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Bob Wilson

“Um artista recria a história, não como um historiador, mas como um poeta.”

Gustavo Nolla de Freitas Batista

Biografia
Robert Wilson, também conhecido como Bob Wilson, nasceu em Waco, no Texas em
04 de outubro de 1941. É encenador, cenógrafo, coreógrafo, dramaturgo, iluminador e
sonoplasta, também considerado pela mídia com um dos artistas de teatro mais avant-
garde do mundo.

Wilson estudou Administração na Universidade do Texas em Austin, mas abandonou a


faculdade em 1962 e mudou-se para Nova Iorque, aos
21 anos, para perseguir seu interesse pelas Artes. Em
1966, depois de se formar em Design de Interiores pelo
Pratt Institute, no Brooklyn, Bob Wilson fundou seu
próprio grupo de teatro experimental, o Byrd Hoffman
School of Byrds, que operava em seu loft no bairro
Soho, em Manhattan. Wilson rapidamente ganhou
reconhecimento entre as elites de arte de Nova Iorque.
Suas produções foram elogiadas por seu uso inovador
de iluminação, espaço e som, e também por suas
contradições provocantes de tempo e lugar.

No início da década de 70, Bob Wilson estava


realizando obras por toda a Europa. O alcance de Wilson era vasto; produziu peças
japonesas utilizando o estilo clássico Noh, óperas clássicas como “The Magic Flute” e
“Salome”, além de peças teatrais com doze horas de duração. Em 1995, a estreia de sua
obra “Hamlet: A Monologue” no Alley Theatre em Houston, Texas, foi um grande
evento de boas-vindas para Wilson. Trabalhando como
escritor, diretor, designer e artista solo, ele apresentou
Hamlet no momento de sua morte, retrocedendo por quinze
das cenas do original. Wilson dançou desajeitadamente, fez
birras infantis, rosnou e foi assombrado por adereços que
misteriosamente evocavam personagens ausentes. Ele
seguiu esse sucesso com uma produção de “Snow on the
Mesa”, um trabalho de dança que homenageou Martha
Graham, no Kennedy Center, em Washington, DC, e uma
encenação de Gertrude Stein e da ópera de Virgil Thomson
de 1934, “Four Saints in Three Acts”, para o Houston
Grand Opera.
Na década de 1990, Wilson também recebeu elogios por sua trilogia realizada pela
companhia Thalia Theatre em Hamburgo, Ger. A série começou com “The Black
Rider” (1990) e continuou com “Alice” (1992), uma releitura dos livros de Lewis
Carroll, ambos com música de Tom Waits. A última parte, “Time Rocker” (1996), teve
mais elementos com a decoração e iluminação minimalista de Wilson, que se tornou
mundialmente reconhecida. Chamados de musicais de arte, os trabalhos ofereciam uma
experiência alternativa à típica produção da Broadway - que, segundo Wilson, estava se
tornando cada vez mais parecida com a televisão, com uma reação programada do
público a cada segundo.

Wilson continuou encenando produções no início do


século XXI. Além de dirigir reavivamentos de suas
obras, em 2004 ele estreou “I La Galigo”, que foi
baseado em um poema indonésio que narra a criação
da humanidade. Também recebeu atenção da crítica
como artista de instalação e designer de imóveis.

Atualmente, Bob Wilson, com 77 anos, está com uma


exibição em Brühl, Alemanha, chamada “The Hat
Makes The Man”.

Estilo e Características
No final do processo de criação de “King of Spain” (1969), Bob Wilson conheceu
Raymond Andrews, um garoto surdo que assistia suas produções. O fato de Andrews
ser incapaz de ouvir e falar fez com que Wilson se sentisse no dever de descobrir as
possibilidades que os gestos e as imagens poderiam ter dentro de um espetáculo teatral,
para que, desta forma e a partir destas mudanças, Andrews pudesse participar e
“compreender” o que estava acontecendo no palco.

No teatro Wilsoniano a estrutura do espaço é o enredo. É a partir da construção deste


espaço, que se dá pelo antagonismo de forças geométricas, que Wilson principia seus
trabalhos. São os visual books o instrumento por
excelência do qual o encenador faz uso, é a partir
de seus desenhos que os espetáculos ganham
contorno, forma, e “significados” – dos mais
múltiplos e variados, dependendo de qual
aspecto/elemento da cena o público “queira” se
agarrar e utilizar como guia da encenação.
Seu trabalho possui um grande apuro estético e essa é uma das suas características
principais. Ele explora com maestria o cenário, o figurino, o visagismo, todos os
elementos cênicos, a música e a expressão corporal criando uma ligação emocional do
público com o que acontece dentro da cena.
Robert Wilson renovou a linguagem teatral,
ele busca apresentar o espetáculo como uma
obra de arte única, não sendo possível
separar seus elementos, dissecando-o.

O artista também dá grande ênfase para a


iluminação, e explora com muita
sensibilidade diferentes focos de luz durante o espetáculo. Ele considera a luz como
mais um ator no palco, pois diz que ela pode dar vida e ação aos acontecimentos
dependendo da forma com que é usada. Todos os seus espetáculos mexem com a
percepção, e são considerados experiências artísticas sensoriais.

Influências
O estilo minimalista de Wilson teve influências principalmente em conceitos, músicas e
técnicas de iluminação, inovando a maneira como o público vê o teatro. Suas maiores
influências foram:

Philip Glass (1937-presente): compositor estadunidense, considerado um dos


compositores mais influentes do final do século XX. Philip Glass é um dos principais
representantes da música minimalista, que se caracteriza por unir, repetir e fundir de
maneira esquemática breves sucessões de sons. Depois de sua formatura em Paris, Glass
dedicou-se ao estudo de outras culturas musicais. Escreveu várias óperas fez arranjos de
música "pop" para interpretação de orquestra e compôs trilhas sonoras para filmes.

Berthold Brecht (1898-1956): considerado um dos autores mais importantes do século


XX, Brecht dava grande importância à dimensão pedagógica de seu teatro, que se
caracteriza pelo cunho narrativo e descritivo, apresentando os acontecimentos sociais
procurando ao mesmo tempo entreter e fazer refletir. Não se limita a explicar o mundo,
se dispõe a modificá-lo.
Principais Obras
Entre seus trabalhos mais conhecidos, além de “Macbeth: A Monologue”, destaca-se
uma ópera revolucionária, “Einstein on the Beach”, performada pela primeira vez em
1976. A idéia de "Einstein on the Beach" não veio de um conceito literário, mas da
concepção visual desenvolvida por
Wilson. A música foi então especialmente
composta por Glass a partir de desenhos
criados pelo diretor. Embora consiga unir
elementos como a música, o canto e a
dança, num espetáculo cênico-musical de
mais de quatro horas de duração, a peça
de Wilson e Glass não parte de um libreto,
no sentido convencional do termo, nem
pretende "contar uma história". “Einstein
on the Beach” foi revolucionário quando foi apresentado pela primeira vez, e agora é
considerado um dos trabalhos de performance mais notáveis do nosso tempo.

Outras de suas obras notáveis são:


 Three Sisters
 The Return of Ulisses to his Homeland
 POEtry
 Odyssey
 A Letter for Queen Victoria
 The King of Spain
 I La Galigo
 Happy Days
 A Dream Play
 Death, Destruction and Detroit
 The Black Rider
 Alice
 1433 – The Grand Voyage
Referências
http://www.robertwilson.com/

https://educacao.uol.com.br/biografias/philip-glass.htm

https://www.enotes.com/homework-help/robert-wilson-theatre-artist-his-key-influenc-
403778

https://www.theguardian.com/stage/2015/dec/29/robert-wilson-the-art-my-generation-
produced-wont-be-seen-in-50-years

https://www.infoescola.com/biografias/berthold-brecht/

https://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u16232.shtml

https://www.britannica.com/biography/Robert-Wilson-American-playwright-director-
and-producer

http://cidadedasartes.rio.rj.gov.br/noticias/interna/409

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