Você está na página 1de 4

EXMO. SR.

DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES DA


COMARCA DE (CIDADE/ESTADO)
(Fulano de Tal), brasileiro, casado, aposentado, RG nº XXX, CPF nº XXX, residente e
domiciliado à Rua XXX nº XX, Bairro XXX, na cidade de XXX, estado de XXX sob o CEP XXX,
por seu advogado infra-assinado (instrumento de procuraçã o em anexo), com escritó rio
situado à rua XXX nº XX, onde recebe intimaçõ es e notificaçõ es, vem perante Vossa
Excelência, propor a presente
AÇÃO DE INTERDIÇÃO COM PEDIDO DE CURATELA PROVISÓRIA
de (Ciclano de Tal), brasileiro, aposentado, RG nº XXX, e CPF nº XXX, residente e
domiciliado Rua XXX nº XX, Bairro XXX, na cidade de XXX, estado de XX sob o CEP XXX,
pelos motivos de fato e de direito que passo a expor:
DA PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO
Requer-se, nos termos do art. 1.048, I do CPC c/c o art. 71 do “Estatuto do Idoso” (lei
10.741/03), a concessã o do benefício da “prioridade processual” à pessoa maior de 60
(sessenta anos), previsto nos referidos dispositivos. Em anexo a esta petiçã o, segue
documento atestando a idade do interditando (có pia dos documentos pessoais em anexo)
cuja juntada aos autos se pleiteia, atendendo ao disposto nos arts. 1211-B, caput e 71, § 1º
das respectivas normas.
DA LEGITIMIDADE DO AUTOR PARA REQUERER A INTERDIÇÃO
Comprova-se parte legítima para figurar como autor da presente açã o, o Sr. (Fulano de Tal),
embasado no artigo 747, II do Novo Có digo de Processo civil.
O inciso segundo do referido artigo autoriza que os parentes possam promover a
interdiçã o, e (Fulano de Tal) se trata de descendente de (Ciclano de Tal), como se comprova
mediante certidã o de nascimento em anexo.
I - DOS FATOS
O requerente é filho do interditando, como prova inclusa a Certidã o de Nascimento. O
interditando por sua vez é pessoa idosa contando 86 (oitenta e seis) anos de idade (có pia
do RG em anexa)
O interditando possui quadro de Doença de Parkinson em grau muito avançado, o que
prejudica totalmente a sua mobilidade independente, além disso, sofre de perda de
capacidade cognitiva e de percepçã o do que acontece à sua volta. No momento encontra-se
totalmente dependente de seus familiares para mobilidade e atividades como alimentaçã o,
banho e até higiene pessoal.
Com efeito, conforme se extrai do parecer do Neurologista Dr. Beltrano de Tal (Doc. Laudo
Médico), o interditando é totalmente dependente de sus familiares para atividades bá sicas
do dia a dia.
Sendo assim, perante a incapacidade de exteriorizar sua vontade por meio da fala e
também por meio da escrita, uma vez que possui Doença de Parkinson em está gio
avançado, o que faz com que perca quase que totalmente sua mobilidade, além de
apresentar um estado de confusã o mental, depreende-se a sua incapacidade temporá ria
para exercer atos civis.
Assim, o interditando vive sob a vigilâ ncia do Requerente, já que nã o detém o elementar
discernimento para alimentar-se apropriadamente, medicamentar-se rigorosamente de
acordo com as prescriçõ es médicas, comparecer à s consultas médicas (o que é muito
dificultoso pela falta de mobilidade), ademais, precisará de auxílio para administrar os
valores referentes à aposentadoria e arrendamento de terra.
Assim, posto os fatos acima narrados, o Requerente ajuíza o presente pedido de interdiçã o
com pedido de curatela provisó ria em antecipaçã o de tutela, pretensã o ao qual faz jus,
conforme os argumentos de Direito a seguir expostos.
II - DO DIREITO
Ante a existência da doença física e mental permanente, o interditando, atualmente com 86
anos de idade, nã o possui as mínimas condiçõ es de exprimir validamente as suas vontades,
e, como consequência disso, nã o pode gerir a sua pessoa e administrar seu patrimô nio.
A personalidade tem a sua medida na capacidade de fato ou de exercício, que, na liçã o de
Maria Helena Diniz, “é a aptidão de exercer por si os atos da vida civil, dependendo, portanto,
do discernimento, que é critério, prudência, juízo, tino, inteligência, e, sob o prisma jurídico,
da aptidão que tem a pessoa de distinguir o lícito do ilícito, o conveniente do prejudicial”.
Por razõ es obvias, apesar da maioridade, o interditando nã o possui condiçõ es para a
prá tica dos atos da vida civil, ou seja, para reger a sua pessoa e administrar os seus bens.
Persiste, assim, a sua incapacidade real e efetiva, a qual tem de ser declarada por meio do
procedimento de interdiçã o, tratado nos arts. 747 a 758 do Có digo de Processo Civil, bem
como nomeado curador, consoante o art. 1.767 do Có digo Civil.
Conforme se verifica o atestado médico que segue em anexo, o interditando, portador de
Doença de Parkinson (CID G20.0) e Demência da Doença de Pick (CID F02.0), possui
dificuldade na fala, total dependência dos seus familiares para se locomover (o que engloba
todas as açõ es que dependem da locomoçã o) e confusã o mental. Sendo certo que esta grave
enfermidade nã o permite que o mesmo administre sua pró pria vida civil.
Desta forma, demonstrado está que o interditando nã o tem mínimas condiçõ es de gerir e
administrar sua pessoa e seus bens, sendo imprescindível que seja representado pelo
Requerente que, com o termo de curatela, poderá dar melhores condiçõ es de vida ao pai.
Da Curatela Provisória
A prova inequívoca da falta de mobilidade e confusõ es mentais do interditando deflui do
documento anexo e dos fatos já aduzidos, os quais demonstram a incapacidade do
interditando para reger a sua pessoa.
Desse modo, consubstanciada está a verossimilhança e a credibilidade da prova alegada, a
plausibilidade do direito invocado, ante a proteçã o exigida pelo ordenamento jurídico
pá trio aos interesses do incapaz.
Ademais, conforme exposto anteriormente, o interditando vive sob a vigilâ ncia do
Requerente.
Como o interditando nã o detém o elementar discernimento para a prá tica dos atos da vida
civil, torna-se temerá ria e incerta a adequada gestã o dos recursos fundamentais à sua
manutençã o.
III - DOS PEDIDOS
Pelo exposto, requer a Vossa Excelência:
a) seja deferido o benefício de Prioridade de Tramitação, com fulcro nos art. 1.048, I do
CPC c/c o art. 71 da Lei 10.741/03, uma vez que o interditando é pessoa idosa, sendo
determinada à secretaria da Vara a devida identificaçã o dos autos e a tomada das demais
providências cabíveis para assegurar, além da prioridade na tramitaçã o.
b) a concessã o da Tutela de Evidência, com base no art. 311, II do CPC, nomeando o
Requerente como curador provisó rio do interditando, a fim de que possa representá -lo nos
atos da vida civil, sobretudo na adequada gestã o dos recursos fundamentais à sua
manutençã o, convertendo-se em Curatela definitiva ao julgamento final da presente Açã o.
c) a citaçã o do interditando, para a audiência de entrevista, na pessoa do requerente, nos
termos do artigo 245 do CPC. Requerente: (Fulano de Tal) (já qualificado) residente e
domiciliado à XXX nº XX, Bairro XXX, na cidade de XXX, estado de XX sob o CEP XXX.
d) o deslocamento do juiz ou funcioná rio delegado para ouvir o interditando no local onde
este estiver, nos termos do artigo 751, § 1º do CPC, visto a enorme dificuldade do
interditando para se locomover, subir escadas, ir até o fó rum para a audiência de
entrevista.
e) cumpridas as formalidades legais, e constatada judicialmente a incapacidade do
interditando, seja decretada a sua interdiçã o, sendo o requerente nomeado seu curador
definitivo, para representa-lo em todos os atos da vida civil, inclusive na gestã o do seu
patrimô nio.
O requerente produzirá todas as provas que forem necessá rias e exigidas, para que se
comprovem os fatos alegados.
Dá a causa o valor de R$ ---- para fins de alçada.
Termos em que,
Pede Deferimento
(cidade/estado), (dia/mês/ano)
Advogado ----
OAB nº ----

Você também pode gostar