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Universidade Federal do Ceará

Faculdade de Medicina
Curso de fisioterapia

Roteiro para aula prática:


Conceito Maitland – Periférico

Objetivos de aprendizagem
1. Saber os princípios das técnicas de Maitland para articulações periféricas;
2. Reconhecer barreiras de movimento, posição de repouso e ajuste máximo articular;
3. Aplicar as técnicas apresentadas segundo critérios de avaliação fisioterapêutica;
4. Reconhecer fundamentos teóricos e evidência da técnica para aplicabilidade terapêutica

Materiais necessários
1. Roteiro
2. Maca
3. Material de apoio (apoio para os pés, rolo, suportes, cinto)

Postura do Fisioterapeuta:
1. Roupa apropriada
2. Cabelos presos e unhas curtas, sem acessórios que interfiram na execução da técnica;
3. Ética
4. Habilidades de comunicação com paciente
5. Raciocínio crítico e clínico para indicações, avaliação, posicionamento e aplicação de forças
Maitland: Princípios da técnica

Relembrando:

Graus de mobilização articular:


Grau I: Oscilações rítmicas de pequena amplitude no início da amplitude articular
(usado para dor).
Grau II: Oscilações de grande amplitude dentro da amplitude articular existente, sem
atingir o limite (usado para dor e para manutenção da mobilidade)
Grau III: Oscilações de grande amplitude realizadas até o limite da amplitude articular
existente (usado para ganho de arco de movimento).
Grau IV: Oscilações rítmicas de pequena amplitude realizadas no limite da amplitude
articular existente (usado para dor e para ganho de arco de movimento).

TÉCNICAS
Foram selecionadas algumas técnicas e posicionamentos para este roteiro, os quais
se baseiam nos princípios da abordagem de Maitland.
Realize a mobilização graduando de acordo com o objetivo terapêutico, tolerância e
reatividade do paciente. Observe as respostas de analgesia e melhora de mobilidade
durante à aplicação da proposta terapêutica. As posições e oscilações podem variar
de acordo com a resposta do paciente. Oscilações mais suaves e por períodos mais
breves são indicadas para pacientes com condições mais agudas e reativas.
COMPLEXO DO PUNHO
(RADIO CARPICA)

Deslizamento póstero-anterior

Objetivo:
Ganhar extensão de punho.
Posição do paciente:
Sentado com antebraço apoiado na maca, em pronação.
Posição do fisioterapeuta:
Em pé atrás do membro a ser mobilizado.

Posição das mãos:


Mão superior segurando ao redor dos processos estilóides fixando o rádio e a ulna contra a maca e mão
inferior segurando ao redor da fileira distal dos ossos do carpo.
Força de mobilização:
Realize tração entre segmentos e, em seguida, deslize de maneira oscilatória anteriormente.

Deslizamento ântero-posterior

Objetivo:
Ganhar flexão de punho.
Posição do paciente:
Sentado com antebraço apoiado na maca, em pronação. De
maneira alternativa, use a supinação ou mantenha o paciente
com cotovelos a 90 graus de flexão.
Posição do fisioterapeuta:
Em pé atrás do membro a ser mobilizado.

Posição das mãos:


Mão superior segurando ao redor dos processos estilóides fixando o rádio e a ulna contra a maca e mão
inferior segurando ao redor da fileira distal dos ossos do carpo. Esta posição pode ser feita com o
cotovelo do paciente em 90 graus de flexão, e o fisioterapeuta posiciona-se para promover as oscilações
nesta nova postura.
Força de mobilização:
Pressionando posteriormente.
COMPLEXO DO COTOVELO
(ÚMERO/RADIAL)

Deslizamento póstero-anterior do rádio

Objetivo:
Dor ou rigidez radioulnar; Aumentar a flexão do
cotovelo.
Posição do paciente:
Decúbito dorsal com cotovelo semifletido, supinado ou
pronado.
Posição do fisioterapeuta:
Em pé, lateral e à frente ao membro a ser mobilizado.

Posição das mãos:


Mão inferior na região distal do antebraço próximo ao punho; braço em repouso na maca. Mão superior
com superfície palmar em repouso sobre região anterior a antebraço e polegar sobre a região posterior
da cabeça do rádio.
Força de mobilização:
Mova a cabeça do rádio ventralmente com os dedos posicionados; a força vem de membros superiores.

Deslizamento ântero-posterior do rádio

Objetivo:
Dor ou rigidez radioulnar; Aumentar a extensão do cotovelo.
Posição do paciente:
Decúbito dorsal com cotovelo semifletido, em supinação.
Posição do fisioterapeuta:
Em pé à frente ao membro a ser mobilizado.

Posição das mãos:


Mão inferior na região distal do antebraço próximo ao punho; braço em repouso na maca. Mão superior
com a superfície palmar sobre região posterior de antebraço, e polegar sobre a região anterior da
cabeça do rádio.
Força de mobilização:
Mova a cabeça do rádio dorsalmente com os polegares e, alternativamente, com a palma da mão.
COMPLEXO DO OMBRO

Deslizamento póstero-anterior

Objetivo:
Ombro doloroso; mobilizar porção anterior da cápsula; Ganhar extensão
e rotação externa do ombro.
Posição do paciente:
Decúbito ventral com o braço na posição de repouso na beira da maca,
apoiado sobre a coxa do fisioterapeuta. Alternativamente, paciente em
supino, com suporte de MS em travesseiro.
Posição do fisioterapeuta:
Em pé ao lado da maca, com a perna mais próxima da maca
posicionada à frente. Estabilize o acrômio com uma almofada ou toalha.
Posição das mãos:
Mão superior na região posterior do braço, próximo à axila e mão inferior
em torno da articulação do cotovelo. Na posição alternativa, o
fisioterapeuta está ajoelhado superior e lateral ao ombro do paciente,
com polegares na região posterior da cabeça do úmero, e restante dos
dedos espalhados anteriormente.

Força de mobilização:
Deslize a cabeça do úmero em uma direção anterior em relação ao acrômio, em movimento oscilatório. Quando em
decúbito ventral, faça o deslizamento oscilatório com a borda ulnar.

Deslizamento ântero-posterior

Objetivo:
Ombro doloroso; mobilizar porção posterior da
cápsula; Ganhar extensão e rotação externa do
ombro. Ganhar flexão e rotação interna de ombro.

Posição do paciente:
Decúbito dorsal com o braço na posição de repouso. Outras posições são progressão a depender da necessidade
do paciente.
Posição do fisioterapeuta:
Em pé de costas para o paciente, entre o tronco e o braço dele, ou com membro superior do paciente apoiado sobre
seu tronco, próximo a sua cintura.

Posição das mãos:


Apoie o braço do paciente contra o seu tronco segurando o úmero distalmente com sua mão lateral. Mão superior
na região anterior do braço, próximo à axila do paciente e mão inferior na região posterior do cotovelo.
Força de mobilização:
Deslize a cabeça do úmero posteriormente.Os dedos são colocados de maneira suave sobre a cabeça umeral, para
não haver desconforto na aplicação da técnica. Alternativamente, use borda ulnar para aplicação de carga.

REFERÊNCIAS
HENGEVELD, E.; BANKS, K. Maitland’s peripheral manipulation. 4th edition. Elsevier, 2005. KISNER, C.; COLBY, L. Exercícios
Terapêuticos: fundamentos e técnicas 5. ed. São Paulo: Manole, 2009.

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