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Escola Dominical da Igreja Evangélica do Seixal

Estudo das Doutrinas Bíblicas Fundamentais

Lição Nº15 – A Pessoa de Cristo

1. Introdução
Continuamos a estudar as Doutrinas Bíblicas Fundamentais, e, hoje, depois de estudarmos as Doutrinas da Palavras
de Deus, as Doutrinas de Deus e as Doutrinas do Homem, iniciamos a Parte 4 referentes às Doutrinas de Cristo.
Nesta parte 4 estudaremos três doutrinas: a Doutrina da pessoa de Cristo, a Doutrina da Expiação e a Doutrina da
Ressurreição e Ascensão de Cristo.
Vamos começar a estudar as Doutrinas de Cristo procurando perceber a doutrina da Pessoa de Cristo, por um lado, o
filho de David, o filho de Abraão, por outro, o filho unigénito de Deus, a 2ª pessoa da Trindade, o salvador do mundo
e mediador entre Deus e os homens.

2. Doutrina da Pessoa de Cristo

PARTE 4: DOUTRINAS DE CRISTO


15ª Lição Doutrina da Pessoa de Cristo

1. O que diz a Doutrina a respeito da pessoa de Cristo?


2. Jesus Cristo é plenamente Deus?
3. Porque a divindade de Jesus era necessária?
4. Jesus Cristo é plenamente homem?
5. Porque era necessária a plena humanidade de Jesus?
6. Mas como Jesus pode ter sido plenamente humano e plenamente Deus?

2.1. O que diz a Doutrina a respeito da pessoa de Cristo?

Podemos resumir o ensino bíblico a respeito da pessoa de Cristo em 4 afirmações:

1. Jesus Cristo é plena e completamente divino.


2. Jesus Cristo é plena e completamente humano.
3. As naturezas divina e humana de Cristo são distintas.
4. As naturezas divina e humana de Cristo estão completamente unidas em uma pessoa.

2.2. Jesus Cristo é plenamente Deus?

- Tal como vimos quando estudámos a Doutrina da Trindade, a plena divindade de Jesus pode ser demonstrada por
diversas e abundantes provas bíblicas:
• Pelos nomes divinos que tinha:
- É chamado de “Deus” - Jo.1:1; 1:18; Rm.9:5; Tt.2:13; Hb.1:8;
- É chamado de “Senhor” – Lc.2:11; Mt.3:33; 1Co.8:6;
- É chamado de “Eu Sou” - Jo.8:58;
- É chamado de outras expressões divinas - Is.9:6; Ap.22:13; Mt.17:5;
• Pelos atributos divinos que possuía:
- Jesus é omnipotente e soberano – Mc.2:5-7 (Ele perdoa pecados); Mt.5:22, 28 (Ele fala com autoridade divina)
- Jesus é eterno – Jo.8:58; Ap.22:13;
- Jesus é omnisciente – Mc.2:8; J0.6:64;
- Jesus é omnipresente – Mt.18:20;
• Pelas obras divinas que realizava:
– Ele acalmava tempestades com uma ordem - Mt.8:26, 27;
- Ele multiplicava comida e transformava água em vinho - Mt.14:19;
- Ele expulsava demónios -
- Ele curava e ressuscitava pessoas –
- Ele mesmo ressuscitou ao 3º dia -
• Pela honra divina que Lhe atribuíam:
- Ele é digno de adoração – Ap-19:10; Fp.2:9-11;

2.3. Porque a divindade de Jesus era necessária?


- Somente o Deus infinito poderia suportar a plena penalidade de todos os pecados dos que haveriam de crer
Nele (nenhuma criatura poderia suportar tal penalidade);
- Nenhum ser humano ou criatura poderia salvar o homem - A salvação é do Senhor (Jn.2:9), ou seja, somente o
próprio Deus poderia salvar o homem;
- Só Deus podia vencer o pecado e ressurgir pelo seu poder;
- Somente quem fosse plenamente Deus poderia ser o único mediador entre Deus e o homem (1Tm.2:5), tanto
para trazer-nos de volta a Deus como para revelar-nos Deus mais completamente (Jo.14:9);

2.4. Jesus Cristo é plenamente homem?

- Jesus nasceu de uma mulher: a Escritura assegura-nos que Jesus foi concebido no ventre de sua mão, Maria, por uma
obra miraculosa do Espírito Santo sem pai humano – Mt.1:18; Mt.1:20; Mt.1:24, 25;

- Ou seja, o nascimento humano e virginal de Jesus foi uma obra sobrenatural de Deus (Gl.4:4,5) que tornou possível
a união da plena divindade com a plena humanidade em uma só pessoa (Jo.3:16, verdadeiramente humano, mas sem
o pecado herdado em Adão (Jesus não tem pai humano e o pecado de Maria não foi transmitido por obra milagrosa
do Espírito Santo Lc.1:35);

- Jesus possuiu corpo e mente humana, nasceu como todos os outros bebés (Lc.2:7), cresceu e aprendeu - a andar, a
comer, a ler e a escrever - como todas as crianças (Lc.2:40: 2:52);
- Jesus era igual a nós: cansava-se (Jo.4:6), teve sede (Jo.19:28), teve fome (Mt.4:2) e o seu corpo deixou de ter vida
quando morreu na cruz (Lc.23:46);

- Jesus, tal como nós, possuía alma (Jo.12:27; Mt.26:38) e tinha emoções – chorava (Jo.11:35), admirava-se (Mt.8:10),
irava-se (Jo.2:15,16), entristecia-se (Mt.26:38);

- Jesus foi tentado como nós, mas, como uma grande diferença, Jesus era sem pecado e nunca pecou (Jo.8:46; 8:29;
Hb.4:15; 1Pe.1:19);

- Após ressuscitar, Jesus tinha um corpo humano com “carne e ossos”(Lc.24:39) que foi elevado aos céus,
demonstrando assim a sua continuidade com corpo físico no céu, ainda que tornado perfeito (tal como o nosso será
quando igualmente ressuscitarmos dos mortos - 1 Coríntios 15:20);

2.5. Porque era necessária a plena humanidade de Jesus?

- Jesus tinha de ser um homem a fim de ser nosso representante e obedecer em nosso lugar (Rm.5:18,19 +
1Co.45,47);
- Se Jesus não tivesse sido um homem, não poderia ter morrido em nosso lugar e não poderia ter pago a penalidade
que nos era devida, substituindo-nos (Hb.2:16,17);
- 0 fato de que Jesus foi um homem e experimentou tentações capacitou- o a simpatizar mais plenamente connosco
como nosso “sumo sacerdote (Hb 2.18);
- A humanidade de Jesus proporciona exemplo e padrão para nossa vida (cf. 1 Jo 2.6; IPe 2.21);
-Notemos: No 1º século havia quem afirmasse que Jesus não era um homem, mas sim um “ente” que aparentava ser
homem (heresia conhecida por docetismo). Mas isso era completamente inaceitável, tal como o apóstolo João deixa
claro na sua 1ª carta 1Jo.4:2,3: “Vocês podem reconhecer O Espírito de Deus deste modo: todo espírito que confessa
que Jesus Cristo veio em carne procede de Deus; mas todo espírito que não confessa Jesus não procede de Deus. Esse
é O espírito do anticristo, acerca do qual vocês ouviram que está vindo, e agora já está no mundo”.

2.6. Mas como Jesus pode ser plenamente humano e plenamente Deus, simultaneamente?
- Jesus é Deus, a 2ª Pessoa da Trindade, da mesma substância do Pai, e existe desde sempre pois é eterno (Jo.1:1),
ou seja, Jesus tem um a natureza divina logo é plenamente divino;
- Pela encarnação, Jesus foi gerado pelo Espírito Santo no ventre da virgem Maria, e assim, adquiriu a natureza
humana tornando-se homem igual a nós, mas sem pecado (Hb 2.14-18 e 4.15);
- Jesus é uma única pessoa onde coexistem duas naturezas distintas, a divina (desde a eternidade) e a humana
(desde a encarnação), inseparavelmente unidas para sempre (Definição da Calcedónia, concílio de 451 d.C.);
- A união em Jesus de duas naturezas distintas e inconfundíveis (não se fundem nem formam uma outra natureza),
onde as propriedades das duas naturezas se mantêm intactas, é um mistério;
- Podemos compreender a união das duas naturezas distintas de Jesus, em vários exemplos:
- A respeito da natureza humana, podemos dizer que Jesus ascendeu ao céu e não está mais no mundo
(Jo16:28; 17:11; At.1:9-11). Mas, com respeito à sua natureza divina, podemos dizer que Jesus está presente
em toda parte (Mt 18.20; Mt 28.20);
- Podemos dizer que Jesus tinha 30 anos de idade (Lc 3.23) se falarmos da sua natureza humana, mas que
existia eternamente (Jo 1.1,2; 8.58) se estivermos a falar da sua natureza divina;
- Segundo a natureza humana, Jesus era fraco e se cansava (Mt 4.2; 8.24; Mc 15.21; Jo 4.6), mas em sua
natureza divina ele era onipotente (Mt 8.26,27; Cl 1.17; Hb 1.3);
- Com respeito à natureza humana, ele certamente foi tentado de cada forma como nós somos, todavia sem
pecado (Hb 4.15). Com respeito à natureza divina, contudo, ele não foi tentado, porque Deus não pode ser
tentado pelo mal (Tg 1.13);

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