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Bacharelado em Engenharia Mecânica

Mecânica Aplicada– MCE E3

Movimento retilíneo de muitas partículas

Prof. Angelo Reami Filho

Profº Angelo Reami Filho


Bacharelado em Engenharia Mecânica
Mecânica Aplicada– MCE E3

Objetivos
• Encontrar as equações de movimento de diversas
partículas movendo-se sobre a mesma trajetória

• Definir e equacionar o movimento relativo de duas


partículas

• Definir e equacionar movimentos dependentes

• Saber aplicar soluções gráficas para o movimento de


partículas

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Movimento retilíneo de muitas partículas


É possível equacionar os movimentos de diversas partículas que se
movem ao longo da mesma trajetória retilínea.

Sempre que possível:

• Usar o mesmo instante inicial para todas as partículas

• Usar a mesma origem e o mesmo sentido pra definição dos


deslocamentos de todas as partículas

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1. Movimento relativo de duas partículas

Considerando duas partículas A e B que se movem sobre a mesma


trajetória retilínea conforme mostra a figura, se as posições xA e xB
forem medidas a partir da mesma origem, define-se como
coordenada de posição relativa de B em relação a A, como sendo:

𝑥𝐵/𝐴 = 𝑥𝐵 − 𝑥𝐴 𝑜𝑢 𝑥𝐵 = 𝑥𝐴 + 𝑥𝐵/𝐴

O sinal positivo de xB/A indica que B está


à direita de A e, caso contrário, estará à
esquerda, independentemente das
posições de A e B em relação à origem.

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1. Movimento relativo de duas partículas

A taxa de variação de xB/A é denominada velocidade relativa de B em


relação a A e é dada pela derivada da equação de xB/A:

𝑣𝐵/𝐴 = 𝑣𝐵 − 𝑣𝐴 𝑜𝑢 𝑣𝐵 = 𝑣𝐴 + 𝑣𝐵/𝐴

O sinal positivo de vB/A indica que B é


observado a partir de A deslocando-se
no sentido positivo, caso contrário,
estará deslocando-se no sentido
negativo.

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1. Movimento relativo de duas partículas

A taxa de variação de vB/A é denominada aceleração relativa de B em


relação a A e é dada pela derivada da equação de vB/A:

𝑎𝐵/𝐴 = 𝑎𝐵 − 𝑎𝐴 𝑜𝑢 𝑎𝐵 = 𝑎𝐴 + 𝑎𝐵/𝐴

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2. Movimentos dependentes

Quando a posição de uma partícula depender da posição de outra


ou de várias partículas, diz-se que os movimentos são dependentes.
Na figura a posição do bloco B depende da
posição do bloco A. A corda ACDEFG, bem como
os segmentos CD e EF que envolvem as polias são
constantes, a soma de todos os segmentos AC, DE
e FG são constantes.

Observando a figura, o segmento AC difere de xA


por um valor constante, assim como os
segmentos DE e FG diferem de xB por um valor
constante.

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2. Movimentos dependentes

Assim pode-se escrever que: 𝑥𝐴 + 2𝑥𝐵 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒

Como somente uma das coordenadas (xA ou xB)


pode ser escolhida arbitrariamente, diz-se que o
sistema possui um grau de liberdade.

Se o bloco A deslocar-se para baixo de um valor


ΔxA, o bloco B terá um deslocamento para cima
da metade do deslocamento de A:
1
∆𝑥𝐵 = − ∆𝑥𝐴
2

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2. Movimentos dependentes

No caso dos três blocos da figura, pode-se estabelecer, a seguinte


relação, sabendo-se que os segmentos da corda são constantes:
2𝑥𝐴 + 2𝑥𝐵 + 𝑥𝐶 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒

Como duas coordenadas podem ser escolhidas


arbitrariamente, diz-se que o sistema possui dois
graus de liberdade.

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2. Movimentos dependentes

Quando a relação entre as coordenadas de posição de várias


partículas é linear, uma relação semelhante é válida entre as
velocidades e as acelerações dessas partículas:

𝑑𝑥𝐴 𝑑𝑥𝐵 𝑑𝑥𝐶


2 +2 + = 0 𝑜𝑢 2𝑣𝐴 + 2𝑣𝐵 + 𝑣𝐶 = 0
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡

𝑑𝑣𝐴 𝑑𝑣𝐵 𝑑𝑣𝐶


2 +2 + = 0 𝑜𝑢 2𝑎𝐴 + 2𝑎𝐵 + 𝑎𝐶 = 0
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡

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Exemplo 1: Uma bola é arremessada verticalmente para o alto a
partir do nível de 12 m de um poço de elevador com uma velocidade
inicial de 18 m/s. No mesmo instante, um elevador de plataforma
aberta passa pelo nível de 5 m, subindo com uma velocidade
constante de 2 m/s. Determine:

a) quando e onde a bola vai atingir o elevador

b) velocidade relativa da bola em relação ao elevador quando a


bola o atinge.

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Solução:
Movimento da bola: A bola tem aceleração constante, portanto seu
movimento é uniformemente acelerado cujas equações do
movimento são:

𝑣𝐵 = 𝑣0 + 𝑎𝑡 → 𝑣𝐵 = 18 − 9,81. 𝑡

1 2
𝑦𝐵 = 𝑦0 + 𝑣0 𝑡 + 𝑎𝑡 → 𝑦𝐵 = 12 + 18. 𝑡 − 4,905. 𝑡 2
2

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Solução:
Movimento do elevador: Como a velocidade do elevador é
constante, seu movimento é uniforme e as equações do seu
movimento são:

𝑣𝐸 = 2 𝑚/𝑠

𝑦𝐸 = 𝑦0 + 𝑣𝐸 𝑡 → 𝑦𝐸 = 5 + 2. 𝑡

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Solução:
a) Instante t em que a bola atinge o elevador:

𝑦𝐸 = 𝑦𝐵

5 + 2𝑡 = 12 + 18. 𝑡 − 4,905. 𝑡 2
𝑡 ′ = −0,36 𝑠
7 + 16. 𝑡 − 4,905. 𝑡 2 = 0 ቊ
𝑡" = 3,65 𝑠

Substituindo em qualquer equação da posição:

𝑦𝐸 = 5 + 2. 𝑡 = 5 + 2.3,65
𝑦𝐸 = 12,30 𝑚

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Solução:
b) 𝑣𝐵/𝐸 quando a bola atinge o elevador:
𝑣𝐵/𝐸 = 𝑣𝐵 − 𝑣𝐸

𝑣𝐵 = 18 − 9,81. 𝑡 = 18 − 9,81.3,65 = −17,81 𝑚/𝑠


𝑣𝐵/𝐸 = −17,81 − 2 = −19,81 𝑚/𝑠
O sinal negativo indica que observando-se a bola do elevador, ele se
desloca para baixo.

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Exemplo 2: O cursor A e o bloco B estão ligados por um cabo que
passa sobre três polias C, D e E, como mostrado na figura. As polias C
e E são fixas, enquanto D está presa a um cursor que é puxado para
baixo com uma velocidade constante de 75 mm/s. No instante t=0, o
cursor A começa a se mover para baixo a partir da posição K com
uma aceleração constante e velocidade inicial nula. Sabendo que a
velocidade do cursor A é de 300 mm/s ao passar pelo ponto L,
determine a variação na elevação, a velocidade e a aceleração do
bloco B quando o cursor A passar por L.

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Solução:
Movimento do cursor A: A origem “O” é colocada na superfície
horizontal superior e o sentido positivo para baixo. Quando t=0, o
cursor A está na posição k e (vA)0=0. Como vA=300 mm/s e XA -
(XA)0=200 mm, quando o cursor passa por L, tem-se:
𝑣𝐴2 − 𝑣𝐴 20
𝑣𝐴2 = 𝑣𝐴 2
0 + 2𝑎𝐴 𝑥𝐴 − 𝑥𝐴 0 → 𝑎𝐴 =
2 𝑥𝐴 − 𝑥𝐴 0

3002 − 02
𝑎𝐴 = = 225 𝑚𝑚/𝑠 2
2 200
O tempo para que o cursor A alcance o ponto L é
obtido escrevendo a equação da velocidade:

𝑣𝐴 = 𝑣𝐴 0 + 𝑎𝐴 𝑡 → 300 = 0 + 225. 𝑡 → 𝑡 = 1,33 𝑠

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Solução:
Movimento do bloco B: O comprimento total do cabo ACDEB difere
da quantidade 𝑥𝐴 + 2𝑥𝐷 + 𝑥𝐵 apenas por um valor constante que
representa a porção do cabo que passa pelas polias. Como o
comprimento do cabo é constante durante o movimento, essa
quantidade também deve permanecer constante. Portanto,
considerando os instantes t=0 e t=1,33 s, escreve-se:
𝑥𝐴 + 2. 𝑥𝐷 + 𝑥𝐵 = 𝑥𝐴 0 + 2 𝑥𝐷 0 + 𝑥𝐵 0

𝑥𝐴 − 𝑥𝐴 0 + 2 𝑥𝐷 − 𝑥𝐷 0 + 𝑥𝐵 − 𝑥𝐵 0 =0

200 + 2 100 + 𝑥𝐵 − 𝑥𝐵 0 =0

𝑥𝐵 − 𝑥𝐵 0 = −400 𝑚𝑚

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Solução:
Movimento do bloco B:
Derivando a equação do comprimento do cabo duas vezes, obtém-se
equações que relacionam as velocidades e acelerações de A, B e D.
Substituindo os valores de velocidades e acelerações de A e D em
t=1,33s, tem-se:

𝑣𝐴 + 2. 𝑣𝐷 + 𝑣𝐵 = 0 → 300 + 2 75 + 𝑣𝐵 = 0

𝑣𝐵 = −450 𝑚𝑚/𝑠

𝑎𝐴 + 2. 𝑎𝐷 + 𝑎𝐵 = 0 → 225 + 2 0 + 𝑎𝐵 = 0

𝑎𝐵 = −225 𝑚𝑚/𝑠 2

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Exemplo 3 (12.22 - Hibbeler): Determine a velocidade escalar de A
na figura se B tem uma velocidade escalar para cima de 2 m/s.

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Solução:
Movimento do bloco A: o cabo que sustenta o bloco A tem
comprimento l1 constante, então pode-se escrever:

𝑠𝐴 + 2𝑠𝐶 = 𝑙1
Realizando a derivada temporal:
𝑣𝐴 + 2𝑣𝐶 = 0
Movimento do bloco B: o cabo que sustenta o bloco B
tem comprimento l2 constante, então pode-se escrever:
𝑠𝐵 + (𝑠𝐵 − 𝑠𝐶 ) = 𝑙2

Realizando a derivada temporal:


2𝑣𝐵 − 𝑣𝐶 = 0
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Solução:
Isolando a velocidade da polia C e igualando as equações, tem-se:
𝑣𝐴
𝑣𝐶 = −
2
𝑣𝐶 = 2𝑣𝐵

𝑣𝐴
− = 2𝑣𝐵 → 𝑣𝐴 = −4𝑣𝐵
2
𝑚
𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑣𝐵 = −2 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑖𝑚𝑎 , 𝑒𝑛𝑡ã𝑜
𝑠

𝑣𝐴 = 8 𝑚/𝑠

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Exemplo 4 (11.44 - Beer): Dois automóveis A e B estão se
aproximando em pistas adjacentes de uma rodovia. Em t=0, A e B
estão distanciados em 1 km entre si, suas velocidades escalares são
vA=108 km/h e vB=63 km/h, e eles estão nos pontos P e Q,
respectivamente. Sabendo que A passa pelo ponto Q 40 s depois que
B passou por ali e que B passa pelo ponto P 42 s depois que A passou
por lá, determine:
a) as acelerações uniformes de A e B
b) quando os veículos se cruzam,
c) a velocidade de B naquele instante

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Solução:
Movimento do carro A: movimento uniformemente acelerado com
𝑘𝑚 𝑚
origem em P com 𝑥𝐴 0 = 0 𝑒 𝑣𝐴 0 = 108 = 30 :
ℎ 𝑠
1 1
𝑥𝐴 = 𝑥𝐴 0 + 𝑣𝐴 0 𝑡 + 𝑎𝐴 𝑡 = 30𝑡 + 𝑎𝐴 𝑡 2
2
2 2
𝑣𝐴 = 𝑣𝐴 0 + 𝑎𝐴 𝑡 = 30 + 𝑎𝐴 𝑡

Movimento do carro B: movimento uniformemente acelerado com


𝑘𝑚 𝑚
𝑥𝐵 0 = 1000 𝑚 𝑒 𝑣𝐵 0 = −63 = −17,5 :
ℎ 𝑠
1 1
𝑥𝐵 = 𝑥𝐵 0 + 𝑣𝐵 0 𝑡 + 𝑎𝐵 𝑡 = 1000 − 17,5𝑡 + 𝑎𝐵 𝑡 2
2
2 2
𝑣𝐵 = 𝑣𝐵 0 + 𝑎𝐵 𝑡 = −17,5 + 𝑎𝐵 𝑡

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Solução:
a) As acelerações uniformes:
A passa por Q em t=40s, então:
1 2
𝑚
𝑥𝐴 = 1000 = 30 40 + 𝑎𝐴 40 → 𝑎𝐴 = −0,25 2
2 𝑠

B passa por P em t=42 s, então:

1 2
𝑚
𝑥𝐵 = 0 = 1000 − 17,5 42 + 𝑎𝐵 42 → 𝑎𝐵 = −0,30 2
2 𝑠

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Solução:
b) Quando os veículos se cruzam. Nessa condição xA=xB:

30𝑡 − 0,125𝑡 2 = 1000 − 17,5𝑡 − 0,15𝑡 2


2 𝑡 ′ = 20,8 𝑠
0,025𝑡 + 47,5𝑡 − 1000 = 0 ቊ
𝑡" = −1920,8 𝑠
c) A velocidade de B no encontro:

𝑚 𝑘𝑚
𝑣𝐵 = −17,5 − 0,3𝑡 = −17,5 − 0,3. 20,8 = −23,74 = −85,46
𝑠 ℎ

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Solução gráfica
1. Solução gráfica de problemas de movimento retilíneo

As equações de velocidade instantânea e aceleração instantânea possuem


o significado geométrico da inclinação da curva x-t (figura esquerda) e v-t
(figura central), respectivamente, no mesmo instante.

É possível usar essas propriedades para obter graficamente as curvas v-t e


a-t de um movimento, se a curva x-t for conhecida.

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Solução gráfica
1. Solução gráfica de problemas de movimento retilíneo

A integral entre dois instantes das equações fundamentais podem ser


escritas por:
𝑡2 𝑡2
𝑥2 − 𝑥1 = න 𝑣𝑑𝑡 𝑒 𝑣2 − 𝑣1 = න 𝑎𝑑𝑡
𝑡1 𝑡1

A primeira, à esquerda, representa a área medida sob a curva v-t, de t1 a


t2, sendo igual à variação de x durante esse intervalo de tempo.

De forma semelhante a segunda equação, à direita, representa a área


medida sob a curva a-t, de t1 a t2, sendo igual à variação de v durante esse
intervalo de tempo.
É possível usar essas propriedades para obter graficamente as curvas x-t e
v-t de um movimento, se a curva a-t for conhecida.
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Solução gráfica
1. Solução gráfica de problemas de movimento retilíneo

As figuras representam as integrações enunciadas


anteriormente.

As soluções gráficas são úteis quando o movimento é


definido por dados experimentais e x,v e a não são funções
analíticas de t.

Também é útil quando o movimento pode ser dividido em


partes distintas e cada parte requer um equacionamento
diferente.

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Solução gráfica
1. Solução gráfica de problemas de movimento retilíneo

Ao utilizar as soluções gráficas, deve-se observar que:

a) A área sob a curva v-t mede a variação de x e não x. Analogamente, a


área sob a curva a-t mede a variação de v e não v.

b) Um área acima do eixo t, corresponde a um aumento de x ou v,


enquanto uma área abaixo do eixo t corresponde a um decréscimo de
x ou v.

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Solução gráfica
2. Outros métodos gráficos

Pode-se utilizar uma solução gráfica alternativa para determinar a posição


de uma partícula em um dado instante, diretamente a partir da curva a-t.
Observando a figura, pode-se decompor a
área sob a curva v-t em um retângulo de área
v0.t e elementos diferenciais horizontais de
área (t1-t0).dv, assim:

𝑥1 − 𝑥0 = á𝑟𝑒𝑎 𝑠𝑜𝑏 𝑎 𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 𝑣 − 𝑡


𝑣1
𝑥1 − 𝑥0 = 𝑣0 . 𝑡 + න 𝑡1 − 𝑡 . 𝑑𝑣
𝑣0

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Solução gráfica
2. Outros métodos gráficos

Como 𝑑𝑣 = 𝑎. 𝑑𝑡, pode-se substituir na equação anterior:


𝑡1
𝑥1 − 𝑥0 = 𝑣0 . 𝑡 + න 𝑡1 − 𝑡 . 𝑎. 𝑑𝑡
0

Ao observar a figura, nota-se que a integral


representa o primeiro momento da área sob a
curva a-t, em relação à linha t=t1, que limita a
área à direita.

Esse método é conhecido como método do


momento de área.

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Solução gráfica
2. Outros métodos gráficos

Se a abscissa 𝑡ҧ do centroide C da área for conhecido, a coordenada de


posição x1, pode ser obtida por:
𝑥1 = 𝑥0 + 𝑣0 . 𝑡 + á𝑟𝑒𝑎 𝑠𝑜𝑏 𝑎 𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 𝑎 − 𝑡 . 𝑡1 − 𝑡ҧ
Se a área sob a curva a-t for uma área composta, o último termo pode ser
obtido multiplicando-se cada área componente pela distância a partir de
seu centroide à reta t=t1.

As áreas acima do eixo t são consideradas positivas e as áreas abaixo,


negativas.

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Solução gráfica
2. Outros métodos gráficos

A curva v-x é algumas vezes usada. Se a curva for traçada, a aceleração a


poderia ser obtida, para qualquer instante, desenhando a normal AC à
curva e medindo a subnormal BC. Observando que o ângulo entre AC e AB
é igual ao ângulo θ entre a horizontal e a reta tangente em A (cuja
inclinação é tan 𝜃 = 𝑑𝑣/𝑑𝑥), escreve-se:
𝑑𝑣
𝐵𝐶 = 𝐴𝐵 tan 𝜃 = 𝑣
𝑑𝑥
Como já definido anteriormente que :

𝑑𝑣
𝑎=𝑣 → 𝐵𝐶 = 𝑎
𝑑𝑥

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Solução gráfica
Para usara a solução gráfica é útil conhecer a tabela abaixo:

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Solução gráfica
Exemplo 1: Uma partícula move-se em linha reta com a aceleração
mostrada na figura. Sabendo que começa na origem com v0=-3,6
m/s:

a) desenhe as curvas v - t e x - t para 0 < t < 20 s,

b) determinar sua velocidade, posição e a distância total percorrida


quando t = 12 s.

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Solução gráfica
Solução:
a) Curva v-t: Condições iniciais: t=0, v0=-3,6 m/s, x0=0
Mudança em v = área sob a curva a-t:
0 < 𝑡 < 4𝑠: 𝑣4 − 𝑣0 = 0,6 . 4 = 2,4𝑚/𝑠 → 𝑣4 = −1,2𝑚/𝑠

4 < 𝑡 < 10𝑠: 𝑣10 − 𝑣4 = 1,2 . 6 = 7,2𝑚/𝑠 → 𝑣10 = 6𝑚/𝑠

10 < 𝑡 < 12𝑠: 𝑣12 − 𝑣10 = −1 . 2 = −2𝑚/𝑠 → 𝑣12 = 4𝑚/𝑠

12 < 𝑡 < 20𝑠: 𝑣20 − 𝑣12 = −1 . 8 = −8𝑚/𝑠 → 𝑣20 = −4𝑚/𝑠

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Solução gráfica
Solução:
a) Curva v-t:

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Solução gráfica
Solução:
a) Curva x-t:
Mudança em x = área sob a curva v-t:
1
0 < 𝑡 < 4𝑠: 𝑥4 − 𝑥0 = −3,6 − 1,2 . 4 = −9,6 𝑚 → 𝑥4 = −9,6 𝑚
2
1
4 < 𝑡 < 5𝑠: 𝑥5 − 𝑥4 = −1,2 . 1 = −0,6𝑚 → 𝑥5 = −10,2 𝑚
2
1
5 < 𝑡 < 10𝑠: 𝑥10 − 𝑥5 = 6. 5 = 15𝑚 → 𝑥10 = 4,8 𝑚
2
1
10 < 𝑡 < 12𝑠: 𝑥12 − 𝑥10 = 6 + 4 . 2 = 10𝑚 → 𝑥12 = 14,8 𝑚
2
1
12 < 𝑡 < 16𝑠: 𝑥16 − 𝑥12 = 4 . 4 = 8𝑚 → 𝑥16 = 22,8 𝑚
2
1
20 < 𝑡 < 16𝑠: 𝑥20 − 𝑥16 = −4 . 4 = −8𝑚 → 𝑥20 = 14,8 𝑚
2
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Solução gráfica
Solução:
a) Curva x-t:

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Solução gráfica
Solução:

b) Das curvas pode-se obter os dados:


Para t=12 s: v12=4 m/s, x12=14,8 m

Distância percorrida (0 < 𝑡 < 12):

0 < 𝑡 < 5𝑠: ∆𝑠 = 10,2 − 0 = 10,2 𝑚

5 < 𝑡 < 12𝑠: ∆𝑠 = 14,8 − −10,2 = 25𝑚

∆𝑠𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 = 10,2 + 25 = 35,2𝑚

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Solução gráfica
Exemplo 2: Um carro está viajando em velocidade constante de 54
km/h quando o motorista vê uma criança correndo na estrada. O
motorista pisa nos freios até a criança retornar para a calçada e,
então, acelera para retornar à sua velocidade de 54 km/h; o registro
da aceleração do carro é mostrado na figura. Considerando x=0
quando t=0, determine:
a) o tempo t1 para que a velocidade seja novamente 54 km/h,
b) a posição do carro nesse instante,
c) a velocidade média do carro durante o intervalo 1 s < t < t1.

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Solução gráfica
Solução:
a) Tempo t1 para retornar a 54 km/h:
Mudança em v = área sob a curva a-t:

𝑘𝑚 𝑚
54 = 15
ℎ 𝑠
𝑚
𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡 = 2 𝑠: 𝑣 2 = 𝑣 1 + ∆𝑣1−2 = 15 + 1 −6 = 9
𝑠
1 𝑚
𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡 = 4,5 𝑠: 𝑣 4,5 = 𝑣 2 + ∆𝑣2−4,5 = 9 + 4,5 − 2 −6 = 1,5
2 𝑠
1
𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡 = 𝑡1 : 𝑣 𝑡1 = 𝑣 4,5 + ∆𝑣4,5−𝑡1 → 15 = 1,5 + 𝑡1 − 4,5 2
2
𝑡1 = 18 𝑠

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Solução gráfica
Solução:
b) A posição em t1:
Representando o gráfico v-t
v-t
16 15 15 15
15
14 14,9 15,0
14,3 14,7
13,8
12 12 13,1
12,3
11,4
10
9 10,3
8 9 9,0
7,6
6
6,3 6,0
4
4,2 4,3
2 2,7 2,5
1,81,5
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

Profº Angelo Reami Filho Movimento retilíneo de partículas


Bacharelado em Engenharia Mecânica
Mecânica Aplicada– MCE E3

Solução gráfica
Solução:
b) A posição em t1: Mudança em x = área sob a curva v-t:
𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡 = 1 𝑠: 𝑥 1 = 𝑥 0 + ∆𝑥0−1 = 0 + 1 15 = 15 𝑚
1
𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡 = 2 𝑠: 𝑥 2 = 𝑥 1 + ∆𝑥1−2 = 15 + 2 − 1 15 − 9 + (2 − 1)(9) = 27 𝑚
2
1
𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡 = 4,5 𝑠: 𝑥 4,5 = 𝑥 2 + ∆𝑥2−4,5 = 27 + 4,5 − 2 9 − 1,5 + 4,5 − 2 1,5
3
𝑥 4,5 = 37 𝑚
2
𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡 = 18 𝑠: 𝑥 18 = 𝑥 4,5 + ∆𝑥4,5−18 = 37 + 18 − 4,5 15 − 1,5 + 18 − 4,5 (1,5)
3
𝑥 18 = 178,75 𝑚

c) Velocidade média no intervalo 1 s < t < 18 s:


∆𝑠 𝑥 18 − 𝑥(1) 163,75 𝑚 𝑘𝑚
𝑣𝑚 = = = = 9,63 = 34,68
∆𝑡 18 − 1 17 𝑠 ℎ

Profº Angelo Reami Filho Movimento retilíneo de partículas


Bacharelado em Engenharia Mecânica
Mecânica Aplicada– MCE E3

OBRIGADO!

Profº Angelo Reami Filho

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