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A atividade industrial tornou-se “motor” do crescimento económico na segunda metade do século XIX.
Assim, assistiu-se à consolidação do capitalismo industrial, sistema económico que assenta na propriedade
privada dos meios de produção (fábricas, máquinas, matéria-prima) e na liberdade de concorrência e
comércio, tendo por objetivo a acumulação de capital, dominantemente resultante do lucro obtido na
atividade industrial.
A necessidade de inovação e de mais investimentos foi fundamental para as empresas poderem
enfrentar a concorrência e as crises. Deste modo, viram-se obrigadas a recorrer ao sistema financeiro
(bancos e bolsas) para aumentarem os capitais.
QUAIS OS MOTIVOS QUE JUSTIFICAM A LIGAÇÃO DA INDÚSTRIA À BANCA?
As crescentes exigências do mercado e a concorrência obrigaram à disponibilidade de capitais que,
muitas vezes, eram insuficientes. Assim, o recurso à banca tornou-se indispensável.
Outro meio utilizado para enfrentar a concorrência foi o recurso à concentração empresarial:
A concentração resultou da compra de empresas mais pequenas por uma grande empresa, para limitar a
concorrência e dominar o mercado.
FRANÇA (A
industrialização
teve início a
partir de 1830-40)
A indústria têxtil foi o setor do arranque;
A indústria siderúrgica desenvolveu-se tardiamente devido à falta de carvão;
A produção de aço e de ferro cresceu a partir de 1868 e, até 1890, a França deteve o monopólio da
produção de alumínio.
ALEMANHA (O arranque industrial ocorreu entre 1850-1870, consoante os Estados e regiões alemães)
Em 1834 a criação de uma associação aduaneira entre vários Estados alemães (Zollverein) foi
determinante para a criação de uma burguesia ativa e empreendedora;
Beneficiou do crescimento populacional e da pratica de baixos salários;
A posse de recursos naturais, como o carvão e o ferro, que permitiu apostar na indústria pesada
Tornou-se um dos maiores produtores de aço e ferro;
Dominou a indústria química a partir de 1870, sobretudo após a unificação do Império Alemão.
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA (A industrialização iniciou-se depois do fim da guerra civil, em 1865)
A elevada natalidade, a par de uma imigração intensa, foram determinantes para a industrialização;
Beneficiou da existência de recursos naturais e do desenvolvimento dos caminhos de ferro;
O setor algodoeiro e a siderurgia foram os motores iniciais do crescimento industrial;
Assumiram-se como a principal potência industrializada a partir do início do século XX.
JAPÃO (O processo de industrialização iniciou-se a partir da era Meji, depois de 1868)
O crescimento demográfico, o incentivo do Estado à modernização e a existência de capitais
estimularam a industrialização
A industria têxtil de algodão foi o setor de arranque, seguida da siderurgia, e depois, a construção
naval.
Apesar do avanço da industrialização, em meados do século XIX, o continente europeu permanecia
maioritariamente
rural.
De facto, a industrialização transformou a paisagem rural e urbana, onde a urbanização foi uma
realidade, com diferentes ritmos de crescimento consoante as regiões, evidenciando desajustamentos
provocados pelos efeitos da poluição.
QUANTO AO INCREMENTO DA REDE DE CAMINHOS DE FERRO…
Oindustrialização,
desenvolvimento paradoalém
caminho de ferroasintegra
de encurtar umaerelação
distâncias facilitardireta com o grau
a circulação de de
produtos. As empresas ligadas ao setor tenderam a uma concentração de empresas
que abrangiam a atividade de construção e exploração de caminhos de ferro, nos
países europeus, mas também no caso dos Estados Unidos.
Nenhuma região escapou ao domínio financeiro e comercial das potências industriais europeias, e os
territórios produtores de matérias-primas (Ásia, América Latina e África) ficaram dependentes do
escoamento dos respetivos produtos para os países europeus e registaram atrasos na industrialização.
O panorama internacional apresenta, de forma evidente, a expansão colonial europeia, no final
do século XIX e início do século XX, que se traduziu na posse e repartição de vastos domínios territoriais
por parte das potências europeias, o que originou, nalguns casos, disputas pela posse de territórios.
Foi neste contexto que se destacou a corrida de África- durante o século XIX, os países europeus
realizaram diversas expedições militares e de reconhecimento científico e geográfico, a fim de consolidar,
politicamente, a sua presença e procurar novos recursos.
A necessidade de estabelecer regras na competição imperialista conduziu à realização da Conferência
de Berlim, em 1884:
Estas decisões
traduziram o
culminar das
relações de
domínio e
dependência
entre a Europa
O ecolonismo
a África. e o
imperialismo
geraram fortes
rivalidades no
final do século XIX e ínicio do século XX, que se traduziram em conflitos internacionais, com
consequências a médio prazo:
No período que estamos a analisar, de entre as crises capitalistas, salienta-se a crise de 1873:
As dificuldades e crises cíclicas, sobretudo nas últimas duas décadas do século XIX, obrigaram os Estados a
regressar a práticas protecionistas conjunturais, num panorama que apenas a Inglaterra manteve o livre-
cambismo até às vésperas da 1ª Guerra Mundial.
2.1. As transformações económicas na Europa e no
mundo
2.1.1. A explosão populacional da Europa
A sociedade
oitocentista
assentava no
antagonismo
entre duas
classes
marcadas
por fortes
contrastes
2.2.1. A burguesia: a classe dominante
No século XIX a expansão da indústria, do comércio e da banca permitiu à burguesia constituir-
se como uma nova elite, e ocupar o lugar que, outrora, pertencera à aristocracia, em termos económicos,
sociais e políticos.
A burguesia passou a ocupar uma posição social dominante, graças ao elevado prestígio que
alcançou pela riqueza e funções desempenhadas.
Politicamente, passou a ter um papel importante, ocupando funções governativas na representação
parlamentar e nas assembleias de
notáveis ou ao serviço do Estado,
na administração, no exército e na
diplomacia.
Na sociedade de classes, a
burguesia passou a desempenhar
um papel de acordo com os novos
O sentimento
princípios de pertença
estabelecidos a
pelo liberalismo.
Em uma
termosclasse, o orgulho
gerais, do traços definidores enquanto classe:
apresentava
nome e a honra eram
apanágio da alta burguesia, tal como tinha sido
na nobreza no Antigo Regime. (embora tenham
perdido o prestígio a alta burguesia procurou
alianças com famílias da antiga aristocracia).
Em termos de comportamentos sociais, a elite
burguesa aristocrática distinguia-se ao nível da
maneira de ser e de agir em sociedade, segundo
regras de etiqueta ou de conduta refinada, e pela
prática de um modo de ser identificado como
burguês.
Quanto aos valores, distinguia-se pela moral
que cultivava, de acordo com princípios
considerados exemplares: valorização do
trabalho e da poupança, da honra e das virtudes, da família e da educação.
A burguesia não era um grupo homogéneo
e abrangia diversos estratos sociais: