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A meditação é uma prática milenar originária do Oriente, especialmente

ligada à tradição budista, porém que também pode ser observada em diversas
outras filosofias e religiões. A prática tem como princípio a “auto-regulação do corpo
e da mente” a partir de “técnicas que treinam a focalização da atenção”, gerando um
relaxamento mental e muscular. As investigações científicas sobre essa prática
inicialmente espiritual, religiosa e filosófica têm início na década de 60, com a
observação da diminuição de sintomas relacionados à ansiedade, estresse,
depressão e outras melhorias no âmbito da saúde pelos praticantes, tendo
resultados semelhantes aos de psicoterapias cognitivas quanto à diminuição de
pensamentos repetitivos e ruminação, que consiste em pensamentos intrusivos e
ideias ruins sobre si mesmo, porém seguem em desenvolvimento estudos até os
dias atuais, com ainda muitas questões sobre os impactos dessas técnicas nos
indivíduos a serem respondidas. Apesar das práticas meditativas serem múltiplas e
diferirem em suas técnicas, podendo ser do tipo mindfulness ou concentrativa, por
exemplo, existem resultados comuns e até complementares entre elas que
comprovam sua eficácia em integrar a mente, o corpo e o mundo externo ao
desenvolver a absorção atencional e a consciência focada.
Quanto às mudanças neurofisiológicas ocasionadas por conta da meditação
pode-se observar, dentro das mudanças funcionais, alterações no sistema nervoso
autônomo, como a diminuição da taxa de metabolismo, além da diminuição da
ansiedade por conta de uma “redução de lactato plasmático”; logo, é possível
relacionar a meditação com o controle de processos biológicos que seriam
autônomos, mostrando sua capacidade de auto-regulação do organismo. Além
disso, a meditação também atua na modificação da atividade neuroelétrica, gerando
a diminuição de sintomas da ansiedade. No aspecto estrutural do sistema nervoso,
observa-se que a meditação promove plasticidade cerebral.
Ademais, é cientificamente comprovado que a meditação auxilia na redução
do estresse e da ansiedade, se mostrando útil no tratamento de diversos quadros e
transtornos, também sendo associada à melhora da saúde mental ao ativar áreas do
cérebro relacionadas a afetos positivos e maior resiliência. Mostra-se também que,
com a recorrência - um fator extremamente importante para o aproveitamento dos
benefícios da meditação - das práticas meditativas, é possível reduzir o
neuroticismo, um estado de desajustamento emocional e vulnerabilidade, e
aumentar a auto-estima e o controle emocional. Por conta desses aspectos, a
meditação é muitas vezes associada às psicoterapias, visto que ambas possuem
finalidade similares no que se trata da expansão do potencial mental e psicológico,
apesar de não serem idênticas. A utilização do mindfulness no tratamento de
depressão, por exemplo, trabalha para alterar a consciência do paciente sobre seus
pensamentos e a sua relação com eles, na medida que a terapia
cognitivo-comportamental, que trabalharia para que houvesse uma mudança no
conteúdo dos pensamentos.

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