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Segurança do Trabalho

Princípios e diretrizes da OIT e da OMS:


melhoria das condições de segurança do
ambiente de trabalho e da saúde do
trabalhador
O trabalho faz parte da vida das pessoas. A maioria dos trabalhadores passa
pelo menos oito horas do seu dia exercendo suas atividades laborais. Elas podem
ser executadas no campo, na indústria, em um escritório, em um porto, na
construção civil, enfim. São muitos os ambientes que requerem o desempenho de
atividades profissionais.

O progresso tecnológico e a competição extrema conduzem a mudanças


rápidas nas condições, nos processos e na organização do trabalho. Portanto, os
profissionais inseridos na área de saúde e segurança do trabalho (SST) devem se
manter atentos às condições de saúde e segurança dos trabalhadores.

Para que o trabalhador exerça as suas atividades com segurança e para


preservar a saúde dele, as empresas investem em uma gestão de SST iniciando com
a elaboração e a implantação de uma política de saúde e segurança.

O desenvolvimento dessa política provém de um diagnóstico e de um prévio


estudo do ambiente de trabalho, respaldado nos princípios e nas diretrizes da
Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Organização Mundial da Saúde
(OMS), as quais prezam por ambientes laborais seguros e saudáveis. Sabe-se que
qualquer condição de trabalho deficiente pode afetar a saúde e segurança de um
trabalhador, bem como o ambiente que ele habita.
As diretrizes propostas pela OIT contribuem para as mudanças necessárias na
cultura de SST e estimulam a elaboração de normas específicas para diferentes
setores econômicos, tipos de segmentos ou fatores de risco. Elas devem ser
adequadas ao contexto nacional e podem resultar efetivamente no melhor
desempenho em SST no âmbito das organizações.

Uma gestão de SST contribui para que as empresas tenham melhorias em seu
processo de trabalho e, consequentemente, em seus resultados. Com ela, é possível
antecipar possíveis situações de risco no ambiente de trabalho ou até minimizar
situações que expõem o trabalhador, principalmente a acidentes de trabalho.

Com o intuito de classificar as empresas de acordo com seus indicadores de


gestão, Tavares (2016) descreve como a Organização Internacional do Trabalho (OIT)
interpreta as taxas de acidentes (frequência e gravidade nas empresas) do seguinte
modo:

Taxa de frequência (número de acidentes)

Até 20 Muito boa

De 20,01 – 40 Boa

De 40,01 – 60 Ruim

Acima de 60 Péssima

Figura 1 – Quadro da análise das taxas de frequência

Taxa de gravidade (dias perdidos)

Até 500 Muito boa

De 500,01 – 1000 Boa

De 1000,01 – 2000 Ruim

Acima de 2000 Péssima


Figura 2 – Quadro da análise das taxas de gravidade

Esses indicadores (taxas de frequência e gravidade) certamente serão objeto


de estudo mais à frente, podendo haver outras formas de registro e avaliação
estatística de acidentes do trabalho, doenças ocupacionais e agentes de
insalubridade. A Norma Regulamentadora 4 (NR-4), por exemplo, requer o
preenchimento dos Quadros III, IV, V e VI com tais dados, sendo uma exigência legal.

A OIT realiza convenções, que são tratados internacionais de caráter normativo


que podem ser ratificados sem limitação de prazo por qualquer Estado-membro
interessado. Elas exercem papel relevante na segurança do trabalho porque são
utilizadas como referência normativa para criar e modificar NRs e políticas nacionais
de saúde e segurança do trabalho. Depois de serem ratificadas pela autoridade
nacional competente (o Congresso Nacional, no caso do Brasil), elas ganham força
de lei em todo o território nacional.

Atualmente, já se tem até a NR-37, com o objetivo de fundamentar e


regulamentar as práticas de saúde e segurança dos funcionários de todas as
empresas, públicas ou privadas.

Fazem parte dos objetivos estratégicos da OIT:

Liberdade sindical e reconhecimento efetivo do direito de negociação


coletiva

Eliminação de todas as formas de trabalho forçado

Abolição efetiva do trabalho infantil

Eliminação de todas as formas de discriminação em matéria de


emprego e ocupação

Promoção do emprego produtivo e de qualidade

Extensão da proteção social

Fortalecimento do diálogo social


Já o objetivo da OMS é:

Desenvolver o nível de saúde de todos os povos

A OMS define saúde como bem-estar físico, mental e social. Não se trata,
portanto, apenas de ausência de uma enfermidade.

Os princípios da OIT e da OMS são fundamentais para elaborar e implantar


políticas de saúde e segurança no trabalho, já que estabelecem padrões
internacionais e constituem um instrumento único para desenvolver uma cultura de
segurança sustentável dentro e fora das empresas.

Tanto as organizações quanto os trabalhadores devem seguir os princípios e as


diretrizes que respaldam a segurança e a saúde nos ambientes de trabalho. Assim,
todos serão beneficiados.

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