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RESUMO
Este artigo se propõe a indicar uma das dificuldades observadas nos tratados de bitributação, a
saber, a compreensão da linguagem utilizada em sua elaboração. Apresenta concepções gerais
acerca de tais acordos bem como o modo tradicional de interpretação dos pactos realizados
entre os países. Indica breves premissas teóricas acerca da dificuldade em entender o jargão
utilizado no direito, relativas à inteligibilidade e plain language2, seus idealizadores e propostas
fundamentais. Indica uma metodologia para auxiliar o entendimento de textos, neles incluídos
documentos jurídicos, em particular, os acordos internacionais que tem por objetivo impedir a
evasão fiscal. Avalia os convênios nos quais o Brasil é integrante e demonstra as informações
obtidas. Conclui que da forma como se apresentam, tais escritos não seriam assimilados por
uma parcela da população, ou seja, o modo como os tratados são redigidos contribui diretamente
para a dificuldade em sua compreensão.
1Os textos dos Tratados indicados neste trabalho são indicados no sítio eletrônico da Receita Federal do Brasil e o
conteúdo dos Decretos aos quais se referem foram obtidos no sítio eletrônico da Presidência da República,
explicitados na seção própria deste trabalho. As estimativas de inteligibilidade baseiam-se em cálculos obtidos
pela aplicação de uma fórmula, denominada Flesch Reading Ease, a ser detalhada ao longo do trabalho.
2
Numa tradução livre: linguagem clara ou linguagem simples. Apesar de vários autores tratarem do assunto
(EAGLESON, 1998; KIMBLE, 2006; GALLACHER, 2013), não há unidade conceitual do termo.
2
ABSTRACT
This article proposes to indicate one of the difficulties observed in the treaties of double
taxation, namely, the understanding of the language used in its elaboration. It presents general
conceptions about such agreements as well as the traditional way of interpreting pacts between
countries. It indicates brief theoretical premises about the difficulty in understanding the jargon
used in the law, concerning intelligibility and plain language, its idealizers and fundamental
proposals. It indicates a methodology to help the understanding of texts, including legal
documents, in particular, international agreements aimed at preventing tax evasion. Evaluates
the agreements in which Brazil is a member and demonstrates the information obtained. It
concludes that in the way they are presented, such writings would not be assimilated by a
portion of the population, that is, the way in which the treatises are written contributes directly
to the difficulty in their understanding.
INTRODUÇÃO
Os tratados internacionais são uma das formas pelas quais os Estados formalizam
acordos entre si, pois referem-se a concessões e empenhos políticos historicamente assumidos
pelos países, os quais são negociados e redigidos em documentos, comumente favorecendo sua
aceitação mas não necessariamente a sua compreensão (CARVALHO, 2006). Dito de um modo
simples, o tratado oficializa um compromisso adotado entre duas ou mais nações e as condições
nas quais o mesmo deve ser cumprido.
Mais especificamente, os tratados que procuram evitar a bitributação (ou dupla
tributação), os quais podem ser bilaterais ou multilaterais, apresentam uma estrutura em que
podem ser concedidas compensações fiscais entre Estados contratantes, a fim de não criar
barreiras ao comércio e investimentos internacionais (TRELLES, 2012).
Porém, se considerada quanto à disposição e relação lógica das frases, sua extensão e
vocabulário, os tratados internacionais de dupla tributação apresentam algumas dificuldades
demonstradas neste estudo. Neste contexto, o artigo tem por objetivo responder a seguinte
questão: da forma como são redigidos, os pactos internacionais para evitar a bitributação são
compreendidos pela população, nos parâmetros indicados neste estudo? Para isso, relaciona três
elementos: o grau de facilidade de leitura de um texto, o documento avaliado e o público-alvo
para o qual é encaminhado.
3
A indagação tem como pano de fundo, por um lado, estudos que se realizam há mais
de um século nos Estados Unidos. Eles tinham por objeto a habilidade de compreensão de uma
mensagem escrita e suas consequências. Por outro, o movimento estadunidense iniciado na
década de 1960, ligado ao direito dos consumidores. Propunha que a elaboração de documentos
legais deve ser feita de forma totalmente clara, concisa e compreensível para todos os leitores.
O trabalho divide-se em três partes. Na primeira serão apresentados entendimentos
gerais acerca dos convênios internacionais e a forma como tradicionalmente são interpretados.
Em seguida, será feita uma breve exposição dos double tax treaties (tratados de dupla
tributação) e seus principais aspectos.
Na segunda, serão expostos alguns precursores e pesquisas acerca da inteligibilidade
(readability3) de materiais impressos. Além disso, os principais conceitos e implicações para
efeitos deste estudo, dentre os quais a elaboração de fórmulas que preveem o grau de facilidade
na leitura de qualquer documento. A seguir, será abordado o movimento denominado plain
language4, seus idealizadores e propostas fundamentais. Em particular, a mudança na forma
como os textos jurídicos são escritos, atendendo as necessidades de um público-alvo.
Na parte final, será indicada a metodologia utilizada na avaliação dos conteúdos
escritos dos tratados analisados e, por fim, a análise do resultado obtido, o qual será exposto na
forma de gráfico. Feito isto, o trabalho responderá a questão proposta.
3
Não se adota aqui a tradução do termo como “legibilidade”. Em geral, inteligibilidade diz respeito a escrita
(vocabulário, estrutura e facilidade de leitura) do texto, e contribui para perceber o seu significado. Legibilidade
relaciona-se com os fatores tipográficos (tamanho da letra, tipo da fonte e diagramação) que contribuem para a
leitura em si (DUBAY, 2004). A pesquisa não encontrou a origem específica do termo readability. Não se pode
afirmar que é um nome composto ou aglutinação do verbo read (ler) e o substantivo ability (habilidade).
4
Numa tradução livre: linguagem clara ou linguagem simples. Apesar de vários autores tratarem do assunto
(EAGLESON, 1998; KIMBLE, 2006; GALLACHER, 2013), não há unidade conceitual do termo.
5
A exemplo do Tratado de Tordesilhas, celebrado em 07 de junho de 1494, entre o Reino de Portugal e a Coroa de
Castela para dividir as terras descobertas “e por descobrir”, por ambas as Coroas, fora do continente europeu.
6
Cite-se o Tratado de Éden, estabelecido entre a Grã-Bretanha e a França em 26 de setembro de 1786, colocando
fim, mesmo por breve período, uma guerra econômica entre os dois países.
4
7
A título exemplificativo: art. 34, inc. XII e art. 48, inc. XVI (Constituição de 1891); art. 66, inc. I e art. 87, inc.
VII (Constituição de 1946); art. 49, inc. I e art. 84, inc. VIII (Constituição de 1988).
8
Também podem ser mencionados: a legibilidade e cor dos caracteres, uso de gráficos e complexidade das frases
em relação à capacidade cognitiva.
9
A primeira delas em A method for measuring the vocabulary burden of textbooks, de Bertha A. Lively e Sidney
L. Pressey.
10
Flesch expôs sua fórmula, denominada Flesch Reading Ease (FRE) num artigo intitulado A new readability
yardstick, de 1948, sobre a qual se falará adiante.
5
Outras barreiras também se fazem presentes no entendimento dos tratados, e uma delas
talvez resida justamente na complexidade dos termos utilizados naqueles textos. Uma das
razões para tal afirmação reside no conflito existente entre os convênios internacionais e as leis
internas dos países. No contexto do direito internacional, essa divergência é solucionada de
duas formas: dando prevalência aos acordos sobre o direito interno, ou garantindo-se ao ajuste
internacional apenas um tratamento paritário, tomando-se como modelo as leis nacionais e
outros documentos de grau equivalente (MAZZUOLI, 2011). Nesta última hipótese, havendo
conflito entre o tratado e a regra interna, segue-se o princípio lex posterior revogat prior11
adotado pelo Brasil.
A isso soma-se a intrincada questão da aplicação dos tratados. Isto porque os
problemas atuais do direito não são solucionados (e fundamentados) apenas na tripartição
Constituição/Estado-nação/soberania. Já é possível se falar, embora apresentando
fragmentação, em um sistema jurídico global, sendo improvável a sua unidade. Desta forma, o
transconstitucionalismo12 seria um modelo alternativo para solucionar os problemas jurídicos
globais.
1.2.Compreensão dos tratados
Na segunda metade do século XX observou-se que o sistema estatal internacional foi
amplamente apoiado pelo desenvolvimento dos acordos entre os países. Desta forma, os
governos mundiais concentraram a construção de seus regimes em três conjuntos de
preocupação: a garantia dos direitos humanos, a administração dos sistemas econômicos e a
contenção dos conflitos entre os países.
Os convênios entre as nações, então, foram utilizados como ferramenta primária na
elaboração das instituições mundiais e na codificação de normas garantidoras de direitos
considerados fundamentais. À propósito de um modo tipicamente jurídico para superar as
controvérsias na compreensão dos tratados, foram utilizados métodos, vários deles úteis para
tal fim. Para que eventuais antagonismos entre as convenções internacionais fossem resolvidos,
chegou-se à redação de um documento com regras sobre conflitos em matérias de tratados, a
saber, a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (CVDT), que expressamente no art.
31 trata da interpretação das convenções entre os países.13
11
Lei posterior revoga a anterior, numa tradução livre.
12
Entendido como a relação “entre diversas ordens jurídicas distintas através de seus centros (o Judiciário), ou seja,
o entrelaçamento entre ordens jurídicas estatais diferentes a partir diretamente dos Tribunais” (MIRANDA, 2016).
13
Artigo 31 – Regra Geral de Interpretação 1. Um tratado deve ser interpretado de boa-fé segundo o sentido comum
atribuível aos termos do tratado em seu contexto e à luz de seu objetivo e finalidade. 2. Para os fins de interpretação
de um tratado, o contexto compreenderá, além do texto, seu preâmbulo e anexos: a) qualquer acordo relativo ao
tratado e feito entre todas as partes em conexão com a conclusão do tratado; b) qualquer instrumento estabelecido
6
por uma ou várias partes em conexão com a conclusão do tratado e aceito pelas outras partes como instrumento
relativo ao tratado. 3. Serão levados em consideração, juntamente com o contexto: a) qualquer acordo posterior
entre as partes relativo à interpretação do tratado ou à aplicação de suas disposições; b) qualquer prática seguida
posteriormente na aplicação do tratado, pela qual se estabeleça o acordo das partes relativo à sua interpretação; c)
quaisquer regras pertinentes de Direito Internacional aplicáveis às relações entre as partes. 4. Um termo será
entendido em sentido especial se estiver estabelecido que essa era a intenção das partes.
7
Ainda que de maneira bastante breve, por não ser o viés adotado neste trabalho, é
importante indicar como os problemas de avaliação e interpretação de tratados internacionais
são resolvidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Esta Corte tem optado pela denominada
interpretação conforme à Constituição, entendida esta como: a) dentre as várias interpretações
possíveis, deve ser escolhida a que não contrarie o texto e o programa da Constituição Federal;
b) uma regra não deve ser declarada inconstitucional caso possa ser interpretada conforme o
texto constitucional; c) ao aplicar a regra, o intérprete não pode contrariar seu sentido literal em
nome de conformá-la à Constituição, obtendo regulação nova e distinta.
No julgamento do RE 80.004/SE, inclusive, o STF manteve a postura conceitual
adotada na interpretação dos tratados internacionais, ou seja, a do monismo moderado. Por este,
havendo conflito entre um convênio internacional em matéria tributária e a Constituição
Federal, seria possível deixar de cumprir o pacto, o que afronta a primeira parte do art. 27 da
CVDT14, isso porque aos acordos realizados entre países seria vedado disciplinar matéria
reservada à Lei Complementar, hierarquia da qual faz parte o Código Tributário Nacional
(MAZZUOLI, 2008). Tal concepção, do ano de 1977, foi alterada posteriormente. Cite-se como
exemplo o julgamento do AgRE 543.943/PR, no qual o Tribunal, afirmou por maioria não haver
impedimento para que “o Estado Federal brasileiro celebre tratados internacionais que
veiculem cláusulas de exoneração tributária em matéria de tributos locais (como o ISS, p. ex.),
pois a República Federativa do Brasil, ao exercer o seu treaty-making power, estará praticando
ato legítimo que se inclui na esfera de suas prerrogativas como pessoa jurídica de direito
internacional público”.
1.3.Tratados para evitar a bitributação
Pode-se dizer que por trás de cada atuação estatal, há um custo que lhe é inerente, ou
seja, a concretização das atividades do poder público torna-se viável mediante uma arrecadação
prévia, que garante não apenas a composição de um quadro orçamentário favorável mas,
principalmente, a possibilidade de decidir quais gastos serão feitos. Os tributos, como principal
forma de receita pública, são componente fundamental dos Estados na atualidade (MENDES,
2015).
De modo simples e de um ponto de vista puramente normativo, o poder de tributar é
previsto no texto constitucional15. Significa isso que por um princípio de legalidade o Estado
brasileiro dispõe do poder de tributar os seus cidadãos e estrangeiros residentes, bem como as
14
Artigo 27 – Direito Interno e Observância de Tratados: Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito
interno para justificar o inadimplemento de um tratado.
15
Pela combinação do art. 5º, inc. I com o art. 145 e seus incisos.
8
pessoas não residentes, ou seja, estrangeiros que estejam em trânsito pelo país mas que, por
praticarem fato considerado pela lei como gerador16 da taxação, são considerados sujeitos
passivos da obrigação de pagar alguma das espécies tributárias previstas em lei.
Sendo assim, o poder de tributar é considerado meio legítimo para angariar recursos
públicos. Porém, é possível que ao ser elaborado um acordo entre dois países, o mesmo fato
seja considerado simultaneamente como gerador de tributo naquelas duas nações. Daí, ocorre
um fenômeno denominado bitributação (ou dupla tributação ou multitributação), ou seja,
quando dois ou mais Estados, fundamentados na própria soberania, consideram que tem o
direito de tributar determinada renda. Dito de outra forma, trata-se da situação na qual uma
mesma pessoa é obrigada a pagar um mesmo imposto pela legislação de dois ordenamentos
jurídicos (TRELLES, 2012).
A bitributação não é um evento inusitado ou excepcional. Ao contrário, justamente
pelo fato de cada Estado ter o direito em estabelecer o modo de tributar seus cidadãos e não
residentes que obtenham renda ou bens próprios em seu território, pode ocorrer a situação de
sobreposição em matéria de competência fiscal. Pode-se então definir dupla tributação
internacional como a situação na qual duas ou mais soberanias tributárias exercem autoridade
sobre o mesmo objeto tributável (DUMITER, 2016).
Esta situação surge quando a administração fiscal de um país reivindica jurisdição
sobre o rendimento ou capital com base na sua origem, e a administração e outro país com base
na residência do contribuinte. Precisamente por isso e com a finalidade de eliminar a
sobreposição em matéria de competência fiscal é que vários governos mundiais assinaram (e
continuam assinando) tratados bilaterais, muitos deles baseados no chamado Model Tax
Convention17 da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico/OCDE18
(OECD – na sigla em inglês).
Este padrão, inclusive, é conformador dos tratados tributários bilaterais mais
recentemente assinados, com a finalidade expressa de fornecer soluções comuns para a
incidência da dupla exação fiscal. Porém, o alívio da imposição a um contribuinte do mesmo
16
Previsto no art. 114 do Código Tributário Nacional: Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em
lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.
17
Modelo de Acordos Tributários, numa tradução livre.
18
É um organismo internacional, composto por 34 países e com sede em Paris, França. É derivado da Organização
para a Cooperação Económica (OECE), criada em 1947 e então composta apenas por países europeus, para a
execução do Plano Marshall, uma estratégia financeira concebida pelo governo estadunidense para a reconstrução
dos países da Europa devastados após a Segunda Guerra Mundial. Tem por objetivo promover políticas que visem
o desenvolvimento econômico e o bem-estar social de pessoas por todo o mundo. O combate à corrupção e à
evasão fiscal faz parte da agenda da OCDE tendo já conseguido resultados otimistas em alguns países. O Brasil
ainda não é um país membro da OCDE. Sítio eletrônico oficial: http://www.oecd.org.
9
19
É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços,
de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
11
Outra dificuldade na elaboração dos tratados em bitributação diz respeito aos preços
de transferência20. Ocorre que estes substituem as receitas tarifárias diminuídas ou, por outro
lado, impõem marcações artificiais, transferindo custos para os consumidores finais. Isto
porque, no caso dos convênios internacionais sobre dupla tributação, é possível aos
participantes definirem a redução da receita fiscal. No fundo, o debate principal sobre os preços
de transferência diz respeito ao aperfeiçoamento do princípio arm’s length, acordos prévios de
preço e regras de segurança (BURKE, 2011).
Uma boa metodologia para o estudo e busca de novas formas para contornar tais
discrepâncias, indicada por algumas pesquisas, seria a elaboração de levantamentos com análise
abrangente de conceitos, política e histórico de convenções internacionais de dupla tributação
(DUMITER, 2016).
Como indicado na seção anterior em relação aos demais acordos internacionais, a
compreensão dos tratados tributários também apresentam vicissitudes. Isso porque as
abordagens diferenciadas de tais convenções entram em choque com as regras da Convenção
de Viena sobre o Direitos dos Tratados, a qual exige uma linguagem clara para todos os tratados.
Sendo assim, uma via promissora do entendimento de tais documentos seria o exame das
características objetivas de seu conteúdo, em particular, o grau de completude do tratado
(KYSAR, 2016).
A quantidade e a qualidade de assimetrias indicadas ao longo desta seção sugere que
as formas tradicionais de elaboração e compreensão dos tratados tributários parece não atingir
um de seus principais objetivos: serem entendidos e, se o caso, cumpridos pelas pessoas para
as quais se dirigem. O que apresenta neste trabalho é uma maneira de avaliar o conteúdo escrito
dos tratados e, assim, fazer com que ao menos do ponto de vista da linguagem, sejam
produzidos documentos com maior facilidade em sua compreensão. Desta forma, a proposta
deste trabalho é apresentar uma abordagem distinta para o entendimento dos convênios em
matéria tributária, pelo que se passa a expor.
20
De modo bastante simples, trata-se do valor cobrado por uma empresa na venda ou transferência de bens, serviços
ou propriedade de intangíveis a uma outra empresa, relacionada à primeira. Tal situação não é considerada
adequada pelo fato de que os valores feitos entre tais entes não foram negociados numa situação de mercado livre
e aberto, denominado princípio arm’s length, o que desviaria dos preços feitos entre parceiros comerciais que não
tem relação entre si, em operações comparáveis em circunstâncias idênticas.
12
21
Trata-se de um fragmento do art. 10 da Convenção firmada entre a República Federativa do Brasil e o Reino da
Espanha, para evitar a dupla tributação e a evasão fiscal, a qual foi promulgada pelo Decreto n. 76.975, de 02 de
janeiro de 1975.
13
abrange todos os fatores que contribuem para o êxito na leitura e compreensão de um material
impresso22, que pode ser de qualquer natureza. Os primeiros estudos observaram vários
elementos que contribuem para entender um documento. Dentre outros, a dificuldade do estilo
(KITSON, 1921), o vocabulário, o interesse dos usuários, o comprimento e a quantidade de
frases e sílabas23. Percebeu-se que era matematicamente possível prever a dificuldade para
entender, por exemplo, o conteúdo de um livro escolar. Isso foi feito por meio de fórmulas
publicadas a partir de 192324, como ferramentas de pesquisa restritas ao meio acadêmico.
Sua popularização pode ser atribuída a Rudolf Flesch, que apresentou uma tabela
relacionando a quantidade de sílabas e palavras de uma frase num texto e seu nível de
compreensão (FLESCH, 1949). A abordagem adotava um critério puramente científico. Ao
medir e testar o tamanho do conteúdo redigido, observou-se que a média dos leitores o entende,
encaixando-se numa dada habilidade de interpretação (FLESCH, 1946).25
Outras equações para calcular a inteligibilidade foram elaboradas, tornando-se tão
difundidas e variadas que atingiram a casa das centenas (KLARE, 1976)26. Podem ser aplicadas
a quaisquer textos, seja um contrato, normas de seguro, redação de leis e, para efeitos deste
trabalho, um tratado em matéria tributária. A praticidade desse método chamou a atenção da
empresa norte-americana Microsoft® que na década de 1980 o incorporou em seu programa
Microsoft Word®.27
Apesar da facilidade no uso das fórmulas, várias críticas foram feitas a estas formas
de avaliar a facilidade na leitura de um texto, inclusive os jurídicos. Uma delas questiona se as
variáveis linguísticas para a compreensão por determinado grupo de pessoas influenciam outro
da mesma forma (BORMUTH, 1966). Ou seja, indaga se o vocabulário ou estrutura das frases
de um acórdão interfere igualmente no entendimento, por exemplo, de um estudando
secundarista e um universitário. Esta pesquisa se dirige justamente nesse sentido.
22
Aplicou-se ao trecho de decisão do início deste tópico uma fórmula de inteligibilidade, obtendo-se uma
pontuação igual a 21,8. Esta contagem revela o grau médio de facilidade na leitura, indicando o nível de
escolaridade suficiente para compreende-la. De um modo geral, a ideia apresentada adequa-se também à realidade
digital, ou seja, aos textos veiculados na internet (BARBOZA, 2007; CARLINER, 2002).
23
Também podem ser mencionados: a legibilidade e cor dos caracteres, uso de gráficos e complexidade das frases
em relação à capacidade cognitiva.
24
A primeira delas em A method for measuring the vocabulary burden of textbooks, de Bertha A. Lively e Sidney
L. Pressey.
25
Flesch expôs sua fórmula, denominada Flesch Reading Ease (FRE) num artigo intitulado A new readability
yardstick, de 1948.
26
Algumas delas recebem o nome de seus criadores, como as Fórmulas Dale-Chall e Fry Graph. Outras referem-
se aos parâmetros que adotam, a exemplo das Fórmulas Fog Index, SMOG e Lexile (DUBAY, 2004).
27
Será explicada, adiante, a utilização do FRE como parte da metodologia desta pesquisa.
14
28
Inglês claro, numa tradução livre.
Como no seguinte exemplo: “a lei incorporou um novo conceito” ao invés de “houve incorporação de um novo
29
elementos serão observados durantes a análise do gráfico que demonstra o resultado obtido com
a aplicação de um software específico.
A finalidade foi obter, matematicamente, a previsão de readability dos documentos
elaborados nos pactos efetivados entre os países para o combate à bitributação. Com isso, será
possível responder a questão desta pesquisa: em que medida a média das pessoas integrantes de
um grupo de leitores conseguem entender a linguagem de tais documentos?
2.3.Metodologia para obtenção do índice de facilidade de compreensão do texto
Para fins de avaliação da facilidade de compreensão do conteúdo dos tratados a seguir
indicados, utilizou-se o programa Microsoft Word® que, na década de 1980, incorporou a
fórmula de inteligibilidade de Rudolf Flesch. Ao ser aplicada, fornece um valor que
corresponde ao grau de facilidade na leitura de um texto, expresso em forma numérica. Não é
uma grandeza absoluta, pois a pontuação refere-se à média de clareza de compreensão de um
grupo específico de leitores.
O nível de complexidade de um documento é disposto numa escala de pontuação que
varia entre 0 e 100. O entendimento da mensagem escrita será considerado mais fácil quanto
mais alta a pontuação obtida e vice-versa. A fórmula da pontuação de facilidade de leitura de
Flesch (ou Flesch Reading Ease – FRE) é: 206.835 – (1.015 x ASL) – (84.6 x ASW)30. Ao
elabora-la, seu autor propôs uma tabela com os escores de compreensibilidade de um texto,
como demonstra abaixo a tabela 1. Aplicada a determinado conteúdo escrito, obtêm-se uma
pontuação. Um documento cujo valor de inteligibilidade seja igual a 48,3 apresenta
compreensão mais difícil. Isso significa que uma pessoa necessita o nível médio de escolaridade
para entender o que leu.
TABELA 1
30
Onde: ASL = average sentence length (numa tradução livre: comprimento médio da frase – o número de palavras
dividido pelo número de frases); ASW = average number of syllables per word (numa tradução livre: número
médio de sílabas por palavra – o número de sílabas dividido pelo número de palavras).
17
se da seguinte forma: aberto o programa e escrito o texto, no campo superior esquerdo, deve-se
clicar sucessivamente em “arquivo”, “opções” e “revisão de texto”. No menu “ao corrigir a
ortografia e a gramática no word”, marcar a opção “estatísticas de legibilidade”. Feito isto,
retorna-se ao menu principal do programa, onde o usuário deve clicar sequencialmente em
“revisão” e “ortografia e gramática”. Será automaticamente feita a revisão ortográfica e
gramatical do documento, sendo após exibida a imagem da figura 1, abaixo.
FIGURA 1
31
Disponível em http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/legislacao/acordos-internacionais/acordos-para-
evitar-a-dupla-tributacao/acordos-para-evitar-a-dupla-tributacao, acessado em 19/06/2018, às 15:25. Na página
indicada, constavam naquele momento trinta e três Tratados relativos à bitributação e prevenção de evasão fiscal.
32
Disponível em http://www.planalto.gov.br, acessado em 19/06/2018, às 15:36.
18
reunidos num relatório simples e, após, passou-se a elaborar o gráfico apresentado e analisado
a seguir.
2.4.Apresentação e análise do resultado
Inicialmente, foram observados dois aspectos relevantes na obtenção dos dados. Por
um lado, não há dificuldade no acesso aos tratados, visto que os sítios eletrônicos da Receita
Federal do Brasil e da Presidência da República, além da praticidade de seus links, não
apresentam funções inoperantes e/ou ausência de informações.
Por outro, a utilização de diferentes navegadores33 contribuiu significativamente para
o avanço do estudo e visualização do material a ser pesquisado. Atividades desnecessárias como
aumentar ou reduzir o tamanho da tela ou rolamento da página eram frequentes em determinado
navegador, o que não ocorria em outro. Outros fatores também eram causa de demora na
obtenção dos dados, tais como: tamanho dos caracteres, disposição dos links na página e
utilização de linguagem desconhecida pelos usuários.
O gráfico 1, abaixo, demonstra o percentual quantitativo dos tratados avaliados. Todos
os textos sob exame apresentavam conteúdo completo dos acordos tributários em questão e,
desta forma, é possível afirmar que a inteligibilidade de seus conteúdos demonstra com exatidão
o grau de facilidade (ou não) de seu entendimento.
De um modo geral, há relação inversa entre o tamanho de um texto a dificuldade para
compreende-lo. Ou seja, quanto menor o material escrito, maior a dificuldade em perceber seu
significado. E não apenas isto: a complexidade das palavras utilizadas (termos técnicos), nos
tratados também contribui para torna-lo mais ou menos difícil em ser apreendido. Tal situação
parece confirmar uma hipótese preliminar: a inteligibilidade de um texto está relacionada ao
problema do encontro do usuário com o conteúdo escrito (BARBOZA, 2007).
Nos tratados avaliados, a inteligibilidade refere-se a todos os fatores que interferem no
sucesso da leitura e entendimento de tais documentos. Dentre eles: complexidade de frases em
relação à habilidade do leitor, qualidade da impressão, disposição espacial, interesse e
motivação do público-alvo.
33
Google Chrome, Mozilla Firefox e Internet Explorer. No início da pesquisa, o primeiro mostrou-se mais eficiente.
Com a prática, o segundo mostrou-se mais efetivo para as funções de “copiar” e “colar” o texto.
19
Gráfico 1
Tratados de bitributação
dos quais o Brasil faz parte
Difíceis
100%
Dos trinta e três tratados avaliados pelo programa, 100% seriam compreensíveis por
indivíduos com nível de escolaridade superior incompleta ou média (gráfico 1). Aplicado o
FRE àqueles casos, foram obtidos índices de inteligibilidade entre 30,0 e 50,0, o que, conforme
a tabela 1, demonstra que a média de um grupo de leitores que tivesse aquele grau de instrução
teria condições de entender o conteúdo dos acordos tributários.
O gráfico analisado indica que a elaboração desses pactos apresenta considerável grau
de complexidade. Esta característica diz respeito ao vocabulário, estrutura e tamanho das frases.
Sugere que se trata do modo de escrever tradicional do meio jurídico, com alguns traços
marcantes. Dentre eles, muito palavreado, falta de clareza e termos pomposos, sobrecarregando
o texto. Torna-se uma forma de prosa que confunde e frustra a maioria dos leitores diários e
mesmo advogados (KIMBLE, 2006). A isto a pesquisa (BENSON, 1987; COLLIER, 1992;
WILLIAMS, 2011) denomina como legalese34. Trata-se de linguagem e termos técnicos
próprios do direito utilizados na comunicação escrita.
3. Conclusão
A pergunta formulada na primeira parte deste trabalho pode ser respondida. Os
tratados são compreendidos por um público leitor que não esteja em determinado patamar
educacional? Em termos gerais, a resposta é negativa, levando-se em conta os parâmetros
indicados e a análise das informações obtidas na pesquisa. Não se constatou como regra
resultados que demonstrem facilidade na compreensão de tais documentos.
Ao contrário, os índices de inteligibilidade da maioria dos convênios internacionais
em bitributação demonstram, em sua totalidade, serem textos difíceis de serem entendidos.
Sendo assim, não seriam facilmente interpretados por um grupo mais amplo de leitores. Afora
34
Numa tradução livre: “juridiquês”, termo adotado a partir deste ponto. Trata-se de um termo, porém, para o qual
nunca foi elaborada uma descrição sistemática. Também não há um critério linguístico para avaliar se um texto
está redigido naquela forma (CHARROW, 1979).
20
a discussão científica acerca das fórmulas de inteligibilidade3536 bem como a eficiência da plain
language3738, o uso desses instrumentais é uma realidade em muitas instituições de
reconhecimento internacional39 em diferentes campos de atuação.
A pesquisa apresentou os índices de facilidade observados na compreensão dos
convênios internacionais avaliados. Tratam-se de documentos jurídicos, semelhantes às leis.
Quanto a estas, a prática adotada na redação legislativa em outros países, a exemplo dos Estados
Unidos, exige que sejam mais claras para que sejam entendidas pelo maior número de leitores,
a exemplo do Memorandum on Plain Language, de 1998 e o Executive Order 13563, de 2011.
Considerando também estes parâmetros, sugerem-se três diretrizes gerais a serem utilizadas na
elaboração de tratados numa linguagem compreensível (KIMBLE, 2004): construir o texto
usando frases curtas, na voz ativa e vocabulário comum. Com isso é perfeitamente possível aos
elaboradores de acordos tributários redigir um texto ao mesmo tempo eficiente e inteligível à
uma parcela maior da população (KIMBLE, 1994, 2014).
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35
Vários estudos questionam a validade e limitações das fórmulas de inteligibilidade (BORMUTH, 1966, 1969;
KLARE, 1976; DAVIDSON et al, 1980; RUSH, 1984; DAVENPORT, 1986; LARSSON, 2006). A rejeição mais
contundente às readability formulas (ANDERSON, 1986) afirma que não apenas o Flesch Reading Ease, mas
todas as fórmulas apresentam graves problemas nos padrões que adotam.
36
Por outro lado, muitas pesquisas (KLARE, 1963; MARTINS et al, 1986; DUBAY, 2004, 2007; BARBOZA,
2007) afirmam a validade das fórmulas de inteligibilidade para avaliação da facilidade de compreensão de um
texto. Segundo os estudos, a questão principal a ser respondida é: um grupo específico de leitores entendem um
conteúdo redigido? A tarefa principal das fórmulas é fornecer dados que contribuam para melhorar a chance de
sucesso na relação entre o leitor e o material escrito (DAVIDSON, 1985), no sentido de melhor interpreta-lo. A
repercussão das fórmulas pode ser observada em importantes desdobramentos, seja na própria definição do que
seja uma boa redação (KLARE, 1976) ou ainda o comportamento de uma comunidade de pessoas que falam e
conseguem ler numa determinada língua (AGUIAR, 2017).
37
Discute-se sobre os critérios adotados para definir o que é uma linguagem clara (CHARROW, 1979; BARNES,
2010) a ser utilizada no direito. A dificuldade começa por não haver definição específica do que seja linguagem
legal (CHARROW, 1979).
38
Existe considerável material afirmando que o uso desta forma de escrita deve ser adotado (FELKER et al, 1981;
FENSELFELD, 1981; KIMBLE, 1994; SCOTT, SAGE, 2001; ROBBINS-TISCIONE, 2002; HARRIS,
KLEIMANN, MOWAT, 2010).
39
A exemplo do Departamento de Defesa norte-americano (ver em http://www.readabilityformulas.com/flesch-
reading-ease-readability-formula.php).
21
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