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[Guia avançado] Como dominar a terapia de regressão

hipnótica
Parte 1: Princípios essenciais para transformar profundamente
os traumas de seus clientes
Igor Ledochowski, traduzido e adaptado por Tomás Corrêa

Aviso: este ebook de hipnoterapia de regressão contém conteúdo de nível


intermediário até avançado que o tornará uma força para o bem no
mundo.

Então, se você está procurando um guia aprofundado em hipnoterapia de


regressão para aumentar os seus atuais conhecimentos em hipnose, você
veio ao local certo.

Para facilidade de uso, este guia é dividido em duas partes.


A parte 1 cobre os princípios essenciais e melhores práticas das quais você
precisa estar ciente antes de fazer qualquer trabalho de regressão.
Já na parte 2, o método de regressão de 12 passos é detalhado e
ensinado, passo a passo.

[LINKS]

Antes de começar...

Regressão é um tópico enorme.

Devido à isto, é impossível condensar toda a informação relevante no


espaço de dois artigos.
Por isto nós estaremos focando nos principais princípios, de modo com
que você possa utilizar desta informação para aumentar o seu
conhecimento atual.

Portanto, para entender este artigo completamente e profundamente, é


recomendável que o seu conhecimento em hipnose esteja em nível
avançado.

A outra coisa que você precisa ter em mente é a seguinte:


Qualquer trauma, fobia ou situação onde existam emoções fortes pode
ser debilitante.
Isto pode fazer pessoas sofrerem.
Usando hipnoterapia, você está tentando acabar com este sofrimento,
mostrar às pessoas que elas não precisam sofrer. Há outro caminho.
Você está mostrando que eles estão utilizando a própria mente em um
modo que os está trazendo sofrimento. Então, se eles puderem mudar o
modo que a mente deles opera, eles irão acabar com o sofrimento.

Às vezes você pode conseguir isto em 5 minutos. Mas outras vezes, pode
demorar muito mais.
O segredo é não se prender aos passos envolvidos para a terapia de
regressão, mas sim focar no que você está tentando atingir.
Assim como você descobrirá na parte 2, os 12 passos simplesmente te dão
a base para aprender o processo.
Assim que você conhece o processo bem o suficiente, você pode adaptá-lo
para que ele se adeque à pessoa e situação.

Porque Terapia de Regressão?


[Imagem] Mente consciente 10%
Pensamento lógico, analítico, tomada de decisão, planejamento e força de
vontade
Mente inconsciente 90%
Memórias, emoções, instintos, hábitos, imaginação, sonhos, funções
fisiológicas, intuição, sabedoria interior, conexão espiritual
Você está acessando a mente certa dos seus clientes em hipnoterapia?

Todo cliente que você vê virá com um problema de um tipo ou de outro.


E cada um destes problemas começaram no passado e agora estão
armazenados na memória daquela pessoa, escondidos de algum modo,
esperando pelo gatilho ou momento certo para surgir novamente.
Quando você faz uso de hipnoterapia, você precisa de um modo de
acessar as memórias traumáticas – mas sem retraumatizar o cliente no
processo.
Esta é a verdadeira arte (ou risco) do trabalho de regressão. O objetivo
geral é dissolver o trauma emocional de seu cliente em um modo que o
ajude a seguir com sua vida.
De certa forma, isto requer muita precisão.
Porque como hipnoterapeuta, você precisa ajudar o seu cliente a filtrar as
suas memórias para achar a correta (a que gerou o trauma).
Em seguida, você precisa estimular gentilmente esta memória, para
diminuir o trauma emocional dentro dela.
De fato, este processo requer alguma habilidade, paciência e prática. Mas
o que eu posso te prometer é o seguinte:
[Texto estilizado]: Uma vez que você dominar a terapia de regressão, você
terá um super-poder de causar sérias transformações na vida de seus
clientes

E não é sobre isto que hipnoterapia é?


Imagine ser capaz de...
-Ajudar um cliente a se livrar de uma fobia de infância que o perseguiu por
décadas e o impediu de viver a sua vida livremente
-Transformar uma memória de infância dolorosa ou até mesmo abusiva
que criou uma nuvem negra em todos os seus relacionamentos adultos
devido às questões de segurança, confiança e amor
-Dissolver emoções negativas que estão ao redor de uma memória que faz
com que alguém viva todos os dias com um persistente sentimento de que
não vale nada
-Se livrar da dor de uma memória de infância que fez alguém acreditar
que ele era “burro” (aquela memória que o impediu de seguir a carreira
que realmente queria).
Imagine o profundo impacto que você teria na vida de seus clientes?!
O tipo de coisas que eles poderiam finalmente atingir como resultado de
superar as questões que os seguravam para trás?
É por este motivo que a terapia de regressão é (de certa forma) como o
grande rei das técnicas de hipnose!

[Texto estilizado]: A terapia de regressão tem o poder de transformar a


história dolorosa de uma pessoa em algo positivo.

.... e este seria um presente incrível, você não concorda?

A verdade sobre regressão e memória


Quando você está lidando com regressão, você precisa perceber duas
coisas:
1- Trabalho de regressão pode ser incrivelmente poderoso. Pessoas
podem ficar presas no passado, especialmente se houver uma
emoção forte que já o está regredindo em certo nível
2- Memórias não são reais, elas são criadas. Elas parecem
incrivelmente reais porque elas existem em nossas mentes em
algum local.

Mas o que é real, o evento ou a memória do evento? Naturalmente, claro,


é o evento.
Nós costumávamos pensar que as memórias eram gravadas em nossas
mentes como fotos, em perfeito detalhe.
Ou salvas como filmes digitais que podem ser reproduzidos novamente,
exatamente da mesma forma, sempre que queremos.
Mas a verdade é que, quando você se lembra de algo, a sua mente está
juntando as peças novamente, mas não necessariamente exatamente da
mesma forma.
O modo em que isto funciona é mais ou menos como quando um livro é
transformado em uma peça de teatro.
Enquanto a história pode ser mais ou menos a mesma, há a interpretação
do diretor, a iluminação, cenários, fantasias e efeitos sonoros.
A peça normalmente não segue a produção original fielmente. É
basicamente a mesma história, porém uma grande parte dela foi recriada.
Para descobrir mais sobre o quão não confiáveis as memórias podem ser,
confira o caso de estudo abaixo:
Caso de Estudo
Criando memória falsas:
Como estudantes inocentes foram levados à acreditar que haviam
cometido um crime
De acordo com pesquisas, em condições específicas, memórias podem
mudar. Por exemplo, psicólogos do Reino Unido fizeram um experimento
com 60 estudantes aonde eles tentaram convencê-los de que estavam
envolvidos em um crime, quando, de fato, os estudantes eram totalmente
inocentes.
[coluna1]
Para começar, os pesquisadores contactaram os pais dos estudantes para
que estes preenchessem um questionário. Então, os estudantes fizeram 3
entrevistas de 40 minutos, com uma semana de intervalo entre elas.
Os psicólogos utilizaram uma estratégia específica de questionamento
aonde eles implantaram uma ação criminal nas memórias reais.
Esta memória falsa foi cercada de eventos reais do passado do estudante,
pegos dos questionários para fazer parecer mais realístico.
No início os estudantes resistiram, mas quanto mais pensavam nisso, mais
eles convenciam a eles mesmos de que o crime havia realmente ocorrido.
Os estudantes pareceram internalizar a história fabricada e, quanto mais
eles eram perguntados sobre ela, mais detalhada a descrição ficava.
Como resultado, os estudantes começaram a criar falsas memórias sobre
um crime que não cometeram!
[coluna 2]
[destacado]Inacreditavelmente, 70% dos estudantes foram capazes de se
enganarem deste modo, cercando as memórias falsas com muitas
memórias reais
O estudo, publicado no jornal Psychological Science, mostra como más
técnicas de entrevista podem levar pessoas à se lembrar de eventos que
na verdade nunca ocorreram.
Isto é similar à idéia de gaslighting, que é também o título de um filme de
1944, em que alguém pode ser lentamente manipulado a pensar que
estava louco.
Nos tempos modernos, este termo é comumente citado como uma forma
de controle mental, utilizado em relacionamentos como um meio de
intimidação.
Utilizado desta forma, ele acaba com a auto-estima e auto-confiança da
vítima de forma que ela começa a acreditar que não é capaz de ser
independente.
A evidência do caso de estudo acima é muito importante para se ter em
mente.
Antes que comece qualquer terapia de regressão, a primeira coisa que
precisa se lembrar é que você não quer criar nenhuma memória falsa.
A segunda coisa é que qualquer que seja a memória que a pessoa tenha,
ela pode ser ou não baseada em eventos reais.
E a terceira coisa é que, isto realmente não importa.
O que é importante não é se a memória realmente aconteceu, mas o fato
de que o seu cliente acredita que ela aconteceu.
Porque assim que ele acredita que ela aconteceu, você tem o que
constitui um trauma.

De onde um trauma vem?


Duas pessoas tiveram a experiência da mesma situação terrível. Uma delas
saiu aliviada de que a situação acabou, de que eles estavam seguros de
novo.
Enquanto isto, a outra pessoa sempre olha para trás para o mesmo
evento, revivendo ele de novo e de novo, ficando assustado a cada vez
que pensa nele de novo, e essencialmente se re-traumatizando
repetidamente.
Mas o trauma não vêm de um evento, ele vêm da revivência do evento, a
da forte emoção negativa associada à ele.

[texto destacado] Retire a emoção forte, e você está retirando o trauma

Estudo de caso
Porque aliviar todo o trauma emocional com medicina de bloqueio Beta
não é sempre algo bom
Dr. Merel Kindt, professor de psicologia clínica experimental da
universidade de Amsterdã, teve um sujeito que foi passar férias no sul da
África. Em uma noite durante as suas férias, um assaltante armado entrou
na casa e ficou no pé de sua casa com uma arma. A mulher achou que ia
morrer.
O assaltante apenas queria roubar os bens valiosos dela, mas a
experiência deixou a mulher traumatizada.
Ela sobreviveu, retornou à sua casa na Holanda e tentou seguir com sua
vida.
Mas ela não conseguia dormir. Não conseguia comer. Ela teve uma crise
emocional e a sua vida estava miserável.
Então, durante uma de suas sessões, Dr. Kindt deu à ela uma dose de um
remédio chamado propranolol, antes de reviver o evento, passo a passo,
em detalhes gráficos.
Propranolol é um bloqueador beta que inibe a resposta de medo e dilue
todas as emoções. Então, a mulher estava revivendo o trauma porém sem
conteúdo emocional.
E adivinhe o que aconteceu?
Ela foi pra casa e dormiu como uma pedra pela primeira vez, após muito
tempo. Quando ela acordou no outro dia, o trauma não existia mais.
Ela ainda pode se lembrar do evento porém quando ela pensa nele ela
não tem emoção, nenhum medo. A memória não faz ela se sentir
diferente, então não há trauma.
Parece muito bom para ser verdade, certo?
Isto é porque é. Você vê, o lado ruim de usar este beta-bloqueador é que
ele remove todas as emoções, as ruins e as boas.
Para experimentar com a droga ela mesma, Dr. Kindt à tomou quando a
sua filha estava dando a luz à uma criança.
Durante o trabalho de parto, Dr. Kindt ficou muito relaxada. Porém,
quando ela se lembra hoje em dia, isto parece estranho.
[destacado] Ela pode se lembrar do evento, mas sem nenhuma emoção,
de nenhum tipo. Ela perdeu a experiência da felicidade de um dia tão
belo. Como ela mesmo diz, a emoção “dá cor à experiência”.
Aqui é quando a hipnose têm vantagem. Primeiramente, como hipnotista,
você não precisa recorrer à drogas para remover emoções.
Mas o que é melhor é que você consegue separar as emoções para deixar
as positivas intactas enquanto protege as pessoas de suas emoções
negativas para que elas possam aprender através destas experiências,
porém sem serem traumatizadas.
Então, em vez de desejar que algo nunca tivesse acontecido, de certo
modo eles estavam felizes sobre o evento ter acontecido, pois eles podem
aprender algo valioso a partir dele.
E esta é a verdadeira essência da terapia de regressão.

Hipnoterapia e Memória: conectando os pontos


Para acessar as memórias de alguém, você precisa falar com a mente
inconsciente desta pessoa – porque é lá que as memórias estão salvas.
Em termos de como a memória realmente funciona, pense nela como
uma escala contínua.
Você possui a sua memória normal, mas além dela há 3 níveis adicionais
de intensidade.
A ilustração abaixo explica cada um destes níveis:
3 níveis da hierarquia de memória
Durante a terapia de regressão
1- Hiperminésia – esta é a habilidade de se lembrar de algo muito
claramente, com mais claridade do que o normal
É ser capaz de se lembrar de algo em detalhes para o propósito de
recuperação de informação, em vez de ficar envolvido
emocionalmente com a memória de alguma forma
2- Revivificação
É a habilidade de se lembrar de uma experiência e trazê-la de volta
à vida, emocionalmente.
Aqui, você está realmente se lembrando da experiência, no
momento presente. Você está consciente do conteúdo e da emoção
contida na experiência.
3- Regressão
Aqui é quando você está revivendo a experiência e profundamente
imerso, de modo que você literalmente esquece sobre o momento
presente ou qualquer outro período posterior à experiência.
Você está na experiência passada tão completamente de modo que a sua
realidade presente desapareceu temporariamente.

Regressão vs Revivificação: Qual é a diferença?


Quando você está usando hipnoterapia, é importante reconhecer como o
seu cliente está vivenciando uma memória para que você possa fazer uso
disto e colocá-lo mais profundo na experiência se necessário.
Mas você se focará em atingir uma revivificação, ou na regressão
completa?
Para descobrir, vamos destrinchar estes termos em um pouco mais de
detalhes.
Revivificação, como mencionado anteriormente, se refere à reviver uma
memória no presente.
É ter uma memória na sua cabeça como se estivesse em uma TV ou tela
de cinema, porém as emoções são sentidas no corpo como se a
experiência estivesse ocorrendo agora.
Você está observando o momento, mas agora você não está no momento.
Você está trazendo a experiência de volta à vida, porém como um
observador externo.
Durante uma revivificação, por exemplo, o seu cliente poderia dizer algo
como: “Ele está subindo em sua bicicleta nova”.
A regressão, por outro lado, se refere à vivenciar totalmente uma
memória em primeira pessoa.
É como se você literalmente estivesse lá, naquele tempo e local, e você
estivesse experimentando isto como se fosse a primeira vez, sem
consciência do tempo presente.
Você não está observando a memória; Você está participando nela.
O seu cliente está no momento. Atuando e falando como ele teria feito
naquele momento.
Durante a regressão, ele pode dizer algo como: “Eu estou subindo na
minha nova bicicleta”.
[destacado] A verdade é que não há uma real distinção entre uma
revivificação e uma regressão. Assim que você atinge a revivificação, a
terapia irá funcionar.
Não importa se a pessoa consegue se ver como criança ou não, porque a
revivificação é suficiente para fazer o trabalho.
Quando emoções e experiência revivificam e vêm para a vida, você é
capaz de fazer trabalho de mudança.
Dado isto, é importante não se prender na idéia de uma regressão.
Você precisa deixar as coisas simples e usar a mínima quantidade de
esforço necessária para conseguir o máximo de resultados.
Você está trabalhando no nível das emoções, porque quando você muda o
modo como alguém se sente você o livra para pensar e se comportar de
modo diferente.
Você também está trabalhando no nível dos pensamentos, das coisas que
eles acreditam sobre o evento, porque estes pensamentos estão gerando
as emoções.
E você está usando metáforas e simbolismo para conseguir os resultados.
Aqui está outro jeito de pensar sobre isto.
Imagine que você está assistindo à um filme e está pensando que ele não
faz sentido, ele nunca poderia ter acontecido na realidade.
Você não está engajado, então isto te coloca fora te experiência e ela não
te impacta.
No entanto, um filme melhor te engaja emocionalmente.
Você sabe que está assistindo à um filme porém, quando o herói se
assusta, você se assusta. Quando ele está em apuros, você fica
preocupado. Quando algo bom acontece, você fica empolgado.
E um filme ainda melhor é tão fascinante que você perde a noção de tudo
ao seu redor.
Você temporariamente esquece que você é você, então você sente o que
acontece com o herói como se estivesse acontecendo com você.
Quando a vida do herói é ameaçada você sente como se a sua vida
estivesse ameaçada. Quando o herói leva um tiro, você sente angústia e
tristeza, como se isto tivesse realmente acontecido.
E é assim que é uma regressão. É uma revivificação, porém é tão intensa,
que você esquece da sua existência ao redor dela.

NOTA IMPORTANTE: Durante uma revificação clássica, não é incomum


que as pessoas mudem o seu modo de falar, incluindo: sussurros,
gagueira, maneirismos e gestos nervosos que eles tiveram durante o
momento do evento. Eles podem até mesmo começar a atuar e a falar
como crianças se eles estão revivenciando uma memória de infância. Este
é um bom sinal de que o processo se moveu de uma revificação para uma
regressão.

Também deveríamos apontar que há pessoas que argumentam que


regressão não existe. Eles dizem que tudo é revivificação e que quando
alguém parece estar regredindo, o que eles estão fazendo na verdade é
atuação.
Dito isto, nem mesmo um ator de Hollywood seria suficiente para este
papel. Uma regressão não pode ser fingida. Seria incrivelmente difícil
recriar precisamente a voz, maneirismos, nível de medo e de outras
emoções de uma criança de 4 anos, por exemplo.
Mas independentemente de se você atingiu a regressão ou não, uma vez
que se obteve a revivificação você pode fazer qualquer trabalho que você
quiser, de todo modo.
Outra coisa importante de se estar ciente é que, em casos de trauma
extremo, como severo abuso físico, mental ou sexual – o hipnotista
deveria tomar cuidado e pode não querer mover o cliente além do nível
de uma revivificação.
Mover um cliente muito rapidamente em uma regressão poderia criar um
nível de emoção do qual ele não é capaz de lidar e consequentemente
causar uma grave ab-reação.
Se você quer trabalhar com casos de traumas severos, é importante que
você receba treinamento extra nestas áreas específicas.

Lidando com uma Ab-reação


Uma ab-reação é uma resposta emocional intensa ao trauma, ou à
memória do trauma.
Não é apenas uma grande descarga emocional, que é geralmente
catártico, mas sim um descontrole completo! O cliente fica fora de
controle emocionalmente e não está mais na atual, presente realidade.
Por sorte, isto é uma ocorrência muito rara.
As pessoas são sugadas para uma antiga experiência traumática e ficam
revivendo ela bem na sua frente.
Eles podem se perder do mundo externo completamente. Podem ficar
com tanto pânico que podem começar a tremer como uma folha de
árvore ao vento.
Eles podem estar com tanta raiva ou mágoa que eles não conseguem
aguentar. Eles estão revivendo ou revivificando o evento de um modo que
os está retraumatizando.
Eles podem começar a soluçar incontrolavelmente, gritar ou se encolher
completamente no medo, de forma que fique muito difícil alcança-los.
[imagem]
E o único jeito de lidar com isso é criando um mecanismo de segurança ou
gatilho de segurança para que você possa puxá-los de volta se necessário.
Para que ab-reações sejam terapêuticas elas precisam ser controladas,
então elas são catárticas e liberam emoções, em vez de serem traumáticas
e causarem mais emoções negativas.
Dado isto, é sempre bom você explicar o seguinte antes de fazer qualquer
trabalho de regressão:
1- Durante o pre-talk, criar rapport, investigar os parâmetros do
problema e então começar o procedimento padrão uma vez que
você está pronto para hipnotizar
2- Deixar o cliente saber que a sua voz irá com ele durante todo o
tempo da sessão de hipnose
3- Pedir a seu cliente para sentir o seu corpo sentado na cadeira para
saber que ele está seguro (uma sugestão hipnótica para ancorá-lo
no momento presente, como um mecanismo de segurança)
4- Deixá-lo saber que ele pode falar com você durante o transe, ou ele
pode usar sinais de dedo – do modo que você preferir
5- Explicar que durante a sessão ele pode sentir uma emoção forte,
que pode ser intensa – mas vai durar apenas por um curto instante
6- Perguntar se ele está de acordo com isto, e se ele não tiver
nenhuma pergunta ou preocupação, proceder para a indução

E em termos de como você como hipnotista deveria responder à uma ab-


reação, há algumas coisas das quais você precisa estar ciente.
Primeiramente, se uma ab-reação está relacionada com o trabalho que
você está fazendo e você pode dissociar a emoção para um nível em que
seja possível lidar com ela sem retraumatizar o cliente, então você pode
utilizá-la, continuar a regressão e lidar com o material traumático na hora.
Se a ab-reação não é relacionada com o trabalho que você está
conduzindo, então você precisa contê-la e trazer o cliente de volta com
segurança. Para fazer isto, sempre siga o procedimento de 5 passos
abaixo:
1- Fique Calmo – é importante que o seu cliente sinta que você está no
controle, mesmo que ele não esteja. Você não quer prejudica-lo
ainda mais.
Ficando calmo você dá a ele um senso de segurança, um senso de
que este tipo de coisa não é estranha ou incomum, e que é algo
com o que você já lidou antes. Em outras palavras, você pode lidar
com ela, o que lhe dá a confiança necessária para lidar com ela
também.
2- Não toque – Em todo momento que você toca um cliente, este
toque pode agir como um gatilho. Se você tocá-los durante uma ab-
reação, mesmo que sem intenção, você poderia estar
inadvertidamente criando um gatilho.
Isto significa que qualquer um que o toque da mesma forma no
futuro poderia disparar a ab-reação toda novamente. Então, para
garantir que isto não aconteça, evite tocá-lo.
3- Deixe a cena sumir – Você quer colocar uma distância entre ele e o
que quer que seja que ele esteja vivenciando. A forma mais rápida e
mais simples de fazer isto é dizer: “volte para a sala e deixe a cena
sumir”.
Não é mágico, é apenas uma instrução que os diz para parar de
pensar sobre isto. Para deixá-lo ir embora, empurrá-lo para fora da
experiência e colocar uma parede ou vidraça entre a cena e ele.
Estes são exemplos que você pode utilizar para separá-lo do evento
ou da cena que está causando o trauma.
4- Sinta a cadeira e saiba que está seguro – Este é o gatilho de
segurança que você instalou durante o pre-talk. Antes de fazer
qualquer coisa você deve estabelecer este gatilho. Você está dando
a seu cliente um lugar de santuário, do qual ele pode visitar
novamente para se sentir seguro.
De volta ao presente, sentindo a cadeira embaixo dele, e se
sentindo seguro. Não precisa ser a cadeira, poderia ser qualquer
coisa que esteja associada com um sentimento de segurança. Por
exemplo, se você está fazendo hipnose de rua, poderia ser “sinta os
seus pés no chão e saiba que está seguro”.
5- Emergir – quando ele volta de um estado de ab-reação para o
momento presente a segurança da cadeira, distraia-o falando de
outra coisa, fazendo-o se levantar, oferecendo água, etc. Não toque
no assunto.
Se ele perguntar o que aconteceu, simplesmente diga que foi uma
reação emocional. Diga-o que não foi nada incomum, que é algo
que ocorre ocasionalmente durante uma sessão de hipnose. Diga à
ele que é algo que você pode ajudá-lo a lidar em algum momento,
se e quando ele se sentir pronto.
NOTA IMPORTANTE: calmamente repita os passos 3 e 4 quantas vezes for
necessário, e por quanto tempo for necessário, até que o cliente tenha
consciência do momento presente com você. Não pare de repetir as
sugestões e, o que quer que você faça, nunca deixe alguém em sua
própria ab-reação permanecendo em silêncio.

Princípios de comportamento essênciais para a terapia


de regressão
Porque a terapia de regressão lida com as memórias e suas emoções
associadas das pessoas, é crucial que você entenda como neutralizar e
lidar com emoções fortes, como raiva e medo, quando elas surgem.
Na seção abaixo, nós exploramos 3 dos mais importantes princípios de
comportamento que você como um hipnotista precisa saber, que incluem:
1- Comportamento vs Intenção
2- Emoções negativas inibem a mudança
3- Perdoando e deixando pra lá

Intenção vs Comportamento
Todo comportamente é motivado por uma intenção positiva.
[destacado] Não importa quão ruim ou danificando seja o
comportamento, a intenção por trás dele sempre é positiva.
Por exemplo, imagine alguém que é irritado, sempre perde a paciência
com as pessoas, mas depois sempre se arrepende.
Qual é a intenção por trás do comportamento?
Se a pessoa estava com medo de rejeição, então os seus instintos iriam
fazer com que ela queira se proteger da possibilidade de qualquer futura
rejeição.
A sua mente inconsciente iria colocar o seu escudo protetor e amarrá-lo
ao redor dela antes que qualquer rejeição futura possa ocorrer.
Pode ser que esta pessoa não esteja ganhando o amor e atenção que
precisa, então ela mantém inconscientemente as pessoas à distância do
braço e se protege de qualquer rejeição futura.
E isto é mostrado em seu comportamento irritadiço e em sua expressão
de raiva.
Ela está agindo de um modo negativo, mas está fazendo isto para tentar
atingir algo.
O resultado imediato é positivo – ela está realmente se protegendo – mas
está fazendo isto de um modo que irá certamente preveni-la de conseguir
o amor que tão desesperadamente procura.
Mas se você simplesmente tentar mudar este comportamento, a sua
mente inconsciente vai tentar resistir porque ela pensa que o objetivo
está sendo ameaçado.
Então o seu objetivo não é mudar o comportamento, mas sim fazer com
que o seu cliente aceite a intenção.
Isto funciona porque, como o famoso psicólogo Carl Jung desenhou:
[imagem]
Então, assim que você fizer o cliente aceitar que a intenção é positiva,
você poderá ajudá-lo a criar um comportamento que mais o beneficie e
ainda o permitirá atingir aquilo a que ele estava tentando atingir.
Em outras palavras, ele ainda será capaz de se proteger, mas sem fazer
com que tantas pessoas queiram fugir para a direção oposta!

Como emoções negativas inibem a mudança


Outra coisa que impossibilita a mudança são emoções negativas.
Dois dos maiores culpados são o medo e a raiva. E apesar de que a
maioria das pessoas considere o medo e a raiva emoções negativas, eles
possuem um propósito inegável.
Vamos primeiro olhar para o medo.
[destacado] O medo existe para fazer você tomar uma ação que vai te
proteger ou para fazer você não tomar uma ação que vai colocá-lo em
perigo.
Se você está no meio da estrada e um caminhão vêm em sua direção à
toda velocidade, o medo faz com que você pule para fora do caminho.
Da mesma forma, se você está esperando para cruzar a rodovia e este
caminhão está vindo à toda, o medo faz com que você fique paralisado até
que o perigo passe.
Há duas coisas capazes de eliminar o medo completamente...
Um é extrema esperança, e o outro é absência de esperança.
[destacado] A esperança trás a idéia de expectativa, enquanto a falta de
esperança significa que você pode aceitar o resultado. Em qualquer destes
modos, o medo não pode existir.
Estudo de Caso
Na face da morte
Esperança extrema vs Absência de esperança
Olhe de volta para os eventos que ocorreram na igreja Emmanuel AME no
terrível dia em junho de 2015. Deveria ser apenas outro dia de aula de
bíblia, mas em vez disto se tornou uma das mais chocantes e horríveis
chacinas da história recente.
Começou inocentemente.
Pessoas se juntaram para rezar, assim como eles faziam toda semana. Mas
então, em cerca de uma hora, tudo mudou.
Dylann Storm Roof, que estava rezando junto com todo mundo, começou
a atirar de repente.
A congregação ficou atordoada.
No início eles estavam com medo e tentara pensar em um modo de
escapar. Eles queriam sair dali e viver o resto de suas vidas.
Eles queriam manter as suas crianças, amigos e vizinhos seguros.
Um por um, o atirador foi matando a todos.
Para os sobreviventes, havia ainda um elemento de esperança de que eles
seriam resgatados ou salvos. Mesmo assistindo os últimos suspiros de
seus parentes e amigos.
Eventualmente, no entanto, ninguém chegou e escapar era impossível,
então a realidade da situação chegou em casa.
A ameaça era inescapável, então eles começaram a aceitar o que estava
por vir.
[destacado] Não havia mais nenhuma esperança, e porque eles haviam
aceitado o inevitável, não havia nada mais para temer.
Das 12 pessoas naquele dia, 9 perderam as suas vidas. Um dos 3
sobreviventes, Polly Sheppard, estava escondida de baixo de uma mesa.
Quando o tiroteio parou, ela levantou e olhou o atirador nos olhos, como
que dizendo: “vá, atire, faça o seu pior”.
Mas o atirador disse à ela que não iria atirar. Ele disse que a iria deixar
viva para que ela pudesse contar a história do que aconteceu.

A raiva, por outro lado, é sobre limites.


Todo mundo possui os seus limites mentais, emocionais e físicos, e
quando alguém os viola eles ficam com raiva.
Eles os empurram e reestabelecem os limites para que o senso de
equilíbrio seja restaurado. A raiva deles lhes dá suficiente energia
psicológica para forçar as pessoas à recuarem e reestabelecer uma
distância segura entre eles.
Mas a raiva é uma emoção destrutiva para carregar além dos limites do
evento invasivo.
Se a pessoa que invade os limites não parar, e a pessoa cujo limite é
quebrado não sair da proximidade do invasor de limites, problemas de
raiva crônicos podem surgir. Isso pode comê-lo internamente, e levar à
discussões, abuso físico, investidas e auto-destruição.
Como outras emoções negativas, a raiva evoca a resposta de correr ou
lutar do corpo, causando a liberação de hormônios de stress, como
adrenalina e cortisol.
Muito stress pode resultar em muitos problemas de saúde, incluindo
ansiedade, depressão, insônia, alta pressão sanguínea, ataque do coração
e derrame.
[imagem]
E o único modo de se livrar da raiva é praticando o perdão.
No tribunal, em 5 de novembro de 2003, Gary Leon Ridgway assumia a
culpa pelo assassinato de 48 mulheres nos estados unidos. Ridgway
sentou e escutou cada um dos parentes das vítimas o condenarem.
Eles compreensivamente o chamavam de animal, diziam que desejavam
que ele sofresse uma longa e dolorosa morta, e esperavam que ele
terminaria no inferno, que era onde ele pertencia.
Apesar do óbvio ódio e antipatia, o homem permaneceu com face de
pedra e sem emoções. Porque esta é a raiva que ele esperava, que ele até
sentiu que ele merecia.
Mas então, o pai de uma das vítimas começou a falar.
O pai disse que Ridgway fez com que fosse muito difícil para ele continuar
a viver do modo que ele acreditava. E o que ele acreditava era no poder
do perdão. Então ele disse à Ridgway:
“Você está perdoado, Sr.”.
Esta resposta inesperada fez com que o homem condenado despencasse
em lágrimas.
O peso e a enormidade da raiva de Ridgway foi liberada em um instante,
por simples 4 palavras expressando perdão.

Perdão e Deixando para Lá


Então, de onde o medo e raiva crônicas vem? Eles são o resultado de um
evento passado que está sendo emocionalmente revivido, de novo e de
novo.
Uma situação onde uma ou mais pessoas são percebidas como tendo feito
algo à outra pessoa, ou deixado-as para baixo.
E apesar de que a situação pode ter ocorrido décadas atrás, ainda está
causando problemas até hoje.
Está latente na mente inconsciente, provendo o combustível que mantém
o medo ou a raiva, escondidos abaixo da superfície, porém capazes de
emergir a qualquer momento.
É por isso que a terapia de regressão é uma ferramenta tão poderosa.
Ela coloca o cliente de volta no evento inicial, para que ele possa
confrontá-lo e resolvê-lo.
Ela o deixa soltar as suas emoções negativas de maneira saudável e
positiva, colocando de lado as chamas que ameaçam emergir e tomar o
seu corpo e mente com medo, raiva, mágoa ou culpa novamente.
Este é o ponto de uma regressão – liberar esta energia emocional de uma
maneira saudável que permita ao cliente manter quaisquer lições que
tenha aprendido, porém sem ficar preso à aquela emoção negativa.

Os Níveis de Consciência
[imagem]

O processo de deixar para lá as emoções negativas e destrutivas é


chamado de perdão.
Quando alguém pratica o perdão, isso não significa que ele precisa amar a
pessoa em questão.
Ou que ele está condizente com o comportamento. Mas para crescer e
andar para a frente, uma aceitação do que aconteceu é crucial. Aconteceu
e nada pode mudar este fato.
Isto significa acabar com a ligação emocional entre emoções negativas e o
objeto da emoção, e deixar para lá essa emoção oculta que está
proporcionando a corrosão aos poucos. Porque assim que a pessoa deixar
isto para lá, o problema desaparece.
Uma vez que eles são capazes de perdoar outra pessoa, esta pessoa não
mais vai ocupar os seus pensamentos.
Eles não vão ter mais um relacionamento “emocional” com eles. O
menção de seus nomes não vai mais ser capaz de ativar aquelas emoções
negativas e trazer aqueles sentimentos destrutivos de volta para a
superfície, porque o problema não existe mais.
Isto é o que é o perdão. É um modo de quebrar o circuito da dor. Cortar a
corda. É algo que alguém faz apenas para a sua própria paz interior – e
não para outra pessoa.
Eles deixam a emoção ir embora e mantém o aprendizado.
E se houve uma ameaça no futuro, a raiva ou medo pode retornar por um
instante para mantê-los seguros, mas irá embora em um instante,
deixando-os em paz e sem problemas.

Criando a Confiança do Cliente Através do Tom de Voz e


Ternura
Como Hipnotista, você deve sempre se apresentar confiante e calmo.
Se você está emocionalmente fora de controle, esta é uma sugestão
muito ruim para se dar à um cliente. Você está basicamente dizendo que
a situação está tão bagunçada que nem você está conseguindo lidar com
ela.
Então, você tem que dar a entender de um modo que não seja grande
coisa. Não menosprezando ou diminuindo o problema deles, mas sim os
garantindo à eles que você já viu algo similar antes.
Imagine que você está em uma aventura do Indiana Jones e você está
preso em um ninho de cobras. Há dois Indiana Jones lá. O primeiro diz:
[destacado] “Ah, isto é realmente ruim, nós vamos morrer!”
O segundo diz:
[destacado] “Oh, cobras, eu já fiz isto antes. Nada demais. Apenas me
siga.”
Qual dos dois você seguiria? O segundo. E como ele, você precisa de um ar
de confiança.
Confiança é um sinal de competência, um sinal de que você já viu e lidou
com isto antes, que não é algo grande para você, e isto dá ao cliente uma
sensação de como ele será capaz de lidar com isto também.
É também importante que você tenha um tratamento gentil e cuidadoso.
De modo similar à que uma boa mãe cuida de um machucado na perna de
seu filho. Metaforicamente, você precisa beijar melhor, colocar um band-
aid mágico e assegurá-lo de que está tudo bem.
É o mesmo tipo de atitude, uma em que você reconhece que eles estão
com dor emocional. Você é gentil com eles por causa disso, então você
não vai forçar a barra.
A confiança mostra competência, e ternura mostra que você não vai
empurrá-los para algo prematuramente e fazer as coisas piorarem.
Todas essas são sugestões simbólicas de que você está em controle. Elas
dizem ao cliente que você pode lidar com a situação, que você possui mais
poder do que o problema. Isto gera uma sensação de confiança no cliente
de que você sabe o que está fazendo.
Assim que eles tiverem confiança em você, eles também terão confiança
neles mesmos, porque eles são os que geram a sensação de confiança.
[destacado] E assim que eles tiveram mais confiança, eles terão mais
poder do que o problema.

Uma questão de privacidade: Quando utilizar terapia


livre de conteúdo
As vezes um cliente pode não querer divulgar os detalhes exatos
relacionados ao problema pelo qual ele veio te ver.
Isto pode ser porque ele sente vergonha ou porque o evento foi tão
traumático que ele ainda não está pronto para falar sobre ele.
O fato é, poderia haver um número de razões pelo qual um cliente
poderia não ser capaz de compartilhar os detalhes de seu problema.
Em alguns casos, as circunstâncias podem ser um fator contribuinte. Por
exemplo, se está em público, como durante um treinamento de hipnose,
então este ambiente pode na verdade fazê-los se sentir pior.
Se o treinamento está sendo gravado, então haverá um registro histórico
que outras pessoas poderão ver, portanto eles podem não querem
compartilhar os detalhes do evento traumático nestas circunstâncias.
Se a situação é privada, o que vai ser na maioria dos casos, você pode
perguntar gentilmente à seu cliente porque ele não quer divulgar os
detalhes para ver se há algum meio de ajuda-lo a aliviar a sua ansiedade.
Se depois desta discussão ele ainda não se sentir confortável para revelar
os detalhes de seu problema, você pode proceder para o que é conhecido
como terapia livre de conteúdo.
Enquanto saber o que é exatamente o problema facilita o seu trabalho,
você ainda pode ajudar o seu cliente prestando atenção em seu estado
emocional e procurando por sinais de transe.
Todo trabalho de regressão é feito utilizando linguagem metafórica e
simbólica, não é necessário saber exatamente qual é o problema. Você
pode ver quando um cliente fica irritado, bravo, nervoso ou amedrontado.
Você pode continuar a checar que eles estão ok por meio de sinais verbais
ou não-verbais, e colocá-los fora da memória quando necessário.
Simplesmente prestar atenção ao cliente fará com que você seja capaz de
dizer quando alguma coisa mudou para eles.
Mas uma das formas mais efetivas e eficaz para a terapia livre de
conteúdo é na verdade pedir à eles para fazer uso de um símbolo como
ponto focal.
Por exemplo, alguém que é religioso poderia ir à um curandeiro religioso.
O curandeiro então diria algo como o seguinte:
[destacado]”Em um momento o seu anjo guardião virá para a sala. Me
diga quando você sentir a presença do mesmo. Ótimo. Agora deixe que o
anjo te cure. Me diga quando estiver feito.”
O cliente diz ao curandeiro que está feito, e o curandeiro diz ao cliente
para ir para casa e ficar curado. O problema foi resolvido através de
simbolismo. Você não precisa de uma regressão, porque a atitude total do
cliente mudou.
E, de novo, isto é simbolismo. São metáforas.
O aspecto mais importante para o trabalho com mudanças generativas,
que é hipnose sem conteúdo, é que você consiga o símbolo de seu cliente.

Pergunte à ele o que é um símbolo que é poderoso o suficiente para lidar


e resolver o seu problema. Alguns exemplos são o Super-Homem, a mãe
teresa, o sol ou outros elementos terrestres, ou uma poderosa espada,
fada, um mago.
A razão para obter o símbolo de seu cliente em vez de utilizar o que você
acha que seria poderoso é que cada um de nós temos a nossa própria
simbologia arquetípica, que criamos ao longo de nossas vidas. E o
significado dela é diferente para cada pessoa.
Ou como Igor Ledochowski sempre diz em seus seminários de
treinamento...
[imagem]

E se lembre, é apenas uma técnica!


E a última coisa que gostaríamos de compartilhar na primeira parte deste
guia de terapia de regressão é a seguinte...
Tente não ficar preso às técnicas! Se lembre de que regressão é
simplesmente o processo, aonde o seu trabalho é fazer o cliente reviver,
obter recursos e reintegrar.
Isto é basicamente tudo o que você precisa fazer. As técnicas irão ajudar
você à aprender o processo bem o suficiente de modo que, se algo não
estiver funcionando, você será sempre capaz de voltar um ou dois passos
(ou mais), para ajeitar e refinar tudo o que for necessário.
A forma mais fácil de fazer uma regressão é apenas seguir a emoção. Se a
emoção é realmente forte, então o cliente já regrediu de alguma forma.
Apenas o diga para seguir a emoção para a primeira vez que ele a sentiu.
Você vai ter o transe por pressuposição, e a memória vai começar à vir.

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