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“Do ponto de vista pedagógico conclui-se, pois, que, se para a pedagogia tradicional
a questão central é aprender e para a pedagogia nova aprender a aprender, para a
pedagogia tecnicista o que importa é aprender a fazer.” (p. 25-26)
“E hoje nós sabemos, com certa tranquilidade, já, a quem serviu essa democracia e
quem se beneficiou dela, quem vivenciou esses procedimentos democráticos no
interior das escolas novas. (...) Essas experiências ficaram restritas a pequenos
grupos, e nesse sentido elas se constituíram, via de regra, em privilégios para os já
privilegiados, legitimando as diferenças. Em contrapartida, os homens do povo (o
povão, como se costuma dizer) continuaram a ser educados basicamente segundo
o método tradicional, e, mais do que isso, não só continuaram a ser educados, à
revelia dos métodos novos, como também jamais reivindicaram tais procedimentos.”
( p. 59)
“O que ocorre, via de regra, é que, dadas as condições de trabalho, e dado o próprio
modelo que impregna a atividade de ensino e traz, então, exigências e expectativas
para professores e alunos, tudo isso faz com que o próprio professor tenda a cuidar
mais daqueles que têm mais facilidade, deixando à margem aqueles que têm mais
dificuldade. E é assim que nós acabamos, como professores, no interior da sala de
aula, reforçando a discriminação e sendo politicamente reacionários.” (p. 67)
“A minha expectativa é justamente que com essa inflexão a vara atinja o seu ponto
correto, vejam bem, ponto correto esse que não está também na pedagogia
tradicional mas está justamente na valorização dos conteúdos que apontam para
uma pedagogia revolucionária; (...) ” (p. 67)
“A pedagogia por mim denominada ao longo deste texto, na falta de uma expressão
mais adequada, de ‘pedagogia revolucionária’, não é outra coisa senão aquela
pedagogia empenhada decididamente em colocar a educação a serviço da referida
transformação das relações de produção.” (p. 85)
“De tudo o que foi dito conclui-se que a importância política da educação reside na
sua função de socialização do conhecimento.” (p. 98)