Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MACEIÓ – ALAGOAS
2019/1
CAMILA CANOA TORREÃO
THAÍS LAGES VIEIRA SALDANHA
MACEIÓ – ALAGOAS
2019/1
CAMILA CANOA TORREÃO
THAÍS LAGES VIEIRA SALDANHA
RESUMO
ABSTRACT
The modernization of civil construction led to the appearance of taller and leaner buildings. As a result
of this new trend, the buildings became more susceptible to the impacts of natural actions, the main
one being the wind action. ABNT NBR 6123: 1988 predicts the efforts generated by the wind action in
the structures according to the location in which it is located. Another way to analyze the wind action is
through the wind tunnel test, which can be replaced by computational simulations. The present work
intends to analyze the influence of the neighborhood in wind action on the buildings through a
comparison of the results found by ABNT NBR 6123: 1988 and by a software of finite elements. The
analysis includes studying the isolated building and with the presence of five distinct models of
neighborhood on the influence of low and high turbulence winds varying their incidence every 30 °.
RESUMO ............................................................................................................................... 3
ABSTRACT ........................................................................................................................... 3
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. 6
LISTA DE TABELAS............................................................................................................. 7
LISTA DE GRÁFICOS........................................................................................................... 9
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 1
1.1 Considerações Iniciais .................................................................................................. 1
1.2 Objetivos ........................................................................................................................ 2
1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................................ 2
1.2.2 Objetivos específicos .................................................................................................... 2
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................. 4
2.1 Definição do vento ......................................................................................................... 4
2.2 Ação do vento nas estruturas ....................................................................................... 6
2.2.1 Momento de tombamento ............................................................................................. 8
2.3 Acidentes gerados pela ação do vento ........................................................................ 9
2.4 Vibrações causadas pela ação do vento – Turbulência ............................................ 10
2.4.1 Efeitos de vizinhança .................................................................................................. 12
2.5 ABNT NBR 6123:1988 – Forças devidas ao vento em edificações ........................... 14
2.6 Ensaios em túnel de vento .......................................................................................... 15
2.6.1 CAARC Standard Tall Building .................................................................................... 17
2.7 Engenharia do Vento Computacional (EVC) .............................................................. 18
3 METODOLOGIA ............................................................................................................... 20
3.1 Primeira etapa – Definição das características do edifício e de sua vizinhança ..... 20
3.2 Segunda etapa – Determinação dos esforços do vento sobre as edificações
através da ABNT NBR 6123:1988...................................................................................... 23
3.2.1 Velocidade básica do vento V0 .................................................................................... 23
3.2.2 Velocidade característica do vento Vk ......................................................................... 24
3.2.2.1 Fator topográfico S1 ................................................................................................. 25
3.2.2.2 Fator S2 .................................................................................................................... 27
3.2.2.3 Fator estatístico S3 ................................................................................................... 29
3.2.3 Pressão dinâmica do vento q ...................................................................................... 30
3.2.4 Força de arrasto Fa ..................................................................................................... 30
3.2.4.1 Coeficiente de arrasto Ca ......................................................................................... 30
3.2.5 Fator de vizinhança ..................................................................................................... 32
3.3 Terceira etapa - Determinação dos esforços do vento sobre as edificações através
do software Ansys® ........................................................................................................... 33
3.4 Quarta etapa – Análise dos resultados ...................................................................... 34
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES...................................................................................... 36
4.1 Resultados Edifício Isolado ........................................................................................ 36
4.1.1 Análise Paramétrica entre os dois métodos ................................................................ 38
4.2 Resultados Vizinhanças .............................................................................................. 40
4.2.1 Resultados Vizinhança V1.1 ....................................................................................... 41
4.2.1.1 Análise Paramétrica entre os dois métodos ............................................................. 42
4.2.2 Resultados Vizinhança V1.2 ....................................................................................... 46
4.2.2.1 Análise Paramétrica entre os dois métodos ............................................................. 46
4.2.3 Resultados Vizinhança V2.1 ....................................................................................... 49
4.2.3.1 Análise Paramétrica entre os dois métodos ............................................................. 50
4.2.4 Resultados Vizinhança V2.2 ....................................................................................... 56
4.2.4.1 Análise Paramétrica entre os dois métodos ............................................................. 56
4.2.5 Resultados Vizinhança V2.3 ....................................................................................... 60
4.2.5.1 Análise Paramétrica entre os dois métodos ............................................................. 60
4.2.6 Comparativo entre as vizinhanças V1.1 a V2.3 e o edifício isolado realizado no Ansys®
............................................................................................................................................ 64
5 CONCLUSÃO................................................................................................................... 68
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 70
APÊNDICES ........................................................................................................................ 73
APÊNDICE A – TABELAS DE FORÇAS DE ARRASTO RESULTANTES E MOMENTOS
FLETORES RESULTANTES CALCULADOS PELA ABNT NBR 6123:1988 ..................... 74
APÊNDICE B – TABELAS DE FORÇAS DE ARRASTO RESULTANTES E MOMENTOS
FLETORES RESULTANTES CALCULADOS PELO SOFTWARE ANSYS® ...................... 82
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO
atuação do vento. Porém, esta norma não atende a casos particulares como
edificações com geometria ou localização mais incomuns. Nestes casos
normalmente utiliza-se o experimento de túnel de vento, representando
fidedignamente suas características naturais. Esse experimento é muito importante
para a determinação da ação do vento nas cidades urbanizadas, no qual pode-se
simular obstáculos e edificações com as mais diversas formas.
1.2 Objetivos
2 REFERENCIAL TEÓRICO
(...) É um conceito quase que intuitivo admitir que o ar, considerando como
um fluido em movimento, ao encontrar um obstáculo exercerá uma ação
sobre o mesmo. Na engenharia civil, o estudo da ação do vento pode ser
então norteado, em uma primeira análise, com base na consideração de
qual será o efeito destas forças sobre as edificações (GONÇALVES et al.,
2004, p. 1).
Matuella (2012, p. 61) afirma que “nessa camada, onde os efeitos do atrito da
superfície dominam, os efeitos da rotação da Terra e a força de Coriolis podem ser
negligenciados”.
Percebe-se que esses e muitos outros casos ocorreram pois não foi levado
em consideração a importância da ação do vento como um elemento da natureza
que afeta de forma direta a estrutura. As ocorrências de desastres chegam de forma
repentina, assim fica clara a importância de utilizar o vento como critério essencial
nos projetos, protegendo os bens de serem danificados por essa ação natural.
A NBR 6123 (ABNT, 1988, p. 21) considera, no item 6.5.3, que as edificações
estão sujeitas a ventos de alta turbulência “quando sua altura não excede duas
vezes a altura média das edificações nas vizinhanças”. Dessa forma, quanto mais
obstruções a edificação apresentar em seu entorno, com mais dificuldade ocorrerá a
passagem do vento, e assim ocasionará a diminuição da sua força. A norma
estabelece as seguintes distâncias mínimas:
A NBR 6123 (ABNT, 1988, p. 58) estabelece que os efeitos de vizinhança são
de extrema importância em certas ocasiões, pois podem causar aumento na força e
velocidade do vento, prejudicando a estrutura que não foi corretamente
dimensionada. Porém, afirma que “não é possível indicar valores numéricos para
efeitos de vizinhança de um modo genérico e normativo”, sendo o mais indicado a
utilização de ensaios de túnel de vento.
Segundo Trein (2005), as forças são definidas por normas de projeto, como
por exemplo, a ABNT NBR 6123:1988 no Brasil, o NBCC:2010 no Canadá e o
AS/NZS 1170.2:2002 na Austrália/Nova Zelândia, que atualmente estipulam, como
deverá ser dimensionado uma estrutura que sofrerá a ação do vento.
15
testes se aproximem mais das condições reais e seja mais fácil a identificação das
cargas do vento em estruturas e revestimentos em uma edificação.
3 METODOLOGIA
B 20 m 50 m
C 20 m 50 m
A 20 m 50 m
V1.2
B 30 m 60 m
C 20 m 50 m
D 20 m 50 m
V2.1
E 20 m 50 m
F 30 m 60 m
G 30 m 60 m
D 30 m 60 m
V2.2
E 20 m 50 m
F 20 m 50 m
G 30 m 60 m
D 20 m 50 m
V2.3
E 30 m 60 m
F 20 m 50 m
G 30 m 60 m
Fonte: Autor, 2019.
𝑉𝑘 = 𝑉𝑜 × 𝑆1 × 𝑆2 × 𝑆3 (1)
Sendo:
𝑧
𝑆1 (𝑧) = 1,0 + (2,5 − ) 𝑡𝑔(𝜃 − 3°) (2)
𝑑
26
𝑧 (3)
𝑆1 (𝑧) = 1,0 + (2,5 − ) 0,31
𝑑
Onde:
3.2.2.2 Fator S2
𝑧 𝑝
𝑆2 = 𝑏 × 𝐹𝑟 × ( ) (4)
10
Sendo:
𝑆2 = fator de rugosidade;
𝐹𝑎 = 𝐶𝑎 × 𝑞 × 𝐴𝑒 (6)
Onde:
𝐹𝑎 = força de arrasto;
𝐶𝑎= coeficiente de arrasto;
𝑞 = pressão dinâmica;
𝐴e = área frontal efetiva, ou seja, é a área da projeção da edificação onde o vento
está incidindo;
𝑙𝑎𝑑𝑜 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑏
𝑑∗ < { 1 (8)
𝑠𝑒𝑚𝑖 𝑑𝑖𝑎𝑔𝑜𝑛𝑎𝑙 √𝑎2 + 𝑏 2
2
Com a razão entre esses dois parâmetros serão determinados qual valor de
FV deverá ser utilizado. Os valores intermediários de s/d* deverão ser interpolados e
considerados até a altura do topo dos edifícios. O Fator de Vizinhança (FV) será
encontrado como na Equação 9:
s
Se ≤ 1,0, então FV = 1,3;
d*
(9)
s
Se * ≥ 3,0, então FV = 1,0.
d
Do mesmo modo, será feita a análise dos modelos de vizinhança pelo Ansys®, a fim
de observar as influências que o fator de vizinhança exerce sobre o edifício
problematizado.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
0° 1,09 91,44
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°
100000,00
80000,00
60000,00
40000,00
20000,00
0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°
120000,00
100000,00
80000,00
60000,00
40000,00
20000,00
0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°
valores obtidos pela ABNT NBR 6123:1988 e pelo Ansys® nos ângulos de 210° a
330°, comprovando a necessidade da utilização de um fator de vizinhança ainda
maior do que se estabelece por norma.
100000,00
80000,00
60000,00
40000,00
20000,00
0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°
120000,00
100000,00
80000,00
60000,00
40000,00
20000,00
0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°
Figura 18 - Fluxo de vento a 90° para ventos de alta turbulência da vizinhança V1.2
realizado no Ansys®.
Fonte: Autor, 2019.
100000,00
80000,00
60000,00
40000,00
20000,00
0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°
120000,00
100000,00
80000,00
60000,00
40000,00
20000,00
0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°
Outra direção do vento que também apresenta menor valor pelo Ansys® é a
de 150°, mas não tão baixos como de 0° e 180°. Isso ocorre, pois, os edifícios
vizinhos F e G ainda permitem a passagem do vento diferindo dos ângulos de 0° e
180°, onde há um bloqueio quase total da edificação em estudo.
100000,00
80000,00
60000,00
40000,00
20000,00
0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°
turbulência são maiores. O que difere dos dois casos é o ângulo de 90° para alta
turbulência, no Ansys® ele apresenta valores maiores do que em 60° e 120°,
contrapondo-se aos resultados obtidos para baixa turbulência. Isso ocorre porque na
alta turbulência o efeito de proteção dos edifícios E e F nos ângulos de 60° e 120° é
mais visível já que suas alturas são maiores. Porém, no ângulo de 90° não há
bloqueio por parte de nenhuma edificação vizinha, apenas ocorre o afunilamento
entre as edificações E e F causando um aumento das velocidades do vento até
atingirem o edifício analisado.
Figura 22 - Fluxo de vento a 90° para ventos de alta turbulência da vizinhança V2.2
realizado no Ansys®.
Fonte: Autor, 2019.
60
Figura 23 - Fluxo de vento a 60° para ventos de alta turbulência da vizinhança V2.2
realizado no Ansys®.
Fonte: Autor, 2019.
100000,00
80000,00
60000,00
40000,00
20000,00
0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°
Os valores dados pelo Ansys® nos ângulos de 90°, 240°, 270° e 300° ficaram
acima da ABNT NBR 6123:1988 enquanto os ângulos 0°, 30°, 60°, 180° chegam a
ser inferiores aos valores da norma.
5000,00
4000,00
3000,00
2000,00
1000,00
0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°
Figura 24 - Fluxo de vento a 90° para ventos de alta turbulência da vizinhança V2.3
realizado no Ansys®.
Fonte: Autor, 2019.
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
0° 30° 60° 90° 120°150°180°210°240°270°300°330°360°
100000
80000
60000
40000
20000
0
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°
5000
4000
3000
2000
1000
0
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
GONÇALVES, Roberto M.; MALITE, Maximiliano; SALES, José J.; MUNAIAR NETO,
J. Ação do vento em edificações: teoria e exemplos. 1ª Ed, São Paulo. Editora
da Universidade de São Paulo, 2004.
APÊNDICES
74