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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM EDUCAÇÃO BÁSICA E

SABERES PEDAGÓGICOS NA CONTEMPORANEIDADE

Disciplina: Educação Primária no RJ - 1ª República

Professor: Rodrigo Rosselini

Alunas: Eveline Maciel e Flávia Pereira

Fichamento do texto:

Instrução Elementar no séc. XIX de Luciano Mendes de Faria Filho

P. 135

“A historiografia consagrada sempre concebe a educação primária do século XIX


confinada entre a desastrada política pombalina e o florescimento da educação na
era republicana.”

-> Período pombalino: um dos primeiros ministros do Brasil com o primeiro modelo
de educação pública do mundo; Era Pombalina: 1750; a política pombalina
representou uma das primeiras grandes reformas no Brasil com a expulsão dos
jesuítas, passando a educação para as mãos do Estado.

-> Forte dúvida sobre quem deveria ser escolarizado: “ intensa discussão acerca da
necessidade de escolarização da população“

p. 136

-> Institui-se, gradativamente, um “novo princípio” sobre o papel indispensável da


“instituição escolar na formação das novas gerações".

-> Criação das "escolas de primeiras letras": “instituições escolares corresponde ao


momento inicial de estruturação do Estado imperial”
-> O pobre não merece aprender mais do que o necessário para ser uma boa
mão-de-obra: para a elite brasileira, a escola para os pobres, mesmo em se tratando
de brancos e livres, não deveria ultrapassar o aprendizado das primeiras letras.

p. 137

Lei de 15 de outubro de 1827 dá início à obrigatoriedade da presença de escolas de


primeiras letras em todo o país. O objetivo se sustentou na ideia de que a instrução
era “umas das principais estratégias civilizatórias do povo brasileiro, tal qual frações
importantes da elite concebiam e propunham-se a organizar. Instruir as ‘classes
inferiores’ era tarefa fundamental do Estado brasileiro.”, ou seja, contribuiria para o
projeto de um Brasil independente.

-> Instruir, neste contexto, com o sentido de catequizar, doutrinar, equipar, tornar
apto a algo ou alguma coisa.

p. 138

(...) “a afirmação paulatina da importância da instituição escolar, primeiro como a


responsável pela instrução e, posteriormente, como agente central em toda a
educação da infância, foi-se lentamente substituindo a "escola de primeiras letras"
pela "instrução elementar".”

-> Sendo elementar: princípio básico

p. 139

-> Começam a ganhar forma os “componentes de uma instrução elementar” (que,


mais tarde, serão chamados de "conhecimentos escolarizados”), a saber: gramática,
língua pátria, aritmética e conhecimentos religiosos.

-> A percepção necessária sobre a educação primária começa a se consolidar e se


ordenar legalmente.

p. 140

-> Um ideário civilizatório iluminista se espalhava e, com ele, “(…) estava a ideia da
necessidade de alargar as possibilidades de acesso de um número cada vez maior
de pessoas às instituições e práticas civilizatórias. (...)”

-> Método individual de ensino: professor com vários alunos; ensino/atenção


individual; escola que existia, precariamente, na casa dos professores ou em
fazendas; lembrava a conhecida “instrução doméstica”.

p. 141

- Método mútuo: característica principal está na utilização dos próprios alunos como
auxiliares do professor, o que hoje seria facilmente chamado de
“estagiário/mediador”. Condições: espaço amplo, alunos mais adiantados/espertos.
Resultados: economia de recursos, tempo e de profissionais remunerados e amplo
alcance dos alunos.

p. 142

Primeiros problemas: não havia tantos espaços adequados como necessitavam


nem materiais suficientes. Além disso, os professores não tinham uma oportunidade
acessível para formar-se e exercer tal função.

-> Tempo e aspecto econômico como subsídios para o processo de escolarização.

- Método misto: aparece no final dos anos 30; intenção de equilibrar as vantagens
dos métodos mútuo e individual.

- Método simultâneo: oportuniza: “a divisão em classes homogêneas a ação do


professor sobre vários alunos simultaneamente, a otimização do tempo escolar, a
organização dos conteúdos em diversos níveis, dentre outros elementos.”

-> Virada de chave (!)

p. 143

1870 - reflexões sobre as relações pedagógicas de ensino e aprendizagem


começam a ser afloradas: “importância de prestar atenção aos processos de
aprendizagem dos alunos, afirmando que ‘o professor somente poderia ensinar bem
se o processo de ensino levasse em conta os processos de aprendizagem do
aluno’.”

- Método intuitivo: inicia-se a cobiçada observação dos diferentes ritmos de


aprendizagem dos alunos. Busca por um conhecimento sensível: " ‘lições de coisas’,
momento em que o professor deve criar as condições para que os alunos possam
ver, sentir, observar os objetos.”
-> Aspectos psicológicos e pedagógicos começam a ser considerados;

p. 144

-> Êxito da ação escolar condicionado à atividade do aluno como sujeito ativo no
processo de aprendizagem e o professor como instrumento mediador de tal
processo.

p. 145

-> Discussão sobre a instrução escolar ganha voz; pontos como a necessidade de
estruturação de espaços adequados começam a ser relacionados com os aspectos
político-culturais, pedagógicos, científicos e administrativos.

p. 146

-> “Medo” das famílias de perder o controle da conservação das tradições, tendo em
vista o contato dos filhos com outras culturas; “necessidade da construção de
espaços próprios para a escola, como condição de realização de sua função social
específica.”

p. 147

-> Conjunto de saberes e projetos político-educativos concebem o que temos até


hoje: as escolas seriadas.

“organização seriada das classes, para a utilização racionalizada do tempo e dos


espaços e para o controle sistemático do trabalho das professoras, dentre outros
aspectos.”

p. 148

“A discussão volta-se, por um lado, para a relação entre a escola e outras


instituições ou ocupações sociais (família, trabalho...), pretendendo fazer com que
os pais, sobretudo, tomem consciência da importância da escola e façam com que
seus(suas) filhos(as) frequentem regularmente a escola.”

Referência

FARIA FILHO, Luciano Mendes de. Instrução elementar no século XIX. In: LOPES,
E. M. T.; FARIA FILHO, L. M. de; VEIGA, C. G. (org.). 500 anos de educação no
Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2003a. p. 135-149.

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