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 Apresentação

 Este material busca auxiliar o estudo dos estudantes


para o vestibular da Uece e contém questões das
matérias de Filosofia e Sociologia presentes nas provas
anteriores (2019 e 2020).
 O gabarito está presente no final das questões.
 Disponibilizo, ainda, um resumo sobre os assuntos
abordados nas questões.
 Espero que este módulo possa ajudar nos seus estudos
para o vestibular.

Instagram: @karinelivemed
 Filosofia

1. Leia atentamente o seguinte excerto:


“A liberdade do homem em sociedade consiste em não estar
submetido a nenhum outro poder legislativo senão àquele
estabelecido no corpo político mediante consentimento, nem sob o
domínio de qualquer vontade ou sob a restrição de qualquer lei
afora as que promulgar o poder legislativo, segundo o encargo a
este confiado”.
LOCKE, John. Dois tratados sobre o governo. Martins Fontes,
1998, p. 401-402. Adaptado.
Considerando a definição de liberdade do homem em sociedade,
de John Locke, atente para as seguintes afirmações:
I. A concepção de liberdade do homem em sociedade de
Locke elimina totalmente o direito de cada um de agir
conforme a sua vontade.
II. A concepção de liberdade do homem em sociedade de
Locke consiste em viver sob a restrição das leis
promulgadas pelo poder legislativo.
III. A concepção de liberdade do homem em sociedade de Locke
consiste em viver segundo uma regra permanente e comum
que todos devem obedecer.
É correto o que se afirma em
A) I e II apenas.
B) I e III apenas.
C) II e III apenas.
D) I, II e III.

2. Atente para as seguintes citações:


“Temos assim três virtudes que foram descobertas na nossa
cidade: sabedoria, coragem e moderação para os chefes;
coragem e moderação para os guardas; moderação para o povo.
No que diz respeito à quarta, pela qual esta cidade também
participa na virtude, que poderá ser? É evidente que é a justiça”
(Platão, Rep., 432b).
“O princípio que de entrada estabelecemos que se devia observar
em todas as circunstâncias quando fundamos a cidade, esse
princípio é, segundo me parece, ou ele ou uma de suas formas, a
justiça. Ora, nós estabelecemos, segundo suponho, e repetimo-
lo muitas vezes, se bem te lembras, que cada um deve ocupar-
se de uma função na cidade, aquela para a qual a sua natureza é
mais adequada” (Platão, Rep., 433a).
Considerando a teoria platônica das virtudes, escreva V ou F
conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma a seguir:
( ) Nessa teoria das virtudes, cada grupo desenvolve a(s)
virtude(s) que lhe é (ou são) própria(s).
( ) Só pode ser justa a cidade em que os grupos que dela
participam e nela agem o fazem de acordo com sua
natureza.
( ) Quando sabedoria, coragem e moderação se realizam
de modo adequado, temos a justiça.
( ) Existe uma relação entre a natureza dos indivíduos, o
grupo de que devem fazer parte na cidade, as virtudes
que lhes são adequadas e, em consequência, a função
que nela devem desempenhar.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
A) V, V, V, V.
B) V, F, F, V.
C) F, F, V, F.
D) F, V, F, F.

3. Leia atentamente a seguinte passagem:


“A experiência parece um pouco semelhante à ciência (epistéme) e
à arte (tékhne). Com efeito, os homens adquirem ciência e arte
por meio da experiência. A experiência, como diz Polo, produz a
arte, enquanto a inexperiência produz o puro acaso. A arte se
produz quando, de muitas observações da experiência, forma-se
um juízo geral e único passível de ser referido a todos os casos
semelhantes” (Aristóteles, Metafísica, 981a5).
Com base no texto acima, considere as seguintes afirmações:
I. Somente a ciência é conhecimento universal, cujos juízos
gerais se aplicam a todos os casos semelhantes.
II. A tékhne é uma forma de conhecimento universal, pois, com
base nas experiências, se forma um juízo geral.
III. Por ser semelhante à experiência, a tékhne não constitui
um conhecimento universal.
IV. A experiência é pressuposto dos conhecimentos universais
(tékhné e epistéme), mas não é ainda um conhecimento
universal.
É correto somente o que se afirma em
A) I e IV.
B) II e III.
C) I e III.
D) II e IV.

4. Observe a seguinte notícia: “O total de pessoas encarceradas


no Brasil chegou a 726.712 em junho de 2016. Em dezembro de
2014, era de 622.202. Houve um crescimento de mais de 104 mil
pessoas. Cerca de 40% são presos provisórios, ou seja, ainda não
possuem condenação judicial. Mais da metade dessa população é
de jovens de 18 a 29 anos e 64% são negros. [...] Os crimes
relacionados ao tráfico de drogas são os que mais levam as
pessoas às prisões, com 28% da população carcerária total.
Somados, roubos e furtos chegam a 37%. [...] Quanto à
escolaridade, 75% da população prisional brasileira não chegaram
ao Ensino Médio. Menos de 1% dos presos tem graduação”.
Fonte: AGÊNCIA BRASIL, 08/12-2017. Em:
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-
12/populacao-carceraria-do-brasil-sobe-de-622202-para-
726712-pessoas

As informações apresentadas na notícia acima podem ser pensadas


filosoficamente tomando-se por base
I. Foucault e sua teoria dos dispositivos disciplinares
do poder.
II. Marx e sua teoria do Estado como instrumento da
classe dominante.
III. Maquiavel e sua teoria do poder do príncipe.
IV. Aristóteles e seu conceito de justiça distributiva.
Estão corretas somente as complementações contidas em
A) I e II.
B) II e III.
C) III e IV.
D) I e IV.

5. Atente para o seguinte trecho de um artigo de jornal:


“Segundo o coordenador do Setor de Ciências Naturais e Sociais
da Unesco no Brasil, Fabio Eon, os direitos humanos estão sendo
alvo de uma onda conservadora que trata a expressão como
algo politizado. — ‘Existe hoje uma tendência a enxergar direitos
humanos como algo ideológico, o que é um equívoco. Os direitos
humanos não são algo da esquerda ou da direita. São de todos,
independentemente de onde você nasceu ou da sua classe
social. É importante enfatizar isso para frear essa onda
conservadora’ — ressalta Eon, que sugere um remédio para o
problema: — ‘Precisamos promover uma cultura de direitos
humanos’”.
Disponível em: O Globo.
https://oglobo.globo.com/sociedade/os-direitos-humanos- nao-
sao-da-esquerda-ou-da-direita-sao-de-todos-23088573.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi aprovada pela
Assembleia Geral da ONU em 1948. Já a Declaração dos Direitos
do Homem e do Cidadão foi aprovada durante a primeira fase da
Revolução Francesa, pela Assembleia Nacional Constituinte.
No que diz respeito à Declaração dos Direitos do Homem e
do Cidadão, é correto afirmar que
A) apesar de ser um documento revolucionário moderno, tem
suas premissas filosóficas no pensamento político de
Aristóteles.
B) é de inspiração hobbesiana, tendo seus primórdios nos
inícios do Estado moderno.
C) é de inspiração iluminista e liberal, sob influência de grandes
pensadores do século XVIII, tais como Locke e Rousseau.
D) é de inspiração marxista, no influxo dos grandes movimentos
grevistas e reivindicatórios que aconteceram na França
durante o século XIX.

6. “O Conselho Federal de Psicologia (CFP) vem a público


manifestar repúdio à Nota Técnica
Nº 11/2019 intitulada ‘Nova Saúde Mental’, publicada pela
Coordenação-Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, do
Ministério da Saúde, na última segunda-feira (4 [de fevereiro de
2019]). O teor do documento aponta um grande retrocesso nas
conquistas estabelecidas com a Reforma Psiquiátrica (Lei nº
10.216 de 2001), marco na luta antimanicomial ao estabelecer a
importância do respeito à dignidade humana das pessoas com
transtornos mentais no Brasil. A nota apresenta, entre outras
questões que desconstroem a política de saúde mental, a
indicação de ampliação de leitos em hospitais psiquiátricos e
comunidades terapêuticas, dentro da Rede de Atenção
Psicossocial (RAPs), incentivando assim o retorno à lógica
manicomial. O Ministério da Saúde também passa a financiar a
compra de aparelhos de eletroconvulsoterapia.”
CFP manifesta repúdio à nota técnica “Nova Saúde Mental”
publicada pelo Ministério da Saúde. In: Site do Conselho Federal
de Psicologia, publicado em 08/02/2019. Disponível em:
https://site.cfp.org.br/cfp-manifesta-repudio- a-nota-tecnica-
nova-saude-mental-publicada-pelo-
ministerio-da-saude/
A crítica do Conselho Federal de Psicologia à nova política de
saúde mental do governo brasileiro poderia encontrar apoio no
pensamento liberal clássico
A) na recusa, como demasiados, aos investimentos públicos
com saúde, em uma época de crise econômica e de
austeridade nos gastos governamentais.
B) ao propor que o Estado não deve posicionar-se sobre os
assuntos privados dos cidadãos, como o são a saúde mental e
o uso de álcool e drogas.
C) porque considera que só os profissionais da saúde e suas
entidades corporativas poderiam estabelecer as diretrizes
para uma política pública de saúde mental.
D) pois identifica, na lógica manicomial, com a ampliação de
internações e uso de aparelhos de eletroconvulsoterapia,
meios de desrespeito aos direitos humanos.

7. “Somos amantes da beleza sem extravagâncias e amantes


da filosofia sem indolência. Usamos a riqueza mais como
uma oportunidade para agir que como um motivo de
vanglória; entre nós não há vergonha na pobreza, mas a
maior vergonha é não fazer o possível para evitá-la. Ver-se-
á em uma mesma pessoa ao mesmo tempo o interesse em
atividades privadas e públicas, e em outros entre nós que
dão atenção principalmente aos negócios não se verá falta
de discernimento em assuntos políticos, pois olhamos o
homem alheio às atividades públicas não como alguém que
cuida apenas de seus próprios interesses, mas como um
inútil; nós, cidadãos atenienses, decidimos as questões
públicas por nós mesmos, ou pelo menos nos esforçamos
por compreendê-las claramente, na crença de que não é o
debate que é empecilho à ação, e sim o fato de não se estar
esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da ação”.
TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso, Livro II, 40. Trad.
de Mario da Gama Kury. Brasília, DF: Editora da
Universidade de Brasília, 2001.
Considerando as teses sobre o surgimento da filosofia na Grécia,
essa passagem do famoso discurso do legislador ateniense
Péricles, no segundo ano da Guerra do Peloponeso, apresenta
elementos que nos remetem à tese de
A) John Burnet (1863-1928), para quem a filosofia nasce em
completa ruptura com o pensamento tradicional grego, pois
teria surgido nas novas cidades gregas na Costa da Ásia Menor
– a Jônia.
B) Jean-Pierre Vernant (1914-2007), que defende a relação entre
o debate público, os discursos argumentativos na pólis grega e
a elaboração da linguagem argumentativa na filosofia.
C) Francis Cornford (1874-1943), de que há uma continuidade
entre as representações religiosas tradicionais, transmitidas
pela poesia grega e pelos rituais, e a primeira filosofia grega,
na Jônia.
D) Rodolfo Mondolfo (1877-1976), que situa exclusivamente no
ato psíquico-intelectual da maravilha, no sentido do espanto,
a causa e o início da filosofia como investigação sobre os
fenômenos da natureza.

8. Um dos argumentos em favor do direito amplo ao armamento


individual é o que afirma que cabe ao próprio indivíduo, e não
ao Estado, a proteção de sua vida e de sua propriedade. Esse
argumento pode ser entendido, nos termos da filosofia de
Thomas Hobbes, como um “direito de natureza”, que o
pensador inglês define no seguinte modo: “O direito de
natureza é a liberdade que cada homem possui de usar seu
próprio poder, da maneira que quiser, para a preservação de
sua própria natureza, ou seja, de sua vida; e
consequentemente de fazer tudo aquilo que seu próprio
julgamento e razão lhe indiquem como meios adequados a
esse fim”.
HOBBES, Thomas. Leviatã, Parte I, cap. XIV. Trad. br.
Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva.
São Paulo: Abril Cultural, 1983 – adaptado.
Com base na definição acima, considere as seguintes afirmações:
a. O direito de natureza não garante a vida de ninguém.
b. O direito de natureza não garante a propriedade
individual.
c. O direito de natureza é igual para todos.

É correto o que se afirma em


A) I e II apenas.
B) I e III apenas.
C) II e III apenas.
D) I, II e III.
9. No Brasil, na Argentina e em outros países da América
Latina, os governos estão promovendo mudanças
econômicas e de políticas públicas, mudanças essas
conhecidas como liberais ou neoliberais. Nessas mais
recentes políticas governamentais, o poder público transfere
à economia de mercado a satisfação de determinadas
carências dos cidadãos, que devem provê-las a partir do
próprio esforço individual em uma economia mais
fortemente caracterizada pela concorrência entre os
indivíduos e por menos direitos sociais. Em seu tempo, o
filósofo contratualista Jean-Jacques Rousseau, em seu Do
Contrato Social, afirma que quanto menos felicidade a
República é capaz de proporcionar aos cidadãos, mais eles
terão que buscar, individualmente, a felicidade. A
consequência é uma sociedade cada vez mais egoísta,
desinteressada pela política e, por fim, agrilhoada por um
déspota qualquer ou pela cobiça.
O texto acima apresenta duas opiniões conflitantes sobre a
condução das políticas públicas. Considerando essas opiniões,
assinale a afirmação verdadeira.
A) O governo brasileiro defende uma posição socialista, que
consiste no provimento estatal daquilo que é necessário para
a felicidade geral, enquanto Rousseau apresenta uma ideia
liberal de economia e livre-iniciativa.
B) Rousseau é um contumaz representante do marxismo
cultural, que produz suas críticas ao governo Bolsonaro com
o único objetivo de desestabilizar o Brasil e inviabilizar as
reformas econômicas liberalizantes.
C) Rousseau apresenta um argumento contrário ao
individualismo liberal, uma vez que o indivíduo,
despreocupado com a política e engajado nos ganhos
econômicos, se distancia dos assuntos públicos e corre risco
de perder sua liberdade.

D) A posição do governo brasileiro, ao apresentar um menor


aporte para as universidades públicas, quando amplia a rede
de universidades privadas, é condizente com o pensamento
de Rousseau, que tem em foco o bem público e não a busca
individualizada por felicidade.

10. Sobre a questão da liberdade em Spinoza, a filósofa brasileira


Marilena Chauí afirma o seguinte: “[...] o poder teológico-
político é duplamente violento. Em primeiro lugar, porque
pretende roubar dos homens a origem de suas ações sociais e
políticas, colocando-as como cumprimento a mandamentos
transcendentes de uma vontade divina incompreensível ou
secreta, fundamento da ‘razão de Estado’. Em segundo,
porque as leis divinas reveladas, postas como leis políticas ou
civis, impedem o exercício da liberdade, pois não regulam
apenas usos e costumes, mas também a linguagem e o
pensamento, procurando dominar não só os corpos, mas
também os espíritos”.
CHAUÍ, Marilena. Espinosa, uma subversão filosófica. Revista CULT,
14 de março de 2010. Disponível em:
https://revistacult.uol.com.br/home/baruch-espinosa/.
O poder teológico-político é violento, porque
A) submete os homens a leis supostamente transcendentes ao
negar-lhes a imanência de suas próprias ações.
B) retira dos homens a esperança de que suas ações tenham como
causa e fim a transcendência divina.
C) transforma a linguagem e o pensamento dos homens em
formas de libertação de corpos e espíritos.
D) recusa aos usos e costumes o papel de fundamento
transcendente das ações políticas e leis civis dos homens.

11. “O silogismo é uma locução em que uma vez certas


suposições sejam feitas, alguma coisa distinta delas se
segue necessariamente devido à mera presença das
suposições como tais. Por ‘devido à mera presença das
suposições como tais’ entendo que é por causa delas que
resulta a conclusão, e por isso quero dizer que não há
necessidade de qualquer termo adicional para tornar a
conclusão necessária”

ARISTÓTELES. Órganon: Categorias, Da


interpretação, Analíticos anteriores, Analíticos
posteriores, Tópicos, Refutações sofísticas.
Bauru, SP: EDIPRO, 2010, p. 111.

Considerando o enunciado acima, constante no livro I dos


Analíticos anteriores, atente para o que se afirma a seguir, e
assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso.

( ) Trata-se da definição de
silogismo, termo filosófico
com o
qual Aristóteles designou a
conclusão deduzida de
premissas, a argumentação
lógica perfeita.
( ) Expõe as bases
do argumento indutivo
com três proposições
declarativas
(duas premissas e uma
conclusão) que se conectam de
tal modo que, a partir de
premissas, é possível induzir
uma conclusão.
( ) Expressa a importância dada
por Aristóteles à correção
lógica do raciocínio empregado
na construção do
conhecimento do Ser das
coisas.
( ) O silogismo não trata do
conteúdo do que se afirma,
mas permite se chegar a
conclusões verdadeiras, desde
que baseadas em princípios
gerais
verdadeiros.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
A) F, F, V, F.
B) F, V, F, V.
C) V, V, F, F.
D) V, F, V, V.

12. “Aliada ao rompimento das ideias do mundo medieval,


rompeu-se também a confiança nos velhos caminhos para a
produção do conhecimento: a fé, a contemplação não eram
mais consideradas vias satisfatórias para se chegar à
verdade. Um novo caminho, um novo método precisava ser
encontrado, que permitisse superar as incertezas.”
ANDERY, Maria Amália, et al. Para compreender a
ciência. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo, 1988, p.173.
Considerando o surgimento da ciência moderna e sua forma de
abordagem da realidade, assinale a opção que completa correta e
respectivamente as lacunas do seguinte enunciado:
O __________¹ e o _______________² foram correntes filosófico-
científicas que contribuíram para o surgimento das ciências
modernas. O primeiro valoriza o raciocínio como fonte do
verdadeiro conhecimento e aborda a realidade a partir do
__________3. O segundo, por sua vez, valoriza a experiência e
procura produzir conhecimentos na lida com os fatos e as coisas
humanas e naturais, e analisa a realidade através do
4.

A) empirismo1; humanismo2; método dedutivo3; método


qualitativo4
B) racionalismo1; empirismo2; método dedutivo3; método
indutivo4
C) racionalismo1; empirismo2; método empírico3; método
indutivo4
D) empirismo1; racionalismo2; método racional 3; método
matemático4

13. Atente para a seguinte passagem, que trata do alvorecer da


filosofia: “A derrocada do sistema micênico ultrapassa,
largamente, em suas consequências, o domínio da história
política e social. Ela repercute no próprio homem grego;
modifica seu universo espiritual, transforma algumas de
suas atitudes psicológicas. A Grécia se reconhece numa
certa forma de vida social, num tipo de reflexão que definem
a seus próprios olhos sua originalidade, sua superioridade
sobre o mundo bárbaro: no lugar do Rei cuja onipotência se
exerce sem controle, sem limite, no recesso de seu palácio,
a vida política grega pretende ser o objeto de um debate
público, em plena luz do Sol, na Ágora, da parte de cidadãos
definidos como iguais e de quem o Estado é a questão
comum; no lugar das antigas cosmogonias associadas a
rituais reais e a mitos de soberania, um pensamento novo
procura estabelecer a ordem do mundo em relações de
simetria, de equilíbrio, de igualdade entre os diversos
elementos que compõem o cosmos”.
VERNANT, J.-P. As
origens do pensamento grego. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 1996, p.6/adaptado.

Com base na passagem acima, é correto afirmar que


A) a filosofia decorre fundamentalmente de um longo processo
de evolução dos mitos antigos, não havendo relação direta
entre seu desenvolvimento e o processo social e político dos
povos que deram origem à civilização grega.
B) o poder despótico, característico dos povos da antiguidade,
consolidou de forma gradual e constante o surgimento de
movimentos sociais de contestação na Grécia antiga, o que
foi fundamental para o surgimento da razão filosófica, no
período clássico.
C) a mudança de pensamento do povo grego e a originalidade de
sua reflexão sobre o cosmo se relacionam às transformações da
vida política grega, na qual o debate público por parte de
cidadãos iguais substituiu a onipotência do poder real ancorada
em mitos de soberania.
D) não há diferenças significativas entre os sistema de
organização social dos povos que viveram na Grécia micênica e
os processos sociais que vigoraram nos períodos subsequentes,
seja no período homérico, seja nos períodos arcaico e período
clássico.

14. “Toda a obra de Francis bacon se destina a substituir uma


cultura do tipo retórico-literário por uma do tipo técnico-
científico. Bacon está perfeitamente consciente de que a
realização deste programa de reforma comporta numa
ruptura com a tradição. De que tal ruptura diz respeito não
só ao modo de pensar, mas também ao modo de viver dos
homens. O tipo de discurso filosófico elaborado no mundo
clássico pressupõe, segundo Bacon, a superioridade da
contemplação sobre as obras, da resignação diante da
natureza sobre a conquista da natureza, da reflexão acerca
da interioridade sobre a pesquisa voltada para os fatos e
as coisas.”
ROSSI, Paolo. Os filósofos e as máquinas:1400-700. São
Paulo: Companhia das Letras, 1989, p.75/adaptado.
A passagem acima expõe a relação entre o pensamento
filosófico moderno, representado por Francis Bacon, e o
pensamento filosófico clássico. Sobre essa relação, é correto
afirmar que
A) não houve nenhuma mudança substantiva entre a forma
como os modernos pensavam o mundo e a forma como os
antigos interpretavam a realidade, a não ser no aspecto da
adoção de um processo metodológico diferenciado do
pensamento.
B) a filosofia dos modernos buscava compreender a forma do
pensamento e a partir de um raciocínio dedutivo, ao
contrário dos antigos que baseavam o pensamento na forma
indutiva e experimental de abordagem da realidade.

C) a mudança da maneira com que os filósofos da modernidade


passaram a pensar a realidade foi radical em relação aos
antigos, representando uma ruptura com um tipo de saber
retórico e a adoção de um pensamento focado na pesquisa
sobre os fatos e as coisas.
D) embora ancorada em raciocínio lógico e em um método mais
preciso de análise, a filosofia dos modernos mostrava-se
inferior ao pensamento antigo, em decorrência tanto de sua
dependência excessiva da experiência, como do abandono do
raciocínio.

15. O florentino Nicolau Maquiavel é considerado pela maioria


dos historiadores da política como o primeiro grande
pensador moderno a romper com a visão aristotélica sobre o
sentido da vida política. Se para o filósofo grego o exercício
da vida na polis representava a consumação da natureza
racional do homem e a manifestação maior da sua excelência
e do bem, Maquiavel, nas palavras de Pierre Manent: “foi o
primeiro dos mestres da suspeita... o primeiro a trazer a
suspeita para o ponto estratégico da vida dos homens: seu
convívio, sua vida política. Se empenhou, Maquiavel, em nos
convencer do caráter central ou substancial do mal na coisa
pública”.
MANENT, Pierre. História intelectual do liberalismo: dez
lições. Rio de Janeiro: Imago Ed., 1990.
P. 28-29/ adaptado.
A partir da leitura do trecho acima e levando em consideração o
surgimento do pensamento político moderno, em Maquiavel,
analise as seguintes proposições:

I. O pensamento político de
Maquiavel foi inovador em relação
ao pensamento clássico, por
considerar que não há um “bem”
absoluto em contraposição a um
“mal” a ser combatido. Em certas
situações, o “bem” advém e é
mantido pelo “mal”.
II. Maquiavel e praticamente todos
os filósofos da modernidade
negavam a existência do bem
comum. Uma característica
marcante na concepção de
política moderna era a de que a
conquista e o exercício do poder
político era o principal elemento a
considerar.
III. Muito influenciado pelas disputas
políticas de seu tempo, Maquiavel
baseou-se na experiência
concreta da coisa pública. Ao
contrário dos antigos que viam a
política como a realização do fim
último da cidadania,
ele procurou descrever o
processo político de seu tempo.
É correto o que se afirma em
A) I e III apenas.
B) I e II apenas.
C) II e III apenas.
D) I, II e III.

Gabarito Filosofia
1. C 15. A
2. A
3. D
4. A
5. C
6. D
7. B
8. D
9. C
10. A
11. D
12. B
13. C
14. C
NÃO ESQUEÇA!

Pensadores Contratualistas
Thomas Hobbes: A concepção de Estado, para Hobbes, é
pautada na ideia de que deve haver uma forte concentração de
poder estatal a fim de tornar o convívio suportável. Isso seria
necessário porque o ser humano em seus estado de natureza era,
segundo Hobbes, violento e cruel, sendo o ser humano natural uma
espécie de lobo do próprio homem.
Os impulsos de violência do ser humano em seu estado natural
levavam-no à convivência difícil regida pelo medo, pela desconfiança
e pelo caos. O Estado seria a criação necessária para controlar esse
modo de vida caótico por meio da força e da concentração da
violência.
Uma curiosidade sobre o livro Leviatã é que ele foi escrito e publicado
em inglês, ao contrário das obras de intelectuais da época, que eram
publicadas em latim. A intenção de Hobbes, ao publicar o seu escrito
em defesa do Estado monárquico em uma língua de maior acesso à
população da Inglaterra, era conseguir um maior alcance, para que
mais pessoas pudessem ler e, consequentemente, aceitar a
monarquia que se encontrava em crise no século XVII.

John Locke: O filósofo e teórico político inglês John Locke,


ao contrário de Hobbes, era contra a monarquia. Locke foi um
defensor do parlamentarismo, forma de governo adotada na
Inglaterra no fim do século XVII, e também é considerado o
“pai” do liberalismo político e um dos “ancestrais”
do liberalismo econômico.
O estado de natureza, segundo Locke, era um período de plena
igualdade entre todas as pessoas. Todos eram regidos pela lei
natural, que garantia a posse sobre qualquer bem natural, inclusive
sobre o mesmo bem, sem restrições. Essa lei natural de igualdade
irrestrita gerava, segundo o pensador, problemas quando as pessoas
queriam a mesma posse. A saída defendida por ele foi a instituição de
um estado civil, com leis e normas sociais que regulamentariam a
posse e impediriam os conflitos.
A sociedade civil e o pacto social seriam, portanto, necessários para
regulamentar a posse de bens, e o Estado era uma instituição que
deveria obedecer a certos limites, principalmente quando se trata da
propriedade. Para Locke, o Estado não deveria ter extrema força,
como pensou Hobbes, e deveria agir em conformidade com os limites
do direito à propriedade.

Jean-Jacques Rousseau: O pensador suíço é uma espécie


de cotratualista crítico do contratualismo. Para Rousseau, era
no estado de natureza que o ser humano encontrava-se plenamente
livre de qualquer amarra institucional que o privaria de sua liberdade
natural. O ser humano era amoral em seu estado de natureza.
Desconhecendo a moral, ele desconheceria também a maldade. A
maldade somente passou a ser praticada intencionalmente quando o
ser humano descobriu de vez o que era certo e o que era errado, ou
o que era o bem e o mal. Para Rousseau, o Estado civil havia sido
criado de maneira ilegítima, de modo que a sociedade civil baseada
na propriedade privada era um meio de corrupção do ser humano. O
pensador suíço defendia uma reformulação da sociedade, a fim de
que a vontade geral fosse atendida em um governo que
realmente quisesse estabelecer o bem social e não simplesmente
atender aos privilégios de uma classe dominante.

Teoria Platônica sobre as virtudes


Platão, no livro IV da República, definiu quatro virtudes de uma
pessoa: moderação (temperança), sabedoria (prudência), coragem
(força, fortaleza) e justiça. Essas virtudes vieram a ficar conhecidas
como “ as Virtudes Cardeais”. Segundo Platão, cada segmento da
alma deve atuar de acordo com a virtude que lhe corresponde. Desta
forma, a ação do homem é determinada. Platão acreditava que das
virtudes citadas, existiam três delas baseadas na alma, entendidas da
seguinte forma:
A primeira virtude era a da sabedoria, deveria ser a cabeça do
Estado, ou seja, a governante, pois possui caráter de ouro e utiliza a
razão.
A segunda espécie de virtude é a coragem, deveria ser o peito do
Estado, isto é, os soldados, pois sua alma da prata é imbuída de
vontade.
E por fim, a virtude da moderação (temperança), que deveria ser o
baixo-ventre do Estado, ou os trabalhadores, pois sua alma de bronze
orienta-se pelo desejo das coisas sensíveis.

Aristóteles e o método dedutivo


A Filosofia, segundo Aristóteles, está dividida em três dimensões: a
teorética, a prática e a poética. Aristóteles, no entanto, dá ênfase à
dedução, à experiência, de onde se adquire tanto o conhecimento
científico quanto artístico. De acordo com Aristóteles, a ciência e a
arte podem, quando diante de muitas observações, forma juízos
gerais (ou universais). A observação é um pressuposto fundamental
para a lógica de Aristóteles, uma vez que, seu sistema dedutivo,
parte do particular ao universal.

Silogismo
O silogismo Aristotélico representa o ápice do pensamento lógico
desenvolvido na Antiguidade, tendo sempre em seu conjunto de
preposições, termos que possibilitam através da “dedução” lógica,
fundamentada em princípios indubitáveis, a conclusão de seus
respectivos raciocínios.
raciocínio dedutivo estruturado formalmente a partir de duas
proposições (premissas), das quais se obtém por inferência uma
terceira (conclusão).
Ex: "todos os homens são mortais; os gregos são homens; logo, os
gregos são mortais"
Racionalismo e Empirismo
O racionalismo, através de René Descartes, é fundando através de
sua dúvida metódica, um dos pilares da filosofia moderna. O
pensamento cartesiano funda-se do método dedutivo, de caráter
lógico/racional, baseado em ideias inatas, que independem da
experiência.
Já o empirismo, através de Francis Bacon, apresenta o pensamento
alicerçado na experiência e no método indutivo, considerados
fundantes das etapas do método científico, amplamente disseminado
pelas revoluções científicas dos séculos subsecutivos.

Maquiavel
Para Maquiavel, o governo fundamenta-se na incapacidade do
indivíde de defender-se contr a agressão de outros indivíduos, a
menos que apoiado pelo poder do estado. A natureza humana,
porém, mostra-se egoísta, agressiva e gananciosa; o homem quer
conservar o que tem e buscar mais ainda. Por isso mesmo, os
homens vivem em conflito e competição, o que pode acarretar uma
anarquia declarada, a menos que seja contralada pela força que se
esconde atrás da lei. Assim, o governo para ser bem sucedido, quer
seja uma monarquia ou república, deve objetivar a segurança das
propriedades e da vida, sendo esses os desejos mais universais da
natureza humana.
Sociologia

1. Sob o ponto de vista da Sociologia, a juventude não é


homogênea, é plural, pois os grupos juvenis da sociedade se
distinguem tanto pelas desigualdades sociais, de raça e de
gênero quanto pela diferenciação cultural.
De acordo com a proposição acima, é correto afirmar que
A) a juventude é definida como um segmento social que partilha
uma mesma faixa de idade e expectativas de vida
semelhantes.
B) juventude é o momento de entrar no mercado de trabalho para
garantir o futuro, pois é logo cedo que se aprende uma
profissão.
C) os jovens, na sociedade atual, configuram o futuro do Brasil e
todos têm igualdade de oportunidades na sociedade,
dependendo apenas do esforço individual para alcançar sucesso
na vida.
D) não se pode falar em juventude, mas em juventudes, devido à
diversidade e pluralidade de situações que definem o lugar e a
pertença dos jovens na sociedade.

2. Os movimentos sociais revelam ações presentes nas


sociedades democráticas e são expressão da organização e luta
da sociedade civil. Atuam coletivamente na afirmação de direitos
e na resistência à exclusão social.
Considerando a afirmação acima, é correto dizer que os
movimentos sociais
A) foram criados pelo Estado como meio de colaborar com a
administração dos governos e de suas propostas políticas.
B) são importantes para a sociedade civil porque, por meio
deles, direitos de cidadania são conquistados e a democracia
é fortalecida.
C) são exemplos de protestos que promovem a desordem social e
põem em risco os direitos e a cidadania conquistados
historicamente pela sociedade.
D) ao se constituírem, atuam aleatoriamente, sem foco nem
direção, apenas movidos pela ideia da mobilização.

3. O Estado moderno pode ser corretamente definido como


A) um conjunto de instituições cuja função principal é dar
sustentação aos governos sucessivamente eleitos.
B) um lugar constituído por pessoas escolhidas segundo o poder
das famílias tradicionais e de sua filiação religiosa.

C) o poder do governo de um país de decidir, conforme sua


vontade, quem são as pessoas autorizadas a fazer justiça
de acordo com os julgamentos que achar mais corretos.
D) uma comunidade humana que pretende, com êxito, o
monopólio do uso legítimo da força física dentro de um
determinado território.

4. Considerando o que se entende por “relações étnico-


raciais”, assinale a afirmação verdadeira.
A) Os seres humanos não têm raça, apenas são
biologicamente diferentes por sua cor de pele, embora
sejam todos culturalmente iguais.
B) As relações étnico-raciais revelam a globalização das
sociedades, com a superação das diferenças raciais e de
pertencimentos culturais entre os povos.

C) Raça é compreendida como a construção social estabelecida


nas tensas relações entre brancos e negros, muitas vezes
simuladas como harmoniosas; e etnia se refere a grupos que
estão juntos devido a sua cultura e seus interesses
historicamente comuns.
D) As relações étnico-raciais expressam diferenças e interesses
entre as classes sociais, e como cada classe se posiciona na
organização da produção material da vida cotidiana.

5. Segundo estudos, o aquecimento global é responsável


pelas mudanças climáticas que vêm ocorrendo em todo o
planeta, com trágicas consequências ambientais, econômicas
e sociais.
No que concerne ao aquecimento global, assinale a afirmação
verdadeira.
A) Os países desenvolvidos não são os principais responsáveis
pela concentração de gases de efeito estufa na atmosfera.
B) As consequências do aquecimento global afetarão todos os
países, mas as consequências dessas mudanças climáticas
não afetarão o meio ambiente e a população do Brasil.
C) Em decorrência do aquecimento global, milhões de pessoas
poderão enfrentar fome e racionamento de água, além das
consequências do desaparecimento de muitas áreas
costeiras pela elevação do nível do mar.
D) O aquecimento global é um fenômeno natural e não tem
relação com a concentração de gases de efeito estufa na
atmosfera emitidos pelos países ricos.

6. Anthony Giddens, sociólogo inglês, refere-se a “um mundo em


mudanças”, com reflexos sociais, econômicos e culturais em
larga escala, tanto mundial como local. Assim afirma Giddens:
“O mundo em que vivemos hoje nos faz muito mais
interdependentes, mesmo a milhares de quilômetros de
distância, do que jamais fomos”.
GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4. Ed. Porto Alegre, Artmed,
2005, p. 60.
As atuais mudanças que aproximam o local e o global são bastante
novas na história da sociedade.
Considerando esse aspecto, assinale a afirmação verdadeira.
A) As mudanças atuais no mundo estão acontecendo apenas nos
países desenvolvidos e não afetam o cotidiano das pessoas no
Brasil, sobretudo das pequenas cidades do interior.
B) Os processos que estão intensificando as relações e a
interdependência sociais no mundo são compreendidos como
globalização.

C) O fenômeno da globalização é um evento passageiro,


embora importante, mas que será em breve superado pelo
poder da religião.
D) A globalização é um processo localizado nos Estados Unidos
e Europa e diz respeito unicamente às mudanças na esfera
econômica desses países.

7. Os sociólogos definem a desigualdade de gênero como a


diferença de status, poder e prestígio que as mulheres e os
homens apresentam nos grupos, nas coletividades e nas
sociedades.
GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4. Ed. Porto Alegre, Artmed,
2005, p. 107.
Em relação aos efeitos da desigualdade de gênero nas
sociedades, assinale a afirmação verdadeira.

A) O gênero é um fator crucial na estruturação dos tipos de


oportunidades e de chances de vida enfrentadas por
indivíduos e por grupos em todas as sociedades, servindo de
fundamento para as desigualdades sociais.
B) A condição de gênero, embora busque estabelecer diferenças
entre homens e mulheres, não influencia os papéis que eles e
elas desempenham dentro das instituições sociais.
C) Papéis de homens e mulheres são atributos naturais da
sociedade: as mulheres carregam a responsabilidade de
cuidar das crianças e do trabalho doméstico e os homens de
sustentar a família.
D) A desigualdade de gênero é uma formulação ideológica
traduzida pela ideologia de gênero amplamente difundida nas
universidades e não reflete um campo de estudos das ciências
sociais.

8. Os meios de comunicação estão revolucionando as relações


sociais, os hábitos cotidianos e os costumes das pessoas.
Com a massificação das novas tecnologias da informação, a
exemplo do celular, da internet, também está
revolucionando as ideias sobre vigilância e controle das
pessoas, em que a sociedade passa a ser um “Big Brother”.
OLIVEIRA, L. F. de.; COSTA, R. C. R. da. Sociologia para
jovens no século XXI. 3.ed. – Rio de Janeiro: Imperial Novo
Milênio, 2013, p. 255.
Considerando os tempos atuais, marcados pelo avanço de novas
tecnologias de comunicação, é correto afirmar que a expressão
Big Brother, utilizada no trecho acima,
A) é uma criação genuinamente brasileira, voltada para um
programa de entretenimento cujo objetivo é o de retratar o
cotidiano das pessoas nas cidades e no campo.
B) refere-se a um personagem fictício do romance intitulado
1984, de George Orwel, ao retratar o cotidiano dos
indivíduos em uma sociedade totalitária onde as pessoas são
vigiadas e vivem sob o controle do Estado.

C) remete diretamente ao programa Big Brother Brasil, de uma


rede de TV, que mostra uma nova realidade social de extrema
vigilância e visibilidade como caminho para o sucesso.
D) revela a ideia de solidariedade entre as pessoas de uma
sociedade de aproximação e de apoios mútuos, em que todos
cuidam de todos independentemente das circunstâncias.

9. Para Weber, “Estado é uma comunidade humana que


pretende, com êxito, o monopólio do uso legítimo da força
física dentro de um determinado território. Especificamente,
no momento presente, o direito de usar a força física é
atribuído a outras instituições ou pessoas apenas na medida
em que o Estado o permite. O Estado é considerado como a
única fonte do ‘direito’ de usar a violência”.
WEBER, Max. Ensaios de Sociologia. Rio de
Janeiro: Editora Guanabara, 1982, p.98.
Sobre o conceito de Estado moderno, de acordo com Max Weber,
é correto afirmar que
A) o uso da força e da violência é atributo dos indivíduos em
sociedade, sendo uma forma de as pessoas resolverem suas
disputas e conflitos individuais ou coletivos, cabendo ao Estado
o poder de julgar quem está com a razão.
B) sendo o Estado o conjunto das instituições dirigidas pelo
Governo, cabe a este decidir sobre os rumos da sociedade,
inclusive com o direito soberano de utilizar-se da força e da
violência para impor seus interesses a essa sociedade.
C) o Estado não é a fonte exclusiva do poder legítimo do uso da
força e da coerção física sobre os indivíduos, na medida em que
pode delegar poderes a grupos paramilitares armados, a
exemplo de milícias e ou matadores de aluguel.

D) somente ao Estado é autorizado o uso legal da força e da


coerção física sobre os indivíduos, por meio do monopólio da
violência como uma exclusividade legal e um procedimento
que não pode ser executado por qualquer outro grupo ou
instituição, a não ser de forma ilegal.

10. No Brasil, “a realidade do mundo do trabalho revela que os


homens, de modo geral, continuam ganhando mais do que as
mulheres (R$1.831 contra R$1.288, em 2014). Os homens
brancos representam o topo da pirâmide social e econômica
do país com rendimento médio de R$2.393. Eles também
ocupam os lugares de maiores prestígios no trabalho formal e
assalariado, bem como na política. Na outra ponta,
encontram-se as mulheres negras, que seguem representando
a base da pirâmide de rendimentos econômicos (R$946 reais,
em 2014), além de serem fortemente atingidas pelo
desemprego e frequentemente alocadas nos trabalhos
precários do país (Ipea, 2016)”.

Fonte: http://www.onumulheres.org.br/wp-
content/uploads/2016/04/proequidade_para-site.pdf, p.20)
Conforme os dados apresentados pelo texto, é correto afirmar
que:
A) as desigualdades salariais e sociais no Brasil não se explicam
apenas pelas diferenças de classes sociais, mas, também,
pela combinação das relações de poder, de gênero e de raça.
B) para resolver as desigualdades salariais no Brasil, bastam
políticas de aumento dos salários independentemente de
políticas contra as desigualdades raciais e de gênero.
C) as diferenças salariais entre brancos e negros e entre
homens e mulheres, no Brasil, se explicam pelas diferenças
de estudos e capacidades profissionais dessas pessoas.
D) o trabalho masculino, por ser desenvolvido a partir de
qualidades superiores às do trabalho feminino, é
relativamente mais valorizado em função de sua vocação
para o trabalho não doméstico.

11. Na Sociologia de Max Weber (2016), a ação social é o dado


central para a compreensão dos fenômenos de qualquer
realidade social. Conforme a perspectiva weberiana, uma
ação é social quando é orientada pelas ações de outras
pessoas. Uma ação social está referendada em ações
passadas, presentes ou esperadas como sendo futuras e
essas “outras pessoas” podem ser indivíduos conhecidos ou
desconhecidos daquele que pratica a ação. O praticante da
ação age referendado em ações de outros e, assim, toda
ação para ser social, não importa se moralmente boa ou
reprovável, não importa se racional ou não, possui um
sentido (uma direção) na mente do indivíduo, o qual tem
como referência subjetiva (na mente dele ou dela que
pratica a ação) as ações de outros.
WEBER, Max. “II. O conceito de ação social” IN .
Metodologia das Ciências Sociais. São Paulo: Ed Cortez;
Campinas-SP: ED Unicamp, 2016.
Partindo dessa compreensão de Weber (2016), considere
as seguintes afirmações:

I. Aquele que joga pedra em um


ônibus, em tempos de paralisação
grevista dos coletivos, realiza
uma ação social desde que
execute esta ação tendo como
referência subjetiva esta forma
de protestar.
II. A pessoa que aposta no Jogo do
Bicho, nas periferias das cidades
brasileiras, pratica um tipo de
ação social, desde que aja em
conformidade com o seu sonho de
três noites anteriores.
III. Bater em torcedores rivais com
excessiva força e raiva é um tipo
de ação social a partir do
momento em que o agente desta
ação imagine que é “assim que se
faz” quando nas brigas entre
torcidas.
IV. Investir no Mercado de Ações e
Derivativos é uma ação social,
desde que o investidor vise, em
sua mente, seus ganhos futuros
de acordo com a movimentação
dos agentes
econômicos.
Corresponde a ação social, na perspectiva teórico- conceitual
de Max Weber, somente o que consta em
A) I, II e IV.
B) I, III e IV.
C) II e III.
D) I e IV.

12. Atente para o seguinte excerto:


“A miscigenação que largamente se praticou aqui corrigiu a
distância social que de outro modo se teria conservado enorme
entre a casa-grande e a senzala. O que a monocultura
latifundiária e escravocrata realizou no sentido de
aristocratização, extremando a sociedade brasileira em Senhores
e escravos, com uma rala e insignificante lambujem de gente livre
sanduichada entre esses dois extremos antagônicos, foi em
grande parte contrariado pelos efeitos sociais da miscigenação. A
índia e a negra-mina a princípio, depois a mulata, a cabrocha, a
quadrarona, a oitavona, tornando-se caseiras, concubinas e até
esposas legítimas dos senhores brancos, agiram poderosamente
no sentido de democratização social do Brasil. Entre os filhos
mestiços, legítimos e mesmo ilegítimos, havidos delas pelos
Senhores brancos, subdividiu-se parte considerável das grandes
propriedades, quebrando-se assim a força das sesmarias feudais e
dos latifúndios do tamanho de reinos”.
FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala: formação da
família brasileira sob o regime patriarcal. 52ª ed. São Paulo:
Global, 2013.
O sociólogo brasileiro Gilberto Freyre aponta, na citação acima, a
criação de uma “democracia racial” na história da relação entre
senhores e escravos no Brasil escravocrata. Assim, mesmo que
se possa criticar tal concepção, a perspectiva teórico- sociológica
de Freyre afirma que
A) a miscigenação na história do Brasil foi positiva, pois
aproximou a Casa-Grande e a Senzala ou senhores e
escravos.
B) a escravidão e o latifúndio da monocultura açucareira
lançaram distâncias sociais insuperáveis entre senhores e
escravos.
C) foram os homens negros, e não as mulheres negras, os
principais responsáveis pela criação da democracia racial no
Brasil.
D) os negros e os brancos em conjunto, no período colonial,
constituíram uma vigorosa democracia social de governo da
sociedade.

13. Segundo a teoria econômica de Karl Marx (apud SELL, 2015) o


lucro do capitalista se origina da produção de Mais-Valia na
exploração do seu trabalhador. Em síntese, a Mais-Valia é o
tempo de trabalho não pago pelo capitalista ao trabalhador
que executa horas a mais sem receber por esse tempo gasto.
É o trabalho excedente não pago. Vamos imaginar que em
uma jornada diária de oito (8) horas, o trabalhador receba o
equivalente ao seu salário ao final do mês nas duas (2)
primeiras horas deste dia. Assim, o restante das 6 horas que
passa trabalhando equivale às horas a mais (a Mais-Valia) não
pagas pelo patrão. E para Marx, existem dois tipos de Mais-
Valia no sistema capitalista: a Mais- Valia Absoluta, que é
aquela obtida pelo aumento da jornada de trabalho, sem
reajuste real dos ganhos

do trabalhador; e a Mais-Valia Relativa, obtida pelo aumento da


produtividade do trabalhador através do uso de maquinários e
tecnologias sem o acréscimo das horas de trabalho.
SELL, Carlos Eduardo. Sociologia Clássica: Marx, Durkheim e
Weber. 7ª ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2015.
Assim, tendo como referência essa concepção teórica de Karl
Marx sobre Mais-Valia, é correto afirmar que
A) os trabalhadores autônomos e os pequenos comerciantes
vendedores do varejo, na sociedade brasileira, produzem
Mais-Valia Relativa com o uso das máquinas de cartão de
crédito, que lhes aumentam as vendas dos produtos.

B) os trabalhadores das indústrias têxteis, no Brasil, combatem


a produção da Mais-Valia de seus patrões quando passam a
vender as peças de vestuário que produzem nas feiras
populares e em bazares comunitários.
C) o uso de novas tecnologias de informática nas 6 horas, em
média, de jornada de trabalho dos operadores de
telemarketing, no Brasil, diminuem consideravelmente a
Mais-Valia Relativa dos empresários do setor.
D) os entregadores de comida em bicicletas, prestadores de
serviço por aplicativos, que trabalham, em média, de 10 a 12
horas/dia e, por vezes, sete dias na semana, são produtores
de Mais-Valia Absoluta para as empresas a que prestam
esse serviço.

14. Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha (1866- 1909), autor


de Os Sertões – Campanha de Canudos (1902), é
seguramente um dos primeiros pensadores deste país que
foi capaz de entender o Brasil na sua substância específica
de grande diversidade genético- mestiça e conturbada
formação social. Os Sertões trata da “Campanha” do
exército brasileiro republicano contra o arraial de Canudos,
ocorrida no sertão baiano, que durou de meados de 1896 a
outubro de 1897. O livro é um clássico da Literatura e das
Ciências Sociais e para além de uma interpretação da
formação social e cultural do Brasil, é um livro de denúncia
contra a então República brasileira: “A Campanha de
Canudos foi, na significação integral da palavra, um crime.
Denunciemo-lo”.
CUNHA, Euclides da. Os Sertões – Campanha de Canudos.
São Paulo: Ática, 1998.
Com base no exposto, assinale a afirmação verdadeira.
A) A Guerra de Canudos, como demonstra Euclides da Cunha
em Os Sertões, foi uma luta entre monarquistas e
republicanos.
B) Em Os Sertões, Euclides da Cunha procura compreender a
construção sociocultural brasileira e vinga a memória de
Canudos.
C) Em Os Sertões, é provado que a mestiçagem do povo brasileiro
é uma das causas da perturbação social que formou o país.
D) A Campanha de Canudos representou a justiça feita pelo
exército republicano contra os criminosos do sertão baiano.

15. A divisão do trabalho produz a solidariedade,não apenas por


fazer de cada indivíduo um trocador, como dizem os economistas, mas
por criar entre os homens um sistema completo de direitos e deveres
que os unem uns aos outros de modo durável. Da mesma forma que
as similitudes sociais dão origem a um direito e a uma moral que os
protegem, a divisão
do trabalho dá origem às regras que garantem o concurso pacífico e
regular das funções divididas DURKHEIM, Émile. Da Divisão do
Trabalho Social. 3ª ed. São Paulo: Martins fontes, 2008. p.429.
Considerando essa perspectiva teórica da divisão social do trabalho em
Durkheim, assinale a afirmação
verdadeira.

A) Segundo Durkheim, a divisão social do trabalho nas sociedades


industrializadas e urbanas instala conflitos ininterruptos entre os
trabalhadores, os patrões e o Estado.

B) Para Emile Durkheim, a divisão social do trabalho dificulta a


produção de coesão dentro das sociedades modernas, criando, de
outro modo, constantes disputas entre os seus membros.

C) De acordo com Durkheim, quanto menor a divisão social do


trabalho dentro das configurações sociais modernas, maior o
predomínio dos conflitos de classe entre os homens.

D) A partir da perspectiva durkheimiana, a acentuada divisão do


trabalho nas sociedades modernas mantém maior união social
através da interdependência das tarefas profissionais.
Gabarito Sociologia
1. D
2. B
3. D
4. C
5. C
6. B
7. A
8. B
9. D
10. A
11. B
12. A
13. D
14. B
15. NULA
NÃO ESQUEÇA!

Movimentos Sociais
Movimentos sociais são ações coletivas de caráter sociopolítico e
cultural que viabilizam distintas formas da população se organizar e
expressar suas demandas. Na ação concreta, essas formas adoram
diferentes estratégias, que variam da simples denúncia, passando
pela pressão direta, até pressões indiretas. Na atualidade, os
principais movimentos sociais atuam por meio de redes sociais, locais
regionais, nacionais e internacionais, e utilizam-se muito os novos
meios de comunicação e informação, como a internet.

Estado Moderno
Um dos principais aspectos definidores do Estado Moderno é o papel
de legitimador do ordenamento social, ou seja, o estabelecimento
daquilo que é oficial ou não, legítimo ou não, perpassa pelo âmbito
estatal, por isso que, de acordo com a análise weberiana, o Estado
detém o monopólio da legitimidade da força.

Relações Étnico-Raciais
Do ponto de vista antropológico, existe a compreensão de que raça é
derivada de uma construção social, bem como o conceito de que
etnia refere-se a grupos que estão juntos devido à sua cultura e seus
interesses comuns.

Weber e o uso da força


Para o pensador alemão Max Weber, o monopólio da violência
legítima deve ser uma função exclusiva de determinados agentes do
Estado (como a polícia, por exemplo), a fim de fornecer segurança
aos cidadãos, e não deve ser exercida por nenhum outro agente da
sociedade. Caso essa violência seja usada por outros, caberá ao
Estado, então, julgar o uso desta levando em consideração as leis
aprovadas e reconhecidas pelas sociedades.

Ação Social para Weber


Ação social é um dos conceitos mais importantes e fundamentais da
sociologia compreensiva desenvolvida por Max Weber. Tal conceito
compreende que uma ação social é aquela que se pauta a partir de
determinado sentido social. Caberia ao sociólogo analisar a motivação
(sentindo) da ação, que, por sua vez, pode ser classificada em
racional, tradicional e efetiva.

Sociologia Brasileira (Gilberto Freyre)


O sociólogo brasileiro Gilberto Freyre, na sua Obra Casa Grande e
Senzala, parece ter sido o primeiro grande escritor a colaborar com a
disseminação do mito da democracia racial no Brasil. Segundo o
sociólogo brasileiro, a sociedade colonial brasileira começou a
produzir uma miscigenação racial e uma espécie de relação
harmoniosa entre negros escravizados, negros libertos e brancos.

Teoria Marxista (Mais valia)


O conceito de mais-valia é uma das ideias centrais do trabalho de
Karl Marx que tratam das formas de organização social sob a
perspectiva do “materialismo histórico”. Trata-se do termo utilizado
por Karl Marx em alusão ao processo de exploração da mão de obra
assalariada que é utilizada na produção de mercadorias, ou seja, um
processo de extorsão por meio da apropriação do trabalho excedente
na produção de produtos com valor de troca. A partir do conceito
mais-valia, Marx fez distinção de duas formas de extorsão de
trabalho: a mais-valia absoluta e a mais-valia relativa.
A mais-valia absoluta ocorreria em função do aumento do ritmo de
trabalho, da vigilância sobre o processo de produção ou mesmo da
ameaça da perda do trabalho caso determinada meta não fosse
alcançada, ainda que em detrimento da saúde e do bem-estar do
trabalhador.
Já a mais-valia relativa estaria ligada ao processo de avanço
científico e do progresso tecnológico. Uma vez que não consegue
mais aumentar a produção por meio da maior exigência de seus
empregados, o capitalista lança mão de melhorias tecnológicas para
acelerar o processo de produção e aumentar a quantidade de
mercadoria produzida. Esse processo acontece sem que, no entanto,
seja oferecida qualquer bonificação ao trabalhador.
Durkheim e a Solidariedade
O trabalho, na concepção de Durkheim, é um fato social presente em
todos os tipos de sociedade. Há sociedades com menor ou maior
divisão do trabalho, mas em todas elas são encontradas funções
diferenciadas entre os indivíduos.
Para ele, quanto mais especializado é o trabalho mais laços de
dependência se formam (solidariedade orgânica).
Nas sociedades capitalistas, o trabalho é pensado como uma
atividade funcional que deve ser exercida por um cargo específico: os
trabalhadores e empregadores como uma divisão funcional. Divisão
entre aqueles que devem cumprir uma atividade de organização da
produção e mando (os empregados) e os que devem desenvolver
uma atividade produtiva (os trabalhadores).
No entanto, nessa divisão há alguns problemas que Durkheim vê
como doenças sociais que devem ser corrigidas para que o todo social
se desenvolva adequadamente.

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