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1- Uma concepção epistemológica guiada pelo atomismo lógico.

O atomismo lógico é defendido por alguns filósofos importantes como B. Russell, Carnap
e Schlick. Pretendo no primeiro momento apenas explicitar o que geralmente é concebido por
este nome, há uma visão construtivista do conhecimento que tem por alicerce as proposições
mais simples e que nos apresenta isenta de questionamentos, e se desenvolve a partir disto.
As coisas são divididas em suas partes mais simples, a ínfima parte é categorizada como o
átomo. Portanto esse será o ponto inicial da pesquisa, que terá sido satisfeita ao explicitar
essa concepção e suas consequências.

Pretendo analisar também o esforço direcionado para um conhecimento mais seguro e


justificável, e que nega uma grande tradição filosófica pela falta da apuração rigorosa do
saber. Há um cuidado com o limite que nos é fadado em matéria de conhecimento, neste
sentido o atomismo preocupa-se de trilhar um caminho que seja conivente com a capacidade
cognitiva da qual temos porte. Princípios como o da justificação ou de falsificação, ou a
preferência pelos métodos do saber científico, das ciências naturais mais especificamente são
explicitações que concerne ao interesse de um conhecimento mais seguro. A crítica feita por
esses filósofos que se utilizam desses métodos é que a filosofia tradicionalmente acabar por
extrapolar os limites da cognição, falando sobre entidades abstratas que não se pode conferir
qualquer tipo de concretude.

2- A possibilidade de um conhecimento imediato.

“A questão levantada por Sellars é que mesmo que limitemos nosso conhecimento ao que de
mais básico nos é dado pelos sentidos, ele sempre terá que ser estruturado de uma forma
proposicional.” 1 A questão a ser abordada nesse capítulo vai tratar de uma crítica que pode
ser direcionada ao atomismo lógico e sua forma de procedimento, podemos pensar primeiro
na imediatez que é predisposta aos dados, essa concepção que atribui aos sentidos os
conhecimentos mais básicos que temos. Pressupõe-se partindo daí um conhecimento não
articulado, que nos é dado de forma quase pura, mas isso é posto em dúvida e até esse
conhecimento que pretende ser o contato primordial com o mundo externo pressupõe coisas
anteriores a ele. Essa crítica que Sellars expõe demonstra que por trás do conhecimento dos
particulares existe uma teia de outros saberes envolvidos, ao menos quando esse

1Daniel, Jonatan Willian. Sellars e o mito do dado: Uma avaliação de suas críticas ao fundacionalismo em
epistemologia. Pág. 18
conhecimento se pretende epistemologicamente eficaz. Então não descartando a possibilidade
de conhecimentos particulares, mas sua ineficiência, sua ausência de um elemento
justificador que faz uma crença ser considerada verdadeira.

3- Dialética e Analítica

O objetivo como um todo sempre me pareceu esclarecer até onde fosse possível o que se
trata esse discurso muitas vezes reconhecido como filosofia analítica, o motivo dele se
diferenciar dos outros modos de fazer filosofia, e até que ponto ela é uma ferramenta útil para
pensar acerca do conhecimento que possuímos do mundo e as limitações que são atribuídas a
si. Primeiramente busquei tratar da concepção segundo os próprios filósofos que se
apropriam dessas práticas analíticas, tentarei formar uma imagem que se aproxime de um
ideal do que seria esse objeto de investigação. No segundo capítulo tratei de apontar algumas
críticas que são apontadas para o atomismo lógico. E finalmente buscarei traçar uma
diferenciação entre essas duas posições filosóficas (dialética e analítica), que em alguma
medida parecem ser opostas, tomando como ênfase uma distinção que a meu ver se apresenta
como uma das mais características entre o embate analítico-dialético, a saber, a forma
metodológica deles discursarem acerca da epistemologia. A totalidade dialética contra um
atomismo analítico, um conhecimento móvel contra um que almeja uma certa definição
essencial das coisas. E por fim analisar uma possível conciliação entre ambos os polos.

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