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Os principais conceitos em Análise do Discurso

Conceito de discurso: O discurso não se refere apenas a palavras faladas ou


escritas, mas envolve uma prática social mais ampla. Ele abrange não apenas o
que é dito, mas também como é dito, quem o diz, em que contexto e com que
propósito. O discurso é uma construção social que reflete e influencia as
relações de poder, ideologias e formas de compreensão do mundo. Na Análise
de Discurso, os pesquisadores examinam as estruturas linguísticas, os padrões
discursivos e os contextos sociais para compreender como o discurso molda e é
moldado pelas práticas sociais.

Interação: refere-se á comunicação entre duas ou mais pessoas. A interação é


crucial pois é dentro desses contextos interativos que o discurso se desdobra.
Envolve comunicação verbal, e não verbal como gestos, expressões faciais e
outros sinais de comunicação. A analise da interação examina como as pessoas
se comunicam, negociam significados e constroem discursos compartilhados em
situações especificas
Em suma, o discurso é visto como uma prática social e a interação é o terreno
onde essa prática se desenrola.

Atos de fala: “dizer é fazer” (John Austin)

Ato locutório- (componente linguístico)


Corresponde á enunciação de uma ou mais palavras numa frase, a
partir da operação linguística de atribuição de referência e
codificação de significado, permitindo ao ouvinte compreender o
que foi enunciado. Frase coerente e contextualmente correta, do
ponto de vista das regras de boa formação motivadas pelas relação
que mantém com a língua e com as situações em que a usa.
Ato ilocutório- Consiste no uso de uma frase linguisticamente
operativa para efetuar algo, para realizar uma ação
circunstancialmente funcional, como, por exemplo, prometer,
ordenar, etc. Como dizemos as coisas e como o outro percebe essa
força. A forma como é dita
Ato perlocutório- Traduz-se nos resultados ou efeitos produzidos
com o efetivar do enunciado-ação.
No Ato ilocutório-
 Força ilocutória: Função que um enunciado assume no
contexto da sua enunciação
 Objetivo ilocutório: Intenção com que o enunciado é
produzido. É ele que regula, tornando possível que 2
enunciados tenham o mm objetivo ilocutório, mas forças
distintas.
Ex: ordem/pedido

Tipologia dos atos ilocutórios:( Jonh Searle)


Assertivos- relacionar o locutor com a verdade de algo, com a
verdade da proposição expressa no enunciado (afirmar, assertar,
negar, informar, descrever, responder, concordar, discordar,
confessar. Geralmente realizadas por meio de frases do tipo
afirmativo)
Diretivos-Tentar que o alocutário pratique uma ação, verbal ou não
verbal, determinada pelo reconhecimento por este efetuado do
conteúdo proposicional do enunciado proferido pelo locutor
 Diretivos de resposta física- em que se espera que o alocutário
realize um ato físico
 Diretivos de resposta verbal- espera-se que o alocutário realize
um ato verbal

Dentro destes:
 Atos de ação explicita- atos em que a ação, verbal ou
física é expressa pelo próprio locutor, como pedidos,
ordens, convites, exortações, súplicas
 Atos de informação-atos em que a ação verbal executada
pelo alocutário permite ao locutor conhecer algo que até
aí desconhecia

Compromissivos- Comprometer o locutor, relativamente à prática


de uma ação futura, determinada pelo conteúdo proposicional do
enunciado (ações de prometer)
Expressivos-exprimir o estado psicológico especificado na condição
de sinceridade acerca de um estado de coisas que o conteúdo
proposicional indica (agradecer, felicitar, dar pêsames, dar
Parabéns, atos institucionais (bom dia, obrigada, etc.)
Declarações- fazer com que o universo em referência coincida com o
conteúdo proposicional do enunciado, trazendo um novo estado de
coisas á existência (determina a passagem de um estado de coisas a
outro)
Declarações assertivas- Trazer um novo estado de coisas á
existência, por coincidência do universo em referência com o
conteúdo proposicional do enunciado, relacionando o locutor com o
valor de verdade desse conteúdo (tem de haver validação da
verdade)

Atos de fala indiretos:


atos em que o locutor ao enunciar uma frase quer dizer o que diz,
mas TB quer dizer algo mais
Ex: pode dizer-me as horas?
(pedido e afirmação- mix de dois atos de fala ou seja, afirmação e
pedido)

Como perceber o que o locutor quer?

 Princípio da cooperação: corresponde ao esforço que fazemos


com o propósito comum de melhor nos entendermos, na nossa
produção e compreensão de enunciados.

Importância do conceito de heterogeneidade, proposto por


Jacqueline Authier-Revuz.

Este conceito destaca a complexidade e diversidade das práticas linguísticas. Os


pontos são:
 Diversidade linguística: O conceito reconhece que a linguagem não é
homogénea. As práticas linguísticas variam amplamente e a
heterogeneidade ajuda a capturar essa diversidade.
 Variedade de discursos- podem estar presentes diferentes discursos
dentro de um único ato de fala
Podem coexistir diferentes formas de expressão, vozes e perspetivas.
Essa variedade de discurso pode manifestar.se de várias maneiras:

- Polifonia- múltiplas vozes dentro de um discurso. Pode conter não


apenas a voz do falante principal, mas também vozes de outras pessoas,
citações, pontos de vista alternativos, etc. A polifonia destaca a
diversidade de perspetivas que podem coexistir num só texto.

- Heteroglossia- envolve a coexistência de diferentes formas linguísticas,


estilos ou registos. Pode ter linguagem técnica, coloquial, gíria, entre
outros. É destacada a riqueza linguística e a variedade de registos.

- Conflito de discursos- podem entrar em conflito quando há tensões


entre pontos de vista ideologias ou valores representados no discurso.

Em suma, a linguagem não é monolítica, é composta por várias vozes


estilos e perspetivas que coexistem e interagem para criar significado.

Estratégias argumentativas que estão na génese de alguns


discursos:

1-Lógica e raciocínio:
 Evidencias empíricas: apresentar fatos, estatísticas ou
exemplos concretos para fundamentar um argumento

 Raciocínio dedutivo/indutivo: utilizar deduções lógicas a


partir de premissas ou generalizações baseadas em
observações especificas

2- Apelo às emoções:
 Pathos- envolver as emoções do publico, evocando
empatia, compaixão, medo, alegria, entre outras
emoções para ganhar apoio emocional

3- Credibilidade e ética:
 Ethos- estabelecer a credibilidade do orador,
demonstrando conhecimento, experiência ou
integridade ética

4- Recursos linguísticos:
 Metáforas e analogias- usar comparações para
simplificar conceitos complexos ou criar imagens
vividas

 Ironia e Humor- empregar o humor e a ironia para


tornar o discurso mais cativante

5- Apelo á autoridade
 Logos- citar especialistas, figuras de autoridade ou
fontes confiáveis para fortalecer argumentos

6- Contraposição de ideias
 Antítese- destacar contrastes e ideias opostas para
enfatizar a validade de uma posição

7- apelo a moralidade:
 Éticas e valores- conetar o argumento a princípios
éticos ou valores morais compartilhados pelo publico.

8- Apelo à necessidade-
 Phatos e logos- argumentar que uma determinada ação
é necessária para atender a uma necessidade urgente
seja ela emocional ou lógica.

9- Refutação de contrapontos:
 Contra argumentação- antecipar e refutar possíveis
objeções ou pontos de vista contrários para fortalecer a
posição principal
10- Apelo á identidade:
 Ethos e phatos: relacionar o argumento à identidade do
público, destacando como a posição defendida é
consistente com as suas crenças e identidade.

heterogeneidade constitutiva e mostrada


heterogeneidade constitutiva refere-se á diversidade inerente á
linguagem, indicando que os atos de fala são compostos por várias vozes,
perspetivas e discursos adjacentes.
Reconhecer esta heterogeneidade destaca que a linguagem não é simples
e unidimensional. Cada ato de fala é composto por uma multiplicidade de
de elementos tornando a comunicação mais rica e complexa.

reconhece a diversidade inerente à comunicação

Heterogeneidade mostrada refere-se á expressão explicita da diversidade


de vozes dentro de um discurso específico.
É importante porque permite que o falante torne explicito a diversidade
presente no seu discurso promovendo a transparência comunicativa e
ficando o publico com noção das varias vozes ou perspetivas.

destaca a importância de tornar essa diversidade visível para


promover a clareza e a reflexão crítica.
TIPOS E GÉNEROS TEXTUAIS:

Tipo textual- construção teórica definida pela natureza linguistica de sua


composição (aspetos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações logicas). Os
tipos textuais abrangem cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como a
narração, argumentação, exposição, descrição, injunção.

Género textual- refere.se aos textos materializados que apresentam


características sócio comunicativas definidas por conteúdos, propriedades
funcionais, estilo e composição característica. Exemplos: telefonema, sermão,
carta, noticia jornalística, horóscopo, receita de culinária, aulas virtuais,
outdoor, etc.

Domínio discursivo- designa uma esfera de produção discursiva ou de


atividade humana. Não são textos nem discursos, mas propiciam o surgimento
de discursos bastante específicos. Exemplos: discurso jurídico, jornalístico,
religioso. Estas atividades não abrangem um género em particular, mas dão
origem a vários deles
Exemplo: jaculatórias, novenas e ladainhas- são géneros exclusivos de domínio
religioso e não aparecem noutros domínios.

TIPOS TEXTUAIS- WERLICH (1973)

Descritiva- é um enunciado com uma estrutura simples com um verbo estático


no presente ou imperfeito, um complemento e uma indicação circunstancial de
lugar(sobre a mesa havia milhares de vidros)
Elemento central: sequencias de localização

Narrativa- tem um verbo de mudança no passado, um circunstancial de lugar e


tempo. Elemento central: sequencia temporal

Expositivo- aparece um sujeito, um predicado no presente e um complemento


com um grupo nominal(“é”, ou” tem”)
Elemento central: são explicitamente explicativos
Argumentativo- vem representado por um verbo no imperativo. São incitadores
à ação. Pode usar.se “deve”
Elemento central: predomínio de sequências imperativas

Modalizadores: elementos gramaticais ou lexicais por meio dos quais o autor


manifesta determinadas atitudes ou posições em relação a um conteúdo ou tema
específico
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Modalizadores discursivos: o enunciador deixa o seu posicionamento


subentendido ou sugeridos de forma a influenciar o leitor a compreender o texto
sob determinado aspeto
- Opinião
- Reflexão
-Ideias
-Intenção
- Sentimentos
- Pontos de vista
-Crítica

Uma pergunta, é sempre um pedido de informação? (Documento)

Marcadores da questão:
Marcadores lexicais: uso de verbos performativos - “peço que me diga a sua
idade”
Marcadores morfossintáticos: morfemas interrogativos-“É isso?(…)”Não é?”
Adjetivos e advérbios interrogativos: quem, aquilo, qual, etc.
Marcadores sintáticos: inversão verbo- sujeito
Marcadores prosódicos: entonação crescente na fala
Marcadores tipográficos: ponto de interrogação
Sem ter estes marcadores, se dissermos por exemplo “gostaria de saber quem
inventou a escola” - não tem qualquer marcador dos anteriores e equivale a uma
pergunta. - Enunciado interrogativo indireto.

Aspetos pragmalinguísticos das interrogativas:

O enunciado interrogativo pode ter várias interpretações, vários atos


ilocucionários. Pode ser emitido para a realização de um ato exortativo,
assertivo, comissivo ou expressivo

Perguntas informativas têm força exortativa (dar ordens)


Os atos exortatórios incluem solicitações e solicitações feitas na forma
interrogativa (que está dentro dos atos fala indireta)

Perguntas de comissionamento
Ofertas/convites-“Ficas connosco para jantar?”

Perguntas expressivas:
Expressam principalmente críticas ou censuras- “Como ousa culpar-me a mim?”

Pergunta retórica-(pertence aos atos indiretos)


A realização indireta do ato de fala serve para enfatizar um ponto ou expressar
uma opinião. São perguntas formuladas de maneira a tornar evidente que a
resposta é obvia ou implicitamente conhecida.
ANALISE PRAGMALINGUISTICA DAS SEQUÊNCIAS DE
PERGUNTAS:

Podem existir 3 variedades interrogativas-


Perguntas disjuntivas
Sequencia de perguntas retóricas
Sequencia de perguntas informativas

Nas perguntas disjuntivas (exclusivas e inclusivas)


“vamos ao cinema ou ficamos em casa a ver tv?”
Sequencia de perguntas retóricas-“Foi por ela que me trocaste? Foi isso que me
prometeste quando nos conhecemos, desilusão e infidelidade? Essa é a mulher
que preferes?”

Sequencia de perguntas informativas-


“Gostava de trabalhar como artista. Mas será que isso é profissão? Poderia dizer
seriamente as pessoas que estava numa profissão? Não era antes capricho
meu?”

o ato locucionário é a produção da pergunta em si, o ato


ilocucionário é a intenção de solicitar o sal, e o ato perlocucionário é
a expectativa de que a pessoa passe o sal.

As interrogações à luz da teoria dos atos de fala de Searle:

Ato Locutório: é a produção das palavras que forma a pergunta. É o aspeto físico
da expressão linguística

Ato Ilocutório: é a intenção por trás da pergunta. Dependendo da entonação e


do contexto, uma pergunta pode ser um pedido de informação, uma solicitação,
uma expressão de surpresa, entre outras coisas.
Ato perlocutório: refre.se ao efeito desejado ou esperado da pergunta do
interlocutor. Pode ser a obtenção de uma resposta, a reflexão sobre uj tópico ou
até mesmo a criação de desconforto, dependendo do contexto.

Exemplo: se alguém pergunta "Você gostaria de ir ao cinema?", o ato


locucionário é a produção da pergunta em si, o ato ilocucionário é a expressão
da intenção de convidar, e o ato perlocucionário é a esperança de que a pessoa
aceite o convite ou, pelo menos, responda de alguma forma.

Perguntas disjuntivas exclusivas e inclusivas:

1. Perguntas Disjuntivas Exclusivas:


 Exemplo: "Você prefere café ou chá?"
 Característica: Nesse caso, as opções são mutuamente
exclusivas. A pessoa está sendo solicitada a escolher entre café e
chá, mas não ambas as opções. A resposta esperada será uma das
opções apresentadas.
2. Perguntas Disjuntivas Inclusivas:
 Exemplo: "Você quer bolo ou sorvete para a sobremesa?"
 Característica: As opções são inclusivas, o que significa que a
pessoa pode escolher ambas as opções se assim desejar. Pode-se
optar por bolo, sorvete ou ambos. A resposta esperada não exclui a
possibilidade de escolher mais de uma opção.

Em resumo, a diferença crucial entre perguntas disjuntivas exclusivas e


inclusivas está na possibilidade de escolher mais de uma opção na segunda
categoria. A escolha entre exclusivo e inclusivo dependerá do contexto da
pergunta e das opções que fazem sentido na situação específica.

Atos de fala diretos e indiretos:


1. Atos de Fala Diretos em Enunciados Interrogativos:
 Exemplo: "Você pode me ajudar com este problema?"
 Característica: A pergunta é formulada de maneira direta,
buscando uma resposta específica. A intenção do falante é clara, e
espera-se uma resposta direta do interlocutor.
2. Atos de Fala Indiretos em Enunciados Interrogativos:
 Exemplo: "Você saberia me dizer que horas são?"
 Característica: Aqui, a pergunta é feita de maneira mais
indireta, suavizando a solicitação de informações sobre o tempo.
Pode sugerir uma expectativa de conhecimento por parte do
interlocutor, tornando a pergunta mais polida.

Nos atos de fala indiretos, as perguntas frequentemente são formuladas de


maneira mais suave, indireta ou sutil, muitas vezes para preservar a face do
interlocutor ou para lidar com situações socialmente sensíveis. Em contraste, os
atos de fala diretos são mais explícitos e diretos em sua busca por informações.
Ambas as abordagens são usadas em diferentes contextos, dependendo das
normas culturais, do relacionamento entre os interlocutores e da natureza da
informação solicitada.

Atos ilocutórios aplicados aos enunciados interrogativos:

1. Interrogativos Assertivos:
 Exemplo: "Você sabe onde está a chave?" Aqui, a pergunta busca
obter uma afirmação ou negação sobre o conhecimento da
localização da chave.
2. Interrogativos Diretivos:
 Exemplo: "Você poderia me passar o sal?" Neste caso, a pergunta
tem uma intenção direcional, buscando a realização de uma ação
específica.
3. Interrogativos Compromissivos:
 Exemplo: "Você promete que vai comparecer à reunião?" A
pergunta busca obter um compromisso por parte do interlocutor.
4. Interrogativos Expressivos:
 Exemplo: "Você está feliz com a notícia?" Aqui, a pergunta busca
explorar ou expressar os estados emocionais do interlocutor.
5. Interrogativos Declarativos:
 Exemplo: "Você concorda com a decisão?" A pergunta pode estar
buscando uma confirmação ou negação que, de certa forma, pode
influenciar a situação.
6. Interrogativos Exercitivos:
 Exemplo: "Você aceita ser meu padrinho de casamento?" A
pergunta está exercendo uma ação ao fazer o convite e aguarda
uma resposta específica.

Essas categorias ilustram como os diversos tipos de atos ilocutórios podem ser
incorporados a perguntas, tornando a comunicação mais rica e complexa,
dependendo da intenção do falante ao fazer a pergunta.

Interrogativos retóricos:
Os interrogativos retóricos são uma forma especial de pergunta que é feita não
com o objetivo de obter uma resposta, mas sim para enfatizar um ponto ou
expressar uma opinião. Essas perguntas são formuladas de maneira a tornar
evidente que a resposta é óbvia ou implicitamente conhecida. Vamos ver alguns
exemplos:

1. Interrogativo Retórico Assertivo:


 Exemplo: "Você realmente acha que eu ficaria calmo depois
disso?"
 Característica: A pergunta é feita para enfatizar a
improbabilidade de alguém ficar calmo em determinada situação,
e não para obter uma resposta real.
2. Interrogativo Retórico Diretivo:
 Exemplo: "Você poderia ser mais descuidado com suas coisas?"
 Característica: Aqui, a pergunta é formulada de maneira a sugerir
que a pessoa não deveria ser mais descuidada, em vez de buscar
uma resposta direta.
3. Interrogativo Retórico Compromissivo:
 Exemplo: "Você realmente acredita que eu deixaria de apoiar esse
projeto agora?"
 Característica: A pergunta destaca a dedicação ou
comprometimento do falante, não buscando uma resposta real.
4. Interrogativo Retórico Expressivo:
 Exemplo: "Você acha que eu não estou decepcionado com essa
situação?"
 Característica: A pergunta expressa a emoção do falante,
sugerindo que a resposta é evidente.
5. Interrogativo Retórico Declarativo:
 Exemplo: "Você concorda que isso foi um desastre total?"
 Característica: A pergunta é feita de forma a declarar que a
situação foi um desastre, não para obter uma confirmação, mas
para enfatizar a visão do falante.

Os interrogativos retóricos são uma ferramenta retórica poderosa, muitas vezes


usada para persuadir, enfatizar ou expressar emoções de forma mais
contundente.

Características da Polidez aplicadas aos enunciados


interrogativos:

1. Polidez Positiva em Enunciados Interrogativos:


 Exemplo: "Você aceitaria gentilmente compartilhar suas ideias
sobre o projeto?"
 Característica: Inclui expressões positivas para tornar a
pergunta mais cortês e menos direta.
2. Polidez Negativa em Enunciados Interrogativos:
 Exemplo: "Você se importaria de me emprestar seu carro por
algumas horas?"
 Característica: Usa estratégias para fazer pedidos de maneira
atenuada, minimizando a face negativa.
3. Polidez de Recusa em Enunciados Interrogativos:
 Exemplo: "Seria possível adiar nossa reunião para amanhã?"
 Característica: Expressa recusas de forma suave e respeitosa
para preservar a face do interlocutor.
4. Polidez de Indireção em Enunciados Interrogativos:
 Exemplo: "Você consideraria a possibilidade de nos fornecer
uma extensão no prazo?"
 Característica: Utiliza expressões indiretas para comunicar uma
mensagem delicada.
5. Polidez de Fórmulas de Cortesia em Enunciados
Interrogativos:
 Exemplo: "Você poderia, por favor, fornecer mais detalhes sobre
o relatório?"
 Característica: Inclui fórmulas de cortesia para tornar a
pergunta mais polida.
6. Polidez Ritualística em Enunciados Interrogativos:
 Exemplo: "Como tem passado desde a última vez que nos
encontramos?"
 Característica: Utiliza expressões ritualísticas para iniciar uma
conversa de maneira educada.
7. Polidez Estratégica em Enunciados Interrogativos:
 Exemplo: "Gostaria de compartilhar suas sugestões para
melhorar o processo, se possível?"
 Característica: Escolhe linguagem estratégica para equilibrar as
necessidades do falante e do ouvinte.

Essas estratégias de polidez aplicadas a enunciados interrogativos ajudam a


suavizar a interação e a preservar a face do interlocutor, tornando a
comunicação mais eficaz e respeitosa.

Aplicação da polidez nas questões retóricas:


1. Polidez Positiva em Questões Retóricas:
 Exemplo: "Não seria maravilhoso se pudéssemos todos contribuir
para essa iniciativa incrível?"
 Característica: Usa uma formulação positiva para destacar a
natureza positiva da situação.
2. Polidez Negativa em Questões Retóricas:
 Exemplo: "Não seria mais razoável considerar outras opções antes
de tomar uma decisão tão drástica?"
 Característica: Expressa uma opinião desfavorável de maneira
atenuada, sugerindo uma reflexão sobre outras possibilidades.
3. Polidez de Recusa em Questões Retóricas:
 Exemplo: "Seria realmente apropriado insistirmos nesse caminho,
considerando as circunstâncias?"
 Característica: Sugere uma recusa ou desaprovação de forma
respeitosa.
4. Polidez de Indireção em Questões Retóricas:
 Exemplo: "Será que não há maneiras mais eficazes de abordar
essa questão complexa?"
 Característica: Utiliza indireção para sugerir uma abordagem
alternativa de maneira menos direta.
5. Polidez de Fórmulas de Cortesia em Questões Retóricas:
 Exemplo: "Você poderia gentilmente considerar se essa estratégia
seria a mais adequada?"
 Característica: Inclui fórmulas de cortesia para suavizar a
pergunta retórica.
6. Polidez Ritualística em Questões Retóricas:
 Exemplo: "Será que não é a hora de refletirmos sobre o que
realmente importa em nossa vida profissional?"
 Característica: Inicia a pergunta com uma expressão mais
ritualística para destacar a importância do tema.
7. Polidez Estratégica em Questões Retóricas:
 Exemplo: "Você já pensou em como poderíamos melhorar, talvez
considerando outras abordagens?"
 Característica: Utiliza estratégias linguísticas para sugerir
melhorias ou alternativas de maneira sutil.

A polidez em perguntas retóricas pode contribuir para uma comunicação mais


suave, especialmente quando se deseja expressar opiniões ou levantar questões
sensíveis de maneira respeitosa.

conteúdo proposicional, as regras preparatórias, regra de


sinceridade e regra essencial, nos enunciados
interrogativos:

Em enunciados interrogativos, os conceitos de conteúdo proposicional, regras


preparatórias, regra de sinceridade e regra essencial podem ser aplicados da
seguinte maneira:

1. Conteúdo Proposicional em Enunciados Interrogativos:


 Definição: O conteúdo proposicional refere-se à informação ou
afirmação transmitida pela expressão linguística. Em uma
pergunta, o conteúdo proposicional é a interrogação em si,
buscando obter informações.
 Exemplo: "Onde você mora?" - O conteúdo proposicional é a
questão sobre a localização da residência.
2. Regras Preparatórias em Enunciados Interrogativos:
 Definição: As regras preparatórias envolvem o estabelecimento
de condições necessárias para a realização bem-sucedida de um
ato de fala. Em uma pergunta, isso inclui a compreensão
compartilhada da língua, a capacidade de formular uma resposta,
etc.
 Exemplo: A expectativa de que o interlocutor entenda a língua e
possa responder à pergunta.
3. Regra de Sinceridade em Enunciados Interrogativos:
 Definição: A regra de sinceridade refere-se à expectativa de que
o falante está sendo sincero e realmente busca obter informações
ao fazer uma pergunta.
 Exemplo: Quando alguém pergunta "Você gostou do filme?",
espera-se que a pergunta seja feita com uma genuína busca por
opiniões.
4. Regra Essencial em Enunciados Interrogativos:
 Definição: A regra essencial está relacionada à relação entre o
ato ilocucionário (neste caso, a pergunta) e as condições em que
esse ato é bem-sucedido.
 Exemplo: A regra essencial para uma pergunta é que o
interlocutor forneça uma resposta à questão apresentada.

Esses conceitos ajudam a analisar como os enunciados interrogativos são


estruturados e como a linguagem é usada para buscar informações,
considerando aspectos como compreensão mútua, sinceridade do falante e a
natureza essencial da pergunta.

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