enquanto seu olhar voou até
ela e se apertou perigosam ente. Olhou para ela com o quem j urava
que iria se ver com ele depois. Trisha olhou para longe com um
sorrisinho, esperando que ele tivesse a intenção de lam bê-la até m
orrer, m as a graça acabou rapidam ente quando ela avistou a m
esa outra vez.
– Foi tão legal de sua parte nos trazer… tanta coisa. Vai durar um a
sem ana inteira. – Ou um mês, ela acrescentou silenciosam ente. Se
forçou a olhar para longe da carne em brulhada e deu um sorriso m
ais largo para Valiant. – Qual é a ocasião?
legal.
– Não. Seu cheiro é bom . – Valiant deu de om bros. – Não foi ruim .
– O que é isso?
– Nem eu.
Trisha riu.
– Quer m e ver sair pisando duro?
Trisha virou, m ostrou as costas para Slade e sorriu para ele por cim
a do om bro.
Obrigada!
– Está provocando.
Ela não teve dúvidas de que ele queria o bebê tanto quanto ela.
Ela sorriu.
– Um pouco. Não quero que nada aconteça com nosso bebê, nem
que dê algo errado.
– Está alarm ada porque ele é m aior do que deveria ser e porque
seus estágios de gravidez estão avançando m ais rápido que o norm
al.
Ela concordou. Eles j á haviam tido essa conversa quando ela fizera
as observações sobre suas descobertas na clínica.
Ele riu.
– Não vou deixar nosso bebê com plexado. Você fica irritada quando
digo que vam os ter um m enino. Que pena que as pernas estavam
para cim a e j untas e você não conseguiu ver o sexo.
– Devia ser cedo dem ais para saber, m as ele j á tem quase o tam
anho de um bebê de doze sem anas. Não ligo para o sexo, contanto
que nosso bebê sej a saudável.
– Nem eu. – Slade abraçou-a m ais forte. – Vai ficar tudo bem ,
docinho. Você é um a m édica incrível e Justice vai arranj ar
qualquer coisa que pedir. Ele está procurando por um m édico
confiável e excelente para cuidar de você, que sej a especialista em
gravidez de alto risco. Fique tranquila. Você m esm a disse que o
bebê parece perfeito e que tem batim entos cardíacos fortes, apesar
do tam anho anorm al.
– Ah, não. Ele vai rosnar com igo e queim ar m eu j antar. Me solte,
Slade, estou bem . Vou tom ar banho, vá trocar de roupa.
– SLADE!
Trisha sorriu.
Ela o em purrou.
– Vá aj udá-lo.
– Está provocando.
Ela o fitou.
não saberia que vocês dois estão loucam ente apaixonados, então
isso não deveria
ouvir.
Slade riu.
Ela riu.
O olhar dele passou por ela, deixando sua paixão se exibir. – Depois
vou deixá-lo
idiota de tão bêbado, até que ele desm aie e possam os garantir que
ele não vai nos
– Mandona.
Table of Contents
Página de Título
PRÓLOGO
CAPÍTULO UM
UM ANO DEPOIS
CAPÍTULO DOIS
CAPÍTULO TRÊS
CAPÍTULO QUATRO
CAPÍTULO CINCO
CAPÍTULO SEIS
CAPÍTULO SETE
CAPÍTULO OITO
CAPÍTULO NOVE
CAPÍTULO DEZ
CAPÍTULO ONZE
CAPÍTULO DOZE
CAPÍTULO TREZE
CAPÍTULO QUATORZE
CAPÍTULO QUINZE
CAPÍTULO DEZESSEIS
CAPÍTULO DEZESSETE
CAPÍTULO DEZOITO
CAPÍTULO DEZENOVE
CAPÍTULO VINTE
CAPÍTULO VINTE E UM
Document Outline
Página de Título
Direitos Autorais Página
PRÓLOGO
CAPÍTULO UM
UM ANO DEPOIS
CAPÍTULO DOIS
CAPÍTULO TRÊS
CAPÍTULO QUATRO
CAPÍTULO CINCO
CAPÍTULO SEIS
CAPÍTULO SETE
CAPÍTULO OITO
CAPÍTULO NOVE
CAPÍTULO DEZ
CAPÍTULO ONZE
CAPÍTULO DOZE
CAPÍTULO TREZE
CAPÍTULO QUATORZE
CAPÍTULO QUINZE
CAPÍTULO DEZESSEIS
CAPÍTULO DEZESSETE
CAPÍTULO DEZOITO
CAPÍTULO DEZENOVE
CAPÍTULO VINTE
CAPÍTULO VINTE E UM