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DEZALAY, Yves y Bryant G.

Garth (2002), La internacionalización de las luchas


por el poder. La competencia entre abogados y economistas por transformar los
Estados latinoamericanos. Trad. Antonio Barreto. Bogotá: Instituto de Servicios Legales
Alternativos / Universidad Nacional de Colombia.
PRÓLOGO (CÉSAR A. RODRÍGUEZ, P. 06)
Crítica ao monopólio do conhecimento econômico sobre os mercados globais 
Legitimada pois é apresentada por aquele reconhecidos do dito conhecimento
especializado.
Investigação empírico tanto da AL como dos EUA – Análisa os especialistas com os
conhecimentos que legitimam seu status profissional e social e seu papel político.
Objetivo  Examinam a ascensão gradual dos economistas como atores acadêmicos e
pol. dominantes, e da economia como forma hegemônica de entender a realidade social.
 Utilizam da teoria dos campos sociais de Bourdieu – Demonstram como essa
ascensão tem sido produto de uma luta por poder – Esforço p/ mostrar as origens
do paradigma econômico dominante.
O poder acadêmico e pol. do tecnocrata expert ” Figura intelectual suprema da razão
neoliberal” (Bourdieu e Wacquant, 2001).
Estratégia de legitimação que não é exclusiva dos economistas e da economia, mas
também do próprio positivismo jurídico.
Uso de redes internacionais de economistas de elite que circulam entre as entidades
internacionais, a academia e os governos nacionais.
Chaves de leitura.
Análise referente a transição p/ o Estado neoliberal na AL e a consolidação do saber
econômico estadunidense em detrimento da tradição jurídica da corte europeia.
1. Estudo de como se produz e opera a globalização  Quais são os indivíduos, as
instituições, as redes, os governos, as fundações privadas, as ONGs e outros
atores que intervém ativamente na importação e exportação de práticas e
conhecimentos que constituem o fenômeno da globalização.
2. Utilização de redes, conhecimentos e instituições internacionais por parte de
atores políticos  P/ consolidar ou melhorar sua posição na luta pelo poder
estatal.
3. Oferecem uma análise acerca das elites de quatro países (Brasil, Argentina,
México e Chile).
- Este trabalho pode ser interpretado como um aporte da sociologia das elites latino-
americanas  Com o papel em estabelecer e reproduzir o Estado neoliberal.
PRIMEIRA PARTE: AS ESTRATÉGIAS PROFISSIONAIS E DE IMPÉRIO NO
ÂMBITO DO PODER ESTATAL.
INTRODUÇÃO (p. 21).
Os quatro países analisados  Promovem a importação e a exportação do Estado de
Direito  Florescimento de consultores, reconhecidos centros de investigação,
fundações filantrópicas, assim como agências nacionais e transnacionais.
Direito como determinante nas décadas de 60 e 70 na agenda de desenvolvimento
econômico  Movimento do direito e desenvolvimento  Exportação de uma série de
práticas e instituições  Certas pessoas se beneficiaram com esse movimento.
Busca-se desenvolver uma análise social acerca de como o direito se relaciona com o
âmbito do poder e suas transformações e reproduções ao longo do tempo.
Se reconhece que o direito se encontra no núcleo dos processos que estruturam,
constroem e reproduzem o campo do poder.
As faculdades de direito ocupam um lugar central na reprodução do conhecimento, na
dinâmica das elites governamentais e nas hierarquias estabelecidas entre as elites e as
técnicas dos conhecimentos especializados.
Ao longo do século XX, os brasileiros voltaram sua visão aos artigos provenientes do
exterior, mas somente lograriam a importar aqueles insumos que se encaixam
adequadamente com suas estratégias locais.
O êxito do processo de importação se encontrava inevitavelmente ligado as lutas
domésticas pelo poder e a competência internacional p/ exportar técnicas e
conhecimentos estatais.
Exame acerca da combinação de forças internas e externas  Aquelas impulsionadas
nacional e internacionalmente.
Direito sempre tem sido o veículo através do qual são conduzidas as políticas coloniais.
A permanência das elites através do tempo tem sido legitimada e construída através de
modelos tomados do exterior.
A educação europeia reforçou os laços próprios do colonialismo ainda quando a sua vez
facilitou as bases p/ desafiar o colonialismo.
Esta relação de tipo colonial continua existindo, mas o poder relativo da Europa tem
diminuído.
Como no passado, os poderes globais líderes, incluindo os EUA, tendem a exportar não
apenas produtos e enfoques específicos, mas também suas lutas internas, assim como
estratégias respectivas p/ afrontá-las (Exemplo: Estratégia dos EUA durante a GF).
Estratégia dos EUA durante a GF  Envolviam dimensões acadêmicas e ideológicas
(Programas da USAID e da Fundação Ford)  Estes programas de exportação, têm tido
uma forte influência em recentes transformações na AL.
Múltiplas dimensões explicativas que incluem aspectos nacionais e internacionais.
Período da SGM (explorada nesse texto) cobre uma extensa transição que vais desde
Estados poderosos centrados no desenvolvimento econ. até Estados que se encontram
organizados fundamentalmente de acordo com pol. neoliberais.
Conceito de estratégias internacionais  Proporciona os meios p/ estudar as relações
entre as correntes globais e as transformações estatais.
- As estratégias internacionais aludem como os atores nacionais buscam utilizar o
capital estrangeiro  Podendo tomar forma de recursos, formações acadêmicas,
contatos, legitimidade, técnicas e conhecimentos especializados.
Exemplo de estratégia internacional  Chicago Boys no Chile/ Universidade de
Chicago.
Justificação prática é que as relações internacionais são a porta de entrada de qualquer
que pretenda estudar assuntos relacionados com as transformações dos Estados.
Os produtos do trabalho intelectual necessariamente levam a lutas sobre o campo do
poder estatal  As estratégias internacionais são frequentemente estratégias
aprendidas.
Capital acadêmico na forma de artigos e livros como uma espécie de moeda que pode
ser utilizada p/ validar as credenciais daqueles que tratam de inverter no cenário
internacional.
Conhecimento funciona como uma arma de competência internacional.
Vários aspectos das relações internacionais e do conhecimento ao redor delas se
orientam a batalhas que tem lugar nas imediações dos Estados.
Existe a tentação de descontextualizar as estratégias internacionais ao explicá-las de
acordo com categorias como “as comunidades epistêmicas” ou “as redes multilaterais
de promoção de causa sociais”, as quais destacam unicamente o caráter internacional
dos atores envolvidos.
Por exemplo, ao indagar o modo como os economistas do sul aceitaram o enfoque
estadunidense sobre a transformação da economia, se ignora o processo de construção
das preferências das elites dos EUA.
É impossível analisar os exportadores e importadores se não se leva em conta como
suas estratégias são precisadas ou modeladas por suas posições nos cenários nacionais
do Norte como do Sul.
O enfoque próprio das estratégias internacionais permite a compreensão da construção e
da redefinição do Estado, assim como dos processos hegemônicos.
As estratégias internacionais, tendem a estar no extremo determinadas por fatores de
classe.
Quem empreende este tipo de estratégia geralmente são pessoas que contam com certos
recursos herdados, assim como a disposição de levar vantagem das oportunidades no
estrangeiro.
É importante questionar-se  Quem obtém formação especializada nos EUA, quem
é enviado nas conferências internacionais chave e em geral quem fala em
representação do Sul no Norte (e o contrário também).
Essa investigação pretende – Contribuir ao explicar como o campo do poder estatal tem
sido reproduzido e transformado nas décadas subsequentes da SGM.
CAPÍTULO 2 (p. 39).
Objeto de estudo  Campo de poder e as transformações do poder e as transformações
no Estado e na economia - Estado desenvolvimentistas (déc. 60)  Democracias
neoliberais.
Países latino-americanos são controlados pelos governos mais poderosos do Norte 
Nexos com padrões cambiantes de dominação e hegemonia.
Os atores orientados em direção a economia criada nos EUA parecem ser muito mais
homogêneos.
Hegemonia global dos Estados Unidos  Exportação de um conhecimento
especializado específico cujos germes se criaram ao redor da economia de Chicago.
Questão da homogeneidade  Exportadores e importadores/ Campo de poder local e
internacional.
Novos especialistas que guardam bastante semelhanças em diferentes países  Ainda
que sejam produtos de trajetórias particulares enraizadas em diversas estruturas e
histórias nacionais.
Atores dentro destes contextos locais  Necessariamente seguem trajetórias diversas.
Os políticos e advogados prestantes (p. 44).
Padrão clássico  Representado aqui por Brasil e Chile: Dominação dos advogados
prestantes dedicados a política  Este padrão clássico perdura no Brasil até a década de
60.
Direito e a educação jurídica  Contribuíram p/ a reprodução do capital social das
famílias dominantes.
Legitimidade foi produzida no Brasil através do capital acadêmico internacional 
Geralmente adquirido mediante doutorado.
Papel do direito serviu p/ reproduzir a hierarquia internacional dos Estados, assim como
o processo Norte-Sul de importação e exportação.
Aqueles que podem elevar-se mais além de uma profissão requer certo capital social
assim como de relações.
O fortalecimento social e institucional manteve o direito e a educação jurídica em uma
posição estática e conservadora.
Primordialmente o direito serviu de instrumento da elite governante p/ manter em torno
de seu capital social e nível de relações.
Acadêmicos pertencentes a diversas disciplinas têm denunciado padrões de perpetuação
de uma elite brasileira que inibiu a mudança social e a modernização nas décadas dos
anos 60-70.
Novos potenciais recipientes formaram alianças acadêmicas e profissionais
internacionais, em parte p/ ganhar terreno nessas lutas domésticas pelo poder.
Tamanho e a diversidade da elite brasileira nos leva a pensar que a mesma não é
somente bastante competitiva, mas também que seus sujeitos teriam incentivos p/
utilizar e mobilizar qualquer tipo de recurso ou capital (acadêmico ou internacional).
Caso Chileno  Representação da elite rural – Manejo e a reprodução da elite tendo
como seu centro das faculdades tradicionais de direito.
Arturo Alessandri (Presidente do Chile, 1920 a 1924)  Um dos muitos presidentes
graduados na Faculdade de Direito da Universidade do Chile.
O padrão clássico não requer que todos os políticos foram graduados em direito, mas
que este facilitava a rede chave de relações.
Argentina: A competência entre elites cosmopolitas sem Estado (p. 51).
Estabilidade das instituições e das famílias do Brasil e Chile contrasta com a situação da
Argentina.
Argentina  Tem se apoiado por bastante tempo em estratégias internacionais e
também nacionais p/ obter apoio político  Aqueles que acumularam capital
internacional.
Debilidade institucional do Estado argentino relacionada a diversos fatores:
Sempre têm existido uma forte influência do cenário internacional na Argentina.
Parte da legitimação de um sistema baseado no clientelismo e em conexões familiares
provinda do direito e das universidades.
A combinação de um conjunto de instituições estatais débeis criou um acesso fácil ao
capital estrangeiro criou um círculo fechado.
Buenos Aires implementou um forte conjunto de instituições p/ investimentos
estrangeiros, incluindo uma série de companhias de advogados enfocados para o
exterior.
Trajetória de Raúl Prebish – Descendente da tradicional elite Argentina:
Trabalhou na Sociedade Rural (identificada com a elite), foi membro do governo
conservador do general José Uriburu; ajudou na criação do Banco Central (diretor,
1935-1943).
Mesmo sendo economista, ocupou posições semelhantes as da elite jurídica  Manteve
um enfoque bastante orientado p/ o internacional.
Com a ascensão de Perón (1946) – Prebish e todos que trabalhavam com ele foram
excluídos do governo e inclusive as universidades.
Prebish foi então p/ o Chile p/ ser secretário executivo da CEPAL  Ele foi fortemente
influente em promover a ideia do desenvolvimento econômico através da subst. de
importações.
Quando Perón foi derrubado pelos militares em 1955, Prebish se converteu em
conselheiro do governo.
Os Chicago boys envolvidos na roupagem da democracia (p. 59).
Os políticos advogados podem ser contrastados com a nova geração de economistas que
converteram a democracia  Conexão destes agentes com os EUA.
É fácil encontrar nos quatro países analisados economistas que falam o mesmo idioma,
tem experiências educativas similares, se conhecem um com outro e enfocam os
problemas da economia e o Estado desde uma perspectiva idêntica.
Estes sujeitos se encontram muito mais estritamente conectados aos Estados Unidos que
os advogados cosmopolitas ao continente europeu.
A homogeneidade progressiva não deve obscurecer as diferenças importantes ou as
limitações do caso particular com uma das claves p/ explicar as transformações estatais.
Utilização do doutorado nos EUA como medida universal p/ obter credibilidade na
trajetória profissional (Exemplo de Pedro Aspe).
Educação de Aspe no estrangeiro não apenas serviu p/ identifica-lo como alguém
sobressaliente que contava com um conhecimento especializado internacionalmente
reconhecido.
Mas também lhe ajudou a formar parte de uma rede internacional de contatos que
robusteceu seu perfil caracterizado pela especialidade.
Modelos contrapostos.
P/ ter legitimidade e credibilidade como economistas, devem obter um doutorado nos
EUA, realizar publicações em revistas de impacto internacional (particularmente em
inglês publicadas nos EUA).
Este mercado é hierárquico: Os enfoques econômicos da periferia – Longe do centro
localizado no Norte – Requerem obter validação no Norte antes de que os políticos
tecnocratas cheguem a assumir a sério.
Também existem continuidades entre as gerações das elites estatais.
O capital social é extremamente importante p/ determinar quem será capaz de obter
uma formação avançada nos EUA p/ logo participar em redes transnacionais.
CAPÍTULO 3 (p. 61).
Este libro busca mostrar as relações – especialmente as do Norte com o Sul  Lutas
locais por poder.
Estratégias acadêmicas cosmopolitas no Estado e em seus arredores (p. 62).
Ideia básica consiste em: As importações e exportações das técnicas e conhecimentos
especializados predominantes nos EUA são moldados de acordo com os eventos e
agendas nacionais.
Tais eventos determinam a posição que detém os importadores dentro do âmbito do
poder estatal  Ressalta-se a importância de diversos choques: novos Estados, golpes
militares e novos governos pós-autoritários  Transformam a posição dos importadores
e dos exportadores.
Uma diferença determinante consiste no grau de homogeneidade dentro das elites dos
diversos países  Tendo a ver com o tamanho, mas sobretudo com a história.
As elites argentinas e mexicanas são muito menos homogêneas que as do Brasil e Chile
 A elite brasileira se encontra muito mais diversificada que a Chilena.
Outra grande diferença encontra-se relacionada aos veículos e instituições que servem
p/ a produção e reprodução de técnicas e conhecimentos especializados estatais.
Tais fatores são cruciais, pois as batalhas sobre o Estado são lutadas em termos
simbólicos (Ex: Fundação Ford).
As estratégias internacionais podem oferecer uma oportunidade para que uma elite
excluída (ou grupo aspirante) montar uma contraofensiva.
O grupo pode utilizar crenças internacionais, técnicas e conhecimentos especializados,
assim como conexões p/ que o capital possa ser revertido nos cenários públicos
domésticos.
As estratégias internacionais podem conduzir a novas oportunidades que em últimas
implicam a transformações estatais.
As lutas internacionalizadas pelo poder são também desafios a hegemonia de elites
estatais tradicionais.
Um New Deal de tipo bélico e reacionário (p. 63).
A elite brasileira e chilena caracteriza-se por uma hegemonia - Em todo momento
relativamente frágil e amenizada – de um grupo mais ou menos pequeno, o qual
controlava os ativos do Estado, setor privado e a academia.
As pessoas pertencentes aos grupos relativamente excluídos puderam desenvolver
novos conhecimento p/ aplicar no Estado.
Posterior a SGM existiu uma considerável inversão por parte dos EUA p/ reformar a
educação latino-americana  Tal reforma, contou com o apoio de entidades
governamentais e das fundações filantrópicas mais importantes.
Em nome da modernização e do desenvolvimento econômico  deu-se ênfase ao
desenvolvimento de disciplinas especializadas.
Possibilidade de que indivíduos pudessem estudar no exterior – Grupos que não
contavam com o capital familiar e social.
Estes programas pretendiam assegurar aliados, assim como lutar contra o comunismo.
As estratégias internacionais no contexto da GF, serviu como fatores que precipitaram
grandes crises de Estado nestes países  Os militares endureceram sua posição com
respeito aqueles identificados com a esquerda.
Ambas as intervenções militares (no Brasil e no Chile) – Foram realizadas em nome da
GF, protegeram a propriedade privada de velha elite, mas os novos grupos no poder
tiveram pouco respeito pelas oligarquias que haviam governado o Estado em nome do
direito.
No Chile, o poder militar se aliou com os Chicago Boys, que responderam com uma
agenda que colocava os advogados e o direito em uma posição relativamente marginal.
Agentes intermediários como políticos oportunistas (p. 67).
As elites que são relativamente privilegiadas, mas que mantém posição frágil frente ao
Estado  São muito mais cosmopolitas que seus oponentes bem conectados com o
Estado.
As diferenças evidenciadas entre as elites analisadas, foram tidas em conta pelos
programas estadunidenses dirigidos na AL.
Brasil/Chile – Outorgou-se uma forte ênfase nos recursos do exterior, sendo refletido
em especial na inversão estadunidenses bastante visível na educação e no conhecimento.
Na Argentina, o capital estrangeiro tem sido manipulável e disponível de maneira fácil.
Os principais canais estabelecidos na Argentina – As firmas de advogados dedicados ao
direito empresarial e os centros de investigação privados (Think tanks)  Se encontram
orientados caracteristicamente para os EUA.
Estas instituições foram criadas na Argentina e posteriormente foram reforçadas com
conexões e inversões estrangeiras.
A estrutura familiar subjacente as firmas lhes permitiram acumular riqueza e perpetuar-
se com o transcurso do tempo.
Família Di Tella procedia da mesma forma que a família Rockfeller nos EUA ao
final do séc. XIX e início do séc. XX  Adquirindo legitimidade mediante instituições.
Os economistas começaram a investir mais no Estado, inclusive na supremacia do
direito, buscando assim legitimar suas próprias posições dentro do Estado.
Dolarização assimétrica (p. 75).
Técnicas e conhecimentos especializados: Direito e economia, o desenvolvimentismo e
o neoliberalismo.
O processo de abertura dos mercados é facilitado pelos choques e novos acordos,
incluindo golpes militares, o descenso dos regimes militares.
Arqueologia dos novos universais hegemônicos, explicação determinante provêm de
uma perspectiva que se centra nas alianças entre o Norte e o Sul.
A dolarização da economia (p. 76).
A primeira geração de economistas depois da SGM, estava estritamente ligada com o
estabelecimento dos advogados nos EUA e na AL.
O Consenso de Washington foi realizado tanto no Sul como no Norte com base na
similitude estrutural da posição de um grupo de economistas que se encontravam fora
do estabelecimento.
Os primeiros economistas da Universidade de Chicago, careciam de capital social e de
conexões  Conformaram alianças com um grupo de republicanos conservadores,
com como pessoas de negócios.
Nos anos 50 os economistas de Chicago concentraram seus esforços no campo
internacional, quando a economia do modelo neoliberal ainda era relativamente débil
nos EUA.
Liderados por Arnold Harberger (Universidade de Chicago) tiraram proveito da USAID
e de fundações filantrópicas, p/ investir em potenciais instituições afins do Sul (Ex:
Universidade Católica de Santiago de Chile).
Eles utilizaram seus conhecimentos em economia matemática e seus vínculos com os
meios de comunicação chilenos.
O paralelo entre a Universidade de Chicago e a de Santiago criou uma modalidade de
importações e exportações, a qual ajudou a construir a credibilidade do emergente
consenso de Washington.
Muitos indivíduos adentraram suas carreiras nos EUA, contribuindo assim com a fuga
de cérebros desde o Sul para o Norte.
Uma vez que os economistas formados com o modelo de Chicago ascenderam a
posições de poder no Norte e no Sul, ambas partes- junto com organizações financeiras
internacionais radicadas em Washington.
O campo transnacional começou a legitimar e a conservar o poder assim conquistado.
Os economistas agora veem o direito como um meio p/ legitimar e preservar as políticas
que foram adotadas nas décadas de 70 e 80, assim como seus lugares no poder.
A hibridização do direito nos negócios (p. 80).
Henry Holland (Ex-Assistente do Secretario de Estado norte-americano p/ os assuntos
da AL) utilizou suas conexões no México p/ dar via a nova firma de advogados de
Baker e Botts.
As posições estruturais das firmas de advogados de negócio do Norte como do Sul
encaixam bastante bem  A aliança demonstrou ser um vínculo entre o capital social
da AL e o capital jurídico do Norte.
Governo assimétrico (p. 91).
Economistas da elite são habilitados p/ adentrar suas carreiras profissionais localmente
com base em uma credibilidade forjada no mercado internacional das técnicas e
conhecimentos especializados radicado nos EUA.
Legitimam sua superioridade sobre os economistas de seu país de origem ao recorrer
aos conhecimentos mais recentes sobre economia elaborados nas universidades do
Norte.
Cada um destes campos internacionais (economia, direito dos negócios e os DHs) se
encontram dominados pelos EUA e seus mecanismos de legitimação das suas técnicas e
conhecimentos especializados.
CAPÍTULO 5 (p. 116).
Chicago Boys – Pequeno núcleo de intelectuais modestos que chegaram a colocar-se
(junto com suas ideias) no centro do campo de poder estatal e da economia acadêmica.
Logo depois de concentrar seus esforços no terreno cientifico, Friedman empreendeu
sua luta na arena pública  Criando uma aliança com forças conservadoras.
Supremacia do conhecimento econômico (Klamer e Colander, 1990).
Universidade de Chicago se converteu no símbolo da nova ideologia de mercado 
Principal campo de treinamento p/ os economistas ganhadores do Prêmio Nobel.
- Papel fundamental na reconstrução deste campo de conhecimento relativamente novo,
assim como do campo de poder do Estado.
Este grupo não podia recorrer a conexões sociais e a recursos familiares, já que não
gozavam de nenhum deles.
Dedicação a matemática é uma estratégia de valorização simbólica bastante útil p/
afirmar a legitimidade de um novo campo de conhecimento (Porter, 1995).
Organizações consultoras como: Rand ou Brookings – Se desenvolveram mantendo
uma estreita conexão com as instituições estatais.
- Usaram especialistas que lograram aplicar cálculos econômicos p/ a afinação da
economia  Nova ideologia de desempenho efetivo e racional – Simbolizado por
McNamara (Dpto. de Defesa).
A economia matemática representa uma rota atrativa p/ a integração de estudantes
internacionais nos EUA.
A ciência econômica é a ciência estadunidense  Assim é o produto de vitrine do
sonho americano
 O qual se converte em um instrumento p/ a difusão do modelo que privilegia os
mercados de competência como uma base quase exclusiva na edificação das
diversas hierarquias e solidariedades sociais, incluindo aquelas que tomam parte
no campo da economia sofisticada.
Os matemáticos no serviço das instâncias financeiras (p. 121).
As oportunidades se multiplicaram com a abertura da instituição Chicago Board
Options Exchange (1973).
 Logo se expandiram ainda mais nas décadas de internacionalização e
reestruturação dos mercados financeiros globais.
Estes empresários acadêmicos também adentraram em um processo mais geral de
fechamento entre os conhecimentos de economia e o mundo dos negócios.
As estratégias dos meios de comunicação a serviço de uma contrarrevolução
ideológica (p. 126).
Estratégia de contraofensiva ilustrada – Encabeçada sob a bandeira de instituições como
o Instituo Hoover, Cato Institute e a Fundação Heritage.
Estender o imperialismo deste paradigma neoclássico em direção a novos objetivos, este
enfoque serviu sobretudo p/ justificar os postulados dos teóricos de Chicago em favor
de uma economia de mercado.
Os estudantes de Buchanan progrediram na administração de Reagan – Grupos de
investigação reconhecidos em pol. públicas como a Fundação Heritage e o Cato
Institute também estavam relacionados a este tipo de perfil.
Os economistas de Chicago não desperdiçaram os benefícios potenciais que podiam
derivar das estratégias internacionais.
Arnold Harberger  Impulsionou o Projeto Chile, contando p/ isso com o
financiamento do Governo dos EUA e da Fundação Ford nas décadas de 50 e 60.
Logo a Escola de Chicago se beneficiou ao obter uma influência considerável no
governo de Pinochet.
Os burocratas dominados pela globalização (p. 132).
Os especialistas do FMI e do Banco Mundial parecem ter todos os atributos de uma
autoridade internacional.
A conjuntura financeira e política tinha suficientes interesses em jogo p/ colocar os
especialistas do Banco Mundial e do FMI no centro de complexas batalhas.
CAPÍTULO 6 (p. 148).
As atividades e as batalhas do Norte, exerceram uma influência decisiva nas
transformações produzidas no Sul.
As divergências se apresentaram porque os importadores do Sul, nesta empresa de
importação e exportação, se encontravam imersos em estruturas locais diferentes das
existentes no Norte.
Os economistas de corte estadunidense ingressaram no cenário dos novos regimes
democráticos  As guerras por poder do Norte começaram a transformar os países do
Sul - O Norte não teve que impor a força a seus produtos ao Sul.
A diversidade no Brasil facilitou o surgimento de mudanças significativas 
Conhecimento especializados assim como as distintas atitudes em direção aos EUA –
Surgiram entre os membros adversários da elite brasileira.
A profissionalização e a internacionalização da economia no Brasil (p. 149).
As importações no setor da economia, começaram a se dar nos âmbitos diplomático e
militar.
Atores internacionais tais como a Fundação Ford  Puderam responder a esta demanda
sem que chegasse a afetar outros programas ou setores do Brasil.
Desenvolvimento de uma ciência econômica brasileira baseada nos cânones
estadunidenses tem uma forte relação com as oportunidades que surgiram no PSGM.
Outra maneira de utilizar os vínculos internacionais p/ edificar posições locais foi
através de diversas alianças criadas em tempos de guerra (Militares que posteriormente
implementam o golpe de 64).
As fundações internacionais (Ford e Rockfeller) interviram na fase do surgimento dos
economistas no Brasil.
O financiamento facilitado pelas fundações (déc. 50) ajudou a garantir que ao menos
certo número de brasileiros foram capazes de ingressar a distintas faculdades nos EUA.
Antonio Delfim Netto (Economista chave do regime militar – até a déc. 70).
Surgimento de uma nova geração de economistas (posteriormente vinculados a FGV 
A maior parte destes com formação na universidade de Chicago) que faziam oposição
ao período de Delfim Netto.
CAPÍTULO 7 (p. 170).
Argentina: Os centros de investigação de corte partidista no Estado Pós-moderno
(p. 182).
Interesse no desenvolvimento e potencial institucionalização da economia na Argentina
 Criação do Instituto de Estudios Económicos sobre la Realidad Argentina y
Latinoamericana (IEERAL).
 Financiada pela Fundação Ford na déc. de 60.
 Apoio da fundação Ford significava a oportunidade de trabalhar tempo completo
na área de investigação.
IEERAL  Serviu como plataforma p/ ascensão da posterior administração de Menem.
Um elemento importante deste centro de investigação foi a sua promoção do setor de
negócios.
No contexto argentino, os centros de investigação mais reconhecidos eram armas
empregadas na competência econômica.
CAPÍTULO 8 (p. 194).
Surgimento da homogeneidade do estabelecimento gerador da pol. internacional 
Vantagens da construção de diversas operações hegemônicas.
Contrarrevolução conservadora precipitou o desmoronamento da fachada de unidade
que havia sido cultivada pelo estabelecimento liberal.
Os diferentes seguimentos começaram a buscar praças institucionais p/ adquirir poder e
autoridade.
Jeanne Kirkpatrick (neoconservador)  Nova direita com o objeto de conquistar o
Estado mediante o respaldo de organizações de direita que ajudavam na preservação de
uma fachada cientifica.
Exemplos: Instituto Americano de Empresas, Instituto Hoover, Fundação Heritage e o
Instituto Cato.
Os capitalistas virtuosos aos capitalistas investidores (p. 211).
Mundo das fundações e dos centros de investigação reconhecidos, foi transformado pela
invasão da lógica do mercado.
A administração de fundações se converteu em uma carreira diferenciada pelos seus
próprios caminhos que conduziram ao poder e influência do Estado.
CAPÍTULO 9 (p. 218).
História de um forte investimento estrangeiro nos centros de investigação, assim como
de um novo tipo de linguagem estatal inspirado no modelo dos EUA.
Os centros de investigação financiados pelo capital estrangeiro, conseguiram unir-se ao
redor do referendo celebrado ao final da década de 80.
CAPÍTULO 11 (p. 279).
Proximidade do Banco Mundial com ONGs  Controlar a violência social potencial
que tem sido criada pela globalização.
 Tal estratégia facilita a promoção da hegemonia estadunidense.
A nova ordem internacional deve ser democrática, já que não existe uma guerra fria que
justifique os regimes autoritários.
 Trabalho na geração de políticos tecnocratas que estão convencidos dos méritos
da economia e das virtudes do liberalismo político.
As ONGs são boas para os negócios do banco (p. 282).
Com respaldo da hierarquia dos bancos, este conjunto de pressões externas contribuiu p/
a validação de indivíduos e de conhecimentos especializados.
O Banco Mundial edificou relações com a comunidade das diferentes ONGs radicadas
em Washington.

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