Você está na página 1de 1



Pesquisar

PERDEU A RAZÃO

Invasão de domicílio não


pode ser fundamentada
só em denúncia anônima
Redação Conjur
9 de fevereiro de 2022, 14h16

Editorias: Criminal

A
mera denúncia anônima, desacompanhada
preliminares indicativos de crime, não legiti
no domicílio indicado, estando ausente,
nessas situações, justa causa
para a medida. Com base nesse
entendimento, o ministro Reynaldo
Soares da Fonseca, do Superior Tribunal
de Justiça, anulou as condenações de um
homem por tráfico de drogas e porte
ilegal de armas.

Rafael Luz

Reynaldo da Fonseca entendeu que houve ilegalidade


na ação do policiais
Rafael Luz

Após receber uma denúncia anônima,


policiais militares invadiram a casa do
réu sem mandado judicial em busca de
drogas e arma. No local encontraram 6g
de crack e 90g de maconha, além de uma
arma com numeração raspada. No
recurso especial, a defesa alegou a
nulidade da prova decorrente do ingresso
irregular dos policiais na residência do
acusado sem mandando de busca e
apreensão.

Ao analisar o caso, o ministro Reynaldo


da Fonseca, afirmou que
o Supremo Tribunal Federal definiu, em
repercussão geral, que o ingresso forçado
em domicílio sem mandado
judicial apenas se revela legítimo quando
amparado em fundadas razões,
devidamente justificadas pelas
circunstâncias do caso concreto, que
indiquem
estar ocorrendo, no interior da casa, situaçã
de flagrante delito.

Diante disso, o magistrado ressaltou que


a mera denúncia anônima
desacompanhada de elementos
preliminares que indiquem ocorrência de
crime não constitui justa causa para o ingre
autoridades policiais, mesmo que se trate
de crime permanente. É indispensável
que, a partir da notícia anônima, a
autoridade policial faça diligências
preliminares para atestar a veracidade
das informações recebidas.

Para Fonseca, no caso, não houve


qualquer referência à prévia
investigação, monitoramento ou
campanas no loca, havendo, apenas, a
descrição da denúncia anônima, de
maneira que não se configurou o
elemento "fundadas razões" a autorizar o
ingresso no domicílio do acusado,
o que torna ilícita a apreensão do material
em sua residência.

O advogado de defesa Pedro Said Júnior,


do escritório Said&Said Advogados
Associados, afirmou que o caso reforça a
necessidade de a lei ser respeitada,
sobretudo, por quem age em nome dela.
"Ações como esta, ilegais, são comuns
nas regiões mais pobres e os resultados,
muitas vezes, são prisões injustas, vidas
destruídas, um sistema carcerário lotado
e um Judiciário atolado em processos."

REsp 1.977.658

Tags:

compartilhe

Redação Conjur

Receba nosso boletim de notícias

Digite seu e-mail

RECEBER

Encontrou um erro? Avise


nossa equipe!

1 Comentários

Relacionadas

CARIMBO DE APROVAÇÃO

Seccionais recebem selo de


qualidade da Ouvidoria da
OAB

NOVIDADE EM DEBATE

Tributaristas fazem críticas


à reforma aprovada pelo
Senado

PALAVRAS AO VENTO

TRF-1 confirma decisão que


trancou ação penal contra
empresário

PACOTE PERIGOSO

STF estabelece critérios


sobre prova obtida por meio
de abertura de
correspondência

VISITA ILUSTRE

Ministra Daniela Teixeira é


recebida por Simonetti em
evento da OAB

INQUIETAÇÕES TRIBUTÁRIAS

Presidente do Cesa
demonstra preocupação
com projeto de tributação
de dividendos

MUNDO VERDE

Ministro do STJ elogia


dispositivo sobre
responsabilidade civil
ambiental

RISCOS À DEMOCRACIA

Governo constitucional
deve ter limitações contra o
arbítrio, diz advogado

TAMBÉM QUERO

Caso de Brumadinho
levanta debate sobre
legitimidade para execução
de TAC

RECEBA NOSSO BOLETIM DE NOTÍCIAS

Digite seu e-mail

RECEBER

5 RECOMENDAÇÕES DE LEITURA

Seccionais recebem selo


de qualidade da Ouvidoria
da OAB

Tributaristas fazem
críticas à reforma
aprovada pelo Senado

TRF-1 confirma decisão


que trancou ação penal
contra empresário

STF estabelece critérios


sobre prova obtida por
meio de abertura de
correspondência

Ministra Daniela Teixeira


é recebida por Simonetti
em evento da OAB

Pesquisar

CONJUR

Quem Somos
Equipe
Fale Conosco

PUBLICIDADE

Anuncie na ConJur
Anuários Conjur

ESPECIAIS

Especial 20 anos
Eleições 2022
Especial 25 anos

PRODUTOS

Livraria
Anuários
Boletim Jurídico

Consultor Jurídico 2022. Todos


os direitos reservados.
ISSN 1809-2829
www.conjur.com.br

Você também pode gostar