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2.A partir do século XVIII inaugura-se um cenário político que acaba por romper definitivamente com o dogmatismo
eclesiástico medieval. Pouco a pouco descortina-se um vigoroso processo histórico, que desloca definitivamente o Direito
para o que viria a ser o grande ideário político denominado Iluminismo. Acerca das características centrais do pensamento
iluminista, analise as afirmativas a seguir:
I- Há uma valorização da razão acima da fé, devendo ser o conhecimento acerca da natureza, da sociedade e da política,
produto da investigação e experiência objetiva.
II- Emerge uma forte oposição ao absolutismo político e aos privilégios da nobreza e da igreja.
III- A defesa da liberdade na política, economia e escolha religiosa, incluindo a igualdade de todos perante a lei, é
expressada no artigo 1º da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão promulgada em 1789, que afirma: "os homens
nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundamentar-se na utilidade comum".
IV- Consolida-se a defesa dos interesses e direitos dos animais, decorrente da evolução e maturidade das leis que evoluíram
para os direitos sociais.
3.Para a filosofia do direito contemporânea, em geral, é bastante evidente que nenhuma das teses positivistas foi capaz de
cumprir com suas promessas de garantir a objetividade, a racionalidade e a certeza do Direito. Sobre o exposto, assinale a
alternativa CORRETA:
a) O problema central do positivismo jurídico, sobretudo no Brasil, foi sua origem histórica estreitamente relacionada com a
promulgação das constituições modernas.
b) A objetividade e a previsibilidade, segundo o método positivista, é uma mera ficção e não garante a segurança jurídica.
c) O método pós-positivista é uma proposta neoconstitucionalista de direito que faz absoluta separação entre Direito e
Moral.
d) Um dos complicadores do positivismo jurídico é que aproxima Direito com valores sociais, uma vez que entende que a
norma jurídica expressa não a vontade política do Estado, mas das relações de poder.
4.Dentre as máximas do Positivismo Jurídico legadas do Direito romano, destaca-se o famoso brocardo mihi factum, dabo
tibi ius (me dá os fatos, e eu te darei o direito), inaugurando o princípio da ampla tutela jurisdicional. Por trás desse jargão
jurídico há um dos grandes mitos do Direito Moderno que trata-se de uma crença. Com relação à crença positivista, assinale
a alternativa CORRETA:
a) O direito codificado pode ser relevado em detrimento da apresentação dos fatos.
b) Na época clássica, o direito natural era considerado superior ao positivo.
c) O direito posto (direito positivo) tem a capacidade de resolver todos os casos concretos e a atividade jurídica é um ato
neutro (independente de valores morais e éticos) e imparcial.
d) O juiz pode decidir sempre ultra petita, baseando-se apenas nos fatos postos.
5.Platão (428-347 a.C), na tradição ocidental, é importante marco no pensamento filosófico ocidental que legou grandes
fundamentos da Filosofia. Diferentemente de seu mestre Sócrates, descendia de família ateniense nobre e aristocrática,
sendo preparado, desde jovem, para a vida política. Sua obra é marcada pelo uso de diálogos para o desenvolvimento das
ideias. No livro "A República", buscando superar o senso comum de sua época expõe importante sistema sobre direito e
justiça desde uma concepção ideal do bom e justo. Sobre o exposto, assinale a alternativa CORRETA:
a) Ao filósofo não cabe a tarefa de legislar, tampouco governar e sim de refletir acerca da verdadeira essência das coisas.
b) Para Platão, o conhecimento sobre o justo não nasce da mera reflexão, mas sim de uma vida política ética na cidade.
c) A concepção de justo no pensamento platônico está relacionada com a busca de sua verdadeira essência, através da
reflexão filosófica.
d) Para Platão, a justiça não depende da política e sim da virtude do governante.
6.O pensamento socrático desemboca diretamente nas obras de Platão. Por meio de seus diálogos são abordados temas
elementares de seu mestre Sócrates, tais como a virtude e a ética, bem como o sentido da filosofia. Acerca das obras
platônicas, analise as sentenças a seguir:
I- Para Platão, a verdadeira política deve estar a salvo das paixões e ilusões e a "chave" para a verdadeira política seria a
Filosofia. Por esta razão, a Alegoria, ou Mito da Caverna, é um dos núcleos centrais de suas ideias.
II- Na República, Platão idealiza uma cidade hierarquizada, governada por filósofos com virtude própria, fundada na Razão
ou "Ciência do Bem" (ciência política). Nesta linha de pensamento, a justiça nada mais é do que o respeito à hierarquia:
cada um deve exercer "na" e "para" a Cidade o papel que lhe cabe.
III- Reconhecendo a diversidade humana, a Cidade de Platão seria constituída por três classes distintas: a primeira, dos
chefes de governo com sabedoria e virtudes próprias; a segunda, de auxiliares ou guerreiros dotados de coragem; e a
terceira, dos artífices ou camponeses - quer sejam proprietários ou não - virtuosos por sua temperança, ou seja, com
capacidade de resistir aos apetites.
IV- A convivência com tal diversidade permitiria a realização da perfeita justiça na medida em que cada qual cumprisse sua
função. Para compor o corpo da cidade seria necessária uma única classe: a dos filósofos.
7.A Filosofia é considerada um campo de saber estruturado e sistematizado, elaborado desde uma radical reflexão acerca da
realidade e sobre as condições a partir das quais o pensamento é construído. Portanto, Filosofia não é tão somente uma soma
de ideias sobre si mesma. É uma forma de abrir-se para o mundo, enfrentá-lo para negá-lo ou confirmá-lo. Portanto, há um
nexo, uma relação, entre "pensar o mundo" e "transformá-lo". A Filosofia limitada à descrição, "fechada em si" como saber
acadêmico é expressar sua "miséria", ou seja, negar ou ignorar a finalidade prática do saber filosófico é reafirmar a face
mais "pobre" deste campo do saber. A expressão "Miséria da Filosofia" foi utilizada por Karl Marx como título de uma
clássica e importante obra publicada em 1847. Sobre esta obra, assinale a alternativa CORRETA:
a) A obra apresenta coerência com a produção científica de Proudhon, coadunando dos mesmos princípios e valores, que
inclusive serviram de inspiração para sua obra posterior, "O Manifesto do Partido Comunista".
b) Este livro, considerado por alguns como a base do marxismo, é uma resposta ao economista Pierre-Joseph Proudhon que
havia escrito acerca das contradições do sistema econômico de sua época.
c) O "mundo das ideias" está no campo lúdico de Marx, não podendo ser entendido como um "pano de fundo" que
impulsiona o agir.
d) Marx buscou alinhar-se nesta obra com os economistas da época, principalmente os que, como Engels, tentaram analisar
e compreender a realidade a partir de abstrações.
8.O legado do pensamento kelseniano se estendeu até os dias atuais pela influência sobre a ciência jurídica e sobre a teoria
do direito, em que a Teoria Geral das Normas destaca-se como importante doutrina. Embora sejam inúmeras as discussões e
debates acerca do pensamento de Kelsen, é correto afirmar que:
a) O legado de Kelsen destaca-se mais em relação ao positivismo filosófico, tendo sido recepcionado pela ciência jurídica.
b) O grande avanço na teoria do positivismo jurídico não ocorre em Kelsen, mas em seus sucessores, como Norberto
Bobbio.
c) Cabe a Kelsen o mérito de ter elaborado uma das mais completas e complexas sistematizações do positivismo jurídico e
do normativismo jurídico.
d) No período pós-guerra, o pensamento de Kelsen foi abandonado pelos juristas e só retomado em fins do século XX.
9.O pensamento filosófico moderno possui uma marca: a completa inovação do mundo e do homem. Como resultado de
uma soma de fatores, a modernidade inaugura um inédito estágio civilizatório de múltiplas e complexas faces. Dentre os
fatores que se entrelaçam estão o Renascimento, a reforma e a revolução científica que serão os propulsores de uma nova
lógica de vida e de Direito. Sobre os conceitos da Filosofia Moderna (entre os séculos XV/XVI ao XIX), assinale a
alternativa CORRETA:
a) A visão unitária da verdade cristã é rompida pela Reforma Protestante com Calvino e Lutero; o conceito de conhecimento
passa a ser definido pela Ciência por pensadores como Leonardo da Vinci, Copérnico e Galileu; a política passa a ser
definitivamente assunto humano e científico com Bodin e Maquiavel; a arte renasce com Miguel Ângelo, Rafael, El Greco e
outros. Definitivamente, o homem torna-se dono de seu destino e de suas escolhas políticas, é livre para se autodeterminar.
Afinal, o homem é o 'centro' do universo existencial.
b) A fé triunfa sobre a razão humana, elevando o saber clérigo à autoridade científica, estabelecendo um paralelo linear entre
a ciência e os conceitos de pecado e salvação, conduzindo o homem à racionalização de uma nova forma de redenção.
c) Surge uma nova racionalidade, que embora mantenha sua essência, ainda se vê dependente dos dogmas da igreja e das
gloriosas e eternas ideias greco-romanas, justamente porque, nesse momento histórico, o poder clérigo estabeleceu um novo
modelo civilizatório com novas formas de ordem política alicerçadas nos direitos racionalmente definidos em contratos
sociais sob a égide teológica, determinando uma linha divisória entre o estado de natureza selvagem e bárbaro e a sociedade
civil.
d) Emerge do pensamento moderno duas faces indissociáveis: o racionalismo teológico e o iluminismo clássico. O
racionalismo moderno é fundado na inabalável crença em Deus e dependência da consciência do ser humano em si a um
Deus onipotente e onipresente.
10.Direito e filosofia são campos distintos do conhecimento. Entretanto, há uma estreita relação entre ambos. Esta
aproximação entre filosofia e direito é definida como Filosofia do Direito, em que é possível estabelecer um conceito
objetivo e diferenciado que permite a aproximação entre normas jurídicas, valores éticos e morais, definindo-se assim a
função da filosofia no direito (um saber metodológico e sistemático acerca dos valores que norteiam o agir jurídico). Neste
sentido, partindo do conceito de Filosofia do Direito, analise as afirmativas a seguir:
I- Como conhecimento sistematizado e rigoroso, a filosofia é o estudo preliminar de inúmeras áreas do saber,
particularmente das ciências sociais e humanas, enquanto o direito é um campo de estudo social e valorativo, uma vez que
lida com conceitos, como deveres, obrigações, justo e injusto etc.
II- Filosofia e direito são ciências que colidem, mas não se confundem, já que a aplicação de filosofia dentro do direito só é
possível mediante a aplicação de critérios de especialidade da filosofia clássica na definição somente da teoria das normas
jurídicas.
III- O pensamento crítico, iniciado com a filosofia, tem no direito sua exteriorização com a "Teoria Crítica", que traz para a
conceituação do justo e do injusto, uma distinção "socrática", o que foi fundamental para a consolidação da filosofia pós-
moderna nos estudos do direito enquanto ciência social.
IV- Por sua particularidade, o direito possui distintas dimensões, dentre as quais a dogmática jurídica, definida como
premissas ou pressupostos válidos, segundo os valores, as finalidades e os princípios do direito, cuja finalidade é a de
orientar uma decisão de forma a limitar a discricionariedade - poder de escolha - do órgão julgador.
11.(ENADE, 2015) A sujeição do juiz à lei já não é, como no velho paradigma positivista, sujeição à letra da lei qualquer
que fosse seu significado, é apenas a sujeição à lei enquanto válida, ou seja, coerente com a Constituição. Considerando o
paralelo entre a concepção juspositivista e a concepção pós-positivista (neoconstitucionalismo) do Direito, apresentado no
texto, avalie as afirmações a seguir: