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TECNOLOGIA

TV UNIVERSITÁRIA DE VOLTA REDONDA: UM EXPERIMENTO


TECNOLÓGICO A SERVIÇO DA DEMOCRACIA
Marcel Brandão Pereira¹ e; Marcus Wagner de Seixas².

RESUMO
A TV Universitária, capitaneada pelo professor Marcus Wagner de Seixas do
departamento de direito, é iniciativa ímpar na municipalidade de Volta Redonda. Ainda
que na cidade haja Instituições de Ensino Superior voltadas para a área da
Comunicação, nunca houve diligência que visasse à implementação de um Canal
Universitário. Com a finalização do processo licitatório na modalidade pregão, regido
pela lei 10.520 de 2002, com o intuito de adquirir o aparato tecnológico necessário para
a implementação da TVR, a mesma está apta para a transição da tecnologia analógica
para digital. A intenção é transformar essa experiência de construção da TV
Universitária de Volta Redonda num modelo a ser futuramente copiado e estendido aos
outros pólos da UFF espalhados pelo interior do estado do Rio de Janeiro, e até ao pólo
avançado em Oriximiná. O estágio atual é de ajustes e aprendizado, não obstante, a TV
Universitária de Volta Redonda vem sendo requisitada rotineiramente para a cobertura
de eventos sediados não só no ambiente interno da Universidade Federal Fluminense,
como também já atua em parceria com outras instituições, como a OAB.

PALAVRAS-CHAVE
TV Universitária, Volta Redonda, Democracia.

ABSTRACT
The University’s TV, led by Professor Marcus Wagner Seixas of the department of law
is a unique initiative in the municipality of Volta Redonda. While in town there are
Higher Education Institutions focused on the area of communication, there was never
diligence that targets the implementation of a University Channel. With the completion
of the bidding process in trading mode, governed by Law 10,520 of 2002 in order to
acquire the technological apparatus necessary for the implementation of the TVR, it is
ready for the transition from analog to digital technology. The intention is to transform
the experience of building the Volta Redonda University’s TV in a future model to be
copied and extended to other poles of UFF around the interior of the state of Rio de
Janeiro, and advanced toward the pole in Oriximiná. The current stage is adjustment and
learning, however, the Volta Redonda University’s TV is being routinely required to
cover events based not only on the internal environment of the Universidade Federal
Fluminense, as well as works in partnership with other institutions, such as OAB.

KEY WORDS
TV Universitária, Volta Redonda, Democracia

INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa expor os motivos pelos quais a TV Universitária foi
instituída em Volta Redonda, abarcando os objetivos visados e a necessidade local.
Importante destacar que o município de Volta Redonda, ainda que seja o mais
importante do Sul Fluminense no que tange a política e economia, não contava com
uma TV Universitária. Fazia-se, então, necessário a implementação desta. A
Universidade Federal Fluminense foi pioneira e em uma ação inédita na região
implantou a TV Universitária, TVR. Esta se consubstanciou de uma articulação do
Grupo de Pesquisa Direitos Humanos, Comunicação e Mídia vinculado ao
Departamento de Direito de Volta Redonda e financiado pelo Ministério da Educação
intermediado pela Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal Fluminense. À
priori, atuando como filial da TV Universitária de Niterói, a TVR visa ser instrumento
de democracia.
Neste ínterim, a TV Universitária emerge em meio aos canais de televisão
privados visando tornar o acesso à informação mais democrático. Neste ponto, torna-se
ainda mais relevante, uma vez que é cada vez mais palpitante a discussão no que
concerne a democratização dos meios de comunicação. Tendendo a omissão, as
Universidades Brasileiras, em sua maioria, deixam de ocupar o espaço, reservado por
lei, nas TVs à cabo e, mais recentemente, nas bandas educativas propiciados pelo
advento do Canal da Cidadania, iniciativa do Governo Federal. A Universidade Federal
Fluminense, em Volta Redonda, tendo observado esta tendência agiu e tornou realidade
sua própria estrutura.
Ademais, tem como meta propiciar a população local o acesso às informações
acadêmicas que possam vir a melhorar a sociedade. Ainda, é uma forma de difundir a
cultura regional, beneficiar os artistas da cidade proporcionando espaço midiático para
promover a diversidade. E, por último, todavia a mais importante faceta galgada pela
TV Universitária, é ser instrumento de democracia, principalmente, através da
fomentação de um posicionamento cidadão da população voltarredondense diante dos
acontecimentos fáticos. Ressalta-se, não há intenção de promover qualquer ideologia,
mas aguçar o ideário cidadão diante de qualquer acontecimento, demonstrando de
maneira politizada a informação.

DESENVOLVIMENTO
A cidade de Volta Redonda está localizada no interior do Estado do Rio de
Janeiro, mais precisamente no Sul do Estado. Conta com o segundo maior corpo
discente dentre os quadros da Universidade Federal Fluminense, compõe-se dos cursos,
em graduação de Direito, Ciências Contábeis, Administração, Administração Pública,
Psicologia, Computação, Química, Física e Matemática, além da Escola de Engenharia,
uma das mais tradicionais do país. Outrossim, ainda conta com outras Instituições de
Ensino Superior no setor privado. Tendo em vista a supracitada importância, concluiu-
se a necessidade e vislumbrou-se a viabilidade de implementação da TV Universitária,
objetivando tornar público os acontecimentos ocorridos dentro da Universidade que, de
alguma forma, possam agregar valores positivos à sociedade. Ademais, como já
afirmado, a TVR tem como finalidade ser instrumento de democracia e fomentador da
cidadania.
Decorrido este primeiro estágio de discussão da viabilidade técnica, partiu-se
para exequibilidade financeira. A ação de extensão “Laboratório da TV Universitária de
Volta Redonda”, articulado com o Grupo de Pesquisa Direitos Humanos, Comunicação
e Mídia, obteve o financiamento do Ministério da Educação através Pró-Reitoria de
Extensão da Universidade Federal Fluminense. Iniciou-se, então, o processo licitatório
na modalidade pregão, regido pela lei 10.520 de 2002, com o intuito de adquirir o
aparato tecnológico necessário para a implementação da TVR. Neste mesmo período,
ocorreu a seleção, nos moldes propostos pela Universidade Federal Fluminense, dos
discentes que comporiam a futura TV Universitária de Volta Redonda. O processo
seletivo foi composto por 2 (duas fases) e selecionou, com fiel submissão ao edital, os
candidatos que integrariam a iminente TVR. A ação, neste momento, ganhava formato,
já contava com a equipe e esperava a adjudicação dos vencedores do processo licitatório
e a conseqüente execução dos contratos administrativos firmados, o que aconteceu à
posteriori. Posteriormente foi viabilizada identidade gráfica da TV Universitária, assim
como a página nas redes sociais e discussão de como promover a TVR. Atualmente, o
estúdio está sendo construído, sede de boa parte dos trabalhos desenvolvidos pela TV,
está sendo construído. Em breve, mais uma conquista da TVR deixará de ser iminente e
tornar-se-á realidade.
Percebendo uma eventual impossibilidade burocrática, ou dificuldade inicial, de
ser TV Universitária independente, foi firmado um acordo com a já tradicional TV
Universitária de Niterói, a Unitevê, propiciando iniciar suas atividades como uma filial
desta. Os primeiros eventos que contaram com a cobertura da TV Universitária foram a
captação audiovisual da inauguração de Laboratórios do Instituto de Ciências Exatas, o
I Sarau do Direito, a aula Inaugural do Mestrado Profissional de Administração, entre
outros. Além disso, em parceria com a OAB Federal, integrantes da TVR colheram
assinaturas a fim de somar-se ao esforço pelo projeto de iniciativa popular pela Reforma
Política.
Registra-se, portanto, a fidelidade, desde a sua origem, da TV Universitária de
Volta Redonda para com seus ideais fundamentais: promover o intercâmbio entre a
Universidade e a sociedade, ser instrumento de democracia e cidadania, e informar de
maneira politizada.
É mister, ainda, apontar para o ínterim político-social que aparece como cenário
de fundo do processo de implantação da TV Universitária de Volta Redonda. Não só no
Brasil, mas na América Latina como um todo, discute-se a descentralização dos meios
de comunicação. Em outras palavras, questionam os oligopólios que centralizam a
informação midiática e, de certa forma, informam conforme seus próprios interesses. A
idoneidade da informação é, portanto, questionada. Neste contexto, o Brasil passa pela
transição da tecnologia analógica para a digital, no que tange a TV, logo, as
Universidades têm a oportunidade de se utilizar das bandas comunitárias e educacionais
deste novo sistema, regulamentado pelo Decreto Federal 5820. Há ainda oportunidade
paralela, uma vez que, por lei, as TVs Universitárias podem se ocupar os canais
educativos das TVs à cabo. O momento é propício, a Universidade Federal Fluminense
de Volta Redonda se mostrou atenta a oportunidade.
METODOLOGIA
A lógica metodológica empregada se baseia na dissertação de todo o processo
que envolveu a implementação da TV Universitária de Volta Redonda. Desde sua
idealização abstrata, perpassando pelo processo seletivo dos membros e pela licitação
que constituiu o patrimônio desta. A demarcação dos objetivos galgados pela TV
Universitária também são expostos e levados em consideração. A intenção é transformar
essa experiência de construção da TV Universitária de Volta Redonda num modelo a ser
futuramente copiado e estendido aos outros pólos da UFF espalhados pelo interior do
estado do Rio de Janeiro, e até ao pólo avançado em Oriximiná. Adianta-se que
praticamente 100% dos recursos foram captados fora do orçamento da universidade,
estando próximos de cerca de R$ 300.000,00, valor esse que inclui a compra dos
equipamentos e adaptação do estúdio. Em nosso tempo não é razoável que nossas
unidades não dialoguem entre si, e as estruturas de TV em cada pólo podem atuar nesse
sentido, não só transmitindo as produções acadêmicas próprias, mas interagindo por
meio de fibras óticas.

RESULTADO COM DISCUSSÃO


A ação da TV Universitária, sem precedentes na região Sul Fluminense, saiu do
papel e tornou-se realidade. Ainda que atualmente atue como filial da TV Universitária
de Niterói (a Unitevê), a TV Universitária de Volta Redonda conta com uma equipe de
bolsistas e equipamentos próprios adquiridos.
O estágio atual é de ajustes e aprendizado, não obstante, a TV Universitária de
Volta Redonda vem sendo requisitada rotineiramente para a cobertura de eventos
sediados na Universidade Federal Fluminense. Indo ao encontro do seu ideal: servir
como instrumento de democracia, a TVR não se limita aos muros da Universidade, tem
a rua como local de trabalho, leva informação à população e colhe dados. Para ficar em
dois exemplos elucidativos, há, no campo das idéias, o projeto de auxiliar a população
em questões relacionadas ao Código de Defesa ao Consumidor, inclusive com a
preparação dos membros da ação através de participação em um Curso do tema
específico, patrocinado pelo Instituto do Legislativo Brasileiro, ligado ao Senado
Federal. Além deste, baseado em uma trabalho desenvolvido pela TV Universitária, há a
exposição de um problema sócio-ambiental, enfrentado pela população de um bairro de
Volta Redonda, através de pesquisas e produção de artigos acadêmicos desenvolvidos
por bolsistas da ação em apreço. A TV Universitária de Volta Redonda tem cumprido o
seu papel.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A TV Universitária de Volta Redonda, como sugere o título do artigo, foi criada
como um instrumento de fortalecimento das estruturas democráticas, não só no âmbito
da Universidade, mas principalmente na sociedade voltarredondense. Como
mencionado anteriormente, o projeto é ímpar se considerada a abrangência de sua
atuação e o arrojo de suas ações. Pela primeira vez, o Sul Fluminense conta com uma
TV Universitária nestes moldes: a interação sociedade-academia. As instituições locais
que se predispõem a ter um meio de comunicação, até o momento, se limitaram apenas
ao ambiente acadêmico da própria instituição.
Ser instrumento de democracia gera um responsabilidade proporcional à
inovação. A TV Universitária desde sua gênese tem o encargo de ser imparcial.
Proporcionar informação à população e os próprios universitários de maneira inteligente
e principalmente politizada, sem se afastar dos princípios básicos do debate jurídico e da
supracitada imparcialidade. Esta, em voga ultimamente, é tema de debate e sua falta,
por parte da mídia tradicional, é alvo dos movimentos sociais. A TVR, então, emerge
neste cenário se propondo ser uma mídia democrática, instrumento de democracia,
cidadania e de difusão da cultura local.
É, importante, ainda, salientar a projeção que a TVR alcançou em pouquíssimo
tempo de atividade. Sempre requisitada no âmbito da Universidade Federal Fluminense,
se faz presente nos eventos de maior relevância na Universidade. A sua heterogênica
formação, conta com membros de vários cursos, contribui com este crédito, uma vez
que por ser tão “sui generis” no que tange à sua formatação tem a capacidade de atingir
uma maior público dentro da Universidade.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Decreto nº 5820, de 29 de Junho de 2006.

Canal da Cidadania. Disponível em <http://www.mc.gov.br/radio-e-tv/noticias-radio-e-


tv/27697-canal-da-cidadania-ja-conta-com-pedidos-de-100-prefeituras>Acesso em: 14
ago. 2013.

FORUM BRASILEIRO DE TV UNIVERSITÁRIA, XI. 2009. Brasília.

RAMALHO, Alzimar Rodrigues. Mapa da TV universitária brasileira (versão 3.0).


ABTU. 2011.

SEIXAS, Marcus Wagner. Políticas Públicas de Juventude: uma proposta para a


sociedade. Ed. ITV. 2001.
___________________. Seminário sobre o Papel da Juventude nas Políticas de
Trabalho e Renda do Estado do Rio de Janeiro. Ed. IBPJ. 2008.

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