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ARGUMENTAÇÃO E
EXPRESSÃO ORAL

Fernanda Fonseca Pessoa Rossoni

e-Tec Brasil – Redação e Expressão Oral


Meta
Apresentar as estratégias de argumentação e expressão
oral.

Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
1. aplicar as estratégias que tornam uma mensagem
persuasiva;
2. reconhecer a expressão oral como uma importante
ferramenta de comunicação e identificar estratégias para
alcançar eficiência na comunicação.

Pré-requisito
Lembrar os conceitos de elementos da comunicação
estudados na Aula 1.
A arte do convencimento
253
Em um texto publicitário, a mensagem deve levar os consumidores a

AULA 11 – Argumentação e expressão oral


ganharem consciência de um produto ou serviço, buscando convencê-los à
compra.
Como em uma propaganda, o objetivo da argumentação é levar o receptor
a aderir à TESE defendida pelo argumentador. Nesta aula, veremos como um TESE
texto deve ser estruturado de modo que o emissor possa convencer o receptor Proposição que se
expõe para, em caso
com sua mensagem.
de contestação, ser
A argumentação surgiu em 427 a.C., na Grécia Antiga. Era denominada
defendida. Uma tese de
“Retórica” e tinha como objetivo convencer e persuadir por meio de um doutorado, por exemplo,
discurso com adornos. No entanto, argumentar é muito mais que isso; é ir é um documento que
representa o resultado de
além de um discurso bonito e vazio. É apresentar justificativas convincentes e
um trabalho experimental
sustentar controvérsias. ou exposição de um
estudo científico de tema
único e bem delimitado,
essencial para a obtenção
do grau de doutor. O autor
deve defender a sua tese,
publicamente, utilizando
a argumentação e as
provas obtidas no trabalho
experimental.

Entretanto, não basta compor uma mensagem com boa argumentação.


É preciso também saber expressar-se verbalmente (pela fala) para que o objetivo
da comunicação seja alcançado. É por isso que, além de argumentação, nesta
aula estudaremos expressão oral.
Persuasão e argumentação
254
...a linguagem é o instrumento graças ao qual o homem modela seus
e-Tec Brasil – Redação e Expressão Oral

pensamentos, seus sentimentos, suas emoções, seus esforços, sua


vontade, seus atos, o instrumento graças ao qual ele influencia e é
influenciado, a base mais profunda da sociedade humana.

(Louis Hjelmslev – linguista dinamarquês)

Como vimos na primeira aula de Redação e Expressão Oral, é a linguagem


que proporciona ao ser humano a realização social, pois, por meio dos textos
(verbais ou não-verbais), interagimos com outras pessoas.
Se, quando falamos (ou escrevemos), temos uma determinada intenção, ou

INTERLOCUTOR seja, objetivos, é necessário que convençamos o INTERLOCUTOR a atuar conforme


Aquele que fala nosso propósito. Para isso, além de utilizar as características de um bom texto
com outro. argumentativo (que veremos a seguir), é importante que compartilhemos o
mesmo código (ou seja, o mesmo sistema lingüístico) nos textos, nas palavras,
nas combinações e nos argumentos.

Persuadir é buscar a adesão do interlocutor para um determinado ponto


de vista, é tentar convencê-lo de alguma coisa. A base da persuasão é a
argumentação.
Nesta aula, utilizaremos muito os conceitos dos elementos do processo
255
comunicativo, que já foram estudados nas aulas anteriores. Para que você os
recorde, observe o esquema a seguir:

AULA 11 – Argumentação e expressão oral


Emissor Mensagem Receptor

Código

Canal de
comunicação

Figura 11.1: Um emissor transmite uma mensagem a um receptor


por meio de um código lingüístico, sobre um determinado referente
(contexto relacionado ao emissor e ao receptor). Para essa
transmissão, utiliza-se um canal (ou meio) de comunicação.

A argumentação é baseada na defesa de pontos de vista ou na contestação


de um fato e na consideração de contestações e perspectivas alternativas,
com o objetivo de aumentar – ou reduzir – a aceitação dos pontos de vista em
questão.
O que importa na argumentação é persuadir o receptor. Para que isso seja
alcançado, o enunciador deve utilizar um recurso eficaz: tentar se identificar
ou se colocar no lugar do receptor para que a mensagem se torne confiável
para ele.
Isso é possível por meio da apresentação da mensagem, do produto ou do
serviço e também pelo uso de uma linguagem adaptada ao receptor, ou seja,
uma linguagem que possa ser entendida e que desperte o interesse.
O argumento deve vir formado por uma opinião resultante de um raciocínio
lógico seguida por um elemento que lhe dá suporte: a justificativa. Esta, por
sua vez, deve ser adequada ao interesse e à expectativa do interlocutor, pois,
sem a noção do outro como alvo, a argumentação perde a força.
Características de um texto argumentativo
256
e-Tec Brasil – Redação e Expressão Oral

Kriss Szkurlatowski
Fonte: www.sxc.hu

O texto, para ser bem argumentado, antes de tudo, deve possuir:


• clareza na transmissão de idéias;
• concisão e
• coerência.

Um bom esquema para se construir um texto argumentativo é o seguinte:


1. O primeiro parágrafo deve ser curto, deixando clara a idéia sobre a qual
se discute.
2. O desenvolvimento do restante do texto deve mostrar a opinião da
pessoa que o escreve, com argumentos convincentes e verdadeiros,
além de elementos que exemplifiquem a situação e a aplicabilidade
dos argumentos. O desenvolvimento deve conter justificativas sobre a
importância e a relevância das idéias, assim como opiniões e exemplos.
3. Por fim, o texto deve ser concluído com um parágrafo que responda ao
primeiro parágrafo, ou simplesmente com a idéia-chave da opinião. É
interessante utilizar palavras e idéias que fixem o que você quer dizer na
mente do receptor e retome a vantagem de se adotar os pensamentos ou
ações propostas.
ATENÇÃO!
257
Não se esqueça: você deve evitar a redundância, a prolixidade,

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os chavões e as frases feitas. Eles só empobrecem o texto!

Para relembrar:
• Redundância – utilização (repetição) de palavras desne-
cessárias, o mesmo que pleonasmo, como, por exemplo, elo de
ligação, há 2 semanas atrás, ganhar de graça etc.
• Prolixidade – repetição de informações já sabidas. Consiste
em informações inúteis, uma vez que o destinatário já as
conhece ou você já as falou.
• Chavões e frases feitas – frases que não transmitem
nada de especial; só empobrecem o texto. São os ditados
populares (por exemplo: “se conselho fosse bom, ninguém
daria; venderia”), idéias “batidas”, expressões “surradas” (por
exemplo: frio glacial; mera coincidência; condição sine qua non;
num futuro próximo...).

Quanto às características gerais de um texto argumentativo, podemos


enumerar algumas:
1. Utilização de palavras que nomeiam idéias e conceitos: você deve
se remeter a conceitos genéricos que indiquem estado, ações e
qualidades, mas sempre exemplificando o que quer dizer.
Exemplos: trabalho, dever, direito, capacidade, solidariedade, retribuição,
satisfação, respeito.
2. Atemporalidade: os textos argumentativos não apresentam temporalidade,
mesmo que você utilize exemplos com datas. Por isso, na maior parte da
redação, utilize verbos no presente (preferencialmente do modo indicativo).
Exemplos: é, depende, falta, faz, tem, possui, comete, retribui, respeita.
3. Encadeamento de idéias: a seqüência dos enunciados, em vez de
cronológica (você viu que no texto argumentativo existe atemporalidade),
é composta por elementos de causa, conseqüência, conclusão,
oposição e exemplos ilustrativos. Sendo assim, você deve usar os
conectivos (porque, mas, portanto, no entanto, porém, contudo, assim,
além disto, por isto, pois etc.) para “amarrar” as idéias.
Exemplo: Como as coisas não iam bem, mudamo-nos para a capital; afinal,
258 lá existem mais oportunidades de emprego, que era o que precisávamos,
pois o dinheiro estava escasso.
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4. Utilização de palavras e expressões introdutórias: a função desses


operadores é introduzir variados tipos de argumentos. No texto, as
conjunções estabelecem a ligação e o nexo entre os enunciados, de modo
a orientar o interlocutor a determinadas conclusões.
Exemplos: Portanto...; Porém...; Sendo assim...; Desta forma...; Entretanto...
etc.
5. Linguagem: sóbria e denotativa (apresentar as palavras em seu sentido
básico, tal como aparecem no dicionário).
6. Quando usar uma figura de linguagem, utilize-a como um instrumento a mais
para a defesa de determinada idéia, não como ornamento.
Exemplo: “A área do desmatamento equivale a trinta maracanãs.” (metáfora
com o objetivo de dar a dimensão da “área do desmatamento”, não de
enfeitar o discurso).
7. Orações: dê preferência à ordem direta (na seqüência sujeito – verbo
– complemento) e não faça rodeios. Vença o leitor ou ouvinte pela força
dos argumentos, e não pelo cansaço.
Exemplo: em vez de escrever “Nesse momento, aproximaram-se os
operários (ordem inversa), escreva “Os operários aproximaram-se nesse
momento” (ordem direta).
8. Dê preferência aos verbos na terceira pessoa (conjugados em ele, eles),
como forma de eliminar a situação “eu versus o outro” e “eu versus tu/você”.
Isso deixa o texto mais objetivo.
Exemplo:
Com efeito, o passar do tempo está a mostrar a participação ativa das
mulheres em inúmeras atividades. Até nas áreas antes exclusivamente
masculinas elas estão presentes, inclusive em posições de comando. Estão
no comércio, nas indústrias, predominam no magistério e destacam-se
nas artes. No tocante à economia e à política, a cada dia que passa,
estão vencendo obstáculos, preconceitos e ocupando mais espaços.
(A posição social da mulher de hoje. Fonte: http://www.graudez.com.br/
redacao/ch05.html.)
9. É importante, em um texto argumentativo, não ficar “em cima do muro”:
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exponha seu ponto de vista, de forma clara, concisa, coerente. E não se
esqueça da adequação vocabular!

AULA 11 – Argumentação e expressão oral


Essas são as características que um bom texto argumentativo deve possuir
e que também podem estar presentes na expressão oral.
Vamos aprender a usar a argumentação em textos falados?

ATENÇÃO!

O mito da objetividade e da imparcialidade


Quando vamos escrever um texto, por mais que tentemos
ser objetivos, impessoais e parciais, não conseguimos. Sabe
por quê? Ao escolher o tema sobre o qual você vai escrever,
assim como selecionar as informações a serem usadas e a
disposição delas no texto, você coloca em prática sua opinião,
sua ideologia.
Neste sentido, tenha em mente essas considerações também
ao ler um texto escrito por outra pessoa.
Até mesmo a demonstração de uma fórmula ou teorema
matemático não é feita de forma impessoal: cada expositor
demonstra à sua própria maneira. Ou seja, os caminhos
escolhidos para se chegar ao mesmo ponto revelam o estilo
de cada autor.
Por trás de um texto, escrito ou falado, há sempre alguém
escrevendo com determinadas intenções, segundo os valores
que possui e seu modo de ler e interpretar o mundo.
260 ATIVIDADE 1 – ATENDE AO OBJETIVO 1
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Marque V nas afirmativas corretas e F nas falsas:


1. ( ) O argumento independe de fatos ou informações que o
justifiquem, pois ele já é automaticamente concreto só por ser utilizado.
2. ( ) Quanto mais complexa e difícil for a linguagem, melhor; afinal,
isso atribui maior credibilidade ao argumento.
3. ( ) Um bom argumento é dotado de clareza, concisão e coerência.
4. ( ) Deve-se evitar: prolixidade, chavões, frases feitas e redundância.
5. ( ) Para que um argumento seja bom, não é preciso escrever
corretamente.
6. ( ) A persuasão é o resultado de uma boa argumentação.

Expressão oral

Bartlomiej Stroinski

Fonte: www.sxc.hu

A expressão oral é uma das formas pelas quais se opera a transmissão de idéias.
É também a forma em que as pessoas mais erram em termos de eficiência da
comunicação. Trata-se da mensagem falada.
Um importante componente da expressão oral é a dicção. Vamos conhecê-la?
Dicção
261
A dicção consiste na maneira de falar e na articulação e MODULAÇÃO da voz. MODULAÇÃO

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Possuir dicção correta ajuda na eficiência da argumentação (pois o orador Transição ou passagem
de um tom ou modo de
será bem compreendido), cansa menos os ouvintes e melhora a imagem do
voz para outro; melodia ou
orador perante seus interlocutores. variação da voz.
É importante ter uma boa dicção; afinal, os ouvintes associam a má
expressão oral a uma formação cultural deficiente ou a uma inferioridade
intelectual. Conseqüentemente, esta pessoa terá problemas com a sua
argumentação, pois encontrará barreiras à persuasão do interlocutor.

Erros comuns de dicção e vícios da linguagem

Os erros de dicção são decorrentes de troca e omissão de letras.


Veja alguns exemplos:

a. troca de “pr” por “p + vogal” e de “r por l”.


Exemplo: “problema” por “pobrema”

b. omissão do “r” final ou vogal final.


Exemplo: em vez de “vou buscar”, “vô buscá”.

c. supressão de vogais internas:


Exemplo: “leiteiro” por “leitero”.

d. erro de colocação de consoantes.


Exemplo: “iogurte” por “iorgute”.

e. troca de consoantes.
Exemplo: Salsicha por “chalchicha”.

Alguns erros de dicção também podem ocorrer por:


• Deixar a língua entre os dentes e, o que é pior, quase cuspir ao falar.
• Cerrar o maxilar inferior, não permitindo a abertura da boca.
• Manter os lábios relaxados ou contraídos demais, não desenhando a
palavra.
• Falar rápido demais, sem respeitar o ritmo e a pausa.
• Falar baixo demais.
• Falar alto demais.
• Não dar ênfase no final das palavras.
Os vícios de linguagem são as palavras usadas em linguagem coloquial
262 que prejudicam a mensagem e podem comprometer a imagem de quem fala.
Alguns deles já foram discutidos, mas vamos relembrá-los:
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• Palavrão ou gíria: O uso de tal “recurso” apenas diminui o respeito e a


credibilidade em relação ao orador. Mesmo que você queira usá-los como
forma de se aproximar de um público-alvo que possui esse vício, acredite:
você perderá em persuasão e ainda comprometerá sua imagem.

• Cacofonia: Trata-se de uma construção frasal de má sonoridade.


Exemplos: “... um por cada...”, “... na boca dela”, “... gosto da cor vinho”, “...
da vez passada”, “O Sr. Oscar Neiro irritou-se por ver na boca dela a cor
vinho na vez passada”.
• Pleonasmo: É a redundância dos termos.
263
Exemplos: “subir para cima”, “descer para baixo”.

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• Chavões: O uso de chavões serve apenas como indicativo da falta de
preparo do orador. É necessário evitá-los ao máximo.
Exemplo: “...a vida é uma caixinha de surpresas...”
Falando em público
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Fonte: www.sxc.hu

Há pessoas que nasceram com o dom da oratória e, na hora de falar em


público, dão um show. Outras pessoas costumam sentir uma certa insegurança
nesses momentos.
Para que falar em público não seja, para você, motivo de estresse e pânico,
é preciso, antes de tudo, estar bem preparado, pois, assim, terá mais segurança
e mais chances de se sair bem. Afinal, a boa oratória é uma característica que
pode ser trabalhada e dominada.
A primeira coisa que você tem que saber é que é preciso simplificar. Se,
em um texto escrito, é necessário clareza e um certo grau de simplicidade para
que ele seja entendido, imagine na fala!
No final das contas, quanto menos se improvisar, melhor! O ideal é planejar
– ou até mesmo escrever – o que se pretende falar. Afinal, como dizem os
especialistas, a fala vazia para ocupar o tempo é sempre desastrosa.
Sendo assim, seguem algumas dicas para que você se saia bem ao falar
em público e participar de reuniões ou entrevistas.
Expresse-se!
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Fonte: www.sxc.hu

A maior dificuldade que as pessoas encontram no momento de expressão


oral é a falta de domínio do assunto. Portanto, a primeira e mais importante
dica é se preparar e possuir bastantes conhecimentos sobre o assunto a ser
abordado.
Você precisa dominar o tema sobre o qual irá falar, pois, além de evitar a
transmissão de informações erradas, você se sentirá mais seguro.
Cumprida essa etapa, você pode se sair bem seguindo mais algumas dicas:
1. Planeje-se
Essa dica inclui o domínio do assunto a ser exposto, o que é fundamental.
Afinal, nada é pior do que demonstrar insegurança e desinformação a respeito
do que está sendo falado. Por isso, antes de expor suas idéias, leia a respeito do
assunto, pesquise as novidades e, se possível, converse com pessoas da área.
Além disso, sua apresentação dele levar em conta outros aspectos:
• Quem é o público-alvo? Tendo essa informação, você pode se
programar, planejando as principais informações a serem transmitidas,
a linguagem a ser usada e os melhores exemplos ilustrativos para o
que se está apresentando. Além disso, é importante saber o nível de
conhecimento dos ouvintes, de forma a definir como se expressar e ser
entendido por todos.
• Durante quanto tempo você poderá falar? Sabendo isso, você pode
planejar o quanto irá falar e o que deve priorizar em seu texto.
• Quais são as expectativas dos ouvintes? Tendo isto em mente, será
mais fácil corresponder ou superar o que se espera de você.
• Que mensagem você pretende passar para o público? Logo no início,
266 deixe claros seus objetivos (justificando-os) e demonstre a importância
do assunto sobre o qual irá falar.
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2. Capriche na introdução
Para conquistar a simpatia dos ouvintes, inicie fazendo alguns elogios
sinceros e apresente-se demonstrando de forma gentil como está envolvido
com aquele ambiente e com o tema que pretende desenvolver. Para conquistar
a atenção logo nos primeiros momentos, use uma frase de impacto, conte uma
pequena história, levante uma reflexão ou mostre os benefícios que o público
terá com o tema. Mas tome cuidado para não usar chavões e frases feitas!
Evite iniciar a fala dando sua opinião sobre assuntos que possam contrariar
os ouvintes. Comece concordando com os pontos comuns e, depois de
quebrar as resistências, manifeste sua forma de pensar.

3. Seja natural
A naturalidade será uma grande aliada caso você perceba que cometeu
alguma falha ou “se der branco” na hora da fala. Nesses casos, se você estiver
à vontade e for natural, é possível que ninguém perceba. Relembre seu último
argumento e passe para o tópico seguinte.
Por isso, não use palavras difíceis ou que não façam parte do seu cotidiano.
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Demonstre tranqüilidade, pois nada é pior do que um apresentador nervoso.

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4. Simplifique
Você precisa ter domínio sobre o assunto que irá apresentar, mas nada
de tornar o conteúdo do seu texto demasiado complexo! É preciso fazer a
informação ficar o mais simples possível, de forma a atingir o maior número de
pessoas.
No entanto, obviamente, isso não se aplica às apresentações formais e
acadêmicas que, na maioria das vezes, têm, naturalmente, um conteúdo denso
e complexo.

5. Seja convincente
Mostre o assunto que pretende desenvolver, o problema que deseja
solucionar e como fazê-lo. Sabendo isso, os ouvintes acompanharão com
maior facilidade sua exposição.

6. Capriche no encerramento
Em uma ou duas frases, comente o assunto abordado e termine fazendo
com que os ouvintes reflitam ou ajam de acordo com sua mensagem (e sua
intenção). É nesse momento que você tem a possibilidade de mostrar sua
opinião e sua expectativa, de modo a concluir o raciocínio.

ATIVIDADE 2 – ATENDE AO OBJETIVO 2

As frases a seguir foram preparadas para serem ditas em um texto


que será lido pelo autor. Nelas, identifique o que prejudica a argu-
mentação (e a credibilidade):

1. A dissonância cognitiva torna relativa a valoração do receptor.


Problema:

2. Ele nunca ganhou uma eleição.


Problema:
268 3. Este é um problema que atinge a América Latina há muitas décadas,
sacou?
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Problema:

4. Pela importância do documento, sugerimos que todos compareçam


pessoalmente.
Problema:

5. No fim, tudo dá certo. Se ainda não deu certo, é porque não chegou
ao final.
Problema:

No final das contas...


Mary Gober

Kati Garner

n Keely
Harriso

Fonte: www.sxc.hu

Nesta aula, você pôde perceber que é essencial o uso de uma linguagem
correta, bons argumentos e nitidez na fala. Possuindo esses requisitos, você
ganhará credibilidade em tudo o que fizer.
Sabendo estruturar um texto, escrevendo corretamente as palavras e as
frases, possuindo bons e adequados argumentos e, ainda por cima, falando
bem, não há quem não consiga boa colocação na vida profissional!
Por isso, lembre-se sempre das aulas de Redação e Expressão Oral.
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Elas podem ajudar (muito) você a ter sucesso. Afinal, na maioria das vezes,
destaca-se em um grupo não necessariamente quem sabe mais, mas aquele

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que se comunica melhor.

Fonte: www.sxc.hu

O curso de Redação e Expressão Oral chega ao fim com esta aula, mas a
“redação” e a “expressão oral” podem sempre ser praticadas levando em conta o
que você aprendeu. Fazendo isso, você não se esquecerá das aulas e melhorará
cada vez mais sua escrita e sua fala. E, daí para a frente, é só sucesso!

RESUMINDO...

• A argumentação é uma atividade de natureza social e discursiva na


qual indivíduos que expressam pontos de vista divergentes sobre
um tema defendem suas posições com vistas a torná-las aceitáveis
aos seus interlocutores.
• A argumentação é uma atividade inerentemente dialógica (diálogo
em situações solitárias – como ocorre freqüentemente na escrita
– ou na comunicação verbal entre duas pessoas).
• Persuadir é buscar a adesão do interlocutor para um determinado
ponto de vista, é tentar convencê-lo de alguma coisa, por isso, a
base da persuasão é a argumentação.
270 • As características que um bom texto argumentativo possui são:
adequação vocabular; utilização de palavras que nomeiam idéias
e-Tec Brasil – Redação e Expressão Oral

e conceitos; atemporalidade; encadeamento lógico de idéias;


utilização de palavras e expressões introdutórias; linguagem sóbria
e denotativa; orações em ordem direta; utilização da terceira pessoa
do discurso e posicionamento claro, com opiniões bem definidas.
• A expressão oral é uma forma de comunicação baseada na conversa,
na exposição oral de idéias.
• A dicção consiste na maneira de falar e na articulação e modulação
da voz.
• Possuir boa dicção repercute no alcance da eficiência da argumen-
tação, pois provoca uma boa compreensão do orador pelo ouvinte.
• É importante ter uma boa dicção; afinal, os ouvintes associam a má
expressão oral a uma formação cultural deficiente ou inferioridade
intelectual.
• Os erros de dicção são decorrentes de troca e omissão de letras.
• Os vícios da linguagem (que não devem ser utilizados) são: palavrão
ou gíria; cacofonia; pleonasmo e chavões.
• Para falar bem em público, é necessário, primeiramente, ter domínio
do assunto e saber simplificar. Ou seja, é preciso se planejar.
• Ao planejar um discurso em público, é preciso considerar: quem é o
público-alvo, durante quanto tempo você poderá falar, quais são as
expectativas dos ouvintes e que mensagem deve ser transmitida ao
público.
• Algumas boas dicas para estruturar um texto a ser falado: planeja-
mento, capricho na introdução, naturalidade, linguagem simples,
convencimento e capricho no encerramento.
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RESPOSTAS DAS ATIVIDADES

AULA 11 – Argumentação e expressão oral


Atividade 1
1. (F) O argumento independe de fatos ou informações que o justifiquem,
pois ele já é automaticamente concreto só por ser utilizado.
2. (F) Quanto mais complexa e difícil for a linguagem, melhor; afinal,
isso atribui maior credibilidade ao argumento.
3. (V) Um bom argumento é dotado de clareza, concisão e coerência.
4. (V) Deve-se evitar: prolixidade, chavões, frases feitas e redundância.
5. (F) Para que um argumento seja bom, não é preciso escrever
corretamente.
6. (V) A persuasão é o resultado de uma boa argumentação.

Atividade 2
1. Problema: linguagem complexa
2. Problema: cacofonia (“nunca ganhou”)
3. Problema: utilização de gíria (“sacou”)
4. Problema: pleonasmo (“compareçam pessoalmente”)
5. Problema: chavão

Referências bibliográficas

BARBERO, Heródoto; LIMA, Paulo Rodolfo de. Manual de Radiojornalismo:


produção, ética e internet. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
LEITAO, Selma. Argumentação e desenvolvimento do pensamento reflexivo.
Psicologia: reflexão e crítica. Rio de Janeiro, vol. 20, n. 3, 2007.
MICHELETTI, Camila. Saber falar em público é competência necessária para
todos os profissionais. Disponível em: <http://carreiras.empregos.com.br/
carreira/administracao/ge/sucesso/falar/190704-falar_publico.shtm>. Acesso
em 19 de fev. 2009.
MINADEO, Roberto. Gestão de marketing: fundamentos e aplicações. São
Paulo: Atlas, 2008.
NECHO, Iran P. Moreira. Da expressão oral. Disponível em: <http://
www.mnecho.com/dicascomofalarempublico/expressoral.pdf>. Acesso em 17
Fev. 2009.
PINHEIRO, Regina; LEITAO, Selma. Consciência da “estrutura argumentativa”
272 e produção textual. Psicologia: teoria e pesquisa. Brasília, v. 23, n. 4, dez.
2007.
e-Tec Brasil – Redação e Expressão Oral

TERRA, Ernani; NICOLA, José de. Português de olho no mundo do trabalho.


São Paulo: Scipione, 2008.

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