Província de Niassa já conta com um

Laboratório de Saúde Pública P.04

NGANI
Moçambique falando por si!
Segunda-feira, 04 de Dezembro de 2023
Propriedade: Info-Media - Edição Semanal 112 Ano III
Preço: 50,00 MT
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Ivo Garrido considera o processo eleitoral

“uma tragédia” na história do país
NGANI - Segunda-feira, 04 de Dezembro de 2023
PRM está a ser expulsa do posto policial
“emprestado” há 14 anos em Mandimba
A Polícia da República
de Moçambique (PRM)
na sede da Localidade
de Mississi, Posto
Administrativo de
Mitande, distrito de
Mandimba, a sul da pro-
víncia de Niassa, está
a ser pressionada pela
União dos Camponeses
de Mississi, a retirar-se
da infra-estrutura “em-
prestada” há 14 anos
para servir de posto po-
licial e prestar serviços
ao cidadão comum.
PEDRO FABIÃO
O
membro do
C o n s e l h o
Consultivo Distrital
de Mandimba,
Manuel Liquida, contou ao
NGANI que anteriormente a
PRM em Mississi usava uma ca-
bana simples que acabou por se
destruir. Depois disso, as auto-
ridades governamentais locais
em parceria com a própria po-
lícia pediram por emprestado a
casa da União dos Camponeses
de Mississi, tendo sido aceites.
Contudo, passados quase quin-
ze anos a agremiação exige o seu
edifício, mas a policia não tem
onde trabalhar.
Liquida disse que diante da si-
tuação, o Comando Distrital da
PRM de Mandimba disponibi-
lizou algumas chapas de zinco,
incluindo barrotes e pediu a co-
munidade local para fabricar tijo-
los visando construir um edifício
condigno para os “Homens da
Lei e Ordem”, mas a população
recusou-se ao pedido, alegando
que o Ministério do Interior tem
fundos específicos para o efeito.
“Eu penso que o Governo
provincial deve fazer refor-
ços para erguer um comando
Administrador de Mandimba e o Chefe do Posto Administrativo de Mitande
para eles operaram lá ao invés
de discutirem com essa associa-
ção, pois o edifício é da agremia-
ção”, recomendou Liquida. O
Presidente da Plataforma Distrital
de Mandimba, Domingos Pápio,
afirmou que apesar de a polícia
estar a funcionar normalmente
na prestação de serviços ao cida-
dão, o que interessa são as infra-
-estruturas onde funciona, princi-
palmente nas localidades, em que
praticamente não existem. Para
além de Mississi, por exemplo, na
sede do Posto Administrativo de
Lissiete, a esquadra local funcio-
na numa casa que pertence ao sec-
tor de Agricultura, acontecendo
o mesmo em Meluluca, ainda em
Mandimba.
“Não existem infra-estrutura pa-
ra eles. Digo isso porque todas as
infra-estruturas são improvisadas.
Em Mississi quase que não existe
posto policial. O que lá tem está
a funcionar debaixo de uma man-
gueira e quando chove eles se refu-
giam na varanda de uma associa-
ção que está próxima. Até quando
fomos trabalhar com o Conselho
Consultivo levantou-se a questão
do posto policial de Mississi que
funciona numa varanda”, disse
Pápio.
Diante da situação, Pápio ape-
lou para que seja construída uma
infra-estrutura adequada visando
manter a segurança na região, por
se tratar de uma localidade que
dista à 80 km da sede distrital de
Mandimba.
Em contacto com NGANI
na última terça-feira (28/11), o
Chefe do Posto Administrativo de
Mitande, no distrito de Mandimba,
Mussa Gunde, negou que a PRM
trabalha ao relento, mas aceitou
que a sua “esquadra” está a funcio-
nar numa casinha inadequada que
pertence a União de Camponeses
de Mississi, com divisões que são
transformadas em salas para o
atendimento. Uma para o gabine-
te do comandante e outra é uma
cela, desde 2009. No total o posto
conta com quatro agentes.
Sem avançar datas, Gunde real-
çou que a avaliar pelo crescimen-
to populacional que se regista na
região, há algum esforço a ser
aprimorado no Governo para ul-
trapassar este problema, à seme-
lhança do que foi feito anterior-
mente em Mitande, sede do Posto
Administrativo.
“Há um trabalho que está a ser
feito para termos um posto poli-
cial na localidade de Mississi. Não
temos orçamento e não havendo
optamos por pedir uma associa-
ção e eles acabaram nos cedendo
porque o local estava desocupado,
P02
SOCIEDADE
enquanto esperávamos pelo di-
nheiro para a construção do pos-
to policial”, referiu Gunde. Em
entrevista à nossa reportagem pa-
ra saber mais sobre os contornos
em que a PRM opera num estabe-
lecimento impróprio e, sobretudo
emprestado da sociedade civil, ao
ponto de ser expulsa, o adminis-
trador do distrito de Mandimba,
Braimo Mahie, não confirmou a
informação porque não sabia do
assunto, mas disse que vai se ins-
tituir uma comissão para apurar a
veracidade dos factos no terreno.
Caso se confirme que a polícia
depende de um edifício impróprio,
vai se criar uma equipa de coorde-
nação junto das autoridades com-
petentes ao nível provincial, por-
que não compete só ao Governo
do distrito devido a escassez fun-
dos para o efeito.
“Esperamos a quem de direi-
to para o fazer. Não é o nosso
Governo que vai construir a es-
quadra. Não! É como falar de
Registo Civil, todas estas institui-
ções são tuteladas por áreas espe-
cíficas. Mas, não ficamos alheios
aos problemas. São problemas do
distrito, nós estamos em frente e,
em alguns casos somos monitores
para bem-estar da população”, dis-
se o administrador.
NGANI - Segunda-feira, 04 de Dezembro de 2023
Comida para doentes enche o estômago dos
funcionários do centro de saúde de Anchilo
Nos últimos dias, os uten-
tes em regime de interna-
mento no centro de saúde
de Anchilo, no distrito
de Nampula, queixam-se
de maus tratos protago-
nizados por enfermeiros
afectos àquela unidade
sanitária, que dista a 30
quilómetros da apelidada
Capital do Norte.
AGOSTINHO MIGUEL
N
o rol das preocupa-
ções dos doentes,
consta o desvio de
produtos alimen-
tares, em quantidades maiores,
nomeadamente, arroz, farinha de
milho, feijões para além das fa-
mosas cobranças ilícitas, na ma-
ternidade, concretamente no pe-
ríodo de parto.
Os denunciantes dizem que a
situação acontece sob a conivên-
cia dos dirigentes do hospital no-
meadamente, o director do respec-
tivo centro de saúde em conluio
com o seu administrativo. Os in-
satisfeitos revelaram ao NGANI
que rarmente recebem comida,
pese embora o centro seja abas-
tecido frequentemente com pro-
dutos alimentares, doados na sua
Urge sensibilizar a população a consumir alimentos
combinados e de alto valor nutricional
“A zona Norte do país possui
condições agro-ecológicas favo-
ráveis para a prática da agricultu-
ra, com 70% da população a viver
com base nesta actividade. Com
uma boa distribuição da precipita-
ção, há condições para a suficiên-
cia da produção para o consumo
e exportação, porém verificam-se
níveis elevados de desnutrição”
neste ponto do país.
A informação acima é parte
das constatações de um estudo
apresentado na última sexta-feira
(24.11) por Lucas Tualufo, respon-
sável da Repartição Provincial de
“Andei em muitos hospitais. Mas o centro de saúde de Anchilo é um inferno”
maioria por pessoas de boa von-
tade e que pretendem transmitir à
esperança de vida aos enfermos.
Os queixosos decidiram em unís-
sonoreclamar, acrescentando que
por vezes, preferem recorrer aos
outros centros de saúde ou a me-
dicina tradicional para se tratar,
devido a anarquia implantada em
Anchilo.
Revelaram que têm visto car-
ros a descarregar comida para
os doentes no recinto do centro,
mas nunca recebem refeições,
situação que consideram desu-
mana. Outros chegam a recor-
rer a mercados que funcionam
nas imediações para comprar co-
mida e água e caso não tenham
Segurança Alimentar e Nutricional
do Niassa, que aponta como possí-
veis razões dos altos níveis de des-
nutrição os hábitos alimentares re-
lacionados com costumes étnicos,
como é o caso da proibição do con-
sumo de ovo e cenoura por mulhe-
res grávidas, com explicações ba-
seadas em mitos.
“Em crianças menores de cin-
co anos, uma em cada duas nasce
com deficiências, devido à falta de
nutrientes. A desnutrição é tam-
bém explicada por práticas como a
fraca higienização dos alimentos,
a não observância de intervalo de
dinheiro vão as casas circunvi-
zinhas para implorar por comi-
da. Entrevistamos uma mãe que
há três dias encontra-se interna-
da e nunca comeu, tendo até pe-
dido ajuda ao NGANI. “Vivo em
Sawa-Sawa e estou internada no
hospital porque acabei de dar luz.
Desde que entrei aqui nunca co-
mi. Agora estou com fome. A mi-
nha tia saiu hoje para Sawa-Sawa
com o intuito de ir buscar comi-
da”, contou a parturiente que não
revelou o nome, por temer repre-
sálias. Questionada, sobre as co-
branças ilícitas durante o parto, a
nossa interlocutora diz que as par-
teiras cobam entre 200 a 700 me-
ticais para quem quiser um parto
segurança no controlo de pragas,
entre outros factores “, disse.Face
a esta configuração, o pesquisador
fala da necessidade de se sensibili-
zar a população sobre a importân-
cia de combinar e consumir ali-
mentos de alto valor nutricional.
O pesquisador explicou
que, para avaliação dos ní-
veis de Segurança Alimentar e
Nutricional (SAN), o Secretariado
Técnico de Segurança Alimentar
e Nutricional, anualmente, proce-
de à avaliação pós-colheita, ao es-
tudo de base da SAN e à sua mo-
nitoria.
P03
SOCIEDADE
condigno. Um acompanhante que
também pediu anonimato, diz que
o sofrimento que passam por cau-
sa da fome é premeditada porque
alguns servidores públicos afectos
ao centro, são vistos com pratos de
comida nos seus sectores de activi-
dades.
O utente criticou o comporta-
mento do director que nalgumas
vezes tem proferido palavras in-
juriosas contra os doentes, quan-
do estes tentam reclamar do so-
frimento. “Andei em muitos hos-
pitais. Mas o centro de saúde de
Anchilo é um inferno. Não há co-
mida para os doentes para além
do crónico problema de mau aten-
dimento e isso funciona porque o
próprio director é promotor do as-
sunto”, relatou o nosso entrevista-
do que pediu a quem de direito pa-
ra repor a legalidade no centro de
saúde.
Direção do centro não confirma e
nem desmente
Confrontados por NGANI,
a direção do centro de saúde de
Anchilo, através do chefe do sec-
tor administrativo não confirmou
e nem desmentiu as acusações da
população. “É um facto normal.
Acontece em vários hospitais”,
disse o nosso interlocutor sem en-
trar em pormenores.
No quadro dos desafios que se
impõem na mitigação da insegu-
rança alimentar, Tualufo aponta
os desastres, adequação às mudan-
ças climáticas, desconhecimento
da importância do consumo de ali-
mentos com alto valor nutricional
por parte dos agregados e o desco-
nhecimento da prática de combina-
ção alimentar. O estudo foi apre-
sentado durante a segunda sessão
plenária das III Jornadas de Saúde
da Região Norte, que tiveram lugar
de 23 a 24 de Novembro na cidade
de Lichinga, no Niassa.
INS/REDACÇÃO
NGANI - Segunda-feira, 04 de Dezembro de 2023 P04

SOCIEDADE

Ivo Garrido considera o processo eleitoral

“uma tragédia” na história do país
Ivo Garrido, antigo
Ministro da Saúde, consi-
dera que o processo elei-
toral o qual acompanha
com muita tristeza “é
uma tragédia” para a his-
tória do país. “Eu acom-
panho com muita triste-
za a situação das eleições
em Moçambique. Muita
tristeza. O que está a
acontecer na história de
Moçambique é uma tragé-
dia”.
MANGAVA DOS SANTOS
“E quando eu pergunto-me
por quê que os israelitas, os ju-
deus que sofreram muito, hoje
são capazes de fazer mal aos pa-
lestinos, também pergunto-me a
mim, este meu partido (Frelimo)
que libertou Moçambique, como
é possível o mesmo mandar a
polícia para balear pessoas. Nós
Ivo Garrido
lutamos para libertar os moçambi-
canos e hoje estamos a matar mo-
çambicanos?”, questionou. Ivo
Garrido falava em Maputo nesta
quarta-feira, 29 de Novembro, dia
mundial da solidariedade com a
Palestina. Para celebrar o dia,
o Fórum Mulher realizou uma
acção de apoio e solidariedade
àquele país que foi bombardeado
com cerca de 50 mil toneladas em
explosivos por parte de Israel desde
o dia 07 de Outubro. O cirurgião e
professor fez um paralelismo entre
o povo moçambicano e diz que nas
duas situações, as coisas vão mudar.
Aliás, a prova disso é o cessar-fogo
entre as partes que está em curso na
faixa de Gaza e que permite a en-
trada de ajuda humanitária. “Nós
como sociedade civil somos a for-
ça, quando nós fazemos pressão, as
coisas mudam”, disse. “Todos es-
ses países fortes diziam que não há
cessar-fogo, mas hoje há cessar-fo-
go agora porque o povo começou a
fazer pressão”, explicou.
Nos Estados Unidos da América
(EUA), um cidadão local escreveu
na parede da Casa Branca a fra-
se “genocide Joe”, exemplificou.
Os serviços secretos avisaram ao
Presidente dos EUA que a situação
não estava boa, até ao ponto de ser
insultado na própria casa.
“A minha mensagem final é que
nós todos temos a força para fazer
a mudança, não o Governo”, fina-
lizou. Ivo Garrido diz não com-
preender a razão de Moçambique,
que sempre foi pela libertação da
Palestina, não ter tomado uma po-
sição forte em relação ao confli-
to israelo-palestino, tal como fez a
África do Sul – que encerrou a re-
presentação diplomática naquele
país, por exemplo.

Província de Niassa já conta com um

Laboratório de Saúde Pública
A
cidade de Lichinga
acolheu, na última
sexta-feira (24.11), o
acto de inauguração
do Laboratório de Saúde Pública
de Niassa (LSPN), com capaci-
dade para processar cerca de 600
amostras por turno de oito horas
de trabalho. Trata-se de uma in-
fra-estrutura que, segundo o Vice-
ministro da Saúde, Ilesh Jani, que
dirigiu o evento, constitui um dos
marcos mais importantes no per-
curso do Governo para ampliar a
capacidade de diagnóstico espe-
cializado de doenças que amea-
çam o país.
“A expansão e descentralização
da testagem laboratorial especia-
lizada tem sido uma prioridade
importante do nosso sector”, disse,
explicando que, durante os últimos
três anos, têm vindo a ser estabele-
cidos laboratórios de saúde pública
dotados de equipamentos e tecno-
logias para o diagnóstico de infec-
ções, sobretudo aquelas que repre-
sentam uma elevada preocupação
de saúde pública.
Com esta infra-estrutura, Niassa
já tem capacidade de diagnósti-
co da gripe por vírus de influenza,
COVID-19, dengue, cólera e outras
doenças relevantes para o perfil
epidemiológico de Moçambique, (INS), Eduardo Samo Gudo, disse tem merecido atenção especial do
no âmbito da atenção médica, vi- que a inauguração do LSPN é es- INS. Assumimos o compromis-
gilância epidemiológica, investiga- pecial, porque a instituição que di- so de tornar este laboratório num
ção científica e de surtos. rige tem como um dos seus lemas dos mais modernos e sofisticados
Por seu turno, o Director-geral a redução de iniquidades,
Mestreaspec- laboratórios
Agostinho Teimoso de saúde pública do
do Instituto Nacional de Saúde to no qual a província do Niassa país”, disse. INS/REDACÇÃO
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ANÚNCIO
FICHA TÉCNICA: Rua das FPLM, n°112 – Bairro de Muahivire – Nampula – Registo 23/GABINFO/Março 2018
Email: semanariongani@gmail.com; Redação: Agostinho Miguel, António Cintura, Júlio Paulino e Pedro Fabião
(Chefe); Opinião: Afonso Almeida Brandão, Carlos Sousa, José Carlos Matsinhe e Juleca Paposseco. Grafismo e foto-
grafia: NGANI
NGANI
GANI - Segunda-feira, 04 de Dezembro de 2023 P06

Pedro Mesquita

Senhor Paul Kagamé retire-se de Cabo

Delgado e da RDC como recomendaram
os senhores Biden e Guterres em 2022

P
ois é senhor Paul Ka-
gamé, por que razões
as suas tropas ainda
não formaram ne-
nhum soldado moçambicano? O
Ruanda considera os moçambi-
canos uma raça inferior que não
têm capacidade de lutar contra
os insurgentes? Durante o tempo
do colonialismo português 60%
da tropa eram moçambicanos
que lutavam contra a Frelimo, a
maioria dos quais macuas e mui-
tos deles foram assassinados pe-
los neocolonialistas da Frelimo
depois da independência. Aos
neocolonialistas da Frelimo de
Maputo nunca lhes interessou
treinar uma tropa profissional de
moçambicanos para não fazerem te das rendas do gás natural de anda. Os comandos e fuzileiros do Ruanda, em Cabo Delgado.
golpe de Estado. A União Euro- Cabo Delgado e recebe em troca treinados pela UE na Catembe Que pague a conta e que pare de
peia está a treinar os comandos protecção. Se a comunidade in- e em Chimoio a maioria foram roubar Moçambique como rouba
e os fuzileiros em Chimoio e na ternacional não intervier, 35 mi- mortos. Ao Ruanda interessa a RDC, assim como tentou rou-
Catembe, nunca os portugueses lhões de Moçambicanos se torna- mostrar à comunidade interna- bar os diamantes de Angola com
foram autorizados a ir para Cabo rão escravos de Paul Kagamé, do cional que só eles conseguem o M23. O povo de Moçambique
Delgado, observar aquilo que se mesmo modo que está a aconte- pacificar Cabo Delgado.Pois é, foi às eleições recentemente, quer
passa por lá. Paul Kagamé está cer na República Democrática do quem está a financiar e a armar democracia, como a França e a
a querer tornar Cabo Delgado Congo (RDC). O último ataque os insurgentes em Cabo Delgado Europa. O gás de Moçambique
numa província do Ruanda. O dos insurgentes em Cabo Delga- pode serr o Ruanda para justifi- é importantíssimo para a França
modo como estão a fortificar as do onde queimaram casas, mas car a sua presença e nunca mais permitindo fechar as suas centrais
bases, a sua localização junto ao ninguém morreu foi muito esqui- sair de Cabo Delgado. A Total e nucleares, mas não pode aconte-
Gás Natural, ao Rubi e Grafite é sito. O Estado Islâmico não rei- a comunidade internacional não cer por cima do sofrimento e de
de quem está para ficar durante vindicou, os líderes do Estado Is- podem permitir que as obras re- uma ditadura. O Ruanda, após
muito tempo. Não é segredo que lâmico em Moçambique já foram tomem enquanto o Ruanda es- a saída do Estado Islâmico em
o padrinho Nyusi quer se tornar mortos ou fugiram. O Qatar che- tiver no terreno e apresentar um Cabo Delgado e do financiamen-
ditador de Moçambique, para gou a acordo com a Total e aca- calendário de saída das tropas. O to dos insurgentes ter terminado
não responder aos processos que bou o financiamento aos insur- senhor Macron foi quem deu in- por parte do Qatar, é quem pode
pesam contra si. Assim que ele gentes. O ataque dos terroristas dicações para que o Ruanda vies- estar a financiar os ataques. A ve-
sair da presidência e viajar para aquando da visita do Presidente se para Moçambique após a saída lha Chica sabia, mas não dizia
fora de Moçambique será preso da Total em Palma, bem longe, lá do Grupo Wagner do senhor. Pu- a razão de tanta pobreza e tanto
de igual forma como o Sr. Chang. na zona do Grafite, também foi tin, mas está na hora de o Ruan- sofrimento. Che minino não fala
Tornando-se marionete do Paul muito esquisito, nunca envolvem da sair e ir embora. Senhor Ma- política, não fala politica…
Kagamé do Ruanda entrega par- ataques directos às tropas do Ru- cron manda sair o Paul Kagamé
NGANI - Segunda-feira, 04 de Dezembro de 2023
AD LITTERAM
Vamos aguardar pelos
próximos capítulos
J
á todos percebemos que
até ao dia 10 de Março
de 2024 vamos ter tem-
pos de grande paródia
nacional com a triste
situação política a que o Partido
Socialista — uma vez mais —
conduziu o nosso País, levando-o
ao desastre Económico e Social,
através do acelerado processo de
empobrecimento implementado
e em vigor ao longo dos últimos
oito anos, com reconhecida mes-
tria e consolidada competência
que só a determinação e a per-
sistência (que esses “Metralhas”
designam por “resiliência”) e,
principalmente, a prática reite-
rada e a experiência acumulada
de muitos, imensos, demasiados,
anos no “poleiro” da (des)Gover-
Vamos aguardar, com expectativa, pelos resultados do dia 10 de Março de 2024
nação que conseguiram garantir
com tal eficácia. Veja-se, a esse
propósito, como todas aquelas
medidas cruelmente emblemáti-
cas, constantes do “famigerado”
Orçamento do Estado para 2024,
caninamente defendidas pelos
“Metralhas” do nosso (des)Go-
verno, ora demitido, aprovadas
na generalidade — unicamente
com os votos dos 120 acríticos
deputados da maioria absolu-
ta do PS — pela Assembleia da
República, ora dissolvida, repen-
tinamente deixaram de ser con-
sideradas como absolutamente
necessárias e, por quanto, não
apenas negociáveis com os Par-
tidos da Oposição, como ainda,
algumas delas, acrobaticamen-
te modificadas ou simplesmente
Afonso Almeida Brandão
rasgadas e removidas do diploma
original, por iniciativa, imagine-se
a loucura, dos próprios Socialistas
“Metralhas” de trazer por casa...
Ou seja, os mesmos deputados do
mesmíssimo grupo parlamentar
do PS, brilhantemente liderado
por Eurico Dias, inequivocamen-
te empenhados em fazer aprovar
na Assembleia da República, tam-
bém na especialidade, todas aque-
las medidas decididas pelo então
“Metralha” Ministro das Finanças
em plenitude de funções e após de-
vidamente caucionadas pelo Go-
verno que as aprovou em sede de
Conselho de Ministros — todas es-
sas fases realizadas em momentos
antecedentes à aceitação pelo Pre-
sidente da República do pedido de
demissão apresentado pelo Primei-
P07
ro-Ministro dos “Metralhas” que
teve como consequência a demis-
são de todo o Executivo e, poste-
riormente, à decisão do Presidente
da República pela dissolução do
Parlamento e consequente marca-
ção de eleições Legislativas anteci-
padas — num acto absolutamente
notável de contorcionismo digno
de ser apreciado pelo exigente júri
do grande festival internacional de
Circo de Monte Carlo.
Mais comentários para quê?!
Resta-nos aguardar pelos próxi-
mos “Capitulos” para vermos
quais vão ser os resultados que
iremos ter no Dia 10 de Março de
2024, “setenciados” pela Vontade
do Povo Português que somos to-
dos nós...
NGANI - Segunda-feira, 04 de Dezembro de 2023
AS RODAS DO NOSSO CHÃO
A nossa sinistralidade rodoviária
é a imagem da fraca gestão
profissional que temos (1)
Ilustres Leitores,
E
m rescaldo do ano
que finda, sugerimos
uma reflexão sobre o
modo em como fo-
ram mal dirigidas quase todas as
rodas motrizes sob desgaste des-
controlado, sem o equilíbrio sufi-
ciente que nos facilite um come-
ço tranquilo e organizado, logo
no início do próximo calendário.
Porém, está vivo um diagnós-
tico que ainda nos permite con-
solidarmos Equipas a agirem no
foco Profissional, fica a esperan-
ça da prioridade pela mudança!
Votos para que sintonizemos os
compromissos no ambiente pro-
fissional, elegermos a responsa-
bilidade em nos mantermos ca-
pacitados e de modo a evitarmos
que dolorosos sofrimentos por
perdas de vidas, toneladas de da-
nos de varias ordens, alarmantes
consumos por excessivos, pesa-
dos custos poluídos de emissões,
constantemente em derrame em
cada Km, alimentando notícias e
gravíssimos impactos em nossas
Famílias.
Não, não podemos continuar
de modo algum continuar a tra-
balhar baseados em práticas in-
competentes e do compadrio, em
desleixo de atitudes mascaradas
ao enganador e por força de maus
hábitos, quase sempre escondido
no interesse das palavras de gene-
ralidade “falhas humanas” com
culpas atribuídas e recaindo ex-
clusivamente sobre profissionais
que, na entrega final, são força-
dos a conduzir as mesmas rodas
desbalanceadas e dominadas a
pressões do ferro em chicote nos
pneus!
É exactamente nos termos pro-
fissionais, que se devem levantar
dúvidas sobre o somatório das fa-
lhas de toda a Equipa envolvidos
nos Km, sobretudo, admitirmos
aquilo que não tem sido preocupa-
ção em satisfazer as prioridades, tal
qual como os desvios de responsa-
bilidade por parte das chefias que
no pelouro directivo são efectiva-
mente os mais responsáveis pelas
criticas operações em desafio....
A mobilidade rodoviária consti-
tui uma das actividades de maior
integração no desenvolvimento hu-
mano, convive e partilha o susten-
to das organizações, instituições,
empresas, profissionais, famílias e
comunidades, envolvendo-nos no
processo vital, justamente por isso,
a Responsabilidade é Profissional.
Tal qual em mobilidade rodoviá-
ria, as rodas não devem nunca se
separarem do pavimento. Tanto
assim, os profissionais que dirigem
Equipas, quanto os que operam
nas missões, devem ter a responsa-
bilidade de estar capacitados, inte-
grados ao adequado uso, seguindo
procedimentos por conformidades,
multiplicar atitudes aos adequa-
dos comportamentos, asseguran-
do a manutenção disciplinada aos
meios:
De modo a nunca agirem sepa-
rados em desleixo e desalinhados
dos Seus compromissos enquan-
to Equipa, para que o sucesso das
operações, seja a projecção dos
proveitos no alvo.
Nos desempenhos profissionais,
reside a “chave” para a redução da
Carlos Sousa
sinistralidade rodoviária, impactos
de perdas, emissões e sofrimentos
constantes! Por Cultura Profissio-
nal, entenda-se que uma máquina
em actividade, não é nem deve ser
representada apenas pelo Condu-
tor, outrossim, sustentada e ad-
ministrada por uma Equipa orga-
nizada de Profissionais capazes,
dedicados e preocupados em evi-
tar incidentes! Ao implemento e
manutenção desta Cultura, impor-
ta reconhecermos da importância
dos adequados aplicativos orien-
tados a boas práticas adquiridas
e mantidas por Formação regular
Aperfeiçoamento Capaz, (confor-
me ISO 39001) acrescentando e
promovendo uma constante ideal
de alimento inovador e sustentável
ao desenvolvimento, por ganhos
de conhecimento face a exigências
e por conformidades aos procedi-
mentos adequados!
Em Alerta imediato:
Inadmissíveis e constantes des-
vios aos Orçamentos, contrariam os
planos antes aprovados pelos Inves-
tidores, invertem os adequados pro-
cedimentos de gestão, envolvendo
coniventes responsabilidades por ve-
zes também praticadas em nome de
auditorias! Eis porque Todos os Pro-
fissionais possuem compromissos
ao cumprimento de actos práticos
adquiridos por Formação Capaz,
guiando a Mobilidade por SEGU-
P08
RANÇA RODOVIÁRIA como in-
dispensável missão de convívio no
ambiente de Trabalho.
Há motivos que justifiquem?
Consideremos os graves impactos
reportados pela OMS - Organização
Mundial de Saúde:
a) 1 em cada 3 acidentes de traba-
lho fatais ocorre no trânsito.
b) A Sinistralidade por mobilidade
rodoviária, marca a principal causa
de morte aos Jovens dos 16 aos 28
anos.
c) Duas em cada 10 mortes por aci-
dentes de trânsito ocorrem durante o
trajecto em ida para ou em regresso
do trabalho.
d) 82 jovens perdendo a Vida em
cada Hora, por utilizarem o ambien-
te da mobilidade rodoviária!!
e) 04 Profissionais Mortos em cada
minuto, por estarem em actividade
no domínio motriz e rodoviário!!
f) O grave Impacto que nos abra-
ça, consumindo 10% do PIB em Mo-
çambique!!
g) Porque quase todos, os Inciden-
tes e Acidentes podem ser preveni-
dos e... portanto Evitados!
h) E ainda, porque é possível im-
plantar medidas, actos preventivos,
procedimentos disciplinados para
mobilidade em Segurança, Econô-
mica, reduzidas emissões, controla-
dos descartes e que nos aproximem
mais da desejável “meta zero” em
acidentes, via reduzido investimen-
to, assim haja esse interesse!
Zero acidentes de trabalho, Zero
afastamentos, zero problemas, redu-
ção de impactos, menos horas ocu-
padas/Perdidas e razoáveis Custos
controlados, no alvo - Este deve ser
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 NGANI - Segunda-feira, 04 de Dezembro de 2023
Investigadora alerta para o tráfico de drogas
em Cabo Delgado
A investigadora Teresi-
nha da Silva alerta para o
crescimento de material
proibido, na região em
conflito da província de
Cabo Delgado, com des-
taque para as drogas por
parte de cidadãos oriun-
dos de vários países vizi-
nhos.
MANGAVA DOS SANTOS
“
Vai se reduzir o número de
militares (a SAMIM co-
meça a sair neste mês de
Dezembro), a situação em
Nangade está mal, estão a vir pes-
soas de Burundi, Tanzânia, Congo
para fazer o tráfico de muitas coi-
sas entre elas as drogas”, alertou,
Teresinha da Silva.
“Em Nampula há maior índice
de tráfico de drogas”, acrescentou,
fazendo coro aos inúmeros relató-
rios das Nações Unidas que defen-
dem o mesmo: A capital do nor-
te é o hub de drogas. Teresinha da
Silva dava as últimas actualizações
da situação da província de Cabo
Delgado às mulheres do Fórum
Mulher. Na quarta-feira, o Fórum
Mulher realizou uma acção de so-
lidariedade aos povos que sofrem
conflitos na província de Cabo
Delgado, bem como na Palestina.
De acordo com a investigadora,
uma equipa está a fazer uma pes-
quisa de nome “mulheres e traba-
lho de memórias de Cabo Delgado
para a paz e coesão social”. “Es-
tamos a trazer a formação sobre
liderança das mulheres, estamos
a trabalhar nas comunidades para
puderem fazer parte de vários cen-
tros e associações dentro das co-
munidades, e a preocupação é o
cuidado com a pessoa, a não dis-
criminação”, explicou.
O grupo está no terreno a fa-
zer o registo das crianças no seu
nascimento, das crianças que são
abusadas por tropas estrangeiras
e moçambicanas, as mulheres que
P09
SOCIEDADE
rebeldes em cabo Delgado. Além
de proporcionar treino operativo
para a formação de forças de rea-
ção rápida (QRF, em inglês), a
EUTM-MOZ tem também forne-
cido equipamento de combate aos
membros dessas unidades, ultra-
passando já 80 milhões de euros o
valor do apoio material prestado.
Para Portugal, é fundamental que
a formação continue, apesar dos
resultados “positivos” que Mo-
çambique têm registado no com-
bate aos rebeldes na província de
Cabo Delgado desde a chegada ao
terreno das forças do Ruanda e da
Comunidade de Desenvolvimento
da África Austral (SADC).
“Vamos lutar para que o manda-
to da missão seja renovado e para
que continue a formação dos mili-
tares moçambicanos para os habi-
Teresinha da Silva
O embaixador de Portugal em litar a combater o flagelo que é o
se entregam em troca de alguma
Moçambique, António Costa terrorismo”, declarou o diplomata
comida. “Mas o outro ponto é em
Moura, prometeu que vai lutar português, que constatou e desta-
relação aos mortos, que não tem
para que a Missão de Treino da cou melhorias na situação de segu-
identificação, é só números”, in-
União Europeia em Moçambi- rança. O mandato da EUTM-MOZ
dignou-se.
que (EUTM-MOZ, sigla em in- prevê a formação de 11 unidades
Há uma comissão internacional
glês) renove o seu mandato. de QRF moçambicanas, sendo que
que foi criada e em Janeiro de 2024
“Portugal está e estará sem- cada uma tem uma composição
e vão discutir com os insurgentes,
pre na linha da frente da ajuda a equivalente a uma companhia mi-
referiu. “O Governo pensa que ma-
Moçambique para combater este litar. A actual missão é constituída
tando resolve os problemas, mas
flagelo [o terrorismo em Cabo por um contingente de 117 pessoas,
nós não e é essa comissão que vai
Delgado]. Nós somos maiores 65 das quais de Portugal, país que
fazer esse diálogo”, adiantou. “As
participantes da missão de treino também assumiu o comando da
populações que estão a regressar,
da União Europeia e vamos lutar EUTM-MOZ.
estão com muito medo das forças
para que esta missão seja reno- A província de Cabo Delgado
locais que foram criadas e também
vada”, declarou à Lusa António enfrenta há seis anos uma insur-
dos problemas de comida, casa
Costa Moura, à margem de um gência armada com alguns ataques
que foram destruídas”, disse.
encontro que manteve com a Co- reclamados pelo grupo extremista
Teresinha da Silva viveu 12 anos
munidade Islâmica de Cabo Del- Estado Islâmico e seus afiliados.
em Cabo Delgado a partir de 1976,
gado em Pemba, capital provin- A insurgência levou a uma respos-
como directora provincial de saú-
cial de Cabo Delgado, norte de ta militar, apoiada desde julho de
de e acção social. Foi igualmente
Moçambique. 2021 pelo Ruanda e pela SADC,
investigadora do Centro de Estu-
Com um mandato de dois anos, que permitiu libertar distritos junto
dos Africanos, departamento da
iniciado em setembro de 2022, aos projetos de gás, tendo surgido
Mulher e Género de 1992 a 1997
a EUTM-MOZ vai avaliar, com entretanto novas vagas de ataques
e desempenhou funções de direc-
as autoridades moçambicanas, o a sul de região e na vizinha provín-
tora da UFICS. Entre 2007 a 2019
futuro da sua presença em Mo- cia de Nampula. O conflito já fez
exerceu funções de coordenadora
çambique, até ao final deste ano, um milhão de deslocados, de acor-
nacional da WLSA em Moçambi-
tendo já formado cerca de 60 ins- do com Alto Comissariado das
que.
trutores moçambicanos que vão Nações Unidas para os Refugiados
(ACNUR), e cerca de 4.000 mor-
Portugal defende renovação de continuar o treino de forças es-
tes, segundo o projeto de registo de
mandato da missão de treino da peciais, sobretudo para militares
na linha frente no combate aos conflitos, ACLED.
UE
NGANI - Segunda-feira, 04 de Dezembro de 2023 P10

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NGANI - Segunda-feira, 04 de Dezembro de 2023 P11
ECONOMIA

ExxonMobil Moçambique concede 270 bolsas

de estudo a jovens em Cabo Delgado
A ExxonMobil Mo-
çambique (EMML), em
nome da Área 4, anun-
ciou o lançamento da
iniciativa de educação
“Empoderamento Pes-
soal e Académico dos
Jovens” em Palma, pro-
víncia de Cabo Delgado.
REDACÇÃO

I
mplementada pela Tsemba
Life, a iniciativa foi lança-
da com a presença das au-
toridades governamentais
mento crítico que irá proporcio- socioeconómica das comunidades Área 4, para além da MRV, Galp,
locais, líderes escolares, socieda-
nar acesso à formação académi- anfitriãs circundantes. “Estamos KOGAS e Empresa Nacional de
de civil e outras partes interessa-
ca e desenvolvimento social aos gratos pela colaboração das insti- Hidrocarbonetos, E. P. Cada uma
das da comunidade. O programa
jovens das várias comunidades”, tuições de ensino que demonstra- detém uma participação de 10%
que apoiará um total de 270 alu-
disse Arne Gibbs, Director Ge- ram vontade de colaborar com a na Área 4. A ExxonMobil lidera a
nos durante o próximo ano civil
ral da ExxonMobil Moçambi- Tsemba Life. O nosso objectivo é construção e operação da liquefa-
e tem como objectivo reduzir as
que, Limitada. “A educação é apoiar a educação de 270 jovens ção de gás natural e instalações re-
taxas de abandono escolar e do-
um elemento fundamental da es- entre os 12 e os 25 anos de idade lacionadas em nome da MRV, e a
tar os beneficiários de competên-
tratégia de investimento comuni- em Cabo Delgado para melhorar Eni lidera a construção e operação
cias para terem sucesso na sua
tário da Área 4 e continuaremos as suas oportunidades para o futu- das instalações a montante.
vida pessoal e profissional. Atra-
a trabalhar com as nossas co-em- ro“, disse Tina Mucavele, Directo-
vés da iniciativa, serão atribuídas
presas, autoridades locais e par- ra Geral da Tsemba Life. Sobre a Tsemba Life
bolsas de estudo académicas aos
ceiros comunitários para apoiar A Tsemba Life CCS é uma em-
beneficiários do ensino primário,
um maior acesso à educação em Sobre a Área 4 presa Moçambicana cuja missão é
secundário ou superior. Cinquen-
Cabo Delgado”, acrescentou. O A Área 4 é operada pela Mo- facilitar a transformação autênti-
ta dessas bolsas serão para forma-
Programa de Bolsas de Estudo zambique Rovuma Venture S.p.A. ca e positiva na vida das pessoas.
ção técnica e profissional (TVET)
para Jovens da Área 4 em Cabo (MRV), uma joint venture detida A mudança é alcançada através do
nos institutos de Chiúre, Balama
Delgado, baseia-se na estratégia pela ExxonMobil, Eni e China coaching e formação de indivíduos
e Montepuez e 20 para estudan-
de investimento comunitário do National Petroleum Corporation e organizações e a recolha e docu-
tes universitários. “O futuro de
Rovuma LNG para o distrito de (CNPC), que detém uma partici- mentação de informação e conteú-
Cabo Delgado está nas mãos dos
Palma, que se centra na educa- pação de 70% no Contrato de Con- dos estratégicos que contribuem
jovens de hoje. Este é um investi-
ção, saúde, agricultura e inclusão cessão de Pesquisa e Produção da para transformar vidas humanas.

Suposto gatuno que se transformava em leão cai nas mãos da polícia em Rapale
“Sempre circulei a noite. Do dis-
trito de Rapale a Mecuburi, que dista
aproximadamente a 80 quilómetros),
gastava 10 minutos, porque usava
magia-negra e me transformava num
leão”, conta um suposto ladrão a con-
tas com a polícia no distrito de Rapale
na província de Nampula, indiciado
no roubo de diversos bens, com des-
taque para eletrodomésticos em resi-
dências da população.
Segundo Rosa Chauque, porta-voz
da polícia em Nampula, a neutrali-
zação do suposto “ladrão-mágico”,
resulta de trabalhos rotineiros que a
corporação vem desencadeando com
vista a desmantelar redes de malfei-
tores que actuam naquele distrito nos
últimos dias. A captura do indivíduo
de aparentemente 25 anos de idade,
ocorreu na passada segunda-feira e
na sequência foram encontrados dois
computadores em sua posse, suposta-
mente roubados numa empresa priva-
da, a qual ele fazia parte, antes de ser
corrido pelo patronato devido aos seus
roubos. Aliás, de acordo com a fon-
te policial, o suposto ladrão há muito
que estava sendo procurado pelas au-
toridades devido as suas incursões as-
sociadas a superstição e que se presu-
me tenha uma rede de assaltantes que
se aproveita de seus serviços mágicos,
para continuar a perpetuar roubos e
furtos na calada da noite naquela cir-
cuncisão geográfica e zonas circunvi-
zinhas. Rosa Chauque informou que no
acto de revista à casa do larápio, foi pos-
sível também recuperar diversos bens,
como televisores, máquinas impresso-
ras, telefones, utensílios domésticos e
demais eletrodomésticos, roubados no
bairro de Cuhari, ainda naquele distri-
to e Nahipa no distrito de Mecuburi.
Chauque assegurou que foi aberto um
expediente contra o indivíduo, o qual se
encontra encarcerado nas celas do co-
mando distrital de Rapale aguardando
por outros trâmites legais para sua res-
ponsabilização pelos actos cometidos.
Na mesma ocasião, a porta-voz da PRM
em Nampula, chama atenção às popula-
ções desta província a ser vigilante, de-
nunciando qualquer tentativa que possa
colocar em a ordem e tranquilidade pú-
blica. “Queremos desde já apelar a toda
a população da província de Nampula
para a necessidade de ser vigilante, de-
nunciando todos os prevaricadores que
tentarem colocar em risco a tranquilida-
de públicas nas nossas casas”, instou.
Os crimes de roubos em residências
no distrito de Rapale não são novos.
Nos dias que correm, há outro fenóme-
no que tem sido recorrente, o roubo de
motorizadas cujos autores ainda con-
tinuam em parte incerta, dai que a po-
pulação do distrito pede o reforço de
patrulha policial com vista a travar esta
problemática que tira o sossego nas co-
munidades.
AGOSTINHO MIGUEL
NGANI - Segunda-feira, 04 de Dezembro de 2023 P12

ECONOMIA

Quadra festiva: Nampula com produtos

alimentares suficientes
Já a portas do Natal e
do Final do Ano, onde
a procura por produ-
tos alimentares da pri-
meira necessidade tem
sido maior, o governo
de Nampula através da
Direcção Provincial da
Indústria e Comércio,
garante a existência de
quantidades suficientes
para suprir as necessida-
des da população.
ANTÓNIO CINTURA

F
alando durante uma
conferência de im-
prensa para o anúncio
da disponibilidade de
produtos alimentares na quadra
festiva, o Director Provincial da
Indústria e Comércio em Nam-
pula, Tony Abdala, disse que o
sector que dirige já fez levanta-
mentos dos produtos da primeira
necessidade existente na provín-
cia, sem contar com os que ainda
estão em fase da produção e im-
portação.
“Em relação a esta quadra fes-
tiva, a nossa província não terá
problema de ruptura de stocks
de produtos da primeira necessi-
dade porque já está tudo garanti-
do”, disse Abdala. Dos produtos
existentes até então, destacam-se
o peixe carapau numa quanti-
dade de 10 toneladas, 5.500 mil
toneladas, 30 mil toneladas de
farinha de milho, 3.1 de farinha
de trigo, óleo alimentar, 3500 li-
tros, açúcar, 2.450 toneladas, fei-
jão manteiga 20 toneladas, batata
reno Nacional 20 toneladas e 60
importado, ovo Nacional 1.450
caixas e 8000 importado, fran-
go vivo 2.450 unidades, frango
congelado 245 toneladas, cerca
de 330.300 caixas de refrigeran-
te e cerca de 222.500 de cerveja.
Quanto às hortícolas, os produtos
que mais escasseiam nestas altu-
Director Provincial da Indústria e Comércio em Nampula, Tony Abdala
ras, resultando da falta de chuvas
na época, o director daquele sec-
tor garantiu que a instituição que
dirige, em coordenação com os
governos locais, vai realizar uma
feira agroindustrial nos distritos e
principais cidades, nos dias 22 e 23
de Dezembro, para fazer com que
a população possa adquirir estes
produtos frescos. “Nestas feiras,
vão participar para além das asso-
ciações de produção de hortícolas
do distrito de Ribaué, que é o nos-
so celeiro nesta vertente, os criado-
res do gado bovino de Mogovolas
para garantir a existência da carne
bovina, sem deixar de fazer a mo-
nitoria no mercado grossista do
Waresta, que é o ponto de entrada
destas hortícolas em maior quanti-
dade” disse o director.
Feiras agro-industriais com pre-
ços mais elevados
Um dos principais constrangi-
mentos dos cidadãos da província
de Nampula em geral e cidade ca-
pital em particular, são os preços
praticados nas feiras agro-indus-
triais, que são mais elevados do
que o mercado normal. Para os
compradores, para além de ajudar
a população a conseguir comprar
algum produto que não é possível
no mercado normal, os exposito-
res estão a sufocar com os preços.
Para este ano segundo a fonte,
como forma de evitar esta situa-
ção, já foi activado o grupo in-
terinstitucional, onde cada insti-
tuição vai fazer a sua parte, para
garantir que a população tenha
facilidade de adquirir os produtos.
“Neste grupo, está lá a Agricultu-
ra, Serviços Provinciais de Acti-
vidades Económicas, Transportes
e Comunicações, Obras Públicas,
Alfândega, a Polícia e todos aque-
les que envolvem um processo de
fazer com que a população não
sofra de fenómenos resultantes de
má fé dos prestadores de qualquer
serviço” disse a fonte. Ainda para
moderar as situações que sempre
têm acontecido neste período a ní-
vel da província, como especula-
ção de preços e outros males nos
mercados da província, a institui-
ção já fez planos de monitoria, e
desenhou estratégias para garantir
a boa convivência da população da
província no que tange a vendas e
compras destes produtos. “Face a
essas situações, nós como Governo,
já reativamos o grupo interinstitu-
cional, que vai fazer o controlo para
que não haja especulação de pre-
ços e não só no sector da Indústria
e Comércio, mas sim em todas ins-
tituições económicas que estão no
terreno. Caso alguém seja encontra-
do cometendo estas irregularidades,
as sanções são de acordo com a lei
e nós não vamos tolerar” concluiu.
Com o aproximar das festas, as hor-
ticolas viraram luxo em Nampula
NGANI - Segunda-feira, 04 de Dezembro de 2023
Nos Municípios onde vão se repetir eleições
CNE e STAE central devem afastar as
equipas da fraude
Quando faltam ainda
cerca de nove dias para
a repetição da votação
em quatro Municípios do
país, o Consórcio Eleito-
ral Mais Integridade ins-
ta os órgãos centrais
de administração elei-
toral, nomeadamente a
Comissão Nacional de
Eleições (CNE) e o Se-
cretariado Técnico de
Administração Eleitoral
(STAE), a afastarem, da
gestão directa ou indi-
recta de todo o processo,
desde a votação até ao
apuramento intermédio,
as autoridades eleitorais
locais daqueles quatro
distritos, cujo comporta-
mento irregular e ilegal
ditou a anulação das elei-
ções. O Consórcio
lembra que a magnitude
das irregularidades e ilí-
citos registados só é pos-
sível com o pleno envol-
vimento dos respectivos
presidentes das Mesas de
Assembleia de
Voto, membros das Co-
missões Eleitorais de
Distrito e Cidade e de
funcionários distritais do
STAE, pelo que não faz
nenhum sentido confiar
aos mesmos prevaricado-
res a gestão das eleições
que estão a ser repetidas,
exactamente
porque eles abdicaram de
cumprir, com integrida-
de, as suas obrigações. A
CNE e o STAE central só
precisam recorrer à sua
própria experiência para
destacarem seus membros
e quadros séniores para
supervisionarem, direc-
tamente, no terreno, a
votação e o apuramento,
tal como ocorreu na repe-
tição da votação, em
Gurúè, Zambézia, depois
da anulação dos resulta-
dos da primeira volta, em
2013.
O
Conselho Consti-
tucional (CC) de
Moçambique, no
seu acórdão nº48/
CC/2023, de 23 de Novembro,
de validação dos resultados elei-
torais autárquicos de 2023, man-
dou transferir um total de 71.412
votos e 25 mandatos do partido
Frelimo para os partidos Rena-
mo e MDM, em nove municí-
pios. Em outras quatro autar-
quias, o CC ordenou a anulação
e repetição da eleição num total
de 64 mesas, incluindo um mu-
nicípio inteiro, abrangendo um
total 53.370 eleitores. Assim, fo-
ram pelo menos 125 mil eleitores
que viram defraudadas as esco-
lhas feitas por si a 11 de Outu-
bro de 2023. Embora o Conselho
Constitucional se tenha coibido de
detalhar que irregularidades e ilí-
citos terão ocorrido nesses muni-
cípios para justificar tão drásticas
medidas, e quem foram os respon-
sáveis, bem como exigir a exem-
plar responsabilização e punição
dos prevaricadores, a natureza,
extensão e gravidade das medidas
aplicadas pelo CC só permitem
concluir que se tratou de graves
irregularidades durante a votação
e, sobretudo, a nível da contagem
e apuramento parcial e do apura-
mento intermédio. Muitas destas
irregularidades, que foram obser-
vadas e ampla e detalhadamente
denunciadas pelo Consórcio Elei-
toral Mais Integridade, incluíram
o enchimento de urnas, a existên-
cia de boletins de voto pré-mar-
cados, o abuso do voto especial
por pessoas cujos dedos não eram
marcados com tinta indelével, o
impedimento da presença de dele-
gados de candidatura e de obser-
vadores em mesas nas assembleias
de voto, a nulificação excessiva e
indevida de votos para a oposição,
demora injustificada na assinatura
dos editais do apuramento parcial
e sua afixação pública, viciação
de editais do apuramento parcial,
bem como utilização de editais vi-
ciados e ilegais, sem assinaturas
nem carimbos no apuramento in-
termédio.
Este tipo de irregularidades e
ilícitos só é possível com o ple-
no envolvimento dos respectivos
presidentes das Mesas de Assem-
bleia de Voto, membros das Co-
missões Eleitorais de Distrito e
Cidade e de funcionários distritais
do STAE. No entanto, a repeti-
ção da votação e dos respectivos
P13
ANÚNCIO
apuramentos em Marromeu, Na-
cala-Porto, Gurúè e Milange, a
decorrer no dia 10 de Dezembro
corrente, está, pelo menos por en-
quanto, a decorrer sob a direcção
e supervisão dos mesmos indiví-
duos que perpetraram os vis actos
que nos levaram a esta situação.
Ora, o Consórcio Eleitoral Mais
Integridade entende não fazer ne-
nhum sentido confiar o pleito do
dia 10 de Dezembro, aos mesmos
prevaricadores que fizeram com
que a votação fosse anulada e ti-
vesse que ser repetida, por terem
falhado, grosseiramente, no cum-
primento do seu papel e, mais do
que isso, terem-se envolvido no
comentimento de graves irregu-
laridades e ilícitos eleitorais. O
Consórcio recorda que, em 2013,
quando foi ordenada a anulação
e repetição da eleição do Municí-
pio do Gurúè, a CNE e o STAE
central destacaram seus membros
e quadros séniores para supervi-
sionarem, directamente, no terre-
no, em Gurúè, a votação e o apu-
ramento, substituindo-se, assim
temporariamente, às autoridades
eleitorais locais, manchadas pela
irregularidade da primeira vol-
ta. Tendo em conta a gravidade
dos actos praticados em 2023 por
membros, funcionários e agentes
da administração eleitoral a nível
local nos quatro municípios, e o
antecedente de 2013, em Gurúè,
o Consórcio Eleitoral Mais In-
tegridade insta a CNE e o STAE
central a tomarem uma decisão
semelhante para assegurar a inte-
gridade destas novas eleições.
O Consórcio Eleitoral Mais In-
tegridade observou, em todo o
país, o processo eleitoral 2023,
desde o recenseamento eleitoral,
NGANI - Segunda-feira, 04 de Dezembro de 2023
passando pela campanha elei-
toral, votação e apuramento
intermédio dos resultados, pro-
mulgação e divulgação dos re-
sultados finais pelo Conselho
Constitucional, e vai continuar a
observar a repetição da votação
em algumas mesas dos Municí-
pios de Nacala-Porto, Milange,
Gurúè e Marromeu. Constituí-
do em 2022, o Consórcio Elei-
toral “Mais Integridade” tem
como objectivo contribuir para
a transparência e integridade do
ciclo eleitoral 2023-2024, ava-
liando, de forma objectiva e isen-
ta, o seu desenrolar, produzindo
informação e análise públicas e
credíveis sobre as várias fases do
processo, incentivando o nível e
a qualidade de participação dos
cidadãos e contribuindo para a
redução das tensões eleitorais.
É acórdão n.0 48/C02023, de
23 de Novembro composto pela
Comissão Episcopal de Justiça
e Paz (CEJP) da Igreja Católica,
Centro de Integridade Pública
(CIP), Núcleo das Associações
Femininas da Zambézia (NAFE-
P14
ANÚNCIO
ZA), Solidariedade Moçambique
(SoldMoz), Centro de Aprendiza-
gem e Capacitação da Sociedade
Civil (CESC), Capítulo Moçam-
bicano do Instituto para Comu-
nicação Social da África Austral
(MISA Moçambique) e Fórum
das Associações Moçambicanas
de Pessoas com Deficiência (FA-
MOD). MISA
 NGANI - Segunda-feira, 04 de Dezembro de 2023
COP28: Parceiros mundiais e africanos prometem
175 milhões de dólares para a AGIA
O compromisso inicial
histórico ajudará a au-
mentar rapidamente o fi-
nanciamento de projetos
de infraestruturas trans-
formadores e alinhados
com o clima em todo o
continente.
REDACÇÃO
N
um poderoso sinal de
apoio durante a COP28,
instituições africanas e
globais, juntamente com os governos
da Alemanha, França e Japão e filan-
tropos, prometeram mais de 175 mi-
lhões de dólares para a Aliança para
as Infraestruturas Verdes em África
(AGIA). O compromisso inicial his-
tórico ajudará a aumentar rapida-
mente o financiamento de projetos
de infraestruturas transformadores
e alinhados com o clima em todo o
continente.
Os novos compromissos também
farão avançar a AGIA para o seu pri-
meiro fecho de 500 milhões de dóla-
res de capital misto de preparação e
desenvolvimento de projetos em fase
inicial. A Aliança é uma parceria en-
tre a Comissão da União Africana,
o Banco Africano de Desenvolvi-
mento, a Africa50 e outros parceiros.
Trabalha para desbloquear até 10 mil
milhões de dólares de capital privado
para projetos de infraestruturas ver-
des e para galvanizar a ação global
para acelerar a transição justa e equi-
tativa de África para O ‘net zeto’.
Entre os signatários do memo-
rando de intenções contam-se re-
presentantes do Banco Africano de
Desenvolvimento, da Africa50, da
França, da Alemanha, do Japão, do
Banco Árabe para o Desenvolvimen-
to Económico em África (BADEA),
do Banque Ouest-Africaine de Dé-
veloppement (BOAD), da Propar-
co e da Three Cairns Foundation.
O Presidente da União das Como-
res e Presidente da União Africana,
Azali Assoumani, o Presidente de
Madagáscar, Andry Rajoelina, e o
Presidente da Comissão da União
Africana, Moussa Faki Mahamat,
testemunharam a cerimónia de as-
sinatura. A Ministra da Cooperação
Económica e do Desenvolvimento
da Alemanha, Svenja Schulze, decla-
rou: “A Alemanha está muito satis-
feita por se associar ao lançamento
da Aliança para as Infraestruturas
Verdes em África. Felicitamos o Ban-
co Africano de Desenvolvimento por
esta importante iniciativa liderada por
África e queremos realçar o empenho
da AGIA no objetivo de 1,5 °C e a sua
dedicação à aceleração das emissões lí-
quidas zero em África”.
E acrescentou: “O dia de hoje mar-
ca um passo importante para o nos-
so objetivo comum de uma transição
ecológica justa e equitativa em África.
Apoiando o compromisso para com as
infraestruturas ecológicas, estamos a
planear contribuir com até 26 milhões
de euros para a AGIA a partir de 2024”.
Tomoyoshi Yahagi, Vice-Ministro das
Finanças do Japão, afirmou: “No âm-
bito do compromisso assumido ontem
pelo Primeiro-Ministro, Fumio Kishi-
da, o Japão disponibilizará 10 milhões
de dólares à AGIA para apoiar África
numa transição justa e equitativa para o
‘net zero’ e na consecução do objetivo
de 1,5 °C. Incentivamos outros doado-
res a contribuírem para esta importante
iniciativa”.
Emmanuel Moulin, Diretor-Geral
do Tesouro francês, afirmou: “Ao col-
matar a lacuna no financiamento da
preparação e desenvolvimento de pro-
jetos de infraestruturas verdes, a AGIA
desempenhará um papel fundamental
na transição de África para o ‘net zero’.
A atribuição de recursos concessionais
a uma iniciativa deste tipo está em con-
formidade com a visão e a política de
solidariedade da França para o inves-
timento sustentável em África. É por
isso que apoiamos a AGIA desde o seu
início e congratulamo-nos com o fac-
to de a Cimeira sobre um Novo Pac-
to Global de Financiamento ter dado
um novo impulso a esta iniciativa. Por
conseguinte, temos o prazer de anun-
ciar uma contribuição de 20 milhões de
euros para o AGIA e esperamos que a
nossa contribuição catalise mais recur-
sos privados e concessionais.”
O Presidente do Grupo Banco
Africano de Desenvolvimento, Dr.
Akinwumi Adesina, afirmou: “Preci-
samos de financiamento do setor pri-
vado em grande escala para fazer face
às alterações climáticas e colmatar o
enorme défice de infraestruturas em
África de uma forma sustentável e re-
sistente ao clima. Trabalhando juntos
e juntando os nossos recursos através
da AGIA, estamos empenhados em
fazer avançar estes esforços. O Grupo
Banco planeia contribuir com até 40
milhões de dólares, mediante aprova-
ção do conselho de administração”.
Sidi Ould Tah, Presidente do BA-
DEA, afirmou: “Comprometemo-nos
a apoiar a AGIA com 40 milhões de
dólares. Estamos satisfeitos por fazer
parte desta parceria vital, com o ob-
jetivo de permitir projetos transfor-
madores de infraestruturas verdes em
África e acelerar a transição do conti-
nente para o ‘net zero’ de uma forma
sustentável.”
Alain Ebobissé, Diretor Executivo
da Africa50, afirmou: “A AGIA está
destinada a tornar-se o maior fundo
de África centrado no desenvolvimen-
to de projetos, que é uma componente
crítica para aumentar a implementa-
ção de projetos verdes financiáveis e
ajudar o continente a atingir os seus
objetivos climáticos. Esta ronda ini-
cial de angariação de fundos, que in-
clui fortes organizações africanas e
internacionais, é um grande sinal da
confiança dos investidores na AGIA.
Temos o prazer de fazer parte desta
iniciativa histórica”. Serge Ekué, Pre-
sidente do BOAD, declarou: “No âm-
bito do nosso plano estratégico Djo-
liba 2021-2025, comprometemo-nos a
que cerca de 25 % dos nossos novos fi-
P15
ECONOMIA
nanciamentos se destinem a reforçar a
resiliência dos nossos países membros
às alterações climáticas. O nosso in-
teresse na AGIA reflete esta ambição
e estará em linha com a nossa abor-
dagem estratégica de mobilização de
maiores recursos climáticos na nossa
região.”
Françoise Lombard, CEO da Pro-
parco, afirmou que a sua empresa,
juntamente com o governo francês,
“orgulha-se de apoiar a AGIA, uma
iniciativa que visa desbloquear o po-
tencial de África em termos de in-
fraestruturas verdes, visando um dos
seus principais constrangimentos: a
falta de projetos financiáveis existen-
tes nesta área. A inovadora estrutura
mista da iniciativa permitirá à AGIA
mobilizar e canalizar recursos públi-
cos e privados para a preparação e o
desenvolvimento de projetos, as fases
mais arriscadas de qualquer projeto
de infraestruturas. Além disso, com a
AGIA, estamos um passo mais perto
de colmatar o défice de infraestrutu-
ras em África e um passo mais à fren-
te em direção ao ‘net zero’.”
Mark Gallogly, cofundador da Three
Cairns Foundation, afirmou: “Apoia-
mos a missão da AGIA de catalisar o
desenvolvimento económico e as in-
fraestruturas ecológicas em África. É
essencial um capital mais tolerante ao
risco e em fase inicial para aumentar o
número de projetos de energia limpa
e relacionados com o clima em todo o
continente. Louvamos a Africa50 por
liderar esta iniciativa”.
A AGIA foi lançada há um ano na
COP27 em Sharm El Sheikh, no Egi-
to, pela Comissão da União Africana,
o Banco Africano de Desenvolvimen-
to, a Africa50 e outros parceiros.
.
NGANI - Segunda-feira, 04 de Dezembro de 2023
Posicionamento da OAM sobre a Validação
e Proclamação dos Resultados Eleitorais
Autárquicos em Moçambique
A
Ordem dos
Advogados de
Moçambique
(OAM) acom-
panhou todas
as fases do Sexto Processo Elei-
toral Autárquico em Moçambi-
que, tendo-se manifestado publi-
camente em diversos momentos
que reputou cruciais do aludido
processo, tendo sempre presen-
te que o respeito pelos princí-
pios democráticos, que incluem
a justiça eleitoral, são o ponto
de partida, mas também de che-
gada, para uma sociedade mais
justa e plural. Porque o sol nas-
ce todos os dias, acreditamos
que a justiça eleitoral poderia se
reinventar, nestes tempos de de-
safios e desafectos, sabendo que
ela trabalha, unicamente, para a
sociedade e não para a política.
Desta feita, o Conselho Consti-
tucional, órgão de soberania da
jovem democracia moçambica-
na, na sua função fiscalizadora
da constitucionalidade e do con-
tencioso eleitoral em derradeira
instância, proclamou os resulta-
dos eleitorais autárquicos finais,
num Acórdão que, para além de
ter tido um grande ausente, que é
a fundamentação, não respondeu
às questões que se exigiam perti-
nentes, como sejam a problemá-
tica da legislação eleitoral, quer
na sua interpretação didáctica à
luz dos critérios legais, quer do
alegado conflito ou sobreposição
de competências entre instâncias
Nota de Imprensa
jurisdicionais, quer ainda orien-
tando a sociedade e as institui-
ções nos caminhos a seguir para
o aprimoramento dos processos
eleitorais, atento que a sua voca-
ção (do Conselho Constitucional)
é garantir a legalidade, integrida-
de, imparcialidade, regularidade e
validade dos mesmos (processos
eleitorais), de que depende a le-
gitimidade democrática do poder
político, por via das suas decisões.
É do conhecimento geral que a
nossa Lei Eleitoral é uma péssima
cópia da legislação eleitoral portu-
guesa, mas, em abono da verdade,
seja dito, em matéria de recurso
eleitoral ela regulou diversamente
do seu farol, que é a Lei Eleitoral
portuguesa. Neste ordenamento
jurídico ficou assente que os tribu-
nais judiciais, como tribunais de
primeira instância, tem competên-
cia para o tratamento de conten-
cioso de apresentação de candida-
turas, diversamente do sufragado
na nossa legislação eleitoral refe-
rente às eleições autárquicas, em
que o artigo 140 n.º 1 dispõe que
“As irregularidades no decurso da
votação e no apuramento parcial,
distrital ou de cidade, podem ser
apreciadas em recurso contencio-
so, desde que tenham sido objec-
to de reclamação ou protesto”.
Portanto, o contencioso eleitoral
de competência dos tribunais ju-
diciais de distrito é mesmo sobre
as “…irregularidades [que se sus-
citem] no decurso da votação e no
apuramento parcial, distrital ou
de cidade…”, diverso do conten-
cioso previsto na legislação eleito-
ral portuguesa. Ou seja, a matéria
de contencioso eleitoral não foi ex-
clusivamente reservada ao Conse-
lho Constitucional, contrariamen-
te ao que o mesmo aludiu no seu
douto Acórdão, reiterando o que já
dissera em Acórdãos anteriores ao
da validação e proclamação dos re-
sultados destas eleições, porquanto
o artigo 140 n.º 4 da Lei Eleitoral
está em perfeita harmonia lógica
com o artigo 243º, n.º 2, alínea
d) da Constituição da República
de Moçambique, que proclama
que compete ainda ao Conselho
Constitucional “apreciar em últi-
ma instância, os recursos e as re-
clamações eleitorais, validar e pro-
clamar os resultados eleitorais nos
termos da lei”. Portanto, o Conse-
lho Constitucional tem a última
palavra, mas não tem a primeira
quando se suscitem “…irregulari-
dades no decurso da votação e no
apuramento parcial, distrital ou de
cidade, [que] podem ser apreciadas
em recurso contencioso, desde que
tenham sido objecto de reclamação
ou protesto”, cuja competência dos
Tribunais Judiciais de distrito ou
de cidade foi atribuída por Lei e,
como se disse, sem violar qualquer
disposição constitucional.
Por isso, numa das nossas inter-
venções públicas deixámos regista-
do como positivas “…as diversas
alterações ao regime eleitoral em
Moçambique desde as eleições de
1994, com a introdução de recurso
P16
ANÚNCIO
das decisões da mesa de votação e do
apuramento distrital para os Tribu-
nais de Distrito, menos permeáveis
às pressões políticas e sendo consti-
tuídos por Juízes de Direito”. Acres-
centámos, nessa oportunidade, que
“Esperamos que nas próximas revi-
sões ao regime eleitoral não haja re-
trocessos decorrentes desta experiên-
cia eleitoral em curso, por muito que
isso seja tentador para o poder polí-
tico e para as autocracias dominan-
tes”. Como se alcança do Acórdão
do Conselho Constitucional, esta
matéria não foi esclarecida mediante
a aplicação de critérios legais e nem
se fez luz: apenas um vago e ensurde-
cedor silêncio!
Por outro lado, e embora o Con-
selho Constitucional não esteja vin-
culado pela motivação das irregula-
ridades invocadas pelos recorrentes,
porquanto os recursos eleitorais per-
seguem primordialmente o interesse
público e não o particular, garantindo
a legalidade, integridade, imparciali-
dade, regularidade e validade dos re-
sultados finais, o mesmo (Conselho
Constitucional) deve exercer os seus
poderes de cognição conhecendo a
matéria de facto e de direito, ou seja,
fundamentando as suas decisões, não
podendo e nem devendo limitar-se a
dizer: “…os resultados decorreram
da reverificação dos dados, de acor-
do com a prova produzida…”, sem
mencionar a referida prova e nem o
tratamento que reservou à mesma,
principalmente por se estar perante
uma instância cujas decisões são ir-
recorríveis.
NGANI - Segunda-feira, 04 de Dezembro de 2023
A exigência de fundamenta-
ção, ausente em absoluto no
Acórdão do Conselho Constitu-
cional, é a expressão da legitimi-
dade do exercício jurisdicional e
deve ser a necessária a explicitar
as razões da decisão, para o en-
tendimento e o alcance dos inter-
venientes processuais, mas, so-
bretudo, para a sociedade, dado
o interesse público que reveste
o processo eleitoral. Não se está
a dizer que as decisões devem
agradar à maioria ou a minoria,
mas que devem ser fundamenta-
das como exigência legal. Aliás,
a vida é plural e ninguém tem o
monopólio da verdade, mas te-
mos de nos permitir e aceitar o
contraditório, pois de contrário
caímos no autoritarismo. A in-
tensidade do pulso não pode so-
brepor-se à força da mente e das
mãos.
O Acórdão do Conselho Cons-
titucional é irrecorrível. Entre-
tanto, e como já nos tínhamos
pronunciado anteriormente, “…
nota-se (como estas eleições fo-
ram conduzidas) um descrédito
total dos moçambicanos relati-
vamente aos Órgãos de Admi-
nistração Eleitoral, com desta-
Cooperativa de música experimental lança
plataforma para artistas alternativos
Lançou-se na quinta-feira, dia
30 de Novembro, às 19h00, na
Fundação Fernando Leite Cou-
to, a Plataforma de Música Mo-
çambicana Alternativa. Trata-se
de uma acção do projecto Coo-
perativa de Música Experimen-
tal, uma iniciativa de um colec-
tivo de curadores, produtores e
gestores culturais moçambica-
nos em parceria com a Funda-
ção Fernando Leite Couto e UX
Information Technologies.
A Plataforma de Música Mo-
çambicana alternativa é apoiada
pelo PROCULTURA, uma ação
do programa PALOP–TL e UE,
financiada pela União Europeia,
co-financiada e gerida pelo Ca-
mões I.P., que tem por objetivo
a promoção do emprego e ativi-
que para a Comissão Nacional de
Eleições (CNE) e para o Secre-
tariado Técnico de Administra-
ção Eleitoral (STAE), sucedendo
o mesmo para com os Tribunais
Judiciais Distritais enquanto tri-
bunais eleitorais de primeira ins-
tância no decurso dos processos
eleitorais, Conselho Constitucio-
nal, e, por arrastamento, quanto
aos poderes Executivo e Legisla-
tivo, bem como aos partidos polí-
ticos e suas respectivas lideranças,
por falta de confiança sobre a sua
idoneidade e legitimidade, equi-
líbrio e independência na missão
para que foram instituídas (estas
instituições), e ainda sobre a par-
ticipação e relevância dos cida-
dãos no contexto das sextas elei-
ções autárquicas, realizadas a 11
de Outubro corrente”.
A questão que clama por res-
posta é: Como preservar as ins-
tituições, como um imperativo
nacional, pois a divergência vai
sempre existir, porque faz par-
te da vida em sociedade? A res-
posta parece ser única: devemos
aperfeiçoar as nossas leis e dotar
as nossas instituições de critérios
de total imparcialidade, com a ne-
cessária consulta a todas as partes
dades geradoras de rendimento
no setor cultural dos PALOP e
Timor-Leste.
A presente plataforma é um es-
paço digital de promoção de ar-
tistas alternativos e distribuição
dos seus produtos com o suporte
de uma campanha de comunica-
ção e visibilidade nas redes so-
ciais e media convencional. Por
outro lado, proporciona acesso a
estúdios de gravação, mentoria,
lançamento de novos produtos e
exposição ao mundo.
Junto com o lançamento es-
tão em manga 10 concertos ao
vivo, na Fundação Fernando Lei-
te Couto, para o lançamento dos
EPs dos artistas integrados na
Plataforma de Música Moçambi-
cana Alternativa. Os shows pre-
interessadas e, preferencialmente,
longe do calor e emoção eleito-
rais. O princípio da neutralidade
das instituições que regem o pro-
cesso eleitoral deve ser seguido.
Não parece avisado seguirmos
para outros pleitos eleitorais com
estas leis e instituições de admi-
nistração eleitoral, e nem sua res-
pectiva composição. Já tínhamos
salientado “…que se há um mo-
mento em que as instituições são
desacreditadas, é mesmo em pro-
cessos eleitorais”, pelo que deve-
mos curar doenças surpreendidas
e não aplicarmos paliativos gera-
dores de outras fontes de confli-
to. Porque se não tratarmos do
problema e/ou se apenas o anes-
tesiarmos com algo provisório e
não definitivo, ele voltará, já mais
forte, mais difícil de controlar e de
combater. Mesmo a impugnação
prévia como condição de acesso
ao recurso contencioso eleitoral
representa um retrocesso (compa-
rando com a legislação eleitoral de
1994 – dois anos após os Acordos
de Paz) ao nosso actual processo
eleitoral e de aplicação duvidosa,
precisamente porque conhecemos
os constrangimentos da sua efec-
tivação, com recurso, não poucas
tendem proporcionar ao público
sensações e experiências alterna-
tivas marcantes, e que instiguem
descobertas de uma música com
outra estética.
A Cooperativa de Música Ex-
perimental acredita que para um
P17
ANÚNCIO
vezes, à autoridade policial, com
todas as consequências que essa
situação acarreta. Portanto, exi-
gem-se leis eleitorais previsíveis e
que acompanhem a evolução dos
processos democráticos, do pensa-
mento e da forma de estar em so-
ciedade. As instituições eleitorais,
incluindo as instâncias judicias,
devem preservar a independência,
como factor de legitimação da sua
própria existência e poder. De con-
trário, o caminho será tortuoso. A
OAM, não sendo uma instituição
com vocação político-partidária,
mas cujas atribuições são a defesa
do estado de direito democrático e
dos direitos, liberdades e garantias
fundamentais dos cidadãos, está
em condições de liderar ou parti-
cipar numa profunda reflexão dos
caminhos a serem seguidos, no
aperfeiçoamento das leis e insti-
tuições. Uma vez mais, nos colo-
camos à disposição da sociedade,
tendo presente que a nossa ideolo-
gia é lutar pela igualdade democrá-
tica. Por uma Advocacia Ética, de
Qualidade e Moderna, ao Serviço
da Sociedade.
Maputo, 1 de Dezembro de
2023 O Bastonário da OAM
Carlos Martins
CULTURA
desenvolvimento sólido do merca-
do musical, o nosso país precisa de
novos meios de distribuição e os
jovens talentos, de mais oportuni-
dades de trabalhar com produtores
experientes.
REDACÇÃO
NGANI - Segunda-feira, 04 de Dezembro de 2023 P18

OS ÓCULOS DO DIABO
AFONSO ALMEIDA BRANDÃO

Portugal às vezes mais parece uma anedota

do que um país europeu desenvolvido

E
m Portugal existem
diversos colégios de
Ensino Especial dedi-
cados a crianças com
necessidades educativas especiais.
Estes estabelecimentos visam
dar uma resposta que o Ensino
Público regular não tem condi-
ções de assegurar. Estes colégios,
do sector cooperativo e particular,
têm contratos com o Estado que
lhes deveriam assegurar a sua sus-
tentabilidade.
Convém esclarecer que é o pró-
prio sistema educativo público, is-
to é, o Ministério da Educação,
que reconhecendo que não é capaz
de assegurar um apoio e acompa-
nhamento diferenciado, encami-
nha as crianças com necessidades
educativas especiais para estes O Ensino Especial em Portugal vai de mal a pior. E em Moçambique em que pé está a situação?
colégios. De acordo com a pró- é actualizado desde 2008! Sim, tendo anunciado o seu encerra- somos recorrentemente confron-
pria DGEstE (Direcção Geral dos 2008, não se trata de uma qual- mento a muito curto prazo caso o tados, mas aparentemente é inca-
Estabelecimentos Escolares), as quer gralha neste texto. Nos úl- Estado nada faça... e que pelo «an- paz de assegurar o financiamen-
Escolas do Ensino Especial des- timos 12 anos passámos por um dar da carruagem» estamos cer- to em Educação a quem é mais
tinam-se a alunos que “têm difi- programa de assistência financei- to que nada irá fazer... Portugal vulnerável e efectivamente pre-
culdades graves de comunicação, ra, seguido de um período onde às vezes mais parece uma anedota cisa. O tema já está na Agenda
designadamente nas áreas da mo- nos tentaram vender que se “ti- do que um país europeu e desen- Parlamentar, no âmbito da dis-
tricidade, da linguagem, da visão nha virado a página da austerida- volvido. O Estado incapaz de as- cussão do Orçamento para 2023
e da audição; dificuldades graves de”, sofremos uma pandemia e segurar uma parte das suas obriga- e em breve iremos saber o que
de compreensão do currículo re- agora estamos numa guerra que ções e funções básicas recorre ao o Governo fará. Ficaremos, en-
gular; problemas graves do fo- fez disparar custos e inflação. sector privado e cooperativo, com tão, a perceber se o PS dos “ir-
ro emocional e comportamental; Durante todos estes anos, espe- quem contratualiza e a quem paga. mãos Metralha”, que em tem-
outros problemas que, por razões cialmente no pós-“troika”, suces- Mas depois não actualiza a mensa- pos proclamava uma paixão pe-
devidamente fundamentadas, exi- sivos Governos Socialistas foram lidade, provocando uma asfixia fi- la Educação, ficará na História
jam um atendimento especializa- incapazes de proceder à actuali- nanceira nestes estabelecimentos e como o Carrasco do Ensino
do não disponível no quadro do zação do valor desta compartici- nalguns casos o seu encerramento. Especial…
atendimento regular”. A maior pação mensal. Em 2020, no âm- Tudo isto é surreal e de uma enor- Em suma: se as coisas por
parte dos alunos vêm de famílias bito da discussão do Orçamento me irresponsabilidade. Ou então Portugal são assim nem que-
com dificuldades financeiras, que do Estado para 2021, o então não é e trata-se de uma estratégia remos pensar como serão em
não conseguem suportar os recur- Secretário de Estado João Costa deliberada do PS para acabar de Moçambique — se é que nesta
sos educativos adicionais necessá- afirmou que a revisão da porta- vez com as escolas de ensino es- área do Ensino Especial foi fei-
rios às circunstâncias específicas ria que regula o financiamento pecial, ainda que tal venha a dei- to alguma coisa ou pensado —
da sua criança. destas instituições era um com- xar centenas de crianças e respec- ou sequer em vias de concretiza-
O financiamento destas esco- promisso do Governo. Notou-se! tivas famílias sem qualquer respos- ção. Será que o nosso Ministério
las de ensino especial cabe ao Dois anos depois nada foi feito e ta às suas necessidades educativas da Educação em Maputo e da
Estado, que paga um valor men- o resultado não podia ser outro: especiais. O Governo Socialista sua responsável máxima nos po-
sal por aluno a estes estabeleci- os colégios de Ensino Especial arranja dinheiro para a TAP, pa- derá adiantar alguma coisa?!?
mentos. Actualmente o montan- estão numa situação dificílima, ra o Novo Banco, para os ajustes Nós aguardamos pela resposta.
te é de 511 euros e este valor não alguns deles à beira da falência, directos duvidosos com os quais Obrigado!
NGANI - Segunda-feira, 04 de Dezembro de 2023 P19

CULTURA

Billy Barrass: empresário, activista e

uma voz pela cultura niassense
No coração da vibrante
cultura moçambicana,
ergue-se a figura mul-
tifacetada de Belchior
Barrone, mais conhe-
cido por Billy Barrass.
Nascido em 1991 no
vizinho Malawi, com
raízes profundamente
moçambicanas, Barrass
é uma fusão de empre-
sário e activista cultural
que se propõe a moldar
o futuro da cena artísti-
ca de Niassa.
PEDRO FABIÃO Billy Barras é sem dúvidas um dos jovens que muito tem feito em prol da cultura do Niassa nos dias que correm

P
ara além de sua dedica-
ção à educação, Billy
Barrass é um agente
cultural incansável. A
sua agência de artistas não só abra-
ça os talentos locais, mas também
os moderniza para atrair uma au-
diência mais ampla. Com quatro
artistas sob a sua tutela, ele resga-
ta e revitaliza estilos musicais tí-
picos de Niassa, fundindo o tradi-
cional com o contemporâneo.
Barrass, que também é conheci-
do como o “Filho de Camponês”,
enfatiza a sua missão de revelar
as riquezas culturais de Niassa ao
mundo, desafiando estereótipos e
promovendo uma compreensão
mais profunda da região. Seus es-
forços estão concentrados em di-
vulgar trabalhos por meio de pla-
taformas digitais, utilizando o
Facebook, YouTube e WhatsApp co-
mo canais principais.
Desafios e Perspectivas Futuras
Apesar das suas conquistas, a
jornada de Billy Barrass não tem
sido isenta de desafios. Ele apon-
ta a falta de valorização do traba-
lho artístico como uma das prin-
cipais barreiras que a sua agência
enfrenta. A ausência de financia-
mento também tem sido um obstá-
culo, resultando em momentos de
escassez de recursos para impulsio-
nar projectos.
Olhando para o futuro, o Filho
de Camponês está determinado a
impulsionar a identidade cultural
de Niassa num cenário global. Os
seus planos incluem atrair investi-
dores por meio de eventos culturais
que destacam a música, dança e
outras formas de expressão artísti-
ca da região. Com a sua visão am-
pla e paixão inabalável pela cultura
niassense, o nosso interlocutor se
destaca como um defensor incan-
sável da identidade local, buscan-
do um espaço merecido nos palcos
nacionais e internacionais para os
artistas e talentos que representa
Numa convesa exclusiva ao
NGANI, Barras expressou as
suas preocupações sobre as re-
centes reformas no processo edu-
cativo em Moçambique. Criticou
as passagens automáticas que, se-
gundo ele, contribuem para a falta
de esforço tanto dos alunos quan-
to dos professores. Barrass defen-
de um retorno a métodos educa-
cionais mais rigorosos, incluindo
uma abordagem que não tolere a
progressão sem dominar as habi-
lidades fundamentais.

Uma jornada cultural e educativa

Além da paixão pela cultu-
ra, o caminho de Barrass está pa-
vimentado com uma dedicação
apaixonada pela educação. Com
um mestrado em Psicopedagogia
pela Universidade Católica de
Moçambique, ele transitou por vá-
rias escolas, trazendo consigo não
apenas uma bagagem educacional,
mas também uma percepção única
O Filho de Camponês que quer conquistar o mundo através da cultura e sobre o sistema educativo do país.
do entretenimento
NGANI - Segunda-feira, 04 de Dezembro de 2023 P20