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Plano de Integração

Serviço de Urgência Geral


SIGLAS

ABCDE – Airway, Breathing, Circulation, Disability, Exposure

AIT – Acidente Isquémico Transitório

AVC – Acidente Vascular Cerebral

BO – Bloco Operatório

BMC – Balcão Médico-Cirúrgico

CHA – Centro Hospitalar do Algarve

CIPE – Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem

CIT – Contrato por Tempo Indeterminado

CTFP – Contrato de Trabalho em Funções Publicas

CVC – Cateter Venoso Central

DPSM – Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental

ECG - Eletrocardiograma

EDTA – EthyleneDiamine Tetraacetic Acid

EET – Entubação Endo-Traqueal

EPE - Entidade Pública Empresarial

GHAF – Gestão Hospitalar de Armazém e Farmácia

GLPPCIRA – Grupo Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infecções e de


Resistência aos Antimicrobianos

GNR – Guarda Nacional Republicana

INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica

LA – Linha Arterial

OFT - Oftalmologia

ORL - Otorrinolaringologia

ORT - Ortopedia

PASU - Posto de Atendimento do Serviço de Urgência

PC – Pequena Cirurgia

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PCR – Paragem Cardiorrespiratória

PDA – Personal Digital Assistant

PSP – Polícia de Segurança Pública

SAPE – Sistema de Apoio à Pratica de Enfermagem

SIADAP – Sistema Integrado de Avaliação de Desempenho na Administração Pública

SICO – Sistema de Informação dos Certificados de Óbito

SIE – Serviço de Instalações e Equipamentos

SIRS – Síndrome de Resposta Inflamatória Sistémica

SO – Serviço de Observação

SSO – Serviço de Saúde Ocupacional

SU – Serviço de Urgência

SUB – Serviço de Urgência Básica

TAC – Tomografia Axial Computorizada

UAVC – Unidade de Acidentes Vasculares Cerebrais

UCIP – Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente

UCISU – Unidade de Cuidados Intermédios do Serviço de Urgência

VMER – Viatura Médica de Emergência e Reanimação

VNI – Ventilação Não Invasiva

VVAVC – Via Verde Acidente Vascular Cerebral

VVC – Via Verde Coronária

VVS – Via Verde Sépsis

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SUMÁRIO
0 - INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7
PARTE I
1 – CENTRO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO DO ALGARVE ................................. 10
1.1. – LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E HISTÓRIA .............................................. 11
1.1.1 - Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio ................................................. 11
Unidade Hospitalar de Portimão....................................................................... 11
Unidade Hospitalar de Lagos ........................................................................... 11
1.1.2 - Hospital de Faro, E.P.E. ........................................................................... 12
1.2. – POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO ........................................................... 14
1.2.1 – Missão ..................................................................................................... 14
1.2.2 – Visão........................................................................................................ 14
1.2.3 – Valores .................................................................................................... 14
1.3. – ORGÃOS SOCIAIS ....................................................................................... 14
2 – ESTRUTURA DA UNIDADE DE FARO ................................................................ 18
3 – FUNCIONAMENTO NA UNIDADE HOSPITALAR DE FARO .............................. 22
3.1 - SERVIÇOS DE PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE SAÚDE............................ 22
3.2. – SERVIÇOS DE SUPORTE À PRESTAÇÃO DE CUIDADOS ....................... 22
3.2.1 - Serviço de Assistência Espiritual e Religiosa (SAER) ............................... 22
3.2.2 – Serviços Farmacêuticos ........................................................................... 23
3.2.3 – Serviços de Esterilização ......................................................................... 23
3.2.4 - Serviço Social e Gabinete do Utente ........................................................ 24
3.2.5 – Serviço de Dietética e Nutrição ................................................................ 24
3.3 – SERVIÇOS E GABINETES DE GESTÃO E APOIOGERAL E LOGISTICA
GERAL ................................................................................................................... 24
3.3.1 – Serviço de Aprovisionamento e Distribuição ............................................ 25
3.3.2 - Centro de Formação, Investigação e Conhecimento ................................ 25
......................................................................................................................... 25
3.3.3 – Centro de Documentação ........................................................................ 26
3.3.4 – Serviço de Gestão de Recursos Humanos e Administração de Pessoal .. 26
3.3.5 - Serviço de Instalações e Equipamentos (SIE) .......................................... 28
3.3.6 - Serviço de Saúde Ocupacional (SSO) ...................................................... 28
PARTE II
1 – ENFERMAGEM NA UNIDADE DE FARO ............................................................ 30
1.1 – ORGANIZAÇÃO HIERÁRQUICA .................................................................. 30
1.2 – QUADRO CONCEPTUAL .............................................................................. 31
1.3 – METODOLOGIA DE TRABALHO.................................................................. 31
2 – AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO PARA ENFERMEIROS .................................. 32
3 – FORMAÇÃO......................................................................................................... 35
4 – INFORMAÇÕES GERAIS .................................................................................... 37
4.1 – FARDAMENTO .............................................................................................. 37
4.2 – VESTIÁRIOS ................................................................................................. 37
4.3 – IDENTIFICAÇÃO ........................................................................................... 38
4.4 – RESIDÊNCIA ................................................................................................. 38
4.5 – REFEITÓRIO E BARES ............................................................................. 38
4.6 – CENTRAL TELEFÓNICA ............................................................................ 39
4.7 – ATM – MULTIBANCO ................................................................................. 39
4.8 – ESTACIONAMENTO .................................................................................. 39
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5 – LEGISLAÇÃO LABORAL .................................................................................... 40
5.1 - REGIMES DE TRABALHO ............................................................................. 40
5.2 - HORÁRIOS..................................................................................................... 40
5.2.1 - Trocas de Turno ....................................................................................... 42
5.3 - FALTAS .......................................................................................................... 42
5.4 – ACIDENTE DE TRABALHO .......................................................................... 44
5.5 – PARENTALIDADE ......................................................................................... 45
5.5.1 - Gravidez de Risco .................................................................................... 45
5.5.2 – Licença Parental ...................................................................................... 45
5.5.3 - Licença Parental Inicial Exclusiva da Mãe ................................................ 46
5.5.4 - Licença Parental Exclusiva do Pai ............................................................ 47
5.5.5 - Licença por Adopção ................................................................................ 47
5.6 - FÉRIAS ........................................................................................................... 47
PARTE III
1 – INTEGRAÇÃO NO SERVIÇO DE URGÊNCIA GERAL ....................................... 50
2 - PRINCÍPIOS ORIENTADORES DA INTEGRAÇÃO NO SU E UCISU .................. 51
2.1 – DURAÇÃO DO PERÍODO DE INTEGRAÇÃO ............................................... 51
2.2 - HORÁRIO DE TRABALHO ............................................................................ 51
2.3 - AVALIAÇÃO ................................................................................................... 53
2.4 - PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO DE NOVOS ELEMENTOS.......................... 53
2.4.1. Urgência Geral........................................................................................... 56
Cronograma - Urgência ........................................................................................ 56
2.4.2 UCISU ........................................................................................................ 57
Cronograma – UCISU ............................................................................................ 58
3 - CARACTERIZAÇÃO DO SERVIÇO DE URGÊNCIA GERAL ............................... 59
3.1 - ESPAÇO FÍSICO ............................................................................................ 61
UCISU ................................................................................................................. 67
3.2 - RECURSOS HUMANOS ................................................................................ 68
3.3 - MÉTODO DE TRABALHO ............................................................................. 70
3.3.1 - SU ............................................................................................................ 70
3.3.2 - UCISU ...................................................................................................... 71
4 - CIRCUITO DO UTENTE E METODOLOGIA DE TRABALHO POR SECTOR ...... 75
4.1 - ADMISSÃO ..................................................................................................... 75
4.2 - TRIAGEM ....................................................................................................... 75
4.2.1 - Actuação de enfermagem na Triagem ...................................................... 77
4.3 - ATUAÇÃO DE ENFERMAGEM ...................................................................... 78
4.4 - SALA DE REANIMAÇÃO ............................................................................... 80
4.4.1 - Actuação de Enfermagem na Sala de Reanimação .................................. 80
4.5 - BALCÃO MÉDICO-CIRÚRGICO 1 ................................................................. 82
4.6 - ORTOPEDIA/CIRURGIA/OFTALMOLOGIA/OTORRINOLARINGOLOGIA ... 82
4.6.1 - Actuação de Enfermagem na Ortopedia/Cirurgia/Oftalmologia/ORL ......... 83
4.7 – SALA DE TRAUMA ....................................................................................... 84
4.8 - SALA DECISÃO CLÍNICA .............................................................................. 84
4.8.1 - Balcão Médico-Cirúrgico 2 ........................................................................ 85
4.8.1.1 - Actuação de Enfermagem no Balcão Médico-Cirúrgico 2 ................... 85
4.8.2 - SO ............................................................................................................ 85
4.8.2.1 - Actuação de Enfermagem no SO ....................................................... 85
4.8.3 - OBS .......................................................................................................... 86
4.8.3.1 - Actuação de Enfermagem na OBS..................................................... 86
5 - INFORMAÇÕES ADICIONAIS .............................................................................. 87
5
5.1 - NORMAS DE PROCEDIMENTO EXISTENTES NO SU ................................. 87
5.2 - PASSAGEM DE TURNO ................................................................................ 87
5.3 – OBSERVAÇÃO POR PSIQUIATRIA ............................................................. 87
5.4 – ADMINISTRAÇÃO DE HEMODERIVADOS .................................................. 88
5.5 - ALIMENTAÇÃO .............................................................................................. 89
5.6 - POLÍTICA DE VISITAS NO CHA/ACOMPANHAMENTO DE DOENTES NO
SU ........................................................................................................................... 90
5.7 - TRANSFERÊNCIAS INTRA-HOSPITALARES............................................... 90
5.8 - UNIDOSE DOS DOENTES COM PROCESSO DE INTERNAMENTO ........... 90
5.9 - TRANSFERÊNCIAS INTER-HOSPITALARES ............................................... 91
5.10 - ESCALA DE EVACUAÇÕES ....................................................................... 91
5.11 - ALTA ............................................................................................................ 92
5.12 - ÓBITOS ........................................................................................................ 93
5.13 - ESPÓLIOS.................................................................................................... 94
5.14 - ESTERILIZAÇÃO ......................................................................................... 95
6 - CONCLUSÃO ....................................................................................................... 97
7 - SUGESTÕES E COMENTÁRIOS A ESTE MANUAL ........................................... 99
8 - BIBLIOGRAFIA................................................................................................... 100

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0 - INTRODUÇÃO

Iniciar uma actividade profissional num novo contexto organizacional é um desafio que
poderá ser facilitado por três factores: capacidade de adaptação do trabalhador,
receptividade da equipa que acolhe e procedimentos institucionais de integração. Isto
significa que a eficácia da integração de um novo elemento é da responsabilidade não
só do próprio, como também da organização, da chefia e dos colegas.

Entende-se por integração um processo formal de acolhimento dos novos


trabalhadores, tendo em vista a sua integração profissional dentro da organização. O
processo de integração para qualquer profissional de saúde, independentemente da
natureza da sua integração, não é uma experiência fácil. A integração deverá ter
subjacente um programa que estimule e desenvolva o interesse e a formação de
forma equilibrada, eficaz e sobretudo personalizada. A integração é determinante para
a adaptação do indivíduo e consequentemente para a eficácia do seu desempenho.

Segundo Azevedo, a integração de enfermeiros na perspectiva sociológica, consiste


num processo de incorporação de pessoas ou grupos em unidades sociais de maior
envergadura e com normas e valores mais gerais. A integração de enfermeiros é uma
necessidade de todas as organizações (Luz, 2001), na medida em que melhora,
efectivamente, a qualidade em Enfermagem.

O Manual de Integração de Enfermeiros pretende ser um guia facilitador, que oriente a


sua integração e que deve ser complementado com o investimento pessoal do
enfermeiro. A satisfação na integração leva a um bom desempenho futuro do
enfermeiro e à criação de um elo entre o novo profissional e a instituição hospitalar. Se
pelo contrário, o processo de integração deixa um enfermeiro não satisfeito, este fica
com uma percepção negativa da instituição, o que se repercute negativamente no seu
desempenho profissional (Azevedo, 1996).

Qualquer programa de integração deve ser flexível para poder responder às


individualidades de cada elemento. Esta deve ser encarada como um processo de
mudança em direcção à valorização pessoal e profissional, que se interliga de forma
inevitável com uma integração ajustada às necessidades e expectativas de cada novo
elemento. Neste sentido é importante a existência de um programa com estrutura bem

7
definida, bem como o envolvimento do “factor humano” na sua totalidade, para que se
consigam alcançar os objectivos.

Com o presente trabalho pretendemos alcançar os seguintes objectivos:

 Facilitar a integração aos novos elementos na instituição e no serviço, de forma


a desempenharem as suas funções com o máximo de eficácia e eficiência;

 Elaborar um Plano de Integração estruturado;

 Orientar o enfermeiro integrador para que desenvolva todo o processo de


integração segundo uma sequência lógica.
 Validar os conhecimentos adquiridos com as particularidades do novo posto de
trabalho.
 Informar o novo elemento do seu papel e das suas responsabilidades.
 Identificar as necessidades e/ou dificuldades do enfermeiro a integrar.
 Motivar o novo enfermeiro para o seu desenvolvimento pessoal e profissional.

 Promover a realização pessoal e profissional do novo elemento;

 Contribuir para a qualidade dos Cuidados de Enfermagem.

Este é um Plano de Integração ao novo elemento, não se pretendendo com o mesmo


retirar a iniciativa e a criatividade inerentes aos participantes deste processo, pelo que
o programa será flexível e em cada momento ajustado às necessidades/exigências do
enfermeiro em integração.

Seja bem-vindo

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PARTE I

9
1 – CENTRO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO DO ALGARVE

O Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) tem como objectivo primordial


servir o doente, proporcionando-lhe, através de uma equipa dotada dos mais elevados
níveis de conhecimento técnico-científico e da utilização de tecnologia moderna e
adequada, a prestação de cuidados de saúde de qualidade, com vista ao seu bem-
estar físico e psicológico.

Para alcançar tal objectivo, é essencial a colaboração e motivação de toda a equipa na


prestação de um serviço de excelência, eficiente, competente e inovador, não só no
âmbito das mais diversas especialidades médico-cirúrgicas, onde a preocupação com
a promoção e o respeito pela vida humana são a principal finalidade, como ainda no
que respeita aos inúmeros serviços e comissões de apoio aos departamentos e
unidades de acção médica existentes.

O Centro Hospitalar do Algarve, E.P.E. foi criado pelo Decreto-Lei n.º 69/2013, de 17
de Maio, por fusão do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio e do Hospital de Faro,
entrando este decreto-lei em vigor a 1 de Julho de 2013. A 23 de Agosto de 2017, ao
abrigo do Decreto-Lei n.º 101/2017, foi alterada a designação para Centro Hospitalar
Universitário do Algarve.

Constitui-se assim como uma pessoa colectiva de direito público, de natureza


empresarial, integrado no Serviço Nacional de Saúde, dotada de autonomia jurídica,
autonomia administrativa, financeira e patrimonial, regendo-se pelas normas aplicáveis
às entidades públicas empresariais, com as especificidades resultantes do Decreto-Lei
nº. 233/2005, de 29 de Dezembro, republicado em anexo ao Decreto-Lei nº. 244/2012,
de 9 de Novembro bem como pelas disposições vigentes para o Serviço Nacional de
Saúde que os não contrariem e pelo regulamento interno.

O Centro Hospitalar é composto por três unidades hospitalares (Faro, Portimão e


Lagos), às quais se juntam os Serviços de Urgência Básica de Albufeira, Loulé e Vila
Real de Santo António e o Centro de Medicina Física e de Reabilitação do Sul.

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1.1. – LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E HISTÓRIA

1.1.1 - Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio

A ideia de criar um Hospital no Barlavento Algarvio data do final da década de 80 e


previa a integração do Hospital Distrital de Lagos. Em 1999 entra em funcionamento o
Hospital do Barlavento Algarvio, construído pelo Ministério da Saúde, transformado em
sociedade anónima (SA) em 2002. Em 2004 é criado o Centro Hospitalar do
Barlavento Algarvio, SA, integrando a Unidade Hospitalar de Portimão e a Unidade
Hospitalar de Lagos. Nova alteração ocorreu com a criação do Centro Hospitalar do
Barlavento Algarvio, EPE a 31 de Dezembro de 2005.

Unidade Hospitalar de Portimão

A primeira referência conhecida sobre a Unidade de Saúde em Portimão é do segundo


quarto do século XVIII, mencionando um Hospital de S. Nicolau, a funcionar no
Colégio dos Jesuítas (1660), gerido pela Santa Casa da Misericórdia. Em 1973 é
Inaugurado o Hospital Distrital de Portimão, construído pelo Estado, em terreno doado
à Santa Casa da Misericórdia. Em 1975 o Hospital é nacionalizado.

Unidade Hospitalar de Lagos

A existência de hospitais na cidade de Lagos remonta ao início do século XV. Mais


tarde, por volta de 1500, foi fundada a Santa Casa da Misericórdia de Lagos, tendo
sido criado um Hospital. Existiram outras Unidades de Saúde em Lagos,
nomeadamente gafarias e um Hospital Militar. Nos anos 60 do século XX, o Hospital

11
da Misericórdia de Lagos passou a Hospital Concelhio. Em 1975 foi nacionalizado,

passando a Hospital Distrital em 1983.

1.1.2 - Hospital de Faro, E.P.E.

Construído para substituir o antigo Hospital da Santa Casa da Misericórdia, o


Hospital de Faro iniciou a sua atividade a 4 de Dezembro de 1979, após publicação do
quadro orgânico de pessoal. O Hospital de Faro, localizado na cidade de Faro, presta
assistência direta à população do sotavento algarvio abrangendo os concelhos de
Albufeira, Alcoutim, Castro Marim, Faro, Loulé, Olhão, São Brás de Alportel, Tavira e
Vila Real de Santo António. O Hospital de Faro é também o centro de referência para
toda a região do Algarve, abrangendo, de acordo com os dados provisórios dos
censos 2011, uma população residente de cerca de 450.000 habitantes, número que
pode triplicar na época alta do turismo e ainda para algumas áreas do Baixo Alentejo.

Foi requalificado por Despacho de Sua Excelência o Senhor Secretário de Estado da


Saúde de 22 de Janeiro de 2008, como Hospital Central. Posteriormente, através do
Decreto-Lei nº 180/2008, de 26 de Agosto, o Hospital de Faro foi transformado em
entidade pública empresarial (E.P.E.), enquadrando-se nos estatutos aprovados pelo
Decreto-Lei n.º 233/2005, de 29 de Dezembro.

Dotado de todas as valências básicas e complementares que permitem ajustar a sua


classificação no nível II de diferenciação da Carta Hospitalar, o Hospital de Faro
constitui-se como um Serviço Público instituído, organizado e administrado a pensar
na população e na prestação de cuidados médicos diferenciados a doentes agudos.

Ao longo dos anos muitas foram as adaptações de estrutura e de organização que


sofreu, as quais alteraram a sua capacidade de resposta assistencial com

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acréscimo significativo dos níveis de complexidade, diferenciação técnica e
especialização dos Serviços.

Com uma área total de 46.500 m2, o complexo hospitalar é composto por:

Edifício 1 - Principal, com 8 pisos, divididos em áreas poente e nascente;

Edifício 2 – Edifício das Consultas Externas (5 pisos), em cujo topo se


situa o heliporto, que se encontra a funcionar desde 2004 e Edifício da
Cirurgia de Ambulatório (2 pisos);

Edifício 3 - Edifício da Administração e serviços administrativos;

Edifício 4 – Edifício do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental (à


entrada de Faro, junto à Escola Superior de Saúde), com 2 pisos;

Edifício do Lar - Situado junto ao antigo Estádio do Farense. Aqui


funciona o lar do hospital e nos pisos inferiores o Serviço de Saúde
Ocupacional, órgãos de apoio técnico diversos e o aprovisionamento;

Edifício 1 Edifício 2

Edifício 4 Edifício 5

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1.2. – POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO

1.2.1 – Missão

O CHUA caracteriza-se como unidade hospitalar de referência no Serviço Nacional de


Saúde. O Centro Hospitalar caracteriza-se como garantia na segurança em saúde de
todos os que habitam ou visitam cada um dos 16 concelhos da região do Algarve.

Paralelamente desenvolve um importante trabalho na formação pré, pós-graduada e


contínua, sustentada na actualização do conhecimento científico e técnico dos seus
profissionais, colaborando ainda, através de vários protocolos, com universidades e
cursos nas áreas médica, enfermagem e das ciências da saúde.

1.2.2 – Visão

O Centro Hospitalar está consolidado como unidade de excelência no sistema de


saúde, com competência, saber e experiência, dotado dos mais avançados recursos
técnicos e terapêuticos, vocacionado para a garantia da equidade e universalidade do
acesso e assistência, com vista à elevada satisfação dos doentes e dos profissionais.

1.2.3 – Valores

Na sua actuação, o Centro Hospitalar pauta-se pelos seguintes valores:

 Trabalho em prol do Utente

 Trabalho em Equipa

 Aposta na inovação

 Gestão participativa

 Orientação para os resultados

1.3. – ORGÃOS SOCIAIS

São órgãos do CHUA:

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 Conselho de Administração;

 Fiscal único;

 Conselho Consultivo.

 Serviço de Auditoria Interna;

 Órgãos de Apoio Técnico.

A gestão do Centro Hospitalar é assegurada por um Conselho de Administração:

Presidente do Conselho de
Administração

Enfermeira
Vogal Executivo Vogal Executivo Director Clínico
Directora

O Fiscal Único é o órgão responsável pelo controlo da legalidade, da regularidade e da


boa gestão financeira e patrimonial da Instituição.

O Conselho Consultivo é um órgão de consulta a quem compete apreciar os planos de


acção, de natureza anual e plurianual, e emitir recomendações, tendo em vista o
melhor funcionamento do Centro Hospitalar.

O Serviço de Auditoria Interna é designado pelo Conselho de Administração. A ele


compete a avaliação dos processos de controlo interno e de gestão de riscos nos
domínios contabilístico, financeiro, operacional, informático e de recursos humanos.

Em conformidade com a Secção VI do Capítulo III, do Regulamento Interno do Centro


Hospitalar do Algarve, para actuação em matérias especializadas, o Centro Hospitalar
dispõe dos seguintes Órgãos de Apoio Técnico, nos quais se incluem as comissões de
apoio técnico previstas nos estatutos:

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a) Grupo de Coordenação Local do Programa de Prevenção e Controlo de
Infecções e de Resistência aos Antimicrobianos;

b) Comissão de Coordenação Oncológica;

c) Comissão de Ética;

d) Comissão de Qualidade e Segurança do Doente;

e) Comissão de Farmácia e Terapêutica;

f) Comissão Técnica de Certificação da Interrupção Voluntária da Gravidez;

g) Comissão para o Aleitamento Materno;

h) Comissão de Catástrofe e Emergência Interna;

i) Comissão de Prevenção e Tratamento de feridas;

j) Conselho Técnico de Diagnostico e Terapêutica;

Os órgãos de apoio técnico deverão ter uma composição equitativa, com profissionais
de ambos os polos hospitalares. Podem no entanto ser constituídos por Polo
Hospitalar, por razões de funcionalidade. Por iniciativa própria ou sob proposta, pode o
Conselho de Administração constituir outras comissões permanentes ou grupos de
trabalho, competindo-lhe, igualmente, a sua dissolução.

O mandato dos membros dos órgãos de Apoio Técnico tem a duração de 3 anos,
sendo a nomeação dos presidentes e membros das comissões de apoio técnico feita
pelo Conselho de Administração, terminando o mesmo com a cessação de funções do
Conselho de Administração. O funcionamento de cada Comissão é definido em
regulamento próprio a aprovar pelo Conselho de Administração.

Por forma a assegurar a prestação de cuidados de saúde de modo rápido, eficaz e


adequado a cada situação clínica, o Centro Hospitalar conta com a colaboração de
uma equipa multidisciplinar.

De acordo com o Balanço Social de 2015, o efectivo global do CHA era de 4030
trabalhadores, distribuídos pelos seguintes grupos profissionais:

 Assistentes Operacionais (807)

 Assistentes Técnicos (485)

 Enfermeiros (1442)

16
 Informáticos (22)

 Médicos (623)

 Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica (265)

 Técnicos Superiores de Saúde (66)

 Técnicos Superiores (92)

 Outros (228)

Existe um número variável de estagiários nalguns grupos profissionais, uma vez que o
hospital colabora na formação de futuros profissionais de saúde.

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2 – ESTRUTURA DA UNIDADE DE FARO

O CHUA estrutura-se em Serviços Clínicos Departamentalizados e Departamento dos


Serviços Clínicos de Suporte que integram os vários serviços clínicos.

Os departamentos em que o Centro Hospitalar se organiza são:

 Departamento de Medicina;

 Departamento de Cirurgia;

 Departamento da Mulher, da Criança e do Adolescente;

 Departamento de Emergência, Urgência, e Cuidados Intensivos;

 Departamento de Serviços Clínicos de Suporte.

Na Unidade de Faro, o departamento de Medicina estrutura-se pelos seguintes


serviços:

Medicina Interna 1 - Edifício Principal, 8º Piso, Lado Poente

Cardiologia - com as Unidades de Cuidados Intensivos Coronários, Reabilitação Cardíaca


e Hemodinâmica e Cardiologia de Intervenção - Edifício Principal, 8º Piso, Lado Nascente

Medicina Interna 2 - Edifício Principal, 7º Piso, Lado Poente


Departamento de Medicina

Nefrologia - com a Unidade de Hemodiálise - Edifício Principal, 3º Piso, Lado Nascente

Neurologia - Edifício Principal, 3º Piso, Lado Nascente e Central

UAVC - Edifício Principal 3º Piso, Central

Infecciologia - Edifício Principal, 2º Piso, Central

Gastronterelogia - com a Unidade de Endoscopia - Edifício Principal, 1º Piso, Lado


Nascente

Medicina Interna 3 - Edifício das Consultas, 4º Piso

Oncologia e Unidade de Paliativos - Edifício das Consultas, 5º Piso, Lado Poente

Pneumologia - Edifício das Consultas, 5º Piso, Lado Nascente 18


Na Unidade de Faro, o departamento de Cirurgia estrutura-se pelos seguintes serviços:
Departamento de Cirurgia

Ortopedia 1 - Edifício Principal, 6º Piso, Lado Nascente

Neurocirurgia - Edifício Principal, 6º Piso, Lado Poente

Cirurgia Nascente, Urologia, Oftalmologia - Edifício Principal, 4º Piso, Lado


Nascente

Cirurgia Poente, Cirurgia Plástica, Otorrinolaringologia, - Edifício Principal, 4º


Piso, Lado Poente

Bloco Operatório Central - Edifício Principal, 4º Piso, Centro

O departamento de Emergência, Urgência e Cuidados Intensivos ocupa toda a ala


poente do 2º Piso do Edifício Principal e os espaços físicos onde se localizam os SUB
nos Centros de Saúde respectivos e estrutura-se da seguinte forma:

Departamento de Emergência, Urgência e Cuidados Intensivos

SUBs
VMERs de
Urgência Albufeira,
UCISU Faro e UCIP EEMIH
Geral Loulé e
Albufeira
VRSA

O departamento Materno-Infantil estrutura-se pelos seguintes serviços e unidades


funcionais e que se distribuem conforme se indica abaixo:

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Serviço de Medicina Intensiva Pediátrica e Neonatal - Edifício Principal, 5º

Departamento da Mulher, da
Piso, Central

Criança e do Adolescente
Transporte Intra-Hospitalar Pediátrico (TIP)

Obstetrícia - Edifício Principal, 5º Piso, Lado Poente

Urgência Obstétrica/Ginecológica - Edifício Principal, 5º Piso, Central

Ginecologia - Edifício Principal, 5º Piso, Lado Nascente

Pediatria - Edifício Principal, 7º Piso, Lado Poente

Urgência de Pediatria - Edifício Principal, 1º Piso, Lado Nascente

O Departamento dos Serviços Clínicos de Suporte é um conjunto de serviços clínicos


que, pela sua especificidade não carecem de coordenação departamental, contudo
interagem com vários serviços integrados em departamentos. Tais serviços são:

1. Anatomia Patológica

2. Anestesiologia

3. Dietética e Nutrição (que integra o Núcleo de Nutrição Clínica)

4. Cuidados Paliativos

5. Imunohemoterapia

6. Medicina Física e Reabilitação

7. Patologia Clínica - funciona entre as 8h e as 17h de segunda a sexta, sendo o


horário de recepção de produtos entre as 9h e as 15h.

8. Radiologia – Funciona 24h por dia. Durante a noite, para a realização de TAC
de urgência, para além da requisição torna-se necessário o contacto do médico
com o técnico de serviço, uma vez que será necessário a abertura da sala e o
envio das imagens por telemedicina para a realização do relatório por um
radiologista.

9. Consulta Externa

O hospital foi também organizado num conjunto de serviços de suporte à prestação de


cuidados e gabinetes de apoio à gestão e logística geral que abaixo se identificam.
20
Os serviços de apoio à prestação de cuidados de saúde são:

1. Serviço de Esterilização;

2. Serviços Farmacêuticos;

3. Serviço de Assistência Espiritual e Religiosa;

4. Serviço de Psicologia

5. Serviço Social e Gabinete do Utente;

A actual estrutura organizacional do Hospital compreende os seguintes serviços e


gabinetes na Estrutura de Gestão, Apoio Geral e Logística:

1. Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental. Na Unidade de Faro, integra a


Unidade de Psicologia Clínica e a Urgência de Psiquiatria

2. Serviço de Assessoria Jurídica e Contencioso

3. Gabinete de Comunicação e Relações Exteriores

4. Serviço de Informática e Comunicações

5. Serviço de Instalações, Equipamentos, Ambiente e Apoio Geral

6. Serviços Hoteleiros

7. Serviço de Gestão Documental

6. Unidade de Gestão de Transportes – Em Faro localiza-se à entrada do SU e


funciona entre as 8 e as 21h de segunda a sexta. No restante horário, fins-de-
semana e feriados são os assistentes técnicos da admissão de utentes que
dão apoio.

8. Serviço de Aprovisionamento e Distribuição

9. Serviço de Gestão de Doentes

10. Serviço de Produção, Contratualização e Controlo de Gestão

11. Gabinete de Planeamento, Estudos e Estatística

12. Serviços Financeiros

13. Serviço de Gestão de Recursos Humanos e Administração de Pessoal

14. Serviço de Saúde Ocupacional

15. Centro de Formação, Investigação e Conhecimento

21
3 – FUNCIONAMENTO NA UNIDADE HOSPITALAR DE FARO

3.1 - SERVIÇOS DE PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE SAÚDE

O hospital tem a sua organização interna orientada para três funções distintas, mas
complementares, a que corresponde a seguinte tipologia de serviços, dentro dos
serviços de prestação de cuidados de saúde:

Serviços de Internamento – Os referidos acima

Serviços de Urgência

Urgência Pediátrica – atende crianças dos 0 aos 17 anos e 364 dias,


inclusive. Tem Sala de Emergência Pediátrica integrada;

Urgência Obstétrica e Ginecológica – onde são observadas utentes do


foro ginecológico e obstétrico;

Urgência Geral – assiste utentes de idade igual ou superior a 18 anos;

Consultas Externas – dá apoio aos utentes em ambulatório das diferentes


especialidades de internamento e apoia no seguimento do tratamento dos
doentes assistidos no serviço de urgência

3.2. – SERVIÇOS DE SUPORTE À PRESTAÇÃO DE CUIDADOS

Abordam-se de seguida alguns dos serviços referidos acima e que contribuem para a
prestação de cuidados de saúde, nas suas diferentes áreas de conhecimento e de
operacionalização.

3.2.1 - Serviço de Assistência Espiritual e Religiosa (SAER)

É assegurado por um diácono, um capelão e um pastor evangélico que após contacto


telefónico (SAER) por parte dos profissionais dos serviços, ou dos doentes ou
familiares, se dirige até junto da pessoa com necessidade de Assistência Espiritual.

22
No átrio do 2º piso do edifício principal existe uma capela, a qual está aberta
diariamente.

3.2.2 – Serviços Farmacêuticos

Situam-se no piso 3 do edifício principal, junto à lavandaria. Funcionam diariamente


das 09:00 às 24:00 horas. No período compreendido entre as 0:00 horas e as 9 horas
fica sempre um farmacêutico de prevenção, contactável via telefónica e que em caso
de necessidade se desloca ao CHA. Estes serviços estão sob a orientação de um
técnico superior de farmácia que tem a seu cargo a organização, o estudo e a
informação de todos os assuntos relacionados com os produtos farmacêuticos. Visa
estabelecer um sistema eficaz e seguro de distribuição de medicamentos, de modo a
assegurar a sua correcta utilização, satisfazendo as necessidades dos serviços. No
hospital está implementado o sistema de Unidose e a Prescrição Clínica Electrónica.

No SU, UCISU, UCIP e Bloco Operatório, a medicação está disponível em Pyxies,


sistemas que se encontram distribuídos ao longo dos serviços e que são repostos
directamente pelos serviços farmacêuticos. Em situações de urgência/necessidade,
são efectuados pedidos pontuais através do sistema informático Ghaf.

3.2.3 – Serviços de Esterilização

Situa-se no piso 4 do edifício principal, junto ao Bloco Operatório. Funciona as vinte e


quatro horas do dia, à excepção de sábados, domingos e feriados, em que encerra à
meia-noite. Diariamente um assistente operacional deste serviço procede à recolha
dos dispositivos médicos (material cirúrgico e de abordagem à via aérea) para
esterilizar, devidamente acondicionados em contentor fechado, específico para o efeito
e requisição devidamente preenchida, no horário estabelecido conforme Norma do
Serviço de Esterilização. O material, após ser descontaminado é entregue nos
respectivos serviços por um assistente operacional do Serviço de Esterilização, em
horários estabelecidos na norma referida acima.

23
3.2.4 - Serviço Social e Gabinete do Utente

O Serviço Social localiza-se no piso 3 do edifício principal. O seu objectivo é ”ajudar as


pessoas a enfrentar os problemas e a serem capazes, por si próprias, de encontrar a
melhor solução para os resolver”.

A equipa do Serviço Social tem os diversos serviços do hospital divididos pelas


técnicas que integram este serviço, funcionando diariamente das 9:00 às 17:00 horas.
Ao fim de semana está sempre disponível uma Assistente Social para as situações de
urgência, das 10:00 às 17:00 horas.

A avaliação social pode ser solicitada pelo médico ou enfermeiro através do sistema
informático ALERT® (na urgência) ou directamente ao Serviço Social, no seu horário
de funcionamento.

3.2.5 – Serviço de Dietética e Nutrição

Tem a sua sede no corredor central do piso 3 do edifício principal. Engloba:

 Área técnica, assegurada por Dietistas;

 Área de atendimento personalizado e distribuição, desempenhada por


Auxiliares de Alimentação e Dietética;

 Área de restauração colectiva, desempenhada por empresa concessionária da


alimentação.

3.3 – SERVIÇOS E GABINETES DE GESTÃO E APOIOGERAL E LOGISTICA


GERAL

Estes serviços, não interferindo directamente na prestação de cuidados, são


fundamentais ao regular funcionamento de todo o Centro Hospitalar, quer do ponto de
vista meramente administrativo quer no âmbito das intervenções de reparação e
manutenção, bem como nas áreas da formação e informação. Iremos de seguida
abordar alguns dos serviços que fazem parte deste grupo.

24
3.3.1 – Serviço de Aprovisionamento e Distribuição

A aquisição de produtos encontra-se centralizada no Centro Hospitalar do Barlavento.


A distribuição é efectuada pelos armazéns das duas unidades hospitalares, sendo o
sistema de fornecimento de materiais da responsabilidade do Serviço de
Aprovisionamento.

Em cada serviço da Unidade de Faro foi criado um Armazém Avançado, no qual se


encontram disponíveis os materiais necessários à prestação de cuidados de saúde.
Sempre que se retira algum item do armazém, deve ser registado o respectivo
consumo do mesmo no sistema através do PDA, no sentido de permitir a adequada
reposição do mesmo.

3.3.2 - Centro de Formação, Investigação e Conhecimento

O Centro de Formação, Investigação e Conhecimento é um serviço que tem como


objectivo a formação contínua e multidisciplinar dos trabalhadores do Centro
Hospitalar, desenvolvendo para isso um plano de formação abrangente que procura
sobretudo responder às necessidades expressas no diagnóstico de necessidades em
áreas assistenciais estratégicas.

A seleção para a frequência das referidas ações de formação depende das


necessidades reveladas pelos diversos profissionais no âmbito do seu conteúdo
profissional e posto de trabalho, sendo realizada pelas chefias dos diversos serviços,
em função das necessidades diagnosticadas por estas ou sentidas pelos próprios e
transmitidas aos respectivos superiores hierárquicos.

Localiza-se no edifício dos serviços de apoio, no 1º piso e é constituído por 3 salas,


uma delas equipada com computadores para formação e dois gabinetes de apoio
administrativo e rege-se pelo Regulamento da actividade formativa do Centro de
Formação, Investigação e Conhecimento.

25
3.3.3 – Centro de Documentação

O Centro de Documentação/Biblioteca do Hospital de Faro tem como missão garantir


a todos os utilizadores internos (profissionais do Hospital) e externos (estudantes e
investigadores da área da saúde) o acesso a informação pertinente e atualizada em
várias áreas técnico-científicas, para suporte do seu desempenho, de modo a
assegurar a qualidade dos cuidados de saúde, disponibilizando aos seus utilizadores o
acesso a vários serviços, designadamente, a literatura de presença, a pesquisa
bibliográfica em base de dados e o acesso à internet, entre outros.

Procura, ainda facultar informação que promova a formação contínua e a investigação


em saúde e colabora com outras instituições no âmbito do intercâmbio das Bibliotecas,
promovendo o acesso e divulgação da informação na área da saúde a nível nacional.

Funciona no Piso 3 do edifício principal da Unidade de Faro, de segunda a sexta-feira,


entre as 08:00 e as 17:30 horas.

3.3.4 – Serviço de Gestão de Recursos Humanos e Administração de Pessoal

O Serviço de Gestão de Recursos Humanos localiza-se no Edifício da Administração,


situado no interior do complexo hospitalar, à direita da entrada secundária. É onde se
dá o primeiro contacto dos novos profissionais com a instituição. Está vocacionado
para diversas matérias, como por exemplo o ingresso e progressão nas carreiras,
mobilidade de pessoal, assiduidade e absentismo, cadastro, recrutamento e seleção
dos novos trabalhadores da instituição.

Funciona com atendimento presencial para obtenção de informações de âmbito geral


ou processual nas secções de Assiduidade, Pessoal e Vencimentos apenas no
período da manhã, das 9h00 às 13h00 e atendimento telefónico no período da tarde.
Os serviços estão encerrados para almoço das 13h00 às 14h00. Nas secções de
Assiduidade e Vencimentos prevê-se a descontinuidade do atendimento, todos os
meses, durante 3 dias nos seis anteriores ao pagamento dos vencimentos (dia 21).

À secção de Pessoal e Cadastro compete, entre outros:

 Atendimento ao Público;

 Organizar e movimentar os processos relativos ao recrutamento e seleção;

 Assegurar a atualização dos processos individuais de todo o pessoal;


26
 Organização de processo de contratação de todos os grupos profissionais;

 Elaboração de certidões, declarações, sobre contagens de tempo e outros,


notas biográficas, registos biográficos/disciplinares, circulares;

 Elaboração de Notas de Informação sobre acumulações de funções, horários


médicos, cedências de interesse público, mobilidade inter-carreiras;

A secção de vencimentos ocupa-se da permanente atualização dos dados dos


trabalhadores, dos vencimentos, respectivos descontos e abonos, subidas de escalão,
etc. O seu horário de funcionamento é das 09:00 às 13:00 horas.

À secção de Vencimentos compete entre outras funções:

 Cálculo de horas suplementares, extraordinárias e prevenção, ajudas de custo;

 Conferências de escalas;

 Acertos de contas após denúncia de contratos e passagem à situação de


aposentação;

 Registos de subsídios familiares, monoparental, bolsa de estudo;

 Declarações diversas;

 Faturação de valores processados aos Sindicatos e diversas instituições;

 Processar os vencimentos, gratificações e outros abonos e respetivos


descontos (obrigatórios e variáveis);

 Envio de talões de vencimento e declaração de IRS.

É da competência da Assiduidade:

 Instruir os processos relativos a faltas, férias e licenças e elaborar os


respetivos mapas;

 Instruir os processos relativos aos benefícios sociais de todo o pessoal do


Hospital e seus familiares, designadamente os respeitantes a subsídio familiar
a crianças e jovens, prestações complementares, ADSE, pensão de
sobrevivência e subsídio por morte;

 Instruir os processos relativos a equiparações a bolseiro e dispensas de


serviço;

 Instruir os processos relativos aos vencimentos de exercício perdido e de


ajudas de custo relativo a deslocações da Junta Médica;

27
 Conferência das escalas/horários com os planos de férias autorizados;

 Registo no RHV e Sisqual das justificações das férias, faltas e licenças;

 Conferência e correção dos mapas mensais de faltas com incidência no


vencimento (até ao dia 15 de cada mês)

3.3.5 - Serviço de Instalações e Equipamentos (SIE)

O SIE tem como missão garantir a manutenção planeada ou corretiva de


equipamentos e instalações do Centro Hospitalar. Funciona no edifício dos serviços de
apoio. É composto por vários sectores, nomeadamente oficinas de electromedicina, ar
condicionado, eletricidade, carpintaria, serralharia/canalização, gases e gases
medicinais e ainda pela central térmica. Todas estas valências são dirigidas para a
instalação e manutenção de equipamentos e instalações do Hospital.

3.3.6 - Serviço de Saúde Ocupacional (SSO)

O SSO - Faro é um serviço interno de saúde e segurança no trabalho, desenvolvendo


as suas atividades no sentido da prevenção dos riscos profissionais e da promoção da
saúde dos trabalhadores da Unidade Hospitalar de Faro do CHA.

Funciona no edifício da residência do Hospital de Faro, na Praceta Azedo Gneco nº 17,


1º C, entre as 9:00 e as 17:00 horas, de acordo com o Regulamento de
Funcionamento do SSO.

28
PARTE II

29
1 – ENFERMAGEM NA UNIDADE DE FARO

1.1 – ORGANIZAÇÃO HIERÁRQUICA

De acordo com a legislação em vigor e com os regulamentos internos, compete ao


Enfermeiro Director a coordenação técnica de toda a actividade de enfermagem do
Centro Hospitalar, sendo coadjuvado em cada uma das unidades por um enfermeiro
adjunto, nomeado por si. Nos turnos da tarde e noite e aos fins-de-semana e feriados,
o Enfermeiro Director faz-se representar por um enfermeiro de coordenação, de
serviço em cada unidade hospitalar.

Existem depois, em cada unidade hospitalar, os enfermeiros responsáveis por áreas


de departamentalização e que na Unidade de Faro são os abaixo indicados.

Enfermeiro
Director

Adjunto do
Enfermeiro
Director

Área Cirúrgica Área Médica

Área Urgência, Emergência e


Área Materno-Infantil
Cuidados Intensivos

Em cada serviço/unidade existe um enfermeiro chefe/coordenador, com a função de


coordenação da equipa de enfermagem e assistentes operacionais.

30
1.2 – QUADRO CONCEPTUAL

O Quadro Conceptual de Enfermagem está directamente relacionado com a missão,


valores e princípios orientadores da prática de enfermagem e que se desenvolve na
vertente da Humanização dos Serviços e da individualização dos Cuidados prestados
aos utentes e famílias.

Na Unidade de Faro os cuidados de enfermagem têm como referência o modelo de


enfermagem baseado no modelo de vida, onde o Homem é considerado como um
sistema aberto em permanente interacção com o meio que o rodeia.

1.3 – METODOLOGIA DE TRABALHO

É utilizado o processo de enfermagem como metodologia científica de trabalho.

As metodologias de distribuição de trabalho em uso no Centro Hospitalar são o


Método Individual e o Método por Enfermeiro Responsável. A responsabilidade da
prestação de cuidados a um determinado utente é do enfermeiro a quem este for
atribuído em cada turno, considerando-se ser o Enfermeiro Responsável aquele que
lhe faz o acolhimento ao serviço, aquando do seu internamento.

Está em uso na maioria dos serviços de internamento (exceptuam-se as Unidades de


Cuidados Intensivos, Intermédios, AVC e Serviço de Medicina Intensiva Pediátrica e
Neonatal) o Sistema de Classificação de Doentes Baseado em Níveis de Dependência
em Cuidados de Enfermagem, o qual permite determinar o cálculo das horas de
cuidados necessárias por dia de internamento.

O Centro Hospitalar utiliza registos informatizados, através da aplicação SClinico,


onde se integra o aplicativo informático SAPE para os registos de enfermagem. No
serviço de urgência é utilizado o SClinico para os registos acerca de doentes
internados e ainda o Alert® para os registos acerca dos doentes em ficha. Nas
unidades de cuidados intensivos polivalentes e intermédios está atualmente em uso o
sistema B-ICU.Care. Em qualquer um dos aplicativos informáticos os registos são
elaborados em linguagem CIPE (Classificação Internacional para a Prática da
Enfermagem), de acordo com o preconizado pela Ordem dos Enfermeiros.

31
2 – AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO PARA ENFERMEIROS

A avaliação de desempenho consiste na avaliação contínua do trabalho desenvolvido


e na atribuição periódica de uma menção qualitativa. O processo de avaliação de
desempenho do pessoal integrado na carreira de enfermagem está de acordo com o
estabelecido na Portaria nº 242/2011 de 21 de Junho, que é um sistema adaptado do
SIADAP 3. Este sistema de avaliação tem por base “padrões de qualidade de
enfermagem” anteriormente definidos. Implica uma filosofia de gestão por objectivos
numa perspectiva de desenvolvimento pessoal, profissional e organizacional,
pretendendo-se com a mesma contribuir para a melhoria da qualidade de cuidados.
Reúne um conjunto de entidades designadas por “avaliador”, “avaliado”, ”direcção de
enfermagem”, “conselho coordenador de avaliação” (Regulamento Interno), “comissão
paritária” e “órgão máximo da gestão”.

A avaliação é realizada sempre por “trabalhadores enfermeiros”, o avaliador será


normalmente o superior hierárquico, mas que tenha no mínimo 6 meses de
convivência funcional directa com esse avaliado. Na avaliação vão participar por
norma um primeiro e um segundo avaliador que é nomeado pelo “dirigente ou órgão
máximo de gestão do estabelecimento ou serviço de saúde”. A periodicidade de
avaliação deste novo sistema é bianual.

Esta adaptação ao SIADAP 3 determina uma realização de gestão por objectivos,


centrados na análise dos resultados de desempenho de acordo com os objectivos
decididos inicialmente. Anualmente deverão ser fixados cinco objectivos por cada
avaliado (Artigo 3º).

Os objectivos a definir devem ser levantados no campo da acção da:

 Intervenção de enfermagem;
 Qualidade e segurança da actividade de enfermagem;
 Eficiência organizacional;
 Aperfeiçoamento e desenvolvimento profissional e actividade formativa.

A avaliação do grau de cumprimento dos objectivos exprime-se em três níveis (Artigo


4º):

 “Objectivo superado” - equivale a uma pontuação de 5;


32
 “Objectivo atingido” - equivale a uma pontuação de 3;
 “Objectivo não atingido” - equivale a uma pontuação de 1.

Relativamente ao parâmetro “objectivos individuais”, a pontuação é a média aritmética


das pontuações imputadas a todos os objectivos.

No parâmetro de avaliação “comportamentos profissionais”, os comportamentos


escolhidos serão alguns daqueles que forem anteriormente predefinidos pelo conselho
coordenador de avaliação.

A avaliação de cada comportamento é realizada com base em três níveis (Artigo 6º):

 “Comportamento demonstrado a um nível elevado” equivale a uma pontuação


de 5;
 “Comportamento demonstrado” equivale a uma pontuação de 3;
 “Comportamento não demonstrado” equivale a uma pontuação de 1.

A avaliação do parâmetro de avaliação “comportamentos profissionais” é o resultado


da média aritmética das pontuações outorgadas aos comportamentos seleccionados
por cada avaliado.

A pontuação final resulta da média ponderada das pontuações atribuídas aos dois
parâmetros (objectivos e comportamentos). Para os “objectivos individuais”, é
atribuída uma ponderação mínima de 70%, restando uma percentagem de 30, para o
parâmetro “comportamento profissional”. Após esta fase, a avaliação é comunicada
em menção qualitativa, variando desde “desempenho relevante” (pontuação final de 4
a 5), “desempenho adequado” (pontuação final de 2 a 3,999) até “desempenho
inadequado”, (pontuação de 1 a 1,999).

Este sistema de avaliação de desempenho é formado pelas seguintes fases:

 Planeamento – a direcção de enfermagem adequa os padrões de qualidade às


várias unidades de cuidados. O conselho coordenador da avaliação divulga as
normas de actuação e os critérios de avaliação dos “objectivos individuais” e
dos “comportamentos profissionais”. Posteriormente, os avaliadores divulgam
para cada serviço algumas das normas e critérios que se adaptam a essa
unidade. Esta fase deve acontecer no último trimestre do ano civil (Artigo 14º).
 Entrevista de orientação inicial - realizada pelos avaliadores individualmente a
cada um dos avaliados, tendo como tema central o projecto profissional do
enfermeiro avaliado. Esta fase deve acontecer até 31 de Janeiro (Artigo 15º).
33
 Registo de observação do desempenho – A observação não recai na “pessoa”
do avaliado/personalidade mas sim sobre o seu desempenho. Deve centrar-se
nos incidentes críticos positivos e negativos que deverão ser sinalizados numa
folha própria - que avaliador e avaliado devem assinar - (Artigo16º).
 Entrevista de reorientação – Não é obrigatória a sua realização, dependendo
das necessidades encontradas por avaliados e/ou avaliadores.
 Entrevista anual de auto-avaliação e avaliação – Tem como objetivo a análise
conjunta entre o avaliador e o avaliado da proposta de avaliação, a qual deverá
ser comunicada aos avaliados com antecedência de pelo menos cinco dias.
Assim, também os avaliados deverão comunicar com a mesma antecedência
de cinco dias aos avaliadores a sua auto-avaliação. No final da entrevista o
avaliador deverá escrever num documento próprio a menção qualitativa, não
esquecendo a correspondente argumentação. Nesse documento o avaliado
deverá assinar, escrevendo se concorda ou não com a referida avaliação. Ao
avaliado, se não concordar com a avaliação atribuída, é garantido o direito de
contestar essa decisão. Esta entrevista deve ter uma frequência bianual,
devendo efectuar-se até 31 de Janeiro.

34
3 – FORMAÇÃO

A formação é considerada como uma estratégia que permite aos enfermeiros


actualizarem, aprofundarem e/ou adquirirem conhecimentos e desenvolverem
capacidades, atitudes e competências necessárias à autotransformação e à inovação
contínua da sua prática profissional.

Fundamentalmente desenvolve-se sob a vertente da formação contínua e da formação


em serviço, de acordo com as necessidades identificadas e as estratégias de
desenvolvimento definidas pela organização.

Para a frequência da formação contínua pode ser solicitada comissão gratuita de


serviço. Implica o preenchimento do modelo para pedido de Comissão Gratuita de
Serviço (para CTFP), o qual deve dar entrada com uma antecedência de 20 dias úteis
(Despacho 6411/2015) ou do modelo para pedido de Formação Externa (para CIT).

Cada enfermeiro tem direito a um número mínimo de trinta e cinco horas anuais para
formação contínua ou, sendo contratado a termo por período igual ou superior a três
meses, um número mínimo de horas proporcional à duração do contrato nesse ano.
São aqui consideradas as horas de dispensa de trabalho para frequência de aulas e
de faltas para prestação de provas de avaliação, ao abrigo do regime de trabalhador-
estudante.

A formação em serviço, através de um planeamento adequado, visa colmatar as


necessidades de formação dos enfermeiros, a actualização de conhecimentos, dar
resposta a necessidades e é sobretudo uma forma de aprender em conjunto e
promover o desenvolvimento de competências nos contextos e para os contextos de
trabalho. Promove a reflexão de atitudes e comportamentos. A necessidade de
formação deve surgir na equipa e para a equipa.

As acções de formação em serviço devem ser executadas com base num diagnóstico
de necessidades quer dos profissionais, quer do serviço, como forma de promoção do
desenvolvimento pessoal e profissional, seguido de um correto planeamento, de
acordo com os objectivos preestabelecidos, e que possam vir a ser avaliadas quanto à
sua eficácia na mudança de comportamentos/aquisição de competências, uma vez

35
que a formação só tem sentido com a obtenção de resultados.

Anualmente é atribuído pelo enfermeiro chefe a responsabilidade da formação em


serviço a um enfermeiro especialista. Este elaborará o Projecto de Formação em
Serviço para o ano, de acordo com o diagnóstico de necessidades efectuado. No final
de cada ano apresenta o Relatório Anual da Formação em Serviço.

36
4 – INFORMAÇÕES GERAIS

4.1 – FARDAMENTO

O Centro Hospitalar pretende que os seus trabalhadores se apresentem perante os


utentes de modo sóbrio, profissional e uniforme, facultando para o efeito fardamento
próprio, o qual varia de acordo com o grupo profissional em causa. A utilização de
farda é obrigatória para os grupos profissionais dos assistentes operacionais, técnicos
de saúde, enfermeiros e médicos.

O fardamento pode ser levantado na lavandaria (edifício principal, 3º piso, junto à


farmácia e ao refeitório) diariamente, de segunda a sexta, entre as 7:30 e as 10:30
horas e entre as 15:00 e as 17:00 horas. Aos sábados e feriados entre as 8:00 e as
13:00 horas. Cada trabalhador tem direito a um fardamento. Se trabalhar ao domingo,
no sábado poderá levantar um fardamento suplementar. Quando cessar funções no
CHA deve entregar todo o fardamento na Lavandaria. Não deve entrar ou sair da
instituição fardada(o).

A farda de enfermagem consiste em calça e túnica de cor branca. Nas unidades de


cuidados intensivos, blocos operatório e de partos e unidade de técnicas endoscópicas,
são disponibilizados fatos de circulação de cor respectivamente azul, verde e laranja.

4.2 – VESTIÁRIOS

Todos os enfermeiros podem usufruir de um cacifo nos diversos vestiários localizados


no edifício do ambulatório, ainda que possa ser necessário partilhá-lo com outro
trabalhador. A obtenção da respectiva chave é tratada com o apoio do Enfermeiro
Chefe do serviço, no entanto a gestão das chaves é da responsabilidade da Área
Hoteleira. Quando cessa funções na instituição deverá devolver a chave do mesmo.
No edifício do ambulatório, a porta exterior do edifício deve permanecer encerrada, à
excepção dos seguintes períodos:

 7:45 às 9:30 horas


 14:45 às 16:30 horas

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 23:45 às 00:30 horas

Fora deste horário os profissionais que queiram aceder a esta área devem utilizar o
seu número mecanográfico no aparelho de registo biométrico que se encontra
localizado junto à mesma ou solicitar ao segurança (ronda móvel) a abertura da
mesma através da extensão 53510.

4.3 – IDENTIFICAÇÃO

É obrigatório o uso de cartão de identificação pelos trabalhadores do Centro Hospitalar,


sendo a respectiva emissão providenciada pelos Recursos Humanos.

4.4 – RESIDÊNCIA

A Unidade de Faro dispõe de uma residência que se situa a cerca de 200 metros da
entrada do hospital, na Praceta Azedo Gneco. Tem por finalidade proporcionar aos
trabalhadores deslocados das suas localidades de origem, as condições de
alojamento consideradas necessárias para uma boa integração profissional e
sociocultural. Rege-se pelo Regulamento da Residência do Hospital de Faro.

4.5 – REFEITÓRIO E BARES

Estão ao serviço dos trabalhadores da Unidade de Faro, bares e refeitório, cujo


horário de funcionamento pretende responder às solicitações dos seus utilizadores:

 Bar – piso 3 do edifício principal, de segunda-feira a domingo, das 07:30 às


21:30 horas

 Refeitório – piso 3 do edifício principal, de segunda-feira a domingo, das


12:00 às 15:00 horas e das 19:00 às 21:00 horas.

 Bar – piso 1 do edifício das consultas, de segunda a sexta-feira, das 07:30 às


19:00 horas

Durante o turno da noite é distribuída uma ceia pelos serviços, a todos os profissionais.

38
4.6 – CENTRAL TELEFÓNICA

Encontra-se situada no piso 3. Quando pretender contactar a telefonista marque o 9


(nove).

Ao solicitar uma chamada telefónica ser-lhe-á solicitado o seu número mecanográfico,


uma vez que as chamadas particulares são descontadas no vencimento.

4.7 – ATM – MULTIBANCO

Na Unidade de Faro existem três caixas automáticas:

 Junto ao portão principal do Hospital, junto à farmácia exterior;

 Junto ao portão que dá acesso à urgência geral;

 No edifício da consulta externa, junto à entrada para o bar;

 Na entrada da portaria principal.

4.8 – ESTACIONAMENTO

Os trabalhadores do Hospital de Faro poderão estacionar no interior da unidade


hospitalar, nos espaços devidamente assinalados para isso.

39
5 – LEGISLAÇÃO LABORAL

O trabalho é normalizado pelo Código do Trabalho e Regulamentos Internos, que


garantem os direitos e deveres dos trabalhadores da instituição. Ao ser considerado
como trabalhador, o enfermeiro terá de ser regido pela legislação aplicável aos
Trabalhadores da Administração Pública e pela legislação específica aplicável aos
enfermeiros, nomeadamente o Decreto-lei 247/2009 e o Decreto-lei 248/2009, de 22
de Setembro.

5.1 - REGIMES DE TRABALHO

As modalidades de regime de trabalho aplicadas aos enfermeiros são as seguintes:

 Enfermeiros em Contrato de Trabalho em Funções Públicas:

 Regime de tempo completo: 35 horas semanais

 Regime de tempo parcial: 20 ou 24 horas semanais

 Enfermeiros em Contrato Individual de Trabalho:

 Tempo completo: 35 horas semanais

 Tempo completo: 40 horas semanais

 Regime de tempo parcial: 20 ou 24 horas semanais

5.2 - HORÁRIOS

De acordo com o Regulamento de Horário de Trabalho, entende-se por horário de


trabalho a determinação das horas de início e termo do período normal de trabalho,
bem como dos intervalos de descanso.

Entende-se por horário de enfermagem uma tabela que indica as horas de entrada e
saída de cada enfermeiro que presta serviço numa dada unidade ou serviço. O horário
é efectuado mensalmente pela enfermeira chefe, confirmado pelo enfermeiro
supervisor e aprovado pela direcção de enfermagem. Pode ser fixo ou por turnos:

40
 Noite: 23:30 – 08:30 horas

 Manhã: 08:00 – 16:00 horas

 Tarde: 15:30 – 24:00 horas

O cumprimento dos deveres de assiduidade e de pontualidade, na Unidade de Faro, é


verificado por um sistema de controlo biométrico, de acordo com o Regulamento do
Horário de Trabalho e Assiduidade. A entrada e saída deverá ser registada no sistema
de acordo com o horário, independentemente da duração da permanência ou da
eventual ausência do serviço.

Os terminais de leitura biométrica estão distribuídos da seguinte forma:

Edifício Principal:

 2 no átrio do edifício;
 1 no hall dos elevadores do 3º piso;
 1 na entrada do piso 1, junto ao serviço de gastrenterologia;

Edifício do Ambulatório

 1 em frente aos elevadores;


 1 em frente ao gabinete de psicologia;

Serviço de Instalações e Equipamentos

 1 junto do secretariado;

Edifício da Residência (Reservado aos trabalhadores que ali prestam serviço)

 1 em frente dos elevadores;

Edifício da Administração (Reservado aos trabalhadores desta área)

 1 junto à tesouraria

Departamento de Psiquiatria (Reservado aos trabalhadores que ali prestam


serviço)

 1 na entrada pelo jardim

Nos casos em que o sistema de controlo biométrico de assiduidade e pontualidade


rejeite o registo do dado biométrico por falha do sistema, o trabalhador deverá, nas 48
horas úteis subsequentes, inserir essa menção no campo das observações da

41
aplicação Sisqual Paperless, que será depois validado pelo respectivo superior
hierárquico.

5.2.1 - Trocas de Turno

Atendendo às necessidades quer dos trabalhadores, quer dos serviços, existe uma
política de trocas regulamentada, destinada a manter os padrões de qualidade
assistencial nos serviços e a permitir alcançar níveis positivos de satisfação nos
trabalhadores, desde que não interfira com o nível de prestação de cuidados e
orgânica do serviço. A execução de trocas implica o preenchimento prévio do
impresso de trocas e a respectiva aprovação pelo responsável pelo serviço.

5.3 - FALTAS

Falta é a ausência do trabalhador no local de trabalho e durante o período em que


devia desempenhar a actividade a que está adstrito. As faltas podem ser justificadas,
com ou sem retribuição e injustificadas. As faltas consideradas injustificadas
constituem violação do dever de assiduidade, implicam perda de retribuição
correspondente ao período de ausência e podem constituir infracção disciplinar.

As ausências ou faltas, quando previsíveis, devem ser comunicadas ao superior


hierárquico e entregue a indicação do motivo justificativo com a antecedência mínima
de 5 dias úteis. Caso a ausência ou falta não seja previsível com esta antecedência, a
comunicação deverá ser feita logo que se tenha conhecimento da mesma. O
impedimento de se apresentar no local de trabalho de forma inesperada deve ser
comunicado com a maior antecedência possível ao serviço e no máximo até 24 horas
subsequentes ao início do período em falta, devendo o trabalhador informar o tempo
previsto de ausência. As participações de ausências ou falta são efectuadas através
do preenchimento do impresso de Comunicação/Justificação de Ausências.

O trabalhador tem cinco dias úteis para a apresentação da justificação. O


incumprimento dos prazos para entrega dos documentos comprovativos das
ausências e faltas leva à presunção que as mesmas sejam consideradas injustificadas.

São faltas justificadas as dadas:

 Por casamento, durante 15 dias seguidos após o casamento (estas faltas são
42
equiparadas a serviço efectivo, mas implicam a perda do subsídio de refeição);
O pedido deve ser entregue com uma antecedência mínima de 15 dias;

 Por falecimento do cônjuge ou pessoa que viva em união de facto com o


trabalhador, pai, mãe, filho ou filha, padrasto, madrasta, enteado, sogro, sogra,
genro e nora, durante 5 dias seguidos;

 Por falecimento dos avós, netos, bisnetos, irmãos e cunhados, durante 2 dias
seguidos;

 Por frequência de aulas ou prestação de provas em estabelecimento de ensino


e dentro dos limites legais (até 2 dias por cada prova de avaliação);

 É conferido o estatuto de trabalhador-estudante ao trabalhador que


frequenta qualquer nível de educação escolar, bem como curso de pós-
graduação, mestrado ou doutoramento em instituição de ensino, ou ainda
curso de formação profissional ou programa de ocupação temporária de
jovens com duração igual ou superior a seis meses. O requerimento para
usufruir do estatuto deverá ser entregue acompanhado pelo certificado de
matrícula e horário escolar. Os benefícios relativos ao estatuto de
trabalhador-estudante podem envolver a atribuição de redução ou
flexibilidade de horário para frequência de aulas e dispensa para realização
de exames, de acordo com o parecer favorável do responsável hierárquico
e a autorização por parte do Conselho de Administração. As ausências
para realização de provas de avaliação deverão ser comunicadas ao
superior hierárquico, com uma antecedência de 5 dias úteis, podendo a
declaração comprovativa da presença no mesmo ser entregue nos 15 dias
após a realização da mesma.

 Por doença, acidente ou cumprimento de obrigações legais;

 Considera-se ausência por doença quando motivada por impossibilidade


de prestar trabalho devido a facto não imputável ao trabalhador
clinicamente considerado como tal, à luz da legislação em vigor. Os
trabalhadores terão que justificar a situação de doença através de
declaração de estabelecimento hospitalar, ou centro de saúde ou ainda por
atestado médico ou declaração tratamento ambulatório.

 Logo após a ocorrência de um acidente de trabalho.

 Entende-se por cumprimento de obrigações sempre que o trabalhador


seja obrigado a ausentar-se do seu local de trabalho por motivos

43
legalmente considerados (ex. ida a Tribunal, Polícia, etc.). Estas ausências
deverão ser comunicadas ao superior hierárquico, com antecedência
mínima de 5 dias úteis, quando previsível, e logo que possível quando não
seja programada. A declaração comprovativa terá que ser entregue nos 15
dias após a ausência em questão.

 Por necessidade de prestação de assistência inadiável e imprescindível em


caso de doença ou acidente de filhos, adoptados ou enteados, menores de 10
anos, ou independentemente da idade caso sejam portadores de deficiência ou
doença crónica, até 30 dias por ano ou até 15 dias por ano em caso de doença
ou acidente do cônjuge, parente ou afim na linha recta ascendentes ou no 2o
grau da linha colateral, filho, adoptado ou enteado com mais de 10 anos de
idade;

 Para assistência a netos, que sejam filhos de adolescentes que convivam com
o trabalhador, até 30 dias seguidos após o nascimento.

 Para deslocação à escola do responsável pela educação do menor, uma vez


por trimestre, e até 4 horas.

 Para desempenho de funções pelos trabalhadores eleitos para estruturas


representativas dos trabalhadores que excedam o crédito de horas;

 Para campanha eleitoral dos candidatos a cargos públicos, durante o período


da campanha;

 Para doação voluntária de sangue;

 Por serem autorizadas ou aprovadas pelo empregador;

5.4 – ACIDENTE DE TRABALHO

É o que ocorre pelo exercício do trabalho ou na deslocação de casa para o trabalho ou


do trabalho para casa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause
morte, perda ou redução (permanente ou temporária) da capacidade para o trabalho.

De acordo com a Circular Informativa Nº. 320/17 de 29 de Dezembro, desde 1 de


Janeiro de 2018 que os trabalhadores em regime de Contrato de Trabalho em
Funções Públicas se regem pelo Decreto-Lei 503/99 de 20 de Novembro. Os
trabalhadores em Contrato Individual de Trabalho continuam a ser abrangidos pela
apólice da Companhia de Seguros.

44
Logo após a ocorrência do acidente de trabalho, o trabalhador deverá recorrer a um
Serviço de Urgência do Centro Hospitalar ou a um médico capacitado para fazer a
participação clínica. A participação deverá ser efetuada pelo trabalhador ou pelo
superior hierárquico, na impossibilidade do primeiro, através do preenchimento dos
modelos Participação de Acidente de Trabalho - Anexo I e Participação de Acidente de
Trabalho - Anexo II, nas 24 (vinte quatro) horas úteis seguintes ao acidente. No caso
do estado do trabalhador ou outra circunstância devidamente comprovada não permitir
o cumprimento deste prazo, o mesmo apenas se inicia a partir do fim do impedimento.
Deverá ser entregue ao Enfermeiro Chefe o Anexo I e a cópia do Anexo II,
permanecendo o original com o trabalhador até ao momento da alta da situação de
acidente de trabalho.

5.5 – PARENTALIDADE

5.5.1 - Gravidez de Risco

A mulher tem direito a licença durante a gravidez, em caso de risco clínico para si ou
para a criança, durante o tempo considerado medicamente necessário para prevenir o
risco clínico com direito a 100% do subsídio.

Nas situações de interrupção da gravidez, a mulher tem direito a licença, durante 14 a


30 dias, de acordo com indicação médica, com direito a subsídio a 100%.

A mulher grávida, puérpera e lactante que, na sua actividade profissional,


desempenhe trabalho nocturno ou exposto a riscos específicos e que prejudique a sua
segurança e saúde ou da criança, tem direito a condições especiais de trabalho. Caso
o empregador não possa adaptar as condições de trabalho nem atribuir novas funções
poderá ser concedida licença durante o tempo necessário para prevenir o risco
específico e com subsídio a 65%.

5.5.2 – Licença Parental

A licença parental compreende as seguintes modalidades:

a) Licença parental inicial;

b) Licença parental inicial exclusiva da mãe;

45
c) Licença parental inicial a gozar pelo pai por impossibilidade da mãe;

d) Licença parental exclusiva do pai.

A mãe e o pai trabalhadores têm direito, por nascimento de filho, a licença parental
inicial de 120 ou 150 dias consecutivos, cujo gozo podem partilhar após o parto, sem
prejuízo dos direitos da mãe.

O gozo da licença referida no número anterior pode ser usufruído em simultâneo pelos
progenitores entre os 120 e os 150 dias.

A estes períodos acrescem 30 dias por:

a) Nascimento de gémeos (por cada nado vivo além do primeiro);

b) Partilha da licença, se o pai e a mãe gozarem, em exclusivo, um período de 30


dias consecutivos ou dois períodos de 15 dias consecutivos, após o gozo
obrigatório das 6 semanas da mãe. Durante os 30 dias de acréscimo o outro
progenitor não pode usufruir do gozo da licença parental inicial.

Os períodos de Licença de maternidade têm o seguinte efeito remuneratório:

 120 Dias (um progenitor) – Subsidiados a 100%

 150 dias (um progenitor) – Subsidiados a 80%

 150 dias (dois progenitores 120 + 30) – Subsidiados a 100%

 180 dias (dois progenitores 150 + 30) – Subsidiados a 83%

5.5.3 - Licença Parental Inicial Exclusiva da Mãe

A mãe pode gozar até 30 dias da licença parental inicial antes do parto.

É obrigatório o gozo, por parte da mãe, de seis semanas de licença a seguir ao parto.

A trabalhadora que pretenda gozar parte da licença antes do parto deve informar
desse propósito o empregador e presentar atestado médico que indique a data
previsível do parto, prestando essa informação com a antecedência de 10 dias ou, em
caso de urgência comprovada pelo médico, logo que possível.

46
5.5.4 - Licença Parental Exclusiva do Pai

Atribuída ao pai após o nascimento de filho consiste em 15 dias úteis obrigatórios, dos
quais 5 têm que ser seguidos e gozados imediatamente após o nascimento de filho.
Os restantes 10 têm obrigatoriamente que ser gozados, seguidos ou interpolados, até
30 dias após o nascimento da criança. Além dos 15 dias referidos o pai tem ainda
direito a mais 10 dias úteis facultativos, desde que gozados durante o período da
licença parental inicial da mãe. No caso de nascimento de gémeos, estes períodos são
acrescidos de 2 dias, por cada criança nascida com vida, além da primeira, a gozar
imediatamente a seguir a cada um daqueles períodos.

5.5.5 - Licença por Adopção

Atribuída ao candidato a adoptante de menores de 15 anos, durante um período até


120 ou 150 dias. No caso de Adopção Múltipla tem direito a mais 30 dias por cada
criança adoptada além da primeira. O candidato a adoptante não tem direito à licença
em caso de adopção de filhos do cônjuge ou da pessoa com quem viva em união de
facto.

5.6 - FÉRIAS

No ano de contratação, o trabalhador, após 6 meses completos e efectivos de


trabalho, tem direito a 2 dias úteis de férias por cada mês de duração do contrato, até
ao máximo de 22 dias úteis.

Para os trabalhadores em contrato de trabalho em funções públicas o número mínimo


de dias úteis de férias é de 22, podendo este período ser aumentado de acordo com a
antiguidade do trabalhador. Por cada dez anos de serviço ganha um dia de férias.

No caso dos contratos com termos certo, os trabalhadores têm direito a dois dias de
férias por cada mês de trabalho.

Caso o trabalhador adoeça nas férias, são as mesmas suspensas desde que o
empregador seja do facto informado, prosseguindo, logo após a alta, o gozo dos dias

47
de férias compreendidos ainda naquele período, cabendo ao empregador, na falta de
acordo, a marcação dos dias de férias não gozados.

O trabalhador pode ter os períodos de férias que entender, no entanto um deles


deverá ser igual ou superior a metade dos dias de férias a que o trabalhador tem
direito.

Em simultâneo não podem estar de férias mais do que 20% de elementos da equipa.
No início de cada ano, é realizada uma reunião em cada serviço, tentando que haja
acordo entre todos os elementos da equipa, para a marcação de férias para o ano.

Sempre que o trabalhador pretenda gozar férias e o plano anual não esteja ainda
aprovado, ou decida alterar o plano de férias após a sua aprovação, deverá efectuar o
seu pedido através do impresso de Pedido de Férias com pelo menos 15 dias de
antecedência, o qual deverá ser aprovado pelo Superior Hierárquico, pelo menos com
antecedência mínima de 2 dias.

No gabinete da enfermeira chefe existe um dossier (identificado com a designação


“Direito e Saúde”) onde se encontra arquivada alguma legislação na área da saúde e
que pode ser consultado sempre que necessário.

48
Parte III

49
1 – INTEGRAÇÃO NO SERVIÇO DE URGÊNCIA GERAL

Com o objectivo de facilitar o processo de integração elaborou-se um programa com


várias etapas interligadas:

 Entrevista para conhecer o novo elemento, as suas expectativas e as suas


necessidades;
 Orientação, acompanhamento e supervisão dos cuidados de enfermagem, com
incidência nos procedimentos mais comuns, no manuseamento do
equipamento, na metodologia de trabalho e nos registos de enfermagem;
 Apreciação da integração ao longo de todo o processo, de forma a identificar
problemas e proceder à sua resolução, avaliando, no final, todo o processo.

Entrevista

O primeiro contacto estabelecido com o novo elemento será realizado com o/a
Enfermeiro/a Chefe do Serviço ou o seu substituto legal. Nesta fase serão
apresentados os vários elementos da equipa presentes, bem como a estrutura física e
organizacional. É também nesta fase que deverá ser dado a conhecer o Guia de
Integração no Serviço de Urgência Geral, para posterior consulta.

Na entrevista inicial orienta-se o discurso no sentido de conhecer as expectativas,


necessidades e os objectivos do integrando e define-se o decorrer da integração.
Nesta fase é dado a conhecer o papel dos intervenientes na integração e o novo
elemento é incentivado a manifestar dificuldades e dúvidas sempre que necessário.

Será designado um enfermeiro integrador para o horário só de manhãs, que


acompanhará o novo elemento na primeira semana de integração. No momento da
entrevista ou mesmo posteriormente, será destacado um segundo enfermeiro que
acompanhará o integrando no restante período de integração. Durante o período de
integração, o novo elemento deverá sempre ser considerado supranumerário.

50
2 - PRINCÍPIOS ORIENTADORES DA INTEGRAÇÃO NO SU E UCISU

Sendo a integração a introdução do indivíduo na organização e sua orientação na


situação de trabalho, o que envolve aspectos referentes à “transmissão de
conhecimentos específicos relativamente ao trabalho, atitudes relativas aos aspectos
da organização do ambiente e desenvolvimento de habilidades” (Chiavenato, 1981),
torna-se necessário que esta se adeqúe às necessidades do elemento a integrar. Este
deve ser sensibilizado para se documentar, sobretudo acerca das situações mais
comuns, inerentes ao serviço onde vai iniciar funções.

2.1 – DURAÇÃO DO PERÍODO DE INTEGRAÇÃO

Como já foi referido, a duração do programa de integração dependerá das


necessidades do enfermeiro recém-admitido. No entanto, preconizamos para este
programa um período mínimo de 4 semanas, que se poderá estender até às 6
semanas, de acordo com as necessidades do novo elemento.

2.2 - HORÁRIO DE TRABALHO

O enfermeiro integrado terá um horário de tempo completo (40 horas/semana). Na


primeira semana praticará horário fixo (manhãs). Findo este período e nas 3 semanas
seguintes, praticará um horário de “roulement”, acompanhando o horário do
enfermeiro responsável pela integração.

O enfermeiro integrador desempenha um papel preponderantemente de supervisor do


trabalho realizado e de pedagogo quanto aos procedimentos que ocorrem nos
diferentes turnos.

Preconiza-se que após o términus do período previsto para a integração, o novo


elemento integre a equipa do enfermeiro integrador.

51
2.3 - AVALIAÇÃO

A avaliação é uma actividade que deve ser efectuada ao longo de todo o processo.
Nela é questionado todo o processo de integração. Isto é, deve ser analisada a
metodologia utilizada, tempo de integração, atitudes pedagógicas do integrador e a
evolução do novo elemento, para assim se poderem introduzir as medidas correctivas.
Esta avaliação deve ser efectuada de forma faseada, sempre pelos intervenientes
directos, com a presença do/a Enfermeiro/a Chefe. Durante todo este processo,
quando o enfermeiro em integração ou o integrador se apercebe de dificuldades, estas
devem ser esclarecidas, para que possam tornar-se oportunidades de aprendizagem e
para que a integração continue a decorrer de acordo com os objectivos estabelecidos.

Preconizam-se dois momentos formais de avaliação, um mais ou menos a meio da


integração e um no final da mesma.

2.4 - PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO DE NOVOS ELEMENTOS

Durante a integração, a atenção do enfermeiro é captada em várias direções –


adaptação ao serviço, à equipa, ao material, ao equipamento, às técnicas de trabalho,
tudo num espaço que ele descobre mas não domina, no qual ele ainda se sente
estranho. Não se aprende tudo ao mesmo tempo, é a prática e o tempo que vai ajudar
a adquirir e consolidar os conhecimentos. Daí que se podem considerar três fases
nesta integração:

 Primeiro Dia
 Primeira Semana
 Final do Período de Integração

No primeiro dia faz-se uma avaliação informal das expectativas e interesses, bem
como se procura conhecer a experiência profissional do novo elemento.

No final da primeira semana pretende-se que o enfermeiro em integração seja capaz


de:

 Compreender o funcionamento e organização do SU Geral e da UCISU;


 Conhecer os vários elementos da equipa profissional;

53
 Identificar os aspectos mais importantes na organização quanto à gestão de
pessoas e materiais;
 Conhecer as várias áreas e equipamentos do SU Geral e UCISU;
 Identificar as situações mais frequentes que ocorrem no Serviço;
 Aperceber-se das especificidades do internamento na UCISU;
 Indicar diferentes patologias que acometem o doente internado na UCISU.
 Reconhecer e iniciar a utilização da linguagem CIPE no aplicativo SClinico e
Alert®.
 Iniciar a utilização da aplicação B-ICU.Care (na UCISU) nomeadamente:
procedimento de admissão com Avaliação Inicial, Processo de Enfermagem,
Plano de Cuidados e registo dos mesmos, assim como pesquisar outros
campos do processo do doente, área médica e meios complementares de
diagnóstico.

No final do período de integração pretende-se que o enfermeiro em integração, seja


capaz de:

 Prestar cuidados de enfermagem (autónomos e interdependentes) ao


doente/família em situação de alto risco e doença, atendendo às prioridades e
com autonomia;
 Reconhecer os procedimentos e as rotinas mais comuns nos vários turnos e
nos vários sectores;
 Preparar material necessário para procedimentos e técnicas mais comuns e
específicas do serviço, assim como colaborar na sua execução;
 Verificar os Kits de Drenagem Torácica, Cateter Venoso Central, Linha Arterial
e VNI (máscara ventilada e máscara não ventilada).
 Desenvolver competências/condutas/comportamentos que previnam/
minimizem o erro na administração de terapêutica;
 Enumerar os procedimentos associados à ventilação não invasiva, parâmetros
de ventilação, e medidas de controlo de infecção associadas;
 Manipular correctamente o material e equipamento do serviço (monitores,
bombas e seringas infusoras, ventiladores, máquina de gasometria, monitores
de transporte, monitores/desfibrilhadores, etc...), com destreza e autonomia;
 Conhecer a constituição das Malas de Transporte (Intra e Inter-hospitalar) e
carros de urgência;
 Identificar localização do Kit de Catástrofe e conhecer as indicações para a sua
utilização;

54
 Comunicar oralmente e por escrito de forma a promover a continuidade dos
cuidados e o trabalho de equipa;
 Identificar os principais problemas ético-legais que se colocam nos cuidados
prestados em contexto de urgência;
 Comunicar de forma assertiva com o utente/família e equipa multidisciplinar.

Ao longo da integração, o enfermeiro integrador deverá ir analisando as capacidades


do novo elemento, assim como este também deve ir analisando o seu percurso,
esclarecer eventuais dúvidas e deve ser incentivado a expressar as suas opiniões
relativamente às actividades desenvolvidas/estratégias utilizadas. Deve ser incitado a
uma atitude/postura reflexiva perante os resultados obtidos e cuidados prestados.

Assim, no final da integração o novo enfermeiro deve ser capaz de planear, organizar,
executar e avaliar cuidados de enfermagem ao utente/família em situação de
urgência/doença, no contexto do Serviço de Urgência Geral, manuseando o mais
correctamente o equipamento necessário e disponível.

O profissional deve sustentar a sua prática no conhecimento científico, rigor


profissional e princípios éticos e deontológicos que regem a profissão de enfermagem.

Consideramos importante reforçar neste documento que o enfermeiro deve estar


sempre disponível para esclarecer o doente, família e/ou pessoa significativa quanto à
situação clinica. Evitar níveis de ansiedade elevados, muitas vezes gerados pelo
desconhecimento, é fundamental na recuperação do doente. Deve ser capaz de
desenvolver competências relacionais, nomeadamente saber comunicar, saber ouvir e
ter a capacidade de perceber quais as necessidades do doente e família, no sentido
de um planeamento eficaz da alta. As informações devem ser transmitidas no espaço
físico da unidade/serviço, sempre pessoalmente. De outra forma, a confidencialidade
da informação poderá ficar comprometida.

A título conclusivo, espera-se que o profissional no final da sua integração tenha


desenvolvido capacidade de observação, planeamento e avaliação dos cuidados
prestados de forma individualizada e personalizada com vista à satisfação das
necessidades do doente, da sua autonomia e da sua funcionalidade.

55
2.4.1. Urgência Geral

A Reanimação e a Triagem são excepções dentro do programa de integração. A


Triagem, por obrigar a formação específica, a qual apenas está recomendada ser
efectuada por enfermeiros com pelo menos um ano de experiência profissional em
urgência. A Reanimação, dada a complexidade do doente que é atendido neste sector,
apenas deverá ser assumida por enfermeiros com pelo menos seis meses de
experiência profissional na urgência/doente crítico. Assim, a integração apenas incluirá
um turno em cada um destes sectores, no sentido de permitir que o novo elemento
tome contacto com todos os postos de trabalho.

Após os 6 meses de trabalho, deverá o enfermeiro chefe de equipa, em conjunto com


o enfermeiro chefe, avaliarem o desenvolvimento profissional do enfermeiro, no
sentido de verificarem a aptidão para que o novo elemento assuma o sector
“Reanimação”. Caso seja considerado apto para assumir este sector, deverá o novo
elemento ser escalado, tendo o chefe de equipa em consideração distribuir
enfermeiros mais experientes nos sectores Ortopedia e Pequena Cirurgia, no sentido
de facilitar o apoio necessário ao elemento destacado para a Reanimação.

Cronograma - Urgência

SEMANAS HORÁRIO SECTORES


1º Dia – Acolhimento

2º Dia – BMC1

1ª Semana 8 h – 16h 3º Dia – BMC2

4º Dia –OBS/SO

5º Dia – PC/Ort/ORL/Oft

6º Dia – Reanimação

8 h – 16h 7º Dia - Triagem

2ª Semana 15.30 h – 24 h 8º Dia – BMC1

23.30 h- 8.30 h 9º Dia – BMC1

10º Dia – OBS/ SO

Final da 2ª Semana 8 h – 16h Reunião de avaliação do processo de integração

11º Dia – BMC2

56
8 h – 16h 12º Dia – BMC2

3ª Semana 15.30 h – 24 h 13º Dia – PC/Ort/ORL/Oft

23.30 h- 8.30 h 14º Dia – BMC1

15º Dia – BMC1

16º Dia – OBS/ SO

8 h – 16h 17º Dia – BMC2

4ª Semana 15.30 h – 24 h 18º Dia – BMC2

23.30 h- 8.30 h 19º Dia – OBS/ SO

20º Dia – PC/Ort/ORL/Oft

Final da 4ª Semana 8 h – 16h Reunião de avaliação do processo de integração

Tabela 1 - Cronograma da Integração

2.4.2 UCISU

Dada a especificidade da Unidade, o período de integração é fundamental para o


profissional.

Pretende-se que no final da integração o enfermeiro conheça os procedimentos


associados a técnicas invasivas e saiba como actuar nas diferentes situações,
nomeadamente colocação de cateter venoso periférico, cateter venoso central, linha
arterial, dreno torácico, punção lombar, paracentese evacuadora/diagnóstica,
entubação endotraqueal, traqueostomia, entubação nasogástrica e algaliação. É
importante que o enfermeiro saiba avaliar pressão venosa central, pressão intra
abdominal, realizar gasometria em doente com linha bem como, cuidados de
enfermagem inerentes a este procedimentos.

Por se tratar de uma unidade, o cumprimento das medidas de controlo de infecção


deve ser ainda mais rigoroso, nomeadamente nos doentes com necessidade de
isolamento.

No final da integração deve o enfermeiro integrado ser capaz de assegurar cuidados


aos três doentes atribuídos e estabelecer prioridades perante situações de
instabilidade hemodinâmica.

57
Cronograma – UCISU
SEMANAS HORÁRIO SECTORES

1º Dia – Acolhimento
1ª Semana 8 h – 16h Restante semana – acompanha o enfermeiro
integrador

8 h – 16h
Assume 1 doente com a supervisão do
2ª Semana 15.30 h – 24 h
enfermeiro integrador
23.30 h- 8.30 h

Final da 2ª Semana 8 h – 16h Reunião de avaliação do processo de integração

8 h – 16h
Assume 2 doentes com a supervisão do
3ª Semana 15.30 h – 24 h
enfermeiro integrador
23.30 h- 8.30 h

8 h – 16h
Assume 3 doentes com a supervisão do
4ª Semana 15.30 h – 24 h
enfermeiro integrador
23.30 h- 8.30 h

Final da 4ª Semana 8 h – 16h Reunião de avaliação do processo de integração

Tabela 2 - Cronograma da Integração

58
3 - CARACTERIZAÇÃO DO SERVIÇO DE URGÊNCIA GERAL

O serviço de urgência geral é uma Urgência Polivalente para as suas áreas de


influência e é o nível mais diferenciado de resposta à situação de urgência/emergência.
Tem como missão prestar cuidados de saúde em situação de urgência/emergência ao
utente/família 365/6 dias por ano, 24 horas por dia, satisfazendo as necessidades e
expectativas dos utentes. Com uma filosofia de conduta no atendimento, a urgência
tem as suas características e exigências, quer técnicas, quer humanas, que resultam
da aplicação dos direitos do doente e da família, através de uma prática de respeito
mútuo e dignidade pela pessoa humana, respeito pelas diferenças individuais, justiça e
equidade, aprendizagem contínua e procura constante de novos conhecimentos, ou
seja, a humanização no atendimento.

O serviço de Urgência da Unidade de Faro do CHA dispõe das seguintes valências:

 Medicina interna
 Cirurgia geral
 Ortopedia
 Imunohemoterapia
 Anestesiologia
 Bloco operatório (24 horas por dia)
 Gastrenterologia
 Cardiologia de Intervenção
 Neurocirurgia
 Nefrologia (com diálise para situações agudas)
 Medicina intensiva
 Imagiologia com Angiografia Digital e RMN
 Patologia Clínica com Toxicologia
 Apoio das especialidades de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva, neurologia,
oftalmologia, otorrinolaringologia, urologia.

Dispõe ainda de equipas de médicos, enfermeiros e outros técnicos de saúde de


dimensão e especialização adequada, necessários ao atendimento da população da
respectiva área de influência, periodicamente ajustadas à evolução da procura do SU,
preparados para proporcionar assistência diferenciada aos utentes.

59
3.1 - ESPAÇO FÍSICO
URGÊNCIA GERAL

O Serviço de Urgência Geral localiza-se no edifício principal do CHA-Unidade de Faro


no piso 2, o que permite um fácil acesso às pessoas que vêm do exterior. Tem
também acesso interno à maioria dos serviços do hospital.

Este Serviço divide-se em três áreas distintas:

 Área da prestação de cuidados:


 Sala de Espera para Triagem e Verdes-Azuis
 Gabinete de Triagem
 Sala de Espera Amarelos-Laranjas (Sala 1)
 Reanimação
 Balcão Médico-Cirúrgico 1:
o Balcão de Enfermagem (Salas 3 e 4)
o Balcão Médico (Salas 5 e 6)
 Trauma (Sala 7)
 ORL e Oftalmologia (sala 8)
 Pequena Cirurgia (Sala 9)
 Sala de Espera para Especialidades Cirúrgicas (Sala 10)
 Ortopedia (Sala 11)
 Decisão Clinica
o Unidade de reanimação (Box nº1 e 2)
o OBS (Box nº 3, 4, 5 e 6)
o Internamento (Box nº 7 à 11)
o Balcão Médico-Cirúrgico 2 (Box nº 12 a 24 e A a H)
 Unidade de Cuidados Intermédios do Serviço de Urgência -
UCISU (10 camas)
 Área administrativa:
 PASU
 Secretariado
 Gabinete do/a administrador(a) hospitalar
 Gabinete do/a enfermeiro/a chefe
 Sala de reuniões/pausa
 Gabinete médico (da UCISU)
 Núcleo de Transportes
 Áreas de apoio:
61
 Copa
 Armazém clinico
 Despejos
 WC para os utentes
 WC para os profissionais
 Espólios
 Sala técnica

Os utentes efectuam a sua entrada no serviço pela sala de espera exterior (imagem nº
1). Esta sala está equipada com um ecrã de televisão, duas casas de banho de apoio
(Homens/Mulheres) e um acesso ao bar do hospital. É nesta sala que é efectuado o
primeiro contacto com o utente, através da Admissão, onde este faz a sua inscrição.

Imagem 1 - Sala de Espera para Triagem e Verdes-Azuis

Se os utentes forem dependentes ou forem transportados de ambulância a entrada


destes faz-se pela entrada lateral (imagem nº2).

Imagem 2 – Entrada lateral

62
Depois de o utente fazer a sua inscrição, aguarda na sala de espera exterior ou na
zona em frente à sala de triagem, consoante a situação clínica do doente.

O utente é chamado à sala de triagem (imagem nº 3), onde lhe é atribuída uma
prioridade identificada através de um código de cores, baseado no protocolo de
Triagem de Manchester.

Imagem 3 – Gabinete de Triagem

Depois de triado o utente pode seguir varias direcções:

 Se o doente for triado de vermelho ou chegar acompanhado pela VMER, entra


directamente para a sala de reanimação (imagem nº4). É excepção a esta
regra os utentes triados de vermelho por lesão ocular química, os quais são
encaminhados para o Balcão de Oftalmologia ou, em alternativa, para o Balcão
Médico-Cirúrgico 1 ou 2 como muito urgentes.

Imagem 4 – Reanimação

63
 Se o doente for triado de laranja ou amarelo mas apresentar critérios
subjectivos de gravidade, deve fazer-se uma avaliação de acordo com o
fluxograma de entrada na sala de reanimação (Protocolo de Activação da Sala
de Reanimação) e colocar o doente na antecâmara da reanimação (imagemº5).

Imagem 5 – Antecâmera da Reanimação

 Se o doente for independente e for triado de amarelo ou laranja é encaminhado


para a sala de espera nº 1 (imagem nº 6). Se for triado de verde ou azul é
encaminhado para a sala de espera exterior. Todos estes doentes são
observados no balcão Médico-Cirúrgico 1 (imagens 7 e 8).

Imagem 6 – Sala de espera nº 1

64
Imagem 7 – Balcão Médico-Cirúrgico 1 - Sala de Enfermagem

Imagem 8 – Balcão Médico-Cirúrgico 1 - Balcão Médico

 Se o doente necessita de permanecer no leito é encaminhado para a sala de


Decisão Clínica, independentemente da cor da triagem e é observado no
Balcão Médico-Cirúrgico 2 (imagem nº 9).

Imagem 9 – Balcão Médico-Cirúrgico 2

65
 No espaço físico da decisão clinica existem ainda 4 unidades com
monitorização para doentes mais instáveis na denominada OBS (imagem nº10).

Imagem nº10 – Box OBS

 E uma unidade de reanimação (imagem nº11).

Imagem nº11 – Unidade de Reanimação

66
UCISU

A Unidade de Cuidados Intermédios faz parte integrante do Serviço de Urgência, está


localizada no Piso 2 e tem uma capacidade de internamento para 10 doentes.

Os doentes internados na unidade, podem apresentar instabilidade a diferentes níveis,


nomeadamente:

 Descompensação Respiratória Aguda (restritivos, obstrutivos, mistos);


 Descompensação Respiratória Crónica (restritivos, obstrutivos, mistos);
 Descompensação Respiratória com necessidade de Ventilação Não Invasiva;
 Descompensação Cardíaca;
 Desequilíbrio Hidroeletrolítico;
 Cetoacidose Diabética;
 Sépsis;
 Doentes em desmame respiratório provenientes da UCI;
 Doentes em desmame respiratório provenientes da UCI com traqueostomia;
 Doentes do foro cirúrgico com instabilidade hemodinâmica;
 Doente politraumatizado, com patologias associadas do foro Cirúrgico,
Ortopédico e Neurocirúrgico.

No sentido de permitir dar a melhor resposta aos doentes aqui internados, a unidade
está equipada com monitores de multiparâmetros em todas as unidades, rampas de
oxigénio, vácuo e ar comprimido (imagens nº 12 e 13).

Imagem nº12 – UCISU

Imagem nº13 – UCISI-Unidade nº4

67
3.2 - RECURSOS HUMANOS

A equipa de enfermagem é constituída por 86 elementos, incluindo a enfermeira chefe


do Serviço.

Categoria Profissional Número de elementos

Enfermeiro/a Chefe 1

Enfermeiros Especialistas em Enfermagem Médico-Cirúrgica 3

Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Saúde Mental e 2


Psiquiátrica

Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Reabilitação 2

Enfermeiros Especialistas em Enfermagem Comunitária 3

Enfermeiros 78

Total de enfermeiros 89

Tabela 3 - Equipa de Enfermagem

A distribuição dos enfermeiros pelos diferentes turnos segue em regra o esquema


seguinte:

Turnos Nº de Enfermeiros

Manhã (8h-16h) 15

Tarde (15:30h-00h) 16

Noite (23:30h-8:30h) 13

Tabela 4 - Distribuição dos enfermeiros por turnos

Os Enfermeiros são distribuídos por posto de trabalho, onde são responsáveis pela
prestação de cuidados. Preconiza-se que sejam distribuídos como demostra a tabela 5:

68
Noite Manhã Tarde

Triagem 1 1(a) 1(a)

Reanimação 1 1 1

B MC 1 1 2 2

Cirurgia/ORL 1 1 1

Ortopedia / 0 1 1
Oftalmologia

BMC 2 3 3 3

S.O. 1(b) 1(b) 2(b)

O.B.S. 1 1 1

UCISU 3 3 3

Chefe de Equipa 1(c) 1 1

Tabela 5 - Distribuição dos enfermeiros por turnos e por setores

(a) Preconiza-se que sejam turnos de 4h

(b) Depende do número de doentes internados

(c) No turno da noite o chefe de equipa assume também um sector

Em cada turno existe um enfermeiro responsável, denominado chefe de equipa, com


reconhecida competência e capacidade de gestão de cuidados, de recursos humanos
e de materiais.

Ao enfermeiro destacado como chefe de equipa compete:

 Gestão de cuidados
o Colaborar, apoiar, orientar e supervisionar a equipa em todas as áreas
da prestação de cuidados;
o Articular com o Enfermeiro de Coordenação as transferências internas;
o Coordenar as evacuações para outros hospitais;
 Gestão de recursos humanos
o Distribuir os enfermeiros por posto de trabalho;
o Organizar os assistentes operacionais por local de trabalho;

69
o Gerir a substituição de recursos humanos em falta;
o Monitorizar o cumprimento de intervenções prescritas;
o Participar nas reuniões de chefes de equipa;
o Supervisionar a assiduidade/pontualidade;
o Registar em livro próprio o que considerar necessário ser do
conhecimento do/a enfermeiro/a chefe;
o Gerir, apoiar e orientar a equipa de enfermagem;
 Gestão de materiais
o Controlar e supervisionar a gestão e correta utilização de material;
o Solicitar medicação à farmácia sempre que necessário;
o Requisitar a outros serviços determinado material que o serviço possa
não ter disponível. Nestas situações o Enfermeiro deve preencher
sempre Vale de Empréstimo, impresso em uso no CHA.
 Promoção de um bom ambiente de trabalho
o Gestão de conflitos;
o Acompanhamento da integração de novos elementos;
o Facilitar a comunicação entre e intra equipa;
o Promover boas relações humanas e sociais;

3.3 - MÉTODO DE TRABALHO

3.3.1 - SU

O método de trabalho utilizado no serviço é o Método Individual, em que “os cuidados


de enfermagem individuais baseiam-se no conceito de cuidado global e implicam
afectação de um enfermeiro a um único cliente ou mais do que um, se a carga de
trabalho o permitir” (Pinheiro, 1994 citado em Costa, 1999, p.25)

É de salientar que apesar de a metodologia de trabalho ser a individual, nunca é


descurado o trabalho de equipa.

Com este método de trabalho, pretende-se;

 Prestar cuidados personalizados e contextualizados ao utente/família;


 Prestar cuidados de enfermagem autónomos e interdependentes, favorecendo
a independência do utente/família;
 Avaliar os cuidados prestados quanto à sua execução e aos efeitos produzidos;

70
 Orientar as intervenções de forma a promover a continuidade de cuidados após
a alta ou transferência;
 Identificar situações de cuidados que constituam problemas éticos reais ou
potenciais.

É considerada fundamental a participação da família, devendo sempre o enfermeiro


fomentar uma parceria de cuidados entre o utente/família e a equipa de saúde.

3.3.2 - UCISU

O método de trabalho praticado pela equipa de Enfermagem na UCISU, que se tem


demonstrado eficaz na abordagem ao doente, é o método individual de trabalho. Dada
a especificidade dos doentes internados, muitas vezes com instabilidade
hemodinâmica, é necessário trabalhar em equipa e só assim é possível responder em
tempo útil em contexto de doente crítico. Deste modo, a prestação de cuidados de
enfermagem resulta de uma abordagem multidisciplinar em articulação com médicos
de diferentes especialidades, terapeutas e assistentes operacionais com vista à
satisfação das necessidades do doente e família e à melhoria dos cuidados prestados.

O quadro seguinte representa um guia de orientação esquematizado em relação à


prestação de cuidados de enfermagem, por turno, na unidade. Sendo um guia de

orientação é flexível e deve ser sempre ajustado e personalizado.

MANHÃ

8:00-8:30 Passagem de Turno de Enfermagem


(Conferir folha de esterilização com auxiliar do Serviço de Esterilização)
8:30-9:00 Participação Ativa na Passagem de Banco Médica
8:50 Consulta de Processo de Enfermagem (Planos de pensos/cuidados
programados); Consulta de Processo Clinico
9:00 Avaliação de Parâmetros Vitais
9:10 Verificação de perfusões em curso
Administração de terapêutica
(vigiar a pele no local de inserção e funcionalidade do cateter)
9:20 Alimentação dos doentes (avaliar reflexo de deglutição. Se presente e eficaz

71
pedir colaboração de Assistente Operacional)
9:30 Colheita de Produtos (sangue, expectoração, urina);
Realização de Gasometria arterial em doentes com linha arterial (verificar
funcionalidade da linha)
9:40 Cuidados de Higiene e Conforto
Vigiar funcionalidade de dispositivos (drenos, dispositivos vesicais…)
Higiene no chuveiro sempre que a situação do doente o permita
Avaliação da estabilidade do doente para realização de levante (cuidados/
ensinos ao doente em relação ao 1º levante: uso de meias de descanso)
11:00 Administração de terapêutica
11:10 Cuidados de Higiene e Conforto
Vigiar funcionalidade de dispositivos (drenos, dispositivos vesicais…)
12:00 Consulta de processo do doente
12:30 Administração de terapêutica
13:00 Avaliação de Parâmetros Vitais
13:10 Alimentação dos doentes
12:00 -14:00 Período de Almoço
A unidade deve estar sempre assegurada por dois enfermeiros e um
assistente operacional neste período.
14:00 Registos de Enfermagem
14:30 Cuidados de Higiene e Conforto
Vigiar funcionalidade de dispositivos (drenos, dispositivos vesicais…)
15:00 Registos de Enfermagem/Balanços Hídricos
15:30 Passagem de Turno de Enfermagem

TARDE

15:30-16:00 Passagem de Turno de Enfermagem


16:00 Verificação de perfusões em curso
Administração de terapêutica
16:30 Consulta de Processo de Enfermagem (Planos de pensos/cuidados
programados); Consulta de Processo Clinico
16:45 Alimentação dos doentes (avaliar reflexo de deglutição se presente e
eficaz pedir colaboração de Assistente Operacional)

72
17:00 Avaliação de Parâmetros Vitais
17:10 Realização de Gasometria arterial em doentes com linha arterial (verificar
funcionalidade da linha)
17:20 Cuidados aos cateteres/realização de penso;
Substituição de sistemas de acordo com o Processo de Enfermagem;
17:30 Cuidados de Higiene e Conforto
Vigiar funcionalidade de dispositivos (drenos, dispositivos vesicais.)
18:30 Registos de Enfermagem
19:00-21:00 Período de Jantar
A unidade deve estar sempre assegurada por dois enfermeiros e um
assistente operacional neste período.
19:00 Administração de terapêutica
19:30 Alimentação dos doentes
21:00 Avaliação de Parâmetros Vitais
21:15 Administração de terapêutica
22:00 Cuidados de Higiene e Conforto
Vigiar funcionalidade de dispositivos (drenos, dispositivos vesicais...)
23:00 Registos de Enfermagem/Balanços Hídricos
23:30 – 0:00 Passagem de Turno de Enfermagem

NOITE

23:30-00:00 Passagem de Turno de Enfermagem


00:00 Consulta de Processo de Enfermagem (Planos de pensos/cuidados
programados)
00:30 Verificação de perfusões em curso
Administração de terapêutica
1:00 Avaliação de Parâmetros Vitais
1:15 Realização de Gasometria arterial em doentes com linha arterial (verificar
funcionalidade da linha)
1:30 Cuidados de Higiene e Conforto
Vigiar funcionalidade de dispositivos (drenos, dispositivos vesicais...)
3:00 Registos de Enfermagem (Revisão de Processo de Enfermagem; Consulta
de Processo Clinico)

73
5:00 Avaliação de Parâmetros Vitais
6:00 Cuidados de Higiene e Conforto
Vigiar funcionalidade de dispositivos (drenos, dispositivos vesicais...)
7:00 Administração de terapêutica
7:30 Registos de Enfermagem/Balanço Hídrico
7:45 Verificar material para envio para esterilização e registar (Pasta de
Esterilização no ambiente de trabalho 4º Computador)
8:00-8:30 Passagem de Turno de Enfermagem
Existem cuidados interdependentes em que o enfermeiro participa, nomeadamente
colocação de CVC; LA; Punção Lombar; Biópsias; Drenagem Torácica; EET (…) que podem ser
realizados em qualquer turno sem horário pré estabelecido.

74
4 - CIRCUITO DO UTENTE E METODOLOGIA DE TRABALHO
POR SECTOR

4.1 - ADMISSÃO

A admissão do utente é efetuada pelos assistentes técnicos, que se encontram no


PASU, utilizando a documentação fornecida pelo próprio, por acompanhantes ou pelos
técnicos de saúde que o acompanham ao serviço de urgência.

A admissão realizada irá gerar um número de episódio de urgência com o respectivo


nome do utente no sistema informático. Nos casos em que não seja possível ter
acesso à identificação do utente, o nome atribuído será “masculino/feminino não
identificado”.

Após efectuar a sua inscrição na Admissão, o utente aguarda na sala de espera, em


frente ao PASU, até que seja chamado para o gabinete de triagem.

4.2 - TRIAGEM

No gabinete de triagem, o utente é recebido pelo enfermeiro que o questionará quanto


ao motivo da sua vinda ao serviço de urgência e procurará identificar critérios de
gravidade para, através do Protocolo de Triagem de Manchester, definir o grau de
prioridade da situação clínica de cada utente e o tempo ideal/expectável para que o
utente seja observado pelo médico e enfermeiro e receba o respetivo tratamento e
cuidados de enfermagem. Quando o estado clínico do utente não o permita, a Triagem
de Manchester poderá ser realizada na sala de reanimação.

A partir da triagem o utente pode ser encaminhado para as diversas especialidades


presentes no SU e ainda para a urgência de Obstetrícia.

A linguagem preconizada, linguagem CIPE, define a acção de enfermagem “Triar”


como “estabelecer prioridades: atribuir graus de urgência para decidir a ordem de
tratamentos de feridas, doenças, etc.” (CIPE, 2011, p.104)

De acordo com o Grupo Português de Triagem, o objectivo da metodologia de triagem


75
é a atribuição de uma prioridade clinica. A prioridade atribuída reflecte um conjunto de
aspectos de uma determinada condição particular apresentada por um utente (por
exemplo, um utente com um diagnóstico final de entorse de tornozelo pode
apresentar-se com dor aguda moderada ou sem dor, e a sua prioridade clinica deve
reflectir esta realidade).

O objectivo principal num gabinete de triagem é determinar o grau de gravidade da


situação clinica do utente e proporcionar uma prioridade real no tratamento e cuidados
de enfermagem adequados, identificando a queixa inicial e seguindo o respectivo
fluxograma de decisão. O fluxograma contém várias questões a serem colocadas por
determinada ordem, que constituem os chamados “discriminadores”. Ao identificar o
discriminador indicado para a situação clinica aguda do utente, identifica-se a
respectiva prioridade de triagem de Manchester atribuindo então uma “cor”.

A triagem não é uma observação/avaliação estanque devendo-se ter presente que


enquanto o utente aguarda a observação médica, o enfermeiro do sector “Triagem”, é
o seu enfermeiro responsável, pelo que quando necessário o utente pode e deve ser
reavaliado e retriado. O Grupo Português de Triagem preconiza que os utentes que
não são observados dentro do tempo de referência sejam reavaliados ao fim desse
mesmo tempo.

76
4.2.1 - Actuação de enfermagem na Triagem

 Realizar identificação positiva do utente: confirmar a sua identidade através de


confirmação verbal e da confirmação com a etiqueta na pulseira do utente;
 Executar a entrevista para a colheita de dados através de uma observação
sistemática recorrendo à abordagem ABCDE, mantendo uma comunicação
(verbal e não verbal) assertiva;
 Avaliar parâmetros vitais, de acordo com o preconizado no protocolo de
triagem de Manchester e na pré-activação da Via Verde Sépsis;
 Ter sempre presente os protocolos de Vias Verdes (Sépsis, AVC e Coronária);
 Priorizar os cuidados de acordo com a colheita de dados e a observação inicial
do utente segundo a Triagem de Manchester;
 Informar o utente do nível de prioridade atribuído, tempo de espera expectável
e sala de espera respectiva (amarelos e laranjas: sala de espera nº 1; verdes e
azuis: sala de espera para a triagem e verdes-azuis; utentes do foro de
especialidades cirúrgicas: sala 10);
 Identificar o utente com infecção/colonização, providenciando a alocação do
utente num local adequado a fim de serem implementadas, para além das
precauções básicas, as medidas adicionais, no sentido de minimizar os riscos
de transmissão cruzada da infecção.
 Quando a situação clinica exija uma observação/encaminhamento imediato
para uma especialidade, seguem-se os protocolos em vigor no serviço de
urgência (Sépsis, AVC e Coronária);
 Realizar o pedido de ECG em situações clínicas de dor pré-cordial, de acordo
com o protocolo de Via Verde Coronária;
 Contactar o médico da UAVC, quando o doente apresenta sintomatologia
compatível com o diagnóstico de AVC/AIT e estando o início de sintomatologia
dentro da janela terapêutica (AVC), encaminhar o utente para a antecâmara da
sala de reanimação e informar o enfermeiro responsável por esse sector;
 Preencher o formulário de ativação de Via Verde Sépsis, perante
sintomatologia e critérios de inclusão de SIRS, entregar o impresso e solicitar a
um dos médicos dos verdes-azuis a realização de gasometria (para
determinação do nível de lactatos) e encaminhar o utente para a antecâmara
da sala de reanimação. Nos turnos em que não existam médicos dos verdes-
azuis serão os médicos que estiverem escalados no balcão médico-cirúrgico 1.
 Contactar o médico da sala de reanimação quando o utente apresenta critérios
de gravidade clínica, de acordo com o protocolo de activação da sala de

77
reanimação (Protocolo de Activação da Sala de Reanimação), informar
enfermeiro responsável pela sala de reanimação e encaminhar o utente para a
antecâmara ou sala de reanimação;
 Doentes encaminhados dos Serviços de Urgências Básicas devem ser
avaliados pelo enfermeiro e retriados, escrevendo na queixa: “retriagem:”
seguido da sintomatologia que refere e informação quanto à manutenção das
queixas, sendo desviado posteriormente para o respectivo sector;
 Na aplicação informática ALERT®, os doentes retriados deverão ser
encaminhados para “transferência-SUB balcão 1”, “transferência-SUB balcão 2”
ou para as respectivas especialidades;
 Actuar de acordo com o protocolado para situações de catástrofe, caso seja
dada essa indicação pelo chefe de equipa;

4.3 - ATUAÇÃO DE ENFERMAGEM

 Realizar o acolhimento ao utente/família;


 Estabelecer uma relação empática com o utente;
 Realizar identificação positiva: confirmar a identidade do utente (através de
confirmação verbal e da confirmação com a etiqueta na pulseira do utente),
sempre que possível;
 Realizar uma observação objectiva, metódica, pormenorizada e anamnese;
 Identificar precocemente nos registos de enfermagem feridas/úlceras por
pressão cuja existência seja prévia ao episódio de urgência, (se possível na
triagem);
 Proceder ao consentimento informado e esclarecido ao utente;
 Identificar precocemente situações de instabilidade hemodinâmica;
 Prestar cuidados de enfermagem adequados a cada utente, de acordo com a
sua prioridade, elaborando, mentalmente, um plano de cuidados, para além de:
 Colheita de espécimenes para análise;
 Administração de terapêutica;
 Tratamentos/realização de pensos;
 Monitorização de parâmetros vitais;
 Prestação de cuidados de higiene e conforto;
 Envolver/incentivar o familiar/pessoa de referência na prestação de cuidados;
 Fornecer informação clínica adequada ao utente, quando solicitado;
 Realizar ensinos para a saúde quando necessário;
78
 Encaminhar o utente para outros profissionais de saúde quando necessário;
 Identificar a necessidade de acompanhamento de enfermagem quando o
utente tiver que realizar exames complementares de diagnóstico ou quando
tiver que ser observado por uma especialidade e para tal seja necessário
deslocar-se a outro serviço, tendo presente a norma de transporte intra-
hospitalar e a necessidade de manutenção da estabilidade hemodinâmica;
 Colaborar com o PASU, por forma a coordenar a permanência do
acompanhante/cuidador de cada utente sempre que possível;
 Realizar os registos de enfermagem;
 Planear a alta do utente:
o Contactar familiares por forma a ter a certeza da sua presença no
destino para receberem o utente ou garantir que este contacto seja
efectuado;
o Realizar a nota de alta/transferência do utente, a fim de viabilizar a
continuidade de cuidados;
 Para os utentes com processo de internamento nos serviços da unidade
hospitalar, no momento da respectiva transferência verificar a existência de:
o Terapêutica prescrita (providenciada pela farmácia em unidose), a qual
deve ser enviada juntamente com o utente (caso o utente tenha
inicialmente sido internado em SO);
o Espólio de roupa, o qual também deve ser enviado com o utente para o
serviço de internamento;
o Realizar a passagem clínica do utente quando este for transferido
dentro da instituição;
 Efectuar a passagem de turno de forma clara, concisa e objectiva,
assegurando a continuidade dos cuidados;
 Executar os cuidados de enfermagem tendo presente as normas da
GLPPCIRA;
 Desenvolver uma postura reflexiva quanto à prática de enfermagem;
 Supervisionar as tarefas delegadas nos assistentes operacionais (limpeza do
sector, reposição de material, transporte de doentes e auxílio nos cuidados
necessários), bem como a organização do sector ao qual está alocado.

79
4.4 - SALA DE REANIMAÇÃO

Os utentes com sinais de gravidade clínica e com necessidade de maior vigilância são
avaliados pela equipa clínica (médico e enfermeiro) escalada para este sector.

A entrada nesta sala segue as normas existentes no serviço (Protocolo de Activação


da Sala de Reanimação).

Quando o utente com comprometimento das suas funções vitais entra na sala de
reanimação, é função do enfermeiro, em equipa com o médico, implementar uma
actuação rápida, eficiente e eficaz para reverter a situação clínica emergente.

Neste contexto o médico poderá requisitar as especialidades necessárias para a


situação clinica do utente, exames complementares de diagnóstico, terapêutica e
procedimentos de enfermagem necessários para a situação clinica em concreto.

Deverá ter-se sempre em conta, que o trabalho em equipa é extremamente importante.

A abordagem inicial deverá ter sempre presente a observação pela metodologia


“ABCDE”.

4.4.1 - Actuação de Enfermagem na Sala de Reanimação

 Identificar precocemente situações de peri-paragem;


 Identificar situações de urgência/emergência;

80
 Colaborar na correcção e manutenção das funções vitais compatíveis com a
vida, prevenindo paragem cardio-respiratória (PCR);
 Actuar rapidamente na monitorização hemodinâmica do utente;
 Providenciar a actuação de enfermagem correta, de acordo com a situação
clínica do utente;
 Trabalhar em equipa com o médico e assistente operacional, de forma
metódica;
 Providenciar apoio rápido de outros técnicos;
 Alcançar a estabilidade hemodinâmica do utente antes da realização do
transporte (quer para outro sector do SU, quer para realização de exames
complementares de diagnóstico);
 Definir o material necessário para o transporte do utente, de acordo com a sua
situação clínica;
 Proceder à preparação do utente para a realização de transporte intra ou inter-
hospitalar, por forma a manter o mais possível a estabilidade hemodinâmica;
 Providenciar informação aos familiares, assim que possível, da situação clinica
do utente;
 Promover correto e adequado funcionamento e dinâmica da sala de
reanimação;
 Confirmar em cada turno a reposição de material, bem como o seu correto
funcionamento na sala de reanimação, com recurso à execução das checklist
(por turno e na noite);
 Verificar no início de cada turno:
 Carros de urgência;
 Kits existentes no armário (Cateter Central; Drenagem Torácica; Via
Aérea Difícil (1 e 2); VNI-Boussignac; Algaliação difícil; Kit Queimados;
Kit de partos; Kit de pericardiocentese; Kit de Toracocentese e caixa de
pediatria);
 Existência de mascaras de VNI (tamanho S, M, L) com respectivos
arneses colocados nas máscaras);
 Videolaringóscopio (se está na sala e como se encontra
acondicionado);
 Ecógrafo (se está na sala e como se encontra acondicionado)
 Medicação de frio - quantidade e respectiva data de validade (“Lista de
medicação de frigorifico”);
 Sondas Nasogástricas nº 16 e 18 (2 de cada no congelador);
 Luvas de gelo (no congelador);
81
 Temperatura do frigorífico (termóstato nível 3);
 Mala de transporte intra-hospitalar (material (existência e funcionalidade)
e medicação) (Norma da mala);
 Conhecer o correto procedimento de limpeza e desinfecção dos diversos
equipamentos existentes na Sala de Reanimação;
Quando em situação de emergência (por exemplo, situações de PCR) em que sejam
necessários mais profissionais do que os presentes na sala, é possível sinalizar esta
necessidade através de activação da “ronca” que ecoa no serviço de urgência e na
UCIP. Este fica a tocar até ser novamente desligado na betoneira existente na Sala de
Reanimação, junto à Box nº 3, o que deve ser feito logo que os elementos necessários
para a correta dinâmica e resolução da situação clínica do utente estejam presentes.

4.5 - BALCÃO MÉDICO-CIRÚRGICO 1

No balcão médico-cirúrgico 1 são atendidos os utentes que se deslocam pelo seu


próprio pé ou recorrendo a material ortopédico e que pela sua situação clinica
necessitam de cuidados de enfermagem, realização de tratamentos médicos ou
vigilância. Após estes cuidados e quando não seja necessário a sua permanência
nesta sala, poderão por indicação do enfermeiro aguardar na sala de espera em frente
à Triagem.

Sendo esta sala de pequenas dimensões e não podendo conter todos os utentes em
observação, o enfermeiro terá que definir quem necessita de uma vigilância mais
apertada e se necessário transferir esse utente para outro sector.

4.6 - ORTOPEDIA/CIRURGIA/OFTALMOLOGIA/OTORRINOLARINGOLOGIA

São encaminhados para observação pela Ortopedia os utentes com lesões


osteoarticulares traumáticas dos membros, com deformidade e/ou impotência
funcional, referenciados dos SUB ou centro de saúde, encaminhados da Unidade de
Portimão com patologia ortopédica e os encaminhados para hospital da área de
residência com patologia ortopédica.

São encaminhados para observação por Cirurgia os utentes encaminhados dos SUB
ou centro de saúde, com patologia cirúrgica, encaminhados da Unidade de Portimão
com patologia cirúrgica, encaminhados para o hospital da área de residência com

82
patologia cirúrgica, portadores de feridas com necessidade de sutura, com
queimaduras (qualquer utente com queimadura deve ser encaminhado para sala de
pequena cirurgia à excepção do utente crítico), referenciados para cirurgia com lesão
aberta, que chegam ao serviço de urgência por tumefação/abcesso com saída de
líquido orgânico, politraumatizados sem critérios para a sala de emergência e com
TCE sem critérios para a sala de emergência.

São encaminhados para observação por Oftalmologia, no período em que o médico


está de presença física no SU os utentes com suspeita de corpo estranho ocular, com
olho vermelho, com alterações da acuidade visual de novo, com derrames hemáticos
oculares, com traumatismo evidente do globo ocular, referenciados dos SUB ou centro
de saúde com patologia do foro da oftalmologia, encaminhados da Unidade de
Portimão com patologia do foro da oftalmologia, encaminhados para hospital da área
de residência com patologia do foro da oftalmologia.

São encaminhados para observação por Otorrinolaringologia (ORL), no período em


que o médico está de presença física no SU os utentes com diminuição da acuidade
auditiva, otalgia ou otorragia não traumática, com epistaxis após tamponamento
externo sumário, referenciados dos SUB ou centro de saúde por patologia do foro da
ORL, encaminhados da Unidade de Portimão com patologia do foro da ORL,
encaminhados para hospital da área de residência com patologia do foro da ORL.

Após a triagem os utentes que deambulem ou se desloquem em cadeira de rodas


deverão ser encaminhados para a sala de espera nº 10 e alocados ao balcão
respectivo. Sempre que necessitem de permanecer no leito estes utentes
permanecem na Sala de Trauma.

4.6.1 - Actuação de Enfermagem na Ortopedia/Cirurgia/Oftalmologia/ORL

 Colaborar e assistir nos procedimentos cirúrgicos;


 Colaborar nas colheitas de espécimenes para envio à patologia clínica:
 Nos dias úteis, entre as 9h e as 15h pode enviar-se de imediato pela
mensageira que está na admissão de doentes;
 Fora do horário referido deve acondicionar-se correctamente os
espécimes das biopsias e guardar para posterior envio, no frigorífico
existente na sala de reanimação e colocar a requisição no gabinete do
secretariado;

83
 Efectuar chamada telefónica para o BO e realizar a passagem de informação
clinica do utente ao enfermeiro chefe de equipa, quando não seja necessário o
acompanhamento de enfermagem, seguindo os critérios enunciados na folha
de passagem de dados para o BO (Lista de verificação pré-operatória –
urgência)
 Realizar a requisição de esterilização de material cirúrgico, de acordo com as
Normas do Serviço de Esterilização em vigor no hospital;
 Receber e confirmar o material que vem do serviço de esterilização;
 Realizar a limpeza e desinfecção do nasofaringoscópio de ORL após cada
utilização, de acordo com o procedimento estabelecido;
 No final de cada turno verificar a limpeza da sala de oftalmologia/ORL, bem
como do material existente (não esquecendo a limpeza do tubo do aspirador e
o desperdício de embalagens de colírios que se encontrem abertas);

4.7 – SALA DE TRAUMA

Os utentes a aguardar observação por especialidades cirúrgicas e que tenham


necessidade de permanecer em maca deverão ser encaminhados para esta sala e os
médicos especialistas deverão ir junto do mesmo observá-lo. Apenas em situações em
que sejam necessários procedimentos cirúrgicos ou ortopédicos, estes utentes em
maca deverão ser encaminhados pelo assistente operacional para as salas de cirurgia,
ortopedia, ou ORL e Oftalmologia, retornando à sala de trauma posteriormente para
aguardarem resolução clínica.

4.8 - SALA DECISÃO CLÍNICA

Esta é constituída pelo Balcão Médico-Cirúrgico 2, OBS e por uma área onde por
vezes ficam utentes internados na urgência geral (S.O.) ao cuidado da respectiva
especialidade, enquanto aguardam vaga nos serviços de internamento.

84
4.8.1 - Balcão Médico-Cirúrgico 2

No Balcão Médico-Cirúrgico 2 encontram-se os utentes com episódio de urgência que


necessitam estar em maca, quer seja pela sua situação clínica aguda, quer seja pela
sua situação clinica crónica (por exemplo doentes que se encontram acamados).

Os cuidados prestados aos utentes neste balcão em muito são semelhantes aos
prestados no balcão Médico-Cirúrgico 1. Seguem-se as mesmas regras para o
encaminhamento dos utentes.

4.8.1.1 - Actuação de Enfermagem no Balcão Médico-Cirúrgico 2

 Realizar planeamento dos cuidados de enfermagem aos utentes que apenas


foram observados na triagem pelo enfermeiro e aguardam a observação do
médico do respectivo sector;

4.8.2 - SO

Os utentes com processo de internamento no serviço de urgência, permanecem na


área de decisão clinica, sempre que possível junto às boxes do OBS (ao cuidado da
respectiva especialidade), a aguardar vaga nos serviços de internamento do hospital,
podendo permanecer neste serviço por vários dias. Neste sector os registos são
efectuados com recurso à aplicação “SClínico”.

4.8.2.1 - Actuação de Enfermagem no SO

 Realizar a avaliação inicial do utente;


 Identificar os focos de atenção afectados, no utente internado;
 Planear as intervenções de enfermagem adequadas, de acordo com os
diagnósticos de enfermagem;
 Executar os cuidados de enfermagem planeados;
 Avaliar os cuidados de enfermagem prestados de acordo com o planeado;
 Imprimir as folhas terapêuticas no turno da tarde para as 24h seguintes
(servindo apenas de auxiliar para a preparação e administração da terapêutica
a cada utente) – a administração da medicação deverá ser registada no
processo clínico;
85
4.8.3 - OBS

Nas quatro boxes da OBS encontram-se utentes que necessitam de estar sob
monitorização contínua dos parâmetros hemodinâmicos e que necessitam de uma
maior vigilância devido à sua situação clínica aguda. Podem estar em episódio de
urgência ou em processo de internamento. Para os episódios de urgência utiliza-se a
aplicação ALERT® e para os utentes que estejam com processo de internamento
utiliza-se a aplicação SClínico.

4.8.3.1 - Actuação de Enfermagem na OBS

 Sempre que o utente esteja internado em SO proceder de acordo coma a


actuação de enfermagem preconizada no SO.

86
5 - INFORMAÇÕES ADICIONAIS
5.1 - NORMAS DE PROCEDIMENTO EXISTENTES NO SU

Existe no serviço de urgência, no gabinete da enfermeira chefe, um dossier com


diferentes normas de serviço aprovadas pelo Enfermeiro Director, as quais são
facilitadoras da integração na metodologia de trabalho utilizada no serviço de urgência
para determinadas situações/técnicas e visam a uniformização dos procedimentos
realizados e dos cuidados aos utentes.

5.2 - PASSAGEM DE TURNO

Durante a passagem de turno é fundamental que exista organização, sem conversas


paralelas a fim de a informação de cada utente ser passada de forma metódica e
correta e, se necessário, ser discutida em equipa.

Nos sectores em que existam mais do que um enfermeiro, a passagem dos utentes
deverá ser, em toda e qualquer circunstância, realizada em conjunto e não cada
enfermeiro a receber apenas os utentes pelos quais fica responsável. Deste modo,
todos os enfermeiros do sector têm conhecimento da situação clinica dos utentes,
facilitando a continuidade dos cuidados e o trabalho em equipa.

5.3 – OBSERVAÇÃO POR PSIQUIATRIA

No que concerne à necessidade de observação pela psiquiatria, os utentes são


acompanhados por tripulantes de ambulância ao edifício do DPSM (que se encontra
fora do recinto do edifício principal do hospital), sempre com o conhecimento do
enfermeiro responsável pelo utente e do enfermeiro chefe de equipa. Nestas situações
é necessário o médico responsável pelo utente realizar um pedido de ambulância para
o transporte inter-hospitalar, tendo em conta a distância entre os dois edifícios. Uma
vez que a urgência de psiquiatria não se realiza ao longo das 24 horas, quando é
necessário reavaliação após a 1ª observação o utente permanece no SU no período
em que não há urgência de psiquiatria.
87
Quando um utente é trazido ao SU, acompanhado por agentes de autoridade, com
pedido de internamento compulsivo, fora do horário de funcionamento da urgência de
psiquiatria deve o chefe de banco ser contactado para que decida entre enviar o
utente à urgência de psiquiatria de referência ou manter este utente no SU a aguardar
que haja urgência da especialidade.

5.4 – ADMINISTRAÇÃO DE HEMODERIVADOS

Sempre que é necessário que algum doente receba uma transfusão, seja ela de
concentrado de eritrócitos, plaquetas ou plasma, o procedimento inicia-se com o
pedido de tipagem e requisição do número de unidades do hemoderivado pretendido,
em impresso próprio, o qual tem de ser sempre identificado com uma etiqueta de
processo, na qual está indicado o nome completo do doente, a data de nascimento e o
número de processo. Esta requisição tem de ser assinada pelo médico que solicita a
transfusão e pelo responsável pela colheita de sangue para tipagem e é devidamente
acompanhada por um tubo de EDTA e um tubo seco, os quais devem estar
identificados com etiquetas de código de barras. Compete ao enfermeiro responsável
pelo doente a adequada identificação dos tubos de colheita e a confirmação de que a
etiqueta correcta se encontra na requisição.

Nos turnos da manhã e da tarde será um assistente operacional do serviço de sangue


a entregar os hemoderivados solicitados no SU. Aquando da recepção do
hemoderivado, o enfermeiro deverá assinar a sua recepção no livro de protocolo que a
assistente operacional traz. Nos turnos da noite será o assistente operacional do SU a
ir buscar estes produtos ao serviço de sangue.

Mesmo que o utente tenha várias unidades de hemoderivados para administrar,


apenas será entregue no SU uma de cada vez, devendo o enfermeiro responsável,
quando está a terminar uma das unidades, contactar o serviço de sangue para se
proceder ao envio da seguinte. Cada unidade de sangue será acompanhada com um
sistema de transfusão sanguínea e um impresso em formato de papel para registo, por
parte do enfermeiro, de hora de recepção do produto, quantidade de unidades e tipo
de hemoderivado que recepciona, parâmetros vitais pré e pós transfusão,
intercorrências que eventualmente ocorram durante a transfusão e volume
transfundido. Esta folha de registo deve ser encaminhada para o serviço de sangue
após o seu total e correcto preenchimento. É ainda necessário realizar o registo de

88
administração e eventuais intercorrências no processo de internamento/episódio de
urgência do utente.

Sempre que, por algum motivo a transfusão não seja concluída, deve o subjacente ser
devolvido ao serviço de sangue. Também ao verificar-se, por exemplo, que o utente
apresenta febre antes do início da transfusão, esta deve ser devolvida ao serviço de
sangue e novamente solicitada quando o utente já apresentar as condições
necessárias para ser transfundido. Desta forma é garantida a adequada qualidade de
conservação do produto.

5.5 - ALIMENTAÇÃO

Para os utentes que se encontram no SU em ficha, a cozinha fornece refeição


mediante pedido por formulário, o qual é efectuado pelo chefe de equipa de
enfermagem (no turno da noite é feito o pedido de alimentação para o turno da manhã
- pequeno-almoço e almoço e no turno da manhã para o turno da tarde). No mesmo
impresso são solicitadas ainda bolachas (integrais e “maria”) e leite, os quais se
destinam a pequenas provas alimentares e lanches. O formulário, após correto
preenchimento, é enviado por correio electrónico para o serviço de alimentação,
ficando arquivado informaticamente em “Dietas” na pasta “Enfermagem” existente no
computador na sala da enfermeira chefe.

Ao pequeno-almoço são fornecidas papas doces, papas diabéticas e leite simples,


café de saco e chá. Ao almoço e jantar é fornecida sopa, a qual pode ser passada ou
canja e sobremesa, sendo as opções papa de fruta, gelatina, pudim ou banana.

Para os utentes que se encontram internados em SO é fornecido um tabuleiro com a


refeição completa, de acordo com a dieta prescrita através do GHAF, quer pelo
médico quer pelo enfermeiro, desde que a informação do internamento chegue ao
serviço de alimentação até às 11 e às 17 horas, nos turnos da manhã e tarde,
respectivamente. Todas as alterações ao tipo de alimentação ou novas prescrições
deverão ser realizadas até essas horas.

O lanche apenas é fornecido para doentes com processo de internamento no SU.

Caso exista a necessidade de pedir uma dieta extra para algum doente que esteja
internado que, por exemplo tenha sido internado após as horas referidas acima,

89
poderá o chefe de equipa de enfermagem realizar o pedido de uma dieta
extemporânea em formulário próprio – “Dieta Extemporânea”.

O serviço de dietética e alimentação não fornece água engarrafada, uma vez que a
instituição considera a água da torneira potável e própria para consumo.

Na urgência existem duas copas onde são armazenados os pacotes de leite e as


bolachas fornecidos pelo serviço de alimentação do hospital, com vista a suprir
algumas necessidades pontuais dos utentes.

5.6 - POLÍTICA DE VISITAS NO CHA/ACOMPANHAMENTO DE DOENTES NO SU

Todo o utente tem direito a ter um acompanhante presente durante o seu atendimento
no serviço de urgência e como em qualquer instituição existe uma política de visitas e
acompanhamento de utentes por parte de familiares, que vão de encontro à Lei nº
15/2014 de 21 de Março e à Circular Normativa nº23/11 de 09 de Junho de 2011
“Normas de conduta do Doente e Acompanhante no Serviço de Urgência Geral”.

5.7 - TRANSFERÊNCIAS INTRA-HOSPITALARES

Nas transferências intra-hospitalares, o enfermeiro responsável pelo utente, caso seja


necessário acompanhamento de enfermagem, deverá ter o cuidado de o acompanhar
e ter em conta todos os cuidados necessários (tendo sempre presente que a
transferência de um doente se procederá quando este estiver hemodinâmicamente
estável e a sua situação clínica o permitir). Nos casos em que o utente apenas
necessite do acompanhamento de assistente operacional, o enfermeiro responsável
deverá contactar telefonicamente com o serviço de internamento de destino, passar a
informação clinica do utente ao enfermeiro do serviço e combinar com este a
transferência o mais precoce possível.

5.8 - UNIDOSE DOS DOENTES COM PROCESSO DE INTERNAMENTO

Para os utentes com processo de internamento no serviço de urgência é preparada a


medicação pelos profissionais da farmácia hospitalar. Durante o turno da manhã, por
volta das 14h, o assistente operacional da UCISU leva as caixas com gavetas (uma
90
por cada doente) que existe na UCISU e no espaço físico junto do OBS para a
farmácia e troca por caixas com gavetas com a medicação dos utentes com
internamento no SO e na UCISU. Durante o turno da tarde, todas as alterações de
medicação e toda a medicação dos novos doentes internados é enviada pela farmácia
pelo sistema de vácuo, quando possível, ou então é contactado o chefe de equipa de
enfermagem, informando que existe medicação preparada para doentes do serviço de
urgência e que é necessário ir levantar.

Sempre que um utente é transferido para qualquer serviço de internamento do hospital,


deverá ser acompanhado por toda a medicação previamente fornecida pela farmácia.

5.9 - TRANSFERÊNCIAS INTER-HOSPITALARES

Nas transferências inter-hospitalares, a equipa clínica (médico e enfermeiro) decidirão


a necessidade de acompanhamento do utente a transferir. Será da responsabilidade
do enfermeiro chefe de equipa contactar um enfermeiro para esse acompanhamento,
recorrendo à escala de prevenção. O enfermeiro responsável pelo utente na unidade,
deverá encarregar-se da sua preparação para o adequado transporte, assegurando a
transferência do utente com necessidades de cuidados diferenciados e complexos,
consoante a sua situação clinica, Esta preparação inclui reunir toda a informação
clinica relevante (cópia do processo clínico relativo ao episódio de urgência/processo
de internamento, bem como dos meios complementares de diagnóstico (gravados em
formato digital num CD) e o contacto dos familiares, informando local de destino.

O material necessário para o acompanhamento do utente dependerá da sua situação


clínica e será da responsabilidade do enfermeiro que irá proceder a esta transferência.

Deverá existir um contacto prévio, por parte da equipa médica, com a unidade que irá
receber o utente, ficando tal informação registada.

5.10 - ESCALA DE EVACUAÇÕES

No CHA-Faro existe uma escala de evacuações integrada por enfermeiros voluntários,


organizada por turnos de 8 horas.

91
Serve para realizar as transferências inter-hospitalares de utentes emergentes/
urgentes que necessitem de cuidados clínicos, tratamentos ou observação por
especialidades médicas não disponíveis nesta unidade, necessitando de
acompanhamento de enfermagem.

5.11 - ALTA

À data da alta clínica, por vezes, é ainda necessária a continuidade de cuidados no


domicílio, pelo que se torna fundamental identificar possíveis barreiras a essa
continuidade e desenvolver estratégias para as ultrapassar.

Aquando da alta clínica, é necessário entregar ao utente/familiar/cuidador informal a


nota de alta institucional, a qual inclui as cartas de alta médica e de enfermagem.

Deve ser verificada a existência de espólio e providenciar a sua entrega.

É necessário ainda identificar a necessidade de realização de ensinos de enfermagem


junto do utente/familiar/cuidador informal, para continuação dos cuidados a nível
domiciliário, bem como a existência de dispositivos médicos que não se destinam a
acompanhar o doente no momento da alta, os quais deverão ser retirados antes do
utente sair do serviço.

Quando é o próprio utente a solicitar alta contra parecer médico, deverá ser
esclarecido da sua situação clínica e das consequências/perigos que poderão resultar
de uma alta precoce, devendo este responsabilizar-se pela alta, através de assinatura
do termo de responsabilidade por alta contra parecer médico se internado, ou do
formulário disponibilizado pela aplicação do ALERT®, se em episódio de urgência.

Quando a alta acontece por abandono do serviço ou por recusa de assinatura, devem
ser efectuados registos de enfermagem, informado o médico responsável, o chefe de
equipa de enfermagem, bem como a família.

Se necessário (quando o utente se encontra desorientado auto ou alo psiquicamente)


e por qualquer motivo foge ao controlo e vigilância e abandona o SU, deverão ser
contactadas as autoridades competentes (PSP ou GNR), a fim de trazerem o utente
de volta ao serviço de urgência, evitando assim danos contra o próprio, contra
terceiros e/ou contra bens. A família também deverá ser avisada e ser-lhe solicitado
que informe o SU caso o utente se dirija ao seu domicílio.

92
5.12 - ÓBITOS

O óbito é verificado pelo médico e deverá ser registado na respectiva ficha Alert® ou
no processo clínico.

O processo de certificação do óbito é realizado no SICO (Sistema de Informação dos


Certificados de Óbito), devendo o médico imprimir a guia de transporte que deverá
posteriormente ser colocada no livro de Protocolo que se encontra na gaveta da
secretária da sala de reanimação. O Pedido de Autópsia, quer seja clínica ou médico-
legal, é realizado em impresso próprio (Boletim de Informação Clínico) no SICO, o
qual, acompanhado pelo processo/episódio de urgência do utente, é colocado no livro
de protocolo.

O enfermeiro responsável pelo utente regista no livro de óbitos o falecimento da


pessoa, colocando uma etiqueta de identificação (com o nome, nº de episódio e nº de
processo, data de nascimento, morada, etc.), a hora da verificação do óbito, o nome
do médico que verificou o óbito, e se foi passado certificado de óbito ou pedido de
autópsia, bem como se os familiares foram contactados e foram informados para se
dirigirem ao hospital. No caso de não se conseguirem contactar os familiares no
decorrer do turno, esta informação deve ser transmitida ao chefe de equipa, o qual
passará esta ocorrência ao chefe de equipa seguinte.

A preparação do cadáver deverá ser realizada de acordo com as normas hospitalares


e pelo enfermeiro responsável do utente.

Quando ocorre um óbito de um utente, é da responsabilidade do médico responsável


a informação aos familiares. O contacto dos familiares poderá ser feito pessoalmente,
quando estes se encontram no serviço, ou por telefone, através dos contactos
existentes no processo clínico do utente. Esse contacto deverá ser realizado pelo
enfermeiro responsável pelo utente, ficando registado no livro de óbitos bem como no
processo informático/episódio de urgência do utente.

Deverá ponderar-se a necessidade de apoio religioso e/ou psicológico para a família


do utente.

O transporte do cadáver para a casa mortuária será feito pelo assistente operacional,
após indicação por parte do enfermeiro. Se possível e a família o desejar, deverá
proporcionar-se a oportunidade para a família se despedir do utente antes do seu
transporte.

93
Quando à chegada dos familiares o corpo do utente já se encontre na morgue, e estes
solicitarem ver o mesmo, devem ser encaminhados para o secretariado da casa
mortuária pela entrada exterior. Nos períodos em que a casa mortuária não está
aberta (das 17:00 às 9:00 horas, aos fins de semana a partir das 13:00 horas e
feriados) não é possível levar lá os familiares - Circular Informativa nº 235/14.

5.13 - ESPÓLIOS

Considera-se espólio todos os bens que o utente traz consigo aquando da sua
admissão no serviço de urgência, tais como:

 Roupa e acessórios (malas, capacetes, etc.);


 Valores (jóias, dinheiro, telemóveis, tablet, próteses (oculares, dentárias,
auditivas), etc.).

Quando é realizado o espólio, deverá seguir-se a norma de espólios do CHA - Circular


Normativa nº 45/07.

O registo do espólio dos pertences do utente deverá ser realizado em formato


informático nas notas de espólio, na aplicação ALERT®.

É recomendado a todos os utentes e familiares que enviem/levem os pertences


através dos seus familiares/pessoa significativa, explicando e esclarecendo os
inconvenientes do espólio ficar à sua guarda. Se mesmo assim o utente quiser ficar
com o espólio em sua posse, o enfermeiro ou o assistente operacional realiza esse
registo no sistema informático ALERT®, no respectivo relatório de espólio,
identificando que o utente partilha a responsabilidade pelo mesmo enquanto está no
hospital, sendo esse registo impresso e assinado pelo utente e arquivado no dossier
de espólios existente na sala da Enfermeira Chefe.

O espólio de roupas deve ser acondicionado em saco transparente com risca azul e
guardado na sala de espólios existente na Decisão Clínica. O espólio de valores
(incluindo próteses, pelo que para as próteses dentárias existem caixas adequadas
para as guardar) é acondicionado em envelope próprio, com a discriminação do seu
conteúdo e assinado pelo enfermeiro e assistente operacional ou técnico
administrativo. Se o utente estiver consciente e orientado deverá ele próprio também
confirmar o espólio e assinar o envelope. Posteriormente será entregue ao assistente

94
técnico no PASU, o qual confirmará o mesmo e selará o envelope na presença do
assistente operacional.

Quando o utente tiver alta ou transferência para um serviço de internamento, deverá


fazer-se acompanhar pelo espólio de roupas. O espólio de valores deverá apenas ser
levantado pelo próprio quando tiver alta ou quando assim o entender, ou por familiar
com autorização do próprio. Nos casos em que o doente tenha transferência intra-
hospitalar, o processo do mesmo será acompanhado ainda pela folha impressa de
espólio, a fim de que o enfermeiro do serviço de internamento que acolher o doente
confirme a recepção do espólio de roupas (através de assinatura no relatório de
espólio impresso, o qual deverá ser arquivado no dossier de espólios existente no SU).

Em situação de óbito, caso se encontre algum familiar presente no SU, o espólio de


roupa deve ser entregue de imediato. Caso contrário, o espólio de roupa fica guardado
na sala de espólios até que um familiar do utente seja contactado telefonicamente
para decidir o destino a dar ao mesmo. Se este referir que o vem levantar, o espólio
permanece guardado na respectiva sala. Caso entenda não pretender vir levantar o
mesmo, na circunstância de a roupa estar em condições de ser utilizada, deverá a
mesma ser encaminhada para a lavandaria a fim de ser processada e posteriormente
ficar disponível para quem dela necessite.

Em situações em que a pessoa dá entrada no SU e é verificado o óbito à entrada, a


roupa acompanha o corpo para a casa mortuária, sendo retirados os valores, os quais
são entregues no PASU, de acordo com o procedimento instituído.

5.14 - ESTERILIZAÇÃO

Para o SU, o serviço de esterilização estabeleceu como horários para recolha do


material com necessidade de descontaminação e/ou esterilização as 8:00, 12:00 e
18:00 horas. Em situações urgentes/específicas, torna-se necessário entrar em
contacto com os serviços e solicitar a recolha – Normas do Serviço de Esterilização.

Todo o material cirúrgico, após ser usado vai sendo colocado em contentor próprio
existente na sala de cirurgia e o material de via aérea é colocado dentro de um saco
branco, junto à referida caixa. O seu registo é efetuado pelo enfermeiro responsável
pelo sector “cirurgia” em impresso próprio, existente na pasta “Esterilização”, a qual
está disponível no computador de parede, na sala de cirurgia. A folha deve ser

95
preenchida após conferência do material existente, na presença do assistente
operacional do serviço de esterilização, assinada pelo enfermeiro e enviada junto com
o material.

O material pertencente à VMER ou ao Helicóptero do INEM será colocado nas


respectivas caixas existentes na sala de cirurgia e poderá ser o enfermeiro do sector
ou o chefe de equipa a realizar a requisição desse material, em impresso próprio.

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6 - CONCLUSÃO

A entrada de novos profissionais numa organização deve ser objecto de uma atenção
especial, quer pelos custos que possam estar envolvidos na integração do novo
trabalhador, quer pela implicação que pode ter na vida de cada indivíduo e nas suas
práticas profissionais. Deste modo, é necessário definir acções que visem uma mais
fácil integração à organização e ao posto de trabalho, o que passa, seguramente, pela
qualidade dos procedimentos e do acompanhamento no acolhimento do novo
elemento.

O desenvolvimento de competências do enfermeiro baseia-se particularmente na


formação e no reconhecimento que este tem da sua identidade profissional. Alarcão
(2001 como citado em Silvestre 2012, p.14) refere que a competência se manifesta no
desempenho, não se visualiza. Na perspectiva da mesma autora a competência:

“Concebe-se como um conjunto de conhecimentos, capacidades,


comportamentos, intenções, motivos e atitudes e revela-se no nível de
desempenho adequado às circunstâncias. Não se manifesta apenas num
aspecto específico. Reconhece‐ se pela presença de um conjunto de relações
que estão na base de um exercício competente da profissão”

Assim, o avanço da tecnologia não substitui o enfermeiro, mas exige-lhe mais


competências para que possa prestar cuidados de enfermagem que incorporem todas
as dimensões do ser humano. (Silvestre, 2012)

Espera-se que o novo elemento adquira competências que lhe possibilitem tomar
decisões mais facilmente, construir uma percepção positiva de si e desenvolver
segurança nas suas atitudes e comportamentos.

Acreditamos que este manual seja um contributo positivo para a integração dos
colegas no nosso Centro Hospitalar. O seu grande objectivo foi o de transmitir
informações claras sobre a estrutura organizacional e funcional, com o intuito de
minorar a tensão que qualquer processo de integração gera. Tentámos abordar todos
os aspectos que nos pareceram relevantes a nível organizacional e profissional.

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Desejamos pois que as informações nele contidas o/a ajudem a um mais rápido
conhecimento da estrutura hospitalar, de forma a contribuir para o alcançar dos seus
objectivos, assim como os da instituição. Esperamos sobretudo ter facilitado o
conhecimento teórico e técnico na área de cuidados da Urgência Geral.

Reconhecendo que este instrumento será sempre um móbil de dinamismo e


aperfeiçoamento, deixamos em seguida um espaço aberto às sugestões que
considerarem oportunas, pois só através das sugestões de quem passa por um
processo de integração poderemos melhorar e ajudar a integrar futuros colegas de
forma mais eficaz.

Ao integrar a nossa equipa, pretende-se que contribua (através do desempenho das


suas funções de modo competente, responsável e autónomo), para alcançar os
objectivos a que nos propomos, tornando possível a prestação de um serviço de
excelência ao doente.

98
7 - SUGESTÕES E COMENTÁRIOS A ESTE MANUAL1

1
Por favor imprimir e deixar na secretária da Enfª. Chefe

99
8 - BIBLIOGRAFIA

Azevedo, C (1996). Integração de enfermeiros às unidades/serviços. Divulgação. 38:


9-30.

Chiavenato, I. (1981). Administração de Recursos Humanos, vol. I, 2ª ed. S. Paulo,


McGraw Hil.

Costa, J. dos S. (1999). Método e percepção de cuidar em enfermagem. Dissertação


de Mestrado, Universidade do Porto - Instituto De Ciências Biomédicas De Abel
Salazar, Porto, Portugal.

International Council of Nurses (2011). CIPE Versão 2011-Classificação Internacional


para a Prática de Enfermagem, 104. Disponível em:
https://membros.ordemenfermeiros.pt/Downloads/Documents/CIPE_VFinal_BaixaRes
olucao_Proteg.pdf (acedido em 10 de Agosto de 2014)

Luz, M. (2001). Programa de integração para enfermeiros. Servir. 49 (6): 288-294.

Pinto, L. F. B. (2009). Sistemas de Informação e Profissionais de Enfermagem.


Dissertação de Mestrado, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real,
Portugal.

Silvestre, M. do C.de J. (2012) Integração De Enfermeiros Em Instituições


Hospitalares: Estudo De Caso. Dissertação de Mestrado, Universidade de Aveiro
Departamento de Ciências Sociais Políticas e do Território, Aveiro, Portugal.

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