Você está na página 1de 4

CENTRO UNIVERSITÁRIO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS

CURSO SUPERIOR DE PSICOLOGIA – PRIMEIRO PERÍODO

BRUNA APARECIDA RESENDE DA SILVA


MARIA VITÓRIA SOBRINHO FERREIRA

ATIVIDADE – FILOSOFIA:
Terceira etapa

BARBACENA, MG
2023
Introdução

O presente trabalho tem como objetivo apresentar a visão no contexto de Karl


Marx sobre: Reificação da mulher, como o capitalismo participa, críticas a
moralidade burguesa e relações com o texto de Machado de Assis.

Karl Marx (1818-1883) foi um filósofo, ativista político alemão, um dos fundadores
do socialismo científico e da Sociologia.

Desenvolvimento...
Reificação da mulher
É importante ressaltar que a análise da reificação da mulher no contexto marxista vai
além das ideias de Karl Marx e envolve contribuições de outros teóricos. Diversas
correntes feministas e marxistas desenvolveram reflexões críticas sobre a posição da
mulher na sociedade capitalista e propuseram diferentes abordagens para superar a
reificação e a opressão de gênero.
De acordo com Marx, a alienação ocorre quando os indivíduos são separados dos
produtos de seu próprio trabalho, perdendo o controle sobre o processo de produção e
tornando-se meros espectadores ou vítimas das forças econômicas dominantes. No
contexto do trabalho doméstico e da divisão sexual do trabalho, as mulheres muitas
vezes enfrentam formas específicas de alienação.
Na sociedade capitalista, a mulher frequentemente é relegada ao papel de dona de casa
e cuidadora, realizando trabalhos não remunerados no âmbito doméstico, como a
criação dos filhos, a limpeza e a preparação das refeições. Essas tarefas, embora sejam
essenciais para a reprodução social, não são valorizadas pelo sistema econômico e não
são reconhecidas como trabalho produtivo.

Reificação da mulher no Capitalismo


No que diz respeito à reificação da mulher no capitalismo, argumenta-se que as mulheres são
frequentemente objetificadas e tratadas como mercadorias no sistema econômico dominante.
Elas são retratadas de maneira sexualizada na publicidade, nos meios de comunicação e na
cultura popular, o que pode contribuir para a sua objetificação. Além disso, as mulheres
muitas vezes enfrentam desigualdades salariais e dificuldades no mercado de trabalho, sendo
sub representadas em cargos de poder e enfrentando discriminação de gênero.

A reificação da mulher no capitalismo também pode se manifestar na esfera doméstica, onde


as mulheres são frequentemente responsabilizadas pelo trabalho doméstico e de cuidado não
remunerado, sendo sua contribuição para a economia e para a sociedade desvalorizada.

Críticas à moralidade burguesa


De acordo com Marx, a moralidade burguesa reflete os valores e as normas da classe
capitalista, que estão fundamentados na propriedade privada, na busca pelo lucro e na
competição individual. Essa moralidade enfatiza a acumulação de riqueza, a busca do
interesse próprio e a competição como princípios centrais da vida social.

Marx criticava a moralidade burguesa por considerá-la falsa e alienante. Ele argumentava que,
na sociedade capitalista, as relações sociais e as relações entre as pessoas são mediadas pelas
relações de produção, o que resulta em desigualdades, exploração e alienação. A moralidade
burguesa, nesse sentido, seria uma ideologia que justifica e perpetua essas desigualdades ao
enfatizar a importância do individualismo, da propriedade privada e do lucro.

Relações entre as considerações de Marx e o texto de Machado de Assis


O conto "Pai contra mãe", escrito por Machado de Assis, aborda as condições de trabalho
extremamente precárias e desumanas vivenciadas pelos trabalhadores no Brasil do século
XIX, especialmente aqueles que trabalhavam como escravos libertos. Embora Machado de
Assis não tenha desenvolvido suas obras com base nas teorias de Marx, é possível identificar
algumas relações entre as considerações de Marx e o texto citado.
Essa condição de exploração e alienação de Romão pode ser relacionada às concepções
marxistas sobre a alienação do trabalho. Marx argumentava que, no sistema capitalista, os
trabalhadores são alienados do produto de seu trabalho, não têm controle sobre o processo de
produção e são tratados como meros meios para a geração de lucro. Romão é um exemplo
dessa alienação, pois seu trabalho é voltado para a venda de seres humanos, e ele se torna
apenas uma peça dentro do sistema de escravidão.
Outro aspecto a ser considerado é a análise da relação entre capital e trabalho. Marx afirmava
que, no sistema capitalista, a acumulação de capital se dá às custas da exploração dos
trabalhadores, que recebem apenas uma fração do valor que produzem. No conto de Machado
de Assis, os escravos libertos são vistos como uma forma de capital, uma mercadoria que é
comprada e vendida no mercado. Romão, como agenciador, está inserido nesse processo de
acumulação de capital, em que a exploração dos trabalhadores é fundamental para o
enriquecimento dos proprietários.

Embora Machado de Assis não tenha desenvolvido uma análise econômica e política explícita
em seu conto, "Pai contra mãe" permite traçar paralelos com as ideias de Marx sobre a
alienação, a exploração e a relação entre capital e trabalho na sociedade capitalista. Ambos os
autores exploram as condições adversas enfrentadas pelos trabalhadores e destacam a injustiça
e a desumanidade inerentes ao sistema socioeconômico vigente.

Referências
ALTHUSSER, Louis. A Favor de Marx − Pour Marx. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978.

AVINERI, Shlomo. O pensamento político e social de Karl Marx. Coimbra: Coimbra, 1978.

Você também pode gostar