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Javier Milei ganha eleições

presidenciais e promete transformar


Argentina numa "potência" através da
"liberdade"
Javier Milei é o vencedor da segunda
volta das eleições presidenciais
argentinas com 56% dos votos, ao
passo que Sergio Massa obteve 44%.
Massa reconhece derrota e vai
respeitar resultados.

José Carlos Duarte


Texto
19 nov. 2023, 19:55 39
i
Novo Chefe de Estado reconhece que a
realidade é "trágica" e "crítica", sendo
por isso necessárias "mudanças
drásticas"

AFP via Getty Images

Com 99,28% do escrutínio


contabilizado, Javier Milei é o
vencedor da segunda volta das eleições
presidenciais argentinas com 55,69%
dos votos, com mais de 14 milhões de
votos, ao passo que Sergio Massa
obteve 44,30%, ficando-se pelos 11
milhões de votos.
No seu discurso da vitória, Javier
Milei, o candidato da direita radical,
declarou que começa agora a
“reconstrução da Argentina”. “É uma
noite histórica”, caracterizou, dizendo
que este domingo foi “um virar da
página”. O novo Presidente argentino
referiu que será deixado para trás o
“modelo empobrecedor” do Estado e
apostar-se-á nas “ideias da liberdade”.

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Prometendo que transformará a


Argentina numa “potência”, Javier
Milei apresentou três ideias base para
isso. “Um governo limitado, o respeito
pela propriedade privada e o comércio
livre”, enumerou, garantindo
novamente que o “modelo de
decadência chegou ao fim”: “Não há
volta atrás”:
Apesar do otimismo, o novo Chefe de
Estado reconhece que a realidade é
“trágica” e “crítica” na Argentina, país
com inflação galopante, sendo por isso
necessárias “mudanças drásticas”.
“Não há lugar para a tibieza e para
meias medidas. Se não avançarmos
rápido com mudanças estruturais,
viveremos a pior crise da nossa
história”, sublinhou, lembrando que o
país vive “problemas monumentais”,
como a inflação, a insegurança e a
pobreza.

“Esses problemas só têm uma solução:


a liberdade”, prosseguiu Javier Milei,
mandando uma mensagem aos
argentinos: “Quero dizer que, apesar
dos problemas enormes que tem o país,
a Argentina tem futuro. Esse futuro
existe e é liberal”.

Por sua vez, ainda antes de os


resultados serem divulgados, Sergio
Massa já tinha assumido derrota e já
tinha felicitado Javier Milei. O
candidato do União Pela Pátria referiu,
em declarações na sede, que os
resultados “obviamente não são” os
que esperava. “Os argentinos
escolheram outro caminho”, indicou,
destacando que se tratou de uma
“campanha muito longa e difícil”.
“Dei os parabéns a Javier Milei,
porque é o Presidente que os
argentinos escolheram por mais quatro
anos”, afirmou Sergio Massa, que
apelou ao “respeito” pelas instituições
democráticas. “A Argentina tem um
sistema democrático forte, sólido e
transparente”.

Sergio Massa garantiu que respeitará


“sempre os resultados”, mesmo que os
argentinos “tenham escolhido outro
caminho”. “A partir de amanhã, dar
certezas e transmitir garantias sobre o
funcionamento, social, político e
económico é responsabilidade do
presidente eleito. Esperamos que assim
o faça”, avisou o candidato derrotado.

No final do discurso, Sergio Massa


referiu que “terminou uma etapa” da
sua vida política, deixando o futuro em
aberto. “Seguramente a vida vai
trazer-me outras tarefas e
responsabilidades, mas saibam que vão
sempre contar comigo para defender
os valores da indústria nacional,
educação pública, federalismo e os
valores centrais da Argentina”,
assinalou.

Ao mesmo tempo, chegavam cada vez


mais apoiantes estão à porta do
quartel-general do economista de 53
anos, que estavam “num clima de
euforia”.

Em declarações à televisão argentina


ao início da noite, Diana Mondino, da
candidatura de Javier Milei do partido
Liberdade Avança, já tinha falado de
numa “galvanização” do eleitorado e
indicou que quer uma transição de
poder “um minuto depois” dos
resultados eleitorais serem divulgados,
caso o economista vencer. “As
sondagens à boca de urna são muito
positivas”, dissera a responsável.
Um total de 76% dos eleitores
argentinos votaram, este domingo, na
segunda volta das eleições presidenciais
da Argentina, revelou a Câmara
Nacional Eleitoral. É menos um ponto
percentual do que na primeira volta,
num país em que o voto é obrigatório.

A votação e as reações
Durante este domingo, Javier Milei
votou em Buenos Aires e lamentou que
tenha havido uma “campanha do
medo”, aludindo à associação da sua
candidatura à extrema-direita.
“Fizemos todos os esforços que
pudemos, agora deixem as urnas
falarem”, indicou o economista de 53
anos, que espera que “os números
sejam tão claros e que haja um novo
Presidente eleito”. “Amanhã [segunda-
feira], deve haver esperança e não
continuidade da decadência.”

Já Sergio Massa também votou em


Buenos Aires e considerou este dia
“histórico” para a Argentina. “Com
esperança” no futuro, o advogado de
51 anos acredita que este domingo
começa uma “nova etapa na
Argentina”, que exige “boa vontade,
inteligência, capacidade, mas, acima de
tudo, o diálogo e o consenso necessário
para que o país siga um caminho muito
mais virtuoso no futuro”.

No que diz respeito às reações, o líder


do Chega, André Ventura, deu os
parabéns a Javier Milei. Na sua conta
pessoal do X (antigo Twitter), o
responsável partidário escreveu que a
“luta pela defesa da sociedade trava-se
em vários territórios e na Argentina a
primeira batalha está ganha”. “Segue-
se Portugal a 10 de março”,
preconizou, numa alusão às eleições
legislativas.
Já o Presidente do Brasil, Lula da
Silva, já reagiu aos resultados das
eleições argentinas, sem nunca felicitar
Javier Milei. “A democracia é a voz do
povo, e ela deve ser sempre respeitada.
Os parabéns às instituições argentinas
pela condução do processo eleitoral e
ao povo argentino que participou da
jornada eleitoral de forma ordeira e
pacífica”, escreveu o Chefe de Estado
brasileiro na sua conta pessoal do X
(antigo Twitter).

Mantendo várias divergências


ideológicas com Javier Milei, Lula da
Silva apenas desejou “boa sorte e êxito
ao novo governo: “A Argentina é um
grande país e merece todo o nosso
respeito. O Brasil sempre estará à
disposição para trabalhar junto com
nossos irmãos argentino”. A imprensa
brasileira noticiava que o Presidente
brasileiro, Lula da Silva, não vai à
tomada de posse de Javier Milei.

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