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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

CAMILA CANOA TORREÃO


THAÍS LAGES VIEIRA SALDANHA

ESTUDO EXPERIMENTAL DOS EFEITOS DE VIZINHANÇA


SOBRE A AÇÃO DO VENTO EM UM EDIFÍCIO

MACEIÓ – ALAGOAS
2019/1
CAMILA CANOA TORREÃO
THAÍS LAGES VIEIRA SALDANHA

ESTUDO EXPERIMENTAL DOS EFEITOS DE VIZINHANÇA


SOBRE A AÇÃO DO VENTO EM UM EDIFÍCIO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como
requisito final para conclusão do curso de Engenharia
Civil, Centro Universitário CESMAC, sob a orientação
do Professor MSc. Ricardo Sampaio Romão Filho.

MACEIÓ – ALAGOAS
2019/1
CAMILA CANOA TORREÃO
THAÍS LAGES VIEIRA SALDANHA

ESTUDO EXPERIMENTAL DOS EFEITOS DE VIZINHANÇA


SOBRE A AÇÃO DO VENTO EM UM EDIFÍCIO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como requisito final para
conclusão do curso de Engenharia Civil,
Centro Universitário CESMAC, sob a
orientação do Professor MSc. Ricardo
Sampaio Romão Filho.

APROVADO EM:_ / /_____

Msc. Ricardo Sampaio Romão Filho


Orientador
ESTUDO EXPERIMENTAL DOS EFEITOS DE VIZINHANÇA SOBRE A AÇÃO DO
VENTO EM UM EDIFÍCIO
EXPERIMENTAL STUDY OF NEIGHBORHOOD EFFECTS ON WIND
ACTION IN A BUILDING

Camila Canoa Torreão


Graduanda do Curso de Engenharia Civil
camilacanoa@hotmail.com
Thaís Lages Vieira Saldanha
Graduanda do Curso de Engenharia Civil
thais_lages@hotmail.com
Ricardo Sampaio Romão Filho
Mestre em Engenharia de Estruturas
r.s.romaofilho@gmail.com

RESUMO

A modernização da construção civil ocasionou o aparecimento de edificações mais altas e esbeltas.


Em decorrência dessa nova tendência, as edificações se tornaram mais suscetíveis aos impactos de
ações naturais, sendo a principal dentre elas a ação do vento. A ABNT NBR 6123:1988 prevê os
esforços gerados pela ação do vento nas estruturas de acordo com a localização em que esta está
situada. Outra forma de analisar a ação do vento é através do ensaio de túnel de vento, podendo este
ser substituído por simulações computacionais. O presente trabalho pretende analisar a influência da
vizinhança na ação do vento sobre as edificações através de uma comparação dos resultados
encontrados pela ABNT NBR 6123:1988 e por um software de elementos finitos. A análise
compreende em estudar o edifício isolado e com a presença de cinco modelos distintos de vizinhança
sobre a influência de ventos de baixa e alta turbulência variando sua incidência a cada 30°.

PALAVRAS-CHAVE: Vento. Vizinhança. Simulação Computacional.

ABSTRACT

The modernization of civil construction led to the appearance of taller and leaner buildings. As a result
of this new trend, the buildings became more susceptible to the impacts of natural actions, the main
one being the wind action. ABNT NBR 6123: 1988 predicts the efforts generated by the wind action in
the structures according to the location in which it is located. Another way to analyze the wind action is
through the wind tunnel test, which can be replaced by computational simulations. The present work
intends to analyze the influence of the neighborhood in wind action on the buildings through a
comparison of the results found by ABNT NBR 6123: 1988 and by a software of finite elements. The
analysis includes studying the isolated building and with the presence of five distinct models of
neighborhood on the influence of low and high turbulence winds varying their incidence every 30 °.

KEYWORDS: Wind. Neighborhood. Computer Simulation.


SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................................... 3
ABSTRACT ........................................................................................................................... 3
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. 6
LISTA DE TABELAS............................................................................................................. 7
LISTA DE GRÁFICOS........................................................................................................... 9
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 1
1.1 Considerações Iniciais .................................................................................................. 1
1.2 Objetivos ........................................................................................................................ 2
1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................................ 2
1.2.2 Objetivos específicos .................................................................................................... 2
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................. 4
2.1 Definição do vento ......................................................................................................... 4
2.2 Ação do vento nas estruturas ....................................................................................... 6
2.2.1 Momento de tombamento ............................................................................................. 8
2.3 Acidentes gerados pela ação do vento ........................................................................ 9
2.4 Vibrações causadas pela ação do vento – Turbulência ............................................ 10
2.4.1 Efeitos de vizinhança .................................................................................................. 12
2.5 ABNT NBR 6123:1988 – Forças devidas ao vento em edificações ........................... 14
2.6 Ensaios em túnel de vento .......................................................................................... 15
2.6.1 CAARC Standard Tall Building .................................................................................... 17
2.7 Engenharia do Vento Computacional (EVC) .............................................................. 18
3 METODOLOGIA ............................................................................................................... 20
3.1 Primeira etapa – Definição das características do edifício e de sua vizinhança ..... 20
3.2 Segunda etapa – Determinação dos esforços do vento sobre as edificações
através da ABNT NBR 6123:1988...................................................................................... 23
3.2.1 Velocidade básica do vento V0 .................................................................................... 23
3.2.2 Velocidade característica do vento Vk ......................................................................... 24
3.2.2.1 Fator topográfico S1 ................................................................................................. 25
3.2.2.2 Fator S2 .................................................................................................................... 27
3.2.2.3 Fator estatístico S3 ................................................................................................... 29
3.2.3 Pressão dinâmica do vento q ...................................................................................... 30
3.2.4 Força de arrasto Fa ..................................................................................................... 30
3.2.4.1 Coeficiente de arrasto Ca ......................................................................................... 30
3.2.5 Fator de vizinhança ..................................................................................................... 32
3.3 Terceira etapa - Determinação dos esforços do vento sobre as edificações através
do software Ansys® ........................................................................................................... 33
3.4 Quarta etapa – Análise dos resultados ...................................................................... 34
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES...................................................................................... 36
4.1 Resultados Edifício Isolado ........................................................................................ 36
4.1.1 Análise Paramétrica entre os dois métodos ................................................................ 38
4.2 Resultados Vizinhanças .............................................................................................. 40
4.2.1 Resultados Vizinhança V1.1 ....................................................................................... 41
4.2.1.1 Análise Paramétrica entre os dois métodos ............................................................. 42
4.2.2 Resultados Vizinhança V1.2 ....................................................................................... 46
4.2.2.1 Análise Paramétrica entre os dois métodos ............................................................. 46
4.2.3 Resultados Vizinhança V2.1 ....................................................................................... 49
4.2.3.1 Análise Paramétrica entre os dois métodos ............................................................. 50
4.2.4 Resultados Vizinhança V2.2 ....................................................................................... 56
4.2.4.1 Análise Paramétrica entre os dois métodos ............................................................. 56
4.2.5 Resultados Vizinhança V2.3 ....................................................................................... 60
4.2.5.1 Análise Paramétrica entre os dois métodos ............................................................. 60
4.2.6 Comparativo entre as vizinhanças V1.1 a V2.3 e o edifício isolado realizado no Ansys®
............................................................................................................................................ 64
5 CONCLUSÃO................................................................................................................... 68
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 70
APÊNDICES ........................................................................................................................ 73
APÊNDICE A – TABELAS DE FORÇAS DE ARRASTO RESULTANTES E MOMENTOS
FLETORES RESULTANTES CALCULADOS PELA ABNT NBR 6123:1988 ..................... 74
APÊNDICE B – TABELAS DE FORÇAS DE ARRASTO RESULTANTES E MOMENTOS
FLETORES RESULTANTES CALCULADOS PELO SOFTWARE ANSYS® ...................... 82
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Camadas - limite para diferentes categorias de exposição. .................................. 5


Figura 2 - Pressão do vento causando deslizamento e tombamento. ................................... 7
Figura 3 - Edificações com redução gradual nas áreas de pavimento. .................................. 7
Figura 4 - Edificação com tombamento nas áreas de pavimento. ......................................... 8
Figura 5 - Representação do Efeito Venturi. ....................................................................... 13
Figura 6 - Deflexão do vento na direção vertical. ................................................................ 13
Figura 7 - Representação de turbulência da esteira. ........................................................... 14
Figura 8 - Perspectiva artística e modelo reduzido no interior do Túnel de Vento -
Empreendimento Prosperitas............................................................................................... 17
Figura 9 - CAARC Standard Tall Building. ........................................................................... 18
Figura 10 - Edifício em estudo isolado e suas dimensões. .................................................. 21
Figura 11 - Modelo de vizinhança V1 a ser analisada. ........................................................ 22
Figura 12 - Modelo de vizinhança V2 a ser analisada. ........................................................ 22
Figura 13 - Mapa de isopletas. ............................................................................................ 24
Figura 14 - Fator topográfico S1 (z). ................................................................................... 26
Figura 15 - Coeficiente de arrasto, Ca, para edificações paralelepipédicas em vento de
baixa turbulência.................................................................................................................. 31
Figura 16 - Coeficiente de arrasto, Ca, para edificações paralelepipédicas em vento de alta
turbulência. .......................................................................................................................... 31
Figura 17 - Indicação do afastamento entre a edificação em estudo e uma edificação
vizinha. ................................................................................................................................ 33
Figura 18 - Fluxo de vento a 90° para ventos de alta turbulência da vizinhança V1.2
realizado no Ansys®. ............................................................................................................ 49
Figura 19 - Fluxo de vento a 120° para ventos de baixa turbulência da vizinhança V2.1
realizado no Ansys®. ............................................................................................................ 52
Figura 20 - Fluxo de vento a 60° para ventos de baixa turbulência da vizinhança V2.1
realizado no Ansys®. ............................................................................................................ 53
Figura 21 - Fluxo de vento a 90° para ventos de baixa turbulência da vizinhança V2.1
realizado no Ansys®. ............................................................................................................ 54
Figura 22 - Fluxo de vento a 90° para ventos de alta turbulência da vizinhança V2.2
realizado no Ansys®. ............................................................................................................ 59
Figura 23 - Fluxo de vento a 60° para ventos de alta turbulência da vizinhança V2.2
realizado no Ansys®. ............................................................................................................ 60
Figura 24 - Fluxo de vento a 90° para ventos de alta turbulência da vizinhança V2.3
realizado no Ansys®. ............................................................................................................ 64
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Alturas para cada tipo de Turbulência ................................................................ 23


Tabela 2 - Parâmetros Meteorológicos. ............................................................................... 29
Tabela 3 – Valores mínimos do fator estatístico S3. ............................................................. 29
Tabela 4 - Fator S2, Vk e q. .................................................................................................. 37
Tabela 5 - Valores de Ca e Ae para baixa turbulência. ........................................................ 38
Tabela 6 - Valores de Ca para alta turbulência. ................................................................... 41
Tabela 7 - Parâmetros s e d e Fator de Vizinhança. ............................................................ 41
Tabela 8 - Parâmetros s e d e Fator de Vizinhança. ............................................................ 50
Tabela 9 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para o edifício
isolado. ................................................................................................................................ 75
Tabela 10 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para ventos de
baixa turbulência nas vizinhanças V1.1, V1.2, V2.1, V2.2 e V2.3 sem aplicação do FV. ...... 75
Tabela 11 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para ventos de
alta turbulência nas vizinhanças V1.1, V1.2, V2.1, V2.2 e V2.3 sem aplicação do FV. ........ 76
Tabela 12 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para ventos de
baixa turbulência na vizinhança V1.1 com aplicação do FV. ................................................ 76
Tabela 13 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para ventos de
alta turbulência na vizinhança V1.1 com aplicação do FV. ................................................... 77
Tabela 14 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para ventos de
baixa turbulência na vizinhança V1.2 com aplicação do FV. ................................................ 77
Tabela 15 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para ventos de
alta turbulência na vizinhança V1.2 com aplicação do FV. ................................................... 78
Tabela 16 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para ventos de
baixa turbulência na vizinhança V2.1 com aplicação do FV. ................................................ 78
Tabela 17 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para ventos de
alta turbulência na vizinhança V2.1 com aplicação do FV. ................................................... 79
Tabela 18 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para ventos de
baixa turbulência na vizinhança V2.2. .................................................................................. 79
Tabela 19 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para ventos de
alta turbulência na vizinhança V2.2...................................................................................... 80
Tabela 20 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para ventos de
baixa turbulência na vizinhança V2.3. .................................................................................. 80
Tabela 21 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para ventos de
alta turbulência na vizinhança V2.3...................................................................................... 81
Tabela 22 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para o edifício
isolado. .................................................................................................................................. 5
Tabela 23 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para ventos de
baixa turbulência na vizinhança V1.1. .................................................................................... 5
Tabela 24 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para ventos de
alta turbulência na vizinhança V1.1........................................................................................ 6
Tabela 25 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para ventos de
baixa turbulência na vizinhança V1.2. .................................................................................... 6
Tabela 26 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para ventos de
alta turbulência na vizinhança V1.2........................................................................................ 7
Tabela 27 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para ventos de
baixa turbulência na vizinhança V2.1. .................................................................................... 7
Tabela 28 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para ventos de
alta turbulência na vizinhança V2.1........................................................................................ 8
Tabela 29 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para ventos de
baixa turbulência na vizinhança V2.2. .................................................................................... 8
Tabela 30 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para ventos de
alta turbulência na vizinhança V2.2........................................................................................ 9
Tabela 31 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para ventos de
baixa turbulência na vizinhança V2.3. .................................................................................... 9
Tabela 32 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para ventos de
alta turbulência na vizinhança V2.3...................................................................................... 10
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Comparativo entre as Forças Resultantes para o edifício isolado. .................... 39


Gráfico 2 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para o edifício isolado. . 39
Gráfico 3- Comparativo entre as Forças Resultantes para baixa turbulência da vizinhança
V1.1. .................................................................................................................................... 42
Gráfico 4 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para baixa turbulência da
vizinhança V1.1 ................................................................................................................... 43
Gráfico 5 - Comparativo entre as Forças Resultantes para alta turbulência da vizinhança
V1.1. .................................................................................................................................... 44
Gráfico 6 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para alta turbulência da
vizinhança V1.1. .................................................................................................................. 45
Gráfico 7 - Comparativo entre as Forças Resultantes para baixa turbulência da vizinhança
V1.2. .................................................................................................................................... 46
Gráfico 8 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para baixa turbulência da
vizinhança V1.2. .................................................................................................................. 47
Gráfico 9 - Comparativo entre as Forças Resultantes para alta turbulência da vizinhança
V1.2. .................................................................................................................................... 48
Gráfico 10 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para alta turbulência da
vizinhança V1.2. .................................................................................................................. 48
Gráfico 11 - Comparativo entre as Forças Resultantes para baixa turbulência da vizinhança
V2.1. .................................................................................................................................... 50
Gráfico 12 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para baixa turbulência
da vizinhança V2.1. ............................................................................................................. 51
Gráfico 13 - Comparativo entre as Forças Resultantes para alta turbulência da vizinhança
V2.1. .................................................................................................................................... 54
Gráfico 14 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para alta turbulência da
vizinhança V2.1. .................................................................................................................. 55
Gráfico 15 - Comparativo entre as Forças Resultantes para baixa turbulência da vizinhança
V2.2. .................................................................................................................................... 56
Gráfico 16 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para baixa turbulência
da vizinhança V2.2. ............................................................................................................. 57
Gráfico 17 - Comparativo entre as Forças Resultantes para alta turbulência da vizinhança
V2.2. .................................................................................................................................... 58
Gráfico 18 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para alta turbulência da
vizinhança V2.2. .................................................................................................................. 58
Gráfico 19 - Comparativo entre as Forças Resultantes para baixa turbulência da vizinhança
V2.3. .................................................................................................................................... 61
Gráfico 20 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para baixa turbulência
da vizinhança V2.3. ............................................................................................................. 61
Gráfico 21 - Comparativo entre as Forças Resultantes para alta turbulência da vizinhança
V2.3. .................................................................................................................................... 62
Gráfico 22 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para alta turbulência da
vizinhança V2.3. .................................................................................................................. 63
Gráfico 23 - Comparativo entre as Forças Resultantes para baixa turbulência. .................. 65
Gráfico 24 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para baixa turbulência.
............................................................................................................................................ 65
Gráfico 25 - Comparativo entre as Forças Resultantes para alta turbulência. ..................... 66
Gráfico 26 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para alta turbulência. . 66
1

1 INTRODUÇÃO

1.1 Considerações Iniciais

Conforme a sociedade se expande e melhora sua tecnologia, a construção


civil aparece com a necessidade de criar estruturas que atendam as novas
tendências. Com esse segmento, a verticalização dos edifícios é uma alternativa
para atrair os usuários que estão em busca de conforto mesmo com os espaços
mais reduzidos. Portanto, os profissionais da área que acompanham essas
mudanças devem prever quais os esforços atuarão sobre essas edificações mais
altas e esbeltas, elaborando projetos com economia e segurança.

Todos os carregamentos e ações que possam vir a atuar em uma edificação


durante sua vida útil devem ser considerados em projeto e analisados de forma que
garanta a segurança estrutural, evitando que as solicitações levem à ruína da
edificação. A ABNT NBR 6120:1980 preconiza as cargas permanentes e acidentais
que podem ser encontradas em certas edificações. É necessário atentar-se aos
carregamentos acidentais, como por exemplo, a influência da ação de efeitos
naturais e as condições meteorológicas do ambiente sobre os esforços nas
estruturas. Um dos principais fatores naturais que interfere estruturalmente nas
edificações é o vento.

O vento é caracterizado pela movimentação de ar de diferentes temperaturas


em grande escala. Essa movimentação não se torna um problema em construções
baixas e pesadas, porém, como atualmente há uma tendência de edifícios cada vez
mais altos e esbeltos, a ação do vento torna-se um dos principais fatores
determinantes no momento da elaboração do projeto estrutural, pois provocam
influências nas tensões, deformações, deslocamentos e vibrações.

A influência do vento nas estruturas considera tanto o estudo do edifício


isolado como também as condições de vizinhança em que ela está inserida. A
presença de obstáculos pode alterar significativamente o comportamento do vento
atuante sobre a edificação, portanto é interessante observar também o seu entorno.

A ABNT NBR 6123:1988 direciona os cálculos das forças resultantes da


2

atuação do vento. Porém, esta norma não atende a casos particulares como
edificações com geometria ou localização mais incomuns. Nestes casos
normalmente utiliza-se o experimento de túnel de vento, representando
fidedignamente suas características naturais. Esse experimento é muito importante
para a determinação da ação do vento nas cidades urbanizadas, no qual pode-se
simular obstáculos e edificações com as mais diversas formas.

Atualmente, o ensaio de túnel de vento tem sido substituído por modelos


computacionais mais tecnológicos como a Engenharia do Vento Computacional
(EVC).
A análise numérica de problemas da engenharia do vento traz vantagens
importantes em relação aos ensaios em túneis de vento, como, por
exemplo, uma maior versatilidade para a obtenção de resultados e a
possibilidade de uma maior variabilidade no uso de parâmetros físicos e
geométricos, ambas com uma quantia muito inferior de recursos financeiros
a serem disponibilizados e com um tempo total de pesquisa bem menor
(BRAUN; AWRUCH, 2009, p. 82).

O estudo dos esforços provocados pelo vento nas edificações é um


importante fator no dimensionamento de estruturas, principalmente em edifícios
esbeltos, além de ser pouco abordado e difundido durante a graduação. Devido a
isso, neste trabalho pretende-se analisar um edifício utilizando a velocidade de vento
de Maceió (AL), destacando os impactos de vizinhança a partir de uma simulação de
túnel de vento em um programa de elementos finitos e realizar um estudo
paramétrico entre o modelo computacional e um modelo analítico. Além de
possibilitar a obtenção do conhecimento sobre a ação do vento em estruturas e sua
utilização tanto na carreira acadêmica como na profissional.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Analisar os efeitos de vizinhança em um edifício que sofre influência da ação


do vento de Maceió (AL).

1.2.2 Objetivos específicos

• Compreender a atuação do vento sobre edificações;


3

• Examinar a ação do vento na edificação isolada;


• Analisar a influência das condições de vizinhança sobre as edificações;
• Verificar os esforços do vento a partir da norma ABNT NBR 6123:1988 e da
simulação computacional;
• Confrontar os esforços obtidos nos resultados;
• Avaliar os resultados obtidos pelo modelo computacional e modelo analítico.
4

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Definição do vento

Segundo Gonçalves et al. (2004), o vento pode ser entendido como


movimentos de massas de ar decorrentes de diferentes pressões na atmosfera. A
variação da temperatura pode influenciar essas pressões, gerando mudanças
significativas no vento e causando diversas solicitações nas edificações.

(...) É um conceito quase que intuitivo admitir que o ar, considerando como
um fluido em movimento, ao encontrar um obstáculo exercerá uma ação
sobre o mesmo. Na engenharia civil, o estudo da ação do vento pode ser
então norteado, em uma primeira análise, com base na consideração de
qual será o efeito destas forças sobre as edificações (GONÇALVES et al.,
2004, p. 1).

Blessmann (1995, p.9) também explica que a principal causa do movimento


do ar são as diferenças de pressão na atmosfera:

O movimento do ar sobre a superfície terrestre (vento) tem como causa


imediata principal as diferenças na pressão atmosférica, causadas pela
energia proveniente do sol que origina variações na temperatura do ar. As
pressões desequilibradas originam forças que deslocam parcelas do ar
atmosférico das zonas de maior pressão para as de menor pressão.

Essas massas de ar possuem várias influências como cita Blessmann (1995),


e que esses movimentos de massas de ar também são afetados pela rotação da
Terra, provocando dois efeitos:

1) O primeiro está relacionado a aceleração centrífuga, mas como ele também


se manifesta mesmo sem o movimento das massas de ar então pode ser
desprezado;
2) O segundo é chamado de aceleração de Coriolis, que se manifestará sempre
que houver massas de ar em movimento em relação à Terra.

A força de Coriolis causa desvio no movimento de partículas de ar para um


observador na Terra e a força centrífuga é causada pela trajetória curva das
partículas de ar.

Embora haja variações na pressão atmosférica e na rotação da Terra, a


estrutura do vento também varia com o clima e com as condições de rugosidade da
5

superfície terrestre surgindo a chamada Camada Limite Atmosférica (C.L.A.).


A camada limite atmosférica (C.L.A.) é a região da troposfera diretamente
afetada pela presença da superfície da Terra e responde a forçantes
superficiais com escalas de tempo em torno de uma hora ou menos. Os
forçantes incluem arrasto, evaporação e evapotranspiração, transferência
de calor, emissão de poluentes e modificações do escoamento induzidas
pela topografia (LOREDO-SOUZA; SCHETTINI; PALUCH, 2004, p.1).

Matuella (2012, p. 61) afirma que “nessa camada, onde os efeitos do atrito da
superfície dominam, os efeitos da rotação da Terra e a força de Coriolis podem ser
negligenciados”.

Dessa forma, a velocidade do vento nesta camada é proporcional ao


gradiente de pressões atmosféricas da localidade e pode ser chamada de
Velocidade Gradiente (Ug). Entretanto, no nível do terreno, essa movimentação do ar
se torna menos fluida por conta das forças de atrito, surgindo interações entre o
vento e os obstáculos. Quando isso acontece, uma camada limite atmosférica
turbulenta aparece, o que gera mudanças significativas nas características do
escoamento do ar (TREIN, 2005). Sendo a espessura da camada limite atmosférica
correspondente à chamada altura gradiente (Zg), a C.L.A. é demonstrada na Figura
1.

Figura 1 - Camadas - limite para diferentes categorias de exposição.


Fonte: Blessmann, 1995.
6

Então, a camada limite atmosférica (C.L.A.) pode ser entendida como os


ventos fortes que são influenciados pela rugosidade da superfície terrestre. Esse tipo
de movimento de massa de ar possui energia cinética e apresenta inércia às
mudanças do deslocamento, ficando clara a movimentação do vento de diversas
formas, velocidades e direções (TREIN, 2005).

Portanto, se algum obstáculo intercepta o fluxo do vento, ocorre uma


alteração na sua trajetória, o que proporciona uma interação de forças entre a massa
de ar e a superfície do corpo atingida. O mesmo ocorre nas edificações, onde a
estrutura se torna um obstáculo para o vento, podendo ser deformada de tal forma a
comprometer a integridade de sua estrutura, ou até mesmo ocasionar a ruína do
edifício.

2.2 Ação do vento nas estruturas

Conforme abordado anteriormente, o vento é uma massa de ar em movimento


que provoca grandes solicitações nas edificações, sendo estas estáticas e
dinâmicas.

Quando a massa de ar encontra obstruções em seu caminho, a energia


cinética do vento se transforma em energia de pressão a qual atua sobre a
superfície dos obstáculos. A pressão atuante cresce à medida que a velocidade do
vento aumenta durante um período.

Além da solicitação estática do vento, que depende de sua velocidade


média, aparecem solicitações dinâmicas, que dependem da energia cinética
contida nas flutuações e de como esta energia se distribui pelas diversas
frequências. A resposta da estrutura depende muito mais da energia contida
em uma sequência de rajadas do que da intensidade de uma única rajada.
E, nesta sequência, serão mais importantes as componentes em
ressonância com a estrutura (BLESSMANN, 1995 p.101).

À medida que a pressão do vento se torna muito alta, as edificações podem


sofrer deslizamentos devido aos esforços de cisalhamento gerados entre a estrutura,
ou tombamentos que são mais suscetíveis em edifícios mais leves como os de
madeira. Assim ilustra a Figura 2 (CHING; ONOUYE; ZUBERBUHLER, 2010).
7

Figura 2 - Pressão do vento causando deslizamento e tombamento.


Fonte: Ching; Onouye; Zuberbuhler, 2010.

Todas as edificações estão sujeitas as cargas laterais, cargas dinâmicas e de


pressão que vão se intensificando à medida que a altura aumenta. A velocidade do
vento também varia conforme a altura da edificação. Deste modo, é recomendando
diminuir a área de superfície proporcionalmente a altura do edifício, pois ajuda a
combater os danos que as velocidades e pressões de vento podem causar em
grandes alturas como demonstrado na Figura 3 (CHING; ONOUYE;
ZUBERBUHLER, 2010).

Figura 3 - Edificações com redução gradual nas áreas de pavimento.


Fonte: Ching; Onouye; Zuberbuhler, 2010.

Sendo assim, o estudo dos efeitos do vento é fundamental para a estrutura


apresentar uma boa resposta a esse tipo de carregamento, tendo maior importância
8

em prédios altos e esbeltos. As características estruturais perante aos impactos do


vento também devem ser salientadas no decorrer do projeto (RIOS, 2015).

2.2.1 Momento de tombamento

Os efeitos do vento como cargas laterais aumentam significativamente com a


sua altura e esbelteza. Um exemplo da amplificação desses efeitos nas construções
seria o tombamento na base da edificação como mostrado na Figura 4. Além disso,
os edifícios mais altos, mas com a planta baixa de pequenas dimensões em relação
à altura, são mais suscetíveis ao momento de tombamento e sofrem com esses
efeitos mais intensamente no topo (CHING; ONOUYE; ZUBERBUHLER, 2010).

As edificações construídas com materiais mais leves, como as de madeira,


são as que mais exigem cuidados para impedir o tombamento. Já as estruturas mais
pesadas, como as de concreto, podem resistir mais facilmente ao tombamento da
estrutura, porém um terremoto, por exemplo, pode aumentar consideravelmente os
esforços inertes da construção (CHING; ONOUYE; ZUBERBUHLER, 2010).

Figura 4 - Edificação com tombamento nas áreas de pavimento.


Fonte: Ching; Onouye; Zuberbuhler, 2010.
9

Ching; Onouye; Zuberbuhler (2010, p.263) apresenta uma solução com um


sistema de piso para diminuir esses efeitos de tombamento:

Nos edifícios altos, o momento de tombamento causado pelo carregamento


lateral é significativo. O ideal é que o sistema de piso distribua uma grande
parte das cargas de gravidade da edificação para os elementos estruturais
externos, de forma a estabilizá-los por pré-compressão contra os esforços
de tração do tombamento. Isso pode ser obtido eliminando-se o máximo de
pilares internos e usando-se sistemas de piso para grandes vãos que
possam conectar o núcleo central aos pilares externos. Esses pisos mais
resistentes também contribuem para a resistência contra as forças de
cisalhamento lateral.

Do mesmo modo que as cargas de vento são importantes para a estrutura, o


conforto do usuário também deve ser levado em consideração.

O desconforto para os usuários de edifícios que ocorre em razão do vento


pode ser resumido a: ruído em janelas, entrada de água e pó em caixilhos e
oscilações devido à ação dinâmica do vento. [...] As oscilações de edifícios
altos, provocados pela ação do vento, correlacionam-se com a esbelteza
destes e também com a percepção do ser humano em detectar estas
oscilações, há pessoas mais sensíveis que são muito afetados por estas
solicitações, causando desconforto e insegurança (GONÇALVES et. Al
2004).

Problemas como estes devem ser evitados, pois os deslocamentos causados


pelo vento podem ser percebidos pelos moradores dos andares mais altos criando
um grande desconforto e sensação de insegurança. Esses deslocamentos podem
ser estáticos ou dinâmicos, mas a vibração provocada pela parcela dinâmica é o que
mais pode provocar acidentes.

2.3 Acidentes gerados pela ação do vento

A natureza afeta de forma considerável a engenharia civil. Projetos sem os


devidos estudos nessa área podem comprometer a estrutura e ocasionar grandes
desastres.

Vários casos de problemas relacionados a ação do vento são conhecidos,


como a ponte de Tacoma Narrows, apelidada de “Galloping Gertie” (Gertrude
Galopante) pois era visível a oscilação em todo o seu comprimento. No dia 7 de
novembro de 1940, apenas alguns meses depois de sua inauguração, a ponte
entrou em colapso, após um vento de aproximadamente 65km/h atingir a sua
estrutura (RODRIGUES et al., 2017).
10

Em março de 2004, a passagem do furacão Catarina no Brasil atingiu


diversas regiões do litoral Sul provocando prejuízos, danos estruturais,
socioeconômicos e ambientais (POSSIDONIO, 2011).

Ainda no Brasil, em 23 de janeiro de 2018, um temporal com rajadas de vento


de até 90km/h atingiu o edifício de luxo Millenium Palace em Balneário Camboriú e
os usuários conseguiram perceber as vibrações provocadas pela força do vento,
gerando desconfiança e medo aos moradores (DOMINGOS, 2017).

Outro exemplo no Brasil foi o desabamento do edifício “Real Class” ainda em


construção na cidade de Belém no Pará em 29 de janeiro de 2011. O engenheiro
reproduziu um modelo que não foi capaz de garantir a estabilidade para uma
edificação com 34 pavimentos e aproximadamente 104 metros de altura, causando a
morte de três pessoas. O juiz do caso explica que o engenheiro responsável "não
considerou as cargas horizontais, tanto as decorrentes da ação do vento, como do
próprio desequilíbrio da estrutura assimétrica, quando submetida ao peso próprio,
não resistindo, com isso, a estrutura já construída a um vento de cerca de 30 a
39km/hora", de acordo com a sentença (G1 PA, 2016).

Percebe-se que esses e muitos outros casos ocorreram pois não foi levado
em consideração a importância da ação do vento como um elemento da natureza
que afeta de forma direta a estrutura. As ocorrências de desastres chegam de forma
repentina, assim fica clara a importância de utilizar o vento como critério essencial
nos projetos, protegendo os bens de serem danificados por essa ação natural.

2.4 Vibrações causadas pela ação do vento – Turbulência

Segundo Blessmann (1995), a engenharia estrutural deve conhecer a


velocidade média do vento e as flutuações de velocidade em torno desta média. Por
conta da rugosidade natural ou artificial da superfície terrestre, estas flutuações têm
origem na agitação do escoamento médio, formando um grande número de
turbilhões. As dimensões desses turbilhões vão desde o milímetro até a grandeza da
altura da camada limite atmosférica. A agitação dessas partículas dá-se o nome de
turbulência.
11

Conforme Blessmann (1995), as flutuações da velocidade em torno da média


são designadas rajadas. As intensidades e frequências das flutuações passam a
ocorrer de forma aleatória e de maneira inversamente proporcional à velocidade.
Essa chegada simultânea de turbilhões corresponde às rajadas, em condições tais
que seus efeitos se superpõem.

As dimensões dos turbilhões que envolvem a estrutura influenciam na


frequência com que as forças irão atingir a edificação. Blessmann (1995, p. 101)
explica essa influência:

(...) turbilhões de dimensões tais que envolvam toda a estrutura ocasionarão


forças de baixa frequência, que poderão estar em fase, ao menos
aproximadamente, ao longo de toda a estrutura. Por outro lado, as rajadas
mais violentas são oriundas de turbilhões de dimensões bem menores, que
agem local e desordenadamente. As forças são de frequências mais altas
que as anteriores, porém de intensidades menores, poucas influências terão
na excitação da estrutura como um todo.

Essa presença de turbulência pode maximizar os efeitos do vento sobre a


edificação. Quando há um fluxo de ar turbulento, as pressões positivas do vento são
registradas sempre que o ar está em contato com a superfície da edificação. Quando
há espaços estreitos entre duas edificações ou através de arcadas dos prédios,
geralmente ocorre a turbulência.

A NBR 6123 (ABNT, 1988, p. 21) considera, no item 6.5.3, que as edificações
estão sujeitas a ventos de alta turbulência “quando sua altura não excede duas
vezes a altura média das edificações nas vizinhanças”. Dessa forma, quanto mais
obstruções a edificação apresentar em seu entorno, com mais dificuldade ocorrerá a
passagem do vento, e assim ocasionará a diminuição da sua força. A norma
estabelece as seguintes distâncias mínimas:

• 500 m, para uma edificação de até 40 m de altura;


• 1000 m, para uma edificação de até 55 m de altura;
• 2000 m, para uma edificação de até 70m de altura;
• 3000 m, para uma edificação de até 80 m de altura.
12

2.4.1 Efeitos de vizinhança

Existem interações comprovadas entre a edificação principal e o entorno em


que ela está inserida. Portanto, como a maioria das edificações não é construída em
locais isolados, é indicado avaliar a influência da vizinhança, pois estas podem gerar
alterações no campo aerodinâmico da estrutura.

Estas alterações no campo aerodinâmico podem causar um aumento


significativo da velocidade do vento que irá incidir sobre a edificação em estudo,
causando aumentos consideráveis nos coeficientes de pressão externa, desconforto
aos transeuntes nas regiões próximas à edificação ou mesmo, em alguns casos,
sendo benéfica e “protegendo-as”. [...], salientando-se que não é possível a adoção
de coeficientes normalizados para estes efeitos devido à grande variedade de
possibilidades. Cabe ao calculista conhecer estes fenômenos e, em última instância,
solicitar ensaios sobre a edificação e seu entorno (GONÇALVES et al., 2004, p. 92).

O efeito da vizinhança é considerado apenas através da escolha do perfil


vertical da velocidade média, porém, não é possível para as normas fornecerem
parâmetros que abranjam todas as possibilidades, até mesmo em pesquisas e
estudos. Fazem-se necessário, em alguns casos, estudos específicos para a
determinação das forças do vento considerando o efeito da vizinhança (FONTES,
2003).

Em algumas circunstâncias, a influência da vizinhança pode alterar


significativamente os coeficientes da edificação e/ou surgir efeitos consideráveis
como aumento de sucções, inversão dos esforços e momentos torsores (FONTES,
2003).

Os efeitos de vizinhança são considerados apenas nos casos citados pela


NBR 6123 (ABNT, 1988, p. 21).

Os efeitos de vizinhança serão considerados somente até a altura do topo


da(s) edificação(ões) situada(s) nas(s) proximidade(s), dentro de um círculo
de diâmetro igual à altura da edificação em estudo, ou igual a seis vezes o
lado menor da edificação, b, adotando-se o menor destes dois valores.
13

Segundo a ABNT NBR 6123:1988, podem existir três tipos de efeitos de


vizinhança que geram um aumento nas forças do vento. São eles: Efeito Venturi,
deflexão do vento na direção vertical e turbulência da esteira.

Quando há um “afunilamento” entre as regiões de vizinhança, a velocidade


correspondente do vento nesses espaços costuma exceder a velocidade do fluxo de
ar principal. Esse tipo de turbulência é conhecido como efeito Venturi conforme
Figura 5 (CHING; ONOUYE; ZUBERBUHLER, 2010).

Figura 5 - Representação do Efeito Venturi.


Fonte: Ching; Onouye; Zuberbuhler, 2010.

Segundo a ABNT NBR 6123:1988, quando o vento atinge a região de


barlavento em estudo e nessa região há presença de vizinhança ou obstáculos, a
velocidade em zonas próximas ao solo é aumentada, ocorrendo a deflexão do vento
na direção vertical mostrada na Figura 6.

Figura 6 - Deflexão do vento na direção vertical.


Fonte: Gonçalves et al., 2004.

Quando o vento incide à barlavento em uma edificação e atinge a esteira de


sotavento de outra estrutura mais próxima, ocorre a turbulência da esteira, havendo
14

mudanças significativas na pressão externa, que segundo a ABNT NBR 6123:1988,


pode causar efeitos dinâmicos (“efeitos de golpe”) consideráveis na edificação,
indicado na Figura 7.

Figura 7 - Representação de turbulência da esteira.


Fonte: Gonçalves et al., 2004.

A NBR 6123 (ABNT, 1988, p. 58) estabelece que os efeitos de vizinhança são
de extrema importância em certas ocasiões, pois podem causar aumento na força e
velocidade do vento, prejudicando a estrutura que não foi corretamente
dimensionada. Porém, afirma que “não é possível indicar valores numéricos para
efeitos de vizinhança de um modo genérico e normativo”, sendo o mais indicado a
utilização de ensaios de túnel de vento.

Esses conceitos só comprovam que os edifícios altos são sensíveis à ação do


vento com ênfase na solicitação dinâmica. A importância de analisar o efeito das
rajadas no dimensionamento destes tipos de estruturas muda completamente a
visão de projeto, pois se for considerada somente a velocidade principal, a estrutura
pode entrar em ruína.

A ABNT NBR 6123:1988 determina as forças atuantes do vento sobre uma


estrutura. Algumas definições são importantes antes do aprofundamento do estudo
da norma, como barlavento e sotavento. Barlavento é a região onde o vento atinge
inicialmente a estrutura e sotavento é a região oposta ao barlavento.

2.5 ABNT NBR 6123:1988 – Forças devidas ao vento em edificações

Segundo Trein (2005), as forças são definidas por normas de projeto, como
por exemplo, a ABNT NBR 6123:1988 no Brasil, o NBCC:2010 no Canadá e o
AS/NZS 1170.2:2002 na Austrália/Nova Zelândia, que atualmente estipulam, como
deverá ser dimensionado uma estrutura que sofrerá a ação do vento.
15

No Brasil, são usados os procedimentos da ABNT NBR 6123:1988 para se


determinar a velocidade com a qual o vento irá incidir em uma determinada
edificação. Para isso, devem-se levar em consideração as diferentes regiões do
planeta Terra que estão submetidas a diferentes velocidades do vento e essa
velocidade é obtida por meio de medições (anemômetros ou anemógrafos), para
uma dada região (GONÇALVES et al., 2004).

A finalidade da velocidade do vento na engenharia estrutural é encontrar a


velocidade máxima de uma determinada edificação que estará submetida ao longo
de sua vida útil e, de acordo com as informações obtidas, dimensionar devidamente
a estrutura (GONÇALVES et al., 2004).

Porém, a norma brasileira ABNT NBR 6123:1988 não é válida para


edificações de forma, dimensões ou localização fora do comum e permite que as
ações dinâmicas do vento sejam consideradas como ações estáticas, desde que o
período da estrutura seja inferior a um segundo. Sendo assim, caso não atenda
estas exigências, são necessários estudos em túnel de vento (GUERRA; PRAVIA;
PRAVIA, 2014).

2.6 Ensaios em túnel de vento

O túnel de vento constitui-se em um mecanismo que possibilita a reprodução


dos ventos, objetivando a investigação dos efeitos atmosféricos correspondentes à
região analisada.

O recurso do túnel de vento é mais utilizado em situações em que as


construções ou obstáculos naturais provocam perturbações no escoamento do
vento. Bem como ensaios são recomendados quando se tem pouca informação a
respeito do comportamento aerodinâmico da edificação em questão. De qualquer
forma, o túnel de vento reduz as dúvidas do comportamento da estrutura quando
submetida à ação do vento. Assim, a análise estrutural condiz mais com a realidade
do ambiente em que a edificação está inserida (VIEIRA, 2016).

Segundo Mattuella (2012), o túnel de vento considera a geometria da


edificação, condições climáticas locais, detalhes do entorno, o que permite que os
16

testes se aproximem mais das condições reais e seja mais fácil a identificação das
cargas do vento em estruturas e revestimentos em uma edificação.

Estudos de efeitos estáticos e dinâmicos do vento em estruturas, paredes,


telhados, vidros, painéis de revestimento e esquadrias, como simulações de efeitos
sobre pedestres, poluição e usuários da edificação, também podem ser feitas pelo
túnel de vento (KLEIN, 2004).

Mattuella (2012, p. 162) indica dois tipos de túneis de vento disponíveis:

Os túneis de vento podem ser de dois tipos: circuito fechado (escoamento


circulando em tubos em forma de anel) ou aberto (escoamento absorvido
em um extremo e descarregado em outro). O primeiro tipo proporciona um
escoamento livre de perturbações externas, o segundo apresenta a
vantagem de exigir menor custo de construção e um menor espaço de
laboratório para o comprimento da secção de ensaio do mesmo.

As complexidades da estrutura a ser construída, quando a forma da


edificação não se enquadra na maneira de cálculo convencional, ou seja, pela norma
ABNT NBR 6123:1988, o túnel de vento é a alternativa que viabiliza a determinação
dos carregamentos na estrutura principalmente devido às condições de topografia
e/ou vizinhança imediata da nova edificação a ser construída. Como indicado na
Figura 8, o empreendimento cuja as características de forma e altura elevada para
padrões nacionais, necessitou de estudos específicos em túnel de vento (NÚÑEZ;
LOREDO-SOUZA; ROCHA, 2012).
17

Figura 8 - Perspectiva artística e modelo reduzido no interior do Túnel de Vento -


Empreendimento Prosperitas.
Fonte: Núñez; Loredo-Souza; Rocha, 2012.

2.6.1 CAARC Standard Tall Building

O CAARC é um modelo teórico de edifício alto usado por pesquisadores para


comparação de ensaios de simulação de vento natural em túneis de vento, a fim de
obter-se um grau de uniformidade nas análises. Sendo assim, este edifício tem a
vantagem de possuir um amplo banco de dados para ser utilizado em diversas
finalidades, além da disponibilidade na literatura técnica de resultados de
experimentos em túnel de vento com este modelo.

Sua geometria é definida como um prisma retangular com base de dimensões


30,48m por 45,72m e altura de 182,88m (100ft x 150ft x 600ft) como indicada na
Figura 9. Sendo o topo do edifício horizontal, plano e sem parapeitos. As paredes
são lisas sem janelas, parapeitos ou qualquer outro detalhe geométrico (SARTORI,
2010).
18

Figura 9 - CAARC Standard Tall Building.


Fonte: Dewes, 2016.

2.7 Engenharia do Vento Computacional (EVC)

Há tempos atrás as análises relacionadas à ação do vento sobre as estruturas


eram determinadas apenas através do estudo da norma ABNT NBR 6123:1988. Já
para casos onde não fosse possível a sua utilização ou houvesse a necessidade de
um estudo mais aprofundado, expondo a estrutura estudada às condições reais de
vento do ambiente, empregava-se o experimento de túnel de vento.

Hoje em dia, com o avanço da tecnologia computacional e a busca por


métodos mais ágeis e versáteis e ainda assim tão eficazes quanto o experimento de
túnel de vento, encontra-se em evidência a chamada Engenharia do Vento
Computacional (EVC).
A EVC é um campo de pesquisa relativamente recente e o seu rápido
crescimento na comunidade científica ocorreu principalmente em virtude do
amadurecimento dos modelos numéricos e do avanço na tecnologia dos
computadores. Além disso, as dificuldades inerentes aos ensaios realizados
em túneis de vento, como os altos custos, o tempo de análise e a
impossibilidade de se estudar um número maior de problemas com uma
maior variabilidade de parâmetros também contribuíram para um
crescimento na demanda por técnicas numéricas de análise (BRAUN,
2007).
19

A abordagem computacional, segundo Braun (2007), é fundamentada através


de técnicas numéricas que solucionam as equações de conservação e governam a
atuação dos fluidos em movimento e de estruturas deformáveis. É desta forma que
os princípios da engenharia do vento são transferidos para escala computacional.

A análise através da engenharia do vento computacional, assim como o


experimento de túnel de vento, busca examinar e avaliar numericamente as
condições ambientais relacionadas ao vento e também os seus efeitos gerados
sobre as edificações de uma determinada região. Isto ocorre primeiramente a partir
de uma análise aerodinâmica que identifica os esforços do vento sobre a estrutura, e
em seguida uma análise dinâmica estrutural onde é demonstrada a resposta da
estrutura à aquela ação do vento atuante sobre ela.

A aplicação da EVC pode ser desenvolvida através da utilização de softwares


de elementos finitos. O Método de Elementos Finitos (MEF) baseia-se na subdivisão
da geometria a ser analisada em elementos menores com as mesmas propriedades
da geometria inicial. Essa subdivisão facilita o computador efetuar suas atividades,
permitindo a resolução de problemas complexos de maneira mais simplificada
através de modelos matemáticos.

A divisão da geometria que gera os elementos pode ser dada de várias


formas e tamanhos. A união desses elementos é chamada de nó e o conjunto de
nós e elementos que compõem a geometria como um todo é chamado de malha. A
definição da malha é um importante passo para a resolução do problema onde as
dimensões dos elementos e a quantidade de nós afetam a precisão dos resultados
obtidos.
20

3 METODOLOGIA

Para obter os resultados acerca da problematização apresentada neste


trabalho, será feita uma análise teórica sobre a ação do vento em estruturas
enfatizando a presença de vizinhança no entorno do edifício. Com esse estudo
preliminar, será elaborada uma breve introdução sobre os assuntos estudados e o
referencial teórico detalhando os conceitos para aperfeiçoar o conhecimento sobre o
tema.

A temática abordada contará com a análise de um edifício hipotético de


concreto. A escolha da localidade será Maceió (AL). Primeiramente o edifício será
estudado isoladamente e em seguida serão realizadas análises com a inserção de
vizinhanças que serão dispostas em dois tipos diferentes e alturas variáveis de
forma que fiquem definidas para baixa e alta turbulência. A orientação do vento será
alterada a cada 30° para as situações a serem examinadas, o que levará a
resultados diferentes. Essa aplicação favorecerá uma análise comparativa do edifício
com e sem a presença de vizinhança a partir de vários ângulos e diferentes alturas.

Os resultados serão obtidos seguindo o procedimento de cálculo estabelecido


na ABNT NBR 6123:1988. O procedimento se inicia com a definição da velocidade
básica do vento e posteriormente com a sequência de cálculos, a fim de encontrar
os valores de forças de arrasto e momentos fletores resultantes na edificação para
cada uma das situações de vizinhança. Logo após, será realizado o mesmo estudo a
partir do software Ansys® seguindo de uma análise paramétrica entre os dois
métodos.

3.1 Primeira etapa – Definição das características do edifício e de sua


vizinhança

Preliminarmente o estudo terá início a partir da descrição das características


do edifício a ser analisado e da região em seu entorno. As dimensões serão
escolhidas para uma edificação que corresponda 20 pavimentos com 3 m de pé
esquerdo. O edifício em questão utilizará a base de acordo com o CAARC Standard
Tall Building sendo um retângulo a × b com a=45,72 m, b=30,48 m, porém a sua
altura será h=60 m de acordo com a Figura 10.
21

Figura 10 - Edifício em estudo isolado e suas dimensões.


Fonte: Autor, 2019.

As vizinhanças a serem analisadas serão definidas de forma a favorecer os


resultados tanto pela norma ABNT NBR 6123:1988 quanto pelo software Ansys®.
Serão dois modelos de vizinhança, V1 e V2, onde cada um deles terá variação de
altura para alta e baixa turbulência.

Tratando-se da primeira vizinhança, serão adicionados três edifícios A, B e C


a 30°, 90° e 150° respectivamente ao edifício em estudo com as mesmas dimensões
de sua base mas com diferentes alturas como mostra a Figura 11. A V1 terá duas
configurações de alturas e estas serão chamadas de V1.1 e V1.2.
22

Figura 11 - Modelo de vizinhança V1 a ser analisada.


Fonte: Autor, 2019.

A vizinhança V2 obedecerá às mesmas dimensões da base do edifício em


estudo, mas serão adicionadas quatro estruturas, D, E, F e G a 0°, 60°, 120° e 180°
nesta ordem, como indica a Figura 12. Essa vizinhança terá três configurações,
V2.1, V2.2 e V2.3, cada uma com alturas diferentes para as edificações vizinhas.

Figura 12 - Modelo de vizinhança V2 a ser analisada.


Fonte: Autor, 2019.
23

Os valores e as variações de altura para cada tipo de vizinhança estão


demonstrados na Tabela 1.

Tabela 1 – Alturas para cada tipo de Turbulência


Baixa Alta
Turbulência Turbulência
A 30 m 60 m
V1.1

B 20 m 50 m
C 20 m 50 m
A 20 m 50 m
V1.2

B 30 m 60 m
C 20 m 50 m
D 20 m 50 m
V2.1

E 20 m 50 m
F 30 m 60 m
G 30 m 60 m
D 30 m 60 m
V2.2

E 20 m 50 m
F 20 m 50 m
G 30 m 60 m
D 20 m 50 m
V2.3

E 30 m 60 m
F 20 m 50 m
G 30 m 60 m
Fonte: Autor, 2019.

Os edifícios de vizinhança respeitarão um afastamento de 60m do centro do


edifício em estudo até a face das construções vizinhas, ultrapassando o limite de
influência do efeito de vizinhança estabelecido pela ABNT NBR 6123:1988, com o
intuito de verificar se mesmo fora desses limites a presença de edificações vizinhas
irá interferir nos resultados.

3.2 Segunda etapa – Determinação dos esforços do vento sobre as edificações


através da ABNT NBR 6123:1988

Será realizado o estudo da ABNT NBR 6123:1988, dando seguimento com o


cálculo das forças devidas a ação do vento para determinar a força de arrasto e
considerar os efeitos de vizinhança. O procedimento de cálculo será de acordo com
os passos a seguir.

3.2.1 Velocidade básica do vento V0


24

A velocidade básica do vento é definida como “velocidade de uma rajada de


3s, excedida em média uma vez em 50 anos, a 10 m acima do terreno, em campo
aberto e plano”, segundo a NBR 6123 (ABNT, 1988, p.5).

Essa velocidade será determinada por meio do mapa de isopletas como


informa a ABNT NBR 6123:1988, indicando as velocidades básicas do vento para
cada região do país, conforme mostrado na Figura 13.

Figura 13 - Mapa de isopletas.


Fonte: ABNT NBR 6123:1988.

3.2.2 Velocidade característica do vento Vk

A velocidade característica do vento é aquela que efetivamente atua sobre a


edificação. Segundo Gonçalves et al. (2004), a velocidade característica (Vk) leva em
consideração alguns aspectos como topografia e rugosidade do terreno, altura e
dimensões da edificação, tipo de ocupação e risco de vida.
25

A velocidade característica do vento (Vk) será obtida ao se determinar a


velocidade básica do vento (V0) e dos fatores S1, S2 e S3, em seguida utilizando a
Equação 1 apresentada na ABNT NBR 6123:1988.

𝑉𝑘 = 𝑉𝑜 × 𝑆1 × 𝑆2 × 𝑆3 (1)

Sendo:

𝑉𝑘 = velocidade característica do vento em m/s;


𝑉0 = velocidade básica do vento em m/s;
𝑆1 = fator topográfico;
𝑆2 = fator de rugosidade do terreno, dimensões da edificação e altura sobre o
terreno;
𝑆3 = fator estatístico;

3.2.2.1 Fator topográfico S1

Segundo a ABNT NBR 6123:1988 o fator topográfico (S1) considera a


influência do terreno sobre a ação do vento na edificação nele construída. Este
admite os seguintes valores:

• Para terrenos planos ou fracamente acidentados: S1 = 1,0;

Para taludes e morros alongados, presumindo um fluxo de ar bidimensional


soprando no sentido demonstrado na Figura 14, podem-se encontrar os valores:

• Ponto A (morros) e pontos A e C (taludes): S1 = 1,0;

• Ponto B (morros e taludes), o valor de S1 varia de acordo com a altura


z. Para θ ≤ 3°, se tem S1 = 1,0. Para 6° ≤ θ ≤ 17°, S1 é obtido pela
Equação 2. Para θ ≥ 45°, calcula-se S1 através da Equação 3. E por
fim, para os ângulos nos intervalos de 3º < θ < 6º e 17º < θ < 45º, é
sugerida uma interpolação linear.

𝑧
𝑆1 (𝑧) = 1,0 + (2,5 − ) 𝑡𝑔(𝜃 − 3°) (2)
𝑑
26

𝑧 (3)
𝑆1 (𝑧) = 1,0 + (2,5 − ) 0,31
𝑑

Onde:

𝑧 = altura medida a partir do terreno no ponto considerado;

𝑑 = diferença de nível entre a base e o topo do talude ou morro;

𝜃 = inclinação média do talude ou encosta do morro.

• Para vales profundos que são protegidos do vento: S1 = 0,9.

Figura 14 - Fator topográfico S1 (z).


Fonte: ABNT NBR 6123:1988.
27

3.2.2.2 Fator S2

A ABNT NBR 6123:1988 afirma que “o fator S2 considera o efeito combinado


da rugosidade do terreno, da variação da velocidade do vento com a altura acima do
terreno e das dimensões da edificação ou parte da edificação em consideração”.

Para a definição da rugosidade a ABNT NBR 6123:1988 classifica esses


terrenos em cinco categorias:

Categoria I: terrenos de superfícies lisas e extensas, com mais de 5 km,


medida na direção e sentido do vento, como por exemplo, regiões de mar calmo,
lagos e rios e pântanos sem vegetação.

Categoria II: terrenos abertos e nivelados, com presença de poucos


obstáculos isolados de cota média inferior ou igual a 1,0 m, como árvores e
edificações baixas. São terrenos encontrados em zonas costeiras planas, pântanos
com vegetação rala, pradarias ou fazendas sem muros.

Categoria III: terrenos planos ou ondulados, com obstáculos de cota média de


3,0 m, como muros, árvores e edificações baixas esparsas. Terrenos característicos
de fazendas com muros ou subúrbios distantes do centro.

Categoria IV: terrenos com inúmeros obstáculos e pouco espaçados,


possuindo uma cota média de 10 m, presentes em zonas florestais, industriais ou
urbanizadas.

Categoria V: terrenos com muitos obstáculos altos e grandes e muito pouco


espaçados, com cota média igual ou superior a 25 m. São exemplos de centros de
grandes cidades ou complexos industriais bem desenvolvidos.

Como a velocidade do vento é variável, deve-se levar em consideração o


intervalo de tempo em que a rajada deverá envolver toda a edificação (GONÇALVES
et al., 2004). Portanto, a NBR 6123 (ABNT, 1988, p. 9) define três classes
considerando intervalos de tempo de 3s, 5s e 10s:
28

Classe A: Qualquer edificação em que a maior dimensão horizontal ou vertical


não exceda 20 m. Considera intervalo de tempo de 3 segundos e todas as unidades
de vedação, seus elementos de fixação e peças individuais de estruturas sem
vedação.

Classe B: Qualquer edificação em que a maior dimensão horizontal ou vertical


que esteja entre 20m e 50m. Considera intervalo de tempo de 5 segundos.

Classe C: Qualquer edificação em que a maior dimensão horizontal ou vertical


que exceda 50m. Considera intervalo de tempo de 10 segundos.

A velocidade do vento se torna variável a partir do momento que a edificação


se torna mais esbelta. A ABNT NBR 6123:1988 leva em conta a altura do terreno (z),
este vai variar a cada altura dos pavimentos, para cálculo do fator topográfico S 2,
juntamente com a escolha da categoria ou classe em que a estrutura estará
localizada.

O valor de S2 é obtido a partir da Equação 4:

𝑧 𝑝
𝑆2 = 𝑏 × 𝐹𝑟 × ( ) (4)
10

Sendo:

𝑆2 = fator de rugosidade;

𝑏 𝑒 𝑝 = parâmetros meteorológicos encontrados na Tabela 2;

𝐹 𝑟 = fator de rajada, sempre em função da categoria II;

𝑧 = altura do ponto da edificação em estudo em m, sendo variável;

Os valores dos termos para utilizar na fórmula do fator S 2 serão encontrados


na Tabela 2 conforme indicado na ABNT NBR 6123:1988.
29

Tabela 2 - Parâmetros Meteorológicos.


Categoria Zg (m) Parâmetro Classes
A B C
I 250 b 1,1 1,11 1,12
p 0,06 0,065 0,07
II 300 b 1 1 1
Fr 1 0,98 0,95
p 0,085 0,09 0,1
III 350 b 0,94 0,94 0,93
p 0,1 0,105 0,115
IV 420 b 0,86 0,85 0,84
p 0,12 0,125 0,135
V 500 b 0,74 0,73 0,71
p 0,15 0,16 0,175
Fonte: adaptado ABNT NBR 6123:1988.

3.2.2.3 Fator estatístico S3

O fator estatístico S3, conforme exposto na a ABNT NBR 6123:1988, é


responsável por considerar o grau de segurança da edificação, bem como sua vida
útil. Para edificações comuns é considerada uma vida útil de 50 anos. Outro ponto
importante é que a probabilidade da velocidade do vento se igualar ou ultrapassar o
valor da velocidade básica do vento (V0) nesse período de tempo de 50 anos é de
63%. Visto isso, os valores de S3 para estas condições de probabilidade e vida útil
serão encontrados a partir da Tabela 3.

Tabela 3 – Valores mínimos do fator estatístico S3.


Grupo Descrição S3
1 Edificações cuja ruína total ou parcial pode afetar a segurança ou 1,1
possibilidade de socorro a pessoas após uma tempestade destrutiva
(hospitais, quartéis de bombeiros e forças de segurança, centrais de
comunicação, etc.)
2 Edificações para hotéis e residências. Edificações para comércio, indústria 1
com alto fator de ocupação.
3 Edificações e instalações industriais com baixo fator de ocupação (depósitos, 0,95
silos, construções rurais, etc.)
4 Vedações (telhas, vidros, painéis de vedação, etc.) 0,88
5 Edificações temporárias. Estruturas dos grupos 1 a 3 durante a construção. 0,83
Fonte: adaptado ABNT NBR 6123:1988.
30

3.2.3 Pressão dinâmica do vento q

A pressão dinâmica do vento é dada pela ABNT NBR 6123:1988, em função


da velocidade característica do vento. Desta forma, a pressão dinâmica (q), assim
como a velocidade característica (Vk), será variável de acordo com as alturas do
edifício estudado. O seu cálculo será determinado através da Equação 5.

𝑞 = 0,613 × 𝑉𝑘2 (5)

3.2.4 Força de arrasto Fa

De acordo com a NBR 6123 (ABNT, 1988, p. 5), a força de arrasto é “a


componente da força global na direção do vento”. Esta força será obtida por meio da
Equação 6.

𝐹𝑎 = 𝐶𝑎 × 𝑞 × 𝐴𝑒 (6)

Onde:
𝐹𝑎 = força de arrasto;
𝐶𝑎= coeficiente de arrasto;
𝑞 = pressão dinâmica;
𝐴e = área frontal efetiva, ou seja, é a área da projeção da edificação onde o vento
está incidindo;

3.2.4.1 Coeficiente de arrasto Ca

O coeficiente de arrasto necessário para o cálculo da força de arrasto, como


demonstrado na ABNT NBR 6123:1988, será definido através dos ábacos da Figura
15 e Figura 16, para edificações sujeitas a ventos de baixa turbulência e alta
turbulência, respectivamente. Estes valores serão encontrados em função das
relações h/l1 e l1/l2, para edificações paralelepipédicas.
31

Figura 15 - Coeficiente de arrasto, Ca, para edificações paralelepipédicas em vento


de baixa turbulência.
Fonte: ABNT NBR 6123:1988.

Figura 16 - Coeficiente de arrasto, Ca, para edificações paralelepipédicas em vento


de alta turbulência.
Fonte: ABNT NBR 6123:1988.
32

3.2.5 Fator de vizinhança

A ABNT NBR 6123:1988 estabelece em seu anexo G o coeficiente pelo qual


os coeficientes aerodinâmicos deverão ser multiplicados para se ter uma indicação
aproximada dos aumentos provocados pela interferência de edificações vizinhas
(VIEIRA, 2016).

Com essa indicação, a norma disponibiliza um modelo de cálculo que será


utilizado para encontrar o Fator de Vizinhança (FV) conforme a Equação 7 ABNT
NBR 6123:1988.

C na edificação com vizinhança


FV = (7)
C na edificação isolada

Onde o Fator de Vizinhança é a razão entre o coeficiente em estudo


considerando a presença de edificações vizinhas e o mesmo coeficiente da
edificação considerada de maneira isolada.

Nesse procedimento, o primeiro parâmetro será o s, “afastamento entre os


planos das faces confrontantes de duas edificações altas vizinhas, sendo a x b as
dimensões em planta das edificações (a x b entre 1 x 1 e 4 x 1)”.

O segundo parâmetro será o d*, representada pela expressão 8 abaixo:

𝑙𝑎𝑑𝑜 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑏
𝑑∗ < { 1 (8)
𝑠𝑒𝑚𝑖 𝑑𝑖𝑎𝑔𝑜𝑛𝑎𝑙 √𝑎2 + 𝑏 2
2

A Figura 17 indica a distribuição dos parâmetros em uma vizinhança.


33

Figura 17 - Indicação do afastamento entre a edificação em estudo e uma edificação


vizinha.
Fonte: Vieira (2016).

Com a razão entre esses dois parâmetros serão determinados qual valor de
FV deverá ser utilizado. Os valores intermediários de s/d* deverão ser interpolados e
considerados até a altura do topo dos edifícios. O Fator de Vizinhança (FV) será
encontrado como na Equação 9:

s
Se ≤ 1,0, então FV = 1,3;
d*
(9)
s
Se * ≥ 3,0, então FV = 1,0.
d

3.3 Terceira etapa - Determinação dos esforços do vento sobre as edificações


através do software Ansys®

A análise computacional será realizada através do software de Elementos


Finitos Ansys®. Esse estudo terá duas etapas: uma fluida e outra estática e serão
executadas pelas ferramentas Fluid Flow (Fluent) e Static Structural.

O Fluid Flow (Fluent) é uma ferramenta que possibilita a simulação do túnel


de vento e expõe o comportamento do fluido em contato com a edificação a ser
analisada.
34

O Static Structural é a ferramenta que promove o estudo do comportamento


estático da estrutura e trabalha de forma associada ao Fluid Flow (Fluent), de onde
obtém as informações necessárias para a continuidade da análise.

Para o estudo em questão, deverão ser utilizados os dados de velocidades


características do vento extraídos a partir do cálculo da ABNT NBR 6123:1988.

Com base na inserção desses dados no programa e no estabelecimento do


número de iterações que se deseja realizar, o software iniciará a computação dos
resultados.

A solução encontrada pelo Fluid Flow (Fluent) permitirá a exposição do fluxo


de vento até atingir a edificação.

As resoluções encontradas do Static Structural mostrarão os esforços sofridos


pela edificação a partir das velocidades e do fluxo do vento determinados
anteriormente pelo Fluid Flow (Fluent). Os resultados desejados serão expostos pelo
software através do cálculo das forças e momentos atuantes na edificação.

3.4 Quarta etapa – Análise dos resultados

A última etapa consistirá em comparar os resultados obtidos pelos dois


métodos.

Pela ABNT NBR 6123:1988, os resultados obtidos serão as forças de arrasto


atuantes em cada pavimento da edificação. Essas forças encontradas serão
multiplicadas pela distância z (distância da aplicação da força até o solo),
encontrando o momento fletor para cada pavimento. Em seguida, será realizado o
somatório das forças de arrasto e dos momentos fletores encontrados, gerando seus
valores resultantes.

O software Ansys® irá fornecer diretamente os valores de forças e momentos


fletores resultantes na edificação.

A posteriori, o fator de vizinhança será calculado para cada situação dos


modelos de vizinhança definidos seguindo as orientações da ABNT NBR 6123:1988.
35

Do mesmo modo, será feita a análise dos modelos de vizinhança pelo Ansys®, a fim
de observar as influências que o fator de vizinhança exerce sobre o edifício
problematizado.

Os resultados obtidos a partir dos dois métodos serão expostos em forma de


gráficos e comparados de maneira a representar as divergências entre os valores de
forças e momentos fletores resultantes para cada ângulo de incidência do vento e
para cada modelo de vizinhança referida.
36

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados obtidos para as forças de arrasto e os momentos fletores


resultantes no edifício foram tomados para cada 30° de incidência do vento,
primeiramente com o edifício isolado e depois com a inserção das vizinhanças. Os
primeiros parâmetros alcançados foram dados, inicialmente, seguindo os preceitos
da ABNT NBR 6123:1988. Em seguida, foram computados os resultados da ação do
vento no edifício pelo software Ansys®. Tal procedimento permitiu analisar de forma
paramétrica os dois métodos para assim efetuar as conclusões do estudo.

Após a definição das características da edificação e da sua vizinhança, se


iniciou a análise com o auxílio da ABNT NBR 6123:1988. Primeiramente foi
determinada a velocidade básica do vento a partir do mapa de isopletas, tomando
como base a cidade de Maceió (AL), onde a velocidade é de 30m/s.

4.1 Resultados Edifício Isolado

A princípio, o edifício isolado foi analisado dando sequência a metodologia da


norma ABNT NBR 6123:1988, onde foram definidos os seguintes fatores para S1, S2
e S3:

• Fator Topográfico S1: Para terrenos planos ou fracamente acidentados,


S1=1,0;
• Fator S2: Para determinar esse fator, foram escolhidas:

Categoria I: terrenos de superfícies lisas e extensas, com mais de 5 km,


medida na direção e sentido do vento, como por exemplo, regiões de mar calmo,
lagos e rios e pântanos sem vegetação; e a

Classe C – Qualquer edificação em que a maior dimensão horizontal ou


vertical que exceda 50m. Considera intervalo de tempo de 10 segundos.

Seguindo a Tabela 2, os parâmetros encontrados foram b=1,12, p=0,07 e


Fr=0,95. A partir desses valores e da altura z, o fator S2 é definido para cada
pavimento.
37

• Fator Estatístico S3: Para definir o fator, foi necessário analisar os


grupos segundo a Tabela 2. Para o edifício em questão foi estabelecido:

Grupo 2 – Edificações para hotéis e residências. Edificações para comércio,


indústria com alto fator de ocupação: S3=1,0.

Logo após a definição desses fatores, foi possível calcular as velocidades


características (Vk) e as pressões dinâmicas (q) do vento.

Os valores encontrados para o fator S2, velocidade característica e pressão


dinâmica estão apresentados na Tabela 4.

Tabela 4 - Fator S2, Vk e q.


PAVIMENTOS (PÉ ESQUERDO 3m) Z (m) FATOR S2 Vk (m/s) q (N/m²)
1 3 0,978 29,34 527,70
2 6 1,027 30,80 581,47
3 9 1,056 31,69 615,43
4 12 1,078 32,33 640,72
5 15 1,095 32,84 661,06
6 18 1,109 33,26 678,15
7 21 1,121 33,62 692,94
8 24 1,131 33,94 706,02
9 27 1,141 34,22 717,76
10 30 1,149 34,47 728,42
11 33 1,157 34,70 738,21
12 36 1,164 34,91 747,25
13 39 1,170 35,11 755,68
14 42 1,176 35,29 763,56
15 45 1,182 35,46 770,97
16 48 1,187 35,62 777,96
17 51 1,193 35,78 784,60
18 54 1,197 35,92 790,90
19 57 1,202 36,06 796,91
20 60 1,206 36,19 802,65
Fonte: Autor, 2019.

Após a velocidade característica (Vk) e a pressão dinâmica (q) estipuladas,


foram calculados os coeficientes de arrasto (Ca) para baixa turbulência e área efetiva
(Ae), como mostra a Tabela 5.
38

Tabela 5 - Valores de Ca e Ae para baixa turbulência.


Ângulo Ca Ae (m²)

0° 1,09 91,44

30° 1,13 147,78

60° 1,15 164,49

90° 1,2 137,16

120° 1,15 164,49

150° 1,13 147,78

180° 1,09 91,44

210° 1,13 147,78

240° 1,15 164,49

270° 1,2 137,16

300° 1,15 164,49

330° 1,13 147,78

Fonte: Autor, 2019.

Em seguida foram estabelecidas as forças de arrasto (FR) e momentos


fletores (MR) resultantes. Estes valores estão representados no apêndice A.

Para a obtenção dos resultados a partir do software Ansys®, a modelagem do


edifício foi iniciada com a inserção das velocidades características (Vk) previamente
calculadas através da norma ABNT NBR 6123:1988. Em seguida foi a realizada a
análise fluida e posteriormente a estática, resultando nos valores de forças de
arrasto resultantes (FR) e momentos fletores resultantes (MR) observados no
apêndice B.

4.1.1 Análise Paramétrica entre os dois métodos

Os resultados obtidos pelos dois métodos são expostos no Gráfico 1 e no


Gráfico 2.
39

FORÇAS RESULTANTES (KN)


3500

3000

2500

2000

1500

1000

500

0
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

MEF ABNT NBR 6123:1988

Gráfico 1 - Comparativo entre as Forças Resultantes para o edifício isolado.


Fonte: Autor, 2019.

MOMENTOS FLETORES RESULTANTES (KN.m)


100000
90000
80000
70000
60000
50000
40000
30000
20000
10000
0
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

MEF ABNT NBR 6123:1988

Gráfico 2 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para o edifício


isolado.
Fonte: Autor, 2019.

A partir dos resultados exibidos no Gráfico 1 e Gráfico 2, observa-se que os


menores valores, tanto para forças como para momentos fletores resultantes nos
dois métodos de análise, foram apresentados nos ângulos 0° e 180°. Isso se deve à
influência das áreas efetivas da edificação nessas direções. Para esses casos, a
menor dimensão das fachadas foi atingida pelo vento, resultando em uma menor
força de arrasto e consequentemente um menor momento fletor.
40

Os resultados expostos no Gráfico 1 mostram que, para as forças resultantes


na maioria das angulações de incidência do vento, os valores encontrados através
do software Ansys® apresentam-se com intensidades semelhantes ou superiores
àqueles extraídos da ABNT NBR 6123:1988. Nos resultados relacionados à
momento fletor foram evidenciados, em todos os ângulos, valores bem próximos nos
dois métodos.

Os valores superiores advindos da análise computacional podem estar


associados à erros numéricos do software. A definição da malha utilizada é um fator
que influencia diretamente na solução do problema. Uma malha mais refinada pode
trazer uma maior precisão nos valores.

A semelhança dos valores encontrados pelos dois métodos confirma a


aplicabilidade do Ansys® para análises desse tipo. Sendo assim, o resultado obtido
para o edifício isolado é validado e aprova os resultados através do Ansys®
encontrados para vizinhanças introduzidas a seu redor.

4.2 Resultados Vizinhanças

Para a análise do edifício com as vizinhanças, foram utilizados os mesmos


parâmetros do edifico isolado, sendo eles fator S2, velocidade característica e
pressão dinâmica. Com relação ao coeficiente de arrasto, quando o edifício for
submetido a ventos de baixa turbulência os valores serão sempre aqueles da Tabela
5. Enquanto que para alta turbulência os valores serão os da Tabela 6.
41

Tabela 6 - Valores de Ca para alta turbulência.


Ângulo Ca
0° 0,88
30° 0,90
60° 0,92
90° 1,00
120° 0,92
150° 0,90
180° 0,88
210° 0,90
240° 0,92
270° 1,00
300° 0,92
330° 0,90
Fonte: Autor, 2019.

A análise dos resultados para as vizinhanças foi realizada utilizando os


procedimentos da ABNT NBR 6123:1988 com e sem a consideração do fator de
vizinhança comparada aos resultados obtidos através do Ansys®.

4.2.1 Resultados Vizinhança V1.1

Nos casos em que há presença de vizinhanças, para a ABNT NBR


6123:1988, é necessário considerar o fator de vizinhança. Os valores obtidos para s,
d e FV estão expressos na Tabela 7.

Tabela 7 - Parâmetros s e d e Fator de Vizinhança.


ÂNGULOS s d FV
0° 29,1 27,47 1,29
30° 24,96 36,85 1,3
60° 15,9 36,85 1,3
90° 44,76 27,47 1,21
120° 15,9 36,85 1,3
150° 24,96 36,85 1,3
180° 29,1 27,47 1,29
Fonte: Autor, 2019.

Com isso, os resultados para as forças de arrasto e momentos fletores


resultantes em ventos de alta e baixa turbulência são dados no apêndice A.

Na análise realizada através do Ansys®, os valores de forças e momentos


42

resultantes encontrados na modelagem da vizinhança V1.1, para baixa e alta


turbulência, estão apresentados no apêndice B.

4.2.1.1 Análise Paramétrica entre os dois métodos

A correlação entre os resultados obtidos pelo método analítico e o


computacional para ventos de baixa turbulência são apresentados nos Gráfico 3 e
Gráfico 4.

FORÇAS RESULTANTES (kN)


4000,00
3500,00
3000,00
2500,00
2000,00
1500,00
1000,00
500,00
0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

MEF ABNT NBR 6123:1988 COM FV ABNT NBR 6123:1988 SEM FV

Gráfico 3- Comparativo entre as Forças Resultantes para baixa turbulência da


vizinhança V1.1.
Fonte: Autor, 2019.
43

MOMENTOS FLETORES RESULTANTES (kN.m)


120000,00

100000,00

80000,00

60000,00

40000,00

20000,00

0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

MEF ABNT NBR 6123:1988 COM FV ABNT NBR 6123:1988 SEM FV

Gráfico 4 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para baixa


turbulência da vizinhança V1.1
Fonte: Autor, 2019.

Verificando os dados apresentados nos Gráfico 3 e Gráfico 4, observa-se que


nos ângulos de 0° a 180°, 210° e 330° os valores obtidos pelos três métodos de
análise apresentam comportamento semelhante. Enquanto nos ângulos de 240° a
300° ocorreu uma maior diferença dos valores adquiridos pela ABNT NBR
6123:1988 e pelo Ansys®.

Se tratando da ABNT NBR 6123:1988, observa-se que nos ângulos em que o


fator de vizinhança foi considerado, verifica-se um aumento das forças e momentos.
Isso ocorre porque a norma supõe que o efeito dos fatores de vizinhança apenas
possibilita o aumento das forças, ou seja, ela não considera que os obstáculos
possam causar efeito de proteção e bloqueio do vento. Dessa forma quando há a
utilização do fator de vizinhança esses valores são sempre majorados.

Já no Ansys®, para as incidências de vento nos ângulos de 0° a 180°, os


valores de força e momento são menores em relação aos ângulos de 240° a 300°,
pois há uma diminuição da velocidade quando o vento atinge as edificações
vizinhas. Nos casos dos ângulos 240° a 300°, como não há nenhuma obstrução da
passagem do vento, as forças se tornam maiores nas regiões de incidência direta
sobre a edificação analisada.
44

O Gráfico 3 e e Gráfico 4 mostram que mesmo com a utilização do fator de


vizinhança para todas as direções, os resultados dados no Ansys® ainda
permanecem maiores que o da norma. Isso significa que este fator possui influência
tanto na presença de vizinhança a barlavento como nas laterais da edificação em
estudo. Deste modo, os valores de fator de vizinhança da norma são insuficientes
para atender estas situações de vizinhança.

Para ventos de alta turbulência o Gráfico 5 e o Gráfico 6 estão expostos


abaixo.

FORÇAS RESULTANTES (kN)


4500,00
4000,00
3500,00
3000,00
2500,00
2000,00
1500,00
1000,00
500,00
0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

MEF ABNT NBR 6123:1988 COM FV ABNT NBR 6123:1988 SEM FV

Gráfico 5 - Comparativo entre as Forças Resultantes para alta turbulência da


vizinhança V1.1.
Fonte: Autor, 2019.
45

MOMENTOS FLETORES RESULTANTES (kN.m)


140000,00

120000,00

100000,00

80000,00

60000,00

40000,00

20000,00

0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

MEF ABNT NBR 6123:1988 COM FV ABNT NBR 6123:1988 SEM FV

Gráfico 6 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para alta


turbulência da vizinhança V1.1.
Fonte: Autor, 2019.

Analisando o Gráfico 5 e o Gráfico 6, os ângulos de 0° a 120° apresentam


valores menores para o Ansys® em relação a norma com o fator de vizinhança.
Porém nos ângulos de 210° a 300° os valores aparecem muito mais elevados.

Observando os resultados provenientes do Ansys®, verifica-se que na região


onde a edificação vizinha tem a mesma altura do que a edificação analisada, entre
os ângulos 0° e 60°, o efeito de proteção diminui as forças atuantes. Porém, no
ângulo de 90°, apesar da altura do edifício vizinho ser menor do que a do analisado,
ainda assim há um maior efeito de proteção nessa região. É nessa angulação onde
a edificação vizinha está exatamente a frente da edificação em estudo, impedindo
que a maior parte da incidência do fluxo do vento chegue até ela. O bloqueio do
vento é menos observado nos ângulos de 150° e 180°, porque a altura da edificação
vizinha que interfere nessas orientações é inferior à altura do edifício analisado. Nos
ângulos acima de 210° o comportamento do vento é similar ao ocorrido na baixa
turbulência já que não há nenhum obstáculo interferindo no fluxo.

Em relação ao fator de vizinhança, observa-se que quando não há a utilização


desse fator, os valores ficam muito abaixo, na maioria dos casos, dos encontrados
pelo método computacional, sendo mais evidente a necessidade de sua aplicação.
Ainda assim, utilizando o fator de vizinhança, há uma grande diferença entre os
46

valores obtidos pela ABNT NBR 6123:1988 e pelo Ansys® nos ângulos de 210° a
330°, comprovando a necessidade da utilização de um fator de vizinhança ainda
maior do que se estabelece por norma.

4.2.2 Resultados Vizinhança V1.2

Em comparação com a vizinhança V1.1, as únicas alterações feitas para a


vizinhança V1.2 são as forças resultantes e os momentos fletores resultantes. Isso
ocorre porque as alturas dos edifícios ao redor dessa vizinhança são diferentes e,
portanto, os fatores de vizinhança atuam de forma diferente. Como explica o anexo
G da ABNT NBR 6123 (1988, p. 58) “Os fatores de vizinhança são considerados até
a altura do topo dos edifícios vizinhos”.

Os valores das forças resultantes e momentos fletores resultantes para baixa


e alta turbulência estão demonstrados no apêndice A. As soluções da modelagem
para o modelo da vizinhança V1.2 para baixa e alta turbulência são indicadas no
apêndice B.

4.2.2.1 Análise Paramétrica entre os dois métodos

O Gráfico 7 e o Gráfico 8 apresentam os resultados das forças e dos


momentos para baixa turbulência.

FORÇAS RESULTANTES (kN)


4000,00
3500,00
3000,00
2500,00
2000,00
1500,00
1000,00
500,00
0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

MEF ABNT NBR 6123:1988 COM FV ABNT NBR 6123:1988 SEM FV

Gráfico 7 - Comparativo entre as Forças Resultantes para baixa turbulência da


vizinhança V1.2.
Fonte: Autor, 2019.
47

MOMENTOS FLETORES RESULTANTES (kN.m)


120000,00

100000,00

80000,00

60000,00

40000,00

20000,00

0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

MEF ABNT NBR 6123:1988 COM FV ABNT NBR 6123:1988 SEM FV

Gráfico 8 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para baixa


turbulência da vizinhança V1.2.
Fonte: Autor, 2019.

Como observado no Gráfico 7 e no Gráfico 8, nos ângulos de 0° a 180° os


valores retirados da análise pela ABNT NBR 6123:1988 e pelo Ansys® se
aproximam, com exceção do ângulo de 90°. Nesta angulação observa-se no Ansys®
que houve uma diminuição da força atuante, pois é neste ângulo que se encontra
uma edificação com metade da altura do edifício estudado. Esta situação já causa
uma leve interferência no fluxo do vento gerando um efeito de proteção.

Do mesmo modo observado pelo Ansys® na vizinhança V1.1, nos ângulos a


partir de 240° onde não há presença de obstáculos, o vento incide diretamente com
maior intensidade na edificação analisada, aumentando assim as forças resultantes.

Para ventos de alta turbulência, os resultados encontrados são demonstrados


no Gráfico 9 e no Gráfico 10.
48

FORÇAS RESULTANTES (kN)


4500,00
4000,00
3500,00
3000,00
2500,00
2000,00
1500,00
1000,00
500,00
0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

MEF ABNT NBR 6123:1988 COM FV ABNT NBR 6123:1988 SEM FV

Gráfico 9 - Comparativo entre as Forças Resultantes para alta turbulência da


vizinhança V1.2.
Fonte: Autor, 2019.

MOMENTOS FLETORES RESULTANTES (kN)


140000,00

120000,00

100000,00

80000,00

60000,00

40000,00

20000,00

0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

MEF ABNT NBR 6123:1988 COM FV ABNT NBR 6123:1988 SEM FV

Gráfico 10 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para alta


turbulência da vizinhança V1.2.
Fonte: Autor, 2019.

Observando os Gráfico 9 e Gráfico 10, as regiões que apresentam bloqueios


do vento com mais visibilidade estão nos ângulos de 60°, 90° e 120°. Na incidência
de 90° é onde se encontra a região mais afetada, porque é nessa angulação que a
altura da edificação vizinha se iguala à do edifício em estudo, havendo uma
diminuição da força resultante e momento fletor. Esse efeito de bloqueio é causado
pela edificação B e pode ser observado na Figura 18.
49

Figura 18 - Fluxo de vento a 90° para ventos de alta turbulência da vizinhança V1.2
realizado no Ansys®.
Fonte: Autor, 2019.

Nas incidências dos ângulos de 240° a 300°, constata-se assim como na


baixa turbulência, que os valores extraídos do Ansys® para forças resultantes e
momentos fletores resultantes aumentam, pois o vento atinge diretamente a
edificação analisada além de sofrer influência da vizinhança em suas laterais. Sendo
assim, o fator de vizinhança para análise normativa deve ser aumentado para esses
casos.

4.2.3 Resultados Vizinhança V2.1

As forças e momentos fletores resultantes sofrem modificação em decorrência


da mudança do fator de vizinhança. Os valores obtidos para s, d e FV neste modelo
de vizinhança estão expressos na Tabela 8.
50

Tabela 8 - Parâmetros s e d e Fator de Vizinhança.


ÂNGULOS s d FV
0° 37,14 27,47 1,25
30° 16,92 36,85 1,3
60° 22,17 36,85 1,3
90° 21,48 27,47 1,3
120° 22,17 36,85 1,3
150° 16,92 36,85 1,3
180° 37,14 27,47 1,25
Fonte: Autor, 2019.

Sendo assim, os resultados para as forças resultantes e momentos fletores


resultantes provenientes da ABNT NBR 6123:1988 para alta e baixa turbulência são
informados no apêndice A. Assim como os resultados a partir do Ansys® são
indicados no apêndice B.

4.2.3.1 Análise Paramétrica entre os dois métodos

Os dados gerados pela análise através da ABNT NBR 6123:1988 e do Ansys®


para ventos de baixa turbulência encontram-se no Gráfico 11 e no Gráfico 12.

FORÇAS RESULTANTES (kN)


4000,00
3500,00
3000,00
2500,00
2000,00
1500,00
1000,00
500,00
0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

MEF ABNT NBR 6123:1988 COM FV ABNT NBR 6123:1988 SEM FV

Gráfico 11 - Comparativo entre as Forças Resultantes para baixa turbulência da


vizinhança V2.1.
Fonte: Autor, 2019.
51

MOMENTOS FLETORES RESULTANTES (kN.m)


120000,00

100000,00

80000,00

60000,00

40000,00

20000,00

0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

MEF ABNT NBR 6123:1988 COM FV ABNT NBR 6123:1988 SEM FV

Gráfico 12 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para baixa


turbulência da vizinhança V2.1.
Fonte: Autor, 2019.

Com a verificação dos resultados dados no Gráfico 11 e no Gráfico 12, é


possível notar que nos ventos de 60°, 90° e 240° a 300° os valores obtidos pela
ABNT NBR 6123:1988 são inferiores aos obtidos pelo Ansys®. Nas direções de 120°
a 180° os valores encontrados no Ansys® ficaram abaixo daqueles calculados por
norma.

Neste modelo de vizinhança, as direções de 0° a 60° correspondem a


incidências do vento que atingem a parcela da vizinhança de menor altura, enquanto
que nos ângulos de 120°, 150° e 180°, os edifícios da vizinhança atingidos possuem
uma maior altura. Isso explica o comportamento dos valores do Ansys ® dados no
Gráfico 11 e no Gráfico 12. A ação do vento na direção de 120° pode ser vista de
forma mais clara na Figura 19.
52

Figura 19 - Fluxo de vento a 120° para ventos de baixa turbulência da vizinhança


V2.1 realizado no Ansys®.
Fonte: Autor, 2019.

Na incidência de 120°, a edificação da vizinhança (edifício F) que se encontra


a frente do edifício em análise provoca um sutil efeito de proteção.

Já no ângulo de 60° o efeito de proteção não possui tanta relevância, pois os


edifícios da vizinhança bloqueiam uma menor área da edificação estudada
comparado ao de 120°. A Figura 20 demonstra o fluxo do vento para essa direção.
53

Figura 20 - Fluxo de vento a 60° para ventos de baixa turbulência da vizinhança


V2.1 realizado no Ansys®.
Fonte: Autor, 2019.

Analisando o ângulo de 60°, as edificações E e F são suficientemente


espaçadas a ponto de permitir a passagem do vento de modo direto até atingir o
edifício analisado, causando o aumento das forças resultantes nessa região. Além
disso, o espaço entre o edifício estudado e o edifico F apresenta um estreitamento
onde pode ocorrer o efeito de Venturi, aumentando ainda mais a velocidade neste
local.

No ângulo de 90°, os valores das forças e momentos resultantes são menores


em relação ao de 60°, pois mesmo com a ocorrência do afunilamento entre os
edifícios E e F a distância entre eles ainda é muito espaçada para causar um efeito
Venturi considerável. Esse comportamento é perceptível na Figura 21.
54

Figura 21 - Fluxo de vento a 90° para ventos de baixa turbulência da vizinhança


V2.1 realizado no Ansys®.
Fonte: Autor, 2019.

Os resultados encontrados para ventos de alta turbulência são expostos no


Gráfico 13 e no Gráfico 14

FORÇAS RESULTANTES (kN)


5000,00
4500,00
4000,00
3500,00
3000,00
2500,00
2000,00
1500,00
1000,00
500,00
0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

MEF ABNT NBR 6123:1988 COM FV ABNT NBR 6123:1988 SEM FV

Gráfico 13 - Comparativo entre as Forças Resultantes para alta turbulência da


vizinhança V2.1.
Fonte: Autor, 2019.
55

MOMENTOS FLETORES RESULTANTES (kN.m)


140000,00

120000,00

100000,00

80000,00

60000,00

40000,00

20000,00

0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

MEF ABNT NBR 6123:1988 COM FV ABNT NBR 6123:1988 SEM FV

Gráfico 14 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para alta


turbulência da vizinhança V2.1.
Fonte: Autor, 2019.

Ao observar o Gráfico 13 e o Gráfico 14, é possível perceber que nas direções


de 0° e 180° os valores aferidos no Ansys® são menores que na ABNT NBR
6123:1988. Esta situação acontece por conta do efeito de bloqueio do vento
causado pela presença das edificações D e G, respectivamente, a barlavento a do
edifício em análise.

Em contrapartida, nos ângulos de 60° a 120° e 210° a 330° encontram-se


maiores valores de forças para a análise feita através do Ansys®. O comportamento
do vento para essas angulações ocorre de maneira similar ao caso de baixa
turbulência, o que difere é a altura das construções vizinhas na alta turbulência,
potencializando a intensidade dos efeitos gerados.

Outra direção do vento que também apresenta menor valor pelo Ansys® é a
de 150°, mas não tão baixos como de 0° e 180°. Isso ocorre, pois, os edifícios
vizinhos F e G ainda permitem a passagem do vento diferindo dos ângulos de 0° e
180°, onde há um bloqueio quase total da edificação em estudo.

Na situação dessa vizinhança, mesmo quando foi considerado o FV, ainda


assim em alguns ângulos os valores obtidos por norma ficam abaixo dos resultados
do Ansys®. Isso significa que esse fator, para o caso em questão, deve ser
56

aumentado para se ajustar ao comportamento real do vento.

4.2.4 Resultados Vizinhança V2.2

A aplicação do fator de vizinhança é influenciada pela mudança de altura das


edificações vizinhas, assim, este fator provoca, para baixa e alta turbulência, uma
modificação nas forças e momentos fletores resultantes. Esses valores de forças e
momentos são mostrados no apêndice A. No apêndice B são apresentados os
resultados de forças e momentos resultantes de baixa e alta turbulência adquiridos
através do Ansys®.

4.2.4.1 Análise Paramétrica entre os dois métodos

O Gráfico 15 e o Gráfico 16 apresentam os resultados encontrados para este


modelo de vizinhança considerando ventos de baixa turbulência.

FORÇAS RESULTANTES (kN)


4000,00
3500,00
3000,00
2500,00
2000,00
1500,00
1000,00
500,00
0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

MEF ABNT NBR 6123:1988 COM FV ABNT NBR 6123:1988 SEM FV

Gráfico 15 - Comparativo entre as Forças Resultantes para baixa turbulência da


vizinhança V2.2.
Fonte: Autor, 2019.
57

MOMENTOS FLETORES RESULTANTES (kN.m)


120000,00

100000,00

80000,00

60000,00

40000,00

20000,00

0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

MEF ABNT NBR 6123:1988 COM FV ABNT NBR 6123:1988 SEM FV

Gráfico 16 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para baixa


turbulência da vizinhança V2.2.
Fonte: Autor, 2019.

O Gráfico 15 e o Gráfico 16 mostram que os resultados alcançados com a


utilização do Ansys®, nos ângulos de 60° a 120° e de 240° a 300° são superiores,
nos ângulos 0° e 180° são inferiores e nos demais, esses valores se aproximam aos
dados pela ABNT NBR 6123:1988 com a consideração do FV.

Os valores em 0° e 180° no Ansys® se apresentam menores, por causa do


efeito de proteção que os edifícios D e G causam sobre a edificação em estudo.
Esse efeito de proteção não é tão influente, visto que os edifícios vizinhos possuem
apenas metade da altura da edificação analisada.

Para o ângulo de 60° o comportamento dos resultados ocorre de maneira


semelhante à vizinhança V2.1. O que justifica no Gráfico 15 e no Gráfico 16 o
aumento das forças resultantes no Ansys® comparados a ABNT NBR 6123:1988. No
caso do ângulo de 120°, o comportamento se assemelha com a direção de 60°, pois
a disposição dos edifícios dessa vizinhança em relação a suas alturas se apresenta
de forma simétrica.

A mesma situação ocorre para o ângulo de 90°, onde o comportamento para


essa angulação também se equipara ao observado na mesma direção da vizinhança
V2.1.
58

Para ventos de alta turbulência, os resultados gerados encontram-se no


Gráfico 17 e no Gráfico 18.

FORÇAS RESULTANTES (kN)


5000,00
4500,00
4000,00
3500,00
3000,00
2500,00
2000,00
1500,00
1000,00
500,00
0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

MEF ABNT NBR 6123:1988 COM FV ABNT NBR 6123:1988 SEM FV

Gráfico 17 - Comparativo entre as Forças Resultantes para alta turbulência da


vizinhança V2.2.
Fonte: Autor, 2019.

MOMENTOS FLETORES RESULTANTES (kN.m)


160000,00
140000,00
120000,00
100000,00
80000,00
60000,00
40000,00
20000,00
0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

MEF ABNT NBR 6123:1988 COM FV ABNT NBR 6123:1988 SEM FV

Gráfico 18 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para alta


turbulência da vizinhança V2.2.
Fonte: Autor, 2019.

Na alta turbulência os impactos causados pela ação do vento se assemelham


ao de baixa turbulência. Os efeitos que geram tanto diminuição, como aumento das
forças, para esse caso, são potencializados pois as alturas das vizinhanças para alta
59

turbulência são maiores. O que difere dos dois casos é o ângulo de 90° para alta
turbulência, no Ansys® ele apresenta valores maiores do que em 60° e 120°,
contrapondo-se aos resultados obtidos para baixa turbulência. Isso ocorre porque na
alta turbulência o efeito de proteção dos edifícios E e F nos ângulos de 60° e 120° é
mais visível já que suas alturas são maiores. Porém, no ângulo de 90° não há
bloqueio por parte de nenhuma edificação vizinha, apenas ocorre o afunilamento
entre as edificações E e F causando um aumento das velocidades do vento até
atingirem o edifício analisado.

A situação explicada pode ser melhor visualizada através da Figura 22 e da


Figura 23.

Figura 22 - Fluxo de vento a 90° para ventos de alta turbulência da vizinhança V2.2
realizado no Ansys®.
Fonte: Autor, 2019.
60

Figura 23 - Fluxo de vento a 60° para ventos de alta turbulência da vizinhança V2.2
realizado no Ansys®.
Fonte: Autor, 2019.

A observação da vizinhança V2.2 apenas confirma que a escolha de valores


para o fator de vizinhança deve ser reavaliada e nas direções de 60° a 120° e 210° a
330° esses valores devem ser aumentados.

4.2.5 Resultados Vizinhança V2.3

Os resultados das forças resultantes e momentos fletores resultantes obtidos


para a vizinhança V2.3 estão apontados no apêndice A para ventos de baixa
turbulência e alta turbulência.

A partir da modelagem para baixa e alta turbulências, os resultados são


indicados no apêndice B.

4.2.5.1 Análise Paramétrica entre os dois métodos

As soluções para baixa turbulência da vizinhança V2.3 estão expressas no


Gráfico 19 e no Gráfico 20.
61

FORÇAS RESULTANTES (kN)


4000,00
3500,00
3000,00
2500,00
2000,00
1500,00
1000,00
500,00
0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

MEF ABNT NBR 6123:1988 COM FV ABNT NBR 6123:1988 SEM FV

Gráfico 19 - Comparativo entre as Forças Resultantes para baixa turbulência da


vizinhança V2.3.
Fonte: Autor, 2019.

MOMENTOS FLETORES RESULTANTES (kN.m)


120000,00

100000,00

80000,00

60000,00

40000,00

20000,00

0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

MEF ABNT NBR 6123:1988 COM FV ABNT NBR 6123:1988 SEM FV

Gráfico 20 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para baixa


turbulência da vizinhança V2.3.
Fonte: Autor, 2019.

Os valores dados pelo Ansys® nos ângulos de 90°, 240°, 270° e 300° ficaram
acima da ABNT NBR 6123:1988 enquanto os ângulos 0°, 30°, 60°, 180° chegam a
ser inferiores aos valores da norma.

O comportamento dos valores do Ansys® dado na direção de 90° é justificado


pela incidência direta do vento sobre a edificação estudada e pelo efeito Venturi
62

pouco expressivo entre as edificações E e F, fazendo aumentar levemente a


velocidade do vento nesta região.

Em relação aos ângulos de 240° e 300°, a edificação G possui maior altura


que a edificação D, portanto, no ângulo de 240°, a edificação G interfere mais no
fluxo do vento que o edifício D no ângulo de 300°. Por conta disso, o ângulo de 300°
apresenta os maiores valores de força e momento resultantes no gráfico.

Os resultados para alta turbulência são demonstrados nos gráficos 21 e 22.

FORÇAS RESULTANTES (kN)


6000,00

5000,00

4000,00

3000,00

2000,00

1000,00

0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

MEF ABNT NBR 6123:1988 COM FV ABNT NBR 6123:1988 SEM FV

Gráfico 21 - Comparativo entre as Forças Resultantes para alta turbulência da


vizinhança V2.3.
Fonte: Autor, 2019.
63

MOMENTOS FLETORES RESULTANTES (kN.m)


160000,00
140000,00
120000,00
100000,00
80000,00
60000,00
40000,00
20000,00
0,00
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

MEF ABNT NBR 6123:1988 COM FV ABNT NBR 6123:1988 SEM FV

Gráfico 22 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para alta


turbulência da vizinhança V2.3.
Fonte: Autor, 2019.

Na alta turbulência a ação do vento se comporta de maneira semelhante ao


de baixa turbulência. A elevação da altura dos edifícios vizinhos é o que torna os
efeitos do vento mais intensos. Isso ocorre principalmente no ângulo de 90° do
Ansys® onde o efeito Venturi se mostra mais evidente como expõe a Figura 24.
64

Figura 24 - Fluxo de vento a 90° para ventos de alta turbulência da vizinhança V2.3
realizado no Ansys®.
Fonte: Autor, 2019.

Em relação ao fator de vizinhança, o mesmo explicado nas vizinhanças


anteriores se repete para a vizinhança V2.3. Para as direções onde mesmo com a
utilização do FV os resultados se encontraram menor que o Ansys®, o valor deve se
elevar.

4.2.6 Comparativo entre as vizinhanças V1.1 a V2.3 e o edifício isolado realizado no


Ansys®

O Gráfico 23 e o Gráfico 24 mostram os resultados encontrados através do


Ansys® para ventos de baixa turbulência e o Gráfico 25 e o Gráfico 26 para alta
turbulência em todos os modelos estudados.
65

FORÇAS RESULTANTES (kN)


4000

3500

3000

2500

2000

1500

1000

500

0
0° 30° 60° 90° 120°150°180°210°240°270°300°330°360°

ISOLADO V 1.1 V 1.2


V 2.1 V 2.2 V 2.3

Gráfico 23 - Comparativo entre as Forças Resultantes para baixa turbulência.


Fonte: Autor, 2019.

MOMENTOS FLETORES RESULTANTES (kN.m)


120000

100000

80000

60000

40000

20000

0
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

ISOLADO V 1.1 V 1.2 V 2.1 V 2.2 V 2.3

Gráfico 24 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para baixa


turbulência.
Fonte: Autor, 2019.
66

FORÇAS RESULTANTES (kN)


6000

5000

4000

3000

2000

1000

0
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

ISOLADO V 1.1 V 1.2 V 2.1 V 2.2 V 2.3

Gráfico 25 - Comparativo entre as Forças Resultantes para alta turbulência.


Fonte: Autor, 2019.

MOMENTOS FLETORES RESULTANTES (kN.m)


160000
140000
120000
100000
80000
60000
40000
20000
0
0° 30° 60° 90° 120° 150° 180° 210° 240° 270° 300° 330° 360°

ISOLADO V 1.1 V 1.2 V 2.1 V 2.2 V 2.3

Gráfico 26 - Comparativo entre os Momentos Fletores Resultantes para alta


turbulência.
Fonte: Autor, 2019.

A edificação isolada não foi analisada para a ação do vento de alta


turbulência, pois segundo a ABNT NBR 6123:1988 a ocorrência de ventos de alta
turbulência apenas se dá na presença de vizinhanças, porém foi adicionada ao
gráfico apenas para servir de parâmetro.

Observa-se que para ventos de alta turbulência, nas vizinhanças de quatro


edifícios os valores encontrados tanto para forças como para os momentos são
67

superiores em relação àqueles na vizinhança com três edifícios. Esse cenário se


justifica porque a vizinhança de quatro edifícios possui mais possibilidades de
ocorrência do efeito Venturi, enquanto na de três edifícios a disposição da
vizinhança promove um maior efeito de proteção.

Analisando os efeitos de vento de baixa turbulência, verifica-se que a


presença de vizinhanças não influencia tanto na ação do vento sobre a edificação
em estudo quanto na alta turbulência.

Nos casos de baixa turbulência, quando o fluxo do vento ultrapassa as alturas


das vizinhanças e atinge a edificação de forma direta, este se assemelha ao ocorrido
no edifício isolado. Enquanto para alta turbulência, esse fluxo sofre interferências por
ter as vizinhanças com configurações de edifícios maiores, não atingindo
diretamente a edificação analisada. Porém, a presença de vizinhança pode também
promover o aumento das velocidades nos espaços entre os edifícios vizinhos. Isso
significa dizer que a influência da vizinhança pode ocasionar tanto o aumento como
a redução dos valores das forças e momentos fletores resultantes principalmente
para alta turbulência.
68

5 CONCLUSÃO

Através do estudo realizado é possível perceber o quanto a vizinhança pode


interferir no aumento ou na diminuição da ação do vento sobre as edificações.

Na análise a partir do software Ansys® foi observado que o efeito de


blindagem ocorre para várias disposições de vizinhança e está associado a altura
dessas edificações. Na vizinhança com três edifícios esse efeito fica mais evidente
no ângulo de 90°, enquanto que na vizinhança de quatro edifícios ele se mostra mais
aparente nos ângulos de 0° e 180°. Em contrapartida, a ABNT NBR 6123:1988 não
considera o efeito de proteção causado por edificações vizinhas, visto que o fator de
vizinhança possui valores dentro do intervalo de 1,0 a 1,3, ou seja, ele apenas
majora os resultados. A norma interpreta que não há minoração dos esforços pois a
vizinhança está em constante mudança, o que poderia desfavorecer a segurança.

Os resultados obtidos através da análise computacional se apresentaram, na


maioria dos casos, com valores mais elevados comparados aos da ABNT NBR
6123:1988. Isto indica que os valores de FV podem estar aquém da realidade, sendo
necessário avaliar a inclusão de valores maiores na atribuição deste fator na norma.

A simulação de túnel de vento possibilita uma melhor demonstração das


condições reais de vizinhança assim como do efeito que elas podem causar sobre a
edificação analisada. A própria norma não é representativa para demonstração
desses casos e recomenda a verificação desses efeitos pelo método de túnel de
vento. O Venturi foi o efeito mais perceptível nas situações de vizinhança analisadas,
principalmente nas vizinhanças de quatro edifícios, promovendo o aumento das
forças nas regiões em que ele é observado. Em alguns casos, ainda foi verificado
que esse efeito conseguiu se sobressair aos efeitos de blindagem.

A ABNT NBR 6123:1988 somente considera efeitos de vizinhança a uma


determinada distância do edifício em estudo. Porém, mesmo com a configuração da
vizinhança localizada além dos limites estabelecidos na norma, notou-se que a
vizinhança ainda assim exerce considerável influência sobre o fluxo de vento que
atinge a edificação principal. Propõe-se que esta indicação seja revisada para
vizinhanças localizadas a diâmetros maiores.
69

Diante do exposto, conclui-se que no estudo realizado, a norma trata a ação


do vento sobre as edificações de maneira mais generalizada, enquanto o Ansys®
realiza simulações de túnel de vento mais condizentes com a ventilação real em que
o edifício está submetido. Dessa forma, é necessário produzir análises mais
individualizadas tanto para cada tipo de edifício como para cada tipo de entorno em
que a edificação pode estar inserida.

Como recomendação para trabalhos futuros, sugerem-se mais análises com


a inserção simultânea de edifícios de vizinhança a barlavento e sotavento, com o
acréscimo de mais direções de incidência do vento e com a comparação do
comportamento das vizinhanças localizadas dentro e fora dos limites estabelecidos
na ABNT NBR 6123:1988.
70

REFERÊNCIAS

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cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro. 1980.

__________. NBR 6123: Forças Devidas ao Vento em Edificações. Rio de Janeiro,


1988.

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Edifício Alto Devidos à Ação do Vento Considerando a Influência de
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<http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/22810/1/2016_Greg%C3%B3rioSandroViei
ra.pdf> Acesso em: 20 nov. 2018.
73

APÊNDICES
74

APÊNDICE A – TABELAS DE FORÇAS DE ARRASTO RESULTANTES E


MOMENTOS FLETORES RESULTANTES CALCULADOS PELA
ABNT NBR 6123:1988
75

Tabela 9 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para o


edifício isolado.
Ângulos FR (kN) MR (kN.m)
0° 1383,12 44872,77
30° 2317,34 75182,07
60° 2625,03 85164,29
90° 2398,25 77806,92
120° 2625,03 85164,29
150° 2317,34 75182,07
180° 1383,12 44872,77
210° 2317,34 75182,07
240° 2625,03 85164,29
270° 2398,25 77806,92
300° 2625,03 85164,29
330° 2317,34 75182,07
360° 1383,12 44872,77

Tabela 10 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para


ventos de baixa turbulência nas vizinhanças V1.1, V1.2, V2.1, V2.2 e V2.3 sem
aplicação do FV.
Ângulos FR (kN) MR (kN.m)
0° 1383,117 44872,77
30° 2317,343 75182,07
60° 2625,026 85164,29
90° 2398,249 77806,92
120° 2625,026 85164,29
150° 2317,343 75182,07
180° 1383,117 44872,77
210° 2317,343 75182,07
240° 2625,026 85164,29
270° 2398,249 77806,92
300° 2625,026 85164,29
330° 2317,343 75182,07
360° 1383,117 44872,77
76

Tabela 11 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para


ventos de alta turbulência nas vizinhanças V1.1, V1.2, V2.1, V2.2 e V2.3 sem
aplicação do FV.
Ângulos FR (kN) MR (kN.m)
0° 1116,645 36227,56
30° 1845,672 59879,53
60° 2100,021 68131,43
90° 1903,372 61751,52
120° 2100,021 68131,43
150° 1845,672 59879,53
180° 1116,645 36227,56
210° 1845,672 59879,53
240° 2100,021 68131,43
270° 1903,372 61751,52
300° 2100,021 68131,43
330° 1845,672 59879,53
360° 1116,645 36227,56

Tabela 12 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para


ventos de baixa turbulência na vizinhança V1.1 com aplicação do FV.
Ângulos FR (kN) MR (kN.m)
0° 1572,43 48143,29
30° 2645,46 80850,61
60° 2874,58 88284,00
90° 2557,84 79802,06
120° 2874,58 88284,00
150° 2537,65 77936,12
180° 1510,22 46461,75
210° 2537,65 77936,12
240° 2874,58 88284,00
270° 2618,64 80562,11
300° 2996,71 91585,46
330° 2645,46 80850,61
360° 1572,43 48143,29
77

Tabela 13 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para


ventos de alta turbulência na vizinhança V1.1 com aplicação do FV.
Ângulos FR (kN) MR (kN.m)
0° 1440,47 46733,55
30° 2399,37 77843,38
60° 2639,72 83476,52
90° 2245,79 71487,23
120° 2639,72 83476,52
150° 2320,01 73366,06
180° 1394,05 44115,03
210° 2320,01 73366,06
240° 2639,72 83476,52
270° 2376,23 75196,08
300° 2730,03 88570,86
330° 2399,37 77843,38
360° 1440,47 46733,55

Tabela 14 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para


ventos de baixa turbulência na vizinhança V1.2 com aplicação do FV.
Ângulos FR (kN) MR (kN.m)
0° 1510,22 46461,75
30° 2537,65 77936,12
60° 2874,58 88284,00
90° 2635,95 81913,43
120° 2874,58 88284,00
150° 2537,65 77936,12
180° 1510,22 46461,75
210° 2537,65 77936,12
240° 2874,58 88284,00
270° 2618,64 80562,11
300° 2874,58 88284,00
330° 2537,65 77936,12
360° 1510,22 46461,75
78

Tabela 15 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para


ventos de alta turbulência na vizinhança V1.2 com aplicação do FV.
Ângulos FR (kN) MR (kN.m)
0° 1394,05 44115,03
30° 2320,01 73366,06
60° 2639,72 83476,52
90° 2303,08 74719,34
120° 2639,72 83476,52
150° 2320,01 73366,06
180° 1394,05 44115,03
210° 2320,01 73366,06
240° 2639,72 83476,52
270° 2376,23 75196,08
300° 2639,72 83476,52
330° 2320,01 73366,06
360° 1394,05 44115,03

Tabela 16 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para


ventos de baixa turbulência na vizinhança V2.1 com aplicação do FV.
Ângulos FR (kN) MR (kN.m)
0° 1492,69 46242,58
30° 2537,65 77936,12
60° 2874,58 88284,00
90° 2626,24 80657,12
120° 2996,71 91585,46
150° 2645,46 80850,61
180° 1546,32 47692,18
210° 2645,46 80850,61
240° 2996,71 91585,46
270° 2588,24 80182,08
300° 2874,58 88284,00
330° 2537,65 77936,12
360° 1492,69 46242,58
79

Tabela 17 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para


ventos de alta turbulência na vizinhança V2.1 com aplicação do FV.
Ângulos FR (kN) MR (kN.m)
0° 1355,79 43027,10
30° 2320,01 73366,06
60° 2730,03 88570,86
90° 2392,54 75659,68
120° 2730,03 88570,86
150° 2399,37 77843,38
180° 1395,81 45284,45
210° 2399,37 77843,38
240° 2730,03 88570,86
270° 2311,01 73341,65
300° 2639,72 83476,52
330° 2320,01 73366,06
360° 1355,79 43027,10

Tabela 18 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para


ventos de baixa turbulência na vizinhança V2.2.
Ângulos FR (kN) MR (kN.m)
0° 1546,32 47692,18
30° 2537,65 77936,12
60° 2874,58 88284,00
90° 2626,24 80657,12
120° 2874,58 88284,00
150° 2537,65 77936,12
180° 1546,32 47692,18
210° 2645,46 80850,61
240° 2996,71 91585,46
270° 2681,23 82695,62
300° 2996,71 91585,46
330° 2645,46 80850,61
360° 1546,32 47692,18
80

Tabela 19 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para


ventos de alta turbulência na vizinhança V2.2.
Ângulos FR (kN) MR (kN.m)
0° 1395,81 45284,45
30° 2320,01 73366,06
60° 2639,72 83476,52
90° 2392,54 75659,68
120° 2639,72 83476,52
150° 2320,01 73366,06
180° 1395,81 45284,45
210° 2399,37 77843,38
240° 2730,03 88570,86
270° 2379,22 77189,40
300° 2730,03 88570,86
330° 2399,37 77843,38
360° 1395,81 45284,45

Tabela 20 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para


ventos de baixa turbulência na vizinhança V2.3.
Ângulos FR (kN) MR (kN.m)
0° 1492,69 46242,58
30° 2537,65 77936,12
60° 2996,71 91585,46
90° 2626,24 80657,12
120° 2874,58 88284,00
150° 2537,65 77936,12
180° 1546,32 47692,18
210° 2645,46 80850,61
240° 2996,71 91585,46
270° 2588,24 80182,08
300° 2874,58 88284,00
330° 2537,65 77936,12
360° 1492,69 46242,58
81

Tabela 21 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para


ventos de alta turbulência na vizinhança V2.3.
Ângulos FR (kN) MR (kN.m)
0° 1355,79 43027,10
30° 2320,01 73366,13
60° 2730,03 88570,94
90° 2392,54 75659,75
120° 2639,72 83476,60
150° 2320,01 73366,13
180° 1395,81 45284,49
210° 2399,38 77843,45
240° 2730,03 88570,94
270° 2311,01 73341,72
300° 2639,72 83476,60
330° 2320,01 73366,13
360° 1355,79 43027,10
82

APÊNDICE B – TABELAS DE FORÇAS DE ARRASTO RESULTANTES E MOMENTOS


FLETORES RESULTANTES CALCULADOS PELO SOFTWARE ANSYS®
5

Tabela 22 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para o


edifício isolado.
Ângulos FR (kN) MR (kN.m)
0° 1343,50 40797,00
30° 2516,40 73166,00
60° 2909,00 86078,00
90° 2777,20 79074,00
120° 2909,00 86078,00
150° 2516,40 73166,00
180° 1343,50 40797,00
210° 2516,40 73166,00
240° 2909,00 86078,00
270° 2777,20 79074,00
300° 2909,00 86078,00
330° 2516,40 73166,00
360° 1343,50 40797,00

Tabela 23 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para


ventos de baixa turbulência na vizinhança V1.1.
Ângulos FR (kN) MR (kN.m)
0° 1523,50 48176,00
30° 2408,70 75167,00
60° 2757,80 82857,00
90° 2582,80 79343,00
120° 2787,10 81124,00
150° 2595,10 77789,00
180° 1666,00 51678,00
210° 2551,50 75575,00
240° 3437,90 99680,00
270° 3115,20 90537,00
300° 3503,40 100190,00
330° 2443,90 72160,00
360° 1523,50 48176,00
6

Tabela 24 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para


ventos de alta turbulência na vizinhança V1.1.
Ângulos FR (kN) MR (kN.m)
0° 970,84 35245,00
30° 2106,60 66558,00
60° 2139,50 65462,00
90° 1551,30 37208,00
120° 2448,40 66808,00
150° 2403,00 74272,00
180° 1229,20 43048,00
210° 2557,00 78067,00
240° 3999,10 120450,00
270° 3546,20 106460,00
300° 4203,20 121550,00
330° 2859,80 58642,00
360° 970,84 35245,00

Tabela 25 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para


ventos de baixa turbulência na vizinhança V1.2.
Ângulos FR (kN) MR (kN.m)
0° 1697,70 52136,00
30° 2568,70 77368,00
60° 2568,50 79950,00
90° 1834,10 62828,00
120° 2764,20 82027,00
150° 2440,10 73964,00
180° 1552,00 48214,00
210° 2664,60 78622,00
240° 3350,60 98266,00
270° 2821,10 84782,00
300° 3422,50 98673,00
330° 2725,00 79131,00
360° 1697,70 52136,00
7

Tabela 26 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para


ventos de alta turbulência na vizinhança V1.2.
Ângulos FR (kN) MR (kN.m)
0° 1078,40 37201,00
30° 2085,50 67430,00
60° 1761,10 43370,00
90° 1083,80 27742,00
120° 2135,30 58010,00
150° 2422,20 73475,00
180° 1277,10 42117,00
210° 2741,60 81565,00
240° 3931,50 117770,00
270° 3089,40 95294,00
300° 3804,50 113910,00
330° 2732,10 83140,00
360° 1078,40 37201,00

Tabela 27 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para


ventos de baixa turbulência na vizinhança V2.1.
Ângulos FR (kN) MR (kN.m)
0° 1312,00 43397,00
30° 2716,50 82266,00
60° 3235,70 97597,00
90° 3041,50 90076,00
120° 2282,80 73527,00
150° 2010,10 62142,00
180° 1001,80 36642,00
210° 2527,10 76082,00
240° 3277,80 95200,00
270° 3281,20 98665,00
300° 3370,70 98037,00
330° 2703,60 79779,00
360° 1312,00 43397,00
8

Tabela 28 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para


ventos de alta turbulência na vizinhança V2.1.
Ângulos FR (kN) MR (kN.m)
0° 418,19 19369,00
30° 2264,70 69129,00
60° 4056,30 123960,00
90° 4176,70 120920,00
120° 3322,30 87270,00
150° 1549,70 45511,00
180° 246,59 9894,30
210° 2831,00 85271,00
240° 4377,50 130090,00
270° 4148,40 124160,00
300° 4367,50 127710,00
330° 2576,90 79219,00
360° 418,19 19369,00

Tabela 29 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para


ventos de baixa turbulência na vizinhança V2.2.
Ângulos FR (kN) MR (kN.m)
0° 1086,00 39554,00
30° 2447,10 74997,00
60° 3187,20 94873,00
90° 3064,10 89304,00
120° 3109,30 93456,00
150° 2287,80 70996,00
180° 911,58 33919,00
210° 2752,40 82458,00
240° 3583,30 103550,00
270° 3371,00 100470,00
300° 3498,00 100530,00
330° 2720,30 80794,00
360° 1086,00 39554,00
9

Tabela 30 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para


ventos de alta turbulência na vizinhança V2.2.
Ângulos FR (kN) MR (kN.m)
0° 247,06 5488,70
30° 1767,10 53105,00
60° 3580,70 105350,00
90° 4272,70 127390,00
120° 3313,90 92818,00
150° 1513,00 47647,00
180° 181,39 5279,40
210° 2927,80 90556,00
240° 4611,00 137130,00
270° 4472,60 136010,00
300° 4668,00 134110,00
330° 2627,00 79441,00
360° 247,06 5488,70

Tabela 31 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para


ventos de baixa turbulência na vizinhança V2.3.
Ângulos FR (kN) MR (kN.m)
0° 1219,90 41070,00
30° 2129,30 69192,00
60° 2480,10 76692,00
90° 3166,00 95472,00
120° 2990,70 90071,00
150° 2541,50 75519,00
180° 1101,80 38839,00
210° 2723,40 80474,00
240° 3192,70 94495,00
270° 3242,20 95283,00
300° 3650,00 103490,00
330° 2882,60 84251,00
360° 1219,90 41070,00
10

Tabela 32 - Valores de forças resultantes e momentos fletores resultantes para


ventos de alta turbulência na vizinhança V2.3.
Ângulos FR (kN) MR (kN.m)
0° 513,51 19439,00
30° 1741,50 51725,00
60° 3154,40 90846,00
90° 4310,00 132240,00
120° 3671,60 107170,00
150° 2347,40 67533,00
180° 1183,40 35000,00
210° 2727,90 82760,00
240° 4383,10 129150,00
270° 4205,40 126310,00
300° 5127,10 149640,00
330° 2808,50 86916,00
360° 513,51 19439,00

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