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Acidentes com Descargas Atmosféricas

Índice

1 - EXTRATIVA MINERAL LTDA ....................................................................02

2 - ARACRUZ CELULOSE S/A .......................................................................03

3 - ENGENHARIA E CONSTRUÇÕES ADG LTDA ........................................04

4 - WILLIAN ROSA DE MELO / TELEMAR NORTE LESTE S.A


ENGENHARIA DE TELECOMUNICACOES S.A ...........................................05

5 - CEMIG .....................................................................................................07

6 - PROVIDER LTDA - COELCE


(COMPANHIA ENERGÉTICA DO CEARÁ) ...................................................08

7 - USINA CANSANÇÃO DE SINIMBU S.A ...................................................09

8 - EMPREGADO (TRATORISTA) .................................................................10

9 - MRV ENGENHARIA IANELLY VIGILÂNCIA PATRIMONIAL E


SERVIÇOS LTDA ............................................................................................11

10 – FAZENDEIRO ........................................................................................12

11- TENDÊNCIA .............................................................................................13


Processo 1:

Vara de origem Vara do Trabalho de Nova Lima


Recorrido EXTRATIVA MINERAL LTDA
Recorrente Silvia Maria do Nascimento e outros
Responsabilidade Civil
Fato Vítima de “descarga atmosférica”, o que teria
provocado sua morte por “TRAUMATISMO
CRÂNIO-ENCEFÁLICO”
A vítima estaria no alto da escada, chegando ao
telhado, quando teria sido atingida por
forte descarga atmosférica, falecendo
imediatamente. As queimaduras demonstram
que a corrente elétrica entrou pela cabeça da
vítima, percorreu o seu tronco e saiu pelo pé
direito”
Consta também desse relatório, que “a guarita
estava aterrada e, portanto, protegida contra a
ação do raio, fator que salvou a vida do Sr.
Olando” (vigia que se encontrava no interior da
guarita).
Dessa forma, o que se constata na hipótese
vertente é que nenhum tipo de proteção, seja por
meio de EPI ou mesmo de instalações,
poderia ter evitado que o ex-empregado fosse
atingido pelo raio que o vitimou.
Apesar de a queda de raio constituir fato
previsível em qualquer tempestade, uma vez que
se trata de fenômeno que a ciência moderna
explica perfeitamente, o momento e a área da
queda não podem ser previstos com precisão,
sobretudo quando o tempo está limpo, conforme
constatado na hipótese dos autos.

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Processo 2:

Vara de origem 2a. Vara do Trab.de Gov. Valadares


Recorrido ARACRUZ CELULOSE S/A
Recorrente Maria Helena Anastácio e outro
Responsabilidade Civil
Fato Comprovado que o autor, trabalhando
em céu aberto, não foi orientado pela
empresa sobre técnicas de segurança
na presença de intempéries. Assim,
ao tentar se abrigar da forte chuva
carregou a sua foice apoiada ao
ombro, vindo a ser colhido, em razão
deste fato, por uma descarga elétrica
atmosférica que ocasionou a
sua morte.
Resultado Desta forma, entendo que o MM.
Juízo de 1º grau o fixou com
prudência, ao arbitrar o dano moral
em 80 salários mínimos para cada um
dos reclamantes e a pensão mensal
em favor da primeira reclamante (mãe
do de cujus) no valor correspondente
a 58% do salário mínimo, acrescida
do abano anual, devida a partir da
dato do acidente, de forma vitalícia.

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Processo 3:

Vara de origem Vara do Trabalho de Caratinga


Recorrido ENGENHARIA E CONSTRUÇÕES
ADG LTDA
Recorrente José Borges Neto, TELEMAR NORTE
LESTE S.A
Responsabilidade Civil
Fato Vítima de acidente do trabalho, tendo
sido atingido por uma descarga de
energia elétrica que o derrubou da
escada, além de eletrocutá-lo,
acarretando-lhe seqüelas com as
quais terá que conviver enquanto vivo
for.
Resultado Danos morais, incluídos os estéticos,
advindos do acidente sofrido, para
R$90.000,00 e custas processuais
R$1.800,00.

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Processo 4:

Vara de Origem 2a. Vara do Trabalho de Barbacena


Recorrido Willian Rosa de Melo
Recorrentes Telemar Norte Leste S.A
Engenharia de Telecomunicacoes S.A

Responsabilidade Civil
Fato Durante o exercício de suas
atividades operava
junto a aparelhos telefônicos e
reparação de orelhões
danificados, permanecia junto a rede
telefônica dentro dos
limites da área de risco, ou seja,
próximo a rede elétrica de
alta tensão, concluindo, por isto, que
"há possibilidade do reclamante ser
vítima de um choque
elétrico e suas conseqüências,
variando de uma simples
queimadura, até a morte, é
conseqüência de um ato inseguro do
funcionário, uma descarga elétrica por
um raio da natureza ou um
acidente próximo da rede elétrica ... e
naturalmente uma descarga
elétrica que viesse atingir o
reclamante por estar dentro da área
de risco" Os recorrentes acima
contestam os valores determinados
ao adicional de periculosidade, porém
ficou provado que não só as
atividades do reclamante envolviam
contato com eletricidade capaz
de expor sua saúde a risco, mas,
também, que existe norma a
amparar seu direito ao recebimento
do respectivo adicional.
acidente próximo da rede elétrica ... e
naturalmente uma descarga
elétrica que viesse atingir o
reclamante por estar dentro da área
de risco.

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Resultado Este último estabelece, em seu
artigo 2o., que o adicional de
periculosidade será devido a todo
aquele que, "permaneça
habitualmente em área de risco,
executando
ou aguardando ordens, e em situação
de exposição contínua",
"independentemente do cargo,
categoria ou ramo da empresa. Por
tudo que foi exposto, nego provimento
aos apelos.

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Processo 5:

Vara de origem 3ª CÂMARA CÍVEL


Recorrido CEMIG
Recorrente BRADESCO SEGUROS S/A
Fato Funcionária atingida por uma
descarga atmosférica que a levou a
óbito. Em suas razões recursais,
alegou, em síntese, que a própria
concessionária confirmou a
interrupção no fornecimento de
energia, e que descargas
atmosféricas são eventos naturais
que exigem da empresa a instalação
de dispositivos de segurança para
evitar danos às pessoas e ao
patrimônio destas.

Resultado Aplica-se a teoria subjetiva de


responsabilidade civil quando o dano
experimentado ocorre em razão da
omissão do Poder Público ou de
prestadoras de serviço público.

Ante a ausência da prova de culpa do


agente e a comprovação de
excludente de responsabilidade, não
há como acolher a pretensão
indenizatória, uma vez que
desconfigurada a responsabilidade
civil.

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Processo 6:

Vara de origem MMª Vara do Trabalho de Tianguá


Recorrido
PROVIDER LTDA -
COMPANHIA ENERGÉTICA DO
CEARÁ – COELCE

Recorrente
Maria Roseli Mendes Alencar

Responsabilidade Civil
Fato Funcionário atingido por descarga
elétrica proveniente de raio em
rodovia estadual quando se deslocava
de motocicleta em seu horário de
trabalho, exercia função de leiturista.
Sua esposa entrou com processo
solicitando em forma de indenização o
pagamento de pensão aos filhos
menores nos moldes de antecipação
dos efeitos da tutela e procedência da
ação. Por fim, pede os benefícios da
justiça gratuita e a condenação em
honorários advocatícios.

Resultado A MMª Vara do Trabalho de Tianguá


negou o pedido.

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Processo 7:

Vara de origem Primeira Turma do Tribunal Superior


do Trabalho
Recorrido Usina Cansanção de Sinimbu S. A
Recorrente Família da vítima
Responsabilidade Civil
Fato Jovem trabalhador rural faleceu
fulminantemente pela descarga
elétrica de um raio, quando
participava do corte de cana, em um
dia chuvoso.
Resultado
Considerando que a morte do
trabalhador decorreu da imprudência
da empresa que não determinara a
interrupção do serviço diante das
condições climáticas perigosas,
conforme ordena a NR 31, o relator
avaliou que é devida a indenização
por dano moral aos seus pais , no
valor de R$ 100 mil, nos termos dos
artigos 186 e 927 do Código Civil

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Processo 8:

Vara de origem 7ª Câmara do TRT


Recorrido Empresa X
Recorrente Esposa da vítima
Responsabilidade
Civil
Fato
Uma descarga elétrica atingiu o
empregado (tratorista), quando este
exercia seu trabalho, no que resultou
em seu falecimento.

Resultado
A câmara considerou o depoimento
da testemunha da empresa, tratorista
também, que afirmou que a
orientação do administrador é que os
empregados não se dirijam ao
trabalho se estiver chovendo e dele
retornem imediatamente caso comece
a chover forte. E por entender que o
acidente de trabalho somente veio a
acontecer por causa de ato da
natureza, evento fortuito e não
controlável, a Câmara afirmou que
ficou bem caracterizada a ausência
de culpa da ré, remetendo-se a
ocorrência tão somente por fenômeno
da natureza, a que todos se
encontram sujeitos.

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Processo 09:

Vara de origem Segunda Turma do Tribunal Superior


do Trabalho

Recorrido MRV Engenharia Ianelly Vigilância


Patrimonial e Serviços Ltda

Recorrente Esposa da vítima

Responsabilidade Civil
Fato Vigia foi atingido por um raio que o
levou a morte
Resultado A 4ª Vara do Trabalho da Comarca de
Jundiaí (SP) designou direito da
família de ser indenizada em R$
91.896,06 a título de danos materiais
e morais. A construtora recorreu,
porém a Segunda Turma do Tribunal
Superior do Trabalho declarou a
responsabilidade solidária das
empresas, sustentando que as
mesmas atuaram com desleixo na
manutenção das condições de saúde,
higiene e segurança do trabalho.

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Processo 10:

Vara de origem
1ª Turma do TRT/MT

Recorrido
Fazendeiro

Família da vítima
Recorrente

Responsabilidade
Civil

Fato
Vaqueiro morreu eletrocutado ao ser
atingido por um raio durante o
trabalho.

Resultado
Família entrou com processo com
pedido de indenização pelo ocorrido,
porém a 1ª Turma concluiu que o
acidente ocorreu por força maior,
resultado direto da ação da natureza,
independentemente de todas as
medidas de segurança, e não como
resultado de qualquer conduta dos
proprietários da fazenda. Alegou
ainda que não existem EPIs
(Equipamento de Proteção Individual)
capazes de impedir as fatalidades
advindas dos fenômenos naturais, a
exemplo das descargas atmosféricas,
que podem atingir a todos
indistintamente, seja qual for a
profissão desempenhada.

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Tendência:

Segundo desembargador do trabalho, a tendência agora é a responsabilização


dos empregadores nos casos de acidentes com descargas atmosféricas (raio).
Tudo dependerá da constatação da perícia, se houve ou não falta de dever de
cuidado da empresa com seu empregado.

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