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DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE PANCREATITE EM GATOS E CÃES

Hugo Rafael de Lima Cipriano


RA: 124527014199

RESUMO
A pancreatite em gatos e cães é uma condição inflamatória do pâncreas que requer
diagnóstico e tratamento cuidadosos. O diagnóstico envolve a avaliação de sintomas
clínicos, exames de sangue, ultrassonografia abdominal e, em casos graves ou atípicos,
biópsia. O tratamento inclui suporte nutricional, terapia de fluidos intravenosos,
medicação para controlar vômitos e dor, além do tratamento de complicações. A
monitorização regular do animal é essencial. O diagnóstico e tratamento devem ser
realizados por um veterinário qualificado, pois a pancreatite pode ser uma condição grave
e potencialmente fatal se não for tratada adequadamente. O prognóstico varia de acordo
com a gravidade da doença e a prontidão do diagnóstico e tratamento.
Palavra-chave:
Pâncreas; Diagnóstico; Tratamento
1. INTRODUÇÃO
A pancreatite é uma condição inflamatória do pâncreas que pode afetar gatos e cães,
representando um desafio diagnóstico e terapêutico para médicos veterinários. Essa
enfermidade pode se manifestar de forma aguda ou crônica e, quando não tratada
adequadamente, pode ser potencialmente letal para os animais de estimação. Este artigo
explora os principais aspectos do diagnóstico e tratamento da pancreatite em gatos e cães,
destacando a importância de uma abordagem profissional para garantir o bem-estar desses
animais de companhia.
O processo inflamatório deste órgão é definido como pancreatite, onde há infiltrado
inflamatório, fibrose e perda do parênquima pancreático, geralmente resultado de
ativação inapropriada das enzimas da glândula (WILLIAMS, 2008). Quadro inflamatório
esse, capaz de afetar outras estruturas próximas e que pode ser subdividido em pancreatite
aguda ou crônica (JERICÓ et al., 2015).
A pancreatite é a doença mais comum do pâncreas exócrino e que frequentemente
participa da rotina clínica de pequenos animais. Seu quadro clínico inespecífico,
geralmente traz alterações gastrointestinais e acometimento de outros sistemas exige uma
gama de cuidados clínicos, desde a abordagem terapêutica até o manejo nutricional para
que tenhamos sucesso no tratamento dos pacientes portadores desta afecção (CARDOSO,
2015; STEINER, 2003).
Um maior número de ocorrências de pancreatite é observado em animais de meia-idade
a idosos e castrados, tanto fêmeas quanto machos (NELSON & COUTO, 2015).
Entretanto, segundo Birchard & Sherding (2008), citam que as fêmeas são as mais
afetadas. Cães das raças Terrier, Schnauzer miniatura, Labrador Retriever, Poodle,
Cocker Spaniel e Husky Siberiano são citados como mais susceptíveis a pancreatite aguda
(NELSON & COUTO 2015; BIRCHARD & SHERDING 2008).

2. MATERIAL E MÉTODOS
Os materiais e métodos para o diagnóstico e tratamento da pancreatite em gatos e cães
envolvem uma série de abordagens clínicas e laboratoriais. Aqui estão algumas das
principais considerações:
Anamnese e Exame Físico:
Coleta detalhada de informações sobre a história clínica do animal, incluindo sintomas,
dieta e histórico médico anterior.
Exame físico para identificar sinais clínicos, como dor abdominal, vômitos, diarreia e
anorexia.
Exames de Sangue:
Avaliação dos níveis séricos de amilase e lipase para verificar se há elevação dessas
enzimas, embora elas não sejam específicas para pancreatite.
Hemograma completo para avaliar a presença de inflamação sistêmica.
Ultrassonografia Abdominal:
Utilização de ultrassonografia para avaliar o tamanho, a forma e a ecogenicidade do
pâncreas, bem como para identificar a presença de acúmulo de fluido ou alterações
estruturais.
Biópsia:
Em casos graves ou atípicos, pode ser realizada a biópsia do pâncreas por laparotomia ou
endoscopia para um diagnóstico definitivo.
Exames Adicionais:
Radiografias abdominais e tomografia computadorizada podem ser úteis em casos
complicados para avaliar outras anormalidades.
Tratamento:
O tratamento da pancreatite em gatos e cães envolve várias etapas, incluindo:
Suporte nutricional: Muitos animais ficam anoréxicos, e a nutrição enteral pode ser
necessária.
Terapia de fluidos: Administração de fluidos intravenosos para tratar a desidratação e
manter a pressão sanguínea.
Medicação: Uso de antieméticos, analgésicos e antibióticos conforme necessário.
Controle da inflamação: Corticosteroides podem ser indicados em alguns casos.
Tratamento de complicações: Abordagem das complicações que podem surgir devido à
pancreatite, como infecções secundárias, diabetes ou insuficiência pancreática exócrina.
Monitorização:
Monitorização regular do animal durante o tratamento, incluindo exames de sangue e
avaliações clínicas, para verificar a resposta terapêutica e possíveis complicações.
Prognóstico:
O prognóstico varia dependendo da gravidade da pancreatite e da prontidão do
diagnóstico e tratamento. Casos graves podem ser desafiadores e requerem cuidados
intensivos.
É fundamental que todo o processo de diagnóstico e tratamento seja realizado por um
veterinário qualificado, uma vez que a pancreatite é uma condição que pode ser grave e
potencialmente fatal para gatos e cães. A escolha das técnicas diagnósticas e da
abordagem terapêutica adequada dependerá da apresentação clínica do animal e de
avaliações médicas profissionais.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados do diagnóstico e tratamento da pancreatite em gatos e cães podem variar
consideravelmente de acordo com a gravidade da condição, a prontidão do diagnóstico e
a eficácia do tratamento. Em casos leves, os animais podem se recuperar com sucesso
com intervenções relativamente simples, enquanto casos mais graves podem ser
desafiadores e exigir cuidados intensivos. Os principais resultados incluem:
Diagnóstico: A combinação de anamnese, exames de sangue, ultrassonografia abdominal
e, em casos graves, biópsia, permite o diagnóstico eficaz da pancreatite em gatos e cães.
A elevação das enzimas amilase e lipase pode ser indicativa, embora não sejam
específicas.
Nutrição: A manutenção da nutrição é fundamental durante o tratamento, uma vez que a
anorexia é um sintoma comum. A administração de alimentação enteral pode ser
necessária para garantir que o animal receba os nutrientes essenciais.
Medicação: O uso de medicamentos como antieméticos e analgésicos ajuda a controlar
os sintomas e melhorar o conforto do animal durante o tratamento.
Complicações: A pancreatite pode levar a complicações, como infecções secundárias,
diabetes e insuficiência pancreática exócrina. O tratamento de tais complicações é
essencial para o sucesso do tratamento.
Papel do Veterinário: A pancreatite é uma condição que requer cuidados profissionais
especializados. O diagnóstico correto e o tratamento adequado devem ser realizados por
um veterinário experiente.
Em resumo, o diagnóstico e tratamento da pancreatite em gatos e cães são processos
complexos que envolvem uma abordagem multifacetada. A detecção precoce, a terapia
agressiva e a monitorização constante são cruciais para melhorar o prognóstico e garantir
o bem-estar dos animais afetados. Além disso, a prevenção e o manejo de fatores de risco,
como dietas inadequadas, também desempenham um papel importante na redução da
incidência dessa condição.
REFERÊNCIAS:
NELSON, R. W.; COUTO, C. G. Medicina interna de pequenos animais. (4ª ed.). Buenos
Aires, República Argentina: Inter-Médica Editorial, 2010.
JERICÓ, M. M.; DE ANDRADE NETO, J. P.; KOGIKA, M. M. Doenças do pâncreas
exócrino. In: SILVA, R.D. Tratado de medicina interna de cães e gatos. 1.ed. Rio de
Janeiro: ROCA, p. 3177-3202, 2015.
CARDOSO, C. F. B. G. Abordagem da pancreatite canina e felina: Do diagnóstico clínico
ao diagnóstico histopatológico. 2015. 106f. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de
Medicina Veterinário, Universidade de Lisboa, Lisboa.

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