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Humor russo

Descrição geral da atividade


Neste exercício são apresentadas sequências de histórias que retratam
um acontecimento que culmina numa situação com determinado humor. O
principal objetivo é desenvolver a capacidade de generalização e abstracção.
Estas categorias estão intimamente relacionadas com a estruturação do pré-
frontal e os núcleos talâmicos mediais.

Componentes que se pretende desenvolver


Generalização;
Abstração;
Varrimento - capacidade de analisar visualmente a totalidade do campo
visual;
Compreensão da imagem - capacidade de compreender e analisar um
conjunto de diferentes imagens;
Compreensão de subtextos - capacidade para compreender o sentido
figurado que exige que o indivíduo se desprenda do significado concreto e o
substitua por uma análise do sentido interno do estímulo apresentado;
Processo de análise - capacidade de analisar todos os elementos do
estímulo apresentado;
Processo de síntese - capacidade de entender as relações existentes;
Capacidade de contar uma história com começo, meio e fim de acordo
com a sequência apresentada;
Capacidade de organizar um discurso coerente e lógico;
Capacidade de reconhecimento;
Análise da moral da história;
Sentido de humor.

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Regra Geral da Atividade

Material
Conjunto de cartões com sequência de imagens que retratam um
acontecimento/história.
Instrução de aplicação
No início da tarefa o terapeuta coloca diante do cliente um cartão com
uma sequência de imagens, completamente tapada. O terapeuta comunica de
seguida: - “tenho aqui uma história que começa com esta imagem. (O
terapeuta destapa apenas a primeira imagem da sequência). O que está aqui a
ver? Descreva-me a imagem que está a visualizar.”;

Este procedimento deve ser repetido para cada uma das imagens da
história, destapando uma por uma, ao longo de toda a sequência.

É importante que o terapeuta não confunda esta tarefa com o


desdobramento. Não é uma análise exaustiva de cada uma das imagens. O
que se pretende é que o cliente possa captar o subtexto de cada uma das
imagens.

No decorrer da tarefa, o terapeuta deve ir questionando o cliente - “o que


se está a passar e o que mudou da imagem anterior para a atual?”. O
terapeuta deve procurar entender se o cliente está a compreender a historia e
assim retirar o subtexto da história, focando-o nas características essenciais
que diferenciam as imagens, para que entenda o seu conteúdo.

No fim, após destapar a última imagem, em que o cliente se depara com


a totalidade da história, o terapeuta deve perguntar - “o que achou da
história?”, incentivando o cliente a verbalizar o humor subjacente à história
apresentada.

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Variações da actividade

Após retirar o subtexto, e com o objetivo de conduzir o conteúdo


existente na história para a vida quotidiana do cliente, o terapeuta pode
questionar - “já alguma vez esta situação aconteceu consigo?” ou “conhece
alguém a quem tenha acontecido?”.

Reações dos clientes e erros mais frequentes

Não conseguem detetar os pormenores da expressão e postura das


personagens indicadoras de emoções e que permitem perceber o que está a
acontecer em cada etapa da história;

Percecionam a expressão e a postura das personagens de forma errada,


realizando uma interpretação incorreta da história;

Dificuldades em entender o conjunto final da sequência que, os impede


de entender toda a história, e consequentemente não reagem com humor;

Demonstram pouco sentido de humor, mesmo entendendo a sequência


e moral da história apresentada;

Quando conseguem entender a história, poderão responder com humor,


referindo que de fato existe uma piada, conseguindo descrevê-la e, até mesmo,
serem capazes de retirar a moral da história.

Atitudes do terapeuta
Fazer perguntas que permitam ao cliente focar a atenção nos aspetos
relevantes para a compreensão das várias imagens. (ex: “como é que esta
mulher se sentiu?”, “Qual foi a reação do homem?”, etc.);

Para ajudar o cliente a dar nome à emoção expressa na personagem do


cartão, podemos realizar questões ao cliente sobre a postura da personagem
(ex: “verificamos que o senhor tem as pernas a tremer… o que é que isto
significa?”);
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Ajudar o cliente a pensar sobre as imagens que viu, questionando-o, até
o cliente alcançar a ideia principal da respetiva história;
Proporcionar sentido lúdico;
Motivar e garantir a manutenção do foco na atividade que se está a
desenvolver;
Não permitir em momento algum, a perceção errada por parte do cliente,
de uma qualquer emoção presente no exercício. (Questionando-o sempre: “
Mas o que vê nesta imagem que lhe faz parecer que a figura está …?”).

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