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Ministério
Adventista
a um Companheiro!
R. A. A.
QUEestarabençoada experiência
de nôvo com os obrei
Êste recém-conhecido meu suportara pesadas
responsabilidades na causa de Deus. Fôra pre-
ros de Deus, após haver ficado se- sidente duma de nossas maiores uniões-missões.
parado todos êstes desolados anos! Então surgiram os mal-entendidos. Lançaram-
Quem assim falava era um ho- se calúnias sôbre a sua liderança. A confian-
mem de idade avançada, sentado ça foi quebrada e o oprimido líder não mais
do outro lado em que eu estava, pôde suportar as responsabilidades. Apartou-
à mesa de hotel. Assistíamos à se. Seus lábios não me revelaram êstes de
assembléia duma União-Associa- talhes. Êle estava por demais feliz na restabe
ção. Após haver passado aproximadamente lecida amizade com “os irmãos”. Outros ami-
trinta anos distanciado de seus irmãos, êste an gos compuseram a história para mim, entre as
tigo líder em Israel finalmente voltara para o reuniões.
povo de Deus. Durante os dias em que esti Quem poderá saber das solitárias horas, dos
vemos e oramos juntos, repetidas vêzes expres pesares e da luta contra a amargura que êste
sou a grande alegria que lhe enchia o coração oprimido homem de Deus experimentou por
por se reunir novamente com “os irmãos”. trinta anos! Tudo porque a confiança foi des
feita!
“Satanás . . . sabe que se puder pôr irmão
versários do evangelho. Por isso Davi exaltou a vigiar irmão, na igreja e no ministério, mui-
a beleza do companheirismo e cooperação cris tos ficarão tão desanimados e desencorajados
tãs, cantando: “Oh! quão bom e quão suave que deixarão seu pôsto de dever.” — Testemu-
é que os irmãos vivam em união!” Salmo 133:1. nhos para Ministros, pág. 189.
Eu poderia contemplar durante horas, sem Como é lamentável quando os homens fi
evidências de cansaço, u’a máquina de impri cam com o coração magoado e o espírito opri
mir em operação. Há milhares de pequenas mido pela indelicadeza e falta de confiança até
peças, cilindros, alavancas, parafusos e muitos isso os obrigar a sair da obra e, às vêzes, da
outros acessórios que trabalham juntos, cada um igreja! Quanto necessitamos de confiança en-
em seu lugar correspondente. Com unidade de tre os irmãos nas nossas fileiras de obreiros!
movimentos e harmonia de conjunto a máquina Algum tempo atrás, dirigi uma série de reu
engole bobinas de papel, vomitando-as impres niões de reavivamento numa de nossas igrejas.
sas, em forma de diários e livros. Trinta anos antes, dois irmãos daquela igreja
Como a máquina impressora, assim deve ser perderam a confiança um no outro. Durante
a igreja. Entretanto, vale que se acentue, a êstes longos anos, raramente haviam falado en-
unidade dêste conjunto muito depende da atua tre si. Perante os mútuos conhecidos, faziam
ção do pastor e do comportamento de cada um uma invectiva de crítica dum contra o outro.
dos seus membros. Era uma coisa terrível! Dividia os membros da
Que Deus nos inspire em nosso ministério igreja. A atitude dos irmãos litigantes se refle
para que, eliminando divergências e concilian tia em duas facções que se desenvolveram na
do os espíritos, saibamos somar as fôrças exis igreja. Males sem conta provieram para a cau-
tentes na igreja, conduzindo-as como um re sa. Fiquei grato pelo que o Espírito de Deus
gimento unido na luta contra os poderes con fêz, por êstes dois desafetos membros, nas duas
federados do mal. semanas de reuniões de reavivamento. Com lá
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grimas deslizando pelas faces, abraçaram-se, e peita do mundo em volta de nós se insinuem
as velhas barreiras desapareceram. Que expe- em nossas fileiras. Não deve haver falta de
riência abençoada adveio para tôda a igreja, confiança, inquirição ou impugnação de moti
quando se restabeleceu a confiança! vos e falta de fé entre os que levam os vasos
Recentemente, estava lendo o jornal diário do Senhor nestes solenes tempos em que vive
de Salisbury, The Rhodesia Herald. Numa de mos.
suas páginas internas, em títulos pequenos, en- Todo o obreiro entre nós se interessa em ser
contrei estas palavras: "Confiança É A Nossa um trabalhador de êxito. Anelamos e oramos
Necessidade”. Eram palavras dirigidas ao Ro por poder no ministério. Diàriamente rogamos
tary Club de Salisbury pelo Primeiro Ministro a Deus que nos use na expansão e terminação
da Rodésia do Sul, Sir Edgar Whitehead. Es de Sua obra, em nossa parte da vinha. A men
tas palavras apareceram distintamente perante sageira do Senhor claramente delineia as condi-
mim. “Confiança É A Nossa Necessidade” — ções para o êxito e o poder na vida e no tra-
São palavras que constituem uma mensagem balho. Faríamos bem em ler freqüentemente
desafiante para os obreiros na causa de Deus, as palavras que seguem: “O êxito de nossa obra
hoje em dia. Devido à urgência da hora, de- depende de nosso amor a Deus, e nosso amor
vido à iminente aparição do Mestre, devido ao aos semelhantes. Quando houver ação harmo
repto da tarefa inacabada, não há nada que nós niosa entre os membros individuais da igreja,
como obreiros mais necessitemos do que a con- quando houver manifesto amor e confiança dum
fiança em Deus e um no outro. irmão para com outro, haverá proporcional fôr-
Quando lia a afirmação de Sir Edgar, es ça e poder em nossa obra, para a salvação dos
tas palavras do apóstolo Paulo reluziram-me na homens.” — Testemunhos para Ministros, pág.
mente: “Não abandoneis, portanto, a vossa 188.
confiança”. (Hebr. 10:35). Isto êle aconselhou “Manifesto amor e confiança dum irmão pa-
aos hebreus de seu tempo e aos obreiros ad- ra com outro” proporcionarão êxito e poder ao
ventistas do presente. trabalho.
Vivemos em tempos de ansiedades e agita
ção. Devido à falta de confiança internacional, Que É Confiança?
o mundo treme na guerra fria. A suspeita ator
menta as mentes dos dirigentes mundiais. Pa- A palavra confiança vem do infinito latino
rece que não se encontra nenhuma base de con- confidere, e, como tal, significa ter fé. Se con
fiança entre o Oriente e ó Ocidente. Tudo que fiamos nos bons préstimos duma pessoa, se te-
um lado propõe, com certeza o outro irá con mos fé em sua sinceridade, embora nem sem-
trapor. Intenções sinistras são atribuídas a am pre concordemos com seus pontos de vista e
bos os lados. Pressões e tensões provam êste com a maneira em que faz as coisas, ainda po
velho mundo em muitas regiões. demos reter a confiança nela. A confiança não
É algo torturante e terrível quando existe faz de alguém um carimbo de borracha. Tor
tal falta de confiança entre os dirigentes do na-o caritativo. Produz certeza e fé na since-
mundo. Mais lamentável ainda é quando tais ridade e nas intenções dos irmãos.
sentimentos se insinuam entre membros e obrei A confiança não é alguma coisa que pode-
ros na causa de Deus. O movimento adven- mos reclamar por direito. Mesmo nossa posi
tista é um movimento internacional. Ademais, ção na obra de Deus pode exigi-la apenas con
reúne várias raças e diferentes tipos de perso dicionalmente. A confiança é algo que deve
nalidades e índoles entre os povos representa mos merecer. Confiança gera confiança. Ela
dos. É-nos muito importante recordar que, in é uma qualidade tão prodigiosa como o amor.
diferentemente da bandeira ou raça que osten Quanto mais a manifestarmos aos que nos ro
tamos, somos primeiramente cristãos. Como se deiam, tanto mais aumentará e tornará para nós.
guidores do Senhor Jesus Cristo, deve haver Há algum colega na obra que suspeita de nós,
confiança entre nós. e cuja confiança aparentemente não desfruta
Vivendo no mais crítico período da história mos? Confiamos nós nêle? A confiança é uma
do mundo e da igreja, quando contendas, ten rua de duas vias, e exige que dois transitem por
sões e desconfianças de tôda a espécie predo ela. Podemos, também, compará-la a um as
minam em nosso redor, creio que a mensagem sento de quatro pernas. Se uma delas é remo
de Deus para todos nós como obreiros é: “Não vida, o assento perde a estabilidade.
abandoneis, portanto, a vossa confiança”. Não “Nutramos o espírito de confiança em . . .
devemos permitir que a desconfiança ou a sus nossos irmãos”. — Idem, pág. 500.
TODOS temos sentido o po- portante, pois, que aprendamos a tirar o má
der do canto. “É um dos ximo proveito da mesma! Ninguém conhece tô
meios mais eficazes para im das as soluções, mas aqui aparecem algumas
pressionar o coração com as convicções e idéias, que selecionei.
verdades espirituais.” — Evan-
gelismo, pág. 496. O Senhor Organização
usou êsses meios muitas vêzes, "Deve haver sistema e ordem nisto (na mú
com grande vantagem. Por sica), da mesma maneira que em qualquer ou
esta razão o diabo procurou tra parte da obra do Senhor.” — Idem, pág. 506.
fazer mau uso dêles, imitan- A parte musical do culto deve ser muito bem
do sua maneira típica de apresentar uma con organizada. Os ministros precisam saber que
trafação para cada verdade. variações haverá — e quando. Uma maneira de
No terreno da música é fácil desviar-se pa- conseguir isto é tirar diversas cópias do progra-
ra um lado ou outro. Há música que é pe ma do serviço de canto e dar uma para cada
sada e inexpressiva, comum no canto de ópe participante. O chefe dos acomodadores tam-
ras que, nos é dito, “não agradam aos anjos”. bém deveria ter uma cópia para saber quando
— Idem, pág. 510. Hoje em dia prevalece uma deverá recolher a oferta, etc. Dêste modo to
espécie de música dissonante, barata e dum sen do o programa da noite pode desenrolar-se sem
timentalismo fútil, que se canta em nome do qualquer confusão. Geralmente o cantor-evan-
culto religioso. Há também a tendência, da gelista terá a responsabilidade de coordenar o
parte de alguns, de prescindir quase que com- programa da noite — indicando quem deverá
pletamente do serviço do canto — enquanto que orar, recolher a oferta, etc. Isto exigirá prepa
outros dedicam tempo demasiado para o mes- ro antecipado, mas a importância desta parte
mo, utilizando-se imprudentemente dos áureos do programa, fá-lo necessário.
momentos da reunião. Outros tendem para as
composições teatrais na hora do programa mu Que Espécie de Música se Deve Usar
sical, tornando esta parte do culto uma ocasião
para exibição pessoal. A instrução dada é que "A música deve possuir beleza, poder e fa
se devem usar cânticos suaves e simples, em culdade de comover.” — Idem, pág. 505. Is
que tôda a congregação possa tomar parte. O to eliminaria os corinhos levianos e a inexpres
ideal deve ser cantar essa música “com o es siva música de ópera. Entretanto, há corinhos
pírito e com o entendimento”. — Idem, pág. 509. que correspondem às especificações, como: “Ve
jo a Cristo”; “Quero Ser Leal”; “Maravilhoso
A Importância do Serviço do Canto Jesus”, etc. A instrução inspirada é que esta
música deve ser “canto suave e simples”, en
“O canto é uma parte do culto de Deus,
toado “em tom natural” e “com o espírito e o
porém na maneira estropiada por que é mui-
entendimento.” — Idem, págs. 509 e 510.
tas vêzes conduzido, não é nenhum crédito pa-
ra a verdade, nenhuma honra para Deus.” — O Côro
Idem, pág. 506. Sabemos, então, que o canto
é uma parte do culto — não um passatempo até “Organizai um grupo dos melhores cantores,
que o povo chegue, mas uma parte integrante cuja voz possa guiar a congregação, e depois
do todo. Nosso principal propósito é pregar a todos quantos queiram se unam com êles”. —
verdade e honrar a Deus. Isto pode ser reali Idem, pág. 506. O côro é incomparável em seu
zado no bem dirigido serviço de canto. Não poder para o bem, no culto. Enquanto o po-
houvesse a possibilidade de fazê-lo duma "ma- vo está chegando para o local da reunião, o
neira estropiada”, a inspiração não nos adver côro pode estar ensaiando. Cria-se assim uma
tiría contra isto. O diabo quis desvirtuar os me atmosfera propícia à atuação do Espírito de
lhores desígnios divinos, despojando-nos de Deus. Os anjos estão presentes para cantar com
bênção durante esta parte do culto. Quão im- êles. Os cantores disponíveis podem não ser os
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melhores, mas se as vozes estiverem unidas, ao trofe. Tudo estará pronto, então, para a oração
se cantar em partes, Deus dará a bênção e os inicial.
anjos “tomam o estribilho entoado de coração, Como variação durante o programa de can
com o espírito e o entendimento.” — Idem, pág. to, o côro poderá ser convidado a cantar uma
511. Amigos que não são membros podem ser estrofe dum dos hinos. Periodicamente o co
convidados a se unirem com o grupo, tornando ral poderá trazer uma seleção especial. Ocasio
assim o côro uma agência ganhadora de almas. nalmente, a outros grupos se permitirá aumen
Após o ensaio de aproximadamente vinte e cin tar o prazer e a inspiração do serviço de can
co minutos, em que cânticos bem conhecidos to — mas, falando dum modo geral, deixe-se o
são entoados — alguns para apresentação futu povo cantar!
ra, outros apenas pelo prazer de cantar, faz-se
uma oração em que se suplica a bênção do Muitos evangelistas solicitam um número es-
Céu sôbre o restante da música, e se roga tam-
pecial antes do sermão. Tem-se assim a opor-
bém pelo orador e pelos que compareceram. Is tunidade e responsabilidade de apresentar um
to ajuda a colocar a devida ênfase sôbre a mú número que desperte a atenção de todos, pre-
parando-lhes a mente para a mensagem. Se o
sica. Ocorre quatro ou cinco minutos antes da
anunciada reunião. Enquanto o piano ou ór cantor cantar o que sente e sentir o que can
ta, estará cantando “com o espírito e o enten
gão continua tocando, o cantor-evangelista se
une em oração aos outros ministros, no quarto dimento”. Êsse cântico deve completar, se
ao lado, antes que o culto, propriamente dito, possível, a mensagem da noite. Entretanto, um
comece. hino bem espiritual e inspirador se adaptará
quase a tôda mensagem.
O Serviço do Canto
Outra Variedade de Aspectos
Na hora anunciada, o cantor-evangelista,
acompanhado por todos os ministros participan 1. Familiarizando-se com as Pessoas. — Na
tes, sobe à plataforma. Ao os ministros subi noite inicial, ou em ocasiões quando um nú-
rem à plataforma, faço o coral levantar-se e mero descomunal de visitas está presente, pa-
cantar o côro do “Mais de Cristo”. Êste cân- ra fazer o auditório sentir-se à vontade e in
tico é apresentado em cada culto, como um te- troduzir um espírito de confraternização, cos
ma de abertura. Há outros hinos que também tumo usar o hino: “Descansando Nos Eternos
poderão ser utilizados. Então volto e estendo Braços”. Depois de cantar uma estrofe, convi
as boas-vindas aos presentes, e o serviço do can do os presentes a se porem de pé e apertarem
to começa. “O mais freqüentemente possível, as mãos de quem estiver perto. Depois que
una-se tôda a congregação” no canto. “O can se tornaram conhecidos, digo-lhes o meu no-
to não deve ser sempre feito por uns poucos”. me e apresento os instrumentistas. Daí can
Todos os presentes devem ser estimulados a to tamos mais uma estrofe daquele hino e os pre
mar parte no serviço de canto.” — Idem, pág. sentes são convidados a se assentarem. O pro-
507. Êste é um conselho inspirado. O povo gos grama de canto continua como foi planejado.
ta de cantar — êles vêm para cantar, e, tendo-se 2. A Noite Especial de Música. — Haverá
apenas quinze minutos para o serviço de can muitos que instarão convosco para apresenta
to, êstes serão melhor aproveitados, fazendo-se rem tal e tal cântico. Poderá ser que não se-
o povo cantar. Haverá tempo para aproxima jam cantores qualificados. Escreva-lhes o no-
damente quatro ou cinco hinos. me e conserve uma lista de todos os prováveis
Durante o serviço de canto, esteja contente cantores. Num sábado à noite, perto do fim
e radiantemente feliz, sem ser frívolo. Para da cruzada, anuncie uma noite especial de mú
continuar a dignificante atmosfera iniciada com sica, e faça todos os que foram anotados parti
o cantar do côro, costumo fazer uma breve ora- ciparem. Êste programa terá, necessàriamente,
ção, depois de cantar o primeiro hino. Esta de ser iniciado mais cedo do que o usual. Se-
deve ser curta e ir diretamente ao ponto dese rá um incentivador de freqüência, além de criar
jado. Por exemplo, pode-se orar assim: “Agra boa vontade entre os músicos. Aos membros
decemos-Te, Senhor, por esta oportunidade de do coral se dará prioridade na participação des
cantar êstes hinos de louvor. Dá-nos esta noi- sas noites, devido ao seu meticuloso compare
te um cântico no coração, porque T’o suplica cimento e à sua leal ajuda no programa.
mos em nome de Jesus. Amém!” Isto faz do 3. A Noite dos Pedidos. — Esta é sempre uma
canto uma parte do culto. noite agradável. Deve ser anunciada com mui
A última parte do programa de canto poderá ta antecedência. Na noite indicada, após o
cantar da estrofe dum hino e a apresentação
ser um hino de entrega, como: “Jesus, Sem-
duma curta prece, solicite aos presentes que
pre Te Amo”; “Todo Teu”; “Salva-me Tam- mencionem seus hinos prediletos. Logo que u’a
bém”. Peça-se ao auditório que se levante ao mão se levantar, dê à pessoa o ensejo de citar
entoar êsse hino, ou por ocasião da última es (Continua na pág. 18)
PÁGINA 12 O Ministério Adventista
Nossa Afirmação e Obrigação
KENNETH H. EMMERSON
Tesoureiro-Associado da Associação Geral
I S. João 2:6: “Aquêle que diz que permanece nÊle, trabalho cristão dificultoso, é errado para mim,
êsse deve também andar assim como Êle andou.” (Edição
revista e atualizada no Brasil). e preciso, como cristão, abandoná-lo.”
New English Bible Version: “Aquêle que afirma que Infelizmente, a norma do Dr. Chapman não
permanece nÊle, obriga-se a viver como Cristo mesmo vi-
veu.” é hoje facilmente aceita por muitos obreiros cris-
tãos, e certamente não é o que o homem mo
DESEJARIA iniciar minhas observações, es derno mais deseja que se saliente em sua re-
ta manhã, com duas asserções que são as ligião. Os modernos reavivamentos entre nós
seguintes: Afirmações solenes exigem um an não produzem os frutos que foram expressos na
dar e viver correspondentes, e grandes profis quela norma. Obediência, disciplina e lei não
sões envolvem grandes responsabilidades. Es são têrmos populares nos círculos religiosos ou
tas duas asserções estão arraigadas no versículo populares desta geração. De preferência, enfa
citado. tiza-se a independência, a exaltação da própria
Examinemos a primeira delas: Afirmações personalidade e a libertinagem. Restrições e re
solenes exigem um andar e viver corresponden gulamentos apenas aborrecem o povo.
tes. Se afirmamos ou pretendemos permane Um dos grandes paradoxos do presente é que,
cer em Cristo, obrigamo-nos a levar uma vida embora pareça haver algum entusiasmo para
semelhante à de Cristo. reavivamento e manifestação religiosa, os gover
Nos dois versículos precedentes, João demons nos do mundo se defrontam com a maior on
tra o fato de que a obediência é o fruto da da de ilegalidade. Creio que estarei certo ao
salvação e não apenas um sentimento ou pro dizer que nunca na história do mundo tantas
fissão. Demonstra também que a obediência é pessoas se tornaram membros da igreja. A re-
a prova do discipulado com Cristo. No livro ligião está, pois, progredindo ràpidamente; no
Vereda de Cristo, às páginas 78 e 79, a men entanto, o mesmo sucede com o crime. Nin-
sageira do Senhor torna isto bem claro: “Se guém duvida, então, que a experiência religio
o coração foi renovado pelo Espírito de Deus, sa de nosso tempo produziu muita adulação.
a vida dará testemunho dêsse fato . . . Ver- Evidentemente o reavivamento consiste numa
se-á uma mudança no caráter, nos hábitos e forma religiosa, a que falta obediência, disci
atividades. Será claro e positivo o contraste en- plina e lei, que, se presentes, tornariam bem
tre o que foram e o que são”. clara a confirmação de fé em Cristo.
Lemos também em Test. Seletos, (Edição O colunista e comentarista de renome, Drew
Mundial), Vol. 1, pág. 157: Pearson, fala duma pergunta que lhe foi fei
“Não nos devemos medir pelo mundo, nem ta, certa vez, pelo netinho. Eis suas palavras:
pelas opiniões dos homens, nem pelo que nós “Meu neto de seis anos de idade, Joe, ob
éramos antes de abraçarmos a verdade. Nossa servava um avião arrastar um anúncio pelo céu.
Dizia: ‘Veja Agora êste Mundo Perdido’.
fé e posição no mundo, porém, tais como são
agora, devem ser comparados com o que po — Está o mundo perdido? perguntou Joe.
deriam ter sido, caso nossa direção tivesse si- Enquanto o Sr. Pearson procurava uma res-
do sempre para a frente e para cima, desde posta compreensiva, Joe deu sua própria res-
que professámos ser seguidores de Cristo. Es posta.
ta é a única comparação digna de confiança — Talvez, disse, as pessoas do mundo este-
que se pode fazer.” jam perdidas.”
Faríamos bem em considerar e adotar o que ' Foi uma asseveração que habilmente descre-
o Dr. J. Wilbur Chapman denominou “Minha ve a condição religiosa da maioria das pessoas.
Norma de Viver Cristão”. Declara-a nestas pa- O profeta Isaías escreveu de um mundo de
lavras: trevas em seu tempo, e, indubitàvelmente, suas
“A norma que orienta minha vida é esta: tu palavras se aplicam com muito mais precisão
do o que obscurece minha visão de Cristo, ou à atualidade.
remove minha predileção pelo estudo da Bíblia, Porque eis que as trevas cobriram a Terra,
ou restringe minha vida de oração, ou torna o e a escuridão os povos.” Isaías 60:2.
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Sim, a escuridão espiritual do povo dêste cooperadores de Deus". Se nos entregarmos in
mundo é enorme, apesar do despertamento re teiramente a Êle, instruir e guiar-nos-á. Ligou-
ligioso, que não parece ser uma experiência nos a todos numa estreita unidade, e tudo o
sentida no íntimo da alma, mas apenas algo for que venha perturbar esta unidade deve ser te
mal e lisonjeiro. Não é esta espécie de expe- mido.
riência que Cristo espera de mim e ti, nem a Então os instrumentos do despertamento se-
experiência que o povo do mundo hoje tanto rão os inteiramente consagrados ministros e
necessita. obreiros da igreja, estreitamente ligados em uni-
Quando confirmamos que Cristo é uma Pes- dade, e isto fará com que as pessoas se dete
soa, temos de confirmar tudo aquilo em que nham para ouvir-nos, à Bíblia e aos escritos do
Cristo está envolvido. É unicamente quando Espírito de Profecia. Quando nossa conversão
nos relacionamos com Êle em tôdas as coisas, pessoal e nossa unidade forem verdadeiramen-
que vivemos como Êle viveu. Então nossas vi te manifestadas e se tornarem o centro de nos-
das se tornarão exemplos nítidos de que vive sa experiência com Cristo, faremos algo pelo
mos em união com o próprio Cristo. Em Atos povo e por aquêles aos quais transmitimos a
dos Apóstolos, pág. 551, diz a Sra. White: mensagem.
“Para ter êxito em seus esforços devem os Os outros nos observam — a mocidade de nos-
obreiros cristãos conhecer a Cristo; e para co- sos colégios, os membros de nossas igrejas e as
nhecê-Lo, precisam conhecer Seu amor. No pessoas que não pertencem à nossa fé. Cristo
Céu sua aptidão como obreiros é medida por é perfeito e nosso único exemplo. Não pode-
sua habilidade em amar como Cristo amou e mos imediatamente igualar êste perfeito Modê-
trabalhar como Êle trabalhou.” lo em tudo, mas não seremos aprovados por
Como ministros, penso que é bom relermos Deus se O não imitarmos e, de conformidade
de vez em quando os votos de nossa ordena com a capacidade que Deus nos deu, não nos
ção, para que não percamos de vista quem so- assemelharmos com Ele.
mos. Somos ministros e obreiros de uma gran- Unidade com Cristo, reforçada por uma vida
de pretensão. dirigida por Cristo, não apenas desenvolve vi
“Cristo crucificado, Cristo ressurgido, Cristo das e pregação poderosas, mas também a uni-
assunto aos Céus, Cristo vindo outra vez, de- dade duns para com os outros. O único lu-
ve abrandar, alegrar e encher o espírito do mi gar em que se pode buscar a unidade é ao pé
nistro, por tal forma, que êle apresente estas da cruz. Só poderá ser obtida pela experiência
verdades ao povo em amor, e profundo zêlo. O pessoal da confirmação e da demonstração na
ministro desaparecerá então, e Jesus será reve vida.
lado.” — Obreiros Evangélicos, pág. 159. “Necessita-se uma reforma ou despertamen
to entre o povo, mas primeiramente deve co-
Quando nós, ministros e obreiros, combinar
meçar com uma obra de purificação entre os
mos nossa afirmação, confissão e convicção com
ministros”. — Testimonies, Vol. 9, pág. 469.
uma tremenda obrigação moral na vida, tere
mos então um poder irresistível. “Se os cristãos agissem de comum acordo,
avançando como um só homem, sob a direção
Não pensais vós que chegou o tempo para de um único Poder, para a realização de um
o ministério A.S.D. e a operante fôrça leiga só escopo, êles abalariam o mundo.” — Test. Se
se tornarem tão imbuídos da comunhão com letos, (Edição Mundial), Vol. 3, pág. 343.
Cristo, a ponto de os homens pararem, escuta
A segunda asseveração é: Grandes profis
rem e seguirem seu exemplo? Não deveria o
ministério, juntamente com os dirigentes das sões envolvem grandes obrigações. Isto nos le-
igrejas, ocupar o exato lugar no púlpito e na va às penetrantes perguntas desta manhã: Qual
igreja, e desafiar, atrair e dirigir o pensamen- é o nosso dever presente? Estamos cumprin
to do povo dêste movimento, em vez de per do-o? Ou descansamos nos lauréis de passadas
mitir que a liderança e orientação passem pa- realizações?
ra movimentos separados e irmãos descontentes, Permiti-me chamar-vos a atenção para êste
que se encontram em confusão e discordância? verso das Escrituras: ... (Jonas 1:2).
Um dos maiores perigos do Movimento Ad- Ao eu hoje considerar nossa tarefa e obri
ventista tem sido o da divisão. Sem credo, mas gação, lembro-me de duas declarações da Sra.
com homens e mulheres ávidos para aprender White, a primeira delas feita em 1900, quan
do disse:
a verdade, fàcilmente poderão surgir diferenças
“Caso houvesse sido executado o propósito
de opinião em doutrinas. Com o desejo e en divino de transmitir ao mundo a mensagem da
tusiasmo de espalhar a mensagem evangélica, misericórdia, Cristo já teria vindo à Terra e os
podem desenvolver-se diferentes idéias quanto santos teriam recebido as boas-vindas na cida-
à melhor maneira de proceder. de de Deus.” —Test. Seletos, (Edição Mun
Não nos esqueçamos, porém, de que “somos dial), Vol. 3, pág. 72.
Página 14 O Ministério Adventista
Em 1903, ela novamente esclareceu êste pen- mesquinhas senhoras idosas que nos apertam a
samento, nestas palavras: mão, ao saírem da igreja, e efusivamente nos
“Sei que, se o povo de Deus houvesse man declaram que aquêle foi o mais admirável ser-
tido viva ligação com Êle, se Lhe houvessem mão do mundo. Não o creiamos — é apenas
obedecido à Palavra, estariam hoje na Canaã bajulação! A outra classe em que não pode-
celestial.” — Evangelismo, pág. 694. mos confiar é a dos “irmãos visitantes”, que
chegam e nos dizem: “Esta é a mais notável
Nossa experiência tem sido idêntica à do sol
corporação de obreiros da igreja, no mundo”.
dado que não estava no pôsto indicado duran
te o ardor da batalha. Depois que a peleja pas
Se somos tentados a acreditar nas idosas senho
sara, foi encontrado entretendo-se num jardim ras da porta ou nos irmãos visitantes, preste
mos atenção a isto como um exemplo.
de flôres. — Eu não estava causando nenhum
dano, disse. Sim, não estava causando nenhum Numa associação, não direi onde, a igreja de
dano, mas tampouco lutara onde deveria estar. maior crescimento, num período de dez anos,
acusou um ganho líquido de 2,9 almas por ano;
Temos sido, como um grupo de obreiros, com
e, daí, os relatórios das outras igrejas vão de-
o atual desafio para evangelizar, culpados de
crescendo até o ponto de muitos dêles regista
semelhante negligência? Talvez uma de nos-
rem a perda líquida duma alma por ano. Pen
sas maiores faltas seja a de nossa santificada
indiferença. Falamos de Cristo, mas recuamos so que isto deveria ser motivo para solicitude
e verdadeiro exame do íntimo.
da tarefa dinâmica de Lhe cumprir a incum
bência. É mais fácil ocuparmo-nos com a par- De vez em quando declaramos que no pró
te mecânica dos projetos, com a organização e ximo ano esperamos progredir no evangelismo.
com os membros atualmente no rol da igreja Tal afirmativa é idêntica à duma emprêsa de
— embora sejam importantes e necessários — do estrada de ferro ou de avião que proclama que
que destemidamente prosseguir com a evange irá incrementar os transportes. A ocupação du
lização dos milhões em nosso redor. ma companhia de estrada de ferro ou de avião
é transportar, e o dever da igreja é evangeli-
O mundo precisa ser advertido, e, para rea zar. É a principal ocupação de Deus para Sua
lizar isto, devemos utilizar tôdas as fôrças da igreja em todo e qualquer tempo.
igreja. O trabalho à nossa frente, como minis-
tros e obreiros leigos, foi muito bem resumido, A igreja começou com um grupo de crentes
nas palavras escritas em 1895, por Ellen G. no Senhor, cheios do Espírito. Depois veio a
White: organização. O simples se tomou complexo, e,
destarte, se desenvolveu uma ampla organiza-
“Repousa sôbre nós a pesada responsabili- ção que se tornou um fim em si mesma. Ten-
dade de advertir o mundo quanto ao juízo imi de a ocupar-se tanto com a movimentação de
nente. De tôdas as direções, de longe e de per suas próprias engrenagens, que pode ser com
to, ouvem-se os pedidos de auxílio. A igreja, parada ao poço de petróleo que o não exporta,
inteiramente consagrada ao seu trabalho, deve devido a empregá-lo todo na lubrificação do
levar a mensagem ao mundo . . . Um mun- próprio maquinário. Os movimentos religosos
do, a perecer no pecado, deve ser iluminado. geralmente são pequenos no início, daí passam
A pérola perdida deve ser achada. A ovelha por sucessivas etapas de desenvolvimento e or
perdida deve ser conduzida de volta, em segu ganização, e acabam sendo monumentos, a não
rança, para o curral.”—Evangelismo, pág. 16. ser que se tomem precauções.
O caminho mais fácil é cuidar do que já te- Inclinamo-nos a dissipar as energias em ques-
mos. Mas não permitamos que os relevantes tões secundárias. Colocamos tantas barras de
detalhes de cuidar da igreja nos levem à ina ferro ao fogo, que nenhuma se abrasa. Não
tividade em nosso real propósito — transmitir o precisamos apenas de consagração, mas de con-
evangelho ao mundo. sagração a nosso maior dever. Ouvimos do fa-
Há associações e missões que se salientam roleiro que recebeu certa quantidade de óleo,
na recolta; têm uma média elevada de donati para conservar o farol brilhando. Com boas in
vos para as missões, mas não estão crescendo. tenções, porém, emprestou parte do mesmo a
Ora, a recolta, os donativos para as missões e um pescador, para ser usado no barco; deu ou
outras atividades são muito bons, mas devemos tra a um aldeão, a fim de utilizá-la na ilumi
ganhar novas almas. As igrejas prosseguem em
nação. Assim gastou o óleo, aqui e ali. De noi-
sua maneira habitual, enquanto almas se des
viam; batizam crianças para contrabalançar is te ergueu-se violenta tempestade, navios se afun
so, e parecem estar contentes e satisfeitas com daram e vidas se perderam, porque o óleo aca
essa situação. bara e os refletores deixaram de iluminar.
Freqüentemente nós, os ministros e oficiais A crise desta hora nunca será defrontada com
responsáveis da igreja, somos acalentados por pequenas e hábeis palestras sôbre acontecimen
duas classes de pessoas, nas quais faríamos bem tos em curso e por vendas de “Dorcas” no po-
em não confiar. São os bajuladores. São as (Continua na pág. 18)
Julho-Agôsto, 1963 PÁGINA 15
Um Batismo Para Glória de Deus
EDUARDO TORREBLANCA
Pastor-Evangelista na Associação Central do Norte do Chile
“Dè-se ao ato (do batismo) tôda a importância e soleni
dade que êle comporta. Essa cerimônia é sempre assinalada
pela presença de anjos de Deus.” — Evangelismo, pág. 313.
ERAM quatro horas da tarde do sábado 3 de nação de intensa espiritualidade inundava o lu-
novembro de 1962, quando, atraída pela gar enquanto que, com passos lentos, os mi-
nova de que se efetuaria um batismo da Igreja nistros oficiantes, uniformemente vestidos de
Adventista do Sétimo Dia na piscina do Está preto, desciam as escadarias da piscina, dois a
dio Militar, uma multidão de aproximadamen dois, para colocarem-se no ponto indicado. O
te três mil pessoas, se reuniu neste recinto, pa- pastor Fayard pediu a Bênção do Céu sôbre o
ra presenciar o solene rito a realizar-se. Rodea ato a ser realizado. Em seguida começou o ba
do de árvores exuberantes e perfumadas flores, tismo pròpriamente dito, e no profundo silên
o imenso espelho das águas tranqüilas refletia cio reinante se ouviam as palavras de bênção
a imponente turba. Tudo convidava ao reco para os candidatos, pronunciadas alternadamen-
lhimento e à meditação nas coisas elevadas da te pelo pastor Carlos Ayala e pelo signatário,
vida, fazendo lembrar os tempos em que, nos após as quais oito pessoas eram submergidas si
campos da Judéia, os homens se aglomeravam multaneamente, de maneira digna e decorosa,
em busca da bênção que Jesus lhes podia co- nas cristalinas águas, a fim de ressurgir para
municar. uma nova e gloriosa experiência.
Não houve no ato uma única nota discor A parte musical desta ocorrência merece ser
dante. Tudo havia sido previsto e preparado destacada. A atuação do côro das igrejas de
com antecedência pelo corpo de pastôres ofi Santiago, em número de mais de cinco vozes
ciantes, sob a orientação do pastor Enoque de rigorosamente disciplinadas, sob a regência do
Oliveira, diretor da Associação Ministerial da maestro Werner Arias, deu uma nota de gran
Divisão Sul-Americana, em colaboração com diosidade ao programa e nos fêz sentir no ín
o pastor José Torres, presidente da Associação timo que, cantando os cânticos de Sião, se de
Central do Norte do Chile. As pessoas que to simpede o caminho de abrolhos, na marcha pa-
maram parte no programa, fizeram-no sem ne- ra a Pátria Celestial.
cessidade de qualquer anúncio, porque todos sa
biam quando e como deviam desempenhar suas
No final desta impressiva cerimônia, e en-
partes, para conseguir que a cerimônia cons quanto os recém-batizados trocavam de roupa,
tituísse uma mensagem de verdade para os pre o pastor Juan Tabuenca, professor de teologia
sentes e uma honra para a causa de Deus. no Colégio Adventista do Chile, com a palavra
Após um programa inspirador de música co fluente e saturada do espírito do evangelho, fêz
ral, o pastor Enoque de Oliveira tomou a pa sentir no recinto o chamado de Deus aos ho-
lavra e com pinceladas magistrais desenhou o mens, para que se convençam de que só Ele
quadro do plano da salvação e realçou o glo é amor.
rioso significado do batismo cristão, cujos de Ao nos retirarmos daquele aprazível local,
talhes teríamos o privilégio de presenciar.
sentimos gratidão para com Deus, devido a ain-
Os pastôres Samuel Fayard, José Torres, Ru da manifestar Sua misericórdia à humanidade,
bens Perevra, Erwin Wandersleben, Carlos Bus-
e refletimos profundamente, manifestando o
so, Carlos Avala, Omer Fonseca e o autor des
tas linhas administraram o sagrado rito às cen propósito de sermos mais fiéis no desempenho
to e dezoito pessoas que, constrangidas pelo amor de nossa parte na terminação da tarefa ainda
de Cristo, renunciavam ao mundo. Uma ema por fazer.
Página 16 O Ministério Adventista
OBRA PASTORAL
A Espôsa do Ministro
Visitando e Evangelizando
NAJLA D. BECHARA
Espôsa do pastor Assad Bechara — Associação Paulista
Novas Fronteiras
no Evangelismo Médico
E. J. FOLKENBERG
Secretário da Associação Ministerial na União Atlântica
Crêem os adventistas do sétimo dia que o sá- não vos apanhem” (Versículo 35). “Repara,
bado é o único critério válido para determinar pois, que a luz que há em ti não sejam tre
completa obediência à lei de Deus, ou pode al- vas. Se, portanto, todo o teu corpo fôr lumi
guém que adorar sinceramente no domingo, mas noso, sem ter qualquer parte em trevas, será
deixar de guardar o sábado, ser ainda conside
todo resplandecente como a candeia quando te
rado um fiel e obediente cristão?
ilumina em plena luz” (S. Lucas 11:35 e 36).
Os adventistas do sétimo dia não podem ler No que se refere à pergunta em si mesma,
os corações, nem o fazem; isto é prerrogativa deveria ser notado que:
Quando, porém, a observância do domingo fôr imposta
de Deus. Cremos na luz progressiva. O tem- por lei, e o mundo fôr esclarecido relativamente à obriga
po, as circunstâncias, o conhecimento, a com- ção do verdadeiro sábado, quem então transgredir o manda-
mento de Deus para obedecer a um preceito que não tem
preensão e a convicção são fatôres determinan maior autoridade que a de Roma, honrará desta maneira ao
tes. Além disso, cremos que em tempos esta papado mais do que a Deus. — O Conflito dos Séculos, pág.
486.
belecidos existe uma peculiar “verdade presente”
• Reconhecemos que o sábado não foi uma pro
a que se deve dar ênfase (II S. Pedro 1:12).
va nos tempos medievais. Não acreditamos que
Cremos igualmente que a luz deve crescer tenha sido uma prova nos dias da grande Re
“mais e mais até ser dia perfeito” (Prov. 4: forma do século XVI, ou mesmo no tempo de
18), e que o aumento do conhecimento e da Wesley. Mas nestes “últimos dias”, quando,
compreensão inevitàvelmente acarreta um au cremos, tôda a verdade deverá ser restaurada
mento da responsabilidade (S. João 9:41). antes da segunda vinda de Cristo, e a mensa-
“Aquêle pois que sabe fazer o bem e o não faz gem sôbre o sábado do quarto mandamento de-
comete pecado” (S. Tiago 4:17). A rejeição, verá alcançar o gênero humano com significa
portanto, de reconhecida luz se torna uma ques- ção divina, haverá uma responsabilidade para
tão pela qual o indivíduo é responsável. “En- obediência da parte daqueles aos quais adveio
quanto tendes a luz, crede na luz, para que vos luz e convicção. Deus certamente não terá por
torneis filhos da luz” (S. João 12:36). “An responsável da verdade aquêle que ainda não
dai enquanto tendes a luz, para que as trevas a conhece e compreende.
Página 22 O Ministério Adventista
tãos. Fazem uma profusão de movimentos, mas
Nossa Afirmação e Obrigação não progridem.” Nos Estados Unidos, a divisa
da maior companhia de material elétrico é a
(Continuação da pág. 18)
seguinte: “O progresso é o nosso principal pro-
duto.” O progresso em transmitir a mensagem
significante e diminuir o valioso. Se nossa de Deus aos povos da Terra, no presente, é a
ocupação não fôr a de Deus, logo nos encon nossa mais importante realização. Numa pala
traremos sem ocupação. vra, o evangelismo!
Compreende-se que, com muitas exigências A serva do Senhor, referindo-se à experiên-
pesando sôbre nós, nos sintamos exaustos e so cia de Jonas, diz-nos que:
brecarregados. É fácil de raciocinar que se apro
“A lição é para os mensageiros de Deus ho-
veitamos bem as oito horas dum dia rotineiro,
je, quando as cidades das nações encontram-se
já fizemos realmente a nossa parte. Indiferen
tão verdadeiramente em necessidade do conhe-
tes para com os tempos em que vivemos, nós
cimento dos atributos e propósitos do verdadei-
nos juntamos ao grande grupo de pessoas que
ro Deus, como os ninivitas do passado. Os
se encerram detrás das grades da fadiga. São
embaixadores de Cristo devem apontar aos ho-
poucos os que rompem essa barreira e partem
mens o mundo mais nobre, que tem sido em
para uma jubilosa e emocionante aventura.
grande parte perdido de vista.” — Profetas e
Muitas pessoas param quando o trabalho se tor-
Reis, pág. 274.
na penoso. Não gostam de andar a segunda
milha na proclamação da urgente mensagem Embora reconheçamos que o autêntico evan-
dêste tempo. gelismo e despertamento provenham de Deus,
Desejaria sugerir-vos esta manhã que, ao nos e unicamente de Deus, nós, como homens, de
defrontarmos com a tarefa do autêntico evan- vemos promovê-los e ser seus porta-vozes. Deus
gelismo, rompamos a barreira da fadiga e pen envia o Sol e a chuva; Deus faz o solo ficar
semos em caminhar a segunda milha com o Se- fértil, mas o homem deve lavrar o solo e cul-
nhor. tivar o campo, do contrário jamais haverá co
lheita.
Se ficais desanimados, sentindo-vos huma
namente inadequados para arrostar o grande de “Não temos tempo para preocupar-nos com
safio à vossa frente, desejaria recomendar-vos assuntos destituídos de importância . . . Logo
um trecho da pena inspirada: uma surprêsa terrível sobrevirá aos habitantes
do mundo. Imprevistamente, com poder e gran-
“Deus poderia ter confiado aos anjos celes de glória, Cristo virá. Não haverá, então, tem-
tiais a mensagem do evangelho e tôda a obra po de preparo para encontrá-Lo. Agora é o tem-
de amoroso ministério. Poderia ter emprega po de proclamarmos a mensagem de advertên
do outros meios para realizar o Seu propósito. cia.” — Test. Seletos, (Edição Mundial), Vol.
Mas em Seu infinito amor preferiu tornar-nos 3, pág. 220.
cooperadores Seus, de Cristo e dos anjos, a fim
de que pudéssemos participar da bênção, da Grandes afirmativas exigem um andar e vi-
alegria e do erguimento espiritual que resul ver correspondentes. Grandes profissões envol
tam dêsse desinteressado ministério.” — Vereda vem grandes obrigações. Em primeiro lugar, o
de Cristo, págs. 110 e 111. chamado para a manifestação duma vida seme-
lhante à de Cristo, depois, a execução de nos-
A imaginação de que podemos ser uma fôr- sa grande obrigação de tornar conhecido o evan-
ça para Deus e participar com Cristo e os an gelho — o poder de Deus para a salvação dos
jos da bênção, da alegria e do erguimento es- que estão nas trevas.
piritual, por meio dum desinteressado e infa
Queira Deus ajudar-nos a viver à altura de
tigável ministério, deveria ser mais do que su
nossa elevada afirmativa e profissão, e a nos
ficiente para dar-nos nôvo vigor, coragem e
mantermos progredindo e enfrentando o desa
energia para enfrentar o repto. Isto certamen
fio. Nunca nos esqueçamos da maneira em que
te bastaria para levar-nos a renovar e redobrar
Êle nos tem guiado. Oxalá que nos levante
os esforços evangelísticos em prol das multidões
mos para ir e anunciar esta mensagem de ad
que sucumbem!
vertência, a fim de que a obra de Deus nesta
Entretanto, certifiquemo-nos de que estamos Terra logo seja concluída e Jesus volte para
progredindo e não apenas marcando o passo. o Seu povo!
Rolland Hill, quando visitava uma casa em que Nota: Êste tema foi apresentado numa das
havia uma criança montada num cavalinho de reuniões devocionais realizadas durante a sessão
pau, após observar o pequeno por algum tem- plenária da comissão da Divisão Sul-Americana,
po, disse: “Êle me faz lembrar de alguns cris- que teve lugar entre 5 a 11 de dezembro de 1962.
PEDRO APOLINÁRIO
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