Você está na página 1de 21

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – UEPB

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA – CCT


CURSO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

COMPONENTE CURRICULAR: Análise de Águas


PROFESSOR: Carlos Antônio Pereira de Lima

RELATÓRIO DE ATIVIDADES PRÁTICAS

ANÁLISE ESPECTROFOTOMÉTRICA NO UV/VISÍVEL – DETERMINAÇÃO DO


TEOR DE FERRO EM UMA AMOSTRA DE ÁGUA

AMANDA LETICIA OLIVEIRA SILVA


Matrícula: 162010389

AMANDA MYRNA DE MENESES E COSTA


Matrícula: 162010010

CAMPINA GRANDE
2018
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Preparação das Soluções Padrões de Ferro e suas Respectivas


Concentrações……………………………………………………………………………12

TABELA 2 – Comprimentos de Onda e Absorbância do Espectro em uma Solução de


Fe +2 com Fenantrolina…………………………………………………………………...13

TABELA 1 (Preenchida) – Preparação das Soluções Padrões de Ferro e suas


Respectivas Concentrações……………………………………………………………..16

TABELA 3 – Absorbância do Espectro nas Soluções Padrões e na Amostra………..16


LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – Comprimento de Onda Adequado para Determinação do Teor de


Ferro……………………………………………………………………………………...13

GRÁFICO 2 – Curva de Calibração do Espectrofotômetro…………………………..17

GRÁFICO 3 – Curva de Calibração do Espectrofotômetro com a Concentração de


Ferro na Amostra………………………………………………………………………...19
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO……………………………………………………………………….05

2. OBJETIVOS…………………………………………………………………………..06
2.1. OBJETIVO GERAL……………………………………………………………..06
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS……………………………………………………06

3. MATERIAIS UTILIZADOS………………………………………………………….07
3.1. PARTE I – PREPARAÇÃO DAS SOLUÇÕES………………………………...07
3.1.1. Preparação da Solução Estoque de Ferro (50 mg de Fe+2/L)………… 07
3.1.2. Preparação da Solução de Orto Fenantrolina (0,1% m/v)……………..07
3.1.3. Preparação da Solução Tampão de Acetato de Amônio (pH = 4,5)…...07
3.1.4. Preparação da Solução de Ácido Ascórbico (1,0% m/v)………………08

3.2. PARTE II – OBTENÇÃO DO ESPECTRO DE ABSORÇÃO DO Fe +2 COM


FENANTROLINA PARA OBTER λ MÁX ……...………………………………..08

3.3. PARTE III – DETERMINAÇÃO DO TEOR DE FERRO……………………..09

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL………………………………………………10
4.1. PARTE I – PREPARAÇÃO DAS SOLUÇÕES………………………………...10
4.1.1. Preparação da Solução Estoque de Ferro (50 mg de Fe +2/L)……….…10
4.1.2. Preparação da Solução de Orto Fenantrolina (0,1% m/v)……………..10
4.1.3. Preparação da Solução Tampão de Acetato de Amônio (pH = 4,5)…...10
4.1.4. Preparação da Solução de Ácido Ascórbico (1,0% m/v)………………10

4.2. PARTE II – OBTENÇÃO DO ESPECTRO DE ABSORÇÃO DO Fe +2 COM


FENANTROLINA PARA OBTER λ MÁX ………………………………………..11

4.3. PARTE III – DETERMINAÇÃO DO TEOR DE FERRO…………….……....12

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES…………………………………………………….13
5.1. PARTE I – PREPARAÇÃO DAS SOLUÇÕES………………………………...13

5.2. PARTE II – OBTENÇÃO DO ESPECTRO DE ABSORÇÃO DO Fe +2 COM


FENANTROLINA PARA OBTER λ MÁX…..…………………………………...13

5.3. PARTE III – DETERMINAÇÃO DO TEOR DE FERRO……………………14

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS…………………………………………………………20

REFERÊNCIAS………………………………………………………………………….21
5

1. INTRODUÇÃO
O ferro dissolvido é encontrado em praticamente todas as águas, porém, segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), quando encontrado em teores superiores a 0,3 ppm
(ou mg/L), a água tem sua cor, odor e sabor alterados, o que diminui a sua aceitação pela
população, além de poder implicar na sua precipitação nos sistemas de distribuição, portanto,
é importante conhecer o teor de ferro presente na água com a qual estamos trabalhando, para
que não haja futuros transtornos tanto à população quanto de outra espécie.
Nas águas superficiais, o nível de ferro aumenta nas estações chuvosas devido ao
carreamento de solos e a erosão das margens dos corpos hídricos. Porém também contribuem
para o aumento desse metal na água os efluentes industriais. Nas águas tratadas para
abastecimento, o uso de coagulantes à base de ferro pode provocar o aumento em seu teor.
Geralmente o ferro se apresenta, nas águas, em variações do seu estado de oxidação: o
Fe+2, também chamado de ferro ferroso, e o Fe +3, o ferro férrico. O primeiro é mais solúvel,
portanto, mais frequente quando falamos das águas, e pode causar mais inconvenientes. Será
com ele que vamos trabalhar nessa prática.
O ferro é determinado na água através de método espectrofotométrico, por uma reação
com a orto fenantrolina (C12H8N3) , que reage com o ferro ferroso produzindo um complexo
avermelhado em meio ácido, por isso é necessário a adição da solução tampão de acetato de
amônio, que fixa o pH das soluções em 4,5.
Espectrofotômetro é um aparelho amplamente utilizado em laboratórios, cuja função é a
de medir e comparar a quantidade de luz (energia radiante) absorvida por uma determinada
solução. Ou seja, ele é usado para medir (identificar e determinar) a concentração de
substâncias, que absorvem energia radiante, em um solvente.
A espectrofotometria obedece a Lei de Beer-Lambert, que diz que “A absorbância é
diretamente proporcional a concentração da solução de amostra”, portanto, quanto maior a
concentração de ferro, no caso, maior será a absorbância daquela amostra analisada.
O que permite que esse método seja utilizado para a detecção das mais diversas espécies
químicas é a seleção de radiações monocromáticas, uma vez que cada espécie possui um
espectro de absorção característico, sendo assim, ao determinarmos o espectro para
determinada substância, vamos estar determinando a concentração dessa substância naquela
amostra, já que a absorbância é proporcional a concentração.
6

2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
Entender como se dá o desenvolvimento da análise espectofotométrica no
UV/Visível, utilizando o método colorimétrico da orto fenantrolina para a determinação
de ferro em amostras de água.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS


• Preparar a solução estoque de ferro (50 mg de Fe+2/L); solução de orto
fenantrolina (0,1% m/v); solução tampão de acetato de amônio (pH = 4,5) e
solução de ácido ascórbico (1,0% m/v);
• Determinar o comprimento de onda mais adequado para a determinação de ferro
com fenantrolina e representar graficamente;
• Representar graficamente a curva de calibração do espectrofotômetro tendo
como referência as soluções padrões preparadas;
• Determinar o teor de ferro em uma amostra de água através da interpolação
gráfica na curva de calibração.
7

3. MATERIAIS UTILIZADOS
3.1. PARTE I – PREPARAÇÃO DAS SOLUÇÕES
3.1.1. Preparação da Solução Estoque de Ferro (50 mg de Fe +2/L)
• Vidrarias e equipamentos:
- Béquer de 100 mL;
- Balança semi-analítica;
- Espátula;
- Balão volumétrico de 1000 mL;
- Bastão de vidro;
- Pipeta e pipetador;
- Funil de vidro;
- Pisseta contendo água destilada; e
- Recipiente para armazenagem.

• Reagentes:
- Sal de Mohr [FeSO4 (NH4)2SO4 . 6H2O] e ácido clorídrico concentrado.

3.1.2. Preparação da Solução de Orto Fenantrolina (0,1% m/v)


• Vidrarias e equipamentos:
- Béquer de 100 mL;
- Balança semi-analítica;
- Espátula;
- Balão volumétrico de 100 mL;
- Bastão de vidro;
- Funil de vidro;
- Pisseta contendo água destilada; e
- Recipiente para armazenagem.

• Reagentes:
- Fenantrolina monoidratada p.a. (C12H8N2 . H2O) e ácido clorídrico
concentrado.

3.1.3. Preparação da Solução Tampão de Acetato de Amônio (pH = 4,5)


8

• Vidrarias e equipamentos
- Béquer de 500 mL;
- Balança semi-analítica;
- Espátula;
- Balão volumétrico de 500 mL;
- Bastão de vidro;
- Pipeta e pipetador;
- Funil de vidro;
- Pisseta contendo água destilada; e
- Recipiente para armazenagem.

• Reagentes:
- Acetato de amônio p.a. (NH4C2H3O2) e ácido acético glacial p.a.
(CH3COOH).

3.1.4. Preparação da Solução de Ácido Ascórbico (1,0% m/v)


• Vidrarias e equipamentos:
- Béquer de 100 mL;
- Balança semi-analítica;
- Espátula;
- Balão volumétrico de 250 mL;
- Bastão de vidro; e
- Recipiente para armazenagem.

• Reagentes
- Ácido ascórbico.

3.2. PARTE II – OBTENÇÃO DO ESPECTRO DE ABSORÇÃO DO Fe +2 COM


FENANTROLINA PARA OBTER λ MÁX.
• Vidrarias e equipamentos:
- Dois balões volumétricos de 100 mL;
- Duas pipetas volumétricas de 10 mL;
- Duas pipetas volumétricas de 5 mL;
9

- Pipetador;
- Uma pisseta contendo água destilada;
- Duas células espectrofotométricas (cubetas);
- Um béquer de 250 mL; e
- Espectrofotômetro.

• Reagentes:
- Solução estoque de ferro (50 mg de Fe+2/L), solução tampão de acetato de
amônio (pH = 4,5), solução de ácido ascórbico (1,0% m/v) e solução de orto
fenantrolina (0,1% m/v).

3.3. PARTE III – DETERMINAÇÃO DO TEOR DE FERRO


• Vidrarias e equipamentos:
- 7 balões volumétricos de 100 mL;
- Uma pipeta graduada de 5 mL;
- Duas pipetas volumétricas de 10 mL;
- Duas pipetas volumétricas de 5 mL;
- Pipetador;
- Cubetas;
- Um béquer de 250 mL; e
- Espectrofotômetro.

• Reagentes:
- Solução estoque de ferro (50 mg de Fe+2/L), solução tampão de acetato de
amônio (pH = 4,5), solução de ácido ascórbico (1,0% m/v), solução de orto
fenantrolina (0,1% m/v) e amostra de água.
10

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
4.1. PARTE I – PREPARAÇÃO DAS SOLUÇÕES
4.1.1. Preparação da Solução Estoque de Ferro (50 mg de Fe +2/L)
• Com o auxílio de um béquer de 100 mL, pesar 0,351 g de sal de Mohr
[FeSO4 (NH4)2SO4 . 6H2O];
• Dissolver a massa pesada em 50 mL de água destilada contendo 1 mL de
ácido clorídrico concentrado;
• Transferir a solução para um balão volumétrico de 1000 mL e completar o
volume do mesmo até o traço de aferição com água destilada. Verter o balão
para homogeneizar a solução;
• Utilizando o funil de vidro, armazenar a solução preparada em um recipiente
adequado.

4.1.2. Preparação da Solução de Orto Fenantrolina (0,1% m/v)


• Pesar, com auxílio de uma béquer de 100 mL, 0,1 g de 1,10 fenantrolina
monoidratada p.a. (C12H8N2 . H2O);
• Adicionar duas gotas de ácido clorídrico em aproximadamente 50 mL de água
destilada e dissolver a massa pesada;
• Transferir a solução para um balão volumétrico de 100 mL. Verter o balão par
homogeneizar bem;
• Armazenar em recipiente adequado.

4.1.3. Preparação da Solução Tampão de Acetato de Amônio (pH = 4,5)


• Pesar 125 g de acetato de amônio p.a. (NH 4C2H3O2) em um béquer de 500
mL e dissolver em água destilada;
• Adicionar 350 mL de ácido acético glacial p.a. (CH3COOH);
• Transferir para um balão volumétrico de 500 mL e aferir com água destilada.
Verter o balão para homogeneizar a solução;
• Reservar em recipiente adequado.

4.1.4. Preparação da Solução de Ácido Ascórbico (1,0% m/v)


• Pesar e dissolver 2,5 g do ácido orgânico em aproximadamente 50 mL de
água destilada;
11

• Transferir para um balão volumétrico de 250 mL e completar até o traço de


aferição com água destilada. Verter para homogeneizar;
• Armazenar em recipiente adequado.

4.2. PARTE II – OBTENÇÃO DO ESPECTRO DE ABSORÇÃO DO Fe +2 COM


FENANTROLINA PARA OBTER λ MÁX.
• Preparar uma amostra contendo ferro, transferindo para um balão volumétrico de
100 mL:
- 10 mL da solução estoque de ferro;
- 10 mL da solução tampão de acetato;
- 5 mL da solução de ácido ascórbico; e
- 5 mL da solução de fenantrolina. Aferir o balão com água destilada e deixar em
repouso por 15 minutos.

• Preparar a solução “branco” colocando em um balão volumétrico de 100 mL:


- 10 mL da solução tampão de acetato;
- 5 mL da solução de ácido ascórbico; e
- 5 mL da solução de fenantrolina. Aferir o balão com água destilada e deixar em
repouso por 15 minutos.

• Para obtenção do espectro, seguiremos os seguintes procedimentos:


- Ligar o espectrofotômetro;
- Ajustar a leitura do espectrofotômetro no comprimento de onda de 400 nm, e a
forma de leitura para absorbância;
- Colocar o branco em uma das cubetas e ajustar 0%A;
- Na outra cubeta, colocar da solução que contém ferro e anotar o valor da
absorbância;
- Repetir os procedimentos descritos acima alterando os valores do comprimento
de onda a intervalos de 5 nm até 590 nm e preencher a Tabela 2.
- Construir um gráfico da absorbância X comprimento de onda (λ nm) para
observar o comprimento de onda adequado para determinar o teor de ferro
(comprimento de onda com maior absorbância).
12

4.3. PARTE III – DETERMINAÇÃO DE TEOR DE FERRO


• Para preparar as cinco soluções padrões de ferro, colocar, em balões de 100 mL,
as quantidades indicadas na Tabela 1;
• Calcular a concentração das soluções padrões e preencher as lacunas na Tabela 1;
• Preparar, em outro balão de 100 mL, a amostra a ser analisada. Colocar no balão
10 mL da amostra, 10 mL da solução tampão de acetato, 5 mL da solução de ácido
ascórbico e 5 mL da solução de fenantrolina. Completar com água destilada até o
traço de aferição, verter o balão e deixar descansar por 15 minutos;
• Normalmente utiliza-se a solução “branco” que foi preparada anteriormente, mas,
como realizamos a prática entre duas aulas, necessitamos preparar uma outra
solução “branco” nos utilizando das mesmas técnicas descritas no item 4.2.;
• No espectrofotômetro selecionar o comprimento de onda de 510 nm;
• Fazer as leituras das soluções padrões de diferentes concentrações e da amostra.
Sempre ajustando a absorbância à zero utilizando a solução “branco”;
• Traçar a curva de calibração e determinar a concentração de ferro na amostra por
meio de interpolação.

TABELA 1 - Preparação das Soluções Padrões de Ferro e suas Respectivas


Concentrações
Volume da Volume da Volume da
Volume da Concentração
solução solução solução de
Solução solução de da solução
padrão de tampão de ácido
Padrão fenantrolin padrão (mg
ferro (50 mg acetato ascórbico
a 0,1% de Fe +2/L)
de Fe +2/L) (pH=4,5) 1%
01 1 mL 10 mL 5 mL 5 mL
02 2 mL 10 mL 5 mL 5 mL
03 3 mL 10 mL 5 mL 5 mL
04 4 mL 10 mL 5 mL 5 mL
04 5 mL 10 mL 5 mL 5 mL
13

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1. PARTE I – PREPARAÇÃO DAS SOLUÇÕES
A turma foi dividida em três grupos distintos, sendo cada grupo responsável pela
preparação de uma solução, com exceção do Grupo 2, que preparou a solução de orto
fenantrolina (0,1% m/v) e a solução tampão de acetato de amônio (pH = 4,5).
Todas as soluções foram preparadas de acordo com os procedimentos descritos no
item 4.1., exceto a solução tampão de acetato de amônio. Nessa solução foram pesados e
medidos metade das quantidades indicadas no mesmo item citado anteriormente, pois só
necessitávamos de metade do volume total da solução, o que corresponde a 500 mL.
Com as soluções devidamente preparadas e armazenadas podemos partir para a
obtenção do espectro de absorção.

5.2. PARTE II – OBTENÇÃO DO ESPECTRO DE ABSORÇÃO DO Fe +2 COM


FENANTROLINA PARA OBTER λ MÁX
Foram preparadas as duas soluções, tanto a solução “branco” como a amostra
contendo ferro, ambas seguindo os procedimentos expostos no item 4.2. Assim como
também foi feito para obter o espectro de ondas, de acordo com as técnicas propostas. A
partir dos resultados obtidos, pudemos preencher a Tabela 2 abaixo e representar
graficamente esses dados, o que nos permitiu observar e determinar com facilidade qual o
comprimento de onda que possui a maior absorbância no espectro analisado (λ MÁX),
sendo, portanto, a melhor escolha para determinar o teor de ferro em uma amostra de
água.

TABELA 2 – Comprimentos de Onda e Absorbância do Espectro em uma Solução de


Fe +2 com Fenantrolina
Solução de Fe +2 com Solução de Fe +2 com Solução de Fe +2 com
λ/nm Fenantrolina λ/nm Fenantrolina λ/nm Fenantrolina
Absorbância Absorbância Absorbância
400 0,336 465 0,756 530 0,676
405 0,376 470 0,788 535 0,574
410 0,424 475 0,814 540 0,464
415 0,467 480 0,827 545 0,352
420 0,508 485 0,834 550 0,278
425 0,542 490 0,842 555 0,212
14

430 0,576 495 0,854 560 0,163


435 0,607 500 0,872 565 0,129
440 0,634 505 0,890 570 0,104
445 0,655 510 0,901 575 0,090
450 0,666 515 0,891 580 0,070
455 0,691 520 0,848 585 0,056
460 0,722 525 0,778 590 0,046

A representação gráfica desses dados é dado por uma curva da absorbância X


variação do comprimento de onda (λ nm), como podemos observar abaixo:

GRÁFICO 1 – Comprimento de Onda Adequado para Determinação do Teor de Ferro

A partir disso, podemos perceber que o comprimento de onda que possui melhor
absorbância é o de 510 nm, portanto é utilizando essa frequência que vamos conseguir
determinar o teor de ferro na nossa amostra de forma mais exata.
Feito essa análise, calibraremos o espectrofotômetro com nossas soluções padrões de
ferro com concentração conhecida para que possamos determinar também a concentração
de ferro (em mg/L) que nossa amostra possui.

5.3. PARTE III – DETERMINAÇÃO DE TEOR DE FERRO


As soluções padrões foram preparadas de acordo com a Tabela 1 no item 4.3. e é a
partir dessa mesma tabela que podemos calcular as concentrações de cada uma das
soluções. Vejamos:
15

Sabemos que o volume da solução a ser preparada é de 100 mL e sabemos também


que ela é uma diluição da solução estoque de ferro, já que estamos pegado determinada
quantidade da mesma e acrescentando certo volume de água destilada. Posto isso,
podemos dizer que

nº de mols concentrado = nº de mols diluído (i)

graças a equivalência que as reações químicas possuem.


Porém, também sabemos que

nº de mols
M=
V

Onde M é a concentração e V , o volume. Logo, podemos escrever que:

nº de mols=M⋅V (ii)

Substituindo (ii) em (i), temos que:

M c⋅V c =M d⋅V d (iii)

Sendo os coeficientes “c” e “d” referentes à “concentrado” e “diluído”,


respectivamente.
Seguindo esse raciocínio e utilizando a equação dada em (iii), para a primeira
solução padrão preparada (01), temos:
- Concentração da solução estoque de ferro (M c): 50 mg de Fe+2/L;
- Volume da solução concentrada (V c): 1 mL;
- Volume da solução diluída (V d): 100 mL. Logo:

mg
50 ⋅1 mL=M d⋅100 mL
L
M d=0,5 mg/L
16

Realizando o mesmo cálculo para as demais diluições, encontramos os seguintes


valores mostrados na Tabela 1 preenchida a seguir:

TABELA 1 (Preenchida) - Preparação das Soluções Padrões de Ferro e suas


Respectivas Concentrações
Solução Volume da Volume da Volume da
Volume da Concentração
Padrão solução solução solução de
solução de da solução
padrão de tampão de ácido
fenantrolin padrão (mg
ferro (50 mg acetato ascórbico
a 0,1% de Fe +2/L)
de Fe +2/L) (pH=4,5) 1%
01 1 mL 10 mL 5 mL 5 mL 0,5 mg/L
02 2 mL 10 mL 5 mL 5 mL 1,0 mg/L
03 3 mL 10 mL 5 mL 5 mL 1,5 mg/L
04 4 mL 10 mL 5 mL 5 mL 2,0 mg/L
04 5 mL 10 mL 5 mL 5 mL 2,5 mg/L

Agora com os padrões preparados e tendo sua concentração conhecida, preparemos


também a amostra segundo o explicado em 4.3., assim como a solução “branco” para
podermos calibrar o espectrofotômetro e determinar o teor de ferro em nossa amostra.
Na preparação da solução “branco” tivemos algum problema e, por alguma razão, ela
também continha ferro, logo, a primeira calibração que realizamos não estava correta,
portanto, descartamos essa solução e reiniciamos o processo de calibração utilizando
água destilada em seu lugar. Fazendo isso, obtivemos os seguintes resultados observados
na Tabela 3:

TABELA 3 – Absorbância do Espectro nas Soluções Padrões e na Amostra


Solução Padrão 01 02 03 04 05 AMOSTRA
Absorbância
0,114 0,217 0,310 0,415 0,516 0,356
(λ=510 nm)

Podemos perceber que a nossa amostra está entre os padrões 03 e 04, isso quer dizer
que a concentração de ferro dela está no intervalo entre 1,5 e 2,0 mg de Fe +2/L, já que
essas são as concentrações das soluções padrões das quais a absorbância da amostra ficou
próxima. Com esses dados em mãos e conhecendo a concentração dos padrões, podemos
construir o gráfico da curva de calibração (absorbância X concentração de ferro nas
17

soluções) para melhor visualizarmos a situação, além de nos permitir calcular, por
interpolação, a concentração de ferro na amostra. Vejamos:

GRÁFICO 2 – Curva de Calibração do Espectrofotômetro

Como dito anteriormente, sabemos que a concentração de ferro da nossa amostra está
entre 1,5 mg/L e 2,0 mg/L, portanto, por interpolação, precisamos determinar alguns
valores. Quanto a nossa amostra, vamos representar o valor que conhecemos, no caso a
absorbância, como y , já que, no gráfico, essa grandeza está representada no eixo das
ordenadas; e o valor que desejamos encontrar, a concentração de ferro, como x , pelo
mesmo motivo. Portanto, temos que y = 0,356.
Agora precisamos de valores próximos ao valor que já conhecemos, tanto no eixo
das abcissas, como nas suas respectivas imagens, o eixo y. Como analisamos acima,
sabemos que possuem valores de absorbância próximo ao da amostra os padrões 03 e 04,
que são, respectivamente, 0,310 e 0,415 . Esses valores nós vamos chamar de y 1 e y 2.
Analogamente, tomando o gráfico como referência, vamos encontrar valores que se
aproximem da concentração da amostra quando suas imagens são próximas da imagem
dessa concentração desconhecida. Essas imagens são os valores de y 1 e de y 2, portanto
os valores que estamos procurando agora são os valores correspondentes dessas imagens
(lembremos do par ordenado (x,y), como temos o y, vamos observar o x), no caso, a
concentração de ferro nos padrões 03 e 04, o que nós já sabemos que valem 1,5 e 2,0
18

mg/L (como pode ser observado na Tabela 2 preenchida), e denominaremos os mesmos


de x 1 e x 2, respectivamente, e o valor que queremos saber é x , que corresponde, no
gráfico, à concentração de ferro na amostra. Logo, utilizando conhecimentos
matemáticos, podemos dizer que

x=X 1 +
[( )
y− y1
y 2− y 1
⋅( x2 −X 1)
]
Organizando nossos dados, temos:
- x 1 = 1,5 mg de Fe+2/L;
- x 2 = 2,0 mg de Fe+2/L;
- y 1 = 0,310
- y 2 = 0,415
Portanto:

x=1,5
mg
L
+
[(
0,356−0,310
0,415−0,310
⋅( 2,0
mg
L )
−1,5
mg
L
)
]
x=1,5+
[( ) ]
0,046
0,105
⋅(0,5)

x=1,5+(0,4380⋅0,5)
x=1,72 mg/ L
Com isso, chegamos a conclusão de que a concentração de ferro na nossa amostra é
de 1,72 mg/L 1. Para verificarmos isso, basta conferir o intervalo que foi determinado
inicialmente: dizíamos que essa concentração estaria entre as concentrações das soluções
padrões 03 e 04, que são de 1,5 e 2,0 mg/L, o cálculo nos mostrou que isso realmente é
verdadeiro. Ainda podemos dizer que a concentração encontrada é mais próxima da
concentração do padrão 03 por causa das suas absorbâncias, que são mais próximas entre
si do que em relação à do padrão 04.
Agora podemos inserir no gráfico 2 a concentração de ferro presente em nossa
amostra. Observe:

1 Vale salientar que foi acrescentado, em todas as amostras, uma quantidade aleatória da solução estoque de ferro, para que
pudéssemos realizar a determinação do teor desse metal, uma vez que águas tratadas apresentam concentrações muito
baixas ou ulas de Fe+2, por isso que a concentração de ferro na amostra está bem acima do esperado.
19

GRÁFICO 3 – Curva de Calibração do Espectrofotômetro com a Concentração de


Ferro na Amostra

Ao representarmos graficamente os dados obtidos, percebemos nitidamente que a


concentração de ferro na amostra realmente está entre as concentrações dos padrões 03 e
04, sendo um pouco mais próxima de 1,5 mg/L.
20

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da prática realizada em laboratório, foi possível entender como se dá o
desenvolvimento da determinação do teor de ferro em águas por meio do método de
espectrofotometria, que indica a concentração da espécie química desejada através da
absorbância de determinado espectro pela solução.
Na referida prática, pudemos participar de todos os processos que envolvem a
determinação da concentração de ferro, o que nos permitiu um acréscimo significativo de
conhecimento. Principalmente se considerarmos os efeitos adversos que a presença do ferro
em sua forma solúvel pode trazer.
Dentre esses efeitos podemos citar a alteração do sabor, do cheiro e da cor da água,
fatores que contribuem para rejeição da água pela população, além de proporcionar
inconvenientes como a precipitação nas tubulações, em sua forma mais solúvel, fato que vem
a causar obstruções nos sistemas de abastecimento e também nas industrias que,
eventualmente, se utilizam da água em suas linhas de produção. Também pode proporcionar
manchas marrom-avermelhadas nas superfícies em que entrar em contato, como em roupas,
pisos e paredes.
E é visando evitar tais transtornos que é importante conhecer o teor de ferro presente na
água que está sendo distribuída, permitindo uma maior aceitabilidade desse recurso de uma
forma geral, tanto para fins de abastecimento como para fins de produção. Posto isso,
realizando o método proposto de espectrofotometria, chegamos à conclusão de que a amostra
analisada possuía 1,72 mg/L (ou ppm) de ferro na sua forma solúvel que se encontra no estado
bivalente, o Fe+2, também conhecido como ferro férrico.
Esse valor foi bem acima do proposto pela OMS, que mesmo sem uma legislação a
respeito, indica que essa concentração seja menor ou igual 0,3 mg/L, valor que não altera as
qualidades organolépticas da água e nem causa os efeitos aqui citados. Vale salientar que
foram acrescentadas às amostras uma quantidade aleatória da solução estoque de ferro,
justamente para aumentar o teor de ferro nas amostras de água tratada, que não possuíam
concentrações significativas do metal a ser analisado.
21

Referências

MARTINEZ, Marina. Espectrofotômetro. InfoEscola. Disponível em:


<https://www.infoescola.com/materiais-de-laboratorio/espectrofotometro/>. Acesso em 19 de
maio de 2018.

PICANÇO, F. E. L.; LOPES, E. C. S; SOUZA, E. L. de. Fatores Responsáveis Pela


Ocorrência De Ferro Em Águas Subterrâneas Da Região Metropolitana De Belém/PA. XII
Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas. Disponível em:
<https://aguassubterraneas.abas.org/asubterraneas/article/viewFile/22823/14983>. Acesso em
19 de maio de 2018.

SANTOS, Luiz Ricardo dos. Espectrofotometria de absorção no UV-Visível. InfoEscola.


Disponível em: <https://www.infoescola.com/quimica/espectrofotometria/>. Acesso em 19 de
maio de 2018.

PIVELI, Roque Passos. Curso: “Qualidade Das Águas E Poluição: Aspectos Físico-
Químicos” - Aula 8: Ferro, Manganês E Metais Pesados Em Águas. Disponível em:
<http://www.esalq.usp.br/departamentos/leb/disciplinas/Fernando/leb360/Fasciculo
%208%20-%20Ferro%20e%20Manganes%20e%20Metais%20Pesados.pdf>. Acesso em 19
de maio de 2108.

Você também pode gostar