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AULA I – OPERAÇÕES DE CHOQUE

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

• Legislação Aplicada;

• Controle de Massas;

• Pelotão de Choque;

• Instrumentos de Menor Potencial Ofensivo;

• Operações de Choque em Eventos;

• Reintegração de Posse;

• Operações de Choque em Estabelecimento Prisional.

LEGISLAÇÃO APLICADA

Missão Constitucional da Polícia Militar

Constituição Federal: a atribuição legal das Polícias Militares está prevista na Constituição
Federal em seu art. 144.

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através
dos seguintes órgãos:

I - polícia federal;

II - polícia rodoviária federal;

III - polícia ferroviária federal;

IV - polícias civis;

V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

§ 5º - às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem


pública.

Decreto Lei 667/69 – Reorganiza


as PM´s e BM´s dos Estados e DF:

Art. 3º - Instituídas para a manutenção da ordem pública e segurança interna nos Estados, nos
Territórios e no Distrito Federal, compete às Polícias Militares, no âmbito de suas respectivas
jurisdições:

a) executar com exclusividade, ressalvas as missões peculiares das Forças Armadas, o


policiamento ostensivo, fardado, planejado pela autoridade competente, a fim de assegurar o
cumprimento da lei, a manutenção da ordem pública e o exercício dos poderes constituídos;

b) atuar de maneira preventiva, como força de dissuasão, em locais ou áreas


específicas, onde se presuma ser possível a perturbação da ordem;
c) atuar de maneira repressiva, em caso de perturbação da ordem, precedendo o
eventual emprego das Forças Armadas;

Decreto Lei 88.777/83 – Aprova os regulamentos para PM´s e BM´s:

Art. 2º - Para efeito do Decreto-lei nº 667, de 02 de julho de 1969 modificado pelo Decreto-lei
nº 1.406, de 24 de junho de 1975, e pelo Decreto-lei nº 2.010, de 12 de janeiro de 1983, e
deste Regulamento, são estabelecidos os seguintes conceitos:

19) Manutenção da Ordem Pública - É o exercício dinâmico do poder de polícia, no


campo da segurança pública, manifestado por atuações predominantemente ostensivas,
visando a prevenir, dissuadir, coibir ou reprimir eventos que violem a ordem pública.

21) Ordem Pública -Conjunto de regras formais, que emanam do ordenamento jurídico
da Nação, tendo por escopo regular as relações sociais de todos os níveis, do interesse público,
estabelecendo um clima de convivência harmoniosa e pacífica, fiscalizado pelo poder de
polícia, e constituindo uma situação ou condição que conduza ao bem comum;

25) Perturbação da Ordem - Abrange todos os tipos de ação, inclusive as decorrentes


de calamidade pública que, por sua natureza, origem, amplitude e potencial possam vir a
comprometer, na esfera estadual, o exercício dos poderes constituídos, o cumprimento das leis
e a manutenção da ordem pública, ameaçando a população e propriedades públicas e
privadas.

A partir desses conceitos, verifica-se como grande é a competência das policias militares no
campo da segurança pública, principalmente nos eventos que afrontem os direitos individuais
e coletivos previstos na Constituição Federal.

Desta forma, deve a força pública atuar nos casos em que haja perturbação da ordem
pública, através de operações planejadas e executadas com o objetivo de restaurar a ordem
violada. Por esse prisma, pode-se afirmar que as Polícias Militares atuam através de operações
de choque, nos casos em que um ou vários grupos, extrapolem o direito de manifestarem seus
desígnios, causando lesão ao direito do cidadão ordeiro, bem como dano ao patrimônio
público e privado.

Por essa e por outras razões é que em caso de ocorrência de distúrbios civis em que
haja perturbação da ordem pública a Polícia Militar através do Batalhão de Polícia Militar de
Choque é competente para atuar reprimindo atos de violência e reestabelecendo a ordem
pública violada.

PODER DE POLÍCIA

Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando ou


disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em
razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
OPERAÇÕES DE CHOQUE

Operações de Choque: é a atuação de tropa especializada, provida de instrumentos de menor


potencial ofensivo, técnicas e táticas específicas, com características próprias de pessoal e com
o escopo de PREVENIR, DISSUADIR, REPRIMIR OU RETOMAR A ORDEM PÚBLICA
PERTURBADA, especialmente pela ação de grupos de pessoas (massas desordeiras).

Prevenir: antecipar de maneira que se evite e impeça que aconteça uma perturbação da
ordem pública. As pessoas nesse cenário não estão propensas a transgredir, porém a reunião
com grande número de indivíduos pode culminar, por diversas causas, em atos ilícitos
generalizados (brigas, vandalismos, arrastões, depredações, saques, etc.). O Policiamento de
Choque em praças desportivas, por exemplo, é uma ação preventiva.

Obs.: Em razão de sua natureza e atribuições específicas, não se realiza ações preventivas em
Operações de Choque, salvo nos casos de praças desportivas e revistas em estabelecimentos
prisionais. Esclarece-se que essas duas atividades citadas também podem ser executadas de
forma dissuasiva, quando houver elementos de atos preparatórios para perturbação da ordem.
Exemplos: torcidas rivais que se organizam para se confrontarem e presos que planejam fuga
do cárcere ou rebelião.

Dissuadir: consiste em demover, coibir determinado grupo de


pessoas a não realizarem atos ilegais, com o propósito de perturbar a ordem
pública. Nesse caso, as pessoas estão predispostas, cogitam e se organizam
para ações desordeiras. Está presente o desígnio coletivo para agir e o caráter
pacífico foi desprezado. Por vezes, estão munidos de armas improvisadas ou até
mesmo de armas propriamente ditas (arma de fogo, arma branca, etc.).

Reprimir: uso da força mais severa e contundente, sempre de forma


proporcional, dentro dos ditames legais e priorizando os instrumentos de menor
potencial ofensivo, com foco na preservação da vida e minimizar danos à
integridade (física e mental) das pessoas. Aqui, caracteriza-se o uso de violência
por parte dos participantes de uma reunião.

Retomar: é o estágio final da repressão, no qual os violadores da


ordem se dispersaram ou foram detidos e a Polícia Militar restabeleceu a ordem.
A partir de então, a tropa de área assume o policiamento, com o apoio de viaturas
de patrulhamento tático, visando prover a manutenção e a preservação da ordem
pública.

AULA II – CONCEITOS DE CONTROLE DE MASSAS

AGLOMERAÇÃO

Reunião temporária de grande número de pessoas. Em geral, se constitui acidentalmente e


transitoriamente, e caracteriza-se pelo fato dos elementos pensarem e agirem individual e
isoladamente, não dispondo de organização.

Ex: Pessoas em grandes centros comerciais ou terminais rodoviários em horário de trabalho;


Pessoas que se aglomeram nos locais de acidente de trânsito.
MULTIDÃO

Aglomeração psicologicamente unificada por interesse comum. Em geral, a formação da


multidão caracteriza-se pelo aparecimento do pronome “nós”.

Ex: Nós estamos aqui para protestar, Nós estamos aqui para prestar nossa solidariedade.

A multidão pode ser:

• Casual: É simplesmente um grupo de pessoas que ocorrem de estar no mesmo local ao


mesmo tempo. Ex: Consumidores e turistas. A probabilidade de violência é
praticamente nula;

• Coesa: Consiste de membros envolvidos por algum tipo de unificação prévia, tais
como: trabalho, dançarinos, músicos, cantores ou espectadores de evento esportivo.
Requer provocação antes de agirem;

• Expressiva: As pessoas estão juntas por um propósito em comum ou encontro. Ex:


Protesto contra a PEC 29;

• Agressiva: Composta de indivíduos que se unem com um propósito específico. São


barulhentos, necessitando apenas de uma simulação mínima para desencadear
violência. Ex: Anonymous e Black Blocs.

TURBA

Multidão em desordem. Pode ser:

Agressiva: É aquela que estabelece um estado de perturbação da ordem e realiza atos de


violência, tal como ocorre em distúrbios resultantes de conflitos políticos ou raciais, nos
linchamentos ou nas rebeliões em presídios.

Em Pânico: É aquela que procura fugir. O pânico pode originar-se de boatos, incêndios ou
explosões, bem como pode ser provocado pelo emprego de agentes químicos no controle de
distúrbios. Ex: Incêndio da boate Kiss em Santa Maria-RS.

Predatória: É impulsionada pelo desejo de apoderar-se de bens materiais.

Ex: Casos de distúrbios para obtenção de alimentos

FORMAS DE EXPRESSÃO DO COLETIVO SOCIAL

Manifestação: Demonstração, por pessoas reunidas, de sentimento hostil ou simpático à


determinada autoridade ou a alguma condição, movimento econômico ou social podem ser
pacíficas ou violentas.

Tumulto: Desrespeito à ordem, levado a efeito por várias pessoas, em apoio a um desígnio
comum de realizar certo empreendimento, por meio de ação planejada contra quem a elas
possa opor. (O desrespeito à ordem é uma perturbação promovida por meio de ações ilegais,
traduzidas numa demonstração de natureza violenta ou turbulenta).
Revolução: é uma profunda transformação social no poder ou nas estruturas organizacionais
públicas ou privadas, de modo progressivo, ou repentino, e que podem variar em termos de
métodos empregados, duração e motivação ideológica. Podem ter características pacíficas ou
violentas e seus resultados propiciam alterações na cultura, economia, e no ideário sócio-
políticos. As revoluções podem ou não possuir mobilização em massa.

FATORES QUE INFLUENCIAM AS TRANFORMAÇÕES NO COLETIVO SOCIAL

Subversão: É o conjunto de ações, de âmbito local, de cunho tático e de caráter


predominantemente psicológico que buscam de maneira lenta, progressiva, insidiosa e, pelo
menos inicialmente, clandestina e sem violência, a conquista física e espiritual da população
sobre a qual são desencadeadas, através da destruição das bases fundamentais da comunidade
que integra, na decadência e perda da consciência moral, por falta de fé em seus dirigentes e
de desprezo às instituições vigentes, levando-as a aspirar uma forma de comunidade
totalmente diferente, pela qual se dispõe ao sacrifício.

Distúrbios civis: são as Inquietações ou tensões que tomam a forma de manifestações.


Situações que surgem dentro do país decorrente de atos de violência ou desordens prejudiciais
à manutenção da Lei e da ordem.

Incidentes ou Calamidade pública: Desastres de grandes proporções, ou sinistros. Resulta da


manifestação de fenômenos naturais em grau excessivo e incontrolável, como inundações,
incêndios em florestas, terremotos, tufões, disseminação de substâncias letais, que poderão
ser de natureza química, radiativa ou bacteriológica.

Perturbação da ordem pública: Em sentido amplo, são os tipos de ações que comprometem,
prejudiquem ou perturbem a organização social, pondo em risco as atividades e os bens
privados e públicos.

CAUSAS DOS DISTÚRBIOS CIVIS

• Sociais: Poderão ser resultante de conflitos raciais, religiosos, de exaltação provocada


por comemoração, por acontecimentos esportivos ou por outras atividades sociais;

• Econômicas: Provém de desníveis entre classes sociais, desequilíbrio econômico entre


regiões, divergência entre empregados e empregadores, ou resultam de condições
sociais e extrema privação ou pobreza, as quais poderão induzir o povo à violência para
obter utilidades indispensáveis às satisfações das necessidades essenciais;

• Políticas: Poderão originar-se de lutas político-partidárias, divergências ideológicas,


estimuladas ou não por países estrangeiros, ou de tentativas para atingir o poder
político por meios ilegais. Ex: Golpe de Estado.

• Consequente de Omissão ou Falência da Autoridade Constituída: A omissão da


autoridade no exercício das suas atribuições poderá originar distúrbios, provocados
por grupos de indivíduos induzidos à crença de que poderão violar a lei impunemente;

• Consequente de Calamidades Públicas: Determinadas condições resultantes de


catástrofes poderão gerar violentos distúrbios entre o povo, pelo temor de novas ações
catastróficas, pela falta de alimentos, vestuário ou abrigo, ou mesmo em consequência
de ações de desordens ou pilhagem, levadas a efeito pelos marginais

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE OCORRÊNCIAS DE CONTROLE DE MASSAS

• Ações de Controle de Massas requerem uma técnica adequada e constantemente


treinada.

• O homem de tropa de choque deve estar preparado para enfrentar com sucesso uma
missão, onde constantemente a tropa é superada em efetivo.

• O policial de choque deve estar apto para operar com superioridade relativa em todas
as suas missões, de modo que suplante os obstáculos que encontrará com coragem,
audácia e técnica.

• O militar choqueano deve ter em mente que a iniciativa é de fundamental importância


para as ações e operações de choque, mas ela não deve ser confundida com
autonomia.

• O objetivo principal de uma tropa de Controle de Massas, nas ações ditas “de choque
puro”, é a dispersão da multidão, não sua detenção ou confinamento.

AÇÕES QUE EM OPERAÇÕES DE CONTROLE DE MASSAS QUE PODEM SER DESENCADEADAS


CONTRA A TROPA

IMPROPÉRIOS: Tem o objetivo de ridicularizar ou desmoralizar o efetivo policial.

ATAQUES A PEQUENOS GRUPOS OU VEÍCULOS: Ação de pequeno vulto, às vezes ao mesmo


tempo com objetivo de confundir a tropa.

LANÇAMENTO DE OBJETOS:

• Coquetel molotov ou bombas caseiras;

• Garrafas e latas cheias de água ou urina;

• Bolas de gude (tropa a cavalo);

• Atentar para objetos lançados de edifícios ou pontos altos;

• Pedras, frutas, madeira, rojões, etc.

IMPULSIONAR VEÍCULOS OU OBJETOS CONTRA A TROPA:

• Emboscadas em pontos estratégicos atingindo a tropa de surpresa;

• Precursor a paisana;

• Itinerários secundários

EMPREGO DE FOGO:

• Rastros de gasolina pelo caminho;

• Botijões de gás;
• Fogos de artifício;

• Pequenos incêndios;

• Coquetel molotov.

DESTRUIÇÕES

• Visa destruir pontos estratégicos ou de relevância:

• Monumentos;

• Pontes;

• Estradas;

• Meios de transportes;

• Estabelecimentos comerciais.

UTILIZAÇÃO DE ARMA DE FOGO

• São cada vez mais comuns;

• Em meio à multidão, é difícil de identificar o causador do disparo;

• Utilização de EPI adequado;

• Treinamento de formações de defesa;

• Infiltração de agentes de informações

OUTRAS AÇÕES OU ARTIFÍCIOS

• Linha de frente com crianças, idosos, mulheres gestantes, deficientes, animais, etc.;

• Lançamentos de sacos com urina ou fezes;

• Ação de religiosos;

• Ação de políticos;

• Carros de som bloqueando a via.

FATORES PSICOLOGICOS QUE INFLUENCIAM O COMPORTAMENTO DOS INDIVIDUOS

• Número: Valor numérico é sinônimo de sensação de poder e segurança;

• Sugestão: As ideias se propagam despercebidas; Não há raciocínio ou contestação;

• Contágio: As ideias difundem-se e a influência transmite-se de indivíduo a indivíduo;

• Anonimato: Acobertado pelo anonimato o indivíduo poderá perder o respeito próprio


e consequentemente sentir-se-á irresponsável por seus atos;

• Novidade: Face às circunstâncias novas e desconhecidas nem sempre o indivíduo reage


conforme suas normas de ação habituais; Não encontrando estímulos específicos que
controlam seus atos habitualmente, deixará de aplicar sua experiência anterior, que
costuma guiá-lo na solução dos problemas cotidianos; Seu subconsciente poderá até
invocar a quebra da rotina normal e acolher com satisfação as novas circunstâncias;
• Expansão das emoções reprimidas: Preconceitos e desejos insatisfeitos, normalmente
contidos, expandem-se logo nas turbas concorrendo como poderoso incentivo à
prática de desordens, pela oportunidade que tem os indivíduos de realizarem
finalmente o que sempre almejaram, mas nunca tinham ousado;

• Imitação: O desejo irresistível de imitar o que os outros estão fazendo, poderá levar o
indivíduo a tornar-se parte integrante de uma turba.

REDES SOCIAIS

A facilidade de comunicação e compartilhamento de arquivos que a internet proporciona de


forma instantânea, por meio de redes 53 sociais e aplicativos de celular, podem servir de
influência e estímulo para grupos se organizarem com fins pacíficos e legítimos ou mesmo
subversivos.

TIPOS DE AÇÕES DE CONTROLE DE MASSAS

Resistência Pacífica: Muito utilizada pelos seguidores de GHANDI na Índia. Consiste em


permanecer deitado ou sentado ao chão com a finalidade de prejudicar a ação policial.
Necessita do emprego de equipamentos especial: espargidor de gás pimenta, jatos de água ou
tinta, cães, etc.

Desobstrução de Via: Ação, geralmente, mais simples. Quase sempre há vias de fuga.
Oportunista (não há muita disposição em resistir). Não requer equipamento especial da tropa
de choque. Boa forma de utilização de agentes químicos (local aberto).

Reintegração de Posse: Necessita planejamento apurado, negociação e paciência. Atuação nas


primeiras horas da manhã. Verificação de itinerários alternativos (possibilidade de barricadas).
Difícil atuação de agentes P-2.

Manifestação: Atuação somente em extrema necessidade. Muitas vezes tem caráter pacífico.
Em caso de necessidade de se intervir atuar com planejamento, determinando os objetivos.
Atentar para os locais onde são deixados as viaturas e os apoios. Necessita de atuação de
agentes de inteligência.

Rebelião em Presídio

TIPOS DE MASSAS CARACTERISTICAS

1) Massas Pacíficas:
a) Idosos: É um grupo muito desorganizado sem muita disposição para reagir e que
normalmente conta com apoio de outros grupos;
b) Religioso: É um grupo que normalmente se reúne para mega eventos, mas devido
a sua peculiaridade raramente causam incidentes. Ex.: Missa do Padre Marcelo
Rossi, Caminhadas Evangélicas, Marcha para Jesus.
c) Grupos raciais e comportamentais: É um grupo que se reúne esporadicamente
com a presença de lideranças não muito destacadas, mas que normalmente atua
de forma pacífica. Ex.: Negros, Gays, Índios.
d) Professores: Grupo muito numeroso que com a aliança com outros grupos se
mostra sugestionável e com atitudes de revolta;
e) Metalúrgicos: Grupo também numeroso, altamente politizado e com fortes
lideranças que em outros anos demonstrou ser violento, causando muitos
problemas para as autoridades policiais;

2) Massas Organizadas:

3) Massas Violentas:

a) Punks: Tem características violentas, sem objetivos definidos a não ser chamar atenção e
causar danos. Mais comuns nos grandes centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro.

b) Torcedores organizados: Quando unidos geralmente cometem atos de vandalismo.

c) Detentos: Grupos extremamente violentos com atitudes imprevisíveis, todavia confinados a


um determinado local. Não tem nada a perder. Ex: Massacre do Carandiru em São Paulo.

d) Sem terras: Numeroso, politizado, com lideranças e forte influências externas. Geralmente
são violentos e resistem às ordens da polícia. Ex: Reintegração de Posse em Eldorado dos
Carajás - PA.

AULA III – PELOTÕES DE CHOQUE

PRINCÍPIOS DO PELOTÃO DE CHOQUE

1. É indivisível;
2. Todo PM é responsável pela segurança do Pelotão de CHOQUE e do colega ao lado;
3. Todo PM do Pelotão de CHOQUE zela pelo seu EPI e o conhece perfeitamente;
4. O escudeiro sempre tem prioridade sobre os demais PM’s do Pelotão de CHOQUE;
5. Conhece a missão e todos os objetivos a serem alcançados;
6. Só desembarca mediante ordem de seu comandante;
7. Só atua quando há visibilidade do terreno e do oponente;
8. Mantem-se sempre distante do oponente (mínimo 30 metros);
9. Atua estritamente dentro da lei e demonstrando autoridade sempre, deixando as
questões sociais ou políticas a cargo das pessoas responsáveis;
10. Age sempre observando o Uso Diferenciado da Força em Operações de Choque.

USO DIFERENCIADO DA FORÇA EM OPERAÇÕES DE CHOQUE

O objetivo principal da tropa de Choque é dispersar a massa em desordem;

O Comandante da tropa de Choque avaliará a melhor ocasião e disposição no terreno a fim de


que possa dosar e esgotar todos os recursos disponíveis em escala diferenciada de força,
agressividade e proporcionalidade.

Deve garantir a utilização de todos os meios possíveis para cumprir a missão e, ao mesmo
tempo, evitar a violência gratuita;
Assim sendo, deve ser obedecida uma ordem diferenciada de utilização dos meios disponíveis.

VIAS DE FUGA

• Reconhecimento prévio do local do controle de massas;

• Mais caminhos para fuga = dispersão mais rápida;

• Evitar encaminhar a massa para Viaturas da tropa, estabelecimentos públicos, local


sem via de fuga, terrenos onde haja entulho.

DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA

• Desembarcar as vistas dos agitadores mantendo uma distância de segurança;

• Deve ser feita através da disposição da tropa em formação disciplinada, comando por
gestos, “batidas” no escudo e num ponto visível.

ORDEM DE DISPERSÃO

• Dada pelo Comandante da Tropa de Choque;

• Amplificadores de som (alto-falantes em Viaturas ou bons megafones).

• Deve ser clara, objetiva e em termos positivos.

• Não repreender ou desafiar a massa.

• Exemplo: "Esta manifestação é ilegal, façam suas reivindicações através de outros


meios, caso contrário a Polícia entrará em ação efetuando detenções"

RECOLHIMENTO DE PROVAS

• Consiste em fotografar, filmar ou mesmo gravar fatos ocorridos para posterior


apresentação à justiça;

• As provas devem ser reunidas quanto à identidade dos líderes e seus auxiliares, seus
meios (cartazes, faixas, armas, intenções, etc.);

Muitas vezes, a simples presença de um fotógrafo atuando junto à tropa, causa um efeito nos
manifestantes que temem sua posterior identificação e, os que aproveitam do anonimato,
procurarão se esconder ou abandonar o local.

EMPREGO DE ÁGUA

• Veículos especiais (Gladiador PMGO), de Bombeiros ou Mangueiras de incêndio;

• Movimentar a multidão;

• Tinta inofensiva – identificação e efeito psicológico;

• Potencializa o efeito do CS (por isso que a água sempre que possível deve ser lançada
antes do agente lacrimogêneo).

EMPREGO DE INSTRTUMENTOS E TÉCNICAS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

• Observar a direção do vento (da tropa para multidão);


• Sempre que possível a tropa deverá estar equipada com máscaras de proteção
respiratória;

• Sempre que possível deve-se empregar as granadas que não produzem estilhaços,
dando assim uma última oportunidade de retirada para aqueles que não tem intenção
de enfrentar a tropa;

• Uma granada explosiva pode ser lançada para que se confunda a massa que ficará
receosa em apanhar as granadas lançadas anteriormente.

• Baixa concentração = fuga da multidão

• Alta concentração = Cegueira, atordoamento, pânico e etc.

CARGA DE CASSETETES

• Preferência na formação em linha;

• Deve ser rápida, segura e curta;

• A velocidade com que a multidão se dispersa é importante;

• Cassetete + verbalização = forte impacto psicológico;

• É um recurso extremo e traumático e como tal deve estar acompanhado de


embasamento legal e indispensabilidade;

• É efetuada da maneira mais ofensiva possível e o ânimo da tropa em dissolver a massa


deve estar latente e visível.

DETENÇÃO DE LÍDERES

• Feita preferencialmente durante a carga de cassetete.

• Uso do Serviço de Inteligência (agentes infiltrados na massa);

• Líder – geralmente são os primeiros a fugir;

• Desmoraliza o oponente e enfraquece a turba.

SEGURANÇA COM ARMA LETAL

• Arma de fogo portáteis letais

• Visa a incapacitação física e não a capacitação instantânea

• Age mediante ordem expressa do comandante da tropa

EMPREGO DE ARMA DE FOGO

• Medida a ser tomada pelo comandante de tropa (Obs. Sobre segurança do pelotão);

• Último recurso, quando se defronta com ataques armados.

• Cuidado para não atingir outros elementos da multidão, para isso devemos ter sempre
um bom campo de tiro.
CONSTITUIÇÃO BÁSICA DO PELOTÃO DE CHOQUE

- PELOTÃO DE CHOQUE PADRÃO: 26 HOMENS

- MÍNIMO DE 18 HOMENS

01 – Comandante de Pelotão – Oficial Subalterno

01 – Graduado Auxiliar;

02 – Comandantes de Grupo;

12 – Escudeiros;

02 – Lançadores – Lançamento por artefato próprio. AM 600, AM 640;

02 – Granadeiros – Lançamento manual;

02 – Atiradores – Gauge 12 com Munição de Impacto Controlado;

01 – Motorista;

01 – Homem extintor;

02 – Seguranças.

FORMAÇÕES DO PELOTÃO DE CHOQUE

• Básicas - Coluna por 2;

- Coluna por 3;

• Ofensivas - Linha;

- Cunha;

- Escalão à Direita;

- Escalão à Esquerda;

• Defensivas

- Estáticas - Guarda Baixa;

- Guarda Baixa Emassada;

- Dinâmicas - Guarda Alta;

- Guarda Alta Emassada;

- Escudos sobre a Cabeça ou Tartaruga;

- Escudos ao Alto.
BÁSICAS

OFENSIVAS

Em Linha

Em Cunha

Escalão a direita
Escalão a esquerda

DEFENSIVAS ESTÁTICAS

Guarda baixa

Guarda baixa emassada

DEFENSIVAS DINÂMICAS

Guarda Alta
Guarda Alta Emassada

Escudos sobre a cabeça ou Tartaruga

Escudos ao Alto

FORMAÇÕES DE APOIO

• Apoio Central;
• Apoio Lateral;

• Apoio Lateral Frente para a Lateral;

• Apoio Cerrado;

• Apoio Complementar.

FORMAS DE DESLOCAMENTO

• Em Frente – Comando utilizado em controle de multidões através do qual a tropa


direciona ou remove a multidão que não oferece resistência à ação da polícia. É
realizado em dois tempos. A partir da formação comandada, geralmente em linha, é
dado o comando de “EM FRENTE!”. Nesse momento, todos os componentes do
pelotão, partindo da posição “em guarda”, colam os calcanhares e aguardam o
comando de execução. Ao comando de “MARCHE!”, os escudeiros batem o cassetete
no escudo e bradam “CHOQUE” toda vez que o pé esquerdo tocar ao solo. Os demais
componentes do pelotão apenas bradam “CHOQUE” quando o pé esquerdo tocar ao
solo.
• Sem Cadência – Este deslocamento é realizado nos casos de aproximação da tropa de
locais de barricada ou da própria turba. Neste deslocamento não há nenhum tipo de
brado. A partir da formação comandada, é dado o comando de “SEM CADÊNCIA!”.
Nesse momento, todos os componentes do pelotão, partindo da posição “em guarda”,
colam os calcanhares e aguardam o comando de execução. Ao comando de
“MARCHE!”, os escudeiros se unem e a execução ocorre conforme os movimentos de
ordem unida convencional.

• Carga de Cassetete –O comando é dado normalmente a partir da formação em linha.


Após o comando de advertência, é dado o comando de “PREPARAR PARA CARGA!”.
Nesse momento, todos os componentes do pelotão abaixam a viseira do capacete e
aguardam o próximo comando. Ao comando de “PARA CARGA, POSIÇÃO!”, os
escudeiros erguem o cassetete verticalmente acima da cabeça e bradam “CHOQUE”.
Logo após, o comandante especificará a distância em que o pelotão deverá avançar, e
ao comando de “CARGA!” a tropa inicia o deslocamento onde todos os policiais
correrão gritando como forma de intimidação e demonstração de força.

• Embarque – Estando o pelotão de choque em coluna por dois com a frente voltada
para o mesmo sentido da frente do micro-ônibus, ao comando de “PREPARAR PARA
EMBARCAR!”, “EMBARCAR!”, todos fazem frente para a retaguarda e bradam
“CHOQUE”. Na sequência, os componentes do 1º grupo embarcam pela porta dianteira
do micro-ônibus e os do 2º grupo pela porta traseira. O segurança 21 fará a guarda da
porta dianteira e o segurança 22 fará a guarda da porta traseira.

• Desembarque – Estando o pelotão de choque embarcado, ao comando de “PREPARAR


PARA DESEMBARCAR”, os policiais deverão pegar seus materiais de porte e ajustar o
equipamento individual. Na sequência o comandante do pelotão indicará para qual
lado da viatura a tropa deverá desembarcar (direita, esquerda, frente ou retaguarda).
No comando de “DESEMBARCAR!”, todos batem o pé direito no solo do micro, e os
escudeiros batem o pé e a ponta do cassetete no solo do micro-ônibus bradando
“CHOQUE” de forma simultânea. A sequência do desembarque é a mesma do
embarque, ou seja, os componentes do 1º grupo desembarcam pela porta dianteira e
os do 2º grupo pela porta traseira. No desembarque os seguranças desembarcam
primeiro e ficam fazendo a segurança do pelotão até que o último desembarque com
segurança.

COMANDO DE PELOTÃO

• Advertência;

• Comando propriamente dito;

- Posição;

- Frente;

- Formação;

• Execução.

EXEMPLO DE COMANDO PARA FORMAÇÃO OFENSIVA


• Advertência: Atenção Pelotão ou somente Pelotão!

• Comando propriamente dito:

• Posição: 10 metros à frente, direita, esquerda ou retaguarda;

• Frente: frente à esquerda; direita ou retaguarda

• Formação: em linha, em cunha etc;

Execução: Marche; ou Marche Marche.

EXEMPLO DE COMANDO PARA FORMAÇÃO DEFENSIVA

• Advertência: Atenção Pelotão ou somente Pelotão!

• Comando propriamente dito:

• Posição: 10 metros à frente, direita, esquerda ou retaguarda;

• Frente: frente à esquerda; direita ou retaguarda;

• Formação: guarda baixa;

• Execução: Posição.

Aula IV – CHOQUE LIGEIRO: ESTUDO DOUTRINÁRIO

1. Objetivo:

O Choque Ligeiro como alternativa utilizada pelo BPMChoque no reestabelecimento da ordem


tem como principal função dar mobilidade à tropa para que a mesma consiga dar uma resposta
imediata e rápida em alguma situação que envolva distúrbio civil e rompimento da ordem
pública em eventos de menores proporções.

O emprego do Batalhão de Choque na modalidade de Choque Ligeiro, se dá de forma


excepcional, e será realizado por, no mínimo, duas equipes de Choque Motorizado que estarão
realizando o patrulhamento tático especial e assim que acionadas deslocarão de pronto em
situações excepcionais com o conhecimento e aquiescência do Comandante do Batalhão de
Choque

a. 1ª opção:
- 02 equipes – 08 policiais.
FUNÇÕES BÁSICAS DOS COMPONENTES DA FRAÇÃO DE CHOQUE
Comandante do Choque Ligeiro - será o Policial Militar mais antigo das equipes de
Choque presente no local e estará embarcado na primeira viatura. É responsável pela
coordenação e controle nas ações de Choque.
Atirador - é o segundo Policial Militar mais antigo das duas equipes de Choque
presente no local, sendo responsável por repelir as agressões impetradas contra os
policiais e auxiliar o Comandante do Choque Ligeiro.
Atirador / Segurança – será o motorista da equipe mais antiga, além de atuar na
condição de atirador, ficará responsável pela segurança da fração de Choque, repelindo
as agressões impetradas contra os policiais que possam vir pela retaguarda.
Escudeiros – será o 4º homem da primeira viatura (viatura do Comandante) e o 3º e 4º
homem da segunda. São os responsáveis pela proteção da Fração de Choque contra o
arremesso de objetos;
Granadeiro / Lançador - será o 3º homem da primeira viatura (viatura do
Comandante), ao comando do comandante da fração, fará os lançamentos manuais ou
com auxílio de armamento próprio.
Motoristas - são os responsáveis pela condução das viaturas de Choque, devendo
primar pela sua segurança, além de comunicar-se com o Copom durante a operação,
solicitar apoio operacional das demais equipes ou informar alguma alteração ao
Choque Comando quando este não se fizer presente no cenário de operações.

- FRAÇÃO DE CHOQUE EMBARCADA EM COLUNA POR DOIS

- DESEMBARQUE FRAÇÃO DE CHOQUE

- FRAÇÃO DE CHOQUE DESEMBARCADA, VTRs EM COLUNA POR UM

- FRAÇÃO DE CHOQUE DESEMBARCADA SEM APOIO DAS VTRS (06 POLICIAIS)

- FRAÇÃO DE CHOQUE DESEMBARCADAS SEM O APOIO DAS VTR’S (FRAÇÃO COM 07


POLICIAIS)
- FRAÇÃO DE CHOQUE DESEMBARCADA SEM APOIO DAS VTRS (07 POLICIAIS)

b. 2ª opção:
- 03 equipes – 12 Policiais;
FUNÇÕES BÁSICAS DOS COMPONENTES DA FRAÇÃO DE CHOQUE
Comandante do Choque Ligeiro - será o Policial Militar mais antigo das equipes de
Choque presente no local e estará embarcado na primeira viatura. É responsável pela
coordenação e controle nas ações de Choque.
Atiradores – serão os comandantes da segunda e terceira equipe de Choque presentes
no local, sendo responsáveis por repelir agressões impetradas contra os policiais e
auxiliar o Comandante do Choque Ligeiro.
Segurança – será o 4º homem da equipe mais antiga, ficará responsável pela segurança
da fração de Choque, repelindo as agressões impetradas contra os policiais que
possam vir pela retaguarda.
Granadeiro / Lançador - será o 3º homem da primeira viatura (viatura do
Comandante), ao comando do comandante da fração, fará os lançamentos manuais ou
com auxílio de armamento próprio.
Escudeiros – serão os componentes do banco traseiro da segunda e terceira viatura
São os responsáveis pela proteção da Fração de Choque contra o arremesso de
objetos;
Motoristas - são os responsáveis pela condução das viaturas de Choque, devendo
primar pela sua segurança, além de comunicar-se com o Copom durante a operação,
solicitar apoio operacional das demais equipes ou informar alguma alteração ao
Choque Comando quando este não se fizer presente no cenário de operações.

- FRAÇÃO DE CHOQUE EMBARCADA EM COLUNA POR TRÊS

- FRAÇÃO DE CHOQUE DESEMBARCADA, VTRs EM COLUNA POR TRÊS


- FRAÇÃO DE CHOQUE DESEMBARCADA, VTRs EM COLUNA POR UM PELOTÃO COM 9
POLICIAIS

Se não houver a possibilidade de deslocamento das viaturas juntamente com o pelotão de


Choque, por determinação do comandante da fração, os motoristas

ficarão na segurança das viaturas, podendo o mais antigo a frente da operação, e quando assim
for conveniente, optar por deixar apenas dois policiais na guarda das VTR´s. Neste caso, o
motorista mais antigo assumirá a função de granadeiro / lançador e se juntará ao pelotão a pé.

AULA V – OPERAÇÕES DE CHOQUE EM PRAÇAS DESPORTIVAS

O policiamento de choque em praças desportivas pode ser de caráter preventivo, dissuasivo ou


repressivo. Neste último caso, em situações de quebra da ordem pública. Essa modalidade de
policiamento divide-se em três frentes específicas:

1.1 Divisão de torcidas;

1.2 Proteção da equipe de arbitragem;

1.3 Escolta das delegações esportivas.

AGENTES QUÍMICOS

• A utilização de agentes lacrimogêneos no interior de locais de evento em ações de


controle de multidões deve ser precedida de criteriosa avaliação, considerando o
contexto do teatro de operações e observando o uso diferenciado da força aplicada à
operações de choque. Isso ocorre devido à 160 setorização do local, ao terreno
irregular, por se tratar de um local confinado, além da falta de distância mínima de
segurança entre a tropa e o público.

• O agente lacrimogêneo poderá provocar uma fuga em massa, bem como o


confinamento do público em locais inapropriados, além de uma superlotação das
poucas vias de fuga existentes, podendo resultar em lesões corporais e até mesmo
morte.

• O emprego de agentes lacrimogêneos na área externa dos locais de eventos poderá


gerar um efeito negativo na desocupação do seu interior.

• A utilização de agressivos químicos dentro de local de evento somente será aceitável


em casos excepcionais e/ou diante de excludentes de ilicitude.

• É considerado um dos últimos recursos para que não haja um mal maior.

USO DE MUNIÇÃO DE IMPACTO CONTROLADO

• O uso de munições de impacto controlado no local de eventos ou praças desportivas


ocorrerá somente sob ordem direta, clara e específica do comandante da tropa.

• Nas hipóteses em que o atirador, devidamente habilitado, vislumbrar a presença do


agressor ativo em situação que coloque em risco a integridade física própria ou de
terceiros, poderá efetuar os disparos necessários para cessar a injusta agressão, sem a
necessidade de ordem superior.

• O disparo deverá ser realizado de modo seletivo, isto é, preciso, com alvo determinado
(identificado) e direcionado para os membros inferiores de agressor ativo. Não se deve
utilizar a munição de elastômero para dispersão ou movimentação de massas.

PLANEJAMENTO

Em eventos esportivos, mostra-se importante o histórico das torcidas nos últimos jogos e o
acompanhamento das provocações e confrontos marcados 161 pela internet, redes sociais ou
qualquer outro meio. Durante o planejamento, deve haver um comando unificado da missão-
tarefa entre o Batalhão de Polícia Militar de Choque e o Batalhão responsável pelo
policiamento do jogo, de modo a se estruturar linhas de ação e definir responsabilidades.

O cálculo do efetivo a ser empregado no policiamento em locais de espetáculos públicos sofre


a ação de inúmeras variáveis. São exemplos de fatores que influenciam no quantitativo de
policiais a serem empregados:

• Natureza da disputa a ser realizada;

• Características do local;

• Momento psicológico;

• Interesse de terceiros;

• Atenção dada pela imprensa ao evento;

• Condições climáticas e atmosféricas;

• Cobertura irradiada e/ou televisionada ou não, simultaneamente com a competição;


DIVISÕES DE SETORES

Para melhor compreensão do local e para facilitar a feitura do planejamento e divisão do


efetivo a ser empregado, as praças desportivas são divididas em setores, a saber:

• 1º Setor: compreende posto de comando, pinças, arrecadação, escolta de arbitragem e


local de estacionamento de viaturas;

• 2º Setor: arquibancada inferior;

• 3º Setor: arquibancada;

• 4º Setor: cadeiras;

• 5º Setor: tribuna de honra.

DIVISÃO DE TORCIDAS

• A função da divisão de torcidas é impedir o atrito entre os integrantes das torcidas


adversárias.

• Os policiais da divisão de torcidas devem ser imparciais, não permitindo que alguém
ultrapasse a divisão, independentemente do lado.

• O pelotão de choque padrão é composto por 26 (vinte e seis) policiais militares. Na


adaptação para a divisão de torcidas, cada grupo, composto por 12 (doze) policiais,
otimizando as funções conforme a natureza da missão, ficará a cargo de uma linha,
dispondo-se paralelamente à grade de proteção, com a frente voltada para a torcida,
observando a distância mínima de segurança de trinta metros entre as linhas.

• O comandante do policiamento posiciona-se ao centro, juntamente com o auxiliar do


pelotão, para melhor visualização do efetivo empregado e transmissão das ordens
necessárias.

• Na divisão de torcidas, os escudeiros portam apenas seus bastões, permanecendo os


escudos em local seguro e pronto para o emprego, caso seja necessário.

ESCOLTA DE ARBITRAGEM

• A atribuição principal da escolta é dar segurança aos árbitros (jogo de futebol). A


escolta dos árbitros será comandada, em regra, por um Subtenente ou Sargento, sendo
auxiliado por outros policiais militares que exercerão funções especificas. O efetivo
ideal da escolta de arbitragem é de 08 (oito) policiais militares, dispostos da seguinte
maneira:

• 01 Comandante;

• 05 Escudeiros;

• 01 Granadeiro;

• 01 Atirador com munição de impacto controlado.

ESCOLTA DE ARBITRAGEM

• As praças desportivas deverão ter um local apropriado e reservado especialmente para


os policiais responsáveis pela escolta de arbitragem.

• O efetivo permanecerá no espaço destinado, atento a qualquer comportamento que


possa oferecer risco ao grupo de arbitragem, com os escudos acomodados, prontos
para atender qualquer solicitação.

• Ao perceber qualquer anormalidade dentro do campo, deverão se postar prontos para


entrar e intervir, se necessário.

• Faz-se obrigatório orientar os árbitros a posicionarem-se juntos no centro do gramado


em caso de ocorrência. Tal atitude facilitará a proteção deles.

• Ao término do jogo a escolta deve se posicionar ao lado dos árbitros e acompanhá-los


até o vestiário.

• A proteção deve estender-se até que o árbitro esteja seguro e dispense a escolta
expressamente.

• A escolta de árbitros só ultrapassará as linhas que delimitam o local de realização da


competição quando:

I) A arbitragem solicitar;

II) A arbitragem estiver em sério risco;

III) Houver quebra do princípio da legalidade, como brigas envolvendo jogadores,


profissionais da imprensa e outros.
• Em caso de invasão ao campo por parte de um ou poucos torcedores, os policiais da
escolta de arbitragem permanecem onde estão, deixando a cargo dos “pinças” a
retirada dos invasores.

• No caso de tumulto que comprometa a integridade física dos árbitros e seja


indispensável o uso de instrumentos de menor potencial ofensivo, é indicado a
aplicação do espargidor de solução lacrimogênea de uso coletivo pelo comandante da
escolta, considerando sempre a aceitabilidade de agentes lacrimogêneos no interior de
praças desportivas.

PROCEDIMENTOS EM CASO DE INVASÃO DO CAMPO

Em caso de invasão do campo, segue a prioridade de proteção da célula de choque responsável


pela proteção da equipe de arbitragem:

• Proteção dos árbitros;

• Proteção dos jogadores;

• Proteção de profissionais da imprensa;

• Proteção do patrimônio;

Em caso de invasão de poucos torcedores ou um único torcedor, a detenção será de


responsabilidade dos pinças. A retirada dos invasores deverá ser realizada de forma a não
agredí-los fisicamente, conduzindo-os para fora do campo utilizando os conhecimento de
defesa pessoal no que diz respeito à imobilização e condução dos detidos.

Em caso de invasão generalizada, o comandante da tropa de choque determinará para que se


formem duas linhas de Policiais Militares, equidistantes cerca de 3 (três) metros uma da outra,
voltadas para a maior saída do campo (vias de fuga), sendo que a 1ª linha com os cassetetes
em mãos farão a retirada dos invasores e a 2ª linha nos mesmos moldes realizará o rescaldo no
campo.

Para realizar tal procedimento, uma das linhas deverá ser formada por parte do policiamento
que compõe a divisão de torcidas.

O avanço dessas linhas se dará de forma calma, conduzindo o público para a saída e com
velocidade compatível com a do público invasor, de tal forma que não provoque correrias,
pisoteamentos, pânico, etc;

Após a retirada do público invasor, os portões deverão ser fechados

O comandante do policiamento, dependendo das circunstâncias de momento, poderá manter a


menor torcida ou a torcida da agremiação esportiva que saiu vencedora na disputa, no estádio
até que sua saída se torne segura, isso em caso de público pequeno. Em quantidades iguais de
público, cada torcida deverá sair por um local separado, de maneira que elas não se cruzem
dentro e nas proximidades do estádio.
ESCOLTA DE DELEGAÇÕES ESPORTIVAS

A escolta de delegações esportivas deverá ser realizada pelo efetivo do Batalhão de Polícia
Militar de Choque mediante requisição das agremiações esportivas para a seção de
planejamento da Polícia Militar do Estado de Goiás.

Para a realização de tal atribuição é necessário ser repassado para o efetivo do Batalhão de
Polícia Militar de Choque o local onde a agremiação esportiva se encontra concentrada para a
realização da partida e o horário em que esta sairá com destino à praça desportiva em que
haverá o embate esportivo.

Uma vez estabelecido contato com as delegações, será realizado pelo Oficial PM Choque
Comando o planejamento da escolta, definindo as condições de embarque, deslocamento e
desembarque, sempre observando durante o trajeto a legislação de trânsito vigente.

A escolta poderá ser efetuada com uma, duas ou três viaturas, obedecendo a seguinte
disposição:

• Escolta com UMA viatura: Na escolta com uma viatura de Choque, o ônibus da
delegação esportiva deverá se deslocar na frente, sendo acompanhado pela equipe de
Choque à retaguarda;

• Escolta com DUAS viaturas: Na escolta com duas viaturas de Choque, o ônibus da
delegação desportiva deverá se deslocar entre as duas equipes de Choque, sendo a
viatura mais moderna à frente e a viatura do Comandante da operação à retaguarda,
com o escopo de obter uma visão geral dos acontecimentos;

• Escolta com TRÊS viaturas: Na escolta com 3 (três) viaturas de Choque, o ônibus da
delegação desportiva deverá se deslocar imediatamente à retaguarda da primeira
viatura, deslocando a viatura mais moderna logo após o veículo de transporte dos
atletas e a viatura do Comandante da operação fechando o comboio, com o escopo de
obter uma visão geral dos acontecimentos

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