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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA

DIRETORIA GERAL DO CAMPUS DE JOÃO PESSOA/ PB


DEPARTAMENTO DE ENSINO SUPERIOR
CURSO DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE INTERIORES
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC

Avaliação e Anteprojeto de Reforma do


Refeitório e Cozinha do Centro de Treinamento
de Professores de Alagoa Grande-PB
Daianne Shirley F. Porto
Matrícula: 20061270010
Dr. Homero Jorge M. de Carvalho
Orientador
MSc. Nome do Primeiro Examinador
Examinador
MSc Nome do Segundo Examinador
Examinador

Resumo: Os critérios adotados no projeto de uma cozinha e de um refeitório priorizam as condições sanitárias, de
higiene e conforto, regulamentados pela ANVISA (Agencia Nacional da Vigilância Sanitária) e pelo Ministério do
Trabalho. No planejamento desses ambientes a determinação do arranjo físico, que permite estabelecer de forma
racional o fluxo das atividades, favorecendo a movimentação e o processo produtivo. Esses aspectos motivaram este
trabalho, com o objetivo de elaboração do anteprojeto de reforma do restaurante do centro de treinamento de pro-
fessores localizado em Alagoa Grande/PB. Este estabelecimento é destinado ao treinamento de servidores do estado
sob a supervisão da Escola de Serviço Público do Estado da Paraíba - ESPEP, um órgão vinculado à Secretaria de
Estado da Administração, que capacita recursos humanos para prestação de serviço público. Os ambientes estuda-
do, restaurante e cozinha, apresentam irregularidades resultantes da falta de manutenção e de modificações feitas
sem orientação profissional, até hoje foram poucas as modificações realizadas nestes ambientes, mantendo-se a edi-
ficação praticamente em seu estado original. No projeto foram priorizados os fluxos de serviço e os espaços neces-
sários para um bom desempenho da atividade, adotando materiais com os requisitos técnicos para a realização das
atividades de preparado do alimento.

Palavras Chave: Refeitório, cozinha, escola, iluminação,

1. Introdução
Como autarquia do Ministério da Educação, o
A definição do espaço e as características ambi-
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
entais essenciais para a concepção arquitetônica de
(FNDE) promove o desenvolvimento e a qualidade
uma instituição educacional resulta do planejamento
do ensino através de programas e financiamentos,
e de estudos de viabilidade que agregam informa-
destacando-se o Programa Nacional de Alimentação
ções necessárias ao desenvolvimento do projeto,
Escolar (PNAE), implantado em 1955, com o objeti-
deste modo ao programa arquitetônico vincula-se o
vo de atender as necessidades nutricionais dos alu-
perfil educacional adotado pela instituição.
nos e promover hábitos alimentares saudáveis.
Definido através dos níveis e modalidades do
No entanto é necessário que a estrutura física da
sistema educacional brasileiro, o perfil educacional
escola forneça ambientes adequados ao desenvolvi-
compõe-se principalmente de educação básica e
mento das atividades relacionadas aos serviços de
superior, sendo normatizados pela lei de diretrizes e
alimentação, tais como cantinas, cozinhas e refeitó-
base da educação, que ratifica os preceitos da consti-
rios destinados ao preparo, cocção, distribuição, e
tuição e apresenta a estrutura geral do sistema edu-
alimentação. Esses espaços apresentam característi-
cacional do país. Assim sob a supervisão do
cas distintas, que devem atender a requisitos técni-
Ministério da Educação são definidas a estrutura
cos específicos das atividades desenvolvidas, a fim
funcional, a forma de organização e outros aspectos
de permitir boas condições de trabalho e conforto ao
relativos à educação.
usuário.
Os critérios adotados no projeto de uma cozinha práticas de fabricação a que deve se ajustar todo
e de um refeitório priorizam as condições sanitárias, estabelecimento com a finalidade de obter alimentos
de higiene e conforto, que são regulamentados pela aptos para o consumo humano. A necessidade de
ANVISA (Agencia da Vigilância Sanitária) e pelo aperfeiçoamento dessas ações foi regulamentada
Ministério do Trabalho. Priorizando no planejamen- através da RDC nº 216/2004, com o estabelecimento
to desses ambientes é a determinação do arranjo das boas práticas para serviços de alimentação, a fim
físico, que permita estabelecer de forma racional o de garantir as condições higiênico-sanitárias ade-
fluxo das atividades, favorecendo a movimentação e quadas.
o processo produtivo. Que possibilita tornar o traba-
lho mais produtivo e eficiente, evitando possíveis Desta forma os procedimentos pré-
contaminações entre os alimentos de preparo distin- estabelecidos pela ANVISA a serem adotados como
to. boas práticas para operacionalização de alimentos
estabelecem um fluxo ordenado, separação de ativi-
Historicamente, os primeiros estabelecimentos dades, utilização de materiais de acabamento do
destinados à alimentação surgiram na Grã-Bretanha, piso, parede e teto íntegros, conservados, livres de
com incentivo do governo britânico e em conse- rachaduras, vazamentos, infiltrações, bolores e des-
qüência do racionamento dos alimentos e do atendi- cascamentos, com equipamentos, móveis e utensílios
mento à demanda de consumo. Assim foram em materiais específicos que não transmitam conta-
originados, no início da segunda guerra mundial, os minantes aos alimentos. Apresentando instalações
sistemas de alimentação coletiva, tais como cantinas sanitárias adequadas, iluminação apropriada à ativi-
e restaurantes. Esses sistemas compreendem estabe- dade, ventilação que garanta a renovação do ar, con-
lecimentos que produzem refeições em quantidade trole de vetores e pragas, efetuando a limpeza do
industrial, designando de restaurantes institucionais ambiente sempre que necessário e ao final das ativi-
os estabelecimentos sem fins lucrativos que prestam dades de trabalho.
serviços para um público fixo com cardápio variado,
esta é a principal característica observada em restau- Com base nestas medidas de segurança e exa-
rantes de indústrias, hospitais e escolas que atendem minando os problemas originados da inadequação
exclusivamente os funcionários dessas instituições sanitária, este trabalho motivado pela necessidade de
(SILVA FILHO, 1996). adequação às normas de controle sanitário, avaliou e
elaborou um anteprojeto de reforma para o restau-
Os benefícios da implantação do sistema de rante do centro de treinamento de professores locali-
alimentação coletiva nesses estabelecimentos pro- zado em Alagoa Grande/PB. Este estabelecimento é
movem o aumento da produtividade e a socialização destinado ao treinamento de servidores do estado
entre funcionários, além de contribuir para a quali- sob a supervisão da Escola de Serviço Público do
dade de vida e saúde do trabalhador. Estado da Paraíba - ESPEP, um órgão vinculado à
Secretaria de Estado da Administração, que capacita
Em estabelecimento destinado à produção ali- recursos humanos para que a prestação do serviço
mentar às condições de higiene implica no forneci- público esteja compatível com as novas exigências
mento de alimentos livres de contaminantes. Para do setor.
isso é fundamental que os alimentos sejam manipu-
lados adequadamente a fim de evitar possíveis con- O centro de treinamento foi instituído em 1964,
taminações por meio de microrganismos onde também funciona uma escola estadual de ensi-
patogênicos, que podem causar doenças gastrointes- no fundamental para o aperfeiçoamento do professo-
tinais, resultante das bactérias presentes nos alimen- res, com ambientes distintos para o treinamento de
tos associada a procedimentos higiênicos professores e para os alunos do ensino fundamental.
inadequados e má conservação. Esses fatores devem O restaurante estudado, de uso exclusivo do centro
estar relacionados aos aspectos organizacionais ado- de treinamento, apresenta problemas resultantes da
tados pela empresa, aos procedimentos de manipula- falta de manutenção e de pequenos consertos feitos
ção e processamento dos alimentos, conforme a sem orientação profissional.
legislação vigente para atender as condições sanitá-
rias e de higiene necessárias à realização das ativi- A avaliação realizada verificou os materiais de
dades que envolva o alimento preparado. acabamento utilizados na cozinha e no refeitório
quanto aos requisitos técnicos para a realização das
As ações de higiene, qualidade e segurança atividades, analisando as condições de iluminação
alimentar, regulamentadas pela ANVISA através da natural através de simulação das curvas isolux, a fim
portaria SVS/MS nº 326/1997, de 30 de julho de de propor um sistema de iluminação artificial com-
1997, estabelecem os requisitos gerais e as boas plementar e adequada à iluminação noturna. Quanto

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ao desempenho térmico da cobertura, verificado descarte, a fim de evitar possíveis contaminações.
através do projeto de norma nº 02:135.07-001, parte
03, foi sugerido uma alternativa de redução do calor
que possibilite melhorar o conforto térmico no am-
biente. Deste modo o trabalho agregou os conheci-
mentos ergonômicos e sanitários para a elaboração
do projeto de reforma mais adequando.

2. Ergonomia e o projeto de cozinha


O conhecimento da ergonomia passou a atuar em
diversas áreas, como design de produto, sistema de
comunicação visual, arquitetura, design de
ambientes, aprimorando padrões de qualidade, de
uso, funcionalidade, percepção, conforto e
segurança. O caráter multidisciplinar da ergonomia
possibilita a sua aplicação em área tradicionalmente
ligada à organização do trabalho, com objetivos de
racionalização para melhorar a produtividade,
reduzindo os riscos de acidentes, colaborando com
pesquisas antropométricas, na organização da linha Figura 1: Fluxograma de funcionamento,
Fonte: Cozinhas Comunitárias (2007).
de produção, nos planejamento de ambientes, do
posto de trabalho, etc., a fim de buscar a correta
Dentre os aspectos ambientais a iluminação, o
relação entre usuário-objeto. (GOMES FILHO,
isolamento acústico e a temperatura do ambiente,
2004)
são os fatores que exercem maiores influência no
ambiente de trabalho. A iluminação bem distribuída
As contribuições da ergonomia podem tornar o
garante condições de conforto aos operadores evi-
ambiente compatível com as necessidades,
tando a fadiga visual e pequenos acidentes devido ao
habilidades e limitações do homem, promovendo o
uso de utensílios cortantes.
bem estar e melhorando o desempenho da tarefa.
Portanto durante o planejamento de um restaurante,
O isolamento acústico feito entre cozinha e
os fatores ergonômicos devem priorizar os aspectos
refeitório limita-se a aplicação de material acústico
funcionais e ambientais, como a setorização, o
associando as suas características os requisitos téc-
arranjo físico, dimensionamento do mobiliário e os
nicos de limpeza e impermeabilidade, limitando-se a
equipamentos necessários a cada atividade,
aplicação de material no teto ou em divisórias, além
considerando o desempenho térmico, acústico e
do uso de máquinas e equipamentos com baixo nível
lumínico do ambiente. Em função do tipo de
de ruído para minimiza a irritação provocada pela
restaurante e serviço oferecido, são definidos os
exposição diária dos trabalhadores.
setores necessários para o bom funcionamento, neste
caso um restaurante institucional inserido em uma
A condição de temperatura no ambiente da co-
instituição educacional.
zinha tem relação direta com os equipamentos utili-
zados no processo de cocção que libera calor e
No projeto de restaurante os espaços necessários
vapores de gordura e torna o ambiente insalubre.
são organizados com base no fluxograma de
Portanto a renovação do ar através de ventilação
funcionamento da Figura 1, que orienta o projetista
natural ou por meio de exaustão tem a finalidade de
na definição da planta baixa visando um
reduzir os gases e vapores da cozinha e evitar que o
funcionamento ideal. A recepção/ pré-higienização
ar se desloque de uma área suja para uma área limpa.
de matéria prima, armazenagem, pré-preparo e
Neste estudo a avaliação se deteve aos critérios de
cocção são setores que compõem a cozinha.
iluminação e conforto térmico.
Enquanto que os setores de distribuição e a
higienização de utensílios devem estar dispostos de
2.1. Setorização e dimensionamento
forma que permita o acesso tanto a cozinha quanto
ao refeitório que destina sua maior área ao salão de Observando o funcionamento de um restaurante
refeições. No fluxograma observamos que os setores institucional conforme o tipo de serviço oferecido e
de pré-preparo e higienização de utensílios estão o sistema de distribuição, são predominantes os ser-
interligados ao setor de lixo, isso decorre da viços caracterizados principalmente, pela utilização
produção de resíduos presentes nesses setores, que de bandeja com separação ou bandeja lisa com prato
deve prever localização e o fluxo de serviços para o para distribuição das refeições, seguindo um fluxo

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ordenado ou livre, com ou sem auxílio de copeira No setor de cocção, área onde o alimento é fina-
para servir o alimento. Nestes estabelecimentos o lizado, equipamentos e máquinas necessárias à cozi-
sistema de distribuição consiste de balcões exposito- nha são definidos conforme o preparo. Silva Filho
res para vários tipos de pratos, que podem ser dis- (1996) divide esta área em quatro grupos: de cocção
postos em linha ou em múltiplos pontos. básica, feita em caldeirões; cocção ordinária, feita
em fogões; cocção especial, feita em fornos especi-
A cozinha e refeitório são ambientes integrados, ais e frituras/frigimentos, feitos em frigideiras e fri-
para facilitar o desenvolvimento das atividades. Na tadeiras. Os equipamentos necessários para cocção
cozinha, área restrita aos usuário/funcionários, o (fogão, forno, coifa, etc.) podem ser agrupados em
ambiente deve favorecer o bom desempenho da ati- ilha ou em linha unilateral, próximo a uma mesa ou
vidade, apresentando equipamentos e utensílios ne- bancada de apoio, apresentando um fluxo que facili-
cessários ao preparo de cereais, carnes, vegetais, te o abastecimento no setor de distribuição do refei-
sucos, dentre outros alimentos. Enquanto o refeitó- tório.
rio, destinado ao usuário/cliente, pode apresentar
características que torne o ambiente menos monóto- A área de higienização deve permitir que o mate-
no contribuindo para uma melhor percepção do es- rial lavado e higienizado retorne com facilidade para
paço, com arranjo que priorize a entrada e saída dos reutilização, localizando-se próximo a armazenagem
usuário/cliente. onde serão estocados os utensílios, louças e talheres.
A despensa, onde são guardados os gêneros alimen-
Em cada um desses ambientes a atividade desen- tícios perecíveis e não-perecíveis, é dimensionada
volvida que orienta o planejamento. Na cozinha a com base no regime de compras dos produtos ali-
atividade se inicia no recebimento, higienização e mentícios.
armazenagem dos gêneros alimentícios, seguido
para processamento dos alimentos que envolvem De modo geral a atividade habitual na cozinha é
preparação e cocção sendo finalizado com a higieni- desenvolvida na posição parada de pé com apoio de
zação dos utensílios da cozinha. As atividades do bancadas de serviços, que é altamente fatigante por-
refeitório priorizam o atendimento, com distribuição que exige muito trabalho estático da musculatura por
dos alimentos prontos e higienização dos utensílios isso, o ambiente de trabalho deve proporcionar ao
dos refeitórios. usuário a realização de movimentos, preferencial-
mente, curtos e suaves, a fim de dinamizar a ativida-
2.1.1. Cozinha de. (Iida, 1990).
No ambiente da cozinha as atividades estão
As bancadas de serviços empregados nos
concentradas nos setores de preparo geral e de
diversos setores dão suporte a todas as operações da
cocção, que agrupa os equipamentos e utensílios
cozinha seja ela de preparo, cocção ou higienização,
usados para manipulação e processamento dos
com isso o planejamento parte de estudos
alimentos. O setor de preparo geral poder incorporar,
antropométricos, fundamentados nas medidas do
equipamento e seções de uso semelhante, prevendo
corpo humano para desenho do mobiliário em geral.
área mínima para pré-preparo de vegetais e carnes
Alturas adotadas corretamente possibilitam a
com separação física entre bancadas ou espaçamento
realização de atividades como cortar e descascar
de 1,00 m entre planos de trabalho para evitar a
verduras e preparar carne com apoio adequado,
contaminação dos alimentos, dispondo de cuba de
observando a Figura 2 estas atividades se enquadra
higienização.
nos trabalhos leves com alturas entre 0,85 e 0,90m
para mulheres e entre 0,90 e 0,95m para homens,
Para cozinhas de até 250 refeições/turno as ativi-
sendo 0,90m adequados para ambos os sexos.
dades de corte e preparo requer um comprimento de
bancadas de 3,00 m e em média 02 cubas de higieni-
zação. De acordo com o Monteiro apud Codex Ali-
mentarius, 2004 “os equipamentos e utensílios que
possam entrar em contato com os alimentos, devem
ser fabricados com material que não transmita subs-
tâncias tóxicas, odores ou gosto, que não seja absor-
vente, que resista à corrosão e seja apropriado para
limpeza freqüente, assim como a desinfecção. Des-
tacando-se o aço inoxidável, os materiais sintéticos e
os derivados da borracha, devendo-se evitar o uso da
madeira e determinados metais que em contato com Figura 2: Alturas recomendadas em superfície horizontal,
os alimentos possa provocar a corrosão.” Fonte: Iida (1990)

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Como princípios para o dimensionamento em refrigerados, térmicos ou de apoio para acomodam
uma cozinha as características físicas dos usuários e os alimentos e os utensílios de uso no refeitório.
as necessidades da tarefa, requer circulação
compatível com os movimentos realizados, É necessário que o setor de distribuição, permita
manipulação dos equipamentos e fluxo de serviços. o acesso tanto dos usuários/cliente quanto dos usuá-
rios/funcionários que farão o reabastecimento do
Estes espaçamentos são observados na Figura 3, balcão expositor, considerando fluxo distinto para
que expõe a circulação entre planos de trabalho evitar possíveis choques entre usuários.
variado entre 1,20 e 1,50m, essas dimensões
possibilitam abertura de forno, o deslocamento de No salão de refeições dispõe de mesas com circu-
carros de transporte e o trabalho em paralelo. As lação adequada, em quantidade compatível com a
alturas de prateleiras devem permitir o alcance dos quantidade de refeições servidas e o tempo de per-
objetos com máximo de 1,65m, adotando para manência do usuário/cliente no refeitório.
melhor conforto do usuário/funcionário, o recuo de
rodapé em torno de 0,20m nas bancadas que permite Localizada próximo ao refeitório, a copa de higi-
acomodar a ponta dos pés e facilita as tarefas de enização deve favorecer a devolução dos utensílios
limpeza do ambiente. usados, sendo reservado apenas aos funcionários. A
higienização dos utensílios realizada com os cuida-
dos necessários para uma melhor qualidade da lava-
gem pode ser desempenhada por meio manual com
uso de água corrente aquecida ou com uso de ma-
quina de lavar louça. No entanto a higienização me-
135 120 135 150
cânica com uso de máquinas de lavar louça é mais
eficiente e rápida, pois possibilita economia de água,
redução de material de limpeza e de louças decor-
rente do aumento da rotatividade. Durante a higieni-
zação é feita a remoção de resíduos, lavagem,
desinfecção e secagem dos utensílios, com o auxílio
da lavagem mecânica este processo é se restringe ao
165

150

ciclo de lavagem com redução de trabalhador, rapi-


70

dez e eficiência, pois permite uma higienização a


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altas temperaturas.

2.2. Arranjo físico e fluxo de atividades


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O arranjo físico (layout) possibilita organizar de


forma adequada móveis, máquinas, equipamentos e
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70
matérias-primas com o propósito de melhor adaptar
90

os espaços existentes às pessoas, adequando o posto


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de trabalho segundo a natureza da atividade


Figura 3: Alcance e Espaçamento entre planos de trabalho desempenhada (TORRES apud CURY, 2006).
medidos em centímetro, Fonte: Silva Filho (1996)
A otimização do espaço através do arranjo físico
2.1.2. Refeitório minimiza o tempo gasto em deslocamentos
desnecessários e reduz o desgaste do usuário. Sobre
A área do refeitório é compreendida principal- este aspecto Guimarães (1999) destaca os estudos de
mente pelo salão de refeições que acomoda os usuá- trânsito realizados por Seidl (1962) nos EUA e
rio/clientes e pelo setor de distribuição onde se Stubler (1962) na Alemanha, que observaram os
localiza os alimentos. A distribuição convencional e movimentos naturais de uma pessoa destra durante o
o auto-serviço são os principais tipos de serviços trabalho realizado em uma cozinha doméstica,
encontrados em restaurantes de escolas. Nas duas concluindo neste estudo, que o fluxo mais freqüente
situações utiliza-se bandeja de refeições com divi- ocorre entre pia/superfície de trabalho/fogão, e
sões ou pratos e talheres, entretanto a distribuição considerado o fluxo na área de armazenamento
convencional tem o auxilio de copeira para servir os (despensa/geladeira) como os movimentos seguintes
alimentos, enquanto que o auto-serviço pode ter ou à atividade. Estabelecendo que o somatório dos
não o auxilio de copeira. Nestes tipos de serviços percursos não deva exceder 7 metros para cozinhas
são utilizados balcões expositores, que podem ser pequenas e 8 metros para cozinhas grandes.

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A disposição destas áreas resultou no ca que esses centros onde estão alojados os equipa-
estabelecido do arranjo racional, que foi mentos, utensílios e materiais para manipulação de
desenvolvido na década de 1950 na Universidade de alimentos, devem proporcionar baixo custo ao em-
Cornell, Ithaca-EUA. Esta forma relaciona os preendedor, conforto ao trabalhador e risco mínimo
trajetos principais entre os espaços da cozinha, de contaminação dos alimentos.
descrevendo um triângulo de trabalho (Figura 3)
como distribuição ideal entre os três principais Na Figura 4 observam-se os centros de trabalho
setores de trabalho de tal modo que o usuário e suas com fluxo linear (A), em paralelo(B) e perpendicu-
necessidades sejam o ponto central no planejamento lar(C) e os arranjos de trabalho aberto (A), fechado
a fim de evitar cruzamentos e deslocamentos (B) e comum (C) que podem ser aplicados em arran-
desnecessários facilitando a supervisão e a jo físico da cozinha, conforme o espaço disponível
integração das atividades (BLUM, 2009). para o projeto.

A-CENTRO DE TRABALHO, FLUXO LINEAR

A-CENTRO DE TRABALHO FECHADO

B-CENTRO DE TRABALHO, FLUXO PARALELO


B-CENTRO DE TRABALHO ABERTO

Figura 3: Triângulo de trabalho C-CENTRO DE TRABALHO, FLUXO PERPENDICULAR


C-CENTRO DE TRABALHO COMUM

Figura 4: Layout de serviço, Fonte: Silva Filho, 1996


Em centros de trabalho o layout adotado, se
baseia em três tipos básicos, definidos Weil (1990) As cozinhas podem ser dispostas de seis formas:
como:
em “L”; em “U”, em “G”, em ilha, em linha bilateral
 por produto:máquinas e processo agrupados juntos e unilateral, mantendo na disposição dos elementos
e em seqüência, seguindo uma linha de principais (pia/superfície de
processamento das operações; trabalho/fogão/geladeira) o triângulo de trabalho.
 por processo: máquinas e processos agrupados Os formatos mais complexos (em ilha, em “U” e em
conforme operações semelhantes com deslocamento
“G”) são mais indicados para grandes espaços, pois
apenas do produto; favorecem variadas disposições e adaptação do
 agrupado: produtos e processos semelhantes trabalho.
agrupados entre si, podendo haver a combinação do
layout conforme a necessidade. O arranjo físico em refeitórios está relacionado,
sobretudo, com o sistema de distribuição adotado.
Para Macheline (1990), além da economia do As dimensões do ambiente e a quantidade de
movimento os princípios de fluxo progressivo, da pessoas a serem servidas também influenciam na
flexibilidade e da integração, também define o definição do layout. Durante o planejamento é
melhor arranjo físico. importante considerar as características físicas do
cliente, os riscos de acidentes entre pessoas e
Na cozinha o arranjo físico deve permitir equipamentos auxiliares, a forma de reabastecimento
flexibilidade, melhor utilização e supervisão dos e o fluxo de distribuição de alimentos e o retorno
equipamentos, atendendo as necessidades e dos utensílios do refeitório.
conveniências do serviço, pois as atividades em uma
cozinha ocorrem em ciclos diferentes, com processo
No setor de distribuição os balcões podem ser
longo e curto que permite a realização de tarefa em dispostos de várias formas, em paralelo e em linha
seqüência ou simultaneamente a fim de aproveitar
com fluxo contínuo, em “L” ou em “U” com fluxo
equipamentos e reduzir custos investidos. convergente ou divergente, neste caso deve-se
verificar a quantidade e a sua localização para não
Os centros de trabalhos de preparação de alimen-
comprometer a área destinada ao salão de refeições
tos apresentam um arranjo que deve prioriza o servi- (SILVA FILHO, 1996).
ço, com fluxo ordenado e sem cruzamentos de áreas
de preparo para reduzir os riscos de acidentes duran- Para o layout do salão de refeições, o espaço
te o preparo dos alimentos. Silva Filho (1996) desta- deve comportar a quantidade de mesas e cadeiras
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necessárias, adotando o formato da mesa mais
adequado, conforme tempo necessário para atender
todas as refeições, em balcões de distribuição a
média é de 6 a 8 pessoas serem servidas por minuto.
ILUMINAÇÃO GERAL
2.3. Características ambientais
A qualidade do projeto esta intimamente relacio-
nada às necessidades de gênero ambiental, que bus-
cam interpretar os estímulos físicos e psicológicos
derivados das condições térmicas, acústicas e lumí-
nicas do ambiente. LUMINAÇÃO LOCALIZADA

2.3.1. Iluminação natural e artificial


A iluminação, seja ela natural ou artificial, é fun-
ção do ambiente e da necessidade visual da atividade
a ser desenvolvida, sua aplicação considera as com-
ILUMINAÇÃO COMBINADA
plexidades da tarefa e o grau de saúde do indivíduo.
No projeto de iluminação os níveis de iluminância Figura 5: Sistemas de iluminação em áreas de trabalho,
adequado e a uniformidade da luz são requisitos para Fonte: Iida, 1990
uma boa iluminação, devendo-se adotar teto e pare-
des claras para atividades com certa acuidade visual, Na iluminação geral a distribuição das luminárias
pois estas superfícies contribuem para a reflexão da é regular em todo ambiente, garantindo uniformida-
luz incidente no ambiente. de no iluminamento do plano horizontal independen-
te do layout adotado. Na iluminação localizada as
Com a função de proporcionar um ótimo desem- luminárias estão dispostas próximas às áreas de tra-
penho da tarefa visual, a iluminação relaciona habi- balho para concentrar a maior intensidade de ilumi-
lidade de ver, quantidade de luz e grau de contrastes, namento sobre a tarefa. O terceiro sistema resulta na
que possibilita ao usuário realizar a atividade com associação das duas anteriores com iluminação geral
velocidade, precisão e conforto adequado. complementada por focos de luz sobre a tarefa
(IIDA, 1990).
Alguns fatores como a fadiga e o ofuscamento
podem influenciar no desempenho da tarefa, causan- O projeto de iluminação pode ser dividido em
do perturbações físicas da visão. A fadiga ocorre sistema principal e sistema secundário, direcionado
quando se dispões de níveis de iluminância incom- respectivamente às necessidades funcionais, e a per-
patíveis com a tarefa, que demanda dos olhos um sonalização de espaço através da luz, destacando
esforço demasiado para adequar-se as condições objetos ou pontos de interesse. Um dos aspectos
críticas de iluminação. O ofuscamento ocasionado importantes da iluminação em cozinha é a preocupa-
por contraste excessivo de luminância, decorrente da ção com a incidência de luz natural diretamente so-
visão direta ou por reflexão da fonte de luz no cam- bre as superfícies de trabalho, a fim de evitar
po visual. Estas interferências comprometem a boa contrastes excessivos, e sombras sobre o plano de
visão tendo impacto significativo no desenvolvimen- trabalho que possa alterar as características dos ali-
to da tarefa (VIANNA, 2001). mentos expostos.

Usualmente é necessário associar iluminação arti- Segundo Vianna (2001) a localização da janela e
ficial a iluminação natural, como forma de comple- o tipo de fechamento influenciam na distribuição da
mentar os níveis de iluminância no ambiente. Na luz. As janelas altas propiciam maior profundidade
iluminação artificial são relacionados tipos de lâm- na distribuição da luz natural, pois a relação entre
padas, luminárias e sistemas de iluminação, que altura do piso (peitoril) e limite superior da janela
apresentam desempenho e eficiência conforme o reduz os níveis de iluminância nos pontos próximos
sistema escolhido, os efeitos produzidos no plano de a abertura e aumenta a reflexão nas paredes próxi-
trabalhos são caracterizados em: iluminação geral, mas melhorando a uniformidade, o que não ocorre
localizada e combinada, esquematizadas na Figura 5. com as janelas baixas, pois a iluminação é mais pró-
xima das aberturas com altos níveis de iluminância
nesta área.

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O uso da iluminação artificial demanda algumas utilizados (forno e fogão) que desprende diversos
precauções como luminárias de fácil manutenção e tipos de vapores com ou sem gordura. Nesta área é
limpeza, resistentes aos vapores de água, fazendo indispensável à renovação do ar, evitando que o
uso de lâmpadas com alta eficiência luminosa e boa fluxo de ar incida diretamente sobre os alimentos.
reprodução de cor, sendo adequado o uso de fluores-
centes com índice de reprodução de cor acima de 80 Os sistemas de exaustão normalmente são
e temperatura de cor intermediário-branca (aprox. constituídos por captores, filtros, dutos, coletor,
3000 oK), a fim de evitar alteração da cor dos ali- exaustor e chaminé. De acordo com a NBR 14518
mentos. Estas recomendações são validas para os que trata de sistema de ventilação e orienta para o
setores da cozinha e do refeitório na área de distri- projeto de instalação, operação e manutenção de
buição, podendo ainda fazer uso dos efeitos de ilu- sistema de ventilação para cozinha industrial, a
minação para tornar o ambiente mais aconchegante captação do calor e vapores emitidos pelos
destacando objetos ou pontos de interesse tornando a equipamentos como fogões, fritadeiras, fornos, etc.,
áreas do refeitório tornando o ambiente mais atraen- deve ser feita localmente, próximo a fonte emissora
te e visualmente confortável. e de forma continuada.

A NBR-5413/1992 estabelece os níveis de ilumi- Nestes casos utiliza-se a ventilação local


nância conforme a tarefa visual a ser realizada. De exaustora com uso de coifa que permite a captação
acordo com a NR-17 a iluminação nos locais de do calor e dos vapores liberados pelas fontes quentes
trabalho adequada à natureza da atividade. Em sínte- antes que se dispersem no ar. Em outros casos pode
se, o projeto de iluminação e a instalação das lumi- se utilizar exaustor elétrico tipo ventilador para
nárias devem evitar ofuscamento, reflexos movimentação do ar com a finalidade de manter o
indesejados, sombras e contrastes excessivos. conforto térmico, saúde e segurança do homem no
seu ambiente de trabalho, que deve ser projetado de
Os critérios luminotécnico adotados em cozinha acordo com a necessidade de renovação do ar
industrial, onde a atividade realizada requer precisão priorizando maior eficiência e menor.
e rapidez, a NBR 5413 recomenda 200lux para área
geral, 500lux para área local (setor de preparo, coc- 2.3.3. Desempenho térmico em cobertura
ção) e 150lux para área de restaurante (sala de refei-
As condições ambientais do local exercem gran-
ção, distribuição). Estes valores são referentes a
de influência no desempenho térmico da edificação
atividades em serviços de hotéis e restaurantes que
decorrente de ações climáticas, ou seja, insolação,
se assemelham as atividades num refeitório e cozi-
chuva, ventos, umidade do ar.
nha de uma escola.
Em locais de clima quente e ensolarado as
2.3.2. Ventilação e exaustão
edificações recebem do sol enorme quantidade de
Como estabelece a NR-17 os ambientes carga térmica por unidade de área, sendo necessário
destinados ao preparo de alimentos devem observar a forma e a orientação das aberturas da
proporcionar conforto aos usuários, apresentando edificação visando minimizar os ganhos térmicos.
índice de temperatura efetiva entre 20oC e 23oC, Uma das formas de determinar a quantidade de calor
velocidade do ar não superior a 0,75m/s, umidade que flui através da edificação é através da relação
relativa do ar não inferior a 40. entre fluxo térmico, resistência (taxa de fluxo
térmico) e área de cobertura do material. Na
Naturalmente a ventilação em um ambiente edificação o fluxo térmico obtido da diferença de
provoca o deslocamento das massas de ar da zona de temperatura entre interior e exterior pode fluir
maior pressão para a zona de menor pressão. Assim através das paredes, do piso, do percentual de
conserva-se o ambiente livre de impurezas e odores janelas envidraçadas e/ ou telhado (BROWN, 2004).
indesejados, removendo o excesso de calor do
ambiente, resfriando a estrutura da edificação e Todavia quando os materiais empregados
reduzindo a umidade relativa do ar no interior do apresentam um desempenho térmico deficientes, não
ambiente. (LAMBERTS, 2005) cumprem adequadamente com a capacidade de
controlar o fluxo térmico entre interior e exterior,
A ventilação no ambiente pode ser realizada contribuindo para o desconforto térmico no
naturalmente ou com uso de equipamentos, a fim de ambiente.
manter a temperatura no ambiente em valores que
proporcionem conforto. No ambiente da cozinha o A cobertura é um elemento que normalmente
setor de cocção é o que apresenta maiores variações torna-se fonte de calor, pois recebe maior carga
de temperatura decorrente dos equipamentos térmica do sol principalmente em regiões de clima

8
quente e baixa latitude. No piso da cozinha devem ser instaladas grelhas
especificas para escoamento de água com inclinação
As subcoberturas são mantas impermeáveis adequada para evitar o acumulo e formação de pos-
aplicadas sob as telhas, com a incorporação de sas, localizadas em pontos estratégicos com as áreas
películas refletiva e isolante que torna o material de lavagem de utensílios. Essas grelhas devem per-
capaz de melhorar o desempenho térmico da mitam a retenção dos resíduos sem o acesso de inse-
cobertura. O uso de subcobertura tem a função de tos e roedores. Adotando material apropriado para o
proporcionar estanqueidade á cobertura e melhorar o trafego pesado, que seja antiderrapante e de fácil
isolamento térmico destes elementos, pois o material higienização, nets situação o piso monolítico anti-
empregado apresenta alta capacidade de reflexão e derrapante (sem rejuntamento) torna-se ideal, em
baixa emissão de radiação térmica. (DARÉ, 2005) outro caso pode ser utilizado o revestimento cerâmi-
co com rejunte não poroso. As paredes devem rece-
Segundo Vittorino (2003) a redução dos ganhos ber revestimento até uma altura mínima de 2,00m, as
de calor pela cobertura feita através do uso de arestas entre piso e teto devem ser arredondadas para
subcoberturas apresenta um bom desempenho como evitar acumulo de sujeira e facilitar a limpeza. A
isolante térmico ou como barreira radiante quando altura do teto deve propiciar a limpeza sugerindo-se
instalado de maneira correta com a superfície de no mínimo um pé direito de 3m.
baixa emissividade voltada para o ambiente.
Nas recomendações quanto às esquadrias (portas
Os critérios mínimos de desempenho térmico de e janelas) prevalece o uso de cores claras, e material
cobertura estabelecem valores apropriados de de fácil limpeza e não absorvente sendo recomenda-
transmitância térmica e absortância dos materiais do o uso de telas milimétricas para proteção contra
empregados correspondente a zona bioclimática da insetos e roedores, nas portas de acesso ao preparo e
região. Neste caso a cidade de Alagoa Grande esta armazenamento utilizar fechamento automático e
localizada na zona 8 que deve apresentar coberturas protetor de rodapé.
com maior massa térmica, de forma que o calor
armazenado em seu interior durante o dia seja Os equipamentos, móveis e utensílios que entrem
devolvido ao exterior durante a noite, quando as em contato com o alimento devem ser em material
temperaturas externas diminuem. Nesta situação são adequando as condições da norma, ou seja, não
aceitas coberturas com telha de barro sem forro transmitir substancia tóxica, odores, nem sabores,
desde que estas não sejam pintadas ou esmaltadas. sendo mantidos em estado adequado de conservação
Assim o uso de subcobertura seria uma solução de e resistente à corrosão e repetidas operações de lim-
baixo custo que possibilitaria reduzir o calor peza e desinfecção. O refeitório deve ser mantido
excessivo do ambiente. organizado e em adequadas condições de higiene,
localizar a área de distribuição próxima à cozinha
2.3.4. Requisitos técnicos - ANVISA para favorecer o desenvolvimento das atividades.
Localizar depósitos para lixo nas áreas de pré-
Os fatores técnicos relacionados aos aspectos
preparo e higienização.
funcionais, ao conforto térmico e lumínico são es-
senciais para o bem estar dos trabalhadores. Contudo
3. Metodologia
o projeto de um ambiente destinado aos serviços de
alimentação apresenta algumas peculiaridades carac- O estudo de caso realizado no restaurante do
terística da atividade que é desenvolvida, a adoção Centro de Treinamento de Professores foi desenvol-
de procedimentos higiênicos e as condições sanitá- vido por meio de uma pesquisa exploratória com
rias do local estabelecem os requisitos necessários abordagem qualitativa sobre o funcionamento da
para uma produção segura de alimento. cozinha e do refeitório. Estas informações contribuí-
ram para a elaboração do programa de necessidades
Conforme legislação sanitária as boas práticas em conjunto com a diretoria da escola, que subsidiou
aplicada aos edifícios que prestam serviço de ali- as soluções de projeto adotadas. Assim a pesquisa
mentação deve apresentar área definidas para todas foi desenvolvida em fases como descritas a seguir:
as atividades de forma a evitar contaminação cruza-
da, lavatórios exclusivos para higiene das mãos loca- Fase1 - Na revisão de literatura, a pesquisa bi-
lizada na área de manipulação de alimentos bliografia reuniu informações sobre características,
observando o fluxo de preparo. Adotando revesti- setorização necessária, fluxo de atividades de refei-
mento liso, de cor clara, impermeável e lavável para tório e cozinha. Em seguida foram examinados os
piso, paredes e teto. tipos de layout, o dimensionamento de áreas, as
condições de conforto térmico e lumínico. O conhe-
cimento das normas, legislação e recomendações

9
relativas ao ambiente destinado ao preparo de ali- Fase 6 – Sistematização dos dados obtidos nas
mentos foi base para a determinação das condições fases anteriores, estruturação do roteiro para estudo
técnicas de higiene para projeto. de projeto e seleção dos materiais de acabamento
adequados a norma. E por fim elaborou-se o ante-
Fase2 – O levantamento das medidas do espa- projeto de reforma da cozinha e do refeitório cons-
ço físico com levantamento fotográfico de cada am- tando de projeto gráfico, discriminação técnica e
biente para eventuais consultas. Com auxilio de um maquete eletrônica.
questionário, elaborado para subsidiar o planejamen-
4 Resultados
to, foram reunidas informações do estabelecimento,
da logística de funcionamento e percepção dos usuá- A escola e centro de treinamento foram constru-
rios quanto ao desenvolvimento das atividades e ao ídos em 1964 utilizando alvenaria de tijolo maciço,
com reboco nas paredes e pintura em tons de ama-
ambiente de trabalho. relo claro, com exceção das paredes das áreas de
cozinha e banheiro que recebe revestimento em azu-
Fase3 – Avaliação do posto de trabalho quan- lejo na cor branca. A cobertura do telhado é feita em
to à organização, antropometria e condições de higi- estrutura de madeira com telha francesa e as portas e
ene. A organização espacial do ambiente foi janelas em madeira recebem pintura clara na mesma
avaliada quanto ao fluxo de serviços na cozinha e no cor das paredes. Em quase todos os ambientes foi
setor de distribuição do refeitório, observando o utilizado ladrilho hidráulico no piso, variando ape-
nas a cor em preto/branco ou vermelho/branco.
percurso e sua freqüência, os pontos de cruzamento
e a distâncias entre posto de trabalho, elaborando-se, O restaurante (9) em estudo está situado entre o
a partir dessa observação, um diagrama de afinida- alojamento (11) e o setor pedagógico (5) do centro
des para ajuste do arranjo físico. As condições de de treinamento, neste mesmo bloco se localizam a
higiene foram verificadas através de observação das lavanderia, despensa e apoio para funcionários con-
condições dos materias de acabamento conforme as centrando, neste bloco, os ambientes do setor de
práticas estabelecidas pela RDC 216/2004 em ter- serviços do centro de treinamento (Figura 6).
mos dos requisitos higiênico-sanitários gerais para
serviços de alimentação, utilizando o item referente
à edificação e as instalações apresentados no anexo
da RDC 275/2002.

Fase 4 – Análise da iluminação natural realiza-


da através da comparação entre os níveis de lumi-
nância determinado pela NBR 5413 - Iluminância de
interiores e os níveis medidos nos ambientes. Foram
medidos os níveis de iluminância no plano de traba-
lho das principais tarefas, com o uso de luxímetro
digital portátil em condições reais de ocupação e
utilização, com o intuito de se observar as condições
de iluminação natural. Utilizando o software Light LEGENDA:
1-Acesso Principal; 2-Circulação; 3-Direção/ Administração;
Toll foram calculadas as curvas isolux a fim de des- 4-Setor Pedagógico/Escola; 5-Setor Pedagógico/Centro;
tacar a distribuição da iluminação natural para então 6-Vivência/Escola; 7-Vivência/Centro; 8-Auditório;
dimensionar as luminárias e o tipo de lâmpada mais 9-Restaurante; 10-Serviço; 11-Alojamento/ Centro; 12-Pátio.
adequado a atividade. Figura 6: Planta baixa escola/centro de treinamento

Fase 5 – O comportamento térmico da cobertu- O restaurante é destinado exclusivamente aos


ra foi analisado com o auxílio do projeto de norma funcionários, servidores e alunos dos cursos ofereci-
nº 02.135.07-001/3, que trata do desempenho térmi- dos pela ESPEP (Escola de Serviço Público do Esta-
co de edificações. Observando as recomendações do da Paraíba), que conforme a demanda de cursos o
estabelecidas para o zoneamento bioclimático da número de alunos pode variar entre 45 a 200 alunos,
região e as características térmicas dos materiais que permanecem alojados na própria escola. A fre-
empregados na cobertura, com isso foi proposta uma qüência dos cursos realizados em Alagoa Grande é
solução para proteção térmica da cobertura. determinada pelo governo do estado que define a
duração dos cursos e o período de realização. Duran-
te o período de treinamento, entre 1 a 5 dias, são

10
oferecidas todas as refeições diárias, incluindo lan- Figura 6: Planta baixa refeitório/cozinha
ches.
O regime de compras obedece à demanda de cur- As deficiências mais evidentes estão presentes
sos, período de realização, duração e quantidade de na cozinha que apresenta materiais inadequados e
alunos matriculados. Desta forma a logística de for- ausência de lavatório para higiene das mãos no setor
necimento e estocagem de alimentos tem uma fre- de manipulação de alimentos, uma recomendação a
qüência de 2 vezes por semana para os gêneros ANVISA atribuída como boas práticas para redução
perecíveis e semanal para os gêneros não perecíveis de microrganismos presentes na pele. No refeitório o
e as carnes que são (ver anexo) desconforto térmico do ambiente é o principal fator
de incomodo, relatado pelos usuários.

No refeitório o salão de refeições com mesas


A entrega dos gêneros perecíveis é feita no inicio dispostas em duas linhas paralelas tem capacidade
e no meio da semana, assim os alimentos permanece para acomodar 80 pessoas (Figura 8). As janelas
armazenado por em média 3 dias, as carnes recebi- com dimensão de 1,50x1,20m estão dispostas em
das no inicio da semana são pré-preparadas, ou seja, apenas uma parede na outra há apenas cóbogo
limpas e temperadas com antecedência e então ar- (1,00x0,50m) e duas portas para acesso dos usuá-
mazenadas nos freezeres. rio/clientes, que fazem à higienização de mão no
composto por arroz, massas, feijão, legumes, car- lavabo localizado no corredor de acesso próximo a
nes, verduras e frutas. entrada do refeitório.

4.1 Diagnóstico do Ambiente A área de distribuição é separada do salão por


um balcão de apoio em alvenaria onde são dispostos
4.1.1 Espaço e Atividades os refratários com os alimentos, os pratos, talheres,
copos, suco, sobremesa e um gelágua. O sistema de
distribuição é do tipo auto-serviço realizado com o
4.1.2 Organização espacial e Análise de Fluxo
auxílio de uma copeira, entretanto o balcão não
apresenta mecanismo para conserva a temperatura
dos alimentos quer seja aquecidos ou refrigerados,
Constituído por cozinha e refeitório o restauran- assim como a ausência de anteparo de proteção
te apresenta salão de refeições, balcão para distribui- contra respingo de saliva.
ção das refeições, copa de higienização dos
utensílios do refeitório, armazenagem de utensílios,
área de cocção e preparo dos alimentos. Entretanto o
depósito de gêneros alimentícios e de panelas esta
localiza fora desta área no setor de lavagem de rou-
pas, assim é necessário sair da cozinha para ter aces-
so à despensa seca e aos utensílios da cozinha
(panelas).

Atualmente o restaurante apresenta uma disposi-


ção de layout como representado na planta baixa da
Figura 7. As mesas em formato circular dispostas em
paralelo e o balcão em alvenaria que separa o refei-
tório do acesso a cozinha, compõe o layout deste
ambiente. Na cozinha são utilizadas mesas para au- FiguraSalão
8: Refeitório
de refeições – Salão de refeições
Distribuição Copa de Higienização
Cocção Preparo Armazenagem
xiliar algumas atividades na copa de higienização e
no setor de preparo e cocção, porém com o espaço
disponível, acaba comprometendo a circulação e a A disposição do balcão em linha (Figura 9a e 9b)
movimentação necessária entre os setores. permite que o usuário/cliente tenha acesso aos ali-
mentos seguindo um fluxo linear e contínuo, com

REFEITÓRIO COZINHA

11
acesso dos funcionários a cozinha para o reabaste- da copa, próximo a abertura para devolução de ban-
cimento dos alimentos, que pode ser feito através da dejas inviabilizando o fluxo de atividades. Esta dis-
porta ou do passa pratos com observados na Figura posição promove confronto entre o reabastecimento
9b. Os armário do balcão de distribuição são de pratos limpos e a devolução de pratos sujos que é
utilizados para guardar os utensílios do refeitório, feito pelo mesmo acesso (Figura 11).
com acesso restrito ao funcionários. (Figura 10a
e10b)

Figura 11: Cozinha – Copa de higienização

Os materiais empregados apresentam caracterís-


Figura 9a e 9b: Refeitório – Distribuição ticas incompatíveis com o recomendado pela
ANVISA, com é o caso do escorredor de pratos em
madeira e da cerâmica aplicada nas bancadas da pia,
como forma de corrigir a pedra sintética desgastadas
pelo processo de constante higienização (Figura 12).
As portas dos armários em acrílico com trilho de
alumínio que dificultam a higienização e não existe
depósito para lixo neste setor.

De acordo com a Portaria 326/1997 da


ANVISA em estabelecimento produtores de alimen-
tos os materiais que não podem ser higienizados ou
desinfetados adequadamente devem ser evitados
Figura 10a e 10b: Refeitório – Distribuição como no caso a madeira, um material poroso que
possibilita o acumulo de impurezas e possibilita o
Na cozinha as dificuldades observadas relacio- desenvolvimento micróbios e parasitas causadores
nam-se principalmente as condições de higiene. O de doença. Nesta situação é recomendado o uso de
processo de lavagem manual requerer maior tempo aço inox, vidro e polietileno que apresentam caracte-
entre a correta higienização e retorno dos utensílios rísticas adequadas e resistência a lavagem e desin-
ao atendimento no refeitório, o que torna impraticá- fecção constante.
vel atingir padrões de sanitização adequado, como
descreve Silva Filho (1996) seria necessário utilizar
água corrente aquecida na lavagem a temperatura de
44°C além do uso de sabão e detergente, seguido por
desinfecção em água aquecida entre 85° e 90°C ou
em solução de cloro com concentração de 100ml/l
finalizando com a secagem que pode ser natural em
escorredor inox, com papel toalha ou por meio de ar
quente projetado sobre os utensílios. Desta forma é
importante considerar o investimento em equipa-
mentos para higiene.

O layout em “U” empregado na copa de higie- Figura 12: Cozinha – Copa de higienização
nização permitiria um fluxo ordenado (recebimento
de louças, remoção de resíduos, pré-lavagem, lava- No setor de preparo se observa o descolamento
gem e enxágüe e secagem), entretanto isto não é do revestimento da parede e as superfícies das ban-
praticado, pois a secagem esta localizada na entrada

12
cadas também revestidas com cerâmica, no piso as
depressões presente produzem instabilidade aos GELADEIRA
equipamentos da cozinha e sendo o ladrilho hidráu-
lico um material poroso a higienização se torna one-
rosa, além disso, a coloração utilizada dificulta a
FOGÃO
visibilidade de sujeiras no piso. (Figura 13). PIA

Figura 14: Cozinha – Cocção

O azulejo aplicado nas bancadas, bastante desgasta-


do, apresentam fissuras em vários pontos como veri-
ficamos na Figura 15.

Figura 13: Cozinha – Preparo

As janelas da cozinha, tanto da copa de higieni-


zação quanto da área de preparo e cocção não possu-
em tela de proteção contra insetos e roedores, as
venezianas dificulta a remoção das impurezas acu-
muladas e a madeira (inadequada) apresenta desgas-
te e falhas na pintura. Os pontos para drenagem da
água no piso é insuficiente para a dimensão da cozi-
nha, sedo inexistente no setor de higienização dos
Figura 15: Cozinha – Preparo
utensílios do refeitório, o material em ladrilho hi-
dráulico vermelho e branco dificulta a visualização
de impurezas e a porosidade compromete a correta No depósito de panelas e na despensa de alimentos,
higienização. localizados fora da área do restaurante, as instala-
ções não tem revestimento cerâmico nas paredes, as
O telhado esta totalmente irregular, pois a au- estantes estão enferrujadas e não há forro nesses
sência do forro expõe os alimentos aos resíduos e a ambientes.
poeira, a limpeza é praticamente impossível e o ma-
deiramento a propagação do fogo em caso de incên- 4.2 Desempenho térmico
dio.
Os ambientes tornam-se termicamente descon-
A disposição dos equipamentos não favorece o fortável, pois a radiação difusa decorrente da radia-
bom desenvolvimento das atividades, no arranjo ção refletida na abobada celeste incidente através
atual a geladeira está fora do triângulo de trabalho e das aberturas das janelas sendo projetada no ambien-
a localização do fogão associada à dimensão da ban- te. No entanto é a constituição do telhado em estru-
cada em “L”torna o percurso entre preparo e cocção, tura de madeira com telha cerâmica do tipo francesa
muito longo e cansativo ao final do dia. (Figura 14). sem forro, que mais contribui para o desconforto
térmico no ambiente, pois este material apresenta
alta emissividade para radiação contribui para o
aumento do fluxo de calor no ambiente. As condi-
ções na cozinha são agravadas pelos equipamentos,
no caso o fogão e forno.

4.3 Iluminação

O estudo de iluminação feito pela medição em loco e


análise no software a Light Tool a distribuição da luz

13
natural foi insuficiente para a atividade. As curvas atividades desenvolvidas e os equipamentos necessá-
isolux obtidas no software a Light Tool comprova- rios assim como a área ocupada.
ram a irregularidade da distribuição da iluminação
natural ratificado pelos níveis de iluminâcia medidos A partir da definição deste programa foi pro-
nestes ambientes. O resultado desta distribuição esta posto um layout que priorizada a atividade e o con-
associada a dois fatores: a dimensão do ambiente e forto dos usuários/funcionários (Figura00). A
ao tipo de janelas que promove uma iluminação cozinha foi equipada com bancadas em aço inox, por
mais próxima das aberturas com altos níveis de ilu- ser um material que não transmitindo substâncias
minância nesta área e com isso minimiza a reflexão tóxicas, odores ou gosto, aos alimentos além de re-
nas superfícies próximas dificultando a uniformida- sistir a corrosão, limpeza freqüente e desinfecção. É
de da luz. um material que confere maior seguindo as reco-
mendações doa ANVISA.

Figura 12: Cozinha – Layout proposto

Também foi sugerida a instalação de uma coifa


para retirar o excesso de calor do ambiente e filtrar
os vapores de gordura, a despensa destinada a ao
armazenamento de gêneros alimentícios perecíveis e
não-perecíveis e um local para lavagem e armazena-
gem de panelas, além da instalação de uma cuba
para higienização das mãos (Figura13).

5 Projeto

A cozinha é o ambiente onde são preparadas as


refeições sob a responsabilidade de 6 funcionários
que distribuídos nas atividades de preparo e cocção
dos alimentos, distribuição e higienização, assim três
funcionários são encarregado das atividades relacio-
nadas ao preparo e três das atividades de higieniza-
ção auxiliando na distribuição dos alimentos. Este
ambiente foi o que sobre mais intervenções decor-
rente da necessidade de adequação, a partir dos da-
dos coletados foi estruturado um programa onde se
Figura 13: Cozinha – Cocção/ Higienização.
definiu os setores a serem criados, descrevendo as

14
Nas paredes foi aplicado revestimento cerâmico apresentando prateleira auxiliar na parte superior do
(30x30cm) e sugerindo para o piso granilite com balcão de distribuição e barreira de proteção contra
acabamento de rodapé arredondados no mesmo ma- respingo de salivas com suporte para apoiar a bande-
terial nas áreas de bancadas. As janelas substituídas ja. Nas paredes sugeri-se a remoção do azulejo exis-
por esquadria de alumínio tipo pivotante com tela tente e aplicação de massa acrílica com acabamento
milimétrica na parte externa com pintura bege clara em pintura na cor branco neve.
na mesma tonalidade das janelas existentes na escola
para manter a mesma configuração, aplicando forro
de gesso no teto para evitar que impurezas origina-
das do telhado caiam nos alimentos.

Figura 16: Refeitório – Distribuição

Figura 14: Cozinha – Copa de Higienização

A copa de higienização possibilita o acesso dos


funcionários da cozinha e o retorno dos utensílios do
refeitório, sendo equipada com bancada em aço inox
com cuba de higienização e maquina de lavar louça
com capacidade de 60cilcos d lavagem por hora.
(Figura14).

As modificações realizadas no refeitório se Figura 14: Cozinha – Copa de Higienização


detiveram a área de distribuição, priorizando o fluxo
de devolução de bandejas sujas (Figura15). A área O acesso a cozinha é feito por porta tipo vai-
de consumo foi equipada com mesas quadradas de vem com sistema de fechamento automático, no
quatro lugares que ocupa menor área totalizando 96 telhado para reduzia a incidência de radiação, suge-
lugares de as mesas quadradas flexibiliza o layout, ri-se a aplicação de manta subcobertura em alumínio
possibilitando um arranjo conforme o número de com malha de reforço em fibra de vidro que propor-
pessoas. Mantendo o piso original em ladrilho hi- ciona estanqueidade com refletividade de 95% e
dráulico sendo recomendada manutenção feita com emissividade de 5%. A subcobertura é recomenda,
material de limpeza apropiado para este tipo de piso pois a sua instalação é fácil e pode ser utilizada em
e aplicação de resina acrílica como tratamento de diversos tipos de telhado.
proteção.

Figura 15: Refeitório – Layout proposto

O setor de distribuição foi projetado com balcão


térmico em granito branco utilizando as bandejas no
padrão gastronorm, que podem ser utilizados para Os materiais de acabamento aplicados, manteve
armazenagem de todos os tipos de alimentos, utili- as características originais do ambiente, utilizando
zado em equipamentos como carrinho, forno, etc. materiais rústicos e de fácil aplicação em composi-

15
ção com o ladrilho hidráulico existente, assim foi
possível manter as característica presente na escola BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de
como um todo. Vigilância Sanitária. Resolução-RDC N° 216, de 15
de Setembro de 2004
6. Conclusões
BROWN, G. Z. Sol, vento e luz: estratégias de pro-
No projeto foram priorizados os fluxos de ser- jeto. Bookman, Porto Alegre, SC, 2004
viço e os espaços necessários para um bom desem-
penho da atividade, adotando materiais com os IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. Editora
requisitos técnicos para a realização das atividades Edgard Blücher. São Paulo, 1990.
de preparado do alimento.
GUIMARÃES, Lia Buarque de Macedo et al. A
Com este estudo foi possível constatar que a Ergonomia, a engenharia e a arquitetura como in-
garantia de qualidade dos alimentos originado deste grediente no projeto de instalação de cozinha indus-
tipo de serviço não se restringe apenas a logística de trial. In: IX congresso Brasileiro de ergonomia.
preparo, o ambiente deve propiciar um desenvolvi- Salvador, BA, 1999
mento da atividade a fim de garantir um processa- www.producao.ufrgs.br/arquivos/arquivos/abergo99
mento segura dos alimentos, assim como dos _158.pdf
utensílios, equipamentos e instalações de água e
esgoto. GOMES FILHO, João. Ergonomia do Objeto. Edito-
ra Escrituras. São Paulo, SP, 2006. disponível em
O tipo de material empregado nas bancadas ou http://books.google.com.br/
mesmo dos utensílios de cozinha, levam ao preparo
seguro dos alimentos assim como a definição do LAMBERTS, Roberto et al. Desempenho térmico
layout que oriente no desenvolvimento da atividade em edificações. Florianópolis, 2005 disponível em
evitando a contaminação e facilitando o fluxo de http://www.labeee.ufsc.br/graduacao/graduacao.html
serviços.
KOWALTOWSKI, Doris C.C.K. et al. Divulgação
do Conhecimento em Conforto Ambiental. In:
ENCAC (VI Encontro Nacional e III Encontro Lati-
no-Americano sobre Conforto no Ambiente Constru-
ído), São Pedro, SP, Brasil. Nov 2001.

MACHILINE, Claude, et al. Manual da Administra-


ção da Produção.Editora da Fundação Getulio Var-
gas, Rio de Janeiro,RJ, 1990.

SILVA FILHO, Antônio Romão A. da. Manual


básico para planejamento de restaurantes e cozi-
nhas industriais. LivrariaVarela, São Paulo, SP,
1996.

6 Referências TORRES, Mirla Lopeset al. Avaliação de desempe-


nho ergonômico de cozinhas residenciais através da
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS análise comparativa e arranjos físicos. UFCG.
TÉCNICAS. NBR 5413:1992: Iluminância de inte- Campina Grande, 2006. disponível em
riores. Rio de Janeiro: ABNT, 19982 http://www.antac.org.br/ambienteconstruido/pdf/revi
sta/artigos/Doc125163.pdf
BRASIL. Ministério do Trabalho. Norma regula-
mentadora 17. Brasília, 1994. VIANNA, Nelson Solano & Gonçalves, Joana Carla
Soares.Iluminação e Arquitetura.Geros s/c Ltda.,
BRASIL. Ministério do Trabalho. Norma regula- São Paulo, SP, 2001.ISBN 85-902193-1-3
mentadora 24. Brasília, 1994.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de


Vigilância Sanitária. Portaria nº 326, de 30 de julho
de 1997a.

16

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