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Concreto Armado II

TORÇÃO
Prof. Jorge A. Wissmann
Mestre em Estruturas
materiais: www.jorgew.com
Concreto Armado II – Torção
O dimensionamento à torção baseia-se nas mesmas condições dos
demais esforços: enquanto o concreto resiste às tensões de
compressão, as tensões de tração devem ser absorvidas pela
armadura. A distribuição dos esforços pode ser feita de diversas
formas, a depender da teoria e do modelo adotado.
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O dimensionamento ideal seria a utilização de estribos em espiral e
uma melhor distribuição da armadura longitudinal no perímetro da
seção.

40cm
limite entre
barras
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TIPOS DE TORÇÃO:

•Torção de Compatibilidade
•Torção de Equilíbrio
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•Torção de Compatibilidade

Vale a lembrança de que não é todo tipo de momento torçor que


precisa ser considerado para o dimensionamento das vigas. A
chamada torção de compatibilidade, resultante do impedimento
à deformação, pode ser desprezada, desde que a peça tenha
capacidade de adaptação plástica. Em outras palavras, com a
fissuração da peça, sua rigidez à torção cai significativamente,
reduzindo também o valor do momento atuante. É o que ocorre
em vigas de bordo, que tendem a girar devido ao engastamento
na laje e são impedidas pela rigidez dos pilares.
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•Torção de Compatibilidade

A torção de compatibilidade ocorre comumente nos sistemas


estruturais, como numa laje engastada em uma viga de borda. A
laje ao tentar girar, aplica um momento de torção na viga, que
tende a girar também, sendo impedida pela rigidez a flexão dos
pilares . Surgem então momentos torçores solicitantes nas vigas
e momentos fletores nos pilares. Quando a rigidez da viga à
torção é pequena comparada a sua rigidez à flexão, a viga fissura
e gira, permitindo o giro da laje também. Ocorre então uma
compatibilização entre as deformações na viga e na laje, e como
consequência os momentos torçores na viga diminuem bastante,
podendo ser desprezados.
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•Torção de Compatibilidade

Da NBR 6118:
Quando a torção não for necessária ao equilíbrio, caso da torção
de compatibilidade, é possível desprezá-la, desde que o
elemento estrutural tenha a adequada capacidade de adaptação
plástica e que todos os outros esforços sejam calculados sem
considerar os efeitos por ela provocados.
Em regiões onde o comprimento do elemento sujeito a torção
seja menor ou igual a 2h , para garantir um nível razoável de
capacidade de adaptação plástica , deve-se respeitar a armadura
mínima de torção e limitar a força cortante , tal que:
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•Torção de Compatibilidade
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•Torção de Equilíbrio

Por outro lado, se a chamada torção de equilíbrio, que é a


resultante da própria condição de equilíbrio da estrutura, se não
for considerada no dimensionamento de uma peça, pode levar à
ruína. É o caso de vigas-balcão e de algumas marquises.
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•Torção de Equilíbrio
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•Teorias que embasam a NBR 6118

A teoria que é mais amplamente aceita para a distribuição das


tensões decorrentes da torção é a da treliça espacial
generalizada, na qual se baseiam as formulações das principais
normas internacionais. A filosofia desse método é a idealização
da peça como uma treliça, cujas tensões de compressão
causadas pelo momento Torçor serão resistidas por bielas
comprimidas (concreto), e as de tração, por diagonais
tracionadas (armaduras).

A seguir, será apresentada uma síntese dos conceitos que


fundamentam os critérios de dimensionamento à torção,
relacionados às disposições da Revisão da NBR 6118.
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•Teorias que embasam a NBR 6118
TEORIA DE BREDT

A partir dos estudos de Bredt, percebeu-se que quando o


concreto fissura (Estádio II), seu comportamento à torção é
equivalente ao de peças ocas (tubos) de paredes finas ainda não
fissuradas - Estádio I (figura 1c). Essa afirmativa é respaldada na
própria distribuição das tensões tangenciais provocadas por
momentos torçores (figura 1b), as quais, na maioria das seções,
são nulas no centro e máximas nas extremidades.
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•Teorias que embasam a NBR 6118

Relembrando os Estádio do Concreto Armado:


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• Domínios de Deformação do Concreto Armado


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•Teorias que embasam a NBR 6118
TEORIA DE BREDT
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•Teorias que embasam a NBR 6118
TEORIA DE BREDT

A partir dos conceitos de Resistência dos Materiais, pode-se chegar à


chamada primeira fórmula de Bredt, dada por:

τc é a tensão tangencial na parede, provocada pelo momento Torçor;


T é o momento torçor atuante;
Ae é a área delimitada pela linha média da parede da seção
equivalente;
t é a espessura da parede equivalente.
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•Teorias que embasam a NBR 6118
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•Teorias que embasam a NBR 6118
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•Teorias que embasam a NBR 6118

Para Seções compostas cada uma delas deve ser verificada


isoladamente e o momento torçor total deve ser distribuido
conforme a rigidez elástica linear. A rigidez é proporcional a b3h:

Com b sendo o menor lado


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•Teorias que embasam a NBR 6118
TRELIÇA ESPACIAL GENERALIZADA

Originada na treliça clássica idealizada por Ritter e Mörsch para


cisalhamento, e foi desenvolvido por Thürlimann e Lampert.
Essa treliça espacial é composta por quatro treliças planas na
periferia da peça (tubo de paredes finas da Teoria de Bredt),
sendo as tensões de compressão absorvidas por barras (bielas)
que fazem um ângulo θ com o eixo da peça, e as tensões de
tração absorvidas por barras decompostas nas direções
longitudinal (armação longitudinal ) e transversal (estribos a
90o). Pode-se observar que a concepção desse modelo baseia-se
na própria trajetória das tensões principais de peças submetidas
à torção (figura 2).
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•Teorias que embasam a NBR 6118
TRELIÇA ESPACIAL GENERALIZADA

Apenas para a apresentação das expressões que regem o


dimensionamento, será considerada uma seção quadrada com
armadura longitudinal formada por quatro barras, uma em cada
canto da seção, e armadura transversal formada por estribos a
90o (figura 3).
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•Teorias que embasam a NBR 6118
TRELIÇA ESPACIAL GENERALIZADA
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•Teorias que embasam a NBR 6118
TRELIÇA ESPACIAL GENERALIZADA
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•Teorias que embasam a NBR 6118
TRELIÇA ESPACIAL GENERALIZADA
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•Teorias que embasam a NBR 6118
TRELIÇA ESPACIAL GENERALIZADA
Seção Transversal
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•Teorias que embasam a NBR 6118
TRELIÇA ESPACIAL GENERALIZADA
Armadura longitudinal
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TRELIÇA ESPACIAL GENERALIZADA
Bielas de compressão
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•Teorias que embasam a NBR 6118
TRELIÇA ESPACIAL GENERALIZADA
Tensões tangenciais
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•Teorias que embasam a NBR 6118
TRELIÇA ESPACIAL GENERALIZADA
Tensões tangenciais
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•Onde temos torção:
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•Onde temos torção:
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•Critérios de projeto da NBR 6118

Verificações do Concreto

• veem do concreto
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•Critérios de projeto da NBR 6118

Armadura dos estribos

Armadura longitudinal

Armadura total = de cortante + de torção

Armadura mínima, estribos

onde
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•Critérios de projeto da NBR 6118
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•Critérios de projeto da NBR 6118
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•Critérios de projeto da NBR 6118
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•Critérios de projeto da NBR 6118
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•Critérios de projeto da NBR 6118
Concreto Armado II – Torção
•Exemplo de dimensionamento
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•Exemplo de dimensionamento

Para concreto 20 Mpa


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•Exemplo de dimensionamento
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•Exemplo de dimensionamento
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•Critérios de projeto da NBR 6118

Detalhamento:

pelo menos uma barra em cada quina

barras longitudinais com no máximo 350mm de espaçamento

armadura de pele distribui-se no mínimo a cada d/3 ou 20 cm

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