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2. Método
2.1.
Amostra
O presente estudo utilizou como amostra 317 sujeitos, divididos em 2
grupos: população clínica e população geral. A amostra total foi composta por
crianças e adolescentes com idades entre 8 e 16 anos, estudantes do ensino
fundamental e médio em escolas do Rio de Janeiro. Dentre os 317 sujeitos
amostrados, 162 são do sexo masculino e 155 são do sexo feminino.
Amostra clínica: Participaram deste estudo, crianças e adolescentes em
atendimento ambulatorial no Serviço de Psiquiatria da Santa Casa de Misericórdia
do Rio de Janeiro e no Centro Integrado de Psiquiatria da Infância e Adolescência
– uma organização não-governamental que atende a população infantojuvenil de
baixa renda do Rio de Janeiro. A amostra foi composta por 48 sujeitos, com
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idades entre 8 e 16 anos (média de idade: 11,1 e desvio padrão: 2,3), sendo 16
meninas com média de idade 10,9 (desvio padrão: 2,3) e 32 meninos, com média
de idade 11,2 (desvio padrão: 2,3). Todos os sujeitos da amostra eram estudantes
do ensino fundamental ou médio.
Amostra geral: Participaram deste estudo, crianças e adolescentes
estudantes do ensino fundamental de escolas da rede pública do Rio de Janeiro. A
amostra foi composta por 269 sujeitos com idades entre 8 e 16 anos (média de
10,4 e desvio padrão de 1,3), sendo 139 meninas com média de idade 10,2 (desvio
padrão: 1,3) e 130 meninos, com média de idade 10,6 (desvio padrão: 1,3). Todos
os sujeitos da amostra eram estudantes da rede pública de ensino, cursando entre
3º e o 9º ano do ensino fundamental.
Os critérios de inclusão, adotados para os dois grupos amostrais, foram:
(1) o termo de consentimento assinado pelos pais ou responsáveis, (2) ter entre 8 e
16 anos de idade, (3) preenchimento completo do protocolo de pesquisa e (3)
resultado igual ou superior a 80 pontos no teste de inteligência.
2.2.
Instrumentos de mensuração
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aproximadamente 10 a 15 minutos.
estima negativa (Kovacs, 1992). O teste foi validado para o Brasil por Gouveia et
al., em 1995.
O CDI é uma escala de auto-relato que foi desenvolvida para avaliar
indivíduos com idades entre 7 e 17 anos. O instrumento é composto por 27 itens,
sendo que cada item tem três opções de resposta. As respostas variam de 0 a 2
pontos de acordo com a gravidade do sintoma, sendo (0): ausência de sintoma,
(1): sintoma leve e (2): sintoma claro. O examinando deve ler as três opções e
escolher a que melhor descreve seus pensamentos e sentimentos nas últimas duas
semanas. A soma dos pontos fornece um escore. O ponto de corte para sinalizar
sintomas depressivos na população brasileira de acordo com o estudo de Gouveia
et al (1995) é 17. Sua aplicação dura em média 10 minutos.
2.3.
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Procedimentos
Dois protocolos foram elaborados para este estudo em função das diferentes
origens dos grupos amostrados e do tempo hábil para a realização da pesquisa.
Para a população geral, o protocolo incluiu a aplicação das versões brasileiras das
escalas MASC, RCMAS, CDI e WISC III reduzido. A aplicação destes testes foi
levava em média 40 a 50 minutos. Para a população clínica, o protocolo incluiu,
além de todos os instrumentos listados acima, a P-CHIPS. A aplicação dos testes
mais a entrevistas era feita em dois dias e o protocolo completo consumiu em
média 2 horas e 30 minutos.
Para a aplicação do protocolo na população geral, foi feito contato com duas
escolas da rede pública de ensino, através dos diretores, os quais foram
informados sobre o objetivo da pesquisa. Após a autorização da escola, os termos
de consentimento foram encaminhados para os pais dos alunos, para que os
mesmos fossem assinados. As crianças e adolescentes que trouxeram o termo de
consentimento, assinado por seus responsáveis, foram chamadas individualmente
para responder ao protocolo de pesquisa.
O protocolo foi aplicado em salas de aula que não estavam sendo usadas e que
foram cedidas pelas escolas. O preenchimento do protocolo foi feito
individua lmente para evitar que algum item fosse deixado em branco e que dados
fossem perdidos por este fato. Os sujeitos receberam individualmente a explicação
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sobre o objetivo da pesquisa e sobre como preencher as escalas. Para evitar que
sujeitos com dificuldades de leitura não respondessem ao protocolo corretamente
e por não haver tempo hábil para fazer uma avaliação da capacidade de leitura,
optou-se pela leitura em voz alta dos itens pelo examinador. Imediatamente após a
leitura de cada item, o examinando assinalava a resposta que melhor lhe
conviesse. Dúvidas com relação ao significado dos itens foram esclarecidas
sempre da mesma forma, para todos os examinandos. Nenhum item foi deixado
em branco. Depois de preenchidas as escalas MASC, RCMAS e CDI, nesta
ordem, os dois testes da WISC III eram aplicados, para que fosse avaliado o
critério de exclusão da pesquisa. Crianças que tiveram pontuação abaixo de 80
foram excluídas da análise dos resultados. Em função deste critério, 9 casos foram
excluídos na amostra extraída da população geral.
Inicialmente, para a coleta de dados em amostra clínica, foi feito contato com
o chefe do serviço de atendimento psiquiátrico infantil da Santa Casa de
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2.4.
Análise estatística
A análise estatística dos dados foi realizada a partir da divisão dos dois
grupos amostrados: população clínica e geral. Foram feitas análises, a fim de
se obter maior compreensão sobre a apresentação da sintomatologia ansiosa
nos dois grupos amostrais. A avaliação das qualidades psicométricas da escala
MASC-VB, foi realizada, utilizando-se como parâmetros os outros
instrumentos de medida que fizeram parte deste estudo. Foram realizados
estudos acerca da validade de conteúdo (convergente e divergente), validade
de critério, buscando-se estabelecer um ponto de corte para a escala, que
considere ao mesmo tempo a sensibilidade e a especificidade da escala,
análise fatorial confirmatória e análise da consistência interna da escala.