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SOCIOLOGIA: ATIVIDADE 2

Isadora Rayne Haupenthal: 20221900012

Barreiras,

Dezembro de 2023

Animação “O Emprego”:

"O Emprego", uma animação francesa dirigida por Alexandre Alexeieff e Claire Parker, lança um
olhar único sobre as dinâmicas de trabalho ao ilustrar um mundo onde os indivíduos se tornam
peças mecânicas em uma engrenagem industrial, despersonalizados e carentes de identidade
própria. Essa representação remete a visão de Karl Marx sobre as relações de trabalho na
sociedade capitalista.

Marx argumentava que, no capitalismo, a alienação dos trabalhadores ocorre em várias


dimensões. Além da alienação em relação ao produto do trabalho, onde os trabalhadores não
têm controle ou propriedade sobre o que produzem, há também a alienação no próprio
processo de trabalho. Isso significa que essas pessoas perdem a conexão com o ato de
trabalhar, que deixa de ser uma expressão da sua criatividade e identidade para uma atividade
de sobrevivência. A ênfase está na exploração do trabalho humano em prol da acumulação de
capital por parte dos proprietários dos meios de produção.

"O Emprego" reflete essa perspectiva ao retratar os trabalhadores como peças de uma
engrenagem, despersonalizados, padronizados e sem individualidade. A animação ilustra a
desvalorização do ser humano em prol da eficiência produtiva, onde a pessoa se torna
simplesmente um elemento substituível na linha de produção. Essa representação visualiza a
desumanização do trabalho, algo intrínseco à análise de Marx sobre a alienação no contexto
capitalista.

Marx também discute a alienação social, onde os trabalhadores se tornam estranhos uns aos
outros e à própria sociedade devido à competição e à falta de solidariedade geradas pelo
sistema. Essa alienação social é refletida na animação pela ausência de interações significativas
entre os trabalhadores, enfatizando a desconexão e a falta de relação interpessoal no ambiente
de trabalho, algo que Marx atribuiria às dinâmicas alienantes do sistema capitalista.

De forma geral a animação retrata de forma bastante evidente a desumanização do trabalho,


evidenciando a perspectiva marxista sobre a forma como o capitalismo molda as relações de
trabalho, transformando os trabalhadores em instrumentos encarregados a uma determinada
função na linha de produção.

Análise da música “Capitão da Indústria”:

A letra de "Capitão da Indústria", da banda Os Paralamas do Sucesso, apresenta uma crítica


contundente ao poder dos líderes empresariais e industriais, fazendo uma reflexão sobre a
influência desses capitães da indústria na sociedade. Essa abordagem ressoa com a análise de
Karl Marx sobre as relações de trabalho na sociedade burguesa.

Marx discute como os proprietários dos meios de produção, os "capitalistas" ou "burgueses",


detêm o controle sobre a produção e exploram a mão de obra dos trabalhadores para
maximizar seus lucros. Na letra da música, há referências à figura do "capitão da indústria"
como alguém poderoso, dominador e muitas vezes distante da realidade e dos desafios
enfrentados pelos trabalhadores. Isso remete à concepção marxista de como os donos dos
meios de produção, a burguesia, obtêm lucro através da exploração do trabalho assalariado,
onde os trabalhadores são privados do fruto do seu próprio trabalho.

Essa ideia se relaciona com a análise de Marx sobre a classe dominante e a classe trabalhadora
na sociedade capitalista. Os Paralamas do Sucesso parecem apontar para essa dicotomia entre
a elite empresarial e os trabalhadores comuns, enfatizando a disparidade de poder e
influência, bem como a distância entre esses dois grupos na estrutura social.

Além disso, a música enfatiza as condições de trabalho precárias e a alienação dos


trabalhadores, onde eles se sentem desconectados do produto final e explorados por aqueles
que detêm o controle econômico. Essa alienação é um conceito chave na teoria de Marx, onde
os trabalhadores se tornam estranhos ao produto de seu próprio trabalho e à sua própria
humanidade, devido à divisão do trabalho e à exploração capitalista.

Assim, a música, de maneira similar à análise de Marx, destaca as desigualdades sociais, a


exploração e a alienação inerentes às relações de trabalho na sociedade capitalista,
promovendo uma reflexão sobre as estruturas de poder e as condições dos trabalhadores.

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