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Aliancismo Progressivo Traçando Uma Via Entre o Dispensacionalismo
Aliancismo Progressivo Traçando Uma Via Entre o Dispensacionalismo
A Joel, Justin, Joshua, Janae e Jessica Wellum, todos vocês são verdadeiros presentes graciosos
de Deus para mim. Que vocês possam conhecer, amar e servir ao nosso glorioso e triúno Senhor
da aliança em todos os dias de suas vidas! Que ele seja sua porção e seu deleite, e que vocês
possam permanecer firmes, sem comprometer a verdade do evangelho nos tempos difíceis!
Efésios 1.15-23
AGRADECIMENTOS
Stephen J. Wellum
Brent E. Parker
INTRODUÇÃO
Stephen J. Wellum (com Brent E. Parker)
Desde o início, a igreja luta com a forma de alinhar as alianças bíblicas e
entender a natureza de seu cumprimento em Cristo Jesus, nosso Senhor. Em
verdade, é impossível compreender muitas das lutas da igreja primitiva que
não sejam debates sobre as alianças. Por exemplo, pense no debate sobre a
relação entre judeus e gentios na igreja (Mt 22.1-14; At 10-11; Rm 9-11; Ef
2.11-22; 3.1-13), na falsa teologia da aliança dos judaizantes (Gl 2-4), na
necessidade do Concílio de Jerusalém (At 15), no debate sobre fortes e fracos
(Rm 14–15) e na questão de como os cristãos devem relacionar-se com a lei
mosaica (Mt 5–7; 15.1-20; At 7; Rm 4; Hb 7–10). Todos esses debates,
contudo, são apenas uma batalha dentro do debate mais amplo sobre a relação
entre as alianças, especificamente a antiga e a nova alianças.
Hoje, especialmente dentro da teologia evangélica, esse debate não
tem diminuído e é representado pelos dois sistemas bíblico-teológicos
dominantes da teologia dispensacionalista e aliancista (e suas variantes).
Embora essas duas visões concordem em relação a áreas centrais do
evangelho, diferem em suas respectivas compreensões acerca da natureza e
da inter-relação das alianças bíblicas. Em relação a esses pontos de
discordância, ainda há muita divisão, especialmente em questões de como a
lei mosaica se aplica aos cristãos de hoje, a relação entre Israel e a igreja, e as
várias implicações dessas discussões para a eclesiologia e a escatologia.
Parece difícil alcançar um consenso nessa discussão recorrente,
especialmente se a pessoa permanece dentro dos limites dos dois pontos de
vista.
Nos últimos anos, várias pessoas têm sentido a necessidade de uma
posição mediadora nesses debates, surgida especialmente na disciplina da
Teologia Bíblica.[1] Por essa razão, Peter Gentry e eu escrevemos Kingdom
Through Covenant (KTC),[2] no qual propusemos uma forma ligeiramente
diferente de pensar por meio da estrutura narrativa da trama da Bíblia, em
contraste com as visões atuais. Embora tenhamos sido muito beneficiados
pelas teologias dispensacionalista e aliancista, também estávamos
convencidos de que uma visão alternativa era necessária para solucionar
alguns desses conflitos.
Rotulamos nossa visão como aliancismo progressivo (AP), a fim de
distingui-la das variadas alternativas. O termo progressivo busca sublinhar a
natureza do desdobramento da revelação de Deus ao longo do tempo,
enquanto a palavra aliancismo enfatiza que o plano de Deus se desenrola
através das alianças, e que tudo das alianças encontra seu cumprimento, telos
e término em Cristo. Defendemos veementemente a unidade do plano-
promessa de Deus que culminou na nova aliança. Nosso foco na nova aliança
é não excluir os outros pactos, já que, no plano de Deus, cada pacto é
significativo. A fim de discernir esse significado, cada pacto deve ser
colocado em seu devido posicionamento na aliança e, em seguida, situado em
termos de qual(is) pacto(s) o precedeu(eram) e o seguiu(ram), antes de
podermos discernir corretamente como a totalidade do plano de Deus é
cumprida em Cristo. Ao fazer isso, interpretamos as Escrituras em seus
próprios termos e descobrimos o plano glorioso de Deus revelado diante de
nossos olhos. Aprendemos como, em Cristo, todas as promessas de Deus são
“sim e amém” (2Co 1.20).
No KTC, declaramos que nossa visão era um subconjunto da teologia
da nova aliança (TNA), mas preferimos não usar esse rótulo, o que nos leva
à razão para o título deste trabalho atual. Embora respeitemos muitos dos que
se identificam com a TNA, hesitamos em usar esse rótulo porque não
estávamos de pleno acordo com as diversas visões encaixadas sob sua
bandeira.[3] Por exemplo, alguns defensores da TNA negam uma aliança da
criação, a obediência ativa de Cristo e a imputação de justiça, concedendo
pouco espaço ao caráter instrutivo da lei mosaica na vida da igreja — pontos
que rejeitamos em sua totalidade.[4] Além disso, alguns distinguem a antiga e
a nova alianças apenas em termos de categorias externa e interna, ou que a
antiga aliança não possuía graça, ou seguem a distinção aliancista
“incondicional-condicional” — ideias que não podemos endossar.[5] No
entanto, alguns dos que abraçam a TNA também se identificam com nossa
proposta, embora prefiramos usar o rótulo “aliancismo progressivo”.[6]
Quando KTC foi escrito, apenas arranhamos a superfície do debate.
Foi impossível dizer tudo em um único volume — o que, rapidamente,
muitos de nossos críticos apontaram, embora poucas críticas tenham, de fato,
envolvido o argumento do livro.[7] Em verdade, em várias dessas críticas, era
difícil reconhecer o livro que realmente escrevemos; no entanto, sabíamos
que um livro subsequente seria necessário para esmiuçar alguns pontos que
não foram suficientemente desenvolvidos ou que ficaram fora da discussão.
O presente trabalho é uma continuação do KTC. Sua finalidade é
desenvolver a visão geral com mais detalhes e profundidade. Não se trata,
aqui, da palavra final, mas tão somente de uma tentativa de dar continuidade
ao diálogo sobre essas importantes questões. Todos os autores trabalham
dentro da visão básica de AP, embora nem todos concordem em todos os
pontos. Em certas questões doutrinárias, não tomarmos uma posição. Por
exemplo, a respeito do milênio, os que advogam o AP podem aceitar o pré-
milenismo ou o amilenismo, embora todos estejam unidos em rejeitar um
entendimento dispensacionalista da promessa à nação de Israel de uma terra
“separada” dos cristãos gentios. Ou, em relação a um texto como Romanos
9–11, pessoas que seguem nosso ponto de vista podem divergir, mas todas
elas concordam que essa passagem não demanda interpretação
dispensacionalista.
Dos dez capítulos que seguem, os capítulos de 1 a 4 são ensaios gerais
que discutem vários tópicos cruciais para agregar as alianças bíblicas. Eles
continuam a desenvolver o aliancismo progressivo em relação ao
dispensacionalismo e à teologia do pacto, indicando semelhanças e
diferenças.
No capítulo 1, Jason DeRouchie apresenta uma discussão envolvente
quanto ao significado da “semente de Abraão” e à forma como esse tema é
desenvolvido a partir da aliança abraâmica dentro do AT e trazido a
cumprimento no NT. Ao fazer isso, DeRouchie fornece maior justificativa
exegética no AT à eclesiologia da nova aliança, em contraste com as teologias
dispensacionalista e aliancista.
No capítulo 2, Brent Parker se volta para a relação tão debatida entre
Israel-Cristo-igreja. A teologia dispensacionalista tende a separar Israel e a
igreja, enquanto a teologia da aliança tende a fazer uma fusão de ambos.
Parker demonstra que, por meio das alianças, o relacionamento correto é
Israel com Cristo e, em seguida, com a igreja, para que, em Cristo, não
apenas seja cumprido o papel de Adão, como também o papel de Israel. Em
Cristo, a identidade, a vocação e os papéis profetizados do Israel na condição
de povo são cumpridos; e, portanto, nada é deixado em aberto para Israel
como nação, além de Cristo.
Nos capítulos 3 e 4, Jason Meyer contrasta o aliancismo progressivo
com a compreensão da lei mosaica nas teologias dispensacionalista e
aliancista, assim como sua relação com a nova aliança, enquanto Ardel
Caneday arremata nossos ensaios iniciais ao mostrar que a distinção
incondicional-condicional dos pactos é incorreta e desnecessária.
Nos quatro capítulos seguintes (caps. 5 a 8), algumas questões
específicas relacionadas à teologia aliancista são discutidas e desenvolvidas.
No capítulo 5, John Meade, aborda a questão da circuncisão com foco
específico sobre seu significado em sua posição dentro da aliança e seu
desenvolvimento tipológico através dos pactos. Ele argumenta que a
circuncisão da carne distinguia uma pessoa para o serviço a Deus, mas, no
AT, esse sinal não se igualava verdadeiramente àquilo que significava no
povo de Deus da antiga aliança. Esse sinal da circuncisão também foi um
tipo, prefigurando a circuncisão do coração, que conduziria à devoção a Deus
— o que o símbolo representava. Como tal, a circuncisão do coração tornou-
se o sinal de todos os membros da nova aliança, que são verdadeiros judeus
no reino de Deus. O batismo, portanto, não é o cumprimento ou a
substituição da circuncisão da carne; é, de fato, um sinal externo ou um
testemunho da circuncisão no coração do membro de uma nova aliança.
Como resultado, o batismo não deve ser aplicado a alguém que não tenha
sofrido circuncisão do coração, que não se arrependeu de seu pecado, nem
creu ou confessou que Jesus Cristo é o Senhor.
No capítulo 6, Tom Schreiner investiga a questão controversa do
Sabbath. Ele rejeita a distinção tripartite da lei na teologia do pacto, define
como o aliancismo progressivo interpreta o Sabbath à luz de Cristo e afirma
que o mandamento do Sabbath não é necessário para os crentes da nova
aliança.
No capítulo 7, Chris Cowan critica um dos principais argumentos da
teologia do pacto para sua visão mista da igreja, qual seja, as passagens de
advertência da Escritura. A teologia da aliança insiste que, nesses textos de
advertência, há membros não eleitos da nova aliança que cometerão
apostasia. Cowan rejeita essa interpretação, oferecendo uma crítica a seus
argumentos e uma visão alternativa que avalia melhor os dados bíblicos.
Jason S. DeRouchie
Resumo
Outros textos endereçam o tornar-se “filhos e filhas” de Deus ao
identificá-los com o Filho régio (Is 43.5-7; 44.4; 45.25; cf. 2Co 6.18) da
“semente” multiétnica de Jeová na nova criação (Is 59.20-21; 61.9; 65.9, 23;
66.18-23). No entanto, os textos mostram que Isaías previu que a era da nova
aliança seria cumprida pelo Rei servo, que teria por “posteridade” tanto
judeus como gentios, identificados com ele tão somente pela adoção
espiritual. Como representante de Israel, ele se tornaria agente da bênção
universal, um instrumento por meio do qual a paternidade real de Abraão
seria realizada em escala global.
Conclusão
Na mitologia grega, Procrustes era filho de Poseidon. Ele tinha uma cama
de ferro que oferecia aos viajantes cansados. Ele usava a hospitalidade como
uma armadilha de tortura. Se os viajantes fossem muito pequenos para a
cama, ele esticaria seus corpos para que pudessem caber no leito. Se eles
fossem muito altos para a cama, Procrustes cortaria o excesso do
comprimento de suas pernas.
Sistemas teológicos podem tornar-se um leito procrusteano. Se o texto
não satisfizer o nosso sistema, podemos esticá-lo para dizer o que queremos.
Se o texto diz mais do que o que se adapta confortavelmente ao nosso
sistema, podemos cortar o que gostaríamos que não dissesse.
Não estou denegrindo os sistemas teológicos. Pelo contrário, os
sistemas teológicos podem aguçar nosso entendimento de todo o conselho de
Deus, mas somente se não determinarem antes nosso entendimento da
Palavra de Deus. Portanto, os sistemas teológicos devem sempre ser
emparelhados com a autoconsciência teológica. Temos de encarar de frente
nossos compromissos teológicos, levando-os às Escrituras. A Bíblia não está
sobre o leito; a Bíblia é o leito. Só a Bíblia tem a autoridade de servir como
leito procrusteano para todo o nosso pensamento. Se amamos a Bíblia mais
do que nossos sistemas teológicos, estaremos ansiosos para medir nossos
sistemas de acordo com o padrão bíblico.
Neste capítulo, eu me esforço para fazer duas coisas. Em primeiro
lugar, examinar como os sistemas teológicos influenciam a maneira como
abordamos a lei mosaica na atualidade; em segundo lugar, desenrolar um
entendimento de aliancismo progressivo da lei.
Rota de continuidade/descontinuidade
Continuidade Descontinuidade
Formas d
Teologia Aliancismo dispensacionalism
Teonomia
Aliancista Progressivo Progressivo
Revisado | Clássico
Aliancismo progressivo
O aliancismo progressivo proporciona um meio-termo entre a teologia da
aliança e o dispensacionalismo. O documento que o define é o livro de
Gentry e Wellum, Kingdom Through Covenant.[151] O aliancismo progressivo
tem afinidade com o movimento teológico que tem sido chamado de
“teologia da nova aliança”,[152] mas também há algumas diferenças entre
ambos. Por exemplo, os teólogos do aliancismo progressivo defendem uma
aliança de criação, enquanto alguns dentro da teologia da nova aliança, não.
[153] Assim como os teólogos aliancistas, eles enfatizam a unidade orgânica
das Escrituras, mas rejeitam o pedobatismo da teologia da aliança, que toma o
princípio genealógico como uma promessa para os filhos dos crentes. [154] A
abordagem do aliancismo progressivo em relação à lei mosaica se inclina
mais para a descontinuidade e está mais próxima do dispensacionalismo
progressivo, mas por razões distintas.
Dispensacionalismo
A teologia dispensacionalista passou por várias revisões em sua história.
O dispensacionalismo clássico enfatiza a descontinuidade e começou no
século 20, com teólogos como John Nelson Darby e Lewis Sperry Chafer.
Esse sistema de pensamento tornou-se proeminente e popular por meio da
Scofield Reference Bible.
O dispensacionalismo revisado efetuou algumas mudanças
importantes no dispensacionalismo clássico. Os principais teólogos incluem
Charles C. Ryrie e John Walvoord. O dispensacionalismo revisado representa
o pensamento dispensacionalista durante as décadas de 1950 e 1980.[155] O
dispensacionalismo progressivo é uma revisão ainda mais profunda que se
tornou mais proeminente a partir dos anos 1980 e 1990, com o livro de Craig
Blaising e Darrell Bock, obra que representou seu marco.[156]
O que cada ramo do dispensacionalismo ensina? O
dispensacionalismo clássico estabeleceu uma distinção entre dois tipos de
humanidade e dois tipos de salvação. A humanidade terrena (israelitas vivos
no retorno de Cristo) experimentará salvação terrena, enquanto a humanidade
celestial experimentará a ressurreição e a salvação celestiais. Dispensações
diferentes fornecem regras diferentes para governar as pessoas que vivem sob
cada período de tempo ou época.[157] De acordo com esse sistema, a
dispensação da lei mosaica terminou com a agenda de Deus para Israel e deu
início à dispensação da graça para a igreja. Assim, eles enfatizam a
descontinuidade entre a era da lei e a era da igreja.
O dispensacionalismo revisado manteve intactas as sete dispensações
distintas da Scofield Reference Bible, mas abandonou o “dualismo eterno dos
povos celestiais e terrenos”,[158] afastando-se, assim, da implicação do
dispensacionalismo clássico de que a lei e a graça eram duas maneiras
diferentes de salvação.[159]
O dispensacionalismo progressivo permite mais continuidade,
enfatizando uma “visão holística e unificada da salvação eterna”. [160] Israel e
a igreja ainda são distintos, mas foram reunidos no sentido de que a igreja já
goza em parte das bênçãos prometidas a Israel. Na próxima dispensação,
todas as bênçãos da nova aliança serão realizadas, incluindo o cumprimento
literal das promessas do Israel étnico.
As diferenças entre o aliancismo progressivo e o dispensacionalismo
progressivo são mais complicadas. Uma das principais diferenças tem
natureza hermenêutica. O dispensacionalismo progressivo adota uma
hermenêutica chamada complementar, que existe em paralelo à hermenêutica
literal. Portanto, eles afirmam que a forma como os autores do NT leem o AT
é um pouco incompleta. Os apóstolos pegam as promessas originais e
realizam mudanças complementares a elas sem exaurir as promessas
originais. Eles encontram a realização espiritual na igreja e a realização mais
literal no futuro de Israel (em geral, no milênio). Por exemplo, os
dispensacionalistas progressivos dizem que a promessa original de terra ainda
aguarda a realização “literal” para os israelitas étnicos. Os que estão no
campo do aliancismo progressivo observam que o próprio AT interpreta
intertextualmente as promessas de terra como indicadores para a nova
criação, não a terra de Canaã.[161] Eles acreditam que os autores do NT leram
corretamente o sentido original das promessas. Não há necessidade de
complementar sua leitura com um cumprimento mais “literal” no futuro.
Mais importante ainda, o aliancismo progressivo difere do
dispensacionalismo ao colocar ênfase mais pronunciada no desenvolvimento
progressivo dos pactos bíblicos e em seu cumprimento final em Cristo.
É importante resistir ao exagero nas diferenças entre esses pontos de
vista. Surpreende a alguns ver até que ponto eles partilham um núcleo
comum de conteúdo ético. Todos os pontos de vista afirmam que os cristãos
são chamados a obedecer aos mandamentos de Deus. Eles não diferem muito
entre si em termos do que um cristão é chamado a fazer, mas, sim, em termos
de como se chega a essa conclusão, que é especificamente ilustrada na
aplicação contínua do mandamento do Sabbath.[162]
Frio demais
Eu já tinha achado o dispensacionalismo clássico demasiadamente frio
em relação à lei. No entanto, descobri uma posição quanto à lei que, às vezes,
ainda parecia morna, mas, em outras ocasiões, parecia fria como gelo, na
chamada teologia da nova aliança. Por exemplo, a seguinte declaração me
perturbou: “Devemos simplesmente perceber que a Lei só pode medir e punir
atos externos de comportamento. Não pode lidar com o coração e os motivos
íntimos”.[167]
Simplificando, a perspectiva avançada era que a antiga lei da aliança
era um código legal e, como tal, tinha de ser meramente externo para legislar
sobre moralidade e condenar os infratores da lei. O autor foi mais longe ao
afirmar que o problema com os Dez Mandamentos é que “as leis nas tábuas
de pedra não eram suficientemente elevadas e espirituais para um filho de
Deus de pleno direito que viva sob a Nova Aliança”.[168] Entendo que “não
suficientemente espiritual” seja outra maneira de destacar a mera
externalidade da lei. Também afirmava que “a Lei de Moisés não poderia
lidar com o coração ou com a motivação simplesmente porque isso está além
da capacidade de uma lei puramente objetiva”.[169]
Essas declarações conduzem a dois problemas. Primeiro, Paulo não
disse que o problema com a lei consistia em não ser suficientemente
espiritual. Ele disse o contrário: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual;
mas eu sou carnal, vendido sob o pecado” (Rm 7.14).[170] O problema não era
a natureza da lei, mas a natureza da humanidade pecadora. Paulo diz a mesma
coisa um pouco depois: a lei estava enfraquecida pela carne (cf. Rm 8.3). A
lei não poderia servir como a solução para nosso problema do pecado.
Somente Deus poderia lidar de forma decisiva com o pecado através do
sacrifício de Cristo (Rm 8.3).
Em segundo lugar, a leitura dos Dez Mandamentos como sendo
meramente externos falha na estrutura deles. O primeiro mandamento
(idolatria) e o último mandamento (cobiça) abordam questões profundamente
internas. Como limitar a cobiça a uma mera legislação? Se o primeiro e o
último apresentam uma dimensão interna e espiritual, então devemos ler
todos eles como “espirituais”.
Outras pessoas no campo da teologia da nova aliança podem dizer
coisas distintas, mas eu nunca li qualquer oposição aberta às declarações de
John Reisinger sobre esse ponto específico. Além disso, é necessário ser
cauteloso ao incluir todos os adeptos de um sistema num grupo e esperar que
haja um acordo unânime sobre todos os pontos.[171] Aqui, meu único ponto é
que detectei uma atitude em relação à lei que não correspondia à atitude que
encontrei em Romanos 7. Devemos unir-nos fortemente a Paulo na afirmação
de que a lei é espiritual (Rm 7.14), santa, justa e boa (Rm 7.12). A lei deveria
ser um deleite. O homem interior pode deleitar-se ou ter prazer na lei (Rm
7.22). Sistemas de teologia que enfatizam a descontinuidade têm de levar em
conta essas afirmações claras.[172]
Quente demais
Eu vi o problema oposto em algumas de minhas leituras de teólogos
dentro da tradição reformada. Eles pareciam ter zelo por praticamente igualar
a antiga aliança e a nova aliança. O impulso é afirmar que a aliança mosaica é
a mesma em “essência e substância” com a nova aliança.[173] Mas, quando
procurei passagens-chave que servissem como padrões de comparação, elas
não pareciam permitir esse tipo de equiparação. Duas passagens (2Co 3; Hb
8) se destacam como prumos importantes.
A glória da nova aliança. Em 2 Coríntios 3, Paulo diz duas coisas
sobre a antiga aliança e seu ministério: (1) ela era gloriosa e (2) a glória
superior da nova aliança levou a antiga ao fim. A glória da nova aliança
eclipsa e traz um fim à glória da antiga aliança. Em termos de posição,
aqueles comprometidos com a continuidade são rápidos em afirmar a
natureza gloriosa da aliança mosaica, porém mais lentos em enfatizar o
eclipse da antiga aliança por conta da glória superior da nova aliança.
Aqueles que preferem a descontinuidade enfatizam a superioridade da nova
aliança sobre a antiga aliança, mas minimizam a bondade e a glória da antiga
aliança. O texto não permitirá uma falsa dicotomia. A aliança mosaica foi
uma aliança gloriosa que agora havia chegado ao fim por causa da glória
superior da nova aliança. Vejamos alguns dos pormenores.
A palavra “glória” ocupa o centro do palco nessa passagem, o que fica
claro pelo fato de que aparece dez vezes em apenas cinco versículos (v. 7
[duas vezes], v. 8, v. 9 [duas vezes], v. 10 [três vezes], v. 11 [duas vezes]).
Paulo atribui glória tanto à antiga aliança como à nova aliança, mas não as
apresenta como igualmente gloriosas, porque as compara e contrasta. A lei
mosaica veio com grande glória, mas a glória da nova aliança ofusca a glória
do pacto da lei. Paulo faz três tipos de comparação entre a antiga e a nova: (1)
lógica, (2) qualitativa e (3) temporal.
Primeiro, a comparação lógica vem em 2 Coríntios 3.7-9. O
argumento de Paulo “se (...), então” move-se do menor para o maior. Se o
menor é verdadeiro, então, certamente, o maior é ainda mais verdadeiro. Os
fatos são claros na comparação: o ministério da lei trouxe morte e
condenação; o ministério da nova aliança traz vida e justiça salvadora. Paulo
coloca esses fatos em uma conclusão inevitável: se o ministério da antiga
aliança, que levou muitos aos “não tão gloriosos” efeitos (ou seja, à morte),
veio com glória, então é possível ter ainda mais certeza de que a nova aliança
é mais gloriosa, porque seu ministério conduz a mais efeitos gloriosos.
Em segundo lugar, a comparação qualitativa aparece no versículo 10:
“Porque também o que foi glorificado, nesta parte, não foi glorificado, por
causa desta excelente glória”. A glória da aliança foi reajustada com a vinda
de Cristo. Paul Barnett capta bem essa nuance ao dizer que a glória da nova
aliança “externou a glória” e, assim, “degloriou” a glória da antiga aliança.
[174] A Escritura chama o sol e a lua de dois grandes lumiares (Gn 1.16), mas
a lua ainda é classificada como um “luminar menor”, enquanto o sol é o
“luminar maior” (Gn 1.16). Da mesma forma, a glória da antiga aliança é
grande e brilhante quando considerada por si só; no entanto, quando
comparada com o luminar maior e mais brilhante da nova aliança, a antiga
aliança empalidece na comparação.
Em terceiro lugar, Paulo esclarece seu ponto temporal em 2 Coríntios
3.11: “Porque se o que estava desaparecendo era glorioso, o que permanece
será ainda mais glorioso”. O versículo 11 fornece a base para os versículos 9-
10. Seu objetivo não é denegrir a antiga aliança, mas fornecer uma base para
o eclipse que sofreu: ela chegou ao fim, enquanto a nova permanece. A nova
aliança fez um eclipse sobre a antiga porque permanece, enquanto a antiga se
desvanece. Nenhuma aliança futura vai eclipsar a nova aliança.
Essas três comparações mostram como é difícil sustentar que a antiga
e a nova alianças têm igualdade de essência e substância. Alguns tentam
proteger a antiga aliança da força dos contrastes de Paulo, dizendo que o que
chega ao fim não é a existência da antiga aliança, mas, sim, seus efeitos.[175]
O indicador mais claro de que Paulo está pensando na existência da antiga
aliança é o paralelismo do contraste no versículo 11. Conforme já assinalado,
o termo “permanece” mostra que Paulo está destacando a questão da
existência: a antiga acaba, a nova permanece. Paulo não está comparando
seus efeitos: os efeitos da antiga aliança chegaram ao fim, enquanto os efeitos
da nova aliança permanecem.
Outras escolhas de palavras por Paulo também devem ser levadas a
sério. Ele usa as palavras “maior proporção” (v. 9) e “muito maior” (v. 10),
que significam “quantidade de glória”, e não “convicção de glória”. A lógica
de Paulo no versículo 10 também requer uma comparação entre glória
superior e glória inferior. Qualquer tentativa de dizer que as alianças são
iguais em glória faz com que o ponto abordado por Paulo no versículo 10
deixe de fazer sentido.
A superioridade da nova aliança. Essas mesmas comparações são
proeminentes em Hebreus 8. Vou apenas apontar algumas das questões. Não
há dúvida de que Hebreus apresenta a nova aliança como uma aliança
superior. “Mas agora Jesus obteve um ministério tanto mais excelente, quanto
é também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores
promessas” (Hb 8.6). Hebreus não recua no uso de termos como “superior” e
“melhor” para descrever a nova aliança. Se a nova aliança é “superior”, então
qual falha o autor encontra na antiga aliança? Hebreus mostra que a antiga
aliança não foi projetada para mudar o coração. Em verdade, a falta de
capacidade da antiga aliança para mudar o coração aponta para a
fundamentação de uma nova aliança. “Porque, se aquela primeira aliança
tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para
uma segunda aliança” (Hb 8.7). A falha, então, é identificada como sendo do
povo (cf. Hb 8.8). A nova aliança tem o poder de remover o coração de
pedra, ao contrário da antiga aliança. Depois de citar Jeremias 31, o autor de
Hebreus explicita como isso implica o fim da antiga aliança. A aliança
mosaica é chamada de “antiga”, e isso significa que deveria dar lugar à
“nova”. “Quando ele diz “nova aliança”, torna antiquada a primeira. Ora,
aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer” (Hb
8.13, ênfase do autor).
Os pontos acima representam um desafio à teologia da aliança. Não se
pode, no entanto, colocar todos os teólogos aliancistas no mesmo campo
sobre essa questão. Alguns diferem na forma de entender a novidade da nova
aliança. É revigorante ler o teólogo aliancista Michael Horton admitir que
alguns dentro da teologia da aliança têm enfatizado a continuidade à custa da
novidade da nova aliança. Ele tem toda a razão em salientar que alguns
teólogos aliancistas se agarraram à novidade qualitativa da nova aliança.
Rota de continuidade/descontinuidade
Fosso da Fosso da
continuidade descontinuidade
Formas de
Teonomia Teologia Aliancismo
dispensacionalismo
Progressivo |
Aliancista Progressivo
Revisado | Clássico
Não quero insinuar, em absoluto, que essa seja uma questão fácil. Não é.
Jonathan Edwards concorda: “Talvez não haja parte da divindade tratada com
tanta complexidade, e na qual os adivinhos ortodoxos divergem tanto, quanto
indicar concordâncias e diferenças precisas entre as duas dispensações de
Moisés e Cristo”.[199] A natureza difícil da lei mosaica e da lei cristã exige
que escutemos atentamente o texto e também uns aos outros. Confesso que
não só quero ler livros dessas outras perspectivas teológicas, como também
preciso lê-los, pois, com frequência, enfatizam um aspecto ou uma passagem
do texto que sou propenso a encobrir muito rapidamente. Nenhum sistema de
pensamento é perfeito. Todos nós vemos de maneira turva através de um
vidro. Nenhum sistema teológico terá plenitude antes do retorno de Jesus.
Temos de evitar a tentação de travar discussões fantasiosas com os
outros, debates nos quais sempre ganhamos. Em geral, essas fantasias
chegam a um clímax quando nossos “adversários” são obrigados a mudar de
ideia à luz de nossos argumentos superiores e de nosso raciocínio
inescapável. Também temos de evitar a tentação de ignorar os melhores
argumentos e os melhores defensores de uma visão, substituindo-os por
argumentos que são como espantalhos. Por exemplo, devemos evitar lançar a
palavra antinomiano de uma forma arrogante. Dizer que os crentes não estão
sob a lei mosaica não é evidência suficiente para a acusação de
antinomianismo. Paulo disse claramente que não estava “sob a lei”, mesmo
que ele vivesse como se estivesse para que pudesse viver com o propósito
evangelístico de ganhar aqueles sob a lei (1Co 9.20). O que é mais instrutivo
é quando Paulo se relaciona com gentios. Ele diz que vivia como um “sem-
lei”; isso não significa que ele operasse em uma esfera desprovida de lei. Ao
agir como alguém com ou sem a lei de Moisés, ele nunca estava “sem lei para
com Deus, mas debaixo da lei de Cristo” (1Co 9.21).
Categoricamente, o crente não é libertado de todas as manifestações
da lei. Nunca estamos sem a lei de Deus, mas sempre estamos sob a lei de
Cristo (1Co 9.21). A continuidade última existe ao longo dos tempos em
função da distinção Criador-criatura. A criatura está sempre ligada às
exigências do Criador (continuidade). Há descontinuidade em termos do
conteúdo dessas exigências e do que devemos chamar de sistema de
demandas (lei mosaica ou lei de Cristo). Esse tipo de distinção é a única
maneira de haver sentido em como Paulo pode distinguir a lei mosaica da lei
de Deus/lei de Cristo em 1 Coríntios 9.
O viés segue duas direções: (1) outros se tornam vítimas de nosso
viés, e (2) nós nos tornamos vítimas de nosso viés. Outros se tornam vítimas
de nosso preconceito quando somos duros, críticos e mesquinhos em relação
àqueles de quem discordamos. Nós nos tornamos vítimas de nosso próprio
preconceito quando adotamos, de forma acrítica, o que os outros do nosso
lado dizem apenas pelo fato de estarem do nosso lado. Uma preferência pela
continuidade ou pela descontinuidade pode tornar-nos críticos que facilmente
atiram pedras teológicas nos outros.
Talvez devêssemos ficar felizes quando somos alvo de críticas que
vêm não só de um lado ou do outro, mas de ambos os lados. Martyn Lloyd-
Jones acreditava que a crítica bidirecional pode ser um sinal de pensamento
equilibrado se você ocupar um espaço entre os extremos. Uma das maiores
tentações nos debates teológicos é enfatizar tanto um lado do espectro que
outras coisas sejam praticamente negadas. Em outras palavras, algo acaba
sendo tão acentuado de um lado que outra coisa é praticamente excluída do
lado oposto. Por exemplo, ouça o que ele diz sobre a união simétrica entre
doutrina, por um lado, e experiência, por outro.
Parece-me que temos o direito de estar bastante satisfeitos em
relação a nós mesmos, desde que tenhamos críticas de ambos os lados.
Quanto a mim, desde que eu seja acusado por certas pessoas de não ser
nada além de um pentecostal e seja, por outro lado, acusado por outras
pessoas de ser um intelectual, se eu sou um homem que está sempre
pregando a doutrina, desde que as duas críticas venham, fico muito
satisfeito. Mas, se quaisquer das duas críticas vierem a cessar, então
afirmo que é hora de ter cuidado e de começar a examinar meus próprios
fundamentos.[200]
Ardel B. Caneday
Introdução: Sobre as disposições da aliança
brancas e livres de culpa, têm acesso à árvore da vida e à cidade (22.14; 7.14;
e 1.5).[209]
A provisão pactual expressa aqui como “vestes lavadas”, em alusão à
morte sacrificial expiatória de Cristo — que é a base legal da salvação
expressa por Paulo como a obediência de Cristo (Rm 5.12-19) —, não é
contestada. As disposições do pacto que identificam quem recebe acesso à
árvore da vida e à cidade santa é que estão em foco — acesso ao qual Adão
renunciou por desobediência. Utilizando-se da formulação convencional da
disposição de pactos, identificada por “se... então”, o profeta adverte a todos:
“Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos
escritos neste livro. E, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro
desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das
coisas que estão escritas neste livro” (Ap 22.18-19). Embora alguns alterem a
ameaça de João para um teste de fé autêntica, o aviso é gramaticalmente
claro.[210] Ele decreta uma disposição pactual orientada para o futuro que
adverte contra a implicação da perda eterna; João não apresenta uma ameaça
pactual que afirma que, se alguém aumentar ou diminuir a profecia, é porque
nunca foi verdadeiramente redimido. Essa não é a função da aludida
passagem, que contém um aviso. João dirige sua ameaça expressamente aos
crentes que “lavam as suas vestes”, para que não pereçam.
Herdar as promessas de Deus é sempre condicional, pois ele concede
suas bênçãos pactuais àqueles que, por sua própria graça, observam cláusulas
que requerem uma crença perseverante e obediente. Desde a habitação de
Adão no Jardim do Éden — com acesso à árvore da vida — até a herança de
nossa habitação eterna, a cidade santa de Deus, com livre acesso à árvore da
vida, a vida pactual com Deus sempre implica cláusulas expressas como
mandamentos ou condições. O Senhor ordenou a Adão: “De toda árvore do
jardim você pode comer livremente, mas da árvore do conhecimento do bem
e do mal você não deve comer; porque, no dia em que dela comer, você
certamente morrerá” (Gn 2.16-17). Da mesma forma, o profeta do Senhor
reflete esse aviso em Apocalipse 22.18-19.
Assim, a lei nos condena e nos leva a Cristo para que o evangelho
possa confortar sem ameaças ou exortações que venham a conduzir à
dúvida. O evangelho age sem ameaças, não conduz ninguém por
preceitos; antes, ensina sobre a suprema boa vontade de Deus em
relação a nós. Enquanto o evangelho não contém mandamentos ou
ameaças, a lei de fato contém, e o cristão ainda é obrigado a seguir
ambas as “palavras” que ouve da boca de Deus.[219]
graça de Deus. Em vez disso, elas são um meio eficaz de preservar os que são
posse de Cristo. A ameaça do pregador, em seu clímax, orienta os crentes a
contemplar o temor que Moisés sentiu no monte diante da presença do
Senhor e a ponderar quanto mais terrível é chegar ao Monte Sião, a cidade do
Deus vivo, a Jerusalém celestial (Hb 12.25). Como a estrutura linguística das
disposições da nova aliança difere daquelas da antiga aliança? É evidente que
o que foi estipulado passou por mudança porque residimos sob a nova
aliança, não sob a antiga. No entanto, a estrutura ou a forma linguística
adequada para as disposições que prometem bênçãos ou maldições
ameaçadoras não mudou.
Gramaticalmente, a maneira como a antiga aliança e a nova aliança
expressam suas disposições, assim como bênçãos ou maldições, não difere.
Veja Levítico 18.5: “Portanto, guardem os meus estatutos e os meus juízos.
Aquele que os cumprir, por eles viverá. Eu sou o Senhor”. Agora pondere a
disposição de Paulo para Timóteo: “Cuide de você mesmo e da doutrina.
Continue nestes deveres, porque, fazendo assim [disposição da aliança], você
salvará tanto a si mesmo como aos que o ouvem [bênção pactual]” (1Tm
4.16).
Mais uma vez, considere como Paulo formula seus apelos pactuais em
Romanos 8.11-17:
“Vocês viram o que fiz aos egípcios e como levei vocês sobre asas
de águia e os trouxe para perto de mim [provisão pactual]. Agora, pois,
se ouvirem atentamente a minha voz e guardarem a minha aliança
[disposição da aliança], vocês serão a minha propriedade peculiar dentre
todos os povos [bênção pactual]. Porque toda a terra é minha, e vocês
serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa [bênção
pactual].” São estas as palavras que você falará aos filhos de Israel (Êx
19.4-6).
“Vocês viram o que fiz aos egípcios e como levei vocês sobre asas de
águia e os trouxe para perto de mim. Agora, pois, se ouvirem
atentamente a minha voz e guardarem a minha aliança, vocês serão a
minha propriedade peculiar dentre todos os povos. Porque toda a terra é
minha, e vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação
santa.” São estas as palavras que você falará aos filhos de Israel (Êx
19.4-6; ênfase do autor).
Conclusões
John D. Meade
Introdução
Deuteronômio 10.16
Deuteronômio 10.12-22 é uma unidade de discurso contida na seção geral
de disposições de Deuteronômio 4.45–11.32 (veja a estrutura do pacto a
seguir). Toda essa seção é unificada pelo tema central da lealdade a Jeová no
relacionamento pactual. O esquema de base da disposição geral é o seguinte:
Deuteronômio 30.6
A segunda instância da circuncisão em Deuteronômio está em 30.6: “O
Senhor, seu Deus, circuncidará o coração de vocês e o coração dos seus
descendentes [literalmente, “semente”], para que vocês amem o Senhor, seu
Deus, de todo o coração e de toda a alma, para que vocês tenham vida”. A
referência à circuncisão do coração em 30.6, como a resposta à iminente
deslealdade à aliança, vai refletir o uso em 10.16, passagem em que
funcionou como a resposta central à quebra do pacto. Portanto, ambas as
unidades (4.45–11.32 e 29.1–30.20) usam a circuncisão do coração como a
chave para resolver a infidelidade ao pacto; portanto, a circuncisão do
coração é um tema que une o livro.
Deuteronômio 30.1-10 expõe a bênção e a maldição, mas enfatiza a
bênção. A sintaxe e a estrutura da primeira seção são notoriamente difíceis.
Com base na gramática do discurso, a seguinte estrutura emerge em 30.1-10:
[267]
A1 Obediência 8
B Bênçãos 9
A2 Obediência 10
Conclusões
A circuncisão do prepúcio marcava alguém para o serviço dedicado ao
Senhor, e isso está em consonância com o fato de Israel ser chamado de reino
de sacerdotes e de nação santa (Êx 19.6). A família de Abraão tinha o sinal
que a marcava como sacerdócio santo e a dedicava ao serviço de Jeová. Mas
a história de Israel contradiz o sinal que eles carregavam. Em vez de serem
um sacerdócio real, eram teimosos e rebeldes. Um povo portando o sinal de
circuncisão da carne era um tipo, a figura de um povo devotado ao Senhor e
ao seu reino, dentro de uma relação de aliança. No entanto, a história da
redenção revela que o tipo passou por desenvolvimento a partir de
Deuteronômio 10.16; o AT já estava antecipando a realidade para a qual o
tipo apontava: a circuncisão interna do coração. Deuteronômio 30.1-10 e o
restante do testemunho do AT revelam que essa circuncisão do coração
deveria ocorrer na segunda fase do retorno do exílio, a fase em que,
finalmente, Jeová agiria para tirar a Babilônia de dentro do coração do povo.
Conclusões
Antes de passar ao NT e à aplicação teológica, segue um resumo
ordenado do argumento. Em primeiro lugar, o sinal da circuncisão com
Abraão em Gênesis 17 e, mais tarde, com Israel é compreendido de forma
mais precisa num contexto de circuncisão egípcia nas classes real e
sacerdotal. O ritual da circuncisão egípcia significava o serviço dedicado à
divindade. Esse significado foi transferido para Abraão e, em seguida, para
Israel com duas diferenças importantes: todo israelita do sexo masculino
passava pelo ritual aos oito dias de vida. Assim, Israel tinha um sinal
apropriado que lhes lembraria que são um reino de sacerdotes e uma nação
santa (Êx 19.6). Em segundo lugar, as passagens de Deuteronômio 10.12-22 e
30.1-10 contêm referências à circuncisão do coração, onde aquele que
recebeu a circuncisão do coração se tornará leal a Jeová a partir de um
coração dedicado (cf. Dt 6.4-5). Em terceiro lugar, Jeremias e Ezequiel
empregam circuncisão de coração e mudança de coração de maneiras que
estendem e desenvolvem a circuncisão do coração em Deuteronômio. Os
profetas enfatizam a iniciativa divina e, consequentemente, a fidelidade à
aliança por parte das pessoas que passaram por circuncisão e mudança de
coração após o retorno do exílio.
Ao traçar o tema da circuncisão através do cânon, várias observações
importantes foram notadas: (1) A circuncisão externa, como um sinal de
devoção a Jeová, foi imediatamente crivada de tensão, uma vez que Ismael,
Esaú e a descendência rebelde de Abraão tinham o sinal, mas não eram
dedicados a Jeová como o sinal indicava. O sinal estava em desacordo com a
coisa significada. (2) A circuncisão como o sinal do pacto abraâmico se
desenvolveu desde o início. A referência à circuncisão do coração em
Deuteronômio 10.16 deixa claro que a circuncisão interna se manifestaria nas
relações de fidelidade pactual. A partir de então, a circuncisão do coração
seria o sinal do verdadeiro membro da aliança. Deuteronômio 30.4-7 e
Jeremias 4.1-4 dispõem outros termos da aliança abraâmica, a partir da
circuncisão do coração. Essa mudança gerou um desenvolvimento
significativo na vida do sinal da circuncisão e na aliança abraâmica de
maneira geral; a partir de agora, as bênçãos do pacto abraâmico viriam
somente para aqueles que têm corações circuncidados. (3) Jeremias 9.24-25
prevê um dia em que Israel não será mais protegido do castigo devido às
nações, porque sua circuncisão era apenas externa. Em última análise, Judá
não é melhor do que o restante das nações. (4) Deuteronômio 30.1-10 instrui
que a circuncisão do coração não pode ser alcançada por iniciativa humana,
mas que Jeová realizará o ritual no coração na segunda etapa do retorno do
exílio, ou seja, quando houvesse a libertação do pecado e da própria morte.
O próprio AT testemunha um desenvolvimento do tema da
circuncisão do coração antes de chegar ao NT. O apóstolo Paulo parece
depender desse desenvolvimento enquanto interpreta o AT à luz do advento
de Cristo.
Romanos 2.29
Talvez o exemplo mais claro da circuncisão do coração no NT seja
Romanos 2.29, pois é o único texto do NT a usar a frase “circuncisão do
coração” (περιτομὴ καρδίας).[281] O argumento geral de Paulo na unidade
maior é demonstrar que os judeus são responsáveis perante Deus por seu
pecado (2.1–3.8). A seção relevante de Romanos 2.25-29 é parte de uma
unidade (2.17-29) na qual Paulo argumenta que há limitações da aliança.
Primeiro, ele aponta a limitação da lei (2.17-24). Os judeus desonram a Deus,
ao gloriarem a si mesmos na lei e transgredir a mesma lei (2.23). Moo sugere
que, quando Paulo retirou a vantagem da possessão da lei, o interlocutor
afirmou que a circuncisão — o sinal que identificava os judeus como povo de
Deus e herdeiros das promessas abraâmicas — evitaria que fossem tratados
como os gentios (até o ponto de sofrer com a ira de Deus, cf. 2.5). [282] Em
Romanos 2.25-29, Paulo agora procura mostrar que a circuncisão externa ou
interna só é útil se a lei for observada. Caso contrário, a circuncisão se torna
incircuncisão, no sentido de não haver o benefício de “resgatar o judeu da
tirania do pecado e do julgamento de Deus” (2.25).[283] O que salva não é
ritual externo; pelo contrário, a obediência à Lei determinará se alguém é
justo no julgamento. Portanto, aquele que está em estado de incircuncisão
poderia ser considerado circuncidado se seguisse os requisitos da lei (2.26). O
versículo 27, então, indica que o incircunciso que cumpre a lei condenará
aquele que, embora tenha a lei e a circuncisão, é um transgressor.
Os versículos 28-29 explicam (“porque”, γάρ) como a circuncisão não
pode salvar o judeu do poder do pecado e do julgamento de Deus. Nesses
versículos, Paulo redefine quem é o judeu. As cláusulas podem ser analisadas
de forma episódica:[284]
A. Porque não é judeu o que o é exteriormente,
B. nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne
Filipenses 3.3
Em Filipenses 3.3, Paulo diz: “Porque nós é que somos a circuncisão,
nós, que adoramos a Deus no Espírito e nos gloriamos em Cristo Jesus, em
vez de confiarmos na carne”. Em 3.2, Paulo instrui a igreja a ter cuidado com
“a falsa circuncisão” (τὴν κατατομήν), ou seja, com a falsa circuncisão dos
judaizantes. O próprio testemunho de Paulo em 3.5 interpreta “circuncidado
no oitavo dia” como confiança na carne (3.4). No entanto, a afirmação de
Paulo em 3.3 “nós é que somos a circuncisão (ἡ περιτομή)”, sugere que ele
tem uma circuncisão específica em mente. Ele ainda descreve essa
circuncisão como “aqueles que servem no/com/pelo Espírito de Deus”. Paulo
usa o verbo “servir” (λατρεύω) em 3.3. Com esse verbo grego, a Septuaginta
proferiu “ עבדservir” 24 vezes,[287] das 35[288] aparições em Deuteronômio.
De maneira significativa, λατρεύω aparece em 10.12, 20, em que Moisés
descreve, para o povo, a lealdade da aliança (cf. a discussão anterior sobre
10.16). Paulo ainda descreve “servir” combinado a “no/com/pelo Espírito de
Deus” (πνεύματι θεοῦ). Paulo usa a frase πνεύματι θεοῦ quatro vezes em suas
cartas (Rm 8.14; 1Co 12.3; 2Co 3.3; Fp 3.3). Talvez 2Coríntios 3.3 seja o
texto análogo mais significativo, pois Paulo afirma que a igreja em Corinto é
“a carta de Cristo (...) escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus
vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de corações de carne” [tradução
feita a partir da tradução do autor para o inglês]. Paulo descreve a igreja em
Corinto como a comunidade da nova aliança (2Co 3.6), uma carta escrita com
o Espírito de Deus. Em Filipenses 3.3, “a circuncisão” serve a Deus pelo
Espírito. Eles se gloriam em Cristo e não depositam confiança na carne.
Embora o termo “nova aliança” nunca tenha aparecido em Filipenses,
Paulo os descreve como uma comunidade da nova aliança em quatro
ocasiões, ao exortá-los: “que (...) tenham o mesmo modo de pensar” (φρονεῖν
τὸ αὐτό; 2.2; 4.2); “tendo o mesmo modo de pensar”, (φρονεῖν τὸ ἕν; 2.2);
“que estão firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos”
(στήκειν ἐν ἑνὶ πνεύματι, μιᾷ ψυχῇ συναθλοῦντες; 1.27).[289] Nesse contexto,
“a circuncisão” que serve a Deus pelo Espírito só poderia referir-se aos
membros da nova aliança. O tipo, a circuncisão da carne, superou seu
propósito, uma vez que o antítipo, a circuncisão interna do coração, chegou
em Cristo. Agora, só aqueles que servem pelo Espírito de Deus podem ser
chamados de “a circuncisão” e identificados como membros da nova aliança.
Colossenses 2.11-12
Nenhuma discussão sobre a circuncisão interna está completa se não
considerar Colossenses 2.11-12.[290] A exegese feita por Martin Salter, acerca
dos detalhes do versículo 11, deve ser seguida.[291] Dado o percurso da
circuncisão visível para a circuncisão oculta do coração, a “circuncisão
realizada sem mãos” no versículo 11 é uma referência à circuncisão
escatológica que Deus realizaria em seu povo na segunda fase do retorno do
exílio (cf. discussão de Dt 30.6, anteriormente). Isso não deve ser descrito
como “circuncisão espiritual”, mas o antítipo ou realização do tipo do AT,
que resolve uma tensão de seguir a história redentora na qual o povo da
antiga aliança poderia carregar o sinal de devoção a Deus em sua carne, mas
não possuir um coração realmente devotado. A frase preposicional “com a
circuncisão pertencente e feita por Cristo” explica como o povo se tornou
circuncidado com tal circuncisão.[292] O advento de Cristo se tornou a lente
que Paulo usa para interpretar o antigo sinal da circuncisão. A “tradição dos
homens” e os “rudimentos do mundo” não estão de acordo com Cristo (2.8).
Em vez disso, nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade e nele
a igreja recebe a plenitude (2.9-10). Portanto, a circuncisão realizada por
Cristo prepara ou dedica a igreja a Cristo.[293]
Minha análise difere da de Salter no que diz respeito ao verso 12,
particularmente em relação à forma como o particípio συνταφέντες “tendo
sido sepultados” se relaciona com o verbo principal περιετμήθητε “vocês
foram circuncidados” (2.11). Em vez de tentar criar uma correspondência
entre os elementos textuais de Colossenses 2.11-12 e Romanos 6.3-4,
devemos analisar mais de perto a gramática de Colossenses 2.11-12.[294] Com
base na gramática do discurso (que argumenta que a linguagem está cheia de
escolhas linguísticas e os autores escolhem uma opção em detrimento de
outras porque toda escolha tem significado), há uma forma finita do verbo
principal em Colossenses 2.11-12 , “vocês foram circuncidados” (2.11), e o
versículo 12 começa com um particípio “tendo sido sepultados”. As seguintes
opções estão disponíveis para o autor: (1) ele poderia ter usado um verbo
adicionado à sintaxe verbal para comunicar que as duas ideias tinham a
mesma proeminência. A escolha por um particípio, e não por outro verbo,
destaca que a forma finita do verbo merece atenção primária.[295] (2) Ele
poderia ter usado um particípio mais uma sintaxe verbal, em vez de um verbo
mais uma sintaxe no particípio. A primeira opção define o terreno para a ação
principal que se segue, mas também “dá uma base” para a ação do particípio,
que se torna menos proeminente do que a ação do verbo principal. [296] A
segunda opção compartilha a “ação com base” na primeira, mas, em vez de
fornecer uma “estrutura circunstancial”, os particípios que seguem o verbo
principal enfatizam a ação do verbo principal como menos proeminente. [297]
Colossenses 2.11-12 emprega um verbo mais a sintaxe no particípio.
De acordo com a gramática do discurso, portanto, o verbo principal em
“vocês foram circuncidados” está recebendo proeminência primária,
enquanto o particípio “tendo sido sepultados” está desempenhando um papel
elaborador para a ação do verbo principal. A gramática dá suporte à tese geral
deste artigo: a circuncisão é o tema primário que percorre todo o cânon
bíblico e, nesse ponto, Paulo está preocupado em mostrar como os cristãos,
em Cristo, sofreram a circuncisão antitípica do coração. A frase “tendo sido
sepultados juntamente com ele no batismo” e a seguinte cláusula relativa “no
qual vocês também foram ressuscitados por meio da fé” são elaboradas sobre
a ação principal da circuncisão realizada sem mãos. Portanto, a circuncisão
do coração é a categoria bíblica abrangente na qual o batismo é integrado. A
circuncisão invisível é o antítipo; o tipo é a circuncisão visível. Paulo não se
refere ao tipo ou à sombra nesse texto.
O uso do particípio no versículo 12 cria certa ambiguidade nesse texto
sobre a relação exata entre circuncisão do coração e batismo. No entanto,
podemos desenvolver três observações a partir da gramática: (1) Para o
batismo (v. 12) substituir ou cumprir a circuncisão (v. 11) nesse texto, seriam
esperadas duas formas finitas do verbo, compartilhando igual proeminência,
mas Paulo não apresenta as ideias dessa forma. Em vez disso, o batismo
elabora a circuncisão do coração de alguma forma. (2) Para que o batismo
seja o meio circunstancial pelo qual ocorre a circuncisão do coração, seria
esperado que o particípio precedesse o verbo principal.[298] (3) Mais
importante do que isso, Paulo não associa a circuncisão do coração à fé no
versículo 11: ele liga o batismo à fé no versículo 12, onde a fé é apresentada
como o meio para ser ressuscitado (“por meio da fé”, διὰ τῆς πίστεως).
Assim, o batismo mediante a fé elabora ou realiza a circuncisão interior do
coração. Essa observação é a chave para se teologizar mais acerca de como a
circuncisão do coração se relaciona com o batismo (ver a seguir).
Conclusões
Essa busca por evidências do NT sobre a circuncisão do coração mostra
que Paulo acreditava que a circuncisão do coração é uma realidade ligada à
era escatológica do Espírito e à circuncisão de Cristo (Rm 2.29; Fp 3.3; Cl
2.11). Nisso, Paulo está em total continuidade com o desenvolvimento da
circuncisão no AT, em que Jeová circuncidaria o coração do povo a partir do
retorno da segunda fase do exílio (Dt 30.6), que seria o momento no qual ele
escreveria a lei em seus corações (Jr 31.31-34) e substituiria seu coração de
pedra por um coração de carne (Ez 36.22-36), resultando em um povo de
Deus que seria fiel e obediente a ele. Em Romanos 2.29 e Filipenses 3.3,
Paulo anunciou que o tempo da circuncisão antitípica chegou; portanto,
também é hora de redefinir quem é judeu — tanto à luz da antecipação do AT
como da inauguração da nova aliança em Cristo. Judeu é agora aquele que
carrega a circuncisão do coração e se gloria em Cristo, não na circuncisão
externa. O verdadeiro judeu é aquele que serve pelo Espírito de Deus.
Síntese teológica
Este estudo tem implicações diretas para o tema da eclesiologia,
particularmente no batismo.[299] Primeiro, vou esclarecer a relação entre
circuncisão na carne e circuncisão no coração. Depois, vou explicar como o
batismo se relaciona com a tipologia bíblica da circuncisão.
Desde o início, o sinal do pacto abraâmico — a circuncisão da carne
— teria indicado que ele e sua família foram dedicados ou consagrados ao
serviço sacerdotal de Jeová (Gn 17.11). Esse não é um ato puramente
“físico”. Como um novo Adão, Abraão e sua família carregaram o sinal que
os consagrou à missão de estabelecer o reino de Deus dentro da aliança que
Deus fez com ele — de um reino através da aliança. No entanto, quando se
analisa o cânone e se testemunha a circuncisão de Ismael, Esaú e, mais tarde,
do Israel rebelde, é possível perceber que o sinal da circuncisão da carne não
indica a coisa significada — devoção ao Senhor na condição de reis-
sacerdotes. Essa tensão é percebida cedo, pois, antes de se afastar do
Pentateuco, é possível encontrar o chamado deuteronômico para circuncidar o
coração (10.16) e a promessa deuteronômica de que o próprio Jeová a
realizará no retorno do exílio (30.6). Portanto, descreve-se melhor o sinal da
circuncisão na carne como um tipo cuja tipologia é tanto prospectiva como
progressiva. A circuncisão da carne apontava para uma circuncisão superior,
já que a remoção do prepúcio não era garantia de que o sinal indicasse a coisa
significada. Somente a circuncisão superior do coração conduziria à coisa
significada — o verdadeiro serviço dedicado a Jeová.
Descreve-se melhor o antítipo, a circuncisão do coração, como
“interno” ou “oculto”, e não como “espiritual”. Isso porque a importância da
circuncisão como um sinal, em Gênesis 17, não foi “espiritual”, embora haja
pontos evidentes de descontinuidade entre as duas circuncisões. Os termos
físico e espiritual não ajudam a descrever a descontinuidade certeira
envolvida. Em vez disso, as categorias bíblicas, desenvolvidas ao longo do
eixo da história de redenção, sugerem um relacionamento de tipo-antítipo
entre o sinal visível da circuncisão e a circuncisão oculta introduzida na
segunda fase do retorno do exílio (ou seja, no primeiro advento de Cristo).
Elas são semelhantes entre si, na medida em que ambas as circuncisões
simbolizam devoção a Deus e estão ligadas à iniciação na aliança. Mas as
diferenças também são significativas. O sinal da circuncisão na carne, sob os
pactos abraâmico e da antiga aliança, não trouxe, nem poderia trazer, a
realidade significada — um membro da aliança verdadeiramente devotado.
[300]
A necessidade cada vez maior de o coração humano ser circuncidado
por Deus tornou-se cada vez mais aparente à medida que a história redentora
ia progredindo. Deus desempenharia esse ato como parte do retorno do exílio,
não do retorno geográfico, mas do novo êxodo do pecado e da morte. O novo
povo da aliança de Deus experimentou essa circuncisão do coração, a qual
está ligada à obra de Cristo e às metáforas subsequentes no NT que
descrevem a nova criação do povo de Deus: regeneração (Tt 3.5; cf. nascido
de novo/de cima/de Deus em Jo 3.3; 1Pe 1.3; 1Jo 5.1; etc.), batismo no
espírito (1Co 12.13 etc.), derramamento do Espírito (Jl 2.28; At 10.45 etc.) e
a habitação do Espírito no crente (Jo 14.16-17; cf. Jo 7.39).[301] Aquele cujo
coração é circuncidado por Deus manifestará a realidade interior de um
coração devotado em serviço e obediência, e essa mudança de coração é
prometida a todos os membros da nova aliança, desde o menor até o maior (Jr
31.28-34).
Uma vez que a circuncisão do coração é o antítipo da circuncisão na
carne, o batismo cumpre ou substitui a circuncisão da carne em qualquer
sentido? A quem seria adequado receber o batismo? A fim de estabelecer o
batismo como uma substituição ou um cumprimento da circuncisão, seria
necessário demonstrar que, desde o início, através do desenvolvimento dos
pactos bíblicos, a circuncisão visível deveria chegar ao seu término no
batismo do NT. Não se deve simplesmente procurar e encontrar analogias ou
paralelos entre a circuncisão e o batismo e, em seguida, reivindicar uma
relação tipológica.
O artigo de C. John Collins ajuda a ilustrar o ponto. [302] A fim de
estabelecer o batismo como paralelo à circuncisão, Collins apela para as
seguintes linhas de evidência: (1) Colossenses 2.11-12; (2) o paralelo entre as
passagens do batismo doméstico (p. ex., em Atos 16.15) “ecoando” a
passagem “foram circuncidados todos os homens de sua casa” (Gn 17.27);
(3) batismo como incorporado na comunidade da aliança (Rm 6.3-5), assim
como a circuncisão era; e (4) uma suposta conexão entre circuncisão e
limpeza, com subsequente transferência da circuncisão para o batismo como
uma lavagem que agora marca a entrada no povo puro e santo de Deus.
Dessas quatro linhas de evidência, apenas um ponto traz o batismo e a
circuncisão no mesmo contexto (cf. a discussão desse texto acima). A razão
número dois depende de um “eco”; é interessante notar que o Senhor já havia
aberto o coração de Lídia, mas só depois ela foi batizada.[303] A razão número
quatro se baseia numa comparação entre as lavagens do AT e a circuncisão.
Embora haja paralelos entre esses dois ritos,[304] as lavagens no AT não são
usadas para uma iniciação no pacto, como a circuncisão era. Em vez disso, os
circuncidados realizam as lavagens cerimoniais como membros da aliança.
Considerando esse ponto, perguntamo-nos se as lavagens cerimoniais seriam
o contexto adequado para o batismo; e, em verdade, esse é o argumento que
Collins está defendendo. Por que introduzir a circuncisão? Collins introduz a
circuncisão porque é algo convencional na teologia cristã (reformada?). [305]
Das quatro razões que elenca, o terceiro ponto é o que apresenta mais peso.
No entanto, Romanos 6.3-5 não faz distinção entre o batismo no espírito e na
água. Em vez disso, o batismo em Cristo é “parte e parcela do complexo de
eventos salvíficos que ocorreram na conversão”.[306] Paulo está descrevendo
a conversão ao descrever o batismo em Cristo. Não há distinção entre a
circuncisão do coração, o batismo e a fé (ou arrependimento) nesse texto,
como foi observado em Colossenses 2.11-12.
Nenhum desses supostos paralelos estabelece uma tipologia bíblica
adequada da circuncisão para o batismo ao longo das épocas da história de
redenção, e é preciso traçar esse desenvolvimento de maneira precisa para
construir o argumento. Em vez disso, o que temos mostrado é que a
circuncisão externa realizada por mãos é um tipo que sofre desenvolvimento
tipológico em todo o cânon, até atingir seu cumprimento e término na
circuncisão do coração realizada por Cristo. Portanto, a circuncisão externa
não se refere ao batismo de forma alguma, quando examinada sob o ponto de
vista do cânon. Ela apontava para uma nova circuncisão, interna e melhor. A
próxima pergunta é: como o batismo se relaciona com a circuncisão do
coração?
Argumentamos que o AT previu a circuncisão do coração, que seria
realizada no povo de Deus na segunda fase do retorno exílico. Portanto, ela
tem um lugar claro no desdobramento da história de redenção. Também
temos argumentado que a circuncisão do coração se expande e se desenvolve
nos profetas (Jeremias e Ezequiel, que predizem um dia em que o Senhor
mudará os corações das pessoas, a fim de que elas possam obedecer a ele
com um coração devotado). O NT associa a circuncisão do coração com as
novas atividades do Espírito, ou seja, em termos de batismo no Espírito,
derramamento do Espírito e o Espírito habitando no crente. Além da
concessão do Espírito, o NT também inclui fé, arrependimento, confissão e
batismo no conjunto de eventos de salvação relativos à conversão.[307]
Quanto à relação entre Espírito e batismo, concluímos com Stein que
Conclusão
Thomas R. Schreiner
Introdução
O Sabbath em Hebreus
O dia do Senhor
Conclusão
“Afirmar que as advertências são (...) artificiais — uma vez que não é
possível cometer apostasia — é o mesmo que dizer que o chamado para crer
é uma charada, já que todos os eleitos vêm de fato a crer.”[448] Portanto, não é
possível inferir mais uma coisa do que a outra: que as advertências são
desnecessárias, uma vez que os crentes certamente lhes darão ouvidos sem
inferir que a proclamação do evangelho é desnecessária porque, certamente,
os eleitos serão salvos. Tanto o chamado à fé como o chamado à
perseverança na fé são os meios que Deus usa para salvar os seus.[449]
Considere outra analogia — dessa vez com Jesus. De acordo com
Hebreus, ele foi aperfeiçoado para seu papel como sumo sacerdote através do
sofrimento (Hb 2.10), que envolveu experimentar toda a gama de tentações
humanas (2.18; 4.15). Ele dedicou lágrimas e orações ao único que podia
livrá-lo da morte (5.7). Através de seu sofrimento, ele aprendeu a obediência
e foi aperfeiçoado, tornando-se a fonte da salvação eterna (5.8-9). E, embora
ele tenha sido tentado a rejeitar a vontade de Deus, sua declaração foi: “Estou
aqui para fazer, ó Deus, a tua vontade” (10.7). No entanto, o autor nos
assegura de que Jesus não tinha pecado (4.15). Ele era santo, inocente e
imaculado (7.26). Então, sua perfeição moral anula as tentações que sofreu?
Se Jesus sofreu e foi genuinamente tentado a desobedecer a Deus, isso quer
dizer, necessariamente, que era possível que ele desobedecesse a Deus?
Aparentemente, não, de acordo com Hebreus. Herman Bavinck, que também
interpreta as advertências como um meio de salvação, insiste:
Conclusão
De que forma nós, cristãos, devemos adotar a Bíblia inteira como nosso
padrão ético?
Essa questão é importante na atualidade por pelo menos duas razões.
Em primeiro lugar, em uma era cada vez mais secular e pluralista, precisamos
articular os padrões morais de Deus como necessários, bons e objetivamente
verdadeiros. Em segundo lugar, em resposta a vários críticos descrentes,
precisamos demonstrar que o ensinamento ético das Escrituras é consistente
em todo o cânon, porque está fundamentado na natureza e vontade imutáveis
de Deus.
O aliancismo progressivo procurou fazer ética e estabelecer a base
para a lei moral seguindo a venerável tradição de dividir a lei mosaica em três
partes: moral, civil e cerimonial.[462] Com a vinda de Cristo, as leis civis e
cerimoniais estão agora cumpridas e ab-rogadas, mas a lei moral eterna de
Deus, conforme revelada no Decálogo, permanece inalterada. [463] Uma
equiparação direta entre o Decálogo e a lei moral eterna será feita,[464] e uma
regra geral hermenêutica será seguida: a menos que o NT modifique ou
revogue explicitamente a lei mosaica (como ocorre nas partes cerimoniais e
civis), ela continua em vigor nos tempos atuais. Essa regra se torna o
princípio segundo o qual a lei moral é estabelecida em todo o cânon.
Há muito a se elogiar nessa abordagem, mas é importante não
exagerar nas diferenças entre o aliancismo progressivo e a teologia da aliança
no fazer da ética. No final, ambos os pontos de vista chegam a conclusões
semelhantes em relação às demandas morais de Deus hoje. No entanto, a
diferença reside na forma como chegamos às nossas conclusões, uma vez que
o aliancismo progressivo rejeita a distinção tripartite da lei como o princípio
segundo o qual o direito moral é biblicamente estabelecido. Essa diferença
também é ilustrada no debate contínuo sobre a aplicação do mandamento do
Sabbath na atualidade — um debate que funciona como um teste crucial de
como os pactos bíblicos são “organizados” e de como a lei moral é
estabelecida.[465]
Neste capítulo, vou delinear em cinco passos como o aliancismo
progressivo procura determinar o que é a lei moral e, assim, estabelecer a
norma bíblica para fazer ética. Uma vez que rejeitamos a distinção tripartite,
qual é nossa abordagem alternativa? Como escapamos à acusação de sermos
antinomianos? Como estabelecer as normas morais de Deus, especialmente
em nossa era secular e pluralista, na condição de pessoas que agora vivem
sob a nova aliança?
Os cristãos não estão sob a Lei de Moisés, mas sob a lei de Cristo, a
lei da fé e a lei do Espírito. Nós morremos para a lei, Cristo vive em nós
e nós vivemos pela fé no Filho de Deus. Não guardamos a lei, mas
cumprimos a lei em Cristo, através do amor. Não buscamos andar de
acordo com a lei, mas de acordo com a verdade do evangelho, em
Cristo, na novidade de vida da ressurreição, pela fé, na luz e no passo do
Espírito.[493]
Não começamos com uma definição de lei moral, lei civil e lei
cerimonial, mas observamos (por exemplo) que as leis mudam menos no
decorrer da história redentora, na natureza e nos detalhes de suas
demandas, e com entusiasmo aplicamos a categoria “moral” a elas. Isso
me parece refletir uma melhor exegese e permite que o espaço veja a
natureza teleológica, preditiva, antecipatória de Tanakh, que aponta para
a nova aliança e para além da consumação.[500]
Ética sexual
Primeiro, vamos refletir sobre a ética sexual. A Escritura nos ensina que a
norma de Deus para a sexualidade humana está na criação (Gn 1.26-30; 2.15-
25). Na criação dos sexos masculino e feminino, Deus projetou a sexualidade
humana para funcionar dentro do relacionamento permanente e pactual do
casamento heterossexual (Mt 19.4-9). Todos os abusos de nossa sexualidade
— fornicação, adultério, divórcio, homossexualidade, bestialidade e até
mesmo poligamia — são distorções vistas em oposição ao cenário da
intenção da criação de Deus para nós. Infelizmente, à luz da queda, todas as
distorções sexuais são introduzidas. Em estágios anteriores da história
redentora, um comportamento menos do que normativo às vezes era
permitido (como, p. ex., a poligamia); mas, quando vista em contraste com a
ordem de criação de Deus e à luz da relação superior entre Cristo e a igreja, a
poligamia nunca é considerada normativa.[511] Por essa razão, com o raiar da
nova aliança, a poligamia não é mais aceitável. O padrão de criação de Deus
é reafirmado e vivido na igreja.
Embora a lei mosaica proíba explicitamente as distorções sexuais
específicas (Lv 18.1-30), todas as suas proibições simplesmente destrincham
o ideal de “uma só carne” da criação. Além disso, dada a função profética do
pacto da lei, conforme a lei prevê uma maior justiça por vir, a demanda ética
sob a nova aliança é maior. Também nos livros dos profetas, na medida em
que antecipam o raiar de uma nova criação, falam de um dia em que Deus
transformará toda a comunidade de tal forma que o povo da nova aliança de
Deus se tornará mantenedor da aliança, e não transgressor (Jr 31.31-34; Ez
36.25-27). Isso é exatamente o que nosso Senhor aborda em seu ensino sobre
o reino (Mt 5.17-48).[512] Na vinda e na obra de Cristo, a nova ordem chegou.
Pela obra regeneradora do Espírito, aqueles que entram no reino de Deus
estão unidos a Cristo e libertados de Adão e da antiga era. Em Cristo, os
indivíduos e a igreja são a “nova criação” (2Co 5.17; Ef 2.8-21); daí a razão
pela qual começamos a viver o que significa ser a nova criação de Deus,
embora ainda vivamos entre os dois momentos. O NT, ao convocar a igreja a
usar adequadamente nossa sexualidade, vai fundamentá-la tanto na criação
como no que somos em Cristo. É por isso que a demanda moral de Deus
sobre nós é maior hoje — maior em nos restaurar ao que fomos criados para
verdadeiramente ser e em nos chamar a viver como povo da nova criação de
Deus já no presente.[513]
Conclusão da reflexão
Conclusão
Romanos 11 não fornece suporte para os distintos ensinamentos do
dispensacionalismo, a respeito de um Israel nacional restaurado que medeia
bênçãos para as nações gentias durante o reino do milênio. Mesmo admitindo
que Romanos 11 ensine que há um futuro para o Israel étnico, isso não é
suficiente para reivindicar essa passagem como apoio para seus ensinamentos
distintos. Os dispensacionalistas leem, a partir de Romanos 11, suas
expectativas já predeterminadas sobre a natureza do cumprimento dessas
promessas. Mesmo o proeminente dispensacionalista Darrell Bock admite:
“A forma como se responde a essa pergunta sobre as implicações de
Romanos 11 [de uma salvação futura apenas para judeus étnicos ou de uma
restauração nacional de Israel] depende menos desse texto do que de como
se lê a esperança da Escritura como um todo”. [567] A proposta alternativa
fornecida neste capítulo para a natureza do cumprimento da nova aliança e a
relação salvífica interconectada entre judeus e gentios explica melhor os
detalhes de Romanos 11 e o retrato ampliado da história canônica. Os
dispensacionalistas podem continuar a procurar apoio para seu sistema
teológico a partir de vários textos, mas eu sugiro que deixem de apelar para
Romanos 11 como um texto de prova importante. As implicações que eles
tentam ler de Romanos 11 não são convincentes.
No coração do dispensacionalismo, está a continuidade de distintas
identidades nacionais e papéis, tanto para Israel como para os gentios. [568] É
por isso que os dispensacionalistas rejeitam rigorosamente qualquer tentativa
de considerar a igreja uma substituta para o Israel nacional como o povo de
Deus. A igreja não é Israel, e Israel não é a igreja. Por outro lado, formas
mais tradicionais da teologia da aliança tendem essencialmente a igualar
Israel e a igreja.[569] Nenhum dos pontos de vista faz justiça à forma como
Paulo apresenta a relação entre judeus e gentios em Romanos 11. Douglas
Moo explica muito bem como Romanos 11 realmente apresenta uma via
intermediária entre essas duas opções mais tradicionais quando escreve:
Também deve ser dito claramente que o meio pelo qual judeus e gentios
se tornam parte do povo de Deus, o Israel espiritual, é crendo no Messias,
Jesus Cristo.[571] O Israel étnico e os gentios se tornam parte do Israel
espiritual ao crer no verdadeiro israelita, Jesus Cristo.[572]
COMPREENDENDO A PROMESSA DA
TERRA BIBLICAMENTE E
TEOLOGICAMENTE
Oren R. Martin
Introdução
A promessa a Abraão
Para começar, apelar à natureza incondicional do pacto abraâmico não
prova que a promessa de terra deve ser cumprida exclusivamente para o Israel
nacional no futuro.[584] Para termos certeza disso, Gênesis 15 mostra que
Deus, unilateralmente, cumprirá a promessa e as condições da aliança,
mesmo que isso signifique levar a maldição sobre si mesmo. No entanto, essa
ênfase incondicional não elimina a necessidade da obediência de Abraão. Por
exemplo, as passagens em Gênesis 17.2 e 22.17-18 (cf. 26.4-5) demonstram
que Deus requer um associado obediente no relacionamento da aliança. Deus
promete as bênçãos para o povo que confiar nele e obedecer a ele. Em outras
palavras, o cumprimento final da aliança está fundamentado nas promessas
de Deus, mas os meios de realização virão através da obediência de Abraão (e
de seus descendentes). A tensão entre a promessa de Deus e a necessidade de
obediência na relação da aliança torna-se mais clara quando a linha da
história progride; também é crucial para se compreenderem a natureza e a
progressão dos pactos, à medida que vão atingindo seu cumprimento
determinado em Cristo. Ou seja, quando a linha histórica mais ampla do
canôn é considerada, as condições são cumpridas pelo próprio Deus, quando
ele envia seu filho obediente — a semente de Abraão (Gl 3.16) — para
cumprir as exigências da aliança. Além disso, um apelo à aliança abraâmica
realmente apoia a visão de que a promessa da terra é finalmente cumprida de
forma mais ampla do que nas fronteiras geográficas de Canaã. Ou seja, o
pacto abraâmico em si tem tanto componentes nacionais/internacionais como
componentes regionais/globais, o que é confirmado mais tarde nas Escrituras
— um ponto que agora vou abordar.[585]
O chamado e a promessa a Abraão recuperam o propósito universal
adâmico tanto em termos da bênção da descendência como da terra. Em
outras palavras, o escopo universal do Éden se estreita temporariamente na
terra de Canaã, servindo, assim, como “uma versão em pequena escala
(microcosmo) da prosperidade que Deus pretendia para toda a
humanidade”[586] e, com o tempo, se expandiria com a proliferação da
descendência de Abraão. Quando Gênesis 22.17-18 e 26.3-4 são
considerados lado a lado, o contexto imediato da aliança abraâmica já aponta
para uma expansão universal da promessa territorial. Em outras palavras, a
propagação da descendência de Abraão resultaria em herdar o mundo (cf. Rm
4.13). Essa interpretação, no entanto, não é sobre reinterpretar ou
espiritualizar a promessa do AT, ao contrário da acusação dos
dispensacionalistas. Em vez disso, ela começa a estabelecer o tipo ou padrão
pelo qual o cumprimento final da promessa abrangeria o mundo inteiro, o que
é desenvolvido no AT e confirmado no NT.
Outro aspecto importante da aliança abraâmica é se ela se destina a
ser nacional (Gn 12.2, “nação”) ou internacional (Gn 17.4-6, “nações”).[587]
Por exemplo, Gênesis 15 é um pacto feito entre Deus e Abraão e sua
“semente”, enquanto Gênesis 17 amplia a categoria de “semente”. Além
disso, Deus muda o nome de Abrão para Abraão, já que ele deve ser “o pai de
muitas nações” (Gn 17.5).[588] Uma ambiguidade pretendida existe no texto,
então a “semente” de Abraão tanto abrange muitas nações (Gn 17) como se
relaciona com um descendente individual (Gn 22.17b) que vai mediar a
bênção para todas as nações.[589]
Quando esses textos são reunidos, os últimos herdeiros das promessas
patriarcais não se restringem a uma entidade nacional, mas se estendem a
uma comunidade internacional. Ou seja, a agenda programática de Deus para
a humanidade após o Éden começa com a formação de uma nação através de
Abraão e termina com um povo internacional. Esse componente internacional
é mencionado mais tarde pelos profetas. É difícil perceber, então, como a
promessa territorial poderia ser esgotada por qualquer fronteira política, seja
ela israelita ou não, pois a multiplicação de descendentes naturalmente
expande as fronteiras territoriais até que a terra seja preenchida.
A promessa e a nação
Êxodo e Deuteronômio retratam a entrada futura de Israel na terra
prometida como um retorno às condições edênicas, pois eles se multiplicarão,
subjugarão e desfrutarão a bênção na terra.[590] Além disso, quando Israel —
o filho de Deus — herdar a terra, o descanso se seguirá (Êx 33.14; Dt 12.10).
Garantir sua herança da terra prometida avança para o padrão da entrada de
Israel no descanso eterno de Deus, da qual Canaã foi o começo. Mais tarde,
Josué demonstra o cumprimento inicial da promessa abraâmica (11.23; 14.15;
21.44-45) enquanto antecipa uma maior realização que trará descanso similar
ao do Éden (13.1, 6-7; 15.63; 24.4-13). O final do livro de Josué, no entanto,
aponta para o futuro fracasso de Israel e para a necessidade de uma posterior
retomada da terra (24.14-28).
Um avanço significativo da promessa de Deus de plantar seu povo na
terra vem com a chegada de Davi e Salomão, pois eles, em graus crescentes,
desfrutam reinados expansivos e internacionais, e a nação goza de descanso
quanto aos seus inimigos. A construção do templo e o subsequente descanso
representam um novo Éden, pois Deus, mais uma vez, habita com seu povo
num sentido mais intensivo (1Rs 8). Embora o reinado salomônico tenha sido
um tipo de retorno às condições edênicas, o padrão da desobediência de
Salomão leva à segunda expulsão da terra, dessa vez de Canaã.[591]
Posteriormente, o reino é dividido e exilado. No meio do julgamento, no
entanto, os profetas ressoam com a esperança escatológica de restauração que
trará os propósitos universais do Éden, de Abraão e de Davi novamente ao
foco.
Os profetas
Os escritos dos profetas põem em foco as promessas abraâmicas e
avançam para o padrão da promessa de Deus, retratando o retorno do exílio
de maneiras e em estágios variados, incluindo um retorno físico e espiritual,
com consequências nacionais e internacionais. Por exemplo, a profecia de
Isaías descreve o retorno de Israel do exílio de forma tanto iminente como
distante. Além disso, a linguagem é moldada de forma semelhante à do
êxodo, projetando uma comunidade ideal estabelecida sob a liderança
messiânica, tendo experimentado um êxodo maior (p. ex., Is 11.1-16; 35.1-
10; 51.9-11; 52.11-12). O primeiro retorno do exílio é uma libertação física e
um retorno à terra (42.18–43.21) que será realizado pelo servo de Deus, Ciro,
o qual permitirá que o Israel escravizado regresse à sua terra natal (44.24–
45.1; cf. Ed 1.1-3). Embora esse retorno seja outro cumprimento da
restauração de Deus que foi prometida, de forma alguma se compara à visão
final dos profetas — uma restauração em grande escala além do que foi
representado pela comunidade em Jerusalém.
Isaías. Um cativeiro mais profundo impediu Israel de ser totalmente
restaurado. Ou seja, embora Deus tivesse livrado Israel das nações idólatras,
o povo precisava ser libertado da idolatria de seus corações.[592] Do ponto de
vista de Isaías, essa libertação será realizada pelo rei servo que trará de volta
Israel, para que a salvação de Deus possa chegar às nações (Is 49.1–53.12).
[593] O perdão virá através do Servo do Senhor (um indivíduo), que livrará o
seu servo (corporativo), Israel (42.1-9; 49.1-6), redimirá o seu povo (9.2-7),
governará sobre eles (11.1-5) e expiará o pecado — sofrendo, morrendo e
tomando sobre si o castigo merecido por eles (42.1-9; 49.5-6; 50.4-9; 52.13–
53.12).[594] Esse servo é de tal estatura que salvará não só Israel, mas também
as nações!
Além disso, a expiação substitutiva do Servo iniciará uma nova
aliança que oferece vida e desfrute das bênçãos dos pactos abraâmico e
davídico, tanto para Israel como para as nações (54.1–55.13; cf. 19.19-25).
Esse escopo internacional no plano de Deus remonta à aliança abraâmica.
Além disso, o líder e comandante dos povos, um novo rei davídico,
abençoará e governará as nações (55.4-5). Isso se conecta com o servo rei de
Isaías 53, cujas morte expiatória e ressurreição cumprem a aliança davídica e
estabelecem a base para a nova aliança eterna.[595] Espantosamente, não só o
remanescente é chamado servo do Senhor (Is 65.13-25); os estrangeiros
também são considerados servos do Senhor (56.6). Em cumprimento ao pacto
abraâmico, o Senhor dará seu nome e sua bênção aos servos na terra (65.13-
16; cf. Gn 12.3; 17.5; 22.18; 26.4). O resultado da obra salvífica do servo,
então, cria mais servos, e todos —Israel e estrangeiros — irão para o monte
santo de Deus em uma peregrinação de adoração (Is 2.2-4; 27.13; cf. Mq 4.1-
5).
Isaías prossegue para descrever mais claramente o resultado dessa
nova ordem. Isaías 65.17–66.24 fornece um resumo sucinto dos temas
escatológicos que ocorrem ao longo de todo o livro e elabora a esperança de
restauração da cidade de Jerusalém e da terra que atinge um clímax
surpreendente (cf. 2.1-4; 4.2-6; 9.1-16; 11.1-10).[596] Esses temas
escatológicos aparecem em Isaías, mas o que é novo é sua união em um
oráculo conclusivo. Quando os vários filamentos são colocados juntos, a
visão de Isaías da restauração final envolve novos céus e uma nova terra
(65.17; 66.22), uma nova Jerusalém (65.18-19; cf. 4.2-6) e um monte santo,
Sião (65.25; cf. 2.1-4; 4.2-6). Além disso, em cumprimento às promessas da
aliança feitas a Abraão, Deus lhes dará um novo nome, e eles receberão a
bênção na terra pelo Deus da verdade (Is 65.15-16). No final de Isaías, então,
esse templo-montanha-cidade é coextensivo com a nova criação. A visão
final ressoa com realidades surpreendentes lançadas em termos de o reino de
Deus chegar e encher a terra. Assim, Deus salvará seu povo pela obra do rei
servo e preparará o lugar no qual eles viverão. A ordem é crucial, pois é uma
inversão da velha criação. Na velha criação, Deus primeiro criou o lugar e,
em seguida, fez e colocou seu povo para viver lá. Na nova criação, Deus
primeiro cria seu povo; e, então, haverá a nova criação onde eles viverão.[597]
Jeremias. Em Jeremias, o Senhor promete retomar seu povo, se o
povo retornar, e “nele serão benditas as nações e nele se gloriarão” (4.1-2).
[598] A referência às nações sendo abençoadas nele “indica que as promessas
à Abraão seriam realizadas (cf. Gn 12.3) se Israel se arrependesse e
glorificasse ao Senhor”.[599] Como em Isaías, as nações estão em vista na
restauração de Israel e Judá, e esse objetivo cosmológico e teleológico está
alinhado ao cumprimento das promessas abraâmicas.[600] Jeremias proclama
que Israel voltará do exílio em termos de um novo êxodo (16.14-15). Em
verdade, esse êxodo será tão grande que o êxodo anterior sequer será
mencionado.
Em seguida, nos capítulos 30–33, Jeremias revela as grandes
promessas de salvação e oferece esperança além do exílio que virá na forma
de uma nova aliança e de um retorno à terra. A passagem em 31.38-40 tem
particular importância, pois diz respeito à reconstrução e à expansão de
Jerusalém. Além da restauração da liderança davídica (30.8-11), do
sacerdócio (31.14) e do povo (31.31-34), a restauração da cidade leva à
conclusão da reversão gloriosa dos pronunciamentos de Jeremias sobre um
julgamento.[601] Embora a cidade tenha sido destruída, a futura era da
redenção verá sua restauração e muito mais. Derek Kidner comenta que “a
promessa [em 31.38-40] é ‘terrena’ não apenas neste planeta, mas nos
detalhes familiares da capital de Israel, com o nome dos depósitos de lixo e
todo o resto (...) Mas a visão supera esse exercício, em escala e em
significado”.[602] Portanto, a Nova Jerusalém será diferente e expandida a
partir da antiga, e a cidade reconstruída se tornará o centro da presença de
Deus entre seu povo (3.14-18; cf. Is 65.17; 66.12; Ap 21.3). Jeremias
descreve a restauração tanto do povo como do lugar no futuro, e deposita
essas esperanças em um líder davídico, um ramo justo que, curiosamente, é
uma combinação de rei e sacerdote (33.14-18; cf. Is 9.6-7; 11.1-10; 53.1-3).
Esse rei-sacerdote garantirá uma nova aliança para seu povo — uma certeza
tão segura quanto a aliança de Jeová sobre o dia e a noite. Deus os fará
habitar com segurança na terra e multiplicará a descendência de Davi, que
será tão numerosa quanto os incontáveis grãos de areia no mar, em
cumprimento à aliança abraâmica (33.14-26). Além disso, 31.35-40 sugere
que uma nova aliança iria necessariamente operar dentro dos contornos de
uma nova criação, como Isaías e Ezequiel também deixam claro. Um
regresso idealizado à terra, portanto, é mencionado em Jeremias.
Ezequiel. Como o último dos profetas maiores, Ezequiel profetiza que
o povo renovado será purificado de coração e espírito, e eles serão um
rebanho sob um novo Davi (34–37). Como resultado, “as nações saberão que
eu sou o Senhor que santifico Israel, quando o meu santuário estiver no meio
deles para sempre” (37.28). Enquanto Jeová foi um santuário para os exilados
“por um pouco de tempo” (11.16), a presença de Jeová estará com eles para
sempre. Deus fará uma nova aliança (36.16-38), que lidará com seu pecado e,
finalmente, cumprirá sua aliança para que possa dizer: “eles serão o meu
povo, e eu serei o seu Deus” (37.23, 27). Em Ezequiel 37, a imagem da
ressurreição ilustra a promessa do retorno de Israel a uma nova vida em sua
própria terra, a partir da existência mortal do exílio babilônico. A restauração
da terra está ligada ao motivo da ressurreição. Os mortos serão ressuscitados
para que também eles possam participar da restauração. Mas a visão de
Ezequiel de restauração não se restringe apenas a Israel, pois outras nações
estão incluídas na aliança eterna de Jeová (16.59-63). Assim, Ezequiel 16.61,
como em passagens semelhantes de Isaías e Jeremias, indica que a
restauração terá significado internacional. Ezequiel continua com seu
programa ao imaginar um templo reconstruído com adoração revitalizada nos
capítulos 40–48. Em primeiro lugar, uma nova humanidade é (re)criada (cap.
37) e, em seguida, estabelecida em um novo templo-Éden. O auge da visão
nos capítulos 40–48 descreve o cumprimento das promessas dos capítulos 1–
39. Em uma passagem significativa, Ezequiel 37.25-28 reúne vários
filamentos do novo lugar para o povo de Deus e prepara o caminho para
promessas ainda mais gloriosas nos capítulos 40–48 (cf. 37.25-28 e 43.7-9).
Ezequiel termina com uma visão de uma terra purificada com limites situados
em torno de um novo complexo do templo. Mais especificamente, Ezequiel
47.1-12 contém uma profusão de imagens edênicas e descreve um templo
paradisíaco que se estende para abranger toda a terra. Pode-se dizer, então,
que o novo templo é a nova criação e restaura o estado consumado do
paraíso. De modo significativo, Ezequiel usa a mesma linguagem que
Jeremias em relação a uma linha de medição que estende os limites para fora
(Jr 31.39; Ez 47.3; cf. Zacarias 2).[603] Assim, a promessa acerca do Israel
renovado vivendo na terra sob o reino de um novo Davi é cumprida na visão
de um templo, recriando um contexto edênico, cujos limites são coincidentes
com a terra.
De uma perspectiva do cânon, a revelação apresenta esse templo
mundial como a nova criação — a Nova Jerusalém — à luz do cumprimento
de Cristo, o verdadeiro templo.[604] Para os escritores do NT, essa profecia
tornou-se uma maneira brilhante de o Senhor falar daquilo que Deus alcançou
em e através de Jesus. Embora a visão de Ezequiel se concentrasse, em boa
medida, no templo, encontrou sua realização final naquela cidade onde não
havia templo, porque seu templo é o Senhor Deus Todo-Poderoso e o
Cordeiro (Ap 21.22).[605] Ezequiel, alinhado com os outros profetas, descreve
uma esperança surpreendente para o futuro, que inclui a terra transformada e
a natureza humana — um novo Éden que foi aumentado para incluir toda a
terra de Israel com um imenso rio da vida e muitas árvores da vida.
Antes de passarmos ao NT, uma observação importante deve ser feita
sobre uma teologia da terra. Há motivos exegéticos enraizados na criação, no
contexto imediato do pacto Abraâmico e dos profetas do AT para se
argumentar que a intenção de Deus para a terra não se limitava meramente às
fronteiras geográficas específicas de Canaã. Dentro do próprio AT, a terra
funciona como um tipo de algo maior que iria recapturar o projeto original de
Deus para a criação.[606] Esse ponto é crucial, uma vez que o encargo
dispensacionalista é que aqueles que discordam deles não desenvolveram
suficientemente uma teologia da terra em termos do AT.[607] Feinberg escreve:
“Os não dispensacionalistas começam como se o ensino do NT tivesse
prioridade, e depois voltam para o AT. Os dispensacionalistas muitas vezes
voltam para o AT, mas não importa onde comecem, eles exigem que o AT
seja tomado em seus próprios termos, em vez de reinterpretado à luz do NT”.
[608]
Adiante, Blaising e Bock questionam: “É possível que o aliancismo
aborde a questão do relacionamento da esperança do Antigo Testamento e do
Novo Testamento como já estando determinada por uma estrutura tradicional,
moldada de acorco com as dimensões linguísticas do Novo Testamento, antes
de a teologia bíblica do Antigo Testamento ter sido entendida em sua própria
configuração histórica?”[609]
Embora essa questão seja discutível,[610] o aliancismo progressivo de
fato argumenta que o NT mostra quando e como o AT é trazido ao
cumprimento em Cristo, embora de uma forma que não reinterprete,
espiritualize ou contrarie os textos anteriores.[611]
Reflexão sumária
Em toda essa discussão, é crucial destacar que o nosso Deus de promessas
triúno cumpre o que promete. Em seu ministério, Jesus anunciou que Deus
estava trabalhando para cumprir suas antigas promessas de redenção e
restauração do pecado, bem como para restabelecer seu reino universal e
internacional através dele. Nesta época, entre a inauguração e a consumação
dessas promessas, vivemos como peregrinos e exilados que buscam a cidade
que está por vir, cujo arquiteto e construtor é Deus (Hb 11.10; 13.14; 1Pe
2.11). Devemos viver na fé, portanto com uma antecipação escatológica em
nossas mentes e corações — e em nossas palavras para os outros — até
aquele dia no qual “Deus habitará com eles [os homens]. Eles serão povos de
Deus, e Deus mesmo estará com eles e será o Deus deles” (Ap 21.3).
Editores
Stephen J. Wellum, professor de Teologia Cristã, The Southern Baptist
Theological Seminary e editor do The Southern Baptist Journal of Theology
[33] Aqui, o servo de Davi é chamado de “Israel” (Is 49.3), a quem Deus, por sua vez, comissiona
resgatar um remanescente tanto de “Israel” como das “nações” (49.5-6; cf. 42.6; 52.13–53.12). Veja
Beale, A New Testament Biblical Theology, p. 656.
[34] Conforme John N. Oswalt, The Book of Isaiah: Chapters 40–66, NICOT (Grand Rapids:
Eerdmans, 1997), 225n83.
[35] Conforme F. Delitzsch, The Prophecies of Isaiah (Grand Rapids: Eerdmans, 1991), 2:231;
Edward J. Young, The Book of Isaiah (Grand Rapids: Eerdmans, 1972), 3:218; Claus Westermann,
Isaiah 40–66, Old Testament Library (Philadelphia: Westminster, 1969), p. 176; Brevard S. Childs,
Isaiah, Old Testament Library (Louisville: Westminster John Knox, 2001), p. 356; Robert L. Hubbard
Jr., “”פלט, em NIDOTTE, 3:624.
[36] Cf. Jeremias 23.5-6; 33.14-26.
[37] Imediatamente após essa declaração em Isaías 52.10, está um chamado à pureza, que Paulo
aplica em 2Coríntios 6.17 à igreja da nova aliança. O mesmo grupo de citações do AT em 2Coríntios
6.18 inclui a referência a “filhos e filhas” de Isaías 43.5-6.
[38] Cf. J. Alec Motyer, “‘Stricken for the Transgressions of My People’: The Atoning Work of
Isaiah’s Suffering Servant”, em From Heaven He Came and Sought Her: Definite Atonement in
Historical, Biblical, Pastoral Perspective, ed. David Gibson and Jonathan Gibson (Wheaton, IL:
Crossway, 2013), p. 252; cf. 264-66.
[39] Cf. Charles H. Cosgrove, “The Law Has Given Sarah No Children (Gal. 4:21– 30)”, NovT 29
(1987): 231. Para um argumento de que a alegoria é original de Gênesis, e não simplesmente parte da
interpretação profética, veja A. B. Caneday, “Covenant Lineage Allegorically Prefigured: ‘Which
Things Are Written Allegorically’ (Galatians 4:21–31)”, SBJT 14 (2010): 50–77; cf. Karen H. Jobes,
“Jerusalem, Our Mother: Metalepsis and Intertextuality in Galatians 4:21–31”, WTJ 55 (1993):317-18.
[40] Jesse R. Scheumann, “A Biblical Theology of Birth Pain and the Hope of the Messiah” (ThM
Thesis, Bethlehem College and Seminary, 2014), p. 54, com 26-29; cf. Edmund P. Clowney, The
Unfolding Mystery: Discovering Christ in the Old Testament (Phillipsburg, NJ: P&R, 1988), 120-28.
Veremos que a referência velada a Deuteronômio 32.18 em Isaías 51.2 (primeiro êxodo) opera com a
referência a 42.14 (o novo êxodo), com o objetivo de estabelecer o cenário para o cumprimento das
promessas da aliança abraâmica na era da nova aliança.
[41] Cf. Efésios 6.2-3; Hebreus 11.13-16.
[42] Consulte Gentry e Wellum, Kingdom Through Covenant, p. 442.
[43] Scheumann, A Biblical Theology of Birth Pain and the Hope of the Messiah, p. 57.
[44] Veja o resumo das evidências e suas implicações por Scheumann em ibid., p. 112-19.
[45] Adaptado de Gentry e Wellum, Kingdom Through Covenant, p. 441.
[46] Para o tema do segundo êxodo em Isaías, veja G. P. Hugenberger, “The Servant of the Lord
in the ‘Servant Songs’ of Isaiah: A Second Moses”, em The Lord’s Anointed: Interpretation of Old
Testament Messianic Texts, ed. P. E. Satterthwaite, R. S. Hess e G. J. Wenham (Grand Rapids: Baker,
1995), p. 105-40, esp. 126-28; Bernard W. Anderson, “Exodus Typology in Second Isaiah”, em
Israel’s Prophetic Heritage: Essays in Honor of James Muilenberg, ed. Bernard W. Anderson e Walter
J. Harrelson (New York: Harper, 1962), p. 177-95.
[47] “O que foi uma substituição simbólica na rocha (Êx 17.1–7; Dt 32.18) torna-se uma
substituição real pelo pecado em seu quarto cântico do servo” (Scheumann, A Biblical Theology of
Birth Pain and the Hope of the Messiah, p. 55).
[48] Cf. Isaías 50.6-7; 53.3, 5, 7-8, 10, 12; Hebreus 10.4-7.
[49] Cf. Isaías 28.29; 10.21; 63.16; 66.12; Mateus 1.23.
[50] Nesse texto, veja Gentry e Wellum, Kingdom Through Covenant, p. 406-21.
[51] Para saber mais sobre “o Israel de Deus” de Gálatas 6.16 referindo-se a toda a igreja (judeus e
gentios em Cristo), veja Christopher W. Cowan,“Context Is Everything: ‘The Israel of God’ in
Galatians 6:16”, SBJT 14 (2010): 78-85; G. K. Beale, “Peace e Mercy upon the Israel of God: The Old
Testament Background of Gal. 6,16b”, Bib 80 (1999): 204-23; cf. idem, A New Testament Biblical
Theology, p. 722-23.
[52] Veja Walter C. Kaiser Jr., “Is It the Case That Christ Is the Same Object of Faith in the Old
Testament? (Genesis 15:1-6)”, JETS 55 (2012): p. 291-98.
[53] Yahweh ordenou a Abra(ã)o: “e abençoar-te-ei, e para que... em ti sejam benditas todas as
famílias da terra” (Gn 12.2-3). Em última análise, o “em você” [( ] ְבך12.3) transforma-se “em tua
descendência” [( ] ְב ַז ְר ֲעך22.18), ou seja, “em Cristo” [ἐν τῷ Χριστῷ]. Para os usos gramaticais e a
importação teológica nessa frase de Paulo, veja Murray J. Harris, Prepositions and Theology in the
Greek New Testament: An Essential Reference for Exegesis (Grand Rapids: Zondervan, 2012), p. 122-
28; e Constantine R. Campbell, Paul e Union with Christ: An Exegetical and Theological Study (Grand
Rapids: Zondervan, 2012), p. 67-199.
[54] Para saber mais sobre a hermenêutica histórico-redentiva e canônica dos autores do NT, veja
Gentry e Wellum, Kingdom Through Covenant, p. 82-108; cf. G. K. Beale, “Did Jesus and His
Followers Preach the Right Doctrine from the Wrong Texts?”, em The Right Doctrine from the Wrong
Texts? Essays on the Use of the Old Testament in the New, ed. G. K. Beale (Grand Rapids: Baker,
1994), p. 393-95, 401.
[55] Gentry e Wellum, Kingdom Through Covenant, p. 90. Cf. Mt 11.13-14; At 13.22-26; 19.4.
[56] Por exemplo, esperança: Cf. Mt 13.17; Jo 8.56; At 13.32-33; Rm 1.1-16; Hb 11.13, 39-40;
1Pe 1.10-12; cumprimento: Mt 5.17-18; 11.13-14; Jo 5.39, 4-47; 2Co 2.20.
[57] Michael Riccardi, The Seed of Abraham: A Theological Analysis of Galatians 3 and Its
Implications for Israel, TMSJ 25 (2014): 59.
[58] Ibid., p. 60-63, citação do 63. Veja também Robert L. Saucy, The Case for Progressive
Dispensationalism: The Interface Between Dispensational and Non-Dispensational Theology (Grand
Rapids: Zondervan, 1993), p. 200.
[59] Saucy, The Case for Progressive Dispensationalism, p. 50.
[60] DeRouchie e Meyer, “Christ or Family as the ‘Seed’ of Promise?”, p. 38.
[61] Saucy, The Case for Progressive Dispensationalism, p. 44.
[62] Contra F. F. Bruce, que diz: “a referência à terra... não desempenha nenhum papel no
argumento dos Gálatas” (The Epistle to the Galatians: A Commentary on the Greek Text, NIGTC
[Grand Rapids: Eerdmans, 1982], p. 171).
[63] DeRouchie e Meyer, “Christ or Family as the ‘Seed’ of Promise?”, p. 38. Para saber mais
sobre esse tema, veja o ensaio de Oren Martin sobre a promessa da terra no presente volume e também
Gentry e Wellum, Kingdom Through Covenant, p. 703-16.
[64] Assim como Thomas R. Schreiner, Galatians, ZECNT (Grand Rapids: Zondervan, 2010), p.
230; cf. Ronald Y. K. Fung, The Epistle to the Galatians, NICNT (Grand Rapids: Eerdmans, 1988), p.
155. Cf. Nm 18.20; 32.18-19; 33.54; 34.2; Dt 4.21, 38; 12.9; 15.4; 19.14; 20.16; 24.4; 25.19; 26.1; Js
13.6-8; 24.28.
[65] Por exemplo, Gênesis 22.17b; 24.60; 26.3-4; Sl 22.27-28; 47.7-9; 72.8-11; Sf 3.9-10; Rm
4.13; Hb 11.10, 13-16; 13.14; 2Pe 3.13; Ap 21.1–22.5.
[66] Para argumentos no sentido de que Gênesis 3.15 e 22.17b-18 realmente apontam para um
único libertador do sexo masculino, ver Jack Collins, “A Syntactical Note (Genesis 3:15): Is the
Woman’s Seed Singular or Plural?” TynBul 48 (1997): p. 139-48; T. Desmond Alexander, “Further
Observations on the Term ‘Seed’ in Genesis”, TynBul (1997): 363-67; cf. C. John Collins, “Galatians
3:16: What Kind of Exegete Was Paul?” TynBul 54 (2003): 75-86; DeRouchie e Meyer, “Christ or
Family as the ‘Seed’ of Promise?” 36-48, esp. 38-40; Jason S. DeRouchie, “The Blessing-Commission,
the Promised Offspring, and the Toledot Structure of Genesis”, JETS 56 (2013): 228-29.
[67] Para o modelo continuísta, veja, por exemplo, Beale, A New Testament Biblical Theology, p.
656; Michael S. Horton, Introducing Covenant Theology (Grand Rapids: Baker, 2006), p. 130-31;
idem, The Christian Faith: A Systematic Theology for Pilgrims on the Way (Grand Rapids: Zondervan,
2011), p. 730. Para renovação, veja de Jeffrey D. Niell, “The Newness of the New Covenant”, em The
Case for Covenantal Infant Baptism, ed. Gregg Strawbridge (Phillipsburg, NJ: P&R, 2003), p. 127-55.
[68] Beale, A New Testament Biblical Theology, p. 654. Beale, que se considera pedobatista,
parece inconsistente na elaboração de seu próprio modelo no que diz respeito ao batismo. Por um lado,
alinhado com a citação acima, ele afirma em um comentário de Colossenses 2.11-13 que “a circuncisão
física no AT como tipo foi cumprida na circuncisão espiritual escatológica, e não é mais relevante para
a entrada na nova comunidade de aliança. Em vez disso, a ‘circuncisão espiritual, não feita por mãos’ e
o ‘batismo’ são realidades em curso, que designam que a entrada na comunidade da aliança pela
circuncisão física pode ser percebida como tendo seu cumprimento tipológico também no rito físico do
batismo” (A New Testament Biblical Theology, p. 808-9, ênfase adicionada). Nessas citações (tanto na
nota de rodapé como a citação no texto), Beale parece estar afirmando uma visão elevada do
cumprimento que marca descontinuidades significativas entre o velho e o novo. Em verdade, falar do
“cumprimento” do tipo é falar de escalonamento, de alcançar um objetivo, mas também é falar de
antítipo, o que identifica o batismo físico como algo distinto e substituto da circuncisão física. Em
contraste, quando argumenta posteriormente que o batismo deve ser aplicado a crianças, Beale é
forçado a mudar seu texto: “O batismo [por água] é o equivalente histórico-redentivo e tipológico da
circuncisão” (p. 816). Ao se mover da linguagem do cumprimento para a linguagem da equivalência,
ele minimiza a importância e a centralidade da obra de Cristo e a distinção da comunidade da nova
aliança, que, antes, ele havia articulado de maneira tão bela.
[69] Como Wellum afirma, e com razão: “Ao contrário de Israel do passado, por definição, o locus
da comunidade da aliança e o locus dos redimidos são um” (Gentry e Wellum, Kingdom Through
Covenant, p. 689). Em contraste, em uma tentativa de manter uma natureza “misturada” à da nova
aliança enquanto se afirma o ensino claro de Jeremias 31.34, o teólogo aliancista Richard L. Pratt Jr. é
forçado a negar substancialmente a natureza “já” do trabalho de Cristo, afirmando que o pleno
estabelecimento de uma comunidade regenerada ainda está por vir: “Muitos evangélicos opõem-se ao
batismo infantil porque a nova aliança distribui a salvação a todos os seus participantes. Assim como
ocorre com as objeções anteriores, esse ponto de vista é correto, na medida em que se refere ao
cumprimento pleno da nova aliança na consumação” (“Infant Baptism in the New Covenant”, em The
Case for Covenant Infant Baptism, ed. Gregg Strawbridge [Phillipsburg, NJ: P&R, 2003], 172). Mas tal
opinião não pode ser sustentada por várias razões: (1) cada promessa já é, sim, em Cristo (2Co 1.20).
(2) Como James R. White aponta corretamente sobre Hebreus 8.6: “Não há nada no texto que nos leve
a crer que o pleno estabelecimento dessa aliança ainda é futuro, pois isso destruiria a atual preocupação
apologética do autor; da mesma forma, ele completará sua citação de Jeremias 31, afirmando a natureza
obsoleta da primeira aliança, o que deixa em aberto a teorização, sem base textual, de algum tipo de
estado pactual intermediário caso não se aceite o pleno estabelecimento da nova aliança, como visto no
termo νομοθέτηται” (“The Newness of the New Covenant [Part I]”, RBTR 1 (2004):157; cf. idem, “The
Newness of the New Covenant [Part II]”, RBTR 2 [2005]:83-104). (3) Outros pedobatistas, como G. K.
Beale, corretamente reconhecem que, quando o escritor de Hebreus declara: “Por uma única oferta, ele
[Cristo] aperfeiçoou [perfeito do indicativo ativo de τελειόω] para sempre os que estão sendo
santificados” (Hb 10.14) e, em seguida, cita como base Jeremias 31.33-34 (Hb 10.15-18), ele está
afirmando a inauguração da natureza do perdão (por exemplo, no que diz respeito à posição, através de
nossa identificação com Cristo, nosso representante) e a já concluída certeza da purificação final e
completa do pecado (A New Testament Biblical Theology, p. 735; cf. Hb 12.2, 23). (4) Samuel E.
Waldron observa que, em alinhamento com a natureza que foi inaugurada, as ordenanças da nova
aliança já foram estabelecidas (Lc 22.20; 1Co 11.25), seus ministros já foram alocados (2Co 3.6; Ef
2.20; 4.11; Hb 8.1-6) e o conhecimento de Deus profetizado em Isaías 54.13 e Jeremias 31.34 já está
sendo desfrutado sempre que um crente é resgatado (Jo 6.45; Hb 10.26) (“A Brief Response to Richard
L. Pratt’s ‘Infant Baptist in the New Covenant’”, RBTR 2 [2005]:106-7). (5) O ponto de vista de Pratt
acerca de um cumprimento posterior da nova aliança remove a clara esperança pastoral de uma
perseverança nesta era, encontrada em passagens como Jeremias 32.40 (ARC): “E farei com eles um
concerto eterno, que não se desviará deles, para lhes fazer bem; e porei o meu temor no seu coração,
para que nunca se apartem de mim”.
[70] Sobre lermos “semente” nessa passagem como um único descendente masculino de Abraão,
veja os recursos na nota de rodapé 66.
[71] Troy W. Martin argumenta que as três antíteses mencionadas em Gálatas 3.28 são específicas
ao contexto do argumento em Gálatas, com cada par apontando para esferas em que a antiga aliança se
distinguia pela circuncisão, mas o novo pacto, não (“The Covenant of Circumcision [Gn 17:9–14] and
the Situational Antithesis in Galatians 3:28”, JBL 122 [2003]: 111-25, esp. 117-19). Se isso está
correto, Paulo está enfatizando uma elevada descontinuidade entre as alianças antiga e nova. Isso
ocorre de tal forma que há o desencorajamento em se fazer uma mera equiparação dos sinais da aliança:
a circuncisão física e o batismo na água; este último sendo conectado apenas com a fé em Cristo.
[72] G. R. Beasley–Murray, “Baptism”, em DPL, 62; cf. Richard N. Longenecker, Galatians,
WBC 41 (Dallas: Word, 1990), p. 154-56; Douglas J. Moo, Galatians, BECNT (Grand Rapids: Baker,
2013), p. 249-52.
[73] Louis Berkhof, Systematic Theology, nova edição (Grand Rapids: Eerdmans, 1996), p. 570-
72; Herman Bavinck, Holy Spirit, Church, and the New Creation, v. 4 of Reformed Dogmatics, ed.
John Bolt, trad. John Vriend (Grand Rapids: Baker, 2008), p. 277-79, 665-67; Michael S. Horton, The
Christian Faith: A Systematic Theology for Pilgrims on the Way (Grand Rapids: Zondervan, 2011), p.
729-33; Herman Ridderbos, Paul: An Outline of His Theology, trad. John Richard DeWitt (Grand
Rapids: Eerdmans, 1975), p. 333-41, 360-61; O. Palmer Robertson, The Israel of God: Yesterday,
Today, and Tomorrow (Phillipsburg, NJ: P&R, 2000), p. 33-51; Marten H. Woudstra, “Israel and the
Church: A Case for Continuity”, em Continuity and Discontinuity: Perspectives on the Relationship
Between the Old and New Testaments, ed. John S. Feinberg (Wheaton, IL: Crossway, 1988), p. 221-38;
Anthony A. Hoekema, The Bible and the Future (Grand Rapids: Eerdmans, 1979), p. 194-201, 215-16.
[74] Alguns teólogos pactualistas e outros teólogos que se apegam à continuidade entre Israel e a
igreja usarão a terminologia de “substituição” ao delinear a relação Israel-igreja. Por exemplo, Bruce K.
Waltke, em seu livro Kingdom Promises as Spiritual, quando trata de continuidade e descontinuidade
(p. 274), afirma que “Israel nacional e sua lei foram permanentemente substituídos pela igreja e a Nova
Aliança”. Bavinik, em Reformed Dogmatics, 4:667, declara: “A comunidade de crentes substituiu, em
todos os aspectos, o Israel carnal e nacional. O Antigo Testamento foi cumprido no Novo”. Mark
Karlberg, em “The Significance of Israel in Biblical Typology”, JETS 31 (1998): 257-69, promove uma
linha de pensamento semelhante (p. 263, 269). Outros, como Hans K. LaRondelle (The Israel of God in
Prophecy: Principles of Prophetic Interpretation [Berrien Springs, MI: Andrews University, 1983], p.
101) e R. T. France (Jesus and the Old Testament: His Application of Old Testament Passages to
Himself and His Mission [Vancouver: Regent College Publishing, 1998], p. 67) também advogam a
favor da tese de substituição.
[75] Isso não é indicativo da tradição da teologia da aliança em sua inteireza, como se um caso
tivesse sido montado para uma “notável ‘fluidez’” sobre o futuro e a restauração de Israel na teologia
reformada. Ver Willem A. VanGemeren, “Israel as the Hermeneutical Crux in Interpretation and
Prophecy”, WTJ 45 (1983): 122-32 e idem, “Israel as the Hermeneutical Crux in Interpretation and
Prophecy (II)”, WTJ 46 (1984): 254-97.
[76] As características peculiares do dispensacionalismo são exploradas por Charles C. Ryrie, em
Dispensationalism, edição revista (Chicago: Moody, 2007), p. 46-48. Ele também menciona uma
hermenêutica histórico-gramatical literal e a glória de Deus como outras marcas definidoras do
dispensacionalismo, mas claramente a essência do dispensacionalismo é a distinção Israel-igreja (p. 39,
41, 90); cf. Robert Saucy, “The Crucial Issue Between Dispensational and Non-Dispensational
Systems”, CTR 1 (1986): 155-56. Para obras sobre dispensacionalismo progressivo, veja Craig A.
Blaising and Darrell L. Bock, Progressive Dispensationalism (Grand Rapids: Baker, 1993), p. 267-70;
Craig A. Blaising and Darrell L. Bock, eds., Dispensacionalism, Israel, and the Church: The Search for
Definition (Grand Rapids: Zondervan, 1992); Robert Saucy, The Case for Progressive
Dispensationalism: The Interface Between Dispensational and Non-Dispensational Theology (Grand
Rapids: Zondervan, 1993), p. 28-29, 187-218; idem, “Israel and the Church: A Case for Discontinuity”,
em Continuity and Discontinuity, p. 239-59. Para mais dispensacionalistas tradicionais sobre o tema do
Israel futuro, veja H. Wayne House, “The Future of National Israel”, BibSac 166 (2009): 463-81;
Arnold G. Fruchtenbaum, Israelology: The Missing Link in Systematic Theology, rev. ed. (Tustin, CA:
Ariel Ministries, 1993), p. 766-819; Michael Vlach, “What About Israel?”, em Christ’s Prophetic
Plans: A Futuristic Premillennial Primer, ed. John MacArthur and Richard Mayhue (Chicago: Moody,
2012), p. 103-22.
[77] Ryrie, Dispensationalism, p. 46. Blaising e Bock, Progressive Dispensationalism, p. 50,
escrevem que “os mesmos judeus e gentios redimidos serão dirigidos e governados por Jesus Cristo, de
acordo com suas diferentes nacionalidades. As identidades nacionais e as promessas políticas de Israel
e dos gentios na última dispensação testificam, por sua vez, esse aspecto da redenção”.
[78] Para a mediação de Israel sobre as nações no futuro, ver Saucy, The Case for Progressive
Covenantalism, p. 259, 306-23; idem, “The Progressive Dispensational View”, em Perspectives on
Israel and the Church: 4 Views, ed. Chad O. Brand (Nashville, TN: B&H, 2015), p.170-74, 198. Nem
todos os dispensacionalistas concordariam com a descrição de Israel ter um papel de mediação sobre as
nações no milênio e além. Alguns preferem descrever a futura restauração e o papel de Israel ou em
termos de proeminência, ou de ser um canal de bênção, ou ainda de ter um papel funcional de serviço
às nações.
[79] Confira Michael J. Vlach, Has the Church Replaced Israel? A Theological Evaluation
(Nashville, TN: B&H Academic, 2010) e idem, “Various Forms of Replacement Theology”, TMSJ 20
(2009): 57-69. Para Vlach, qualquer um que não creia tanto em uma salvação futura quanto na
restauração de Israel é um supersessionista, portanto, basicamente, qualquer um que não aderisse a
alguma forma de dispensacionalismo seria considerado um supersessionista. Para outros escritos
dispensacionais sobre o tema da teologia da substituição, veja Barry E. Horner, Future Israel: Why
Christian Anti-Judaism Must Be Challenged (Nashville, TN: B&H Academic, 2007); Craig A.
Blaising, “The Future of Israel as a Theological Question”, JETS 44 (2001): 435-50. Cf. Walter C.
Kaiser Jr., “An Assessment of ‘Replacement Theology’: The Relationship Between the Israel of the
Abrahamic-Davidic Covenant and the Christian Church”, Mishkan 21 (1994): 9-20. Nem todos os
teólogos aliancistas aplicam a terminologia de “substituição”, e muitos repudiam essa descrição. Por
exemplo, Horton, autor de The Christian Faith, escreve que “a igreja não substitui Israel; ela cumpre a
promessa que Deus fez a Abraão, no sentido de que nele e em sua semente todas as nações seriam
abençoadas” (p. 730) e, ainda, “Israel não é substituído pela igreja, mas é a igreja in nuce, assim como a
igreja é a antecipação do reino de Deus” (p. 731). De maneira semelhante, Michael D. Williams, Far as
the Curse is Found: The Covenant Story of Redemption (Phillipsburg, NJ: P & R, 2005), p. 251-52
conclui que “a igreja não substitui Israel, nem é simplesmente idêntica a Israel. Um novo
desenvolvimento histórico e inovador transformou e redefiniu para sempre o povo de Deus. Esse
desenvolvimento é a encarnação e a obra de Cristo, o Messias”. Para outras respostas à acusação de
“teologia da substituição”, veja Colin Chapman, “God’s Covenant-God's Land?”, em The God of
Covenant: Biblical, Theological and Contemporary Perspectives, ed. Jamie A. Grant and Alistair I.
Wilson (Leicester, UK: InterVarsity, 2005), p. 221-56 e Sam Storms, Kingdom Come: The Amillennial
Alternative (Fearn, Ross-shire, Scotland: Mentor, 2013), p. 177-227, esp. p. 195-96.
[80] Philip A. F. Church, “Dispensational Christian Zionism: A Strange but Acceptable Aberration
or a Deviant Heresy?” WTJ 71 (2009): 375-98; Stephen Sizer, Zion’s Christian Soldiers? The Bible,
Israel and the Church (Nottingham, UK: InterVarsity, 2007); Colin Chapman, Whose Promised Land?
The Continuing Crisis over Israel and Palestine (Grand Rapids: Baker, 2002), p. 241-66; Gary M.
Burge, Jesus and the Land: The New Testament Challenge to “Holy Land” Theology (Grand Rapids:
Baker, 2010), p. 110-31; Tom Wright, “Jerusalem in the New Testament”, em Jerusalem Past and
Present in the Purposes of God, 2nd ed., ed. P. W. L. Walker (Grand Rapids: Baker, 1994), p. 53-77,
esp. 73-75.
[81] Veja Peter J. Gentry e Stephen J. Wellum, Kingdom Through Covenant: A Biblical-
Theological Understanding of the Covenants (Wheaton, IL: Crossway, 2012), p. 24-25; e,
posteriormente, KTC.
[82] G. K. Beale, “Did Jesus and His Followers Preach the Right Doctrine from the Wrong Texts?
An Examination of the Presuppositions of Jesus’ and the Apostles’ Exegetical Method”, em The Right
Doctrine from the Wrong Texts?, ed. G. K. Beale (Grand Rapids: Baker, 1994), p. 392, 395; idem,
Handbook on the New Testament Use of the Old Testament: Exegesis and Interpretation (Grand
Rapids: Baker, 2012), p. 53, 95-102; idem, A New Testament Biblical Theology: The Unfolding of the
Old Testament in the New (Grand Rapids: Baker Academic, 2011), p. 406-12, 651-56, 920-21; Robert
B. Strimple, “Amillennialism”, em Three Views on the Millennium and Beyond, ed. Darrell L. Bock
(Grand Rapids: Zondervan, 1999), p. 87-90; Kim Riddlebarger, A Case for Amillennialism:
Understanding the End Times (Grand Rapids: Baker, 2003), p. 37, 69-70; David E. Holwerda, Jesus
and Israel: One Covenant or Two? (Grand Rapids: Eerdmans, 1995), p. 27-58; Alistair W. Donaldson,
The Last Days of Dispensationalism: A Scholarly Critique of Popular Misconceptions (Eugene, OR:
Wipf & Stock, 2011), p. 53-59.
[83] Isso é mais visível em Michael J. Vlach, “What Does Christ as ‘True Israel’ Mean for the
Nation Israel?: A Critique of the Non-Dispensational Understanding”, TMSJ 21 (2012): 43-54, já que
ele aceita a identidade de Jesus como Israel, mas vê a restauração e o papel futuro de Israel como
contínuos, com base em Jesus como o verdadeiro israelita. Veja também de Robert Saucy: “Is Christ
the Fulfillment of National Israel’s Prophesies? Yes and No!” (artigo apresentado no encontro nacional
da Evangelical Theological Society, Atlanta, GA, 18 de novembro de 2010) e Craig A. Blaising, “A
Premillennial Response”, em Three Views on the Millennium and Beyond, p. 145-46.
[84] Para saber mais sobre a importância da tipologia como ponte sobre a separação entre o
dispensacionalismo e a teologia aliancista, confira W. Edward Glenny, “Typology: A Summary of the
Present Evangelical Discussion”, JETS 40 (1997): 627-38. Outros afirmam que ter uma maior
concordância sobre a natureza e a função da tipologia ajudaria a resolver a divisão teológica entre
aliancistas e dispensacionalistas: John S. Feinberg, “Systems of Discontinuity”, em Continuity and
Discontinuity, p. 74-75; Mark W. Karlberg, “Legitimate Discontinuities Between the Testaments”,
JETS 28 (1985): 19. Vern S. Poythress, Understanding Dispensationalists, 2nd ed. (Phillipsburg, NJ:
P&R, 1994), p. 117, sugere que a maior “reflexão sobre os problemas de tipologia pode, portanto,
ajudar a nos unir”. Da mesma forma, Darrell L. Bock, “Summary Essay”, em Three Views on the
Millennium and Beyond, p. 290-97 destaca a relação do AT com o NT, a tipologia e o papel de Israel
como áreas-chave no debate sobre o milênio. Para uma pesquisa de como a tipologia é entendida na
teologia da aliança e do dispensacionalismo, veja Friedbert Ninow, Indicators of Typology Within the
Old Testament: The Exodus Motif, Friedensauer Schriftenreihe: Reihe I, Theologie, Band 4 (Berlin:
Peter Lang, 2001), p. 65-75.
[85] N. T. Wright, em The New Testament and the People of God, v. 1 de Christian Origins and
the Question of God (Minneapolis: Fortress, 1992), p. 237, identifica marcas ou distintivos de limites
que particularmente distinguiam judeus e gentios no primeiro século, como circuncisão, Sabbath e leis
kosher. Para Jesus como a única marca de identidade para o povo de Deus do NT, veja Beale, A New
Testament Biblical Theology, p. 873-78.
[86] Graeme Goldsworthy resumiu corretamente como as etapas, épocas e estruturas no AT se
movem ao longo da história redentora para seu cumprimento em Cristo, já que todas as coisas se
resumem nele (Ef 1.10). Veja, desse mesmo autor, Gospel-Centered Hermeneutics: Foundations and
Principles of Evangelical Biblical Interpretation (Downers Grove, IL: InterVarsity, 2006), p. 253-56.
Cf. F. F. Bruce, This Is That: The New Testament Development of Some Old Testament Themes (Exeter,
UK: Paternoster, 1968), p. 21.
[87] Patrick Fairbairn, The Interpretation of Prophecy (Carlisle, PA: Banner of Truth Trust, 1964),
p. 255. Thomas R. Schreiner, New Testament Theology: Magnifying God in Christ (Grand Rapids:
Baker Academic, 2008), p. 173, em uma linha similar, ele afirma que “Jesus é o verdadeiro Israel, que
cumpre o que Deus sempre pretendeu quando escolheu Israel para ser seu povo”.
[88] Como seguidores de Cristo, os crentes judeus e gentios são aqueles sobre os quais “chegou o
fim dos tempos” (1Co 10.11). A natureza escatológica e celestial da Igreja também é indicada por
passagens como Ef 2:5–6; Cl 1:12–14; 3:3; Heb 12:22–24; 13:14. Para outros pontos acerca da
definição de igreja oferecida acima, veja D. A. Carson, Evangelicals, Ecumenism, and the Church”, em
Evangelicals, Ecumenism and the Church, ed. Kenneth S. Kantzer e Carl F. H. Henry (Grand Rapids):
Zondervan, 1990), p. 358-67; P. T. O’Brien, “Church”, in DPL, p. 123-31; Stephen J. Wellum,
“Beyond Mere Ecclesiology: The Church as God’s New Covenant Community”, em The Community of
Jesus: A Theology of the Church, ed. Kendell H. Easley e Christopher W. Morgan (Nashville, TN:
B&H, 2013), p. 183-212; Schreiner, New Testament Theology, 675-754; e Ronald Y. K. Fung, “Some
Pauline Pictures of the Church”, EvQ 43 (1981): p. 89-107, esp. 105-7.
[89] William L. Kynes, A Christology of Solidarity: Jesus as the Representative of His People in
Matthew (Lanham, MD: University Press of America, 1991), p. 202. Stephen Motyer diz que ele
também entende que a relação entre Israel e a Igreja deve ser entendida cristologicamente. Ele sugere
que o rótulo “Israel renovado” seria uma designação mais apropriada para a igreja (“Israel, New”, in
Evangelical Dictionary of Theology, 2nd ed., ed. Walter A. Elwell [Grand Rapids: Baker Academic,
2001], p. 618-19 e idem, “Israel (Nation)”, em NDBT, p. 581-87).
[90] Um revisor da KTC reconhece corretamente que, “enquanto o dispensacionalismo tem uma
visão insuficiente da tipologia, a teologia pedobatista tem uma subpercepção do cumprimento
tipológico, pois, no novo pacto, não há diferença entre o sinal (batismo) e a coisa significada
(circuncisão do coração)” (Christopher R. Bruno, Themelios 37 [2012]: p. 504-5).
[91] Richard M. Davidson, Typology in Scripture: A Study of Hermeneutical ΤΥΠΟΣ Structures,
Andrews University Seminary Doctoral Dissertation Series 2 (Berrien Springs, MI: Andrews
University Press, 1981). Confira as obras clássicas de Leonhard Goppelt, Typos: The Typological
Interpretation of the Old Testament in the New, trad. Donald H. Madvig (Grand Rapids: Eerdmans,
1982), e Patrick Fairbairn, Typology of Scripture (New York: Funk & Wagnalls, 1900; reprint, Grand
Rapids: Kregel, 1989). Para outras obras úteis, veja D. A. Carson, “Mystery and Fulfillment: Toward a
More Comprehensive Paradigm of Paul’s Understanding of the Old and the New”, in The Paradoxes of
Paul, v. 2 de Justification and Variegated Nomism, ed. D. A. Carson, Peter T. O’Brien and Mark A.
Seifrid (Grand Rapids: Baker, 2004), p. 404-7; Ninow, Indicators of Typology; Beale, Handbook on the
New Testament Use of the Old; Paul M. Hoskins, Jesus as the Fulfillment of the Temple in the Gospel
of John, Paternoster Biblical Monographs (Eugene, OR: Wipf and Stock, 2006), p. 21-31; idem, That
Scripture Might Be Fulfilled: Typology and the Death of Christ (LaVergne, TN: Xulon, 2009); Gentry
and Wellum, KTC, p. 102-8; Charles T. Fritsch, “Biblical Typology”, BibSac 104 (1947):214-22.
[92] Tipos são prospectivos na medida em que os padrões estão dentro do escopo providencial e
do plano de Deus. Caracterizar os padrões tipológicos como retrospectivos traz confusão à questão.
Podemos chegar ao conhecimento do tipo olhando para trás e vendo como o plano de Deus se
desdobrou conforme mistérios anteriormente ocultos vieram à luz; dessa forma, alguns padrões
tipológicos podem ser discernidos em retrospecto, a partir de um ponto de vista interpretativo. Mas a
natureza dos próprios padrões tipológicos é prospectiva, na medida em que eles apontam para o futuro
e são proféticos por assim serem projetados. Beale, por exemplo, reconhece corretamente que os tipos
prefiguram e são indiretamente proféticos, mas ainda relaciona, de forma confusa, a retrospecção como
uma característica essencial da tipologia em Handbook on the New Testament Use of the Old, p. 14-15;
cf. 17-19, 23-24, 98. Os tipos são prospectivos por natureza, mesmo que os intérpretes os descubram
retrospectivamente. Em outras palavras, identificar e reconhecer os tipos das Escrituras é um problema
epistemológico que pode ser retrospectivo, mas, como os tipos são divinamente projetados, são
ontologicamente prospectivos. Confira Carson, “Mystery and Fulfillment”, 405-6, e Douglas J. Moo,
“The Problem of Sensus Plenior”, in Hermeneutics, Authority, and Canon, ed. D. A. Carson e John D.
Woodbridge (Grand Rapids: Zondervan, 1986), p. 197. Para um estudo útil acerca da natureza
prospectiva dos tipos, veja Todd A. Scacewater, “The Predictive Nature of Typology in John 12:37-
43”, WTJ 75 (2013): 129-43.
[93] Richard Lints, The Fabric of Theology: A Prolegomenon to Evangelical Theology (Grand
Rapids: Eerdmans, 1993), p. 293-311; Gentry and Wellum, KTC, p. 92-100; Edmund P. Clowney,
Preaching and Biblical Theology (Phillipsburg, NJ: P&R, 1979), p. 15-16.
[94] Richard M. Davidson, “The Nature [and Identity] of Biblical Typology — Crucial Issues”
(artigo apresentado no encontro da Midwest Evangelical Theological Society, St. Paul, MN, 14 March
2003), p. 15; veja também Ninow, Indicators of Typology, e Beale, Handbook on the New Testament
Use of the Old, p. 15-16.
[95] Para uma discussão sobre o erro que os teólogos da aliança cometem em relação à circuncisão
e ao tema da semente, veja os capítulos de John Meade e Jason DeRouchie neste volume. Em relação
ao dispensacionalismo, Michael J. Vlach, em “Have They Found a Better Way? An Analysis of Gentry
and Wellum’s Kingdom Through Covenant”, TMSJ 24 (2013): 5-24, critica a abordagem da tipologia
de Gentry e Wellum (12–17) a respeito da relação tipológica Israel-Cristo. Mas nenhuma das passagens
que ele cita (Mt 19.28; Lc 21.24; At 1.6; 3.19-21; Rm 9-11) realmente prova um papel futuro de Israel
como uma entidade étnico-política nacional (p. 13-16). Para a discussão sobre Romanos 11, veja o
capítulo de Richard Lucas neste volume; e, para as principais passagens em atos, veja Eckhard J.
Schnabel, Acts, ZECNT (Grand Rapids: Zondervan, 2012). Além disso, se a “abordagem ‘antítipo nega
o tipo’” é evidente em outros padrões tipológicos, por que não seria esse também o caso de Israel (em
termos de seu papel, vocação e identidade) como um padrão tipológico de Jesus (16)? Vlach teve de
oferecer sua própria proposta sobre a natureza da tipologia, em que esta se trata do movimento da
sombra à substância (Cl 2.16-17; Hb 10.1) conforme o antítipo cumpre o tipo; contudo, Vlach pretende
que ela seja as duas coisas, ao admitir a conexão tipológica entre Israel e Jesus, mas, em seguida, anula
o aspecto de cumprimento da tipologia, ao argumentar que a nação de Israel ainda desempenha papel
central no futuro plano de Deus.
[96] Veja a nota 18 e, adicionalmente, veja os exemplos úteis da caracterização da escalada nos
padrões tipológicos de Thomas R. Schreiner, Commentary on Hebrews, Biblical Theology for Christian
Proclamation (Nashville, TN: B&H, 2015), p. 36-45.
[97] Jerry M. Hullinger, “The Compatibility of the New Covenant and Future Animal Sacrifice”,
Journal of Dispensational Theology 17 (2013): 47-64; idem, “the Function of the Millennial Sacrifices
in Ezekiel’s Temple, Part 1”, BibSac 167 (2010): 40-57; idem, “The Function of the Millennial
Sacrifices in Ezekiel’s Temple, Part 2”, BibSac 167 (2010): 166-79; John C. Whitcomb, “Christ’s
Atonement and Animal Sacrifices in Israel”, GTJ 6 (1985): 201-17; Fruchtenbaum, Israelology, p. 810-
13.
[98] Benjamin L. Merkle, em “Old Testament Restoration Prophecies Regarding the Nation of
Israel: Literal or Symbolic?” SBJT 14 (2010): 23, observa corretamente o problema com os
dispensacionalistas que leem Ezequiel 40–48 de maneira literal para encontrar uma restituição dos
sacrifícios de animais no milênio: “[A]firmar que o povo restaurado de Israel vai reconstruir o templo,
restabelecer o sacerdócio e restaurar os sacrifícios de animais minimiza a obra completa e perfeita de
Cristo. Sua morte e sua ressurreição são o ponto focal da grande obra de Deus na história redentora.
Voltar às sombras e imagens do Antigo Testamento é negligenciar a centralidade do trabalho terminado
de Cristo na cruz”. Merkle também aponta para o fato de que Deus já deu ao seu povo um memorial do
sacrifício de Cristo — A Ceia do Senhor (25n26). A razão de essa refeição da aliança, que é o rito de
continuidade na nova aliança, ser substituída por sacrifícios de animais no milênio é um argumento sem
fundamento do NT. A Ceia do Senhor cessará com o retorno de Cristo (1Co 11.26), mas dá lugar ao
banquete messiânico, à ceia de casamento do Cordeiro (Lc 22.15-18; Ap 19.7-9), e não às práticas de
sacrifício de animais do AT. Além disso, a defesa do sacrifício de animais no milênio futuro, sem que
haja a restauração da aliança mosaica, arranca os sacrifícios de sua configuração aliancista. Depositar
qualquer sistema de sacrifício após o retorno de Cristo é falho no fato de que o clímax do reino ainda
está dentro da nova era da aliança (a aliança final de Deus é a nova aliança). O sacrifício da nova
aliança de Cristo foi oferecido de uma vez por todas, como ensinado em Hebreus 8.8-13, cf. Hebreus 9–
10.
[99] Veja G. K. Beale, The Temple and the Church’s Mission: A Biblical Theology of the Dwelling
Place of God, NSBT 17 (Downers Grove, IL: InterVarsity, 2004). Cf. Hoskins, Jesus as the Fulfillment
of the Temple; Holwerda, Jesus and Israel, p. 59-83; T. Desmond Alexander e Simon Gathercole, eds.,
Heaven on Earth: The Temple in Biblical Theology (Carlisle, UK: Paternoster, 2004); Edmund
Clowney, “The Final Temple”, WTJ 35 (1972): 156-89; P. W. L. Walker, Jesus and the Holy City: New
Testament Perspectives on Jerusalem (Grand Rapids: Eerdmans, 1996); Rob Dalrymple,
Understanding Eschatology: Why It Matters (Eugene, OR: Wipf & Stock, 2013), p. 56-99.
[100] Sobre esses pontos, veja Davidson, “The Nature [and Identity] of Biblical Typology”, p. 7-8.
[101] Hoskins, Jesus as the Fulfillment of the Temple, p. 23.
[102] Vlach, “What Does Christ as ‘True Israel’ Mean?”, p. 47. Ele ainda reclama de que chamar
Jesus de “verdadeiro Israel” dá a impressão de que a nação de Israel já não é mais verdadeiramente
Israel. Mas a questão é como definimos nossos termos e como entendemos a trajetória histórico-
redentora da Bíblia. Jesus pode ser referido como o “verdadeiro Davi” porque cumpre a aliança
davídica como o Messias, mesmo que o NT nunca dê esse rótulo a ele.
[103] Ver, por exemplo, de Saucy, The Case for Progressive Dispensationalism, p. 194-207;
Blaising, “A Premillennial Response”, p. 146-48; Ryrie, Dispensationalism, p. 148-50; veja também
Peter Richardson, Israel in the Apostolic Church, SNTSMS 10 (Cambridge: Cambridge University
Press, 1969), p. 7, 71, 83n2.
[104] Ver Graham Harvey, The True Israel: Uses of the Names Jew, Hebrew and Israel in Ancient
Jewish and Early Christian Literature (Leiden: Brill, 1996), p. 225-56. Sobre a dificuldade de
responder quem é judeu sob as perspectivas política e religiosa, veja Holwerda, Jesus and Israel, p. 27-
30.
[105] Para outras discussões úteis, procure Iain M. Duguid, “Israel”, in DOTPR, p. 391-97; R. J.
D. Knauth, “Israelites”, in DOTP, p. 452-58; Charles H. H. Scobie, The Ways of Our God: An
Approach to Biblical Theology (Grand Rapids: Eerdmans, 2003), p. 469-80; LaRondelle, The Israel of
God, p. 81-98.
[106] Veja Isaías 40.3-11; 49.8-12; Jeremias 23.5–8; Ezequiel 11.15-20; Miqueias 7.15-20; Oseias
2.14-15.
[107] Veja Stephen G. Dempster, “The Servant of the Lord”, em Central Themes in Biblical
Theology: Mapping Unity in Diversity, ed. Scott J. Hafemann e Paul R. House (Grand Rapids: Baker,
2007), p. 128-78, e John Goldingay, “Servant of Yahweh,” em DOTPR, p. 700-707.
[108] Veja também Is 27.2-6; Jr 2.21; 12.10-11; Ez 15.1-8; Os 14.7.
[109] Gentry e Wellum, KTC, 226-28; N. T. Wright, The Climax of the Covenant (Minneapolis:
Fortress, 1991), p. 21-23; idem, The New Testament and the People of God, p. 262-64. Wright observa
que, em pontos cruciais da história, “o chamado de Abraão, sua circuncisão, a oferta de Isaque, a
transição de Abraão para Isaque, e de Isaque para Jacó, e na permanência no Egito, a narrativa insiste
silenciosamente que Abraão e sua descendência herdam o papel de Adão e Eva. Curiosamente, há duas
diferenças que emergem sob a forma desse papel. A ordem (‘frutificai...’) tornou-se promessa (‘farei-
lhe frutífera...’), e a posse da terra de Canaã, juntamente com a supremacia sobre os inimigos, tomou o
lugar do domínio de Adão sobre a natureza” (263). Cf. Bruce K. Waltke, An Old Testament Theology:
An Exegetical, Canonical, and Thematic Approach (Grand Rapids: Zondervan, 2007), p. 297.
[110] J. V. Fesko, Last Things First: Unlocking Genesis 1–3 with the Christ of Eschatology
(Fearn, Ross-shire, Scotland: Mentor, 2007), p. 125-26 resume de maneira útil: “Deus colocou Adão no
jardim, que era uma fonte de sustento e a localização do templo, e assim também Deus colocou Israel,
seu filho, em uma terra que manava leite e mel (Êx 13.5). G. K. Beale observa que “a terra de Israel é
explicitamente comparada ao Jardim do Éden (veja Gn 13.10; Is 51.3; Ez 36.35; 47.12; Jl 2.3) e é
retratada como muito fecunda para aumentar a correspondência com o Éden (cf. Dt 8.7-10; 11.8-17; Ez
47.1-12). ‘A terra prometida também era o lugar último de descanso do tabernáculo ambulante do
deserto de outrora — lugar no qual Israel encontrou, serviu e ofereceu sacrifícios a Deus. Quando os
objetivos finais da aliança feita com Israel são considerados, os mesmos elementos protológicos
reaparecem; era para Israel levar o conhecimento da redenção aos confins da terra, da mesma forma que
era para Adão espalhar a imagem e a adoração a Deus por toda a terra (Is 49.6)”. A quantidade de
literatura acadêmica sobre o Éden como um jardim-templo, com abundantes ligações ao tabernáculo e
ao templo de Jerusalém, é esmagadora; por exemplo, Beale, The Temple and the Church’s Mission, p. 66-
80; T. Desmond Alexander, From Eden to the New Jerusalem: Exploring God’s Plan for Life on Earth
(Nottingham, UK: InterVarsity, 2008), p. 13-60.
[111] Algumas funções sacerdotais são atribuídas a Davi quando ele traz a arca para Jerusalém
(2Sm 6.14, 17-18; cf. 8.18), e ele também exerce o dom da profecia (p. ex., 2Sm 23.1-7; Sl 22; At
2.30). Confira Bruce, This Is That, p. 72.
[112] Esse tema importante não será analisado aqui; para tanto, veja o capítulo escrito por
DeRouchie.
[113] Para o tema do cumprimento na estrutura da genealogia de Mateus, veja R. T. France, The
Gospel of Matthew, NICNT (Grand Rapids: Eerdmans, 2007), p. 28-33; Joel Kennedy, The
Recapitulation of Israel: Use of Israel’s History in Matthew 1:1–4:11, WUNT 2/157 (Tübingen: Mohr
Siebeck, 2008), p. 72-100. Para um panorama de Lucas 1, veja Richard B. Hays, “The Liberation of
Israel in Luke-Acts: Intertextual Narration as Countercultural Practice”, em Reading the Bible
Intertextually, eds. Richard B. Hays, Stefan Alkier e Leroy A. Huizenga (Waco, TX: Baylor University
Press, 2009), p. 103-6. A narrativa da natividade de Lucas “cria uma ponte entre a era da promessa do
Antigo Testamento e a era do cumprimento, que funcionará como um elo que conecta a totalidade de
Lucas–Atos” (Mark L. Strauss, The Davidic Messiah in Luke-Acts: The Promise and its Fulfillment in
Lukan Christology, JSNTSup 110 [Sheffield, UK: Sheffield Academic, 1995], p. 86).
[114] Para uma análise convincente do uso de Oseias 11.1 em Mateus 2.15, confira Beale, A New
Testament Biblical Theology, p. 406-12; idem, “The Use of Hosea 11:1 in Matthew 2:15: One More
Time”, JETS 55 (2012): p. 697-715; cf. Schreiner, New Testament Theology, p. 73-75; Holwerda, Jesus
and Israel, p. 37-40.
[115] Ibid., p. 407-10; idem, “The Use of Hosea 11:1”, p. 700-703; cf. France, The Gospel of
Matthew, p. 80-81. A ligação entre o povo de Israel e um líder representativo também é encontrada em
Oseias 1.10-11.
[116] Schreiner, New Testament Theology, p. 75. O futuro escatológico de Israel incluía as nações
fluindo para Israel. A genealogia de Mateus com a menção de mulheres gentias já insinuava a extensão
do papel de Jesus para além de Israel, mas a vinda dos magos com a oferta de presentes (Mt 2.1-12) é o
cumprimento inicial de Isaías 60.3, 5-6, 10-11, 14 ( Beale, A New Testament Biblical Theology, p. 389).
Para mais informações sobre como Mateus 2 mostra a história de Israel recapitulada em Jesus com o
pano de fundo predominante do motivo do êxodo, veja Kennedy, The Recapitulation of Israel, p. 103-
53.
[117] Veja Isaías 40.3 em Mateus 3.3; e Isaías 40.3, Malaquias 3.1 e Êxodo 23.20 em Marcos 1.2-
3; e Isaías 40.3-5 em Lucas 3.4-6. Essas passagens são significativas para se entender a chegada da
restauração de Israel no evangelho de Cristo. Veja Rikk E. Watts, “Mark”, em Commentary on the New
Testament Use of the Old Testament, ed. G. K. Beale e D. A. Carson (Grand Rapids: Baker, 2007), p.
113-20; e, para a estrutura interpretativa de Isaías 40.3-5 em Lucas–Atos, junto com a conexão da
terminologia “caminho” em Atos designando a igreja como o verdadeiro herdeiro e a reconstituição de
Israel, veja David W. Pao, Acts and the Isaianic New Exodus (Grand Rapids: Baker, 2002), p. 37-69;
cf. Schnabel, Acts, p. 290.
[118] Para uma análise mais profunda sobre o batismo de Jesus em relação a Israel, veja
Holwerda, Jesus and Israel, p. 42-44; Beale, A New Testament Biblical Theology, p. 412-17; Kennedy,
The Recapitulation of Israel, p. 175-84.
[119] Beale, A New Testament Biblical Theology, p. 414-15; Watts, “Mark”, p. 120-22.
[120] Thomas R. Schreiner, The King in His Beauty: A Biblical Theology of the Old and New
Testament (Grand Rapids: Baker, 2013), p. 436.
[121] Para mais discussões sobre o tema do servo no NT, veja Dempster, “The Servant of the
Lord”, p. 165-77; Schreiner, New Testament Theology, p. 265-68; 295-97. Veja também Robin
Routledge, “Replacement or Fulfillment? Re-applying Old Testament Designations of Israel to the
Church”, STR 4 (2013): 147-51.
[122] Beale, A New Testament Biblical Theology, p. 683-84, aponta que Paulo, como seguidor de
Cristo, também participa da comissão do Servo (At 13.47; 26.18). Cf. Alan J. Thompson, The Acts of
the Risen Lord Jesus: Luke’s Account of God’s Unfolding Plan, NSBT 27 (Downers Grove, IL:
InterVarsity, 2011), p. 118-20.
[123] Em oposição a Vlach, “What Does Christ as ‘True Israel’ Mean?”, p. 49-50, e Saucy, The
Case for Progressive Dispensationalism, p. 191. Corretamente, P. Chase Sears, Heirs of Promise: The
Church as the New Israel in Romans (Bellingham, WA: Lexham, 2015), p. 29-32; cf. Jonathan Menn,
Biblical Eschatology (Eugene, OR: Resource, 2013), p. 25-26. Assim como a solidariedade corporativa
da relação Israel-servo é cumprida em Cristo, também o tema do Filho do homem, já que Daniel 7
apresenta essa figura em termos individuais e corporativos. Ver R. T. France, “Old Testament Prophecy
and the Future of Israel”, TynBul 26 (1975): 67; Beale, A New Testament Biblical Theology, p. 393-
401, 652; Schreiner, The King in His Beauty, p. 437-39.
[124] O que segue se baseia nas observações e na excelente análise de Joshua Greever: “Will the
True Israel Stand Up? Jesus as the True Israel in Ephesians 1:3–6” (artigo apresentado no encontro
anual da Evangelical Theological Society, Baltimore, MD, 19 de novembro de 2013).
[125] Veja France, Jesus and the Old Testament, p. 50-53; Holwerda, Jesus and Israel, p. 44-47;
LaRondelle, The Israel of God, p. 64-65; Kynes, A Christology of Solidarity, p. 28-35. Beale, em A
New Testament Biblical Theology, p. 417-22, também observa com razão a presença de Moisés e de
Adão na narrativa da tentação.
[126] Strauss, The Davidic Messiah, p. 216.
[127] Kynes, A Christology of Solidarity, p. 182-84, p. 189-91; Menn, Biblical Eschatology, p. 31-
32; Eckhard J. Schnabel, “Israel, the People of God, and the Nations”, JETS 45 (2002): p. 46-47;
Andreas J. Köstenberger e Peter T. O’Brien, Salvation to the Ends of the Earth: A Biblical Theology of
Mission, NSBT 11 (Downers Grove, IL: InterVarsity, 2001), p. 106, 129-31, 135-37. “Na vindicação de
Jesus no monte do Comissionamento (...) vemos o cumprimento das esperanças da restauração no
Monte Sião: era em Jesus, (...) como o filho Israel restaurado, que os gentios deveriam reunir-se para
participar da salvação escatológica” (Terence L. Donaldson, Jesus on the Mountain: A Study in
Matthean Theology, JSNTSup 8 [Sheffield, UK: JSOT, 1985], p. 200; cf. 182-88).
[128] Confira Andrew Streett, The Vine and the Son of Man: Eschatological Interpretation of
Psalm 80 in Early Judaism (Minneapolis: Fortress, 2014), p. 209-21; cf. D. A. Carson, The Gospel
according to John, PNTC (Grand Rapids: Eerdmans, 1991), p. 513-14.
[129] Carson, John, p. 513; cf. Andreas J. Köstenberger, A Theology of John’s Gospel and Letters,
BTNT (Grand Rapids: Zondervan, 2009), p. 502-3.
[130] Designações a Israel no AT aplicadas à Igreja incluem, entre outras: a assembleia, o povo de
Deus, os eleitos, filhos de Abraão, rebanho de Deus, a circuncisão, sacerdócio, a vinha e a
noiva/esposa. Ver Paul S. Minear, Images of the Church in the New Testament (Louisville:
Westminster John Knox, 1960); Beale, A New Testament Biblical Theology, p. 669-79.
[131] Confira David I. Starling, “The Yes to All God’s Promises: Jesus, Israel and the Promises of
God in Paul’s Letters”, RTR 71 (2012): 185-204.
[132] Embora não explorado aqui, o próprio AT demonstra que gentios/nações seriam
incorporados no Israel escatológico (p. ex., Is 56.3-8; 66.18-25; Sl 87). Veja Gentry e Wellum, KTC, p.
445-61; Beale, A New Testament Biblical Theology, p. 656-69; Schnabel, “Israel, the People of God”,
p. 39-42.
[133] 1 Pedro 1.14, 18, 21; 4.2-4 indicam que os leitores são predominantemente gentios, e a
linguagem exílica ainda os associa a Israel, assim como o termo gentios se refere aos não cristãos de
fora em 1 Pedro 2.12. Da mesma forma, Richard Bauckham, “James, 1 Peter, Jude, and 2 Peter”, em A
Vision for the Church: Studies in Early Christian Ecclesiology in Honour of J. P. M. Sweet, ed. Marcus
Bockmuehl and Michael B. Thompson (Edinburgh: T&T Clark, 1997), p. 160-61; cf. Ray F. Van
Neste, “The Church in the General Epistles”, in The Community of Jesus, p. 137-38.
[134] Schreiner, New Testament Theology, p. 744. Beale, em A New Testament Biblical Theology,
p. 741, observa que a “construção do templo dos últimos dias deveria ocorrer em conjunto com outras
promessas de restauração e foi um dos sinais reveladores de que a restauração estava começando”.
[135] Bauckham, “James, 1 Peter”, p. 161; D. A. Carson, “1 Peter”, Commentary on the New
Testament Use of the Old Testament, p. 1030-31; Schreiner, New Testament Theology, p. 743.
[136] Carson, “1 Peter”, p. 1031-32. O uso de Oseias 1.10; 2.23 é aplicado por Paulo em Romanos
9.23-26 de forma semelhante. Para a discussão, veja Beale, em A New Testament Biblical Theology, p.
705-8. Para uma discussão geral sobre a tipologia em 1 Pedro 2.4-10, veja Goppelt, Typos, p. 153-55.
[137] Thomas R. Schreiner, 1, 2 Peter, Jude, NAC, v. 37 (Nashville, TN: B & H, 2003), p. 115.
Em oposição a ele, W. Edward Glenny, “the Israelite Imagery of 1 Peter 2”, em Dispensationalism,
Israel, and The Church, p. 156-87. Curiosamente, Glenny reconhece os padrões tipológicos em 1 Pedro
2.4-10, incluindo os elementos de escalada e avanço intrínsecos às relações tipológicas, mas, logo em
seguida, ele anula essas ligações tipológicas, ao concluir que esses padrões tipológicos não “negam o
cumprimento futuro das promessas nacionais, políticas e geográficas (...) feitas a Israel nesses contextos
[do AT]” (p. 187). Se for esse o caso, o uso de Pedro desses textos tem caráter puramente analógico, e
não tipológico. Conforme tenho argumentado, esses textos do AT que caracterizam a identidade e o
papel nacional/política de Israel — que Pedro aplica diretamente à igreja através de Cristo — são
tipológicos por causa do cumprimento realizado por Cristo conforme ele estabelece o verdadeiro
templo profetizado (a igreja) e o novo êxodo. Glenny também é inconsistente, pois Cristo pode ser o
cumprimento final dos padrões tipológicos de 1 Pedro 2.6-8, mas a igreja é apenas o cumprimento
inicial do padrão de 1 Pedro 2.9-10 (p. 186). Isso não é convincente, pois, se Cristo, a pedra viva e
pedra angular colocada em Sião, é o fim do caminho para esses padrões tipológicos, por que não seria
esse o caso para aqueles que se uniram a essa pedra escatológica, as pedras vivas — a igreja — nos
últimos tempos (1Pe 1.20)?
[138] Em oposição a isso, veja, por exemplo, Blaising e Bock, Progressive Dispensationalism, p.
50-51. Veja a citação na nota 77, mais acima. Embora as distinções nacionais cheguem ao fim no
eschaton, isso não nega que as etnias possam continuar.
[139] Eckhard J. Schnabel, “John and the Future of the Nations”, BBR 12 (2002): 267 (e veja a
discussão completa, p. 265-70). Cf. Menn, Biblical Eschatology, p. 304-7; Robert H. Gundry, “The
New Jerusalem: People as Place, Not Place for People”, NovT 29 (1987): 254-64.
[140] Gundry, “The New Jerusalem”, p. 257, observa que Deus assume sua morada com os santos
(Ap 21.3). Assim como Deus tinha em Israel seu tabernáculo, no futuro “ele fará dos santos, que são a
igreja, sua morada. O plural ‘povos’ [Ap 21.3] (...) [enfatiza] a internacionalidade da igreja, do jeito que
ela é: composta por redimidos das nações pagãs, bem como de Israel. Assim como os povos, a igreja
será a cidade de Deus”.
[141] Em oposição, Bruce A. Ware, em “The New Covenant and the People(s) of God”,
Dispensationalism, Israel, and the Church, p. 68-97, divide os aspectos espirituais da nova aliança
entre os que são implementados “agora” na igreja e os aspectos físicos/territoriais que “ainda não” se
cumpriram na nação de Israel. Além de um uso questionável da escatologia inaugurada, Ware falha ao
assinalar como Israel é um tipo do Israel escatológico e restaurado através de Cristo, o que não implica
“uma identidade rigorosa de Israel e da Igreja” (p. 92). Jeremias já retratava gentios entre um povo
restaurado de Deus (p. ex., 4.2; 12.14-17; 16.14-18), e os autores do NT podem naturalmente aplicar as
promessas da nova aliança à igreja devido à obra de Cristo. Confira Gentry e Wellum, KTC, p. 484-
516; Wellum, “Beyond Mere Ecclesiology”, p. 195-209; e também observe David G. Peterson,
Transformed by God: New Covenant Life and Ministry (Nottingham, UK: InterVarsity, 2012).
[142] Agradecimentos especiais a Tom Schreiner, Jason DeRouchie e Andy Naselli, que
empregaram tempo para ler um rascunho anterior deste ensaio e forneceram opiniões excelentes.
[143] Por exemplo, a teologia da nova aliança não é colocada nesse diagrama devido à sua estreita
relação com o aliancismo progressivo, embora haja pequenas diferenças entre as duas visões.
[144] Veja, por exemplo, Greg L. Bahnsen, “The Theonomic Reformed Approach to Law and
Gospel”, em Five Views on Law and Gospel, ed. Wayne Strickland (Grand Rapids: Zondervan, 1993),
p. 93-143.
[145] Sobre a forma como a lei é tratada por um teólogo aliancista, ver Knox Chamblin, “The Law
of Moses and the Law of Christ”, em Continuity and Discontinuity: Perspectives on the Relationship
Between the Old and New Testaments, ed. John S. Feinberg (Wheaton, IL: Crossway, 1988), p. 181-
202.
[146] Por exemplo, há um debate sobre se a lei mosaica é uma “republicação” do pacto das obras.
Bryan D. Estelle, J. V. Fesko e David VanDrunen defendem essa visão, eds., The Law Is Not of Faith:
Essays on Works and Grace in the Mosaic Covenant (Phillipsburg, NJ: P&R, 2009). Para um trabalho
que argumente contra o ponto de vista da republicação, veja Andrew M. Elam, Robert C. Van Kooten e
Randall A. Bergquist, Merit e Moses: A Critique of the Klinean Doctrine of Republication (Eugene,
OR: Wipf and Stock, 2014).
[147] Richard N. Longenecker, “Three Ways of Understanding Relations Between the
Testaments: Historically and Today”, em Tradition and Interpretation in the New Testament: Essays in
Honor of E. Earle Ellis for His 60th Birthday, ed. Gerald F. Hawthorne com Otto Betz (Grand Rapids:
Eerdmans, 1987), p. 24.
[148] WCF 19:3-5.
[149] Para mais detalhes sobre como a teologia da aliança difere da teonomia, veja William S.
Barker e W. Robert Godfrey, eds., Theonomy: A Reformed Critique (Grand Rapids: Zondervan, 1990).
[150] Douglas J. Moo, “The Law of Moses or the Law of Christ”, em Continuity and
Discontinuity, p. 215.
[151] Peter J. Gentry e Stephen J. Wellum, Kingdom Through Covenant: A Biblical-Theological
Understanding of the Covenants (Wheaton, IL: Crossway, 2012).
[152] A melhor abordagem conhecida é a de Tom Wells e Fred Zaspel, New Covenant Theology:
Description, Definition, Defense (Frederick, MD: New Covenant Media, 2002).
[153] Michael J. Vlach, “New Covenant Theology Compared with Covenantalism”, TMSJ 18, n. 1
(2007): 206.
[154] Gentry e Wellum, Kingdom Through Covenant, p. 694-703.
[155] Veja Charles C. Ryrie, Dispensationalism Today (Chicago: Moody, 1969).
[156] Craig S. Blaising e Darrell L. Bock, Progressive Dispensationalism (Grand Rapids: Baker,
1993). Veja também Robert L. Saucy, The Case for Progressive Dispensationalism (Grand Rapids:
Zondervan, 1993).
[157] Tipicamente, o dispensacionalismo clássico distingue sete arranjos distintos de
administração: inocência (pré-queda), consciência (Adão até Noé), governo (Noé até Babel), promessa
(Abraão até Moisés), lei (Moisés a Cristo), graça (Pentecostes até o Arrebatamento) e o milênio.
[158] Blaising and Bock, Progressive Dispensationalism, p. 31.
[159] As declarações feitas na Scofield Reference Bible original contribuíram para essa impressão
geral. “O objetivo de testar não é mais a obediência legal como condição da salvação, mas a aceitação
ou a rejeição de Cristo em relação a boas obras como fruto da salvação”. Ver C. I. Scofield, ed., The
Scofield Reference Bible (New York: Oxford University Press, 1917), 115n1. Em outras palavras, Deus
lidou com Israel sob a lei do pacto, em termos de obediência legal como condição para a salvação, mas
lida com a igreja em termos da aceitação de Cristo como a condição para a salvação (com boas obras
sendo o fruto da salvação). Charles Ryrie afirmou que os primeiros dispensacionalistas fizeram muitas
dessas declarações, mas nunca tiveram a intenção de ensinar duas formas de salvação
(Dispensationalism Today, p. 112). Robert Saucy salienta que as expressões subsequentes do
dispensacionalismo têm afirmado de forma consensual e cuidadosa que a salvação sempre foi pela
graça através da fé (The Case for Progressive Dispensationalism, 14-15), o que se reflete nas notas
revisadas na New Scofield Reference Bible.
[160] Blaising e Bock, Progressive Dispensationalism, p. 47.
[161] Gentry e Wellum, Kingdom Through Covenant, p. 607. A promessa de descanso no Salmo
95 é dada séculos depois de Josué. A promessa de descanso que permanece para “hoje” (Sl 95.7-8) não
aponta para Canaã, mas para a nova criação (cf. Hb 4.8). De fato, alguns defensores do aliancismo
progressivo afirmam haver um futuro para Israel como nação, quando Paulo trata do problema em
Romanos 11.25-32, e alguns fazem uma leitura pré-milenista histórica de Apocalipse 20, mas não
declaram o milênio como necessário para cumprir as promessas originais de “terra”. O
dispensacionalismo clássico diz que as promessas do AT não foram “espiritualmente” cumpridas na
Igreja. Estas promessas terão uma consumação "literal" mais adiante, com o Israel étnico. O
dispensacionalismo progressivo reconhece que os escritores do NT muitas vezes apresentam as
promessas como espiritualmente cumpridas na Igreja. Eles simplesmente vão mais longe, dizendo que
essa consumação do NT não exaure a totalidade da promessa. Ela ainda aguarda consumação pelo
Israel étnico no futuro (Blaising e Bock, Progressive Dispensationalism, p. 103-4). Veja também de
Darrell Bock, “Summary Essay”, em Three Views on the Millennium and Beyond, ed. Darrell L. Bock
(Grand Rapids: Zondervan, 1999), p. 292.
[162] Veja o estudo de Thomas Schreiner neste volume.
[163] Ver Bruce K. Waltke, “Theonomy in Relation to Dispensational and Covenant Theologies”,
em Theonomy: A Reformed Critique, p. 69.
[164]
Ibid.
[165] O. Palmer Robertson, The Christ of the Covenants (Phillipsburg, NJ: P&R, 1980), p. 190-99.
[166] Jason C. Meyer, The End of the Law: Mosaic Covenant in Pauline Theology (Nashville, TN:
B&H Academic, 2009).
[167] John G. Reisinger, But I Say unto You (Southbridge, MA: Crowne, 1989), p. 20.
[168] Ibid., p. 21 (ênfase original).
[169] Ibid., p. 19.
[170] Todas as referências das Escrituras neste capítulo são da NAA, salvo indicação contrária.
[171] O trabalho posterior de Tom Wells e Fred Zaspel apresentou uma abordagem mais
balanceada. Wells e Zaspel, New Covenant Theology.
[172] Waltke concorda em relação a esse ponto. Ele diz que os dispensacionalistas reconhecem
“tacitamente” Romanos 7.12, mas lhe dão “atenção inadequada” na prática. Veja sua obra Theonomy in
Relation to Dispensational and Covenant Theologies, p. 65.
[173] Jochem Douma, The Ten Commandments: Manual for the Christian Life, trad. Nelson D.
Kloosterman (Phillipsburg, NJ: P&R, 1996), p. 5.
[174] Paul Barnett, The Second Epistle to the Corinthians, NICNT (Grand Rapids: Eerdmans,
1997), p. 187.
[175] O debate depende, em parte, de a palavra grega καταργέω ser lida no sentido de “anular” ou
“terminar”. A ação está relacionada aos efeitos ou à existência da antiga aliança? Scott J. Hafemann
monta a melhor defesa para a interpretação de “efeitos” em Paul, Moses, and the History of Israel: The
Letter/Spirit Contrast and the Argument from Scripture in 2 Corinthians 3, WUNT 81 (Tübingen:
Mohr Siebeck, 1995), p. 309. Valorizo a opinião de Hafemann, mas a considero insatisfatória, porque
não extrai o melhor sentido do contexto. Para um argumento detalhado contra essa leitura, veja de
Meyer, The End of the Law, p. 90-93.
[176] Michael Horton, “Kingdom Through Covenant: A Review by Michael Horton”, The Gospel
Coalition, acesso em 23 de agosto de 2015, http://thegospelcoalition.org/article/kingdom-through-
covenant-a-review-by-michael-horton.
[177] D. A. Carson, The Gospel According to John, PNTC (Grand Rapids: Eerdmans, 1991), p.
132.
[178] Herman N. Ridderbos, The Gospel of John: A Theological Commentary (Grand Rapids:
Eerdmans, 1997), p. 56.
[179] Veja Frank Thielman, The Law and the New Testament (New York: Crossroad Publishing,
1999), p. 96-105.
[180] C. S. Lewis, Mere Christianity (New York: Simon & Schuster, 1996), p. 161.
[181] Ver C. I. Scofield, Rightly Dividing the Word of Truth (Findlay, OH: Fundamental Truth,
1940), p. 5.
[182] Douglas Moo, “Response to Wayne G. Strickland”, em Five Views on Law and Gospel, p.
315.
[183] Ibid. (ênfase original).
[184] WCF, 19:5.
[185] Paulo cita o quinto mandamento como prescritivo em Efésios 6.2. Ele também se refere aos
sexto, sétimo, oitavo e décimo mandamentos em Romanos 13.9.
[186] Veja o ensaio de Thomas Schreiner neste volume.
[187] Jerram Barrs, Delighting in the Law of the Lord: God’s Alternative to Legalism and
Moralism (Wheaton, IL: Crossway, 2013), p. 314.
[188]
Ibid.
[189] Herman N. Ridderbos, Paul: An Outline of His Theology (Grand Rapids: Eerdmans, 1975),
p. 282-83.
[190] Richard B. Gaffin Jr., By Faith, Not by Sight: Paul and the Order of Salvation, 2nd ed.
(Phillipsburg, NJ: P&R, 2013), p. 36 (ênfase original).
[191]
Ibid.
[192] Moo, “The Law of Moses or the Law of Christ”, p. 211.
[193] Ibid., p. 215 (ênfase original).
[194] Meyer, The End of the Law, p. 283.
[195] Talvez essa dinâmica encontre melhor explicação em Stephen Westerholm, Perspectives
Old and New on Paul: The “Lutheran” Paul and His Critics (Grand Rapids: Eerdmans, 2004), p. 431-
39.
[196] Moo, “Response to Wayne G. Strickland”, p. 315.
[197] Brian Rosner, corretamente, argumenta que nos relacionamos com mandamentos específicos
da lei não como sendo obrigatórios, porque pertencem ao sistema mosaico, mas como fonte de
sabedoria para os crentes que vivem na era da nova aliança. Os crentes “não leem a lei como lei-
aliança, mas, sim, como profecia e como sabedoria” (ênfase no original). Veja, desse mesmo autor,
Paul and the Law: Keeping the Commandments of God, NSBT 31 (Downers Grove, IL: InterVarsity,
2013), p. 218. D. A. Carson distingue a lei como lei-aliança e lei-profecia (D. A. Carson, “Atonement
in Romans 3:21–26”, em The Glory of the Atonement: Biblical, Historical and Practical Perspectives:
Essays in Honor of Roger Nicole, ed. Charles E. Hill e Frank A. James III [Downers Grove, IL:
InterVarsity, 2004], p. 139).
[198] Rosner não vê esse texto como uma exceção. Ele negaria a natureza prescritiva do apelo de
Paulo. Em vez disso, ele considera que Paulo apela ao mandamento da lei mosaica “não como lei (Ef 6.1-
2), mas como conselho sobre como andar em sabedoria (cf. Ef 5.15)”. Paul and the Law, p. 208. É difícil
sustentar essa distinção. Prefiro enxergar como uma exceção ao padrão geral de Paulo.
[199] Jonathan Edwards, “Inquiry Concerning Qualifications for Communion”, em The Works of
President Edwards, 8th ed. (New York: Leavitt & Allen, 1858), 1:160. Citado por Daniel P. Fuller,
Gospel and Law: Contrast or Continuum? (Grand Rapids: Eerdmans, 1980), p. 5-6.
[200] D. Martyn Lloyd-Jones, The Love of God: Studies in 1 John (Wheaton, IL: Crossway, 1993),
p. 18.
[201] Peter J. Gentry e Stephen J. Wellum, Kingdom Through Covenant: A Biblical-Theological
Understanding of the Covenants (Wheaton, IL: Crossway, 2012), p. 608.
[202] Ibid., p. 638.
[203] Ibid., p. 609.
[204] Veja Ardel B. Caneday, “The Faithfulness of Jesus Christ as a Theme in Paul’s Theology in
Galatians”, em The Faith of Jesus Christ: Exegetical, Biblical, and Theological Studies, eds. Michael F.
Bird e Preston M. Sprinkle (Milton Keynes, UK: Paternoster; Peabody, MA: Hendrickson, 2009), p. 185-
205.
[205] Cf. Gentry and Wellum, Kingdom Through Covenant, p. 609.
[206] Outros pactos do AT — de Noé, Abraão e Davi — merecem atenção, mas o espaço restringe
nosso foco à relação entre os pactos antigo e novo.
[207] Salvo indicação em contrário, todas as citações das Escrituras são da Nova Almeida
Atualizada.
[208] Tome nota da variante em Apocalipse 1.5: λούσαντι (lavado) na tradição textual bizantina,
mas de λύσαντι (liberto) no texto crítico. Tanto 7.14 como 22.14 usam πλύνω. Parece evidente que um
escriba primitivo, usando um sinônimo para πλύνω, tentou tornar 1.5 conforme 7.14 e 22.14. Também
veja Bruce M. Metzger, A Textual Commentary on the Greek New Testament, 2nd ed. (Stuttgart:
Deutsche Bibelgesellschaft, 1994), p. 662.
[209] A imagem contraditória do sangue como agente de limpeza, um conceito propositalmente
ofensivo, deve ter seu adequado efeito surpresa. Infelizmente, a expressão e o conceito tornaram-se
demasiadamente estereotipados e prosaicos.
[210] Acerca da inversão de advertências, veja Thomas R. Schreiner e Ardel B. Caneday, The
Race Set Before Us: A Biblical Theology of Perseverance and Assurance (Downers Grove, IL:
InterVarsity, 2001), p. 150-57.
[211] Veja a discussão em ibidem., p. 150-54.
[212] Louis Berkhof, Systematic Theology (Grand Rapids: Eerdmans, 1939), p. 612.
[213] Ibid., p. 613.
[214] Mark Jones, Antinomianism: Reformed Theology’s Unwelcome Guest? (Phillipsburg, NJ:
P&R, 2013), p. 45-47.
[215] Ibid., p. 50.
[216] Ibid. Jones apresenta os cânones de Dort 5.14, “A perseverança dos santos”.
[217] Veja E. Calvin Beisner, ed., The Auburn Avenue Theology, Pros and Cons: Debating the
Federal Vision (Fort Lauderdale, FL: Knox Theological Seminary, 2004). Cf. Thomas R. Schreiner,
Run to Win the Prize: Perseverance in the New Testament (Wheaton, IL: Crossway, 2010), p. 90-92,
que distingue entre a Visão Federal e as visões arminianas acerca da apostasia.
[218] John Frame, The Escondido Theology: A Reformed Response to Two Kingdom Theology
(Lakeland, FL: Whitefield Media Productions, 2011), p. 2.
[219] Veja Michael Horton, “The Law and the Gospel” (disponível em
http://whitehorseinn.gor/free-articles/thelaw-the-gospel-by-michael-horton.html). Cf. Charles P. Arand
e Michael Horton, “Does the Covenant of Works/Covenant of Grace Schema Confud The Law/Gospel
Distinction?: A Lutheran/Reformed Conversation — The Reformed View”, Modern Reformation 9, n.
4 (julho/agosto de 2000): 24–27.
[220] Veja Tullian Tchividjian, “Law and Gospel: Part 3” (disponível em
http://liberate.org/2012/06/29/law-and-gospel-part-3-tullian-tchividjian). Veja também idem, One Way
Love: Inexhaustible Grace for an Exhausted World (Colorado Springs: David C. Cook, 2013).
[221] Cf. Gentry e Wellum, Kingdom Through Covenant, p. 613.
[222] Cf. O. Palmer Robertson, The Christ of the Covenants (Phillipsburg, NJ: P&R, 1980), p. 83-
85.
[223] Cf. William N. Wilder, “Illumination and Investiture: The Royal Significance of the Tree of
Wisdom in Genesis 3”, WTJ 68 (2006): 56.
[224] Veja A. B. Caneday, “Already Reigning in Life Through One Man: Recovery of Adam’s
Abandoned Dominion (Romans 5:12–21)”, em Studies in Paul’s Letters: A Festschrift for Douglas J.
Moo, ed. Jay E. Smith e Matthew Harmon (Grand Rapids: Zondervan, 2014), p. 27-43.
[225] Veja, por exemplo, Robertson, The Christ of the Covenants, p. 55-56. Cf. John Murray,
“The Adamic Administration”, em Collected Writings of John Murray, 4 vols. (Carlisle, PA: Banner of
Truth Trust, 1977), 2:47–59.
[226] Veja, Bryan D. Estelle, J. V. Fesko e David VanDrunen, eds., The Law Is Not of Faith:
Essays on Works and Grace in the Mosaic Covenant (Phillipsburg, NJ: P&R, 2009). Veja também
James T. Dennison Jr., Scott F. Sanborn e Benjamin W. Swinburnson, “Merit ‘or Entitlement’ in
Reformed Covenant Theology: A Review”, Kerux 24 (2009): p. 3-152.
[227] Ver Murray, “The Adamic Administration”, p. 50. Dennison e outros defendem a posição de
Murray sobre o pacto mosaico enquanto Estelle e outros rejeitam a construção de Murray.
[228] Veja Dennison et al., “A Review”, p. 30.
[229] Veja, por exemplo, Tom Wells e Fred Zaspel, New Covenant Theology: Description,
Definition, Defense (Frederick, MD: New Covenant Media, 2002); e Steve Lehrer, New Covenant
Theology: Questions Answered (pelo próprio autor, 2006).
[230] Cf. Gentry e Wellum, Kingdom Through Covenant e este volume.
[231] Cf. Gentry e Wellum, Kingdom Through Covenant, p. 64-65.
[232] Em sua extensa revisão crítica de Kingdom Through Covenant, Jonathan M. Brack e Jared S.
Oliphint afirmam que Gentry e Wellum abandonam qualquer conceito de uma Igreja visível, um corpo
“misto” dentro da igreja do Novo Testamento. Eles afirmam que Gentry e Wellum “têm que contar com
as muitas passagens sobre apostasia no NT”, mas que eles “não fornecem uma análise detalhada dos
textos sobre apostasia no NT” (210–11). Gentry e Wellum abordam as tais passagens sobre apostasia,
mas a explicação de múltiplos pontos que fazem destes textos não satisfaz Brack e Oliphint, que tratam
passagens como as de Hebreus como se fossem descrições indicativas de apóstatas, passagens
explicadas em razão de uma igreja “mista”. Um ponto que parece ser perdido por Brack e Oliphint é
que Gentry e Wellum entendem essas passagens como advertências para que os crentes não apostatem
e pereçam. Embora reconheçam que “a interpretação ‘mista’ destes textos seja uma leitura possível”,
até mesmo como muitos outros não pedobatistas os entendem, Gentry e Wellum estão persuadidos de
terem uma melhor maneira de entender as passagens como ameaças urgentes contra a apostasia, que
“faz melhor justiça a todos os dados bíblicos”. Por entenderem as advertências de Hebreus e de
passagens como estas, eles recomendam aos leitores The Race Set Before Us, de Schreiner e Caneday,
com um ponto não abordado pelos revisores. Veja Brack e Oliphint, “Questioning the Progress in
Progressive Covenantalism: A Review of Gentry and Wellum’s Kingdom Through Covenant”, WTJ 76
(2014): 189–217.
[233] Conforme argumentam contra Gentry e Wellum, Brack e Oliphint apelam para Hebreus
10.26-29, mas tratam o trecho como se fosse um teste retrospectivo que expõe os apóstatas, em vez de
ler como ele é: uma advertência orientada ao futuro, para que os crentes não apostatem (Brack e
Oliphint, “Questioning the Progress in Progressive Covenantalism”, p. 214).
[234] Numerosas testemunhas da tradição reformada atestam esse misto de ameaça e segurança
sem que se destruam mutuamente. Por exemplo, veja William Cunningham, Historical Theology: A
Review of the Principal Doctrinal Discussions in the Christian Church Since the Apostolic Age, v. 2
(London: Billing & Sons, 1862; repr., London: Banner of Truth, 1969), p. 500-501.
[235] Schreiner e Caneday, The Race Set Before Us, p. 192-204.
[236] R. Scott Clark, “How Should We View the Warning Passages?” (disponível em
http://rscottclark. org/2013/10/how-should-we view-the-warning-passages).
[237]
Ibid.
[238]
Ibid.
[239] R. Scott Clark, “Heidelcast: Conditions and the Covenant of Grace (Part 2)”, acessado em
24 de agosto de 2015. Disponível em http://rscottclark.org/wp-content/audio/heidelcast- 47-nov-3-
2013.mp3.
[240] Com relação a Hebreus 2.1; 3.14; 6.11; etc., Berkhof afirma: “Os versos não provam que
qualquer um dos destinatários apostatará, mas simplesmente que o uso de certos meios é necessário
para impedir que eles cometam esse pecado. Cf. Atos 27.22-25 com o versículo 31 para uma ilustração
desse princípio” (Systematic Theology, p. 548).
[241] Cf. Scott J. Hafemann, The God of Promise and the Life of Faith: Understanding the Heart
of the Bible (Wheaton, IL: Crossway, 2001), p. 123.
[242] Geerhardus Vos, Biblical Theology: Old and New Testaments (Grand Rapids: Eerdmans,
1948), p. 127.
[243] O ponto dessa pergunta não é sugerir que Deus, como Criador e Senhor da aliança, não
exige obediência perfeita, uma vez que o fracasso em render para si perfeita obediência incorre em sua
ira, e invoca morte e condenação. Em vez disso, já que desde o início Deus propôs fornecer seu justo
Filho, perfeitamente obediente, como um sacrifício expiatório, ele não exige perfeita obediência de seu
povo para que permaneçam na relação de aliança com ele. Deus, de fato, requer obediência proveniente
do coração.
[244] Ibid., p. 127-29 (ênfase no original).
[245] É verdade que o versículo acrescenta: “a não ser no caso de Urias, o heteu”. No entanto, essa
exceção não diminui a plenitude da obediência de Davi, mas amplia a graça de Deus.
[246] Cf. James M. Scott, “For as Many as Are of Works of the Law Are Under a Curse (Galatians
3.10)”, em Paul and the Scriptures of Israel, ed. Craig A. Evans e James A. Sanders, JSNTSup 83
(Sheffield, UK: JSOT, 1993), p. 198-213.
[247] O grande Shemá e seu contexto envolvente também demonstram que as obrigações de Israel
em obedecer ao Senhor não são contrárias à graça. Veja Deuteronômio 6.
[248] Cf. Gentry e Wellum, Kingdom Through Covenant, p. 639. Eles concordam que “a antiga
aliança tem uma tensão embutida em si. Deus exige obediência de Israel, mas eles não obedecem. A lei
detém a vida, mas, devido ao pecado, não é capaz de salvar. Não há nada na aliança da lei que mude o
coração humano, que é aquilo de que as pessoas precisam desesperadamente. Na verdade, à medida que
a história de Israel vai-se desenrolando, a aliança da lei traz maior condenação porque revela cada vez
mais do pecado de Israel; aumenta o pecado quantitativamente por definir explicitamente o que é
contrário ao caráter e às exigências de Deus (Rm 5. 20); e isso aprisiona Israel sob o poder e a
condenação do pecado (Rm 3.19-20; Gl 3.10, 13; Cl 2.14). Mesmo a provisão de Deus em um sistema
sacrificial, que era apenas tipológico e provisório, funcionava como uma 'recordação dos pecados' (Hb
10.3), apontando para a necessidade de uma nova aliança que traria a transformação do coração e o
perdão total do pecado. No entanto, a antiga aliança, enquanto parte do plano da revelação de Deus, é o
meio pelo qual a promessa inicial de Deus de redenção ocorrerá" (ênfase original).
[249] As Escrituras exigem que estabeleçamos distinção entre o amor incondicional de Deus e o
amor condicional. Veja D. A. Carson, The Difficult Doctrine of the Love of God (Wheaton, IL:
Crossway, 2000), p. 16-24.
[250] Saint Augustine, Confessions and Enchiridion, trad. e ed. Albert C. Outler, The Library of
Christian Classics (Philadelphia: Westminster, 1955), p. 195.
[251]A publicação de Brad G. Green, Covenant and Commandment: Works, Obedience and
Faithfulness in the Christian Life, NSBT 33 (Downers Grove, IL: InterVarsity, 2014), ocorreu tarde
demais para ser incluída como um recurso.
[252] Gostaria de agradecer a Peter Gentry e Stephen Dempster, por terem lido um esboço anterior
deste artigo. Seus comentários me pouparam de muitos erros e estimularam minha reflexão sobre esse
tema de forma significativa.
[253] Michael V. Fox, “The Sign of the Covenant: Circumcision in Light of the Priestly̓ ôt
Etiologies”, RB 81 (1974): 557-96; John Goldingay, “The Significance of Circumcision”, JSOT 88
(2000): 3-18; Jason S. DeRouchie, “Circumcision in the Hebrew Bible and Targums: Theology,
Rhetoric, and the Handling of Metaphor”, BBR 14 (2004): 175-203; Robert G. Hall, “Circumcision”,
em The Anchor Bible Dictionary, ed. David Noel Freedman (New York: Doubleday, 1992), 1025-31;
Frans Jonckheere, “La circonsion [sic] des anciens égyptiens”, Centaurus 1 (1951): 212-34; Philip J.
King, “Circumcision: Who Did It, Who Didn’t and Why”, BAR 32 (2006): 48-55; Meredith G. Kline,
“Oath and Ordeal Signs—I”, WTJ 27 (1964–65): 115-39; idem, “Oath and Ordeal Signs—II”, WTJ 28
(1965–1966): 1-37; William H. C. Propp, “Circumcision: The Private Sign of the Covenant”, BRev 20
(2004): 22-29; idem, “The Origins of Infant Circumcision in Israel”, HAR 11 (1987): 355-70; Jack M.
Sasson, “Circumcision in the Ancient Near East”, JBL 85 (1966): 473-76; Richard C. Steiner,
“Incomplete Circumcision in Egypt and Edom: Jeremiah (9:24-25) in the Light of Josephus and
Jonckheere”, JBL 118 (1999): 497-505; Maurice Stracmans, “Un rite d’initiation a masque d’animal
dans la plus ancienne religion egyptienne?” Annuaire de l’Institut de Philologie et d’Histoire
Orientales et Slaves, XII (1952): 427-40; idem, “A propos d’un texte relatif à la circoncision
égyptienne (1re période intermédiaire)”, Mélanges Isidore Lévy (1955): 631-39; idem, “Encore un texte
peu connue relative à la circoncision des anciens égyptiens”, Archivo Internationale di Etnografia e
Preistoria, 2 (1959): 7-15.
[254] Para a questão da relação da circuncisão com o batismo, veja C. John Collins, “What Does
Baptism Do for Anyone? Part I”, Presbyterion 38, n. 1 (2012): 1-33; idem, “What Does Baptism Do for
Anyone? Part II”, Presbyterion 38, n. 2 (2012): 74-98; David Gibson, “Sacramental Supersessionism
Revisited: A Response to Martin Salter on the Relationship Between Circumcision and Baptism”,
Themelios 37 (2012): 191-208; Martin Salter, “Does Baptism Replace Circumcision? An Examination
of the Relationship Between Circumcision and Baptism in Colossians 2.11–12”, Themelios 35 (2010):
15–29.
[255] Para o argumento de que Deus fez uma aliança com Abraão, a qual foi mantida com ele em
Gênesis 17, e com os demais patriarcas, veja Peter J. Gentry e Stephen J. Wellum, Kingdom Through
Covenant: A Biblical-Theological Understanding of the Biblical Covenants (Wheaton, IL: Crossway,
2012), p. 275-80. Para uma visão similar, veja também Jeffrey J. Niehaus, “God’s Covenant with
Abraham”, JETS 56 (2013): 249-71.
[256] Veja Jonckheere, “Circoncision”, p. 228, que descreve dois procedimentos de circuncisão
incompleta.
[257] Jonckheere, “Circoncision”, p. 232; Sasson, “Circumcision”, p. 474. Sasson diz: “No
entanto, no Egito, textos, esculturas e múmias parecem apoiar a conclusão de que bebês nunca eram
submetidos a essa cirurgia, a qual era reservada a um período de cerimônias pré-nupcial ou, mais
provavelmente, a uma iniciação à masculinidade”. As evidências confirmam apenas a primeira parte da
declaração de Sasson sobre os bebês; não confirmam sua proposta positiva.
[258] Para os estudiosos que concluem que a circuncisão era um rito específico para os sacerdotes
e a realeza, veja George Foucart, “Circumcision (Egyptian)”, em ERE, 3:674a-b, 675b; Aylward M.
Blackman, “Priest, Priesthood (Egyptian)”, em ERE, 10:293-302 (esp. 299b-300a); também confira os
artigos de Maurice Stracmans na nota 2. Para os estudiosos que apenas questionam, mas não procuram
a responder se a circuncisão era geral ou específica e obrigatória ou voluntária no Egito, consulte
Jonckheere, “Circoncision”, p. 231; e Sasson, “Circumcision in the Ancient Near East”, p. 474 (cf. n.
10). Infelizmente, outros estudiosos nem parecem estar cientes da questão quando tentam entender o
significado da circuncisão no AT. Veja Fox, “The Sign of the Covenant”, p. 592; Goldingay, “The
Significance of Circumcision”, p. 3-18; Hall, “Circumcision”, p. 1026; Roland de Vaux, Ancient Israel:
Its Life and Institutions, trad. John McHugh (New York: McGraw Hill, 1961), p. 47; Adolphe Lods,
Israel: From Its Beginnings to the Middle of the Eighth Century, trad. S. H. Hooke (London: Routledge
& Kegan Paul, 1932), p. 198; King, “Circumcision: Who Did It, Who Didn’t and Why”, p. 48-55.
[259] Veja a cuidadosa exegese de Gentry e Wellum, Kingdom Through Covenant, p. 312-27. Para
o significado de “santo” como “devotado” ou “consagrado”, ver também Peter J. Gentry, “Sizemore
Lectures I: Isaiah and Social Justice”, MJT 12 (2013): 1-15; idem, “Sizemore Lectures II: No One Holy
like the Lord”, MJT 12 (2013): 17-38.
[260] Embora Levítico 26.41-42 contenha uma referência importante a “seu coração incircunciso”,
restrições de espaço requerem sua omissão na discussão. Abordo esse assunto na obra a seguir: John D.
Meade, “Circumcision of the Heart in Leviticus and Deuteronomy: Divine Means for Realizing the
Deuteronomic Vision”, SBJT 18 (2014): 59-85, acesso em 23 de agosto de 2015. Disponível em
http://www.sbts.edu/resources/category/journal-of-theology/ sbjt-183-fall-2014.
[261] Para mais informações sobre o tratado de vassalagem e suserania, ou sobre a influência de
outras culturas na estrutura pactual, veja Kenneth Kitchen, On the Reliability of the Old Testament
(Grand Rapids: Eerdmans, 2003), p. 283-89.
[262] Adele Berlin, Poetics and Interpretation of Biblical Narrative (Sheffield: Almond, 1983;
repr., Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 1999), p. 17, onde Berlin declara: “Em palavras mais simples, a
poética nos torna conscientes de como os textos alcançam seus significados. A poética ajuda na
interpretação. Se soubermos de que modo os textos constroem significado, estaremos em melhor
posição para descobrir o que determinado texto significa”.
[263] Para esses temas nos textos hititas, veja Gary Beckman, Hittite Diplomatic Texts, 2nd ed.
(Atlanta: Scholars, 1999), p. 2.
[264] Hans Walter Wolff, Anthropology of the Old Testament, trad. Margaret Kohl (Philadelphia:
Fortress, 1974), p. 40.
[265] Essas referências geralmente contêm a frase completa: “com todo o teu coração e com toda
sua alma”, embora 6.5 contenha adicionalmente ְבָכל־ ְמא ֶדך, termo geralmente traduzido como “com
todas as suas forças”. No decorrer da minha pesquisa, fiquei feliz por ver um estudo semelhante feito
por Jason C. Meyer, The End of the Law: Mosaic Covenant in Pauline Theology (Nashville, TN: B&H
Academic, 2009), p. 239.
[266] Adaptado de Steven W. Guest, “Deuteronomy 26:16–19 as the Central Focus of the
Covenantal Framework of Deuteronomy” (PhD diss., The Southern Baptist Theological Seminary,
2009), p. 56.
[267] Não é possível dar a atenção adequada à relação de 30.1-10 com 30.11-14 nesta obra, mas
ela é tratada em meu artigo no SBJT citado na nota 9. Há duas opções: (1) Os versículos 11-14 trazem o
leitor de volta ao presente e ensinam que a Torá não é muito difícil de se guardar. (2) Os versículos 11-
14 dão continuidade à força escatológica dos versículos 1-10, e, portanto, a facilidade de manter a Torá
vem depois do evento de circuncisão do coração.
[268] Cf. Gentry e Wellum, Kingdom Through Covenant, p. 437-39 (para Isaías), p. 538- 41 (para
Daniel).
[269] Meyer, The End of the Law, p. 247-48. A lista foi ligeiramente revista e adaptada.
[270] Este texto contém uma referência a “incircunciso”, mas em relação ao ouvido, e não ao
coração. Essa condição os deixa despreparados para ouvir. O AT também tem referências importantes a
“incircunciso de lábios” (Êx 6.12, 30) e “árvores de fruto incircunciso” (Lv 19.23). Talvez esses três
usos do termo “incircunciso” insinuem que o prepúcio é um impedimento ou obstáculo para ouvir, falar
e produzir bons frutos. Portanto, a circuncisão tem um aspecto negativo — aquele que é incircunciso
será cortado dentre seu povo (Gn 17.14) — e um aspecto positivo, ao indicar alguém que é devotado a
Deus. Stephen Dempster chamou minha atenção para os outros dois textos que tratavam de
“incircuncisos”; ele sugere que o prepúcio bloqueia o fluxo de vida e, portanto, o incircunciso morrerá
ou será cortado. Para saber mais sobre os aspectos negativos da circuncisão, veja Gentry e Wellum,
Kingdom Through Covenant, p. 274-75. Para a visão de que o prepúcio era visto como uma barreira
para a fecundidade, veja também Craig G. Bartholomew e Michael W. Goheen, The Drama of
Scripture: Finding Our Place in the Biblical Story (Grand Rapids: Baker, 2004), 218–19n26.
[271] Gentry e Wellum, Kingdom Through Covenant, p. 487.
[272] Werner Lemke, “Circumcision of the Heart”, em Brent A. Strawn e Nancy R. Bowen, eds.,
A God So Near: Essays on Old Testament Theology in Honor of Patrick D. Miller (Winona Lake, IN:
Eisenbrauns, 2003), p. 303.
[273] Essa leitura é superior à “circuncisão apenas no corpo” da NVI, uma vez que incorpora o
pano de fundo da prática da circuncisão incompleta (veja a discussão da circuncisão egípcia logo
acima) e a gramática da frase (מוּל בּ ָע ְר ָלה, " circuncidado com prepúcio)”. Cf. Steiner, “Incomplete
Circumcision”, p. 497-505, para mais detalhes.
[274] Ibid., p. 504-5.
[275] Cf. a ampla discussão da nova aliança em Jeremias 30–33, em Gentry e Wellum, Kingdom
Through Covenant, p. 491-529.
[276] Essas passagens e outras dentro de Ezequiel foram habilmente interpretadas por Peter
Gentry. Veja Gentry e Wellum, Kingdom Through Covenant, p. 470-81.
[277] Para uma discussão sobre o significado dessa visão, veja G. K. Beale, The Temple and the
Church’s Mission: A Biblical Theology of the Dwelling Place of God, NSBT 17 (Downers Grove, IL:
InterVarsity, 2004), p. 335-64. Veja também de Daniel I. Block, The Book of Ezekiel 25–48, NICOT
(Grand Rapids: Eerdmans, 1998), p. 494-506, 616-48. Ambos os estudiosos leem essa visão em termos
simbólicos ou “ideacionais”, emprestando o termo de Block, e rejeitam que esse templo seria, de fato,
construído.
[278] Veja as opções em Block, Ezekiel, p. 622-23.
[279] Cf. Jeremias 9.25 para a declaração sobre toda a casa de Israel como incircuncisa de
coração. Portanto, nenhum israelita contemporâneo cumpriu o idealismo de Ezequiel nessa passagem.
[280] Efésios 2. 11 contém outro exemplo. Paulo não desenvolve mais esse uso da metáfora para
que ela seja excluída de uma análise mais profunda.
[281] Nesse ponto, dependo do comentário de Douglas J. Moo, The Epistle to the Romans, NICNT
(Grand Rapids: Eerdmans, 1996), p. 166-77 (cf. as linhas gerais na p. 33).
[282] Ibid., p. 167.
[283] Ibid., p. 168.
[284] Ibid., p. 173-4. Para a terminologia de “episódico”, veja Byron Wheaton, “Focus and
Structure in the Abrahamic Narratives”, TrinJ 27 (2006): p. 143-62.
[285] Veja também a passagem em Jubilees 1.23 no contexto da restauração do povo em James H.
Charlesworth, The Old Testament Pseudepigrapha, vol. 2 (New York: Doubleday, 1985), p. 54. Cf.
também Odes of Solomon [Odes de Salomão], possivelmente uma obra cristã posterior, em
Charlesworth, The Old Testament Pseudepigrapha, p. 744.
[286] Moo, Romans, p. 175.
[287] Deuteronômio 4.19, 28; 5.9; 6.13; 7.4, 16; 8.19; 10.12, 20; 11.13, 16, 28; 12.2; 13.3, 7, 14;
17.3; 28.14, 36, 47f; 29.17, 25; 30.17; 31.20. Mesmo em 11.28, onde עבדnão está presente no
hebraico, o tradutor traduz א ַחרcomo“depois” com λατρεύω, “servir”.
[288] Deuteronômio 4.19, 28; 5.9; 13; 6.13; 7.4, 16; 8.19; 10.12, 20; 11.13, 16, 28; 12.2; 30; 13.3,
5, 7, 14; 15.12, 18f; 17.3; 20.11; 21.3f; 28.14, 36, 39, 47f, 64; 29.17, 25; 30.17; 31.20.
[289] Gentry e Wellum localizaram corretamente o contexto dessas referências no NT — e de
outras similares — nas passagens sobre a nova aliança em: Jeremias 32.39, de “um só coração e um só
caminho”; Ezequiel 11.19 “um só coração (...) espírito novo”; e Ezequiel 36.26, “coração novo (...)
espírito novo” (consulte Gentry e Wellum, Kingdom Through Covenant, p. 474). Também acrescento a
referência extraída da seção sobre ética em Romanos 12 (12.16), “Tenham o mesmo modo de pensar de
uns para com os outros” (τὸ αὐτὸ εἰς ἀλλήλους φρονοῦντες).
[290] Essa passagem, assim como suas implicações para o debate sobre o batismo, tornou-se o
tema de uma animada troca de opiniões entre Martin Salter e David Gibson, em dois artigos publicados
em Themelios: Salter, “Does Baptism”, p. 15-29. Gibson, “Sacramental Supersessionism”, p. 191-208.
[291] David Gibson reconhece que o problema com a exegese de Salter não é sua análise dos
detalhes da exegese, mas a estrutura teológica bíblica geral segundo a qual Salter interpreta os detalhes.
Cf. Gibson, “Sacramental Supersessionism”, p. 191. Parece que pelo menos parte do que impediu essa
discussão foi o infeliz uso das palavras “físico” e “espiritual” em relação à circuncisão e ao batismo. As
categorias bíblicas nas quais a circuncisão transita são “sinal”, “visível”, “sombra”, “tipo”, “antítipo”,
“oculto” e “substância”. Isso será destrinchado mais adiante.
[292] Para essa interpretação da complicada expressão genitiva “pela circuncisão de Cristo” (ἐν τῇ
περιτομῇ τοῦ Χριστοῦ), veja Salter, “Does Baptism”, p. 24.
[293] Salter entende a frase “o despojar do corpo da carne” como a remoção do velho homem, ou
seja, a remoção da igreja do relacionamento “em Adão”. A circuncisão realizada por Cristo remove a
condição de alguém estar sob Adão. Assim, a “circuncisão” dedica a igreja a Deus, enquanto o corpo
despojado da carne chama a atenção para o fato de que as pessoas eram antes devotas.
[294] Para ser justo, Salter apelou a um estudo de Charles Anderson. Veja Salter, “Does Baptism”,
p. 25-26. Mas, se o particípio é contemporâneo ao verbo principal, então como Salter eventualmente
prioriza o batismo em relação à circuncisão? Romanos 6.3-4 torna-se a chave interpretativa do texto,
mas facilmente é possível fazer uma objeção a essa comparação, pois em nenhum lugar de Romanos 6
se menciona a circuncisão.
[295] Steven E. Runge, Discourse Grammar of the Greek New Testament: A Practical
Introduction for Teaching and Exegesis (Peabody, MA: Hendrickson, 2010), p. 248.
[296] Ibid., p. 250.
[297] Ibid., p. 262-63.
[298] Em oposição a Collins, “What Does Baptism ... Part I”, p. 19.
[299] Para uma literatura secundária sobre esse vasto tema, o leitor deve dirigir-se a Thomas R.
Schreiner e Shawn D. Wright, eds., Believer’s Baptism: Sign of the New Covenant in Christ (Nashville,
TN: B&H Academic, 2006), esp., Stephen Wellum, “Baptism and the Relationship Between the
Covenants”, p. 97-161.
[300] Alguns podem opor-se a que o sinal faça isso ou não. Deuteronômio e as injunções
proféticas para sustentar e manter a aliança indicavam que a mudança moral e real era esperada
daqueles que, por devoção, tinham o sinal da aliança. Em outras palavras, a circuncisão não tornava
alguém simplesmente devoto; ela devotava uma pessoa ao serviço/adoração a Deus. Isaías e Jesus
tinham como expectativa a verdadeira adoração do coração quando disseram que o povo honrava a
Deus com seus lábios, mas seus corações estavam longe dele (Is 29.13; Mt 15.8).
[301] O pano de fundo desses textos é a passagem do AT sobre uma mudança de coração ligada à
nova aliança já prevista (Jr 31.31-34; 32.37-41; Ez 11.16-21; 18.30-32; 36.22-36).
[302] Collins, “What Does Baptism… Part I”, p. 18-21. Ele não alega uma relação tipológica, mas
afirma que essa é uma mudança histórico-redentora. David Gibson tenta uma forma mais sofisticada do
mesmo argumento. Em vez de argumentar a partir de paralelos textuais, como faz Collins, Gibson
defende a substituição do sinal físico da circuncisão com o sinal físico do batismo com base na
premissa de que ambos os sinais apontam para a circuncisão espiritual como coisa significada; ou seja,
ambos os sinais compartilham um significado geral paralelo em sua relação com a coisa significada.
Gibson, “Sacramental Supersessionism”, p. 204.
[303] Veja Também Atos 18.8 como outro exemplo claro de Crispo e sua família que creem no
evangelho pregado e, em seguida, são batizados.
[304] Collins, “What Does Baptism... Part I”, p. 13–14. Ele elenca: (1) a ameaça de ser “isolado
do povo” (Gn 17.14; cp. Nm 19.13, 20), (2) ambos são obrigados a comer com segurança das várias
ofertas de paz (Êx 12.44; cp. Lev 7.20), (3) referências do AT aos incircuncisos e impuros (Is 52.1; Ez
44.7), e (4) distinção entre sinal/significado (Dt 10.16; Pv 30.12).
[305] Ibid., p. 13.
[306] Thomas R. Schreiner, “Baptism in the Epistles: An Initiation Rite for Believers”, em
Believers Baptism, p. 74–75.
[307] Para mais detalhes, veja Robert H. Stein, “Baptism in Luke-Acts”, em Believers Baptism, p.
35-66.
[308] Ibid., p. 55.
[309] Atos 2.41; 8.12; 16.31-34; 18.8.
[310] Veja o Diagrama 1, a seguir.
[311] Isso quer dizer que nenhum santo foi regenerado? Duas observações sobre essa questão
estão em ordem. Em primeiro lugar, movendo-se da promessa do AT para seu cumprimento no NT,
percebe-se que as Escrituras ensinam que o escopo e as atividades do Espírito mudam em relação ao
povo de Deus. O novo pacto alargou a abrangência da obra do Espírito, pois agora não só os líderes de
Israel terão o Espírito, mas também toda a comunidade. Além disso, as palavras de Jesus em João 14.16-
17 indicam que o Espírito estará em seus discípulos como resultado de sua glorificação (cf. Jo 7.39). João
apresenta essa “concessão” do Espírito como uma mudança histórico-redentora obtida unicamente pela
obra histórica de Cristo. Em segundo lugar, devemos evitar reduzir o sentido bíblico- teológico (BT) da
“circuncisão do coração” para a “regeneração” da teologia sistemática (TS)”. A primeira aponta para uma
realidade maior do que a última, o que explica principalmente por que uma pessoa acredita nas
promessas de Deus sob a antiga ou a nova aliança. A “circuncisão do coração”
como resultado da obediência à Torá e da lealdade a Jeová está firmemente associada à era da nova
aliança. Portanto, mesmo que BT não use o termo regeneração de um crente no AT, ainda seria
possível descrevê-lo como “regenerado” no sentido da TS, desde que se afirme também que a
“regeneração” do AT vai passar pelo desenvolvimento na era da nova aliança, uma vez que a
circuncisão do coração foi realizada no povo de Deus. Dessa forma, é possível afirmar que o espírito de
Deus despertou a fé nas pessoas da antiga aliança, mas esse mesmo povo ansiava por uma maior e
melhor obra do Espírito por vir.
[312] Por exemplo, W. Rordorf, The History of the Day of Rest and Worship in the Earliest
Centuries of the Christian Church (London: SCM, 1968); R. T. Beckwith and W. Stott, This Is the
Day: The Biblical Doctrine of the Christian Sunday in Its Jewish and Early Christian Setting (London:
Marshall, Morgan, and Scott, 1978); Paul K. Jewett, The Lord’s Day: A Theological Guide to the
Christian Day of Worship (Grand Rapids: Eerdmans, 1971); Samuel Bacchiocchi, From Sabbath to
Sunday: A Historical Investigation of the Rise of Sunday Observance in Earliest Christianity (Rome:
Pontifical Gregorian University, 1977); D. A. Carson, ed., From Sabbath to Lord’s Day: A Biblical,
Historical, and Theological Investigation (Grand Rapids: Zondervan, 1982); C. H. Donato, ed.,
Perspectives on the Sabbath: Four Views (Nashville, TN: B&H Academic, 2011). Neste último livro,
MacCarty representa a visão adventista do sétimo dia; Pipa, uma visão reformada; Arand, uma
perspectiva luterana; e Blomberg argumenta de um ponto de vista batista. Meu ponto de vista está
muito próximo de Blomberg, e os leitores deveriam consultar esse ensaio e suas respostas às outras
visões para uma discussão mais completa.
[313] H. P. Dressler corretamente dispõe sobre isso em “The Sabbath in the Old Testament”, em
From Sabbath to Lord’s Day: A Biblical, Historical, and Theological Investigation, ed. D. A. Carson
(Grand Rapids): Zondervan, 1982), p. 28.
[314] Todas essas referências são traduções do HCSB em inglês.
[315] Veja especialmente Jason S. DeRouchie,“Making the Ten Count: Reflections on the Lasting
Message of the Decalogue”, em For Our Good Always: Studies on the Message and Influence of
Deuteronomy in Honor of Daniel I. Block, ed. Jason S. DeRouchie, Jason Gile and Kenneth J. Turner
(Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 2013), p. 428-32.
[316] Em oposição a G. K. Beale, A New Testament Biblical Theology: The Unfolding of the Old
Testament in the New (Grand Rapids: Baker, 2011), p. 777-81.
[317] Cf. ibid., p. 778-80.
[318] Ibid., p. 777, 782.
[319] Ibid., p. 789, 923. O argumento da criação é padrão e aparece em quase todas as defesas
sobre a observância do Sabbath. Veja, por exemplo, Joseph A. Pipa, “The Christian Sabbath”, em
Perspectives on the Sabbath: Four Views, ed. C. H. Donato (Nashville, TN: B&H Academic, 2011), p.
119-23.
[320] Beale, A New Testament Biblical Theology, p. 775-801.
[321] Ibid., p. 790-91.
[322] Pipa representa outra visão reformada que parece ser mais consistente, pois não defende a
permissão do trabalho no domingo, o qual ele vê como um Sabbath cristão. Veja Pipa, “The Christian
Sabbath”, 119-71, esp. p. 130-34, 142-44, 165-70.
[323] Craig L. Blomberg, “The Sabbath as Fulfilled in Christ”, em Perspectives on the Sabbath, p.
307.
[324] Beale, A New Testament Biblical Theology, 794n43.
[325] Blomberg, “Final Remarks”, em Perspectives on the Sabbath, p. 397.
[326] Ibid., 397n41.
[327] O título do Salmo 92 indica que se tratar de uma canção para o Sabbath. Não estou dizendo
que Israel se absteve de adorar no Sabbath; no entanto, tal adoração não foi claramente comandada ou
ordenada. O que se exigia era a suspensão do trabalho.
[328] Sobre isso, veja Dressler, “The Sabbath in The Old Testament”, p. 30-31.
[329] Ezequiel reitera a noção de que o Sabbath é um “sinal” entre Jeová e Israel (Ez 20.12, 20),
concebendo o Sabbath como um sinal da aliança (Ez 20.12), pois ele apela para a fórmula da aliança
entre Jeová e Israel.
[330] Dressler, “The Sabbath in The Old Testament”, p. 34.
[331] Em verdade, Beale concorda com a substância do que está sendo dito aqui, embora defenda
que o Sabbath é normativo hoje por outras razões (A New Testament Biblical Theology, p. 796).
[332] Confira, por exemplo, Pipa, “A Christian Sabbath”, p. 123-28, 136.
[333] Também Blomberg, “The Sabbath as Fulfilled in Christ”, p. 319-22; D. A. Carson, “Jesus
and the Sabbath in the Four Gospels”, em From Sabbath to Lord's Day: A Biblical, Historical, and
Theological Investigation, ed. D. A. Carson (Grand Rapids): Zondervan, 1982), p. 68.
[334] Também confira Blomberg, “The Sabbath as Fulfilled in Christ”, p. 326-28.
[335] A esse respeito, veja Dressler, “The Sabbath in The Old Testament”, p. 25.
[336] Para esse ponto de vista, veja, por exemplo, Pipa, “The Christian Sabbath”, p. 124-26.
[337] Devido a restrições de espaço, não posso abordar esses temas em pormenores aqui. Para
uma análise útil, veja Douglas J. Moo, “Jesus and the Authority of the Mosaic Law”, JSNT 20 (1984): 30-
49.
[338] Mateus acrescenta que os sacerdotes no sábado infringem os regulamentos do Sabbath, mas
são inocentes do delito (Mt 12.5).
[339] Confira Moo, “Jesus and the Authority”, p. 8, 16-17.
[340] Como diz Blomberg, ele “intencionalmente” cura no Sabbath (“The Sabbath as Fulfilled in
Christ”, p. 333).
[341] Cf. Carson, “Jesus and the Sabbath in the Four Gospels”, p. 66. Como Blomberg diz: “é
difícil não ver os alicerces sendo lançados para um desafio mais abrangente e para uma mudança na lei
que começaria depois de sua morte e ressurreição entre seus seguidores, mesmo que apenas
gradualmente lhes ocorresse quão amplas eram as ramificações” (“The Sabbath as Fulfilled in Christ”,
p. 333).
[342] Veja J. D. G. Dunn, “Works of the Law and the Curse of the Law (Galatians 3:10-14)”, NTS
31 (1985): 524-27.
[343] A natureza temporária das leis dietéticas também se apoia no ensino de Jesus (Mc 7.1-23),
pois Marcos acrescenta o comentário de que Jesus “declarou ‘puros’ todos os alimentos” (Mc 7.19). A
experiência de Pedro com Cornélio confirma também que as leis dietéticas não são obrigatórias (At 10.1–
11.18). Deus elucida a Cornélio que todos os alimentos são limpos (10.13-16), e essa verdade é
importante o suficiente para justificar sua repetição (11.7-10).
[344] Confira J. D. G. Dunn, “The New Perspective on Paul”, BJRL 65 (1983): 95-122; idem,
“Works of Law”, p. 523-42.
[345] Em apoio a essa interpretação de Efésios 2.15, veja Peter T. O’Brien, The Letter to the
Ephesians, PNTC (Grand Rapids: Eerdmans, 1999), p. 196-99.
[346] Veja James D. G. Dunn, The Epistle to the Galatians, BNTC (Peabody, MA: Hendrickson,
1993), p. 227.
[347] Para uma discussão mais completa sobre os fracos e fortes em Romanos 14–15, veja
Thomas R. Schreiner, Romans, BECNT (Grand Rapids: Baker, 1998), p. 703-10.
[348] Em apoio a isso, ver ibidem., p. 715.
[349] Para uma discussão mais aprofundada sobre esse tema, veja Douglas J. Moo, The Letters to
the Colossians and to Philemon, PNTC (Grand Rapids: Eerdmans, 2008), p. 220-22; James D. G.
Dunn, The Epistles to the Colossians and to Philemon, NIGTC (Grand Rapids: Eerdmans, 1996), p. 172-
77.
[350] Essa é a opinião de Beale (discutida nas páginas 161-65) e de Gaffin (discutida nas páginas
182-86).
[351] Peter T. O’Brien, The Letter to the Hebrews, PNTC (Grand Rapids: Eerdmans, 2010), p. 170–
71; Jon Laansma, ‘I Will Give You Rest’: The Rest Motif in the New Testament with Special Reference to
Mt 11 and Heb 3–4, WUNT 2/98 (Tübingen: Mohr Siebeck, 1997), p. 276–77.
[352] Richard B. Gaffin Jr., “A Sabbath Rest Still Awaits the People of God”, em Pressing
Toward the Mark: Essays Commemorating Fifty Years of the Orthodox Presbyterian Church, ed. C. G.
Dennison and R. C. Gamble (Philadelphia: The Committee for the Historian of the Orthodox
Presbyterian Church, 1986), p. 49–68.
[353] Para o pensamento sobre o descanso ser somente futuro, também confira Laansma, I Will
Give You Rest, p. 305-10; Gaffin, “A Sabbath Rest Still Awaits the People of God”, p. 41-46; Beale, A
New Testament Biblical Theology, p. 782-87.
[354] Cf. A. T. Lincoln, “Sabbath, Rest, and Eschatology in the New Testament”, em From
Sabbath to Lord’s Day: A Biblical, Historical, and Theological Investigation, ed. D. A. Carson (Grand
Rapids): Zondervan, 1982), p. 210-13; Richard Ounsworth, Joshua Typology in The New Testament,
WUNT 2/328 (Tübingen: Mohr Siebeck, 2012), p. 62; Kenneth L. Schenk, Cosmology and Eschatology
in Hebrews: The Settings of the Sacrifice, SNTSMS 143 (Cambridge: Cambridge University Press,
2007), p. 60-63.
[355] O’Brien pensa que o descanso é futuro por uma variedade de razões (Hebrews, p. 165-66):
(1) a promessa de entrar no descanso permanece; (2) a promessa ainda não foi obtida (Hb 10.32-39);
(3) o tempo verbal no presente não designa, necessariamente, esse tempo presente; (4) o contexto dos
capítulos 3–4 esclarece que a pessoa deve perseverar para obter a recompensa final; (5) há uma entrada
corporativa do descanso que só é cumprida escatologicamente; (6) entrar no descanso depende de se
esforçar para isso; e (7) os crentes não descansam de suas obras no presente. Esses argumentos
excelentes podem, de fato, demonstrar que o descanso é apenas futuro. No entanto, a maioria dos
argumentos apresentados por O’Brien ainda se mantém se o descanso tiver um caráter “já é, mas ainda
não”. Isso é visto com mais clareza quando comparamos o descanso com a cidade celestial. Os crentes
já são membros da cidade (12.22), mas eles buscam a cidade por vir e devem esforçar-se para entrar
nela. Se caírem, não serão membros da cidade. Os crentes são, mesmo agora, parte da reunião
escatológica corporativa (12.22-23), mas, ainda assim, há um cumprimento escatológico por vir para tal
reunião. Parece que a mesma tensão poderia ser verdadeira sobre o descanso, particularmente porque o
descanso descreve, de um ângulo diferente, a recompensa final para os crentes. O melhor argumento de
O’Brien é que os crentes não descansam de sua obra até o eschaton. Sou a favor disso. Ainda assim,
parece que, nesse versículo, o autor se concentra na consumação do descanso. Quando falamos do
caráter “já é, mas ainda não” do descanso, não é necessário argumentar que cada aspecto do descanso
tem uma realização presente. Da mesma forma, os crentes são agora membros da Sião celestial, mas
não gozam plenamente os benefícios de sua cidadania.
[356] Veja O’Brien, Hebrews, 482n200. É surpreendente que O’Brien pense que o descanso seja
inteiramente futuro, uma vez que ele acredita que os crentes, agora, são membros da cidade celestial.
[357] A noção de que o reino tem uma dimensão que “já é, mas ainda não” é uma característica
padrão da teologia do NT e não precisa ser defendida aqui. Ver Thomas R. Schreiner, New Testament
Theology (Grand Rapids): Baker, 2008), p. 41-79.
[358] Laansma, I Will Give You Rest, p. 316-17.
[359] É evidente que esse parágrafo depende do trabalho de Richard Bauckham. Sobre o dia do
Senhor, veja R. J. Bauckham, “The Lord’s Day”, em From Sabbath to Lord’s Day, p. 221-50.
[360] Embora haja divergência entre os estudiosos sobre onde exatamente cada advertência
começa e termina, eles geralmente concordam em identificar alguma parte destas cinco passagens como
advertências: Hebreus 2.1-4; 3.12–4.13; 6.4-8; 10.26-31; 12.12-29.
[361] Veja Craig R. Koester, Hebrews, AB (New York: Doubleday, 2001), p. 23, 25.
[362] Veja, por exemplo, Clark H. Pinnock, “From Augustine to Arminius: A Pilgrimage in
Theology”, em The Grace of God and the Will of Man, ed. Clark H. Pinnock (Minneapolis: Bethany,
1989), 17; Scot McKnight, “Why I Kissed Calvinism Good- bye”, acesso em 8 de maio de 2014.
Disponível em http://www.patheos.com/blogs/jesuscreed/2006/08/29/ why-i-kissed-calvinism-good-
bye.
[363] Para exemplos de trabalhos acadêmicos dedicados às advertências, veja aqueles citados por
Christopher W. Cowan, “‘Confident of Better Things’: Assurance of Salvation in the Letter to the
Hebrews” (PhD diss., The Southern Baptist Theological Seminary, 2012), 1-2n4.
[364] Jeffrey D. Niell, “The Newness of the New Covenant”, em The Case for Covenantal Infant
Baptism, ed. Gregg Strawbridge (Phillipsburg, NJ: P&R, 2003), p. 132-33.
[365] Gregg Strawbridge, “The Polemics of Anabaptism from the Reformation Onward”, em The
Case for Covenantal Infant Baptism, p. 280-81 (ênfase original).
[366] Ibid., p. 281 (ênfase no original).
[367] Richard L. Pratt Jr., “Infant Baptism in the New Covenant”, em The Case for Covenantal
Infant Baptism, p. 158-61.
[368] Ibid., p. 169.
[369] Ibid., p. 169-73.
[370] Douglas Wilson, To a Thousand Generations (Moscow, ID: Canon, 1996), p. 34-35.
[371] Ibid., p. 34 (ênfase original).
[372] Ibid., p. 35. Wilson cita Hb 3.19–4.1, 11; 10.28-29 e, em seguida, também aponta para
advertências em passagens de Paulo (pp. 35-37).
[373] Sinclair B. Ferguson, “Infant Baptism View”, em Baptism: Three Views, ed. David F.
Wright (Downers Grove, IL: InterVarsity, 2009), p. 99.
[374] Ibid., n41.
[375] Michael S. Horton, “A Classical Calvinist View”, em Four Views on Eternal Security, ed. J.
Matthew Pinson (Grand Rapids: Zondervan, 2002), p. 36.
[376] Ibid., p. 37.
[377] Michael Horton, The Christian Faith: A Systematic Theology for Pilgrims on the Way
(Grand Rapids: Zondervan, 2011), p. 683. Confira também p. 778.
[378] Michael Horton, God of Promise: Introducing Covenant Theology (Grand Rapids: Baker,
2006), p. 185.
[379] Rich Lusk, “Staying Saved: Hebrews 6:4–8 Revisited”, p. 16 (citação em 20 de maio de
2014), acesso em 8 de maio de 2014. Disponível em http://trinity-pres.net/essays/Staying_Saved.pdf.
[380] Veja Rich Lusk, “New Life and Apostasy: Hebrews 6:4–8 as Test Case”, em The Federal
Vision, ed. Steve Wilkins e Duane Garner (Monroe, LA: Athanasius, 2004), p. 271-73.
[381] Lusk, “Staying Saved”, p. 24.
[382] Lusk, “New Life and Apostasy”, p. 277.
[383] Lusk, “Staying Saved”, p. 20.
[384] Lusk, “New Life and Apostasy”, p. 286.
[385] Lusk, “Staying Saved”, p. 15 (ênfase original).
[386] Lusk, “New Life and Apostasy”, p. 287-88. Douglas Wilson parece articular uma visão
similar em“Reformed” Is Not Enough: Recovering the Objectivity of the Covenant (Moscow, ID:
Canon, 2002), p. 132.
[387] Martin Emmrich, “Hebrews 6:4–6—Again! (A Pneumatological Inquiry),” WTJ (2003): 83-
87. Outros intérpretes antes de Emmrich discutiram de maneira similar sobre o contexto do Antigo
Testamento para as advertências em Hebreus, embora sua interpretação daquelas descritas em Hebreus
6.4-8 difira da dele. Veja, por exemplo, G. H. Lang, The Epistle to the Hebrews (London: Paternoster,
1951), p. 98-103; Noel Weeks, “Admonition and Error in Hebrews”, WTJ 39 (1976): 72–80; Dave
Mathewson, “Reading Heb 6:4–6 in Light of the Old Testament”, WTJ 61 (1999): 209–25.
[388] Emmrich, “Hebrews 6:4–6—Again!”, p. 89 (ênfase original).
[389] Ibid. (ênfase original).
[390] Ibid., 89n27.
[391] Ibid., p. 90.
[392] Ibid. Para a discussão dele, veja p. 90-94.
[393] Ibid., p. 94.
[394] David Peterson: “O verbo hagiazein (...) é consistentemente empregado em Hebreus para
descrever a consagração dos crentes através da morte de Cristo. Fomos decisiva e definitivamente
purificados e santificados” (Possessed by God: A New Testament Theology of Sanctification and
Holiness [Downers Grove, IL: InterVarsity, 1995], p. 74).
[395] Wayne Grudem é um intérprete batista que defende essa visão em “Perseverance of the
Saints: A Case Study from Hebrews 6.4–6 and the Other Warning Passages in Hebrews”, em The
Grace of God, the Bondage of the Will: Historical and Theological Perspectives on Calvinism, ed. T.
R. Schreiner and B. A. Ware (Grand Rapids: Baker, 1995), p. 133-82. Para minha crítica de Grudem e
outros que se apegam à visão de falso-crente, veja Cowan, “Confident of Better Things", p. 175-99.
[396] Acerca do uso do verbo ἀφίστημι para “apostasia” de Deus na Septuaginta e no NT, consulte
Heinrich Schlier, “ἀφίστημι, et al.”, em TDNT, 1:512–13; Ulrich Kellermann, “ἀφίστημι”, em EDNT,
1:183.
[397] Estou usando o termo “apostasia” para me referir às ações de alguém que, tendo sido um
membro da aliança (seja sob a antiga aliança, seja sob a nova aliança), se afasta dela. Conforme será
esclarecido, eu não acredito que a verdadeira apostasia seja possível para os membros da nova aliança,
dada a natureza da nova aliança de acordo com os autores do NT. Portanto, aqueles que formalmente se
afiliam à comunidade da nova aliança e, posteriormente, se afastam da fé experimentam uma apostasia
fenomenológica. Eles são os exemplos de 1 João 2.19, passagem que demonstra que nunca foram
realmente os membros da nova aliança em quem as promessas de Jeremias 31.31-34 foram cumpridas.
[398] Veja Lusk, “Staying Saved”, p. 16-18.
[399] Veja D. A. Carson, “Reflections on Christian Assurance”, WTJ 54 (1992): 11-12.
[400] Thomas R. Schreiner, Run to Win the Prize: Perseverance in the New Testament
(Nottingham, UK: Apollos, 2009), p. 93-94.
[401] Veja Emmrich, “Hebrews 6:4–6—Again!”, p. 89. A conclusão de Emmrich observa a
disjunção entre sua interpretação e o testemunho de Paulo. Emmrich observa que, se suas conclusões
estiverem corretas, as “convicções pneumatológicas” do autor de Hebreus “diferem das que são
conhecidas nas epístolas paulinas, onde não há qualquer indício de nuances recíprocas, sem falar na
perda irrevogável da presença do Espírito” (ibid., p. 95).
[402] Veja Thomas R. Schreiner e Ardel B. Caneday, The Race Set Before Us: A Biblical
Theology of Perseverance and Assurance (Downers Grove, IL: InterVarsity, 2001); Schreiner, Run to
Win the Prize; idem, “Perseverance and Assurance: A Survey and Proposal” SBJT 2 (Spring 1998): 32-
63; idem, “Warning and Assurance: Run the Race to the End”, em The Perfect Saviour: Key Themes in
Hebrews, ed. Jonathan Griffiths (Nottingham, UK: InterVarsity, 2012), p. 89-106.
[403] Schreiner, “Perseverance and Assurance”, p. 52 (ênfase original).
[404] Veja ibid., p. 55.
[405] Schreiner and Caneday, The Race Set Before Us, p. 14.
[406] G. C. Berkouwer defendeu essa interpretação em Faith and Perseverance, trad. Robert D.
Knudsen (Grand Rapids: Eerdmans, 1958). Para citações de escritos dos outros intérpretes listados, veja
o apêndice no livro de Cowan,“Confident of Better Things”, p. 234-42.
[407] Schreiner, Run to Win the Prize, p. 15-23.
[408] Schreiner and Caneday, The Race Set Before Us, p. 47.
[409] Ibid., p. 199.
[410] Sobre os aspectos do presente e do futuro na escatologia de Hebreus, veja, por exemplo, C.
K. Barrett, “The Eschatology of the Epistle to the Hebrews”, em The Background of the New Testament
and Its Eschatology, ed. W. D. Davies (Cambridge: Cambridge University Press, 1956), p. 363-93; A.
T. Lincoln, “Sabbath, Rest, and Eschatology in the New Testament”, em From Sabbath to Lord’s Day:
A Biblical, Historical, and Theological Investigation, ed. D. A. Carson (Grand Rapids): Zondervan,
1982), p. 197-220; Paul Ellingworth, The Epistle to the Hebrews: A Commentary on the Greek Text,
NIGTC (Grand Rapids: Eerdmans, 1993), p. 76-77; Koester, Hebrews, p. 100-104.
[411] Schreiner e Caneday, The Race Set Before Us, p. 143-44.
[412] Veja ibid., p. 46-86.
[413] Ibid., p. 89.
[414] Ibid., p. 100-141.
[415] Ibid., p. 40-43.
[416] Ibid., p. 40.
[417] Confira as pesquisas sobre as advertências do Novo Testamento em: Schreiner, Run to Win
the Prize, p. 27-50; Schreiner e Caneday, The Race Set Before Us, p. 147-204.
[418] Schreiner, Run to Win the Prize, p. 50 (ênfase original).
[419] Para uma crítica dos que veem as advertências com caráter retroativo, veja de Schreiner e
Caneday, The Race Set Before Us, p. 198-99.
[420] Schreiner, Run to Win the Prize, p. 50.
[421] Schreiner, “Perseverance and Assurance”, p. 53.
[422] Schreiner e Caneday, The Race Set Before Us, p. 16.
[423] Para uma análise dos textos e temas em Hebreus que promovem a garantia da salvação,
confira Cowan, “Confident of Better Things”, caps. 2 e 3.
[424] Confira Ellingworth, Hebrews, p. 75. B. F. Westcott argumenta que as condições da
apostasia em Hebreus 6.4-6 não foram realmente cumpridas (The Epistle to the Hebrews, 3rd ed. [New
York: Macmillan and Co., 1920], p. 167). Buist M. Fanning afirma que os leitores poderiam estar à
beira do perigo, mas eles não deram o passo assustador descrito nos avisos. O autor fala do fracasso
como algo “potencial em vez de real” (“A Classical Reformed View”, em Four Views on the Warning
Passages in Hebrews [Grand Rapids: Kregel, 2007], p. 206, [ênfase original]). Embora Scot McKnight
acredite que o verso 10.25 sugere que alguns “já haviam abandonado o cristianismo” (“The Warning
Passages of Hebrews: A Formal Analysis and Theological Conclusions”, TrinJ 13 NS [1992]: 42),
Fanning considera isso “um precursor preocupante — um sinal de letargia [de que o autor de fato os
acusa em 5.11] — em vez de uma indicação de “queda’ real”(ibidem., 181n17). William L. Lane
considera 10.25 “um prelúdio à apostasia por parte daqueles que estavam se apartando da assembleia”
(Hebreus 9–13, WBC [Dallas, TX: Word, 1991], p. 290, [ênfase nossa]). O γάρ (“porque”) no início de
10.26 demonstra sua conexão com 10.25. P. T. O’Brien afirma que o aviso contra a apostasia no v. 26
“implica que as pessoas que deliberada e persistentemente abandonam a comunhão dos crentes em
Cristo estão em perigo (...) de abandonar o próprio Senhor!” (The Letter to the Hebrews, PNTC [Grand
Rapids]: Eerdmans, 2010], p. 371).
[425] Schreiner, Run to Win the Prize, p. 112.
[426] Veja Cowan,“Confident of Better Things”, cap. 2 (“Perfection and the New Covenant
Promises”).
[427] Para a discussão sobre 6.9-20, consulte ibid., cap. 3 (“The Author’s Confidence, God’s
Oath, and the Believer’s Hope: Hebrews 6:9–20”).
[428] Schreiner e Caneday descrevem o pecado de Pedro como particularmente “repugnante” e
“grave” (The Race Set Before Us, p. 241-42). “Em nenhum lugar [no NT] o pecado é tolerado ou
descartado como trivial. Por outro lado, os autores não concluem que a presença do pecado nas igrejas
signifique que os favorecidos sejam descrentes. Naturalmente, não há espaço ou desculpa para o pecado
na vida dos crentes, e ainda há uma compreensão implícita de que os crentes não estão fora do reino do
pecado e não dominam o pecado de maneira perfeita” (Schreiner, Run to Win the Prize, p. 58-59).
[429] Schreiner e Caneday, The Race Set Before Us, p. 40.
[430] Para responder à questão da identidade daqueles que de fato caem, Schreiner e Caneday
olham para outras passagens do NT que realmente são retrospectas, como Mateus 7.21-23; 1 Coríntios
11.19; 2 Timóteo 2.18; 1 João 2.19 (consultar The Race Set Before Us, p. 214-44; Schreiner, Run to
Win the Prize, p. 108-16). Ao discorrer sobre 1 João 2.19, Schreiner escreve: “É esta visão retrospectiva
das advertências que falta. Ninguém que seja verdadeiramente eleito cairá algum dia, pois aqueles que
apostatam revelam que nunca foram genuinamente salvos” (Schreiner, Run to Win the Prize, p. 109).
[431] Confira Schreiner, Run to Win the Prize, p. 97.
[432] Joseph C. Dillow The Reign of the Servant Kings: A Study of Eternal Security and the Final
Significance of Man, 2nd ed. (Miami Springs, FL: Schoettle, 1992), p. 224.
[433] Horton, “A Classical Calvinist View”, p. 36.
[434] Lusk, “Staying Saved”, p. 14.
[435] Os que advogam a favor da “perspectiva hipotética” incluem, por exemplo, Thomas Hewitt,
The Epistle to the Hebrews: An Introduction and Commentary, TNTC (Grand Rapids: Eerdmans,
1960), p. 108; e Homer A. Kent Jr., The Epistle to the Hebrews (Grand Rapids: Baker, 1972), p. 113.
Para a discussão acerca da distinção entre a perspectiva hipotética e a perspectiva dos meios de
salvação, veja Cowan, “Confident of Better Things”, p. 217-18.
[436] Schreiner, Run to Win the Prize, p. 97.
[437] Berkouwer, Faith and Perseverance, p. 110-11 (ênfase original).
[438] Veja as discuussões sobre Atos 27 de Robert L. Dabney, Lectures in Systematic Theology
(1878; repr., Grand Rapids: Zondervan, 1971), p. 697; Louis Berkhof, Systematic Theology, 3rd rev. e a
edição ampliada (Grand Rapids: Eerdmans, 1946), p. 107; Herman Bavinck, Holy Spirit, Church and
New Creation, v. 4 da Reformed Dogmatics, ed. John Bolt, trad. John Vriend (Grand Rapids: Baker,
2008), p. 267-68; Charles Hodge, 1Corinthians (Wheaton, IL: Crossway, 1995), p. 144; Schreiner e
Caneday, The Race Set Before Us, p. 209-12; Schreiner, Run to Win the Prize, p. 97-99.
[439] Veja D. A. Carson, Divine Sovereignty and Human Responsibility: Biblical Perspectives in
Tension (Eugene, OR: Wipf & Stock, 1994). Carson aplica essa tensão a uma variedade de contextos,
inclusive à oração (A Call to Spiritual Reformation: Priorities from Paul and His Prayers [Grand
Rapids: Baker, 1992], p. 145-66) e ao sofrimento (How Long O Lord? Reflections on Suffering and
Evil, 2nd ed. [Grand Rapids: Baker, 2006], p. 177-203).
[440] Carson articula as duas verdades da seguinte forma: “1. Deus é absolutamente soberano, mas
sua soberania na Escritura nunca opera com o fim de reduzir a responsabilidade humana. 2. Os seres
humanos são criaturas responsáveis — ou seja, escolhem, creem, desobedecem, respondem, e há
significado moral em suas escolhas; mas a responsabilidade humana nunca opera nas Escrituras para
diminuir a soberania de Deus ou para tornar a ação de Deus absolutamente acidental” (A Call to
Spiritual Reformation, p. 148).
[441] Ibid., p. 160-61.
[442]Ibid., p. 164 (ênfase acrescida).
[443] Berkouwer, Faith and Perseverance, p. 97.
[444] Confira Schreiner, Run to Win the Prize, p. 106.
[445] Ibid., p. 105-7.
[446] Ibid., p. 106.
[447] Ibid., p. 106-7.
[448] Schreiner, “Perseverance and Assurance”, p. 55.
[449] Schreiner, Run to Win the Prize, p. 107.
[450] Bavinck, Holy Spirit, Church and New Creation, p. 267-68.
[451] Schreiner e Caneday, The Race Set Before Us, p. 207.
[452] Ibid., p. 208.
[453] Para as versões estendidas dessas citações, bem como para as citações de outros, veja o
apêndice no livro de Cowan, “Confident of Better Things”, p. 234-42.
[454] Bavinck, Holy Spirit, Church and New Creation, p. 267-68
[455] Berkhof, Systematic Theology, p. 548.
[456] James P. Boyce, Abstract of Systematic Theology (Cape Coral, FL: Founders, 2006), p. 433.
[457] Dabney, Lectures in Systematic Theology, p. 697.
[458] Hodge, 1 Corinthians, p. 144.
[459] John Owen, An Exposition of the Epistle to the Hebrews with Preliminary Exercitations, ed.
William H. Goold (Carlisle, PA: The Banner of Truth Trust, 1991), 4:157-58.
[460] Arthur W. Pink, An Exposition of the Sermon on the Mount (Grand Rapids: Baker, 1953), p.
616.
[461] Charles Spurgeon, “Final Perseverance”, em The New Park Street Pulpit, acesso em 12 de
agosto de 2012. Disponível em http://www.spurgeon.org/sermons/0075.htm.
[462] Por exemplo, conferir Greg L. Bahnsen, “The Theonomic Reformed Approach to Law and
Gospel”, em The Law, the Gospel, and the Modern Christian: Five Views, ed. Wayne G. Strickland
(Grand Rapids: Zondervan, 1993), p. 93-173; John M. Frame, The Doctrine of the Christian Life
(Phillipsburg, NJ: P&R, 2008), p. 203-36; Philip S. Ross, From the Finger of God: The Biblical and
Theological Basis for the Threefold Division of the Law (Fearn, Ross-shire, Scotland: Christian Focus,
2010). Sobre esse ponto, veja o capítulo de Jason Meyer neste volume.
[463] Dentro da teologia aliancista, há um debate sobre a aplicação do direito civil no Estado
conforme representado pela teonomia. Além disso, no que se refere à aplicação da lei moral, uma
distinção é feita entre os preceitos morais gerais — conforme representados pelo Decálogo — e as
aplicações específicas desses preceitos, ou seja, as leis de jurisprudência. Hoje, os cristãos devem
adotar em suas vidas a primeira aplicação, mas não necessariamente a última.
[464] Para uma discussão de como a lei mosaica é equiparada à lei moral, confira Douglas J. Moo,
“The Law of Christ as the Fulfillment of the Law of Moses: A Modified Lutheran View”, em The Law,
the Gospel, and the Modern Christian, p. 170-71, que defende esse ponto.
[465] Sobre esse ponto, veja o capítulo de Tom Schreiner neste volume.
[466] Sobre esse ponto, veja Brian S. Rosner, Paul and the Law: Keeping the Commandments of
God, NSBT 31 (Downers Grove, IL: InterVarsity, 2013).
[467] Veja Michael Hill, The How and Why of Love: An Introduction to Evangelical Ethics
(Kingsford, Australia: Matthias Media, 2002), p. 43-54; e John S. Feinberg e Paul D. Feinberg, Ethics
for a Brave New World, 2nd ed. (Wheaton, IL: Crossway, 2010), p. 40-49.
[468] Hill, How and Why of Love, p. 43.
[469]
Ibid.
[470] Ibid., p. 44.
[471] Ibid.
[472] Para a defesa detalhada desse ponto, veja Peter J. Gentry e Stephen J. Wellum, Kingdom
Through Covenant: A Biblical-Theological Understanding of the Covenants (Wheaton, IL: Crossway,
2012). Veja também de D. A. Carson, “The Tripartite Division of the Law: A Review of Philip Ross,
The Finger of God”, em From Creation to New Creation: Essays in Honor of G. K. Beale, ed. Daniel
M. Gurtner and Benjamin L. Gladd (Peabody, MA: Hendrickson, 2013), p. 226-28; Rosner, Paul and
the Law, p. 26-44; Hill, How and Why of Love, 8n p. 74-75; e Moo, “Law of Christ as the Fulfillment of
the Law of Moses”, p. 336-37.
[473] Sobre esse ponto, confira de Moo, “Law of Christ as the Fulfillment of the Law of Moses”,
p. 321-24; Thomas R. Schreiner, 40 Questions About Christians and Biblical Law (Grand Rapids:
Kregel, 2010), p. 67-71.
[474] Ver D. A. Carson, “Mystery and Fulfillment: Toward a More Comprehensive Paradigm of
Paul’s Understanding of the Old and the New”, em Justification and Variegated Nomism, V. 2: The
Paradoxes of Paul, ed. D. A. Carson, Peter T. O’Brien e Mark A. Seifrid (Grand Rapids: Baker, 2004),
p. 412.
[475] Sobre esse ponto, ver Moo, “Law of Christ as the Fulfillment of the Law of Moses”, p. 338.
Ver também do mesmo autor, Galatians, BECNT (Grand Rapids, Baker, 2013), p. 192-247.
[476] Douglas J. Moo, “Response to Greg L. Bahnsen”, em The Law, the Gospel, and the Modern
Christian, p. 166; Rosner, Paul and the Law, p. 45-81; e Schreiner, 40 Questions, p. 73-76.
[477] Sobre Romanos 10.4, conferir Douglas J. Moo, The Epistle to the Romans, NICNT (Grand
Rapids: Eerdmans, 1996), p. 636-43, e idem, “The Law of Moses or the Law of Christ”, em Continuity
and Discontinuity: Perspectives on the Relationship Between the Old and New Testaments, ed. John S.
Feinberg (Wheaton, IL: Crossway, 1988), p. 206-8.
[478] Por exemplo, veja Bahnsen, “Theonomic Reformed Approach to the Law and Gospel”, p. 96-
108; cf. a discussão em Schreiner, 40 Questions, p. 35-64, 73-76.
[479] Ver Moo, “Law of Christ as the Fulfillment of the Law of Moses”, p. 328-33; Rosner, Paul
and the Law, p. 45-81. Cf. Stephen Westerholm, Perspectives Old and New on Paul: The “Lutheran”
Paul and His Critics (Grand Rapids: Eerdmans, 2004), p. 297-340.
[480] Sobre esse ponto, ver Carson, “The Tripartite Division of the Law”, p. 235.
[481] Douglas J. Moo, “Response to Willem A. VanGemeren”, em The Law, the Gospel, and the
Modern Christian, p. 89.
[482] Veja a discussão desse ponto em Rosner, Paul and the Law, p. 83-109.
[483] Ver Moo, “The Law of Christ as the Fulfillment of the Law of Moses”, p. 324-43; Schreiner,
40 Questions, p. 81-84.
[484] Veja Rosner, Paul and the Law, p. 45-81.
[485] Ibid., p. 135-205, fala que a lei como Escritura ainda funciona como profecia para os
cristãos (ou seja, revelando o plano redentivo de Deus e apontando para Cristo [Mt 11.13]) e sabedoria
(ou seja, instruindo-nos quanto à forma de viver, embora a antiga aliança não seja diretamente
obrigatória aos cristãos como aliança).
[486] Para o desenvolvimento desses pontos hermenêuticos, consultar Gentry e Wellum, Kingdom
Through Covenant, p. 81-108.
[487] Hill, How and Why of Love, p. 74.
[488] Moo, “Law of Christ as the Fulfillment of the Law of Moses”, p. 343; ênfase original.
[489] Ibid. Cf. idem., Galatians, p. 376-78.
[490] Hill, How and Why of Love, p. 74.
[491] Ibid.
[492] See Rosner, Paul and the Law, p. 111-34.
[493] Ibid., p. 134.
[494] Ver Moo, “Law of Christ as the Fulfillment of the Law of Moses”, p. 347-76, Schreiner, 40
Questions, p. 161-69; D. A. Carson, “Matthew”, em Expositor’s Bible Commentary, vol. 8 (Grand
Rapids: Zondervan, 1984), p. 142-45.
[495] Carson, “Matthew”, p. 144.
[496]
Ibid.
[497]
Ibid.
[498]
Ibid.
[499] Moo, “Law of Moses or the Law of Christ”, p. 206.
[500] Carson, “The Tripartite Division of the Law”, p. 236.
[501] Moo, “Law of Christ as the Fulfillment of the Law of Moses”, p. 376.
[502] Conferir Bahnsen, “Response to Doug Moo”, em The Law, the Gospel, and the Modern
Christian, p. 386-87, que nivela essa acusação contra Moo.
[503] Para esse termo, ver Michael S. Horton, Covenant and Eschatology: The Divine Drama
(Louisville: Westminster John Knox, 2002), p. 1-19.
[504] Ver Hill, How and Why of Love, p. 65-78, p. 121-35. Hill destrincha a estrutura biblico-
teológica ampliada da Bíblia na criação, queda, redenção e nova criação para a ética.
[505] Sobre esse ponto, veja Gentry e Wellum, Kingdom Through Covenant, p. 601-52.
[506] Hill, How and Why of Love, p. 66.
[507] Ver ibid., p. 74.
[508]
Ibid.
[509] Ibid., p. 75.
[510] Ibid., p. 78. Também confira Rosner, Paul and the Law, p. 207-22.
[511] Sobre este ponto, veja R. C. Ortlund Jr., “Man and Woman” e “Marriage", em NDBT, p. 650-
57.
[512] Veja Carson, “Matthew”, p. 140-61.
[513] Veja de Rosner, Paul and the Law, p. 121-34, 196-205; Hill, How and Why of Love, p. 139-
205.
[514] As outras questões que pensei nesse ponto são exceções e/ou complicações variadas. Por
exemplo, tirar a vida humana é algo errado, exceto em casos de gravidez ectópica, autodefesa, guerra
etc. Ou, no caso da eutanásia, ainda temos de discutir sobre cuidar dos doentes terminais por meios
ordinários versus extraordinários. Sobre esses pontos, ver Frame, The Doctrine of the Christian Life, 684-
745.
[515] Ver Moo, “Law of Christ as the Fulfillment of the Law of Moses”, p. 370; e P. T. O’Brien,
The Letter to the Ephesians, PNTC (Grand Rapids: Eerdmans, 1999), p. 442-45.
[516] Michael G. Vanlaningham, “Romans 11.25–27 and the Future of Israel in Paul’s Thought”,
TMSJ 3 (1992): 141-74; J. Lanier Burns, “The Future of Ethnic Israel in Romans 11” em
Dispensationalism, Israel and The Church: The Search for Definition, ed. Craig A. Blaising e Darrell
L. Bock (Grand Rapids: Zondervan, 1992), p. 188-229; S. Lewis Johnson Jr., “Evidence from Romans 9–
11” em A Case for Premillennialism: A New Consensus, ed. Donald K. Campbell e Jeffrey L. Townsend
(Chicago: Moody, 1992), p. 211-19; e Harold W. Hoehner, “Israel in Romans 9–11” em Israel, the Land
and the People: An Evangelical Affirmation of God’s Promises, ed. H. Wayne House (Grand Rapids:
Kregel, 1998), p. 149-59.
[517] Kim Riddlebarger, A Case for Amillennialism: Understanding the End Times, rev. ed.
(Grand Rapids: Baker, 2013), p. 217-21; Michael Horton, Introducing Covenant Theology (Grand
Rapids: Baker, 2006), p. 131-32; Cornelis P. Venema, The Promise of the Future (Carlisle, PA: Banner
of Truth, 2000), p. 127-39; e Geerhardus Vos, The Pauline Eschatology (Princeton, NJ: Princeton
University, 1930; repr., Phillipsburg, NJ: P&R, 1994), p. 87-88.
[518] Keith A. Mathison, Postmillennialism: An Eschatology of Hope (Phillipsburg, NJ: P&R,
1999), p. 125-29; e Tim Gallant, “Judah’s Life from the Dead: The Gospel of Romans 11”, em The
Glory of Kings: A Festschrift in Honor of James B. Jordan, ed. Peter J. Leithart e John Barach (Eugene,
OR: Wipf and Stock, 2011), p. 45.
[519] Michael Vlach, “What Is Dispensationalism?” em Christ’s Prophetic Plans: A Futuristic
Premillennial Primer, ed. John MacArthur e Richard Mayhue (Chicago: Moody, 2012), p. 33. A maior
parte do material de Vlach, contida nos três capítulos deste livro, também apareceu anteriormente em
sua obra Dispensacionalism: Essential Beliefs and Common Myths (Los Angeles: Theological Studies,
2008).
[520] Essa afirmação poderia ser expandida para além de apenas Romanos 11. Waltke escreve:
“Nenhuma passagem nítida do NT menciona a restauração de Israel como uma nação política ou prevê
um reinado terreno de Cristo antes de sua aparição final. Nenhuma passagem retrata a glória consumada
de Cristo como um rei terreno governando sobre a nação restaurada de Israel. O silêncio do Espírito é
ensurdecedor”. Bruce K. Waltke, “Kingdom Promises as Spiritual” em Continuity and Discontinuity:
Perspectives on the Relationship Between the Old and New Testaments, ed. John S. Feinberg (Wheaton,
IL: Crossway, 1988), p. 273 (ênfase original).
[521] A visão de que Romanos 11 ensina uma futura conversão em massa de israelitas étnicos
estava contida na obra de Peter J. Gentry e Stephen J. Wellum, Kingdom Through Covenant: A Biblical-
Theological Understanding of the Covenants (Wheaton, IL: Crossway, 2012), p. 501, e reafirmada em
idem, “‘Kingdom Through Covenant’ Authors Respond to Bock, Moo, Horton”, The Gospel Coalition,
20 set. September 20, 2012. Acesso em 27 de agosto de 2014. Disponível em
http://thegospelcoalition.org/article/gentry-and-wellum-respond-to-kingdom- through-covenant-
reviews. Mas é possível ter outra visão (como alguns dos colaboradores deste volume têm) e ainda
apegar-se ao aliancismo progressivo.
[522] Michael J. Vlach, Has the Church Replaced Israel?: A Theological Evaluation (Nashville,
TN: B&H Academic, 2010), p. 162 (ênfase acrescida). Essa é uma linha de argumentação consistente
para os dispensacionalistas. John Walvoord, na década de 1950, argumentou essencialmente da mesma
forma. Em um capítulo intitulado “Will Israel Be Restored as a Nation?” [Israel será restaurado como
uma nação?], ele afirma em referência a Romanos 11.25-27 que “a natureza da salvação de Israel aqui
indicada é descrita por uma citação da profecia do Antigo Testamento”. Assim, ele está contando com a
citação do AT para preencher os detalhes sobre como a natureza dessa salvação futura vai se parecer.
Ele continua, “de acordo com a Escritura, naquele dia, Israel também será libertado de seus
perseguidores, reunido de toda parte da Terra e trazido de volta para sua antiga terra. Estando lá, será
abençoado espiritual e materialmente”. Ele então admite que “todos esses eventos não são mencionados
aqui [nesta passagem]”. Contudo, ele está assumindo que salvação espiritual também implica salvação
material. Ver John F. Walvoord, The Millennial Kingdom (Findlay, OH: Dunham, 1959), p. 190-92
(ênfase acrescida). Veja também Robert L. Saucy, The Case for Progressive Dispensationalism: The
Interface Between Dispensational and Non-Dispensational Theology (Grand Rapids: Zondervan,
1993), p. 261-63; e Craig A. Blaising e Darrell L. Bock, Progressive Dispensationalism (Grand Rapids:
Baker, 1993), p. 270.
[523] Cf. Michael J. Vlach, “Have They Found a Better Way? An Analysis of Gentry and
Wellum’s Kingdom Through Covenant”, TMSJ 24 (2013), p. 12.
[524] Fred G. Zaspel, Jews, Gentiles and the Goal of Redemptive History: An Exegetical and
Theological Analysis of Romans 9–11 (Hatfield, PA: Interdisciplinary Biblical Research Institute,
1995), p. 25-26 (ênfase original). Zaspel é um proeminente proponente da teologia da nova aliança,
mas nesse ponto seu raciocínio é consistente com o argumento dispensacionalista dessa passagem. Não
pretendo, porém, insinuar que ele afirme todos os pontos do dispensacionalismo que estão sendo
criticados neste capítulo.
[525] Ver, por exemplo, Mike Stallard, ed., Dispensational Understanding of the New Covenant: 3
Views (Schaumburg, IL: Regular Baptist Press, 2012). Todos os três pontos de vista representados neste
livro vêm de dispensacionalistas tradicionais (não progressistas).
[526] Bruce A. Ware, “The New Covenant and the People(s) of God”, em Dispensationalism,
Israel and the Church: The Search for Definition, ed. Craig A. Blaising e Darrell L. Bock (Grand
Rapids: Zondervan, 1992), p. 94-95.
[527] Ibid., p. 95. Cf. também Vlach, Has the Church Replaced Israel?, p. 158.
[528] Blaising and Bock, Progressive Dispensationalism, p. 208.
[529] Ibid., p. 209.
[530] Ibid. (ênfase original).
[531] Para mais detalhes sobre esse ponto, veja Gentry e Wellum, Kingdom Through Covenant, p.
703-16; Oren R. Martin, Bound for the Promised Land: The Land Promise in God’s Redemptive Plan,
NSBT 34 (Downers Grove, IL: InterVarsity, 2015); e o capítulo escrito por ele neste volume.
[532] G. K. Beale, A New Testament Biblical Theology: The Unfolding of the Old Testament in the
New (Grand Rapids: Baker Academic, 2011), p. 751 (ênfase acrescida). Beale trabalha isso em vários
capítulos, criando uma série de argumentos entrelaçados em sua obra (p. 227-354, 750-72). Ele
argumenta que a ressurreição é conceitualmente equivalente a uma nova criação, porque a maneira
como os redimidos participam da nova criação é sendo transformados em corpos recém-criados. Além
disso, a ressurreição na Escritura está associada ao cumprimento escatológico da nova criação. Quando
a ressurreição (que está ligada à nova criação) acontece, é porque o fim dos tempos surgiu. É claro que
há um aspecto de “já é, mas ainda não” para esse cumprimento, mas o fato de que Cristo tem o corpo
ressurreto já agora, apto para a nova criação, significa que, pelo menos dessa forma, a nova criação
surgiu — o que inicia o cumprimento das promessas de uma terra (novamente assumindo o papel
tipológico para que servem).
[533] Veja também Sl 67.2-3; 117.1; Is 14.1; 42.6; 45.20; 49.6; 66.18-21.
[534] Saucy, The Case for Progressive Dispensationalism, p. 122-25; e Vlach, Has the Church
Replaced Israel?, p. 170-71.
[535] Moo aponta em referência a esse processo de três fases que “uma questão-chave é se Paulo
vê esta sequência como um padrão histórico repetitivo ou como um único movimento abrangendo o
curso da história da salvação” (Douglas J. Moo, Encountering the Book of Romans: A Theological
Survey, EBS [Grand Rapids: Baker Academic, 2002], p. 167). Aqueles que veem uma futura conversão
em massa para o Israel étnico em Romanos 11 argumentariam pela segunda opção, enquanto os que
veem Romanos 11 como uma simples instrução sobre a salvação do remanescente eleito de Israel
durante toda a era da igreja argumentariam pela primeira.
[536] Douglas J. Moo, The Epistle to the Romans, NICNT (Grand Rapids: Eerdmans, 1996), p.
684. Para ver uma tabela mostrando esse padrão ao longo de Romanos 11.11-32, veja Andrew David
Naselli, From Typology to Doxology: Paul’s Use of Isaiah and Job in Romans 11:34–35 (Eugene, OR:
Pickwick, 2012), p. 18-19.
[537] Saucy, The Case for Progressive Dispensationalism, p. 259.
[538] Ibid. (ênfase original).
[539] Michael G. Vanlaningham, “The Jewish People According to the Book of Romans”, em The
People, the Land, and the Future of Israel: Israel and the Jewish People in the Plan of God, ed. Darrell
L. Bock and Mitch Glaser (Grand Rapids: Kregel, 2014), p. 122-23.
[540] Ibid., p. 122.
[541] Saucy, The Case for Progressive Dispensationalism, p. 260.
[542] D.A. Carson, “Mystery and Fulfillment: Toward a More Comprehensive Paradigm of Paul’s
Understanding of the Old and the New”, em Justification and Variegated Nomism: A Fresh Appraisal
of Paul and Second Temple Judaism, vol. 2, The Paradoxes of Paul, ed. D. A. Carson, Peter T. O’Brien
e Mark A. Seifrid (Grand Rapids: Baker Academic, 2004), p. 419-21.
[543] Em Romanos 11.26, οὕτως está funcionando como advérbio de modo. O endurecimento
parcial de Israel logo levou à salvação da totalidade dos gentios e, dessa forma — a saber, os gentios
provocando ciúmes em Israel (Rm 10.19; 11.11, 14) —, todo o Israel será salvo.
[544] Colin G. Kruse, Paul’s Letter to the Romans, PNTC (Grand Rapids: Eerdmans, 2012), p.
443.
[545] C. E. B. Cranfield, A Critical and Exegetical Commentary on the Epistle to the Romans:
Commentary on Romans IX–XVI and Essays, ICC (London: T&T Clark, 1975), p. 562-63; Thomas R.
Schreiner, Romans, BECNT (Grand Rapids: Baker Academic, 1998), p. 598–99; James D. G. Dunn,
Romans 9–16, WBC 38b (Nashville, TN: Thomas Nelson, 1988), p. 658; Moo, Epistle to the Romans,
p. 694-96.
[546] Schreiner, Romans, p. 599 (ênfase original).
[547] Saucy, The Case for Progressive Dispensationalism, p. 261.
[548] Vlach, Has the Church Replaced Israel?, p. 172.
[549] G. K. Beale and Benjamin L. Gladd, Hidden but Now Revealed: A Biblical Theology of
Mystery (Downers Grove, IL: InterVarsity, 2014), p. 88.
[550] O processo de “restauração” mencionado nesses versículos não é exclusivamente futuro. Ele
atinge um clímax dramático com o retorno de Jesus na segunda vinda, mas já está ocorrendo
atualmente, iniciando nos primeiros capítulos de Atos, com a pregação do evangelho e o derramar do
Espírito. Veja David G. Peterson, The Acts of the Apostles, PNTC (Grand Rapids: Eerdmans, 2009), p.
109-10, 182-83; e Eckhard J. Schnabel, Acts, ZECNT (Grand Rapids: Zondervan, 2012), p. 75-78, 214-
17.
[551] Os quatro passos decodificados seriam então assim: (1) salvação inicial dos judeus (que
acabou sendo um remanescente, quantitativamente falando, Rm 11.5-7), então (2) o restante de Israel
foi endurecido, o que resultou (3) na inclusão dos gentios, que, por sua vez, irá provocar uma emulação
ciumenta nos judeus, resultando (4) na salvação judaica final (Rm 11.26). Portanto, há uma salvação
inicial dos judeus na primeira vinda de Cristo e uma salvação judaica final em sua segunda vinda. Esse
cumprimento da salvação de Israel em duas etapas contrasta com a solução dispensacionalista que
defende uma salvação inicial dos gentios durante a era da igreja e uma restauração final dos gentios
durante o reino do milênio.
[552] Beale e Gladd, Hidden but Now Revealed, p. 98. Os autores entendem a salvação judaica
que flui da inclusão dos gentios para ser o remanescente eleito ao longo da era da igreja, em vez de uma
conversão em massa no futuro. No entanto, como eles admitem, essa compreensão de que “todo Israel
será salvo” (Rm 11.26) “não afeta, de forma significativa, a presente discussão” (88n3).
[553] Saucy, The Case for Progressive Dispensationalism, p. 259.
[554] Beale e Gladd, Hidden but Now Revealed, p. 89 (ênfase original).
[555] Ibid., p. 89-93, 98-108.
[556] Carson, “Mystery and Fulfillment”, p. 420. Para essas referências, Carson está seguindo
Otfried Hofius, “Das Evangelium und Israel: Erwägungen zu Römer 9–11”, ZTK 83 (1986): 324.
[557] “Quando comparada com Miqueias 4.1-3, a característica mais distintiva da versão dessa
profecia feita por Isaías é a ‘aplicação’ no verso 5” (John Goldingay, Isaiah, UBCS 13 [Grand Rapids:
Baker, 1995], p. 44).
[558] Christopher R. Seitz, Isaiah 1–39, Interpretation 20 (Louisville: John Knox, 1993), p. 38-39.
[559] John N. Oswalt, The Book of Isaiah: Chapters 1–39, NICOT (Grand Rapids: Eerdmans,
1986), p. 119.
[560] Ibid., p. 118. Ele continua, “a posição enfática da ‘casa de Jacó’ e sua correlação com ‘Deus
de Jacó’ no v. 3 apoia esta afirmação” (p. 118-19).
[561] Um ponto que também é explicitamente mencionado em C. F. Keil e F. Delitzsch, Isaiah,
Commentary on the Old Testament, v. 7, trad. James Martin (Grand Rapids: Eerdmans, 1969), p. 117.
[562] Seitz, Isaiah 1–39, p. 72.
[563] Beale e Gladd, Hidden but Now Revealed, p. 93.
[564] Christopher R. Bruno (“The Deliverer from Zion: The Source(s) and Function of Paul’s
Citation in Romans 11:26–27”, TynBul 59 [2008]: 119-34) também defendeu uma alusão a Isaías 2.3
como parte da citação composta.
[565] Ver J. R. Daniel Kirk, “Why Does the Deliverer Come ἐκ Σιών (Romans 11.26)?”, JSNT 33
(2010): 81-99 e Eusebio González, “Interdependencia entre judíos y gentiles en Rm 11, p. 25–27”,
Scripta Theologica 43 (2011): 125-42. Também cf. N. T. Wright, Paul and the Faithfulness of God
(Minneapolis: Fortress, 2013), 2:1248-52.
[566] Para uma discussão mais desenvolvida sobre a função da citação em Romanos 11.26b-27,
assim como para um maior embasamento das outras decisões exegéticas neste capítulo, veja Richard
James Lucas Jr., “Was Paul Prooftexting? Paul’s Use of the Old Testament as Illustrated Through
Three Debated Texts” (PhD diss., The Southern Baptist Theological Seminary, 2014), p. 21-103.
[567] Darrell L. Bock, “Summary Essay”, em Three Views on the Millennium and Beyond, ed. D.
L. Bock (Grand Rapids: Zondervan, 1999), p. 292.
[568] Vlach até mesmo afirma que essa distinção persiste no estado eterno (Has the Church
Replaced Israel?, p. 173-76).
[569] Louis Berkhof, Systematic Theology (Grand Rapids: Eerdmans, 1996), p. 570-72.
[570] Douglas Moo, “Paul’s Universalizing Hermeneutic in Romans”, SBTJ 11 (2007): 77.
[571] Pode-se dizer que Cristo é, em verdade, a “raiz” da oliveira que une Israel e os gentios em
Romanos 11.16-24. Ver Svetlana Khobnya, “‘The Root’ in Paul’s Olive Tree Metaphor (Romans 11:16–
24)”, TynBul 64 (2013): 257-73.
[572] Cf. Thomas R. Schreiner, “The Church as the New Israel and the Future of Ethnic Israel in
Paul”, Studia Biblica et Theologica 13 (1983): 37. Publicação de Robert L. Saucy, “Does the Apostle
Paul Reverse the Prophetic Tradition of the Salvation of Israel and the Nations?”, em Building on the
Foundations of Evangelical Theology: Essays in Honor of John S. Feinberg, ed. Gregg R. Allison e
Stephen J. Wellum (Wheaton, IL: Crossway, 2015), p. 66-90, foi lançado tarde demais para ser incluído
como recurso.