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Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof.ᵃ Aline Ferraz
F381h
ISBN 978-65-5663-977-2
ISBN Digital 978-65-5663-974-1
CDD 792
Impresso por:
Apresentação
Antes de dar início às observações dos principais movimentos
históricos que serão propostos neste curso de História do Teatro, solicitamos
a sua atenção para algumas considerações iniciais, a fim de que possam
otimizar os estudos e usufruir do legado cultural que o teatro representa
para a história. Caro acadêmico, saudações!
Nesses teatros, que desde a Grécia Antiga são lugares de onde se vê,
ocorrem as encenações que, para além das apresentações públicas, carregam
em suas estruturas muitas horas de trabalho dedicadas aos processos de
criação, que podem ser compreendidos como espaços de “ensaios”, nos
quais os artistas diversos, envolvidos em um mesmo projeto, colocam-se em
situação de “ensaio” – a fim de obter as melhores soluções expressivas das
formas e dos conteúdos que constituíram um discurso cênico. Assim como
não existe um aspecto do teatro mais importante que outro, não deveria
existir valorização das funções que cada um ocupa na produção teatral.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Bons estudos!
Sumário
UNIDADE 1 — A ORIGEM DO TEATRO E SUAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES............. 1
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 62
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 130
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 190
UNIDADE 1 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o
conteúdo apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, neste tópico, abordaremos o teatro como manifestação
da presença, em um determinado espaço, que prevê a interação entre pessoas,
originada da própria necessidade de expressão do homem.
2 A ORIGEM DO TEATRO
É conhecida a legitimidade da seguinte afirmação: toda história tem
uma pré-história. Entretanto, o que seria a pré-história do teatro? Sabemos que
a inexistência da escrita é o que caracteriza um período pré-histórico. Então, a
pré-história do teatro diz respeito a todas as manifestações cênicas anteriores aos
textos produzidos pelas antigas civilizações. “Onde quer que o teatro floresça, o
homem volta a ser, não caindo em apologia, um animal superior ou uma criança
imitando a criatura-mundo e desfrutando do prazer igualmente fundamental
de brincar com a ajuda de todas as suas faculdades, desde o mais elementar
movimento físico aos mais elaborados voos da fantasia" (GASSNER.1991, p. 4).
4
TÓPICO 1 — A HISTÓRIA E O SURGIMENTO DO TEATRO
FONTE: <https://img.comunidades.net/mos/mosqueteirasliterarias/prehistoria.jpg>.
Acesso em: 4 jun. 2021.
5
UNIDADE 1 — A ORIGEM DO TEATRO E SUAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
DICAS
6
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
7
AUTOATIVIDADE
2 Segundo Margot Berthold (2001, p. 1), "[...] o teatro é tão velho quanto a
humanidade. Existem formas primitivas desde os primórdios do homem.
A transformação numa outra pessoa é uma das formas arquetípicas da
expressão humana. O raio de ação do teatro, portanto, inclui a pantomima
de caça dos povos da idade do gelo e as categorias dramáticas diferenciadas
dos tempos modernos". Nesse sentido, podemos apreender que:
8
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Se a história nos mostra que as manifestações teatrais são tão antigas
quanto a própria humanidade, nos informa também que foram os gregos que
criaram a nomenclatura teatral, e nos possibilitaram, por meio dos registros
escritos, ter acesso a toda uma estrutura cênica que ainda hoje são estruturantes
para as formas como pensamos e fazemos teatro dos nossos dias.
FONTE: <http://docplayer.com.br/docs-images/68/59726866/images/7-0.jpg>.
Acesso em: 4 jun. 2021.
9
UNIDADE 1 — A ORIGEM DO TEATRO E SUAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
Além de ser um evento que reunia a pólis grega, graças aos festivais
herdamos uma série de textos dramatúrgicos dos autores premiados nesses eventos,
entre eles temos os trágicos: Èsquilo, Sófocles e Eurípides e os cômicos Aristófanes
e Menandro. As obras desses dramaturgos, assim como a "A poética de Aristóteles"
são documentos históricos que nos permitem saber mais sobre o teatro Grego.
10
TÓPICO 2 — O TEATRO NA GRÉCIA ANTIGA
E
IMPORTANT
2 MITOLOGIA GREGA
A sociedade grega, assim como outros povos da antiguidade, tinha, na
tradição oral – que passava de geração em geração –, narrativas que explicam
todas as coisas existentes, essas histórias acabaram por dar origem aos "mitos''.
11
UNIDADE 1 — A ORIGEM DO TEATRO E SUAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
o filho, Zeus o entrega aos cuidados de Sátiros e Ninfas do Monte Nisa. Lá, em uma
sombria gruta, Dioniso cresceu, cercada de frondosa vegetação, e em cujas paredes
se entrelaçaram galhos de viçosas videiras, onde pendiam maduros cachos de uva.
Certa vez, Dioniso colheu cachos das atrativas uvas, espremeu as frutinhas
em taças de ouro e bebeu o suco em companhia de sua corte. Todos ficaram então
conhecendo o novo néctar: o vinho. Bebendo-o repetidas vezes, Sátiros, Ninfas e
Dioniso começaram a dançar vertiginosamente, ao som dos címbalos, embriagados
até caírem em semiconsciência. Dioniso, não era um deus estático, era um deus
epidêmico, nômade e migrante. O autor Marcel Detienne (1988) refere-se a Dioniso
como um estrangeiro (provavelmente, asiático) perseguido pelo poder oficial.
12
TÓPICO 2 — O TEATRO NA GRÉCIA ANTIGA
Faziam parte dos rituais, em honra e glória ao deus Dioniso, que os devotos
da divindade, se expressassem por meio de uma dança vertiginosa. O entusiasmo
era tamanho que, por vezes, os devotos caiam de tanto dançar. O estado alterado
pelo entusiasmo continha a centelha daquilo que hoje chamamos de ator.
DICAS
3 A POÉTICA DE ARISTÓTELES
A Poética (do grego antigo: Περὶ ποιητικῆς; e em latim poiétikés, de onde se
origina o termo em português) trata-se de um compilado de aulas produzidas pelo
filósofo Aristóteles, entre os anos 335 a.C. e 323 a.C. Nesses escritos, Aristóteles se
dedica a pensar a arte e a poética produzidas na Grécia Antiga contemporânea ao
período em que produzia seu tratado filosófico.
DICAS
13
UNIDADE 1 — A ORIGEM DO TEATRO E SUAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
E
IMPORTANT
14
TÓPICO 2 — O TEATRO NA GRÉCIA ANTIGA
ATENCAO
15
UNIDADE 1 — A ORIGEM DO TEATRO E SUAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
A tragédia não foi apenas uma forma de arte, representou uma instituição
social. Durante os concursos trágicos, a cidade tinha toda sua rotina alterada,
mesmo os órgãos políticos e judiciários interrompiam os atendimentos durante
os festivais. Instaurado sob a autoridade do arconte epônimo, no mesmo espaço
urbano e segundo as mesmas normas institucionais que regem as assembleias
ou tribunais populares, os grandes festivais apresentavam espetáculos abertos a
todos os cidadãos. Essas apresentações eram dirigidas, desempenhadas e julgadas
por representantes qualificados das diversas tribos, a cidade se fazia teatro: "ela se
toma, de certo modo, como objeto de representação e se desempenha a si própria
diante do público" (VERNANT; VIDAL-NAQUET, 1999, p. 10).
16
TÓPICO 2 — O TEATRO NA GRÉCIA ANTIGA
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/ma/sc/mascarasgregas.jpg>.
Acesso em: 10 ago. 2021.
17
UNIDADE 1 — A ORIGEM DO TEATRO E SUAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
As tragédias eram compostas por cinco atos, nos quais os personagens eram
deuses, reis ou heróis, que viviam situações e conflitos trágicos, podendo ou não
alcançar a redenção. Nesse gênero, destacaram-se Ésquilo, Sófocles e Eurípides.
Quando o herói (um príncipe ou governante) cometia uma violência a si próprio
e aos deuses imortais, ocorria a falha trágica, que coloca o herói em situação de
competição com os deuses, atraindo para si a catástrofe. A punição é imediata:
contra o herói é lançada a cegueira da razão, tudo que o fizer realizá-lo-á contra si
mesmo. Segundo, Brandão (1985), de forma semelhante às tradições mitológicas a
infelicidade permanece presente na estrutura da tragédia, uma vez que:
"[...] Todos os mitos são, em sua forma bruta, horríveis e, por isso
mesmo, trágicos. As cenas são dolorosas, que tem um desfecho, as
mais das vezes, trágico, infeliz. A tragédia é, não raro, a passagem da
boa à má fortuna. Aristóteles expressa que todas as paixões, todas as
cenas dolorosas e mesmo o desfecho trágico são mimese, "imitação",
apresentados por via do poético, não em sua natureza trágica e brutal,
não são reais, passam-se num plano artificial, mimético. Não são
realidade, mas valores pegados à realidade, pois arte é uma realidade
artificial”.
E
IMPORTANT
18
TÓPICO 2 — O TEATRO NA GRÉCIA ANTIGA
É a única trilogia ligada, que nos chegou do Teatro grego, em que Sófocles e
Eurípides vão focalizar o mesmo assunto em uma única tragédia, Electra. Quando
se pode ver a diferença básica entre os três grandes trágicos: Ésquilo elabora suas
19
UNIDADE 1 — A ORIGEM DO TEATRO E SUAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
personagens em função da fábula e, por isso mesmo, suas tragédias nunca têm
um fim, constituindo-se realmente numa obra aberta; em Sófocles e EurÍpides, ao
revés, o drama completa-se, já que a fábula existe em função das personagens.
• Trilogia Tebana
Sabe-se que a obra era composta de “Laio”, “Édipo” e “Sete Contra Tebas”,
mas apenas o último texto foi preservado. O texto trágico “Agamenon” que narra
a morte do herói grego, assassinado pela esposa Clitemnestra e seu amante Egisto,
após seu retorno vitorioso de Troia; A peça “As Coéforas” conta a vingança de
Orestes, filho de Agamenon. Informado do crime pela irmã Electra, Orestes mata
Clitemnestra e o amante. Na terceira peça, “As Eumênides”, ou “As Benevolentes”,
Orestes é julgado e absolvido pelo areópago, o grande tribunal de Atenas, restituindo
a honra de trazer luz e paz ao mundo assolado pelos fantasmas e pela vingança.
Sófocles (497 – 406 a.C.), nascido em Colono, cidade perto de Atenas, por
volta de 497 a.C., filho de um rico fabricante de armaduras, teve oportunidade de
uma boa educação. Com 16 anos, por sua beleza física, sua bravura e seu talento
musical, foi escolhido para dirigir o coral aos deuses, para celebrar a vitória sobre
os persas na batalha de Salamina.
Em 468 a.C. escreveu 123 peças para participar das competições dramáticas
anuais das festas dionisíacas, obtendo nesse período 24 textos vitoriosos. As
conquistas foram o marco inicial de uma carreira de sucessos.
20
TÓPICO 2 — O TEATRO NA GRÉCIA ANTIGA
Entre essas, a mais antiga é “Ajax” (450 a.C.), ainda muito influenciada pelo
estilo de Ésquilo. Na sequência surgem: “Antígona” (442 a.C.), “Édipo Rei” (430
a.C.) “Electra” (425 a.C.), “As Traquínias” (420-410 a.C.), “Filoctetes” (409 a.C.) e
“Édipo em Colonos” – o final poético da tragédia de Édipo, representada em 401
a.C., após sua morte:
21
UNIDADE 1 — A ORIGEM DO TEATRO E SUAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
22
TÓPICO 2 — O TEATRO NA GRÉCIA ANTIGA
23
UNIDADE 1 — A ORIGEM DO TEATRO E SUAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
Sobre as demais obras, temos: “Hipólito” 428 a.C., obra que inspirou as
Fedras de Sêneca e as tragédias de psicologia feminina de Racine, entre elas, Ifigênia
e Ester; “Heracle” (424 a.C.) é uma de suas tragédias mais aterrorizantes, depois de
salvar sua família, o herói, em um acesso de loucura, mata o pai, esposa e filhos; Já
“As Suplicantes” (422 a.C.) narra a trajetória das mães dos sete heróis gregos mortos
na batalha de Delion, cujo sepultamento é proibido por Creonte, rei de Tebas; “As
Troianas” (415 a.C.) é uma obra essencialmente lírica e exalta o pacifismo. Em
"Electra" (413 a.C.) Eurípides retoma o tema do matricídio, já explorado por Ésquilo
e Sófocles, revelando-se tecnicamente, nesse caso, superior aos seus predecessores.
24
TÓPICO 2 — O TEATRO NA GRÉCIA ANTIGA
Em outras fases, a vida privada ganhou mais espaço nas fábulas cômicas,
e havia uma preponderância em retratar os laços familiares conturbados como,
por exemplo, as deslealdades e traições abordadas pelo autor da comédia nova
(340 a 260 a.C.) Menandro.
25
UNIDADE 1 — A ORIGEM DO TEATRO E SUAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
"As nuvens", cujo enredo traz uma crítica a seu suposto amigo Sócrates,
como representante dos metafísicos e sofistas; "As vespas", com crítica está
endereçada aos tribunais; "Lisístrata" na qual a temática circula em torno da guerra
entre Ateniense e Espartanos (assunto bastante recorrente na obra de Aristófanes);
"As rãs", uma sátira dirigida ao dramaturgo Eurípedes; "A assembleia de
mulheres" na qual o ator mais uma vez busca empoderar as mulheres, projetando
uma realidade de mais igualdade; e sua obra prima "Os pássaros".
Nascido em Atenas cerca de 342 a.C. e falecido por volta de 292 a.C.,
Menandro também pertenceu a uma família nobre, o que o permitiu ter acesso a
uma boa educação, acredita-se que o filósofo Teofrasto, tenha sido um dos tutores
responsáveis por sua formação.
Sua obra foi fundamental para as produções posteriores, tais como as dos
dramaturgos romanos Plauto e Terêncio. Entre os temas principais retratados por
Aristófanes, temos: as viagens, as disputas familiares e os amores clandestinos.
Escreveu mais de cem comédias, com destaque para Orge (Cólera) e Dyskolos (O
Díscolo ou O Misantropo.
DICAS
28
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
● A mitologia grega diz respeito a uma série de narrativas por meio do quais a
antiguidade buscava explicar a origem dos fenômenos naturais e justificar os
acontecimentos de maior interesse do período.
29
AUTOATIVIDADE
I- Graças aos papéis relevantes das protagonistas nas tragédias gregas, várias
mulheres, do período da Grécia Antiga, tornaram-se atrizes conhecidas
até hoje por suas atuações.
II- O teatro Grego tem início em cerimônias de contemplação a divindade de
Dioniso, o deus do Vinho.
III- Téspis é considerado o primeiro ator do teatro.
IV- Durante as apresentações das comédias gregas (Comédia Antiga), era
comum dirigir-se às autoridades gregas presentes em tom crítico.
a) ( ) O medo. c) ( ) A revolta.
b) ( ) A reflexão. d) ( ) A catarse.
a) ( ) Farsa. c) ( ) Comédia.
b) ( ) Tragédia. d) ( ) Drama.
30
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
O TEATRO ROMANO
1 INTRODUÇÃO
O teatro na Roma Antiga pode ser descrito por uma diversidade de
modalidades cênicas expressivas, que retratavam uma realidade que necessitava
de muito entretenimento para aliviar o cansaço dos corpos e da alma do povo,
diante de um mundo a ser conquistado. Os antigos romanos lutaram para
conquistar muitos territórios e ficaram conhecidos por absorverem a cultura, e
adaptaram as tradições dos solos conquistados como parte de suas estratégias.
31
UNIDADE 1 — A ORIGEM DO TEATRO E SUAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
32
TÓPICO 3 — O TEATRO ROMANO
FONTE: <https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2011/12/circo-maximus-300x165.jpg>.
Acesso em: 20 jun. 2021.
ATENCAO
34
TÓPICO 3 — O TEATRO ROMANO
E
IMPORTANT
Já Tito Mácio Plauto, mais conhecido como Plauto, ficou conhecido entre
os pioneiros da dramaturgia latina, do período republicano romano (séculos II e
III a.C.). Responsável por um tipo de farsa popular, que marcou a Comédia Nova
Romana, também conhecida como comédia palliata, em referência a um manto
usado pelos atores durante as apresentações teatrais gregas.
35
UNIDADE 1 — A ORIGEM DO TEATRO E SUAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
NOTA
Das cento e trinta peças que produziu, apenas vinte e uma chegaram até nós,
por meio das quais é possível identificar um retrato do povo romano mais simples:
• Anfitrião.
• Epídico.
• Os cativos.
• A comédia dos burros.
• A comédia da panelinha.
• As duas baquides.
• Cásina.
• A comédia da cestinha.
• O gorgulho.
• Os Menecmos.
• O mercador.
• A comédia da valise.
• O Soldado Fanfarrão.
• A comédia do fantasma.
• Persa.
• O pequeno cartaginês Pseudolo.
• O cabo,
• Estico
• As três moedas,
• O truculento.
O diálogo nas obras de Plauto não era uma simples tradução da Comédia
Nova de Menandro, ou das comédias que o antecederam, pois ao contrário do
vocabulário poético dos precursores gregos, Plauto ousou empregar um linguajar
grosseiro e pesado do acampamento militar e da praça do mercado.
Além de escrever, Plauto foi empresário dos atores das suas peças,
cuidando de enaltecer os tipos populares em seu enredo, a fim de valorizar a
teatralidade do povo comum. Tinha como finalidade divertir e produzir uma
dramaturgia viva. Foi mais apreciado na Idade Média e na Renascença do que em
vida, inspirando uma série de dramaturgos posteriores, entre os quais podemos
destacar Molière (França) e Ariano Suassuna (Brasil).
36
TÓPICO 3 — O TEATRO ROMANO
Sêneca foi responsável por fazer chegar até nós a tragédia romana. Suas
obras foram produzidas entre os anos de 166 e 160 a.C., chegando até os nossos
dias: "Andria", “Os irmãos”, “O Eunuco”, "Heautontimorumenus", que significa o "O
que pune a si mesmo”, “A sogra” e “Formião”.
37
UNIDADE 1 — A ORIGEM DO TEATRO E SUAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
DICAS
38
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
● A política cultural romana denominada "Pão e Circo" foi uma forma dos
governantes estimularem povo romano a se contentar só com o básico. A
oferta estatal de pães e entretenimento espetaculares e impactantes tinham
por objetivo manter o povo satisfeito e alienado.
● Os cômicos romanos Plauto e Terêncio criaram em seus textos tipos que não só
marcaram a literatura latina, como influenciariam gerações de dramaturgos
posteriores.
39
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Macedônia.
b) ( ) Egito.
c) ( ) Síria.
d) ( ) Grécia.
40
TÓPICO 4 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Pensar o Teatro Oriental implica reconhecer que a descrição de algumas
das manifestações dos vários países que compreendem o Oriente não será
suficiente para abarcar a riqueza e as especificidades das diversas expressões da
teatralidade concebida por esses povos.
E
IMPORTANT
41
UNIDADE 1 — A ORIGEM DO TEATRO E SUAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
FONTE: <https://www.coladaweb.com/wp-content/uploads/2014/12/Teatro-Oriental.png>.
Acesso em: 20 jun. 2021.
42
TÓPICO 4 — PANORAMA DO TEATRO ORIENTAL
DICAS
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UNIDADE 1 — A ORIGEM DO TEATRO E SUAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
44
TÓPICO 4 — PANORAMA DO TEATRO ORIENTAL
45
UNIDADE 1 — A ORIGEM DO TEATRO E SUAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
O povo indiano acredita que os palcos são espaços sagrados, nos quais os
próprios Deus escolhem estar para revisitar a luta entre os polos do bem e do mau.
Portanto, todos os elementos de uma apresentação de Kathakali tem um sentido
religioso. A partir do ano de 1920, com a criação da escola Kalamandalam destinada
ao ensino da performance masculina, o Kathakali ganha uma intensa projeção.
Uma performance de Kathakali não é “apenas” uma performance
teatral. É uma cerimônia na qual o ingrediente mais importante é,
claramente, o componente dramático, mas nela tomam parte outros
elementos: a dança, o ritual, a revisitação dos mitos e seus signos, a
reafirmação dos valores religiosos, os ideais de honra guerreira e um
singular fruir estético. Tudo isso amalgamando uma estética única no
mundo, revestida de uma potente teatralidade, que recria sobre a cena
uma dimensão que transborda a realidade. E faz do palco um território
místico onde homens e deuses dialogam, em silêncio, como iguais e
repisam passo a passo, gesto a gesto, noite após noite, a grande paixão
dos seres humanos sobre a Terra e sua relação com tudo aquilo que os
ultrapassa (RIBEIRO, 2013, p. 85-86).
46
TÓPICO 4 — PANORAMA DO TEATRO ORIENTAL
E
IMPORTANT
ATENCAO
DICAS
47
UNIDADE 1 — A ORIGEM DO TEATRO E SUAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
ATENCAO
Embora seja bastante confundida com o Nô, a fábula do Kyogen é bem mais
dialogada, suas mímicas têm um caráter farsesco, mas não necessariamente, cômico, já
que o estilo pode trazer temas bastante profundos da condição humana.
48
TÓPICO 4 — PANORAMA DO TEATRO ORIENTAL
Tão, ou mais tradicional que o Nô, o Kabuki constitui uma peça de teatro
melodramático extremamente genuína e popular. A palavra Kabuki traz em si o
significado dos elementos que a caracteriza, assim temos: o canto (Ka), a dança
(bi) e a representação (ki).
49
UNIDADE 1 — A ORIGEM DO TEATRO E SUAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
50
TÓPICO 4 — PANORAMA DO TEATRO ORIENTAL
DICAS
Akira Kasai, Hijikata, Kazuo Ohno, Mitsutaka Ishii, Yoshito irão compor
o primeiro coletivo de artistas- pesquisadores da arte, permanecendo juntos por
cinco anos. Após esse período Hijikata e Ohno passam a realizar uma série de
viagens internacionais, divulgando o Butô para o mundo. Na década de 1980
Kazuo Ohno se apresenta no Brasil, iniciando uma parceria de afetos mútuos.
51
UNIDADE 1 — A ORIGEM DO TEATRO E SUAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
3 OS DRAMATURGOS ORIENTAIS
No livro Mestres do Teatro, John Gassner faz uma belíssima introdução
sobre a dramaturgia oriental defendendo que no que concede a história do teatro,
entre o Oriente e o Ocidente existem mais semelhanças do que é possível imaginar,
a partir da máxima: "todos os homens são irmãos" (GASSNER, 1991, p. 121).
O teatro Indiano, à semelhança dos demais povos aqui estudados, tem sua
teatralidade originária nos rituais, mas é por volta do ano 320 d.C., período de
grande desenvolvimento cultural na Índia, que a dramaturgia ganha relevância,
sob o patrocínio do próprio rei.
52
TÓPICO 4 — PANORAMA DO TEATRO ORIENTAL
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UNIDADE 1 — A ORIGEM DO TEATRO E SUAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
54
TÓPICO 4 — PANORAMA DO TEATRO ORIENTAL
LEITURA COMPLEMENTAR
Colando o verbo poiein [1] ao nome do metro, eles chamam uns de “poetas
elegíacos”, outros de “poetas épicos”, não pela representação (mimesis), mas de acordo com
o metro que usam; de fato, costumam-se chamar assim também aqueles que tratam, usando
metro, de medicina ou da natureza. Entretanto, não há nada em comum entre Homero e
Empédocles além do metro, por isso, é mais justo chamar o segundo de especialista da
natureza do que de poeta.
Como ilustra essa passagem, o uso do metro na Grécia Antiga era muito
mais amplo do que a ideia moderna de poesia. Em seus primeiros séculos,
toda a literatura grega era poética; até tratados científicos e filosóficos, como
o Da natureza de Empédocles de Acragas, eram versificados. Aristóteles foi o
primeiro a questionar a identificação convencional “texto em metro = poesia”,
situando no centro de sua definição de poesia a noção de mimesis, traduzido
ora por “representação” ora por “imitação”. Empédocles escreve versos com um
propósito científico (ou didático), não mimético: nada, em sua obra, imita ou
55
UNIDADE 1 — A ORIGEM DO TEATRO E SUAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
representa a ação humana. Ele, portanto, não deveria ser considerado poeta, mas
um “escritor científico”. A essência do poético, segundo Aristóteles, reside no seu
caráter mimético. O metro só não basta à poesia.
Aqueles que criam imagens representam muitos objetos pelo uso formas e cores
[…], outros o fazem pelo uso da voz, como em todas as artes mencionadas acima, que
fazem imitações usando ritmo, linguagem e melodia, separadamente ou em conjunto. As
músicas da flauta, da cítara e de outros instrumentos com efeito semelhante, como a flauta
de Pan, usam melodia e ritmo apenas, enquanto a dança usa o ritmo sem melodia (de fato,
os dançarinos, pelo ritmo de seus gestos, imitam caráteres, emoções e ações).
Há também artes que usam todos os meios aqui evocados, digo ritmo, melodia e
metro, como a poesia ditirâmbica, a poesia nômica, a tragédia e a comédia [2].
Duas causas parecem ter originado a arte poética, ambas naturais. A representação
é natural aos seres humanos desde a infância, e é por ela que eles se diferenciam dos
outros animais. Pois, o ser humano é o mais mimético de todos [os seres] e seus primeiros
aprendizados se fazem através da representação. E todos os homens obtêm prazer
das representações. Um sinal comum disso é que nos alegramos ao ver reproduções
extremamente realistas de coisas que nos são dolorosas de ver, como cadáveres ou formas
de animais repugnantes. A causa disto é que não só os filósofos gostam de aprender, mas
também os homens comuns, mesmo se eles têm menos aptidão. É por isso que as pessoas
56
TÓPICO 4 — PANORAMA DO TEATRO ORIENTAL
A diferença entre o historiador e o poeta não é que um escreve sem metro e o outro
com metro (de fato, se a obra de Heródoto fosse posta em metro, ela ainda seria um tipo
de história, com ou sem metro), mas a diferença é que um diz o que aconteceu, o outro, o
que poderia acontecer. Por isso, a poesia é mais filosófica e mais séria que a história, pois a
poesia revela o universal, e a história, o particular. O universal diz respeito ao tipo de coisa
que um tipo de pessoa deve provavelmente ou necessariamente dizer, e este é o objetivo da
poesia, mesmo se ela usa nomes particulares.
57
UNIDADE 1 — A ORIGEM DO TEATRO E SUAS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
● [1] Poiein, do qual derivam “poesia”, “poeta” etc., significa “fazer, criar”.
Literalmente, Aristóteles refere-se a poetas elegíacos e épicos como “fazedores
de elegia” e “fazedores de épica”.
● [2] O ditirambo e o nomos são odes líricas entoada por um coral, o primeiro em
homenagem a Dioniso, o segundo a Apolo. As tragédias e comédias gregas,
compostas eram inteiramente em verso, compunham-se de partes faladas e
de partes cantadas com acompanhamento musical.
FONTE: <https://estadodaarte.estadao.com.br/algumas-notas-sobre-a-aristoteles-e-a-definicao-de-
-poesia/>. Acesso em: 31 ago. 2021.
58
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
59
AUTOATIVIDADE
60
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, S. M. de. O papel do corpo no corpo do ator. São Paulo:
Perspectiva, 2004.
BRANDÃO, J. Teatro grego: Tragédia e Comédia. Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 1985.
GASSNER, J. Mestres do teatro. Tomo I. Série Estudos. 2. ed. São Paulo: Editora
Perspectiva, 1991.
61
TRABULSI, J. A. D. Dionisimo, poder e sociedade na Grécia até o fim da época
clássica. Belo Horizonte: Editora Universidade Federal de Minas Gerais, 2004.
62
UNIDADE 2 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o
conteúdo apresentado.
CHAMADA
63
64
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
A Idade Média compreende um período bastante longo, que se estende
do século V – logo após a queda do Império Romano do Ocidente – e vai até o
século XV, com a conquista de Constantinopla pelo Império Turco-Otomano.
2 O TEATRO A SERVIÇO DA FÉ
A Idade Média começa com a ruína do império romano, após uma série
de guerras e disputas por territórios. As terras foram divididas e apropriadas por
diversas tribos. A Europa se desenvolveria a partir de uma organização social
estabelecida por meio de feudos, os donos de terras detinham todo poder e davam
proteção e trabalho para os servos que moravam e cultivavam em seu território.
65
UNIDADE 2 — DO MEDIEVAL AO SÉCULO XIX
ATENCAO
66
TÓPICO 1 — TEATRO NA IDADE MÉDIA
FONTE: <https://filosofiapopcom.files.wordpress.com/2019/12/teatromedieval1.png>.
Acesso em: 3 set. 2021.
ATENCAO
67
UNIDADE 2 — DO MEDIEVAL AO SÉCULO XIX
FONTE: <https://www.coladaweb.com/wp-content/uploads/teatro-medieval.jpg>.
Acesso em: 3 set. 2021.
E
IMPORTANT
68
TÓPICO 1 — TEATRO NA IDADE MÉDIA
69
UNIDADE 2 — DO MEDIEVAL AO SÉCULO XIX
2.1 OS MILAGRES
Gênero teatral era baseado na vida dos santos e da Virgem Maria ou da
intervenção destes na vida cotidiana. Inicialmente, eram cenas curtas e simples,
representadas dentro das Igrejas, baseadas em histórias do velho testamento. Com
a evolução das peças, as encenações ficaram mais demoradas, solicitando mais
espaços para as apresentações. Esse fato motivou a criação de cenas em espaços
distintos. De tal forma que a peça ocorria por meio do trânsito do público, numa
procissão por entre as estações onde ocorriam as cenas.
2.2 OS MISTÉRIOS
De grande dimensão, os Mistérios constituíam peças elaboradas para
ensinar a população, e proporcionar entretenimento, através da dramatização
de histórias sagradas do velho e do novo testamento. Os temas encenados com
frequência contemplavam o nascimento (Natal) e a ressurreição (Paixão) de Cristo.
Maiores que os milagres, contavam com a participação de muitos colaboradores.
À medida que foi evoluindo, passou a ser encenado fora das Igrejas, que já não
comportavam o tamanho do elenco, o que possibilitou agregar elementos não
sacros, cotidianos, populares e cômicos.
70
TÓPICO 1 — TEATRO NA IDADE MÉDIA
2.3 OS AUTOS
Gêneros contendo os mesmos elementos que apresentam os Mistérios e os
Milagres, descrevendo as intervenções dos santos e da Igreja na vida cotidiana dos
homens até o dia do "Juízo Final". Não se trata de peças totalmente religiosas. Nos
autos são comuns as alegorias, o uso de uma linguagem coloquial e didática, que
geralmente despreza o latim, facilitando o entendimento bíblico pelos populares.
Surge, por meio do desenvolvimento dos "autos", o teatro de tipos que usa a
religião para moralizar e educar o público, como o representado nas obras de Gil Vicente
(1465-1536). Gil Vicente foi um poeta português que retratou a decadência moral de
forma humana e alegórica. Entre sua temática, estão: o vício, a ira e a esperança. Sua
obra criticava o poder desmedido da Igreja, a corrupção e o comportamento errático
do clero, a decadência das virtudes, da moral e dos costumes.
2.4 AS MORALIDADES
Eram peças objetivas, curtas e diretas, que falam das vantagens de se
ter fé, de uma vida sem vícios e repleta de virtudes. São peças mais curtas e
fantasiosas, nas quais os pensamentos e sentimentos são representados para que
os espectadores saiam do espetáculo melhores que entraram.
DICAS
71
UNIDADE 2 — DO MEDIEVAL AO SÉCULO XIX
3 O TEATRO POPULAR
O teatro que renasceu para louvar a Deus e as benesses da Igreja Católica
evoluiu, ganhando as ruas e se popularizando. As críticas e os ressentimentos em
relação aos excessos da Igreja passaram a ser representadas pelo baixo clero em
festas satíricas de caráter profano, em que liam sermões de paródias e seguiam
pelas ruas em procissão, cantando palavras obscenas em melodias sagradas. Além
destas farras, existiam as palhaçadas não dramáticas dos Goliardos, também
conhecidos como eruditos, errantes, que cantavam os prazeres da vida mundana
e satirizavam os dogmas religiosos.
DICAS
FONTE: <https://filosofiapopcom.files.wordpress.com/2019/12/teatromedieval.jpg>.
Acesso em: 3 set. 2021.
72
TÓPICO 1 — TEATRO NA IDADE MÉDIA
decoração exclusiva para cada episódio, existia o paraíso e o inferno, eram usados
animais vivos, efeitos de luz e uma profusão de cores, os elencos cênicos eram
majestosos e todos podiam assistir.
FIGURA 7 – TEATRO DE RUA (PINTURA "MERCADO DE CAVALOS DE BRUXELAS", DE VAN DER MEULEN)
73
UNIDADE 2 — DO MEDIEVAL AO SÉCULO XIX
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/56/9e/569eccbd86384-teatro-medieval.jpg>.
Acesso em: 3 set. 2021.
74
TÓPICO 1 — TEATRO NA IDADE MÉDIA
ATENCAO
Representando a nova era que se iniciava, surgiu a Farsa, que pode ser
compreendida como peças elaboradas para diversão, com personagens folclóricos e rudes
com um humor sem refinamento.
75
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os mimos, os jograis e as “farsas” de origem não sacra (não ligado à igreja) com
autores desconhecidos, apresentados em espaços itinerantes representaram o
teatro popular medieval.
76
AUTOATIVIDADE
a) ( ) A farsa.
b) ( ) Os mistérios.
c) ( ) As atelanas.
d) ( ) Os mimos.
77
a) ( ) Alegrar as celebrações.
b) ( ) Catequizar os espectadores.
c) ( ) Apresentar os bons atores do clero.
d) ( ) Arrecadar uma maior quantia de dízimo.
78
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
COMMEDIA DELL’ARTE
1 INTRODUÇÃO
Por volta do século XVI, surge um movimento teatral, que representará
uma ruptura da tradição do teatro literário, denominado Commedia Dell’arte.
79
UNIDADE 2 — DO MEDIEVAL AO SÉCULO XIX
E
IMPORTANT
ATENCAO
80
TÓPICO 2 — COMMEDIA DELL’ARTE
81
UNIDADE 2 — DO MEDIEVAL AO SÉCULO XIX
82
TÓPICO 2 — COMMEDIA DELL’ARTE
• Pantalone: velho, avarento, caduco, pode ser pai ou marido, sempre fácil de
se enganar.
• Doutore: pedante, egoísta, individualista, vilão, vigarista, cheio de disfarces,
com falas de difícil compreensão.
• Arlecchino (Arlequino): um dos tipos mais recorrentes na cena Dell'arte, um
criado, atrapalhado, uma espécie de bobo da corte, um bufão, geralmente
protagoniza os conflitos da trama. O Arlecchino pode se apresentar com
sua parceira, uma Colombina, criada como ele, porém graciosa, inteligente,
ágil e habilidosa. Também conhecida pelos nomes: Pasquela, Franceschina,
Esmeraldina e Diamantina.
• Capittano: conhecido como capitão, trata-se de soldado mentiroso, que
embora conte vantagens de bravura se demonstra covarde.
• Polichinelo ou Pulcinella: personagem caracterizado com uma corcunda, e
um caráter cruel, malicioso, belicoso, sinistro.
• Os Enamorados: às representações masculinas, se apresentam com nomes
próprios: Leandro, ou Orazio, jovem, ingênuo, fútil, atraente e vaidoso, movido
pela paixão, geralmente filho do Pantalone, ou de um Dottore. As representações
femininas são conhecidas por nomes tais como: Rosalba, ou, Flavínia, Lavínia,
ou ainda Isabella, geralmente filha de um nobre, a namorada se demonstra
inocente e apaixonada, jovem, vaidosa e com alto poder de sedução.
83
UNIDADE 2 — DO MEDIEVAL AO SÉCULO XIX
84
TÓPICO 2 — COMMEDIA DELL’ARTE
DICAS
85
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
86
AUTOATIVIDADE
88
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
TEATRO E A RENASCENÇA
1 INTRODUÇÃO
Ao romper com a temática exclusivamente sagrada, vinculada à igreja
católica, o teatro do período renascentista ganhou uma amplitude temática que
permitiu a exploração de temas variados, de tal forma que é possível afirmar que
o teatro renascentista foi a progressão natural da ação burlesca que caracterizou
as práticas teatrais populares desenvolvidas na Itália do século XV.
89
UNIDADE 2 — DO MEDIEVAL AO SÉCULO XIX
E
IMPORTANT
90
TÓPICO 3 — TEATRO E A RENASCENÇA
ATENCAO
91
UNIDADE 2 — DO MEDIEVAL AO SÉCULO XIX
Ainda de John Lyly a obra "The Woman in the Moon'' (A Mulher na Lua)
continha críticas amargas às mulheres, devido ao seu desapontamento pelo não
reconhecimento das suas inúmeras adulações, por parte da Rainha. Também
escreveu um drama pastoral em "Love's Metamorphosis" (Metamorfose do Amor),
uma comédia italiana de intrigas em "Mother Bombie'' (Mãe Bombie), durante os
anos 1578-1579.
A peça "Gorboduc", escrita pelo poeta Thomas Sackville e por Thomas Norton
é uma peça típica de Sêneca, com elementos de teatro medieval (dumb shows ou
pantomimas que apresentavam os acontecimentos de forma visível enquanto estes,
anteriormente eram narrados na peça), os autores usaram uma prosódia nativa
"verso branco" ou pentâmetros não rimados e histórias locais. Entre os temas eleitos,
apareciam o interesse por problemas referentes ao bom governo, à concórdia
civil e à sucessão ao trono fizeram de muitos dramas históricos elisabetanos uma
lição velada para a sua e outras épocas. Gorboduc teve como característica ser
melodramático e romântico, assim como outras obras desse período.
Foi o maior poeta do teatro elisabetano, sua obra foi marcada por seu
lirismo poético e grandeza dramática, contribuiu para o engrandecimento do
teatro elisabetano, rompendo com seus predecessores que insistiam em imitar os
clássicos.
92
TÓPICO 3 — TEATRO E A RENASCENÇA
Foi influenciado por Kyd (seu colega de quarto), quando escreveu sua
peça a respeito da vingança, “The Iew of Malta” (O Judeu de Malta) e também
influenciou muitos contemporâneos, suas peças eram apresentadas pela bem-
sucedida companhia de “Lord Admiral “(Lorde Almirante) sob a direção de Alleyn,
com atores adultos e não adolescentes, tão comuns na corte. O público assistiu,
durante os anos de 1587 a 1593, as peças escritas por Marlowe que tinham uma
qualidade inédita. Suas tragédias eram repletas de ambição e paixão, como na
peça "Dido, Queen of Carthage" (Dido, Rainha de Cartago), em colaboração com
Nashe. Na "tragédia de Tamburlaine", forneceu emoção e magia.
Sua obra "Dr. Fausto" é uma peça sem igual, sua estrutura é baseada nas
moralidades do período da Idade Média, produzindo nos espectadores uma
emoção consistente, alçando a um dos maiores clímax já atingidos na dramaturgia
mundial. O enredo trata da busca de uma mente inquieta do que está além da
compreensão humana, que se depara com raros êxtases e desilusões e é arrastada
para um final, do qual fazem parte a frustração e a derrota.
FONTE: <https://cdn.britannica.com/s:575x450/48/162848-004-CEF3BCA1.jpg>.
Acesso em: 3 set. 2021.
94
TÓPICO 3 — TEATRO E A RENASCENÇA
Shakespeare foi um ator de renome em seu tempo, que lhe garantiu uma
experiência fundamental para um dramaturgo. Experiência esta que também
adquiriu com seus contemporâneos. De Kyd (1977), os métodos para preencher
o palco com ações são de extraordinária força; de Marlowe, a transfiguração
da ação por meio da 'poesia' e a captação da imaginação dos espectadores com
personalidades heroicas; de Lyly, as tiradas brilhantes e o diálogo refinado das
comédias (SALES 1991).
Sua eclética obra contém quase um mundo inteiro, capta inúmeros aspectos
da humanidade e projeta a realidade para planos mais amplos. É um dramaturgo
moderno em seus trabalhos, apesar de fazer uso de um sobrenaturalismo,
remanescente de outras épocas e partilhado pela maioria de seus contemporâneos.
95
UNIDADE 2 — DO MEDIEVAL AO SÉCULO XIX
Shakespeare escreveu:
• "Henrique VI", partes dois e três (1590-91), sequências de uma peça anterior
composta por autor, ou autores, diferentes.
• “Henrique VI”, primeira parte (1591-92).
Mais de 3200 versos de "Henrique VI”, partes dois e três, foram tomados
integralmente de duas peças anteriores, First Part of the Contention" (A Primeira
Parte da Contenda) e “The True Tragedy of Richard Duke of York" (A Verdadeira
Tragédia de Ricardo, Duque de York).
96
TÓPICO 3 — TEATRO E A RENASCENÇA
FIGURA 17 – CARTAZ (UMAS DAS VERSÕES DE ROMEU E JULIETA DE SHAKESPEARE PARA O CINEMA)
• “The Two Gentlemen of Verona" (Os Dois Cavalheiros de Verona), onde cria
suas primeiras e encantadoras mulheres, Julia e Silvia, é essencialmente um
romancista que escreve sobre o amor fiel e infiel de forma crítica através do
riso, mas não muito inspirada.
• "Love's Labour's Lost" (Trabalhos de Amor Perdidos), ainda não demonstra
sua grande criatividade, é uma peça crítica e lenta, que termina num apelo ao
comportamento natural, sobre a queda da afetação diante do bom senso.
97
UNIDADE 2 — DO MEDIEVAL AO SÉCULO XIX
• "Midsummer Night 's Dream" (Sonho de Uma Noite de Verão), onde o elemento
lírico, unido ao folclore e a graça cria um mundo de fantasia e realidade, mesmo
sugerindo que o amor é um sonho e uma ilusão, propicia entretenimento na
forma de arte dramática.
• “Julio Cesar” é um drama político com lições sobre histórias das massas,
nessa peça, Shakespeare alcança a completude e cria uma das mais nobres
personagens da história do teatro, na figura do eterno liberal que é Brutus, e
uma das grandes cenas de multidão da dramaturgia no linchamento do poeta
Cina, politicamente inocente.
98
TÓPICO 3 — TEATRO E A RENASCENÇA
• “Much Ado About Nothing” (Muito Barulho Por Nada),” As You Like It” (Como
Quiserdes), e "Twelfth Night”(A Décima Segunda Noite) demonstram seus
esforços em criar comédias românticas.
• “Muito Barulho por Nada” é considerada a mais fraca das três, segundo
Gassner (1991), conta com o pior caso de amor entre Hero e Claudio é um dos
mais cômicos casais do teatro Beatrice e Benedick.
• “Como quiserdes'' é a forma perfeita de um drama pastoral, escrito sem
grandes pretensões e conta com gloriosa poesia, brilhantes caracterizações e
engenhosa mistura da realidade comum com a graça idílica.
São vários os fatores que levam o autor a esse período sombrio, como a
procura por histórias sangrentas (como as imitações de Sêneca), a popularização
das tragédias vingativas, com personagens revoltadas e cínicas, conflitos
religiosos, o fim do reinado tirânico de Elizabeth I, ascensão do mercantilismo,
decadência do idealismo e intrigas e corrupção.
99
UNIDADE 2 — DO MEDIEVAL AO SÉCULO XIX
FONTE: <https://cdn.pixabay.com/photo/2012/10/25/23/19/hamlet-62850_960_720.jpg>.
Acesso em: 3 set. 2021.
De tal sorte que, “Bem Está o que Bem Acaba” e “Medida por Medida'' são
comédias sombrias, onde o espetáculo cômico tem humor apenas para atenuar o
peso das verdades humanas. E onde a vilania é complementada pelas virtudes.
As terríveis mulheres do Rei Lear, Goneril e Regan, são contrabalançadas por
sua irmã Cordélia, seus maridos, servidores e Edmund pelo valoroso Kent e pelo
inimitável e leal Bufão, a inocente Ofélia e o equilibrado amigo Horácio florescem
na debochada corte do tio de Hamlet.
100
TÓPICO 3 — TEATRO E A RENASCENÇA
Em todas as peças de sua nova série, com exceção da última, "The Tempest"
(A Tempestade), seu talento e sua qualidade se apresentam em fragmentos. Em
"Péricles'', a fábula pseudoclássica, pode ser considerada um esboço de suas peças
anteriores, somente na personagem Marina e na música do naufrágio do barco,
incluída na peça, se reconhece seu estilo.
101
UNIDADE 2 — DO MEDIEVAL AO SÉCULO XIX
Depois de 1613 não escreve mais, tendo voltado um pouco antes para
Stratford, como um homem rico, que viveria bem e confortável, até o final de sua
vida, em abril de 1616.
• Hamlet – Mas é preciso acabar de vez com ele! E os atores cômicos então? Não
digam mais do que está escrito no seu papel. Tem uns, que se põem a dizer
asnices, para agradar algum incauto da plateia, mesmo que nesse momento
esteja acontecendo no palco alguma coisa realmente importante. Além de ser
detestável, isso revela a mesquinha ambição do bobo que se comporta dessa
forma.
102
TÓPICO 3 — TEATRO E A RENASCENÇA
Em 1592 estava em Londres, casou-se. Em 1596 foi pai, mas perdeu seu
único filho ainda criança para a praga. Tornou-se boêmio e usuário de bebidas
alcoólicas, trabalhou no teatro, adaptou a velha Tragédia Espanhola para o
produtor teatral Philip Henslowe e escreveu uma imitação de duas comédias
romanas em "The Case Is Altered"(O Caso está Mudado).
Foi preso e seus bens confiscados, quando depois de uma briga, assassinou
o ator Gabriel Spencer, na prisão tornou-se católico, foi solto em 1.599, quando
escreveu a peça “Every Man Out of His Humour” (Cada homem fora de sua Mania),
menos divertida e coerente que sua peça anterior, se caracteriza pelo estilo caricato do
autor. Seus personagens (tolos e malucos), com seus maneirismos e suas idiocracias,
expõem toda corrupção e hipocrisia da sociedade londrina da sua época. Apesar da
indignação e raiva demonstradas no seu texto, a peça foi um sucesso.
Ainda em 1599 teria escrito mais duas peças, que se perderam. Dois anos
mais tarde escreveu "Cynthia 's Revéis" (As Farras de Cíntia), comédia aristofânica,
onde houve muita sátira à aristocracia.
Entretanto, três anos depois de toda confusão, produz "Eastward Ho!" (Para
o Oriente!), encerrando a guerra com a comédia. "Poetastro" que é uma celebração
da arte verdadeira. Depois de um período de retiro, escreve a tragédia romana
"Sejanus"(Sejano), que faz uma leitura do momento de declínio do governo da
rainha Elisabeth , de toda corrupção da corte e da tirania da soberana. Embora a
peça tenha sido um sucesso, o autor não se identificou com a tragédia e voltou a
se dedicar a comédias.
103
UNIDADE 2 — DO MEDIEVAL AO SÉCULO XIX
Jonson tinha prestígio obtido por conta das mascadas que havia produzido.
A libertação de Ben Jonson e seus amigos foi celebrada por outros escritores e
eruditos e assim, Jonson torna-se um herói da intelligentsia inglesa.
Quatro anos mais tarde é a vez da hilariante "Epicene or The Silent Woman"
(Epicene ou a Mulher Silenciosa), outra comédia de humores, onde personagens
com uma série de manias, são enganados por malandros e acabam pagando para
terem paz.
Escreveu muitas comédias, até sua morte em 1637, sempre fiel ao seu
talento na arte de fazer rir.
105
UNIDADE 2 — DO MEDIEVAL AO SÉCULO XIX
"The Fair Maid of the West" (A Bela Moça do Ocidente), "The English Traveler"
(O Viajante Inglês) e A Bela Moça do Ocidente. Ainda entre os dramaturgos
Elisabetanos do período temos John Webster, considerado o último dos atores
teatrais desse período, escreveu dramas românticos e tragédias. Entre suas obras,
merece destaque "The Roman Ator" (o Ator Romano) uma verdadeira homenagem
ao ofício do intérprete teatral.
DICAS
106
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
107
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Bíblico.
b) ( ) Materialista.
c) ( ) Humanista.
d) ( ) Erudito.
108
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I, II e IV estão corretas.
b) ( ) As sentenças I e III e IV estão corretas.
c) ( ) As sentenças II, III e IV estão corretas.
d) ( ) Todas As sentenças estão corretas.
109
110
TÓPICO 4 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Na Europa, entre o século XVI e a primeira metade do século XIX, uma
série de manifestações teatrais com características distintas foram agrupadas em
movimentos com denominações diversificadas, entre os quais temos, no século
XVII: o século de Ouro da dramaturgia espanhola e o Classicismo Francês; no
século XVIII o Classicismo e o Romantismo Alemão, e o Realismo em países
europeus distintos em meados do século XIX.
111
UNIDADE 2 — DO MEDIEVAL AO SÉCULO XIX
Além de autores tais como: Henrik Ibsen, Oscar Wilde, Bernard Shaw, Anton
Tchekhov o teatro realismo motivou a elaboração do sistema de interpretação
teatral do Russo Constantin Stanislavski a fim de conferir fé cênica necessária às
novas formas de retratar a realidade na cena.
Nesta época, o siglo de oro, (entre os anos de 1580 a 1680), o teatro corral
espanhol ainda era provisório e rudimentar, ao ar livre e cercado de muros das
casas, em um palco que poderia ser montado e desmontado de forma rápida. O
tablado era montado em um pátio, as cortinas separavam os camarins e servia de
fundo para o palco, os balcões e galerias das casas da frente eram usados como
um palco superior e os das casas laterais serviam de camarotes para as senhoras
(Cazuela), que no século XVII seria acrescentado ao lado do palco, os nobres
sentavam-se em fileiras em frente ao palco e os homens do povo (mosqueteiros)
ficavam nas arenas, os palcos ainda contavam com uma escada que conectava os
cenários e as peças eram apresentadas sob iluminação natural.
Lope de Vega, em 1575, aos trinta anos, começou a escrever peças, trouxe
o teatro para a Renascença. Ele produziu mil e quinhentas obras dramáticas, das
quais quinhentas, aproximadamente, estão conservadas, incluindo roteiros para
os "Corpus Christi". Na encenação de "Corpus Christi de Araucana", caracterizou
o Filho de Deus como um chefe indígena sul-americano, além de uma série de
comédias de capa y espada e a exaltação a Espanha, que caracterizaram sua obra.
113
UNIDADE 2 — DO MEDIEVAL AO SÉCULO XIX
Gabriel Téllez, foi um monge, que escreveu peças a partir do ano de 1624
sob o pseudônimo de Tirso de Molina. Seguidor do estilo Lope da Vega, seus
personagens eram desenvolvidos com preciso conhecimento humano. Escreveu:
“Don Gil de las Calzas Verdes" (Dom Gil dos Calções Verdes) – em que uma mulher
desafia seu papel na sociedade. “El Burlador de Sevilla" (O Burlador de Sevilha),
peça que apresenta o personagem D Juan Tenório, que teria representado o homem
conquistador em outras tantas obras. Em "A Sapatilha de Cetim” retoma o estilo
formal do teatro barroco espanhol, dividindo as peças em jornadas de um dia.
Guillén de Castro autor de "Las Mocedades del Cid", drama épico que fez
uso da grandeza poética, característica do barroco, para superar as limitações do
palco corral.
Na sua obra destacam-se: “La Vida es Suello" (A Vida é Sonho), "A Senhora
das Fadas”, “O Juiz” “Alcalde de Zalamea”, “O Príncipe Constante”, “EI Gran
Teatro dei Mundo" (O Grande Teatro do” Mundo), “EI Golfo de las Sirenas" (O Golfo
das Sereias), onde apresenta zarzuela (gênero de comédia musical espanhola do
século XVII, vigente até o século XX) e a "El Mayor Encanto Amor" (Amor, o Maior
Feiticeiro ).
114
TÓPICO 4 — OUTRAS TEATRALIDADES EUROPEIAS
conjunto, o grupo escreveria em conjunto peças sobre um tema dado, sendo que
cada autor produziria um ato, estritamente de acordo com a regra aristotélica das
três unidades.
E
IMPORTANT
Sua obra posterior segue com as regras clássicas. Embora, com relação às
inovações mecânicas, os elementos de palco e de cenários, bem como a riqueza
dos figurinos, faça uso das características barrocas. Durante anos buscou se tornar
o mestre da tragédie classique.
115
UNIDADE 2 — DO MEDIEVAL AO SÉCULO XIX
116
TÓPICO 4 — OUTRAS TEATRALIDADES EUROPEIAS
FIGURA 21 – PINTURA : MOLIÈRE, EM JANTAR COM LUÍS XIV (1857), OBRA DE AUGUSTE
DOMINIQUE INGRES.
O autor também atuou em mais de trinta papéis em suas peças, até o dia
17 de fevereiro de 1673, quando atuando como Argan, em "O Doente Imaginário",
teve um colapso no palco e morreu.
117
UNIDADE 2 — DO MEDIEVAL AO SÉCULO XIX
4 O ROMANTISMO ALEMÃO
No século XVIII, surge na Alemanha, um movimento que rejeitava a visão
clássica do teatro e se opõe ao absolutismo e a favor da rebeldia.
ATENCAO
E
IMPORTANT
Um dos maiores escritores desta era foi Johann Wolfgang von Goethe.
Nascido de família rica, teve uma excelente educação, frequentou algumas
universidades. Ficou conhecido por sua sensibilidade e capacidade de viver de
forma apaixonada, embora não se imaginasse casado.
118
TÓPICO 4 — OUTRAS TEATRALIDADES EUROPEIAS
Goethe acreditava ser função da arte a educação das massas. Usava linguagem
métrica para alcançar uma estrutura ordenada dos versos, tal como encontramos no
romance "Wilhelm Meister" e dos dramas "Iphigenie" (1779), "Egmont" e "Tasso"
e, principalmente na supracitada obra "Fausto", produção pré- romântica, cuja
temática Goethe dedicou-se por sessenta anos (1772 à 1832), até alcançar o que o
dramaturgo reconheceu, como sendo a "essência de uma vida". Quando pretendia
incitar os atores saírem estilo rotineiro e fazê-los interpretar com sofisticação.
FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/07/Goethe%27s_Faust.jpeg>.
Acesso em: 3 set. 2021.
DICAS
Para saber mais sobre Fausto, de Goethe, confira esse artigo da revista Cult:
https://revistacult.uol.com.br/home/fausto-a-busca-pelo-absoluto/.
119
UNIDADE 2 — DO MEDIEVAL AO SÉCULO XIX
Schiller produz em 1781, "Os Salteadores", peça que retrata a luta do bem,
representado pelo nobre Karl Moor, contra o mal, personificado na figura do seu
irmão criminoso. Na trama o herói foge para a floresta e se junta a marginais, para
tirar dinheiro de ricos hipócritas e reparti-lo com os pobres.
5 O REALISMO
O Teatro realista surge como oposição ao drama romântico, rompendo
com as idealizações. Pessoas do povo, em tramas envolvendo o engajamento
social em linguagem coloquial e por vez repleta de regionalismos surgem em
detrimento aos heróis idealizados e nobres.
E
IMPORTANT
120
TÓPICO 4 — OUTRAS TEATRALIDADES EUROPEIAS
122
TÓPICO 4 — OUTRAS TEATRALIDADES EUROPEIAS
LEITURA COMPLEMENTAR
Umberto Cerasoli
123
UNIDADE 2 — DO MEDIEVAL AO SÉCULO XIX
124
TÓPICO 4 — OUTRAS TEATRALIDADES EUROPEIAS
125
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
126
AUTOATIVIDADE
a) ( ) O Romantismo.
b) ( ) O Realismo.
c) ( ) O Classicismo.
d) ( ) O Barroco Espanhol.
127
REFERÊNCIAS
BERTHOLD, M. História Mundial do teatro. São Paulo: Perspectiva, 2001.
128
UNIDADE 3 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o
conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – O NATURALISMO
CHAMADA
129
130
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
O NATURALISMO
1 INTRODUÇÃO
Alguns autores realistas importantes, à medida que atingiram o extremo
da objetividade, tornaram as suas descrições minuciosas, principalmente as de
caráter científico, que foram consideradas naturalistas. Se o Naturalismo pode
ser entendido como um exagero do Realismo, vale a pena recordamos que, no
realismo:
NOTA
E
IMPORTANT
O final do século XIX foi próspero nas pesquisas científicas. Estudos sociológicos
comprovam a importância do meio na formação e no desenvolvimento do indivíduo. Houve
um crescimento significativo do pensamento científico, que resultou em novas descobertas
e novos recursos tecnológicos que possibilitam uma maior interatividade social.
ATENCAO
132
TÓPICO 1 — O NATURALISMO
133
UNIDADE 3 — A TEATRALIDADE NOS SÉCULOS XX E XXI
FONTE: <https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/47991/1/Espectros%200001.jpg>.
Acesso em: 31 jul. 2021.
E
IMPORTANT
2 O SURGIMENTO DO ENCENADOR
O encenador, no Brasil, também denominado como diretor de teatro, tem
uma função de conceber a cena, a representação de cada aspecto da teatralidade.
Será a pessoa que pensa na pertinência dos signos eleitos para o discurso teatral,
que viabiliza recursos para a produção – ou, conforme nos ensina Guénoun
(2004), podemos compreender a função do encenador como um espectador que
experiencia o discurso cênico antes dos espectadores que o sucederão.
134
TÓPICO 1 — O NATURALISMO
135
UNIDADE 3 — A TEATRALIDADE NOS SÉCULOS XX E XXI
136
TÓPICO 1 — O NATURALISMO
137
UNIDADE 3 — A TEATRALIDADE NOS SÉCULOS XX E XXI
DICAS
FONTE: <https://folhadaminhasampa.com.br/noticia/164/morador-do-bairro-do-colonia-
contasobre-sua-carreira-como-ator/amp>. Acesso em: 15 set. 2021.
DICAS
139
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Nos últimos trinta anos do século XIX os avanços dos meios de transportes e as
descobertas de recursos ligados à iluminação elétrica possibilitaram diversos
desenvolvimentos nas sociedades que impactaram as novas condições da
cena teatral.
• Uma maior visibilidade do que ocorria na cena, além de uma maior troca entre
os espectadores e artistas dos acontecimentos teatrais de países europeus
distintos, motivaram o surgimento da função do encenador, também
conhecido como diretor de teatro.
140
AUTOATIVIDADE
141
142
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Bertolt Brecht nasceu em 1898, em Augsburg (Alemanha). Viveu 58 anos,
tornou-se poeta, dramaturgo, e encenador, influenciando novas formas de se
fazer, pensar e ver o teatro, não apenas no século XX, mas até nos dias de hoje.
143
UNIDADE 3 — A TEATRALIDADE NOS SÉCULOS XX E XXI
2 ELEMENTOS DO DISTANCIAMENTO
A expressão teatral clássica tinha como objetivo criar uma ligação
emocional entre os atores e o público, também conhecida como identificação. O
teatro épico anula esta ligação emocional, pelo efeito de distanciamento. A ação
no palco tem a função de provocar a consciência crítica do espectador.
145
UNIDADE 3 — A TEATRALIDADE NOS SÉCULOS XX E XXI
Ativa Narrativa
Envolve o público numa ação cênica Não envolve/Público como observador
Exaure-lhe a atividade de catarse Estimula o público à ação
Permite-lhe sentimentos Arranca-lhe decisões
Proporciona emoções Proporciona noções
O público é colocado em frente a uma
O público é admitido numa ação
ação
O público é submetido a sugestões O público é submetido a argumentos
Sensações impelidas até a plena
As sensações são respeitadas
consciência
Pressupõe o homem um ser conhecido O homem como objeto de indagações
O homem é um ser imutável O homem é mutável e modificador
Tensão relativamente ao êxito Tensão relativamente ao andamento
Um cena serve a outra Cada cena tem vida própria
Progressão Montagem
Curso linear dos acontecimentos Não linear/Por curvas
Evolução obrigada Evolução por saltos
O homem como processo em
O homem como dado fixo
andamento
A exisência social determina o
O pensamento determina a existência
pensamento
Sentimento Razão
FONTE: <https://bit.ly/3CJi20d>. Acesso em: 23 jul. 2021.
146
TÓPICO 2 — BRECHT E O "TEATRO ÉPICO"
É PRECISO AGIR
Bertold Brecht (1898-1956)
DICAS
147
UNIDADE 3 — A TEATRALIDADE NOS SÉCULOS XX E XXI
3 PEÇAS DIDÁTICAS
Em 1936 na peça "Vergnügungstheater oder Lehrtheater''?“ (Teatro de
Divertimento ou Teatro Didático?), o autor admite que os aspectos didáticos do
seu teatro não excluem a diversão e o entretenimento.
E
IMPORTANT
NOTA
148
TÓPICO 2 — BRECHT E O "TEATRO ÉPICO"
E
IMPORTANT
Para além das peças curtas, denominadas de "peças didáticas" em que uma
tese era exposta aos espectadores, todo teatro Brechtiano tem como principal objetivo
incentivar um público reflexivo.
Em 1924, na peça “Dickicht der Stadt” (Na Selva das Cidades), Brecht expõe
a função pedagógica e a sua metodologia artística, num apelo à objetividade
crítica. Em 1928, na Ópera dos três vinténs e na ópera “Aufstieg und Fall der Stadt
Mahagonny” (Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny), em 1930, é demonstrada
as diferenças entre as formas dramáticas e épicas do teatro, com o importante papel
para as canções, que interrompem e marcam a ação no palco. Embora não fosse
essa a intenção de Brecht, o público se divertiu com a apresentação que satirizava
o romantismo burguês – e os personagens da primeira peça e não alcançaram a
proposta do autor, que era transformar a diversão em informação, o que seria
atingido somente em 1930, quando estreou a segunda opera (KOUDELA, 2013).
149
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A reflexão no teatro épico é promovida por meio do uso de recursos, que tem
por objetivo explicitar que se trata de uma cena de teatro. Para tanto, a cena
costuma apresentar entre outros, os seguintes elementos: o uso de narrativas,
distinção entre os fatos que são narrados e a ação, narrativas, ou reações de
um coro, quebra da quarta parede; quebra no discurso da personagem para
que o ator apresente um relato como trabalhador da cena; uso de Gestus
social; mais de ponto de vista sobre o mesmo fato etc.
150
AUTOATIVIDADE
3 Segundo Brecht "o ator deve ler o seu papel com uma atitude de espanto
e contradição. Ele deve compreender as características e saber avaliar, não
só o desenrolar dos acontecimentos, como também o comportamento do
personagem que interpretará, ele não pode aceitar nada como dado, que
“não poderia deixar de acontecer desta maneira”, que “era de se esperar
em virtude do caráter dessa pessoa”. Antes de memorizar as palavras ele
deve memorizar o que lhe causou espanto e o que sentiu ser contraditório.
Isto deve ser feito porque o ator deve manter esses momentos na sua
representação” (BRECHT, 1967, p. 162). Quais elementos são necessários
ao tipo de interpretação a que Brecht se refere?
151
152
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
VANGUARDAS TEATRAIS
1 INTRODUÇÃO
A palavra Vanguarda é utilizada para denominar tudo aquilo que está
"à frente de algo", ou seja, representa uma inovação. Representa o rompimento
com as normas sociais e políticas, baseada em experimentos que transformam as
estruturas. Quando se trata de movimentos teatrais, dizem respeito a uma ruptura
com a tradição conservadora, com a ética e a estética presente nas representações
clássicas apresentadas ao longo dos séculos anteriores.
153
UNIDADE 3 — A TEATRALIDADE NOS SÉCULOS XX E XXI
154
TÓPICO 3 — VANGUARDAS TEATRAIS
Em seu livro Das Politische Theater (O Teatro Político), de 1929, Piscator relata:
"e nós usávamos indiscriminadamente a todos os meios possíveis: música, canções,
acrobacias, caricaturas rapidamente esboçadas, esporte, imagens projetadas, filmes,
estatística, cenas interpretadas, discursos" (BERTHOLD, 2001, p. 500).
155
UNIDADE 3 — A TEATRALIDADE NOS SÉCULOS XX E XXI
156
TÓPICO 3 — VANGUARDAS TEATRAIS
A sua teoria tinha como objetivo revelar o fracasso dos valores e hierarquias
da sociedade ocidental. Compreendendo o teatro como potente espaço para
comunhão social, crítica aos espetáculos apresentados no período entre as grandes
guerras mundiais, defendendo, por outro lado, um teatro autônomo, capaz de
contagiar as massas, tal qual uma doença (a peste). Sua proposta ficou conhecida
como Teatro da Crueldade.
Entre 1924 e 1926, Artaud considera a feitura da arte como uma metáfora
para o funcionamento de toda consciência e da própria vida. Reivindicando uma
consciência mais sutil, imaginativa e rebelde. Filiou-se ao movimento surrealista,
porém logo achou as fórmulas surrealistas uma outra espécie de confinamento,
sendo expulso desta comunidade, quando a maioria dos participantes desta estavam
prestes a filiar-se ao Partido Comunista Francês. Artaud era incapaz de entender ou
esperar qualquer prazer na colonização dos novos domínios da consciência.
157
UNIDADE 3 — A TEATRALIDADE NOS SÉCULOS XX E XXI
158
TÓPICO 3 — VANGUARDAS TEATRAIS
FIGURA 13 – ARTAUD
Entre 1946 e 1948, nos três últimos anos de sua vida, Artaud teve grande
explosão de sua escrita, indiferente a sua ideia de poesia como uma declaração
lírica fechada, adequada ao âmbito de suas necessidades imaginativas. Nos
últimos escritos, a identidade obscena da carne e da palavra atinge as raias
da abominação. Notadamente na peça autorizada pela rádio francesa, “Para
Acabar com o Julgamento de Deus”, que foi então proibida na véspera de sua
programada radiodifusão. Em fevereiro de 1948, Artaud expressa a mais ardente
repulsa contra a fala, e contra o corpo. Até o ano de sua morte, em 1948, seus
trabalhos intermitentes acusam os efeitos dos remédios.
FONTE: <https://static.frieze.com/files/inline-images/web-cahier-n.253-fol.-18v-19.jpeg>.
Acesso em: 23 jul. 2021.
159
UNIDADE 3 — A TEATRALIDADE NOS SÉCULOS XX E XXI
Ao término de mais de dez anos de palco como ator e diretor, Artaud reage
à decadência da sociedade ocidental e seus valores (ou falta deles), que quase
tudo permitem, exatamente por isso a época atual equivale espiritualmente a um
deserto, no qual tudo quanto é sagrado volatiza-se a ele a chama de “marasmo”,
sendo que o único lugar possível de articular o conflito, para ministrar a terapia
à doença do século é o Teatro.
160
TÓPICO 3 — VANGUARDAS TEATRAIS
161
UNIDADE 3 — A TEATRALIDADE NOS SÉCULOS XX E XXI
Ionesco usou sua experiência de vida, entre dois países ricos em cultura e
muito diferentes entre si, para criar, uma “anticomédia”, onde as situações eram
extravagantes e os diálogos discordantes e desconcertantes. Seus textos eram
conhecidos pela “estética do desconcerto'', desde sua primeira publicação, em
1934 com "Nu!” (Não) e por toda sua carreira de escritor.
FIGURA 16 – IONESCO
Cabe observar que no final do século XIX, o francês Alfred Jarry (1873-
1907), com sua peça “Os Poloneses”, apresenta um personagem: Ubu-Rei – uma
criação excêntrica que representa os primeiros pensamentos surrealistas. No
entanto, seu teatro não fez parte deste movimento pela falta de estrutura, baseado
em situações cômicas, para fazer rir e não fazer pensar.
162
TÓPICO 3 — VANGUARDAS TEATRAIS
DICAS
A peça Rinoceronte conta a história das reações e falta delas dos personagens,
quando a cidade onde moram é invadida por um rinoceronte, os diálogos que se apresentam
são banais, confusos e inúteis. Alguns culpam os governantes, outros acham que é um
sonho. Ainda há os que querem saber de onde veio a criatura, que causou estranheza e
fascínio em toda a cidade, pela novidade, que trouxe motivação e curiosidade. Bérenger
não pensa no animal, mas sim no ciúme que sente de sua amada Daisy – e não se deixa
levar pela novidade. O alvoroço é tamanho que é preciso pessoas de fora (bombeiros)
para que a ordem se reestabeleça. Por toda vida, Ionesco defendeu a estética do absurdo.
Morreu em 1994, na França.
DICAS
163
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Artaud compreende que o teatro por ser uma arte completa se instaura como
um potente meio pelo qual seria possível afetar as massas, como uma peste.
No teatro Artaudiano não existe textocentrismo, todos os elementos cênicos
precisam ser empregados no mais alto grau de suas expressividades para que
o teatro volte a ser um lugar de comunhão.
164
AUTOATIVIDADE
I- Piscator.
II- Samuel Beckett.
III- Eugène Ionesco.
IV- Meyerhold.
165
3 Antonin Artaud acreditava na potência teatral por conta de ser uma
linguagem que agrupa vários elementos artísticos como a literatura, a
música, os aspectos visuais. Para Artaud (1984), os sons e os figurinos têm
o poder de transportar os espectadores para épocas e locais distintos. Em
que medida as propostas de Antonin Artaud se aproximam da teatralidade
contemporânea?
166
TÓPICO 4 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Quando falamos em teatro contemporâneo, estamos falando das tendências
teatrais que marcam os nossos dias. Vale ressaltar que, quando mencionamos
o termo "Teatro Moderno", estamos nos referindo aos acontecimentos que
marcaram as primeiras décadas do século XX. No entanto, quando falamos
em teatro contemporâneo, estamos falando de uma teatralidade marcada por
algumas transformações das artes em geral e da linguagem cênica em especial. E
qual são as marcas da teatralidade contemporânea?
A primeira coisa que devemos ter em mente é que os teatros dos nossos
dias são múltiplos e diversos, possuem influências variadas e apresentam
hibridismo entre referências de gêneros, estilos e linguagens artísticas.
167
UNIDADE 3 — A TEATRALIDADE NOS SÉCULOS XX E XXI
DICAS
168
TÓPICO 4 — TEATRO CONTEMPORÂNEO: PRINCIPAIS NOMES E CARACTERÍSTICAS DA CENA DOS NOSSOS DIAS
DICAS
169
UNIDADE 3 — A TEATRALIDADE NOS SÉCULOS XX E XXI
170
TÓPICO 4 — TEATRO CONTEMPORÂNEO: PRINCIPAIS NOMES E CARACTERÍSTICAS DA CENA DOS NOSSOS DIAS
DICAS
Ficou curioso sobre a produção teatral de Peter Brook? Então acesse o link e
saiba mais: https://youtu.be/jUJsWwqGbEk.
171
UNIDADE 3 — A TEATRALIDADE NOS SÉCULOS XX E XXI
DICAS
DICAS
Sabemos que uma das funções do teatro de longa data, vem sendo a de
retratar a realidade. Nesse sentido, sim, podemos saber mais de cada sociedade, em
diversos espaços tempos históricos, estudando o que os teatros desses povos têm a
dizer e de que forma o fazem. Entretanto, para além disso, podemos entender ainda
que as sociedades podem evoluir à medida que os homens e as mulheres que nela
convivem sabem mais sobre si mesmos. E uma sociedade que investe em cultura,
investe no crescimento das pessoas e no bem-estar coletivo. Conforme nos aponta
a pesquisadora francesa Picon-Vallin (2005), o teatro contemporâneo é o lugar
certo para estudar, questionar a história, tornar a realidade das transformações do
mundo conhecida, assim como as das cidades, a evolução de seus habitantes, os
danos dos conflitos nessas cidades, a condição das cidades no mundo, pois se hoje
o romance se serve da ficção, muitas vezes de forma descomedida, para explorar e
experimentar as possibilidades de um mundo em permanente mutação, no teatro
ele é a convocação de momentos da história e seu uso, o estudo ou confrontação
de documentos ou experiências documentadas em cena que ajudam a apreender
as múltiplas questões, grandes e pequenas – que nascem a todo o instante.
173
UNIDADE 3 — A TEATRALIDADE NOS SÉCULOS XX E XXI
DICAS
174
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• O teatro contemporâneo nada mais é do que as cenas dos nossos dias atuais.
• Os teatros nos dias de hoje são diversos e possuem variadas influências, além
de conter um hibridismo de referências.
175
AUTOATIVIDADE
( ) Peter Brook.
( ) Grotowski.
( ) Eugênio Barba.
( ) Ariane Mnouchkine.
176
TÓPICO 5 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
2 ARTE RELACIONAL
O Livro Estética Relacional, de Nicolas Bourriaud, nos aponta uma
possibilidade de leitura para compreender as obras, sobretudo as inseridas
no universo das artes visuais, produzidas nos anos 1990, consideradas muitas
vezes herméticas e de difícil compreensão. Segundo o autor, essas produções
estariam ligadas aos movimentos que, a partir dos anos 1960, comungam de uma
intencionalidade de estabelecer relação com o público, rompendo com os padrões
de sentido, de técnica e de status artísticos dos movimentos anteriores para priorizar
espaços de convívio.
177
UNIDADE 3 — A TEATRALIDADE NOS SÉCULOS XX E XXI
DICAS
3 PERFORMANCE
O termo inglês Performance surge como um movimento que se consolida
como linguagem artística, que entrelaça elementos do teatro, da literatura, da
dança, das artes visuais e do audiovisual.
178
TÓPICO 5 — TEATRO CONTEMPORÂNEO E PERFORMATIVIDADES
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/ma/ri/marinaabramovic-cke.jpg>.
Acesso em: 31 jul. 2021.
179
UNIDADE 3 — A TEATRALIDADE NOS SÉCULOS XX E XXI
DICAS
4 TEATRO PERFORMÁTICO
Como vimos a Performance se vale de distintas linguagens artísticas,
caracterizando-se contudo pela implementação dos elementos cênicos em suas
composições, entre eles a materialidade corporal, a noção de presença, do tempo
do ao vivo, diante de um público.
FIGURA 22– INTERFERÊNCIA NO CEMITÉRIO VILA MARIANA SP/ CIA. TEATRO DOCUMENTÁRIO
FONTE: <http://ciateatrodocumentario.com.br/wp-content/uploads/2016/06/para-Guga-2.jpg>.
Acesso em: 30/07/2021.
O termo Teatro Performativo foi proposto por Josette Féral (2017), a fim
de minimizar os desejos limitantes da oposição Teatro e Performance, uma vez
que a cena ocidental é prioritariamente performática, conforme nos demonstram
os estudos de Patrice Pavis (2017), em seu livro "Dicionário da Performance e do
teatro Contemporâneo".
180
TÓPICO 5 — TEATRO CONTEMPORÂNEO E PERFORMATIVIDADES
LEITURA COMPLEMENTAR
TEATRALIDADE E PERFORMATIVIDADE
Silvia Fernandes
182
TÓPICO 5 — TEATRO CONTEMPORÂNEO E PERFORMATIVIDADES
pode ser separada das práticas estéticas que passaram a se desenvolver em vários
cantos do mundo no período, como o happening, a action painting, a live art, a arte
conceitual e a body art. Interessada na experiência corporal e na ação do artista
em situações extremas, a arte da performance visa exatamente desestabilizar o
cotidiano por meio da transgressão e da ruptura, promovendo ações artísticas
marcadas pela diferença.
183
UNIDADE 3 — A TEATRALIDADE NOS SÉCULOS XX E XXI
184
TÓPICO 5 — TEATRO CONTEMPORÂNEO E PERFORMATIVIDADES
Féral avança uma nova etapa dessa discussão em último ensaio sobre o
assunto, em que projeta o conceito de “teatro performativo”. Discordando de
Hans-Thies Lehmann (2007) a respeito do termo pós-dramático, que considera
excessivamente genérico e, por isso mesmo, pouco efetivo, a autora analisa
algumas das experiências enfocadas pelo ensaísta alemão como o resultado da
contaminação radical, que acontece no teatro contemporâneo, entre procedimentos
da teatralidade e da performance.
185
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
186
AUTOATIVIDADE
187
REFERÊNCIAS
ARTAUD, A. O Teatro e seu Duplo. Tradução de Teixeira Coelho. São. Paulo:
Editora Max Limonad, 1984.
BERTHOLD, M. Estudos Sobre Teatro. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2004.
188
GROTOWSKI, J. Em Busca de um Teatro Pobre. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1968.
IBSEN, H. Fruen fra havet: Skuespil i fem akter. Skandinaven's Boghandel, 1889.
SZONDI, P. Teoria do Drama Moderno (1880-1950). São Paulo: Cosac e Naify, 2003.
189