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Marido Alfa

Novos Lobos Luna 2


Marcy Jacks
Ash Grantz foi resgatado por seu companheiro de um ex-namorado
abusivo, embora não sem consequências. Felizmente ele ama ser um
lobisomem. Especialmente quando o seu adorado companheiro o persegue
através dos bosques para algum exercício e sexo. Isso é sempre espetacular.
Assim é como deve ser.
O que eu poderia fazer quando os caçadores começam a circulá-los,
ou quando Ash encontra três cadáveres em um celeiro quase que
imediatamente após o seu casamento - e, agora, um amigo está sumido.
Ash ama o seu marido alfa, e não quer que nada de ruim aconteça
com ele, e também não quer estar no caminho sempre que Dakota precisa
cuidar dos negócios. Porém Ash não sabe se pode lidar com sendo o tipo de
companheiro e marido que fica esperando para descobrir se o seu amante foi
assassinado por caçadores, a fim de mantê-los seguros.
Capitulo Um

Dakota Brant, um lobo Luna alfa, perseguia Ash com grande prazer.
Ash estava se escondendo dele. De qualquer forma, ele pensou que estava se
escondendo. Ele não pareceu perceber que Dakota tinha o seu cheiro e logo
estaria em cima dele, mas isso era esperado de um ser humano recentemente
transformado em um lobisomem Luna ômega. Ele ainda não sabia como
controlar ou caçar corretamente ou sabia quando estava sendo caçado ou
rastreado. Dakota andou sobre as patas traseiras na sua forma Luna. Qualquer
um que o viu provavelmente pensou que estava olhando para uma criatura
monstruosa com cabeça e garras de um lobo, mas esse era o benefício de
viver longe da civilização. E não era temporada de caça.
O cheiro do seu companheiro estava forte. Dakota conseguia
distinguir as várias emoções que vinham com certos aromas. Havia uma
maneira de dizer no suor. Normalmente urina era um indicador de medo, mas
não era, obviamente, nada disso, já que ambos apreciavam o seu jogo. Não.
Ash estava animado e ansioso. A dica de luxúria no ar deu dica suficiente do
desejo secreto de Ash de ser capturado.
O que vinha depois de ser capturado sempre foi uma experiência
agradável, também. Dakota lançou um grunhido pesado - não um grunhido de
raiva, mas um que queria que Ash soubesse que estava perto. Os arbustos em
torno daqui eram espessos. Ash estava escondido em um deles. Ele
ziguezagueou pelos principais arbustos, o que foi inteligente. Era evidente que
ele esperava que isso fosse confundir os sentidos de Dakota. Isso não
confundiu. Dakota sabia exatamente onde ele estava. Ele diminuiu os seus
passos quando se aproximou, sabendo exatamente onde o seu companheiro
estava se escondendo. Ele queria dar a Ash a impressão de que ainda estava
procurando por um pouco mais de tempo. Isto era muito divertido.
Os arbustos onde Ash estava começaram a tremular. Ele estava
rindo? Mesmo na sua forma de lobo, o pequeno monstrinho estava rindo dele!
Mas ele era o pequeno monstrinho de Dakota.
Dakota tinha mais paciência. Queria adiar o jogo, esperar um pouco
mais, mas o seu lado animal se recusou a adiar isso por mais tempo. Ele
queria jogar, e isso não seria mais negado.
Dakota se lançou.
Ash fugiu antes que Dakota pudesse aterrissar nos arbustos e agarrar
o lobo menor dentro deles. Aparentemente, Ash sabia que Dakota o tinha
encontrado. Dakota ficou impressionado e satisfeito enquanto perseguia o lobo
cinzento. Lobisomens Luna ômega não tinham essa mesma forma monstruosa
que Dakota tinha. Isso era reservado apenas para os alfas, o que tornava
Dakota muito mais poderoso, o mesmo que outros shifters alfa, mas maior que
o lobo menor de Ash, naturalmente, ele era mais rápido e maleável para
navegar sobre e sob troncos caídos. Nas semanas desde que começaram a
jogar esses jogos Dakota tinha reparado como Ash desenvolveu alguma
habilidade real na sua capacidade de correr. Como um ser humano, ele tinha
sido um corredor e tinha o corpo de um corredor, do qual Dakota desfrutou
com regularidade, mas como um lobo, ele ainda estava melhorando quando se
tratava de correr em quatro patas. Ele estava indo bem. Poderia até ser mais
rápido que Dakota quando finalmente tivesse a plena utilização das suas patas.
Dakota ofegou, cheirando aquilo que o estava perseguindo, cheirando
o seu prêmio, querendo-o. Ash tinha melhor capacidade de se movimentar
entre as árvores e arbustos, mas Dakota ainda tinha a sua velocidade. Em um
exemplo, ele quebrou o seu caminho através de um tronco caído que estava
em um ângulo diferente, provavelmente depois de ter sido atingido por um
raio. Esticou as grandes mãos, coisas monstruosas, embora ele ainda tivesse
cuidado com as suas garras quando agarrou o lobo que estava fugindo pelo
rabo.
Ash se moveu por instinto. Ele gritou e girou, mordendo os dedos de
Dakota. Dakota não se importava, ele não o soltou. Ele não pode parar
imediatamente, não com o impulso da corrida em que eles estavam, e ambos
caíram e rolaram. A mudança veio em Dakota facilmente, assim como para
Ash. Quando eles pararam de se mover, e ambos desembarcaram no chão,
eles era humanos novamente, nus no ar quente que parecia refrigerado após o
exercício que ambos tiveram.
Ash suspirou para respirar, olhando para o céu.
— Porra, você é rápido — ele disse, seu peito ainda palpitante.
Dakota ergueu-se nos cotovelos. Se debruçou sobre o rosto do seu
companheiro, seu cabelo preto caiu em torno do cabelo mais curto, castanho
claro de Ash.
— Você vai ter que se esforçar mais, se quiser me superar — ele
disse, sorrindo alegremente para o homem. E os olhos de Ash dançaram. Seu
sorriso era largo, fazendo-o parecer ainda mais bonito.
— Promete?
Dakota assentiu.
— Eu prometo.
Inclinou-se, pressionando a boca na de Ash em um doce beijo. A boca
de Ash estava quente, os lábios abertos em um claro convite, que Dakota
aceitou. Ele gostava do sabor do seu amante, apreciava o quanto Ash adorava
ser um lobisomem. Quando Dakota tinha sido forçado a transformá-lo, ou
então perdê-lo para a bala, estava preocupado com a reação de Ash a esta
nova forma de vida, em saber que havia um animal selvagem dentro dele que
iria querer sair de vez em quando, e que iria tentar assumir o controle. Não.
Nada disso parecia acontecer. Ash estava ansiosamente pronto para ser um
lobisomem. Ele estava se ajustando bem, e parecia gostar de ser capaz de ser
um lobo.
Dakota era grato por isso. Se tivesse mudado Ash, apenas para
descobrir o quanto o seu companheiro se ressentia por isso, não teria sido um
bom presságio para o início do seu relacionamento. Ash deslizou os seus dedos
através do cabelo preto de Dakota. Segurou os fios, e puxou a cabeça com
apenas a quantidade certa de pressão para ser agradável. Dakota gemeu. Seu
pênis endureceu, e ele se remexeu entre as pernas de Ash, empurrando o seu
pau contra a ereção dele. Ash respirou fundo no beijo, e Dakota esqueceu tudo
ao seu redor, especialmente quando Ash levantou os joelhos e curvou as suas
pernas ao redor da sua cintura. Era isso. Isso era o que eles precisavam. Ash
gemeu quando Dakota estendeu a mão para baixo, pressionando ambos os
pênis juntos. Então a testa de Ash pareceu franzir. Dakota fechou os olhos
para não ver a reação do seu companheiro enquanto ele farejava a floresta em
torno da sua casa, mas pôde sentir a forma como a boca de Ash enrugou.
— Que cheiro é esse? — Perguntou Ash, então olhou à sua direita e
viu a mão de Dakota sangrando, a mão que Dakota estava usando para
acariciar os seus pênis juntos, e ele pareceu esquecer tudo sobre o prazer que
ambos tinham acabado de estar desfrutando.
— Oh, merda.
— Está tudo bem —, Dakota disse, afastando a sua mão, tentando
mantê-la fora da vista para que eles pudessem voltar para o que estavam
fazendo.
— Porra, eu te mordi —, disse Ash, pegando o seu pulso, puxando-o.
Dakota resmungou. Ele não gostou dessa interrupção. Não gostou de
como isso diminuiu as suas chances de ter um orgasmo com o seu amante.
— Está tudo bem. Não era nem mesmo você.
— O lobo —, disse Ash. — Certo.
— Isso não é o que eu quis dizer —, respondeu Dakota. — Você
ainda está aprendendo os seus instintos. Eu esperava que você me mordesse
quando te peguei. Nós já conversamos sobre isso.
— Eu sei —, disse Ash, ainda olhando para a mão de Dakota. Era a
segunda vez que Ash o tinha feito sangrar, então claro que se sentia culpado
de alguma forma sobre isso. Dakota não queria que ele se sentisse culpado.
Ele achou que Ash estava indo muito bem e não queria que ele tivesse algum
arrependimento sobre qualquer coisa. Se lamentar iria apenas tornar mais
difícil recuperar o controle que ele precisava, a fim de mudar e correr e brincar
e, claro, foder. Essa última era um pouco importante, na medida em que
Dakota estava em causa.
— Tem certeza de que não quer pensar em algo um pouco mais
agradável agora? — Dakota perguntou, empurrando os quadris para frente,
deslizando o seu pênis para frente e trás contra Ash, observando com prazer
quando os olhos do seu companheiro deslizaram para trás, e a forma como o
tom rosado da sua bochecha se aprofundou. Quando Dakota fez isso de novo,
a boca de Ash diminuiu para uma pequena linha, enquanto ele tentava segurar
o gemido que Dakota estava determinado a tirar dele.
— Deus, o que esta fazendo comigo? —, Perguntou Ash, balançando
a cabeça e tencionando o corpo enquanto gemia novamente. Suas coxas se
apertaram ao redor da cintura de Dakota. Ele não ia durar muito tempo. Nem
Dakota. O cheiro do seu amante – sua transpiração, seu coração batendo
depois de um boa perseguição, ambos excitados e desesperados um pelo outro
- estava alimentando a luxúria de Dakota. E tocando o seu companheiro e
fazendo amor com ele, era a restauração da força e energia que Dakota tinha
usado para persegui-lo. Esse era outro benefício de ser um lobo Luna. Um par
acasalado poderia se energizar, geralmente por simplesmente estar perto um
do outro, mas essa sensação era ampliada ao tocar, beijar, e, especialmente,
com o sexo.
Dakota se sentiu quase tão vivo como tinha se sentido quando tinha
estado perseguindo o seu amante, determinado a pegá-lo e ganhar o seu jogo.
E Ash logo estava se empurrando contra ele em um ritmo ansioso.
Ash o beijou, gemendo e choramingando com cada impulso para
frente. Sua voz sussurrando no ouvido de Dakota pedindo-lhe para transar
com ele, para estar dentro dele, mas Dakota não o faria.
Dakota sabia que Ash não estava tentando provocá-lo. Ele estava
apenas se perdendo na luxúria. Isso era bom. Isso era de se esperar. Ele era
novo para os instintos, o que significava que iria morder de vez em quando na
sua forma de lobo, assim como se perder na luxúria que foi obrigado a sentir
por causa do acasalamento.
Mas ambos tinham suas regras. Ash sabia disso, e como alfa, era seu
trabalho manter o controle quando Ash não podia. Isso significava que, não,
ele não iria transar com o seu companheiro e sem camisinha. Isso era outra
coisa que poderia acontecer. Lobos ômega Luna podem ficar grávidos. Apenas
os homens eram Lobos Luna, e por alguma razão... bem, esse não era o
ponto. O ponto era que ambos tinham concordado que Dakota não iria colocar
uma criança dentro do seu amante. Era muito duro uma vez que um corpo
masculino não foi projetado para gerar uma prole. Inferno, a única maneira da
criança sair dele era se um lobo Luna alfa estivesse lá e usasse as suas garras
para cortar o filhote para fora.
Isso poderia levar à morte tanto do ômega quanto do filhote, em
alguns casos. Algo que Dakota sabia muito bem. Estes pensamentos ele baniu
da sua mente, beijando e chupando o lado da garganta de Ash. Ele sentiu a
forma que Ash se remexeu contra ele. Seu companheiro fez um esforço para
participar, tanto quanto possivelmente poderia ao deslizar as suas mãos
menores através do peito maior de Dakota. Ash o tocou em todos os lugares
deixando queimaduras agradáveis por todo o seu peito. Dakota gemeu,
precisando de mais. Ele precisava deste homem. Eles estiveram juntos por
apenas uma semana, porem precisava muito dele. Dakota gozou primeiro, mas
Ash não estava muito atrás. Quando essa pressão dentro dele entrou em
erupção, sêmen quente salpicou o estômago e o peito de Ash, ambos os
sêmens misturados.
— Oh, Deus —, Ash suspirou, jogando a cabeça para trás quando o
último do seu prazer desapareceu, deixando-o tremendo e contraindo sob o
corpo de Dakota.
E Dakota queria saltar para cima novamente e ir para outra maratona
de sexo, porém o impulso de cair sobre o seu amante, para conservar o calor
do corpo e simplesmente aconchegá-lo, era muito grande. Então isso foi
exatamente o que ele fez. Dakota caiu para o lado, mantendo a maior parte do
seu peso fora do homem menor. Ash poderia ser um pouco mais forte agora
como um lobo ômega, mas Dakota não achou que ele seria capaz de suportar
confortavelmente o seu peso. Ash virou-se para ele, colocando os braços em
volta do peito de Dakota e empurrando-se mais perto. Dakota segurou-o,
beijou os seus cabelos cor de areia macia, e suspirou.
— Foda-se, isso foi incrível —, disse Ash.
Dakota riu.
— Tão romântico.
— É claro —, respondeu Ash.
— Que tal eu esmagá-lo? — perguntou Dakota, apertando-o um
pouco mais e sorrindo quando Ash começou a lutar, rindo enquanto estava
fazendo isso, é claro. Isso era o melhor sobre não estar só. O fato de que
Dakota tinha que estar com Ash. Se ele tivesse acasalado com qualquer outra
pessoa, não achava que pudesse ser tão feliz.
Dakota rolou de costas, levando Ash com ele.
Ash coçou o nariz, sorrindo para Dakota do seu novo lugar no seu
peito.
— Desiste?
— Sim, certo, — disse Dakota, apreciando o seu jogo, mas
honestamente estava um pouco cansado.
Não, não estava cansado. Não era isso. O sexo tinha lhe
rejuvenescido. Havia algo mais na sua mente que o tinha pensando em coisas
um pouco mais longe, no sentido humano da palavra.
Ambos estavam acasalados, o que obviamente implicava em algo,
mais ou menos, mas havia algo nisso que estava faltando e, naquele
momento, Dakota percebeu o que precisava.
— Case-se comigo.
Ash arregalou os olhos, o sorriso deixando o seu rosto.
Dakota deu de ombros.
— Você não tem que fazer isso se não quiser. É legal agora, então
eu percebi que desde que estamos acasalados poderíamos simplesmente
torná-lo legal.
Ash sacudiu a cabeça, e Dakota preparou-se para uma decepção
quando um sorriso puxou os cantos da boca do seu companheiro.
— Claro que vou casar com você! Você está falando sério?
— Só se você quiser —, respondeu Dakota.
— Eu quero! Quando é que podemos fazê-lo? Podemos fazê-lo hoje?
Santo Deus, há quanto tempo você esteve pensando sobre isso?
— Na realidade, só agora. Não é cedo demais?
Ash lhe respondeu com um beijo, tinha mais paixão e amor naquele
beijo do que Dakota já sentiu na sua vida inteira. Ash inclusive tomou um
pouco o controle enquanto segurava o rosto de Dakota nas suas mãos, como
se preocupado que Dakota quisesse estar em outro lugar, mas aqui era
exatamente onde ele queria estar.

Capitulo Dois

Ash tinha perguntado a Dakota se sabia onde Calvin estava. Eles


precisavam de uma testemunha, depois de tudo, mas Dakota admitiu que não
tinha o número ou o e-mail do beta, que estava geralmente na área.
Ash tinha encontrado Calvin apenas uma vez antes, mas Dakota disse
a ele que Calvin ajudou com a situação do seu ex-namorado.
Seu ex-namorado que o perseguiu desde o outro lado do país e, em
seguida, deu um tiro nas suas costas quando se recusou a ficar com ele.
De uma forma estranha, Ash supôs que deveria agradecer a Harris
por quebrar o seu rosto em uma parede de tijolos. Se não tivesse feito isso,
Ash não o teria deixado, nem corrido para Dallas, ou parado nesta cidade e
encontrado Dakota.
Por outro lado, Ash não estava disposto a dar a Harris mesmo um
pouco de crédito.
De qualquer forma, Calvin parecia ser um cara bastante agradável,
tinha respondido a algumas das questões mais prementes de Ash quando
ainda estava aprendendo o que significava ser um lobisomem, mas, em
seguida, Ash não o tinha visto novamente.
Tinha sido apenas uma semana, então Ash disse a si mesmo que não
havia nada para se preocupar, ele estava tentando fazer amigos e Calvin tinha
dito que iria apresenta-lo há alguns ômegas que conhecia.
Isso ainda não tinha acontecido, mas Calvin era um homem adulto,
provavelmente mais velho do que Ash, e realmente não era nenhum dos
negócios de Ash, aonde o cara ia quando não estava tentando convencer
Dakota a ser um alfa.
Então, se reuniram no tribunal mais próximo naquele dia. Tiveram
que pedir a alguma pessoa aleatória nos corredores para ser a sua
testemunha, e por sorte, não houve nenhum problema com isso.
Ash não queria admitir, mas ficou um pouco nervoso com as pessoas
o olhando engraçado por se casar com outro homem. Dallas e Austin eram
cidades bastante progressivas, que era, em parte, porque Ash queria ir para
Dallas quando fugiu de Harris, mas às vezes Ash tinha que ter cuidado com
quem o via segurando a mão de outro homem.
Com a forma como estava nervoso, ficou principalmente preocupado
que o seu lobo iria tentar sair.
Acontece que não precisava se preocupar com nada disso. Tudo
correu bem. Ninguém zombou dele, e as pessoas sorriram. Algumas pessoas
olharam duas vezes, mas era apenas curiosidade.
Então, estava oficialmente casado e assinou o seu nome, e estava
tonto como o inferno na viagem de volta para casa. Riu quando se inclinou
sobre o assento do caminhão e beijou a garganta de Dakota.
Dakota bufou e riu, empurrando-o de volta.
― Preciso ver a estrada.
― E eu preciso te beijar! ― Disse Ash, inclinando-se e beijando-o
novamente.
Dakota permitiu, mas Ash não poderia obter a sua boca. Supôs que
um deles precisava ser responsável. As janelas estavam abertas, e o sol
estava fora. Era um dia quente, e as coisas eram absolutamente belas. Um dia
perfeito para se casar. E agora ele era um homem casado.
Um mês atrás, nunca teria pensado que estaria aqui. Nunca teria
pensado que Harris seria apenas uma memória ruim e que ficaria com o
verdadeiro amor da sua vida.
Ash enlaçou o seu braço através de Dakota, inclinando-se contra o
seu lado.
― Você devia estar usando o cinto de segurança ― disse Dakota,
embora houvesse um sorriso na sua voz.
― Eu vou, em um minuto ― disse Ash, acariciando o braço de
Dakota. ― Posso ter o seu sobrenome?
Dakota ficou tenso, tirando os olhos da estrada por uma fração de
segundo para olhar para ele antes de voltar o seu olhar para onde precisava
estar.
― Você quer fazer isso? Podemos os hifenizar, você sabe. ―
― Eu sei, mas Grantz-Brant não soa bem. Acho que prefiro ser um
Brant.
Não pela primeira vez, Ash sentiu aquela sensação de calor e afeto
pulsando do outro homem. Aparentemente, isso também era parte de ser um
lobo ou um lobo acasalado, pelo menos - a capacidade de aumentar o calor do
corpo, batimentos cardíacos e respiração para detectar emoções. A emoção
que Ash sentia agora era amor. Muito disso.
E o sentimento voltou, com tudo o que tinha.
― Eu te amo. Quero tomar o seu nome.
― Você pode tê-lo ― disse Dakota, sufocando as palavras. ― Você
pode...
Ele parou de falar. Na primeira, Ash pensou que era porque não sabia
mais o que dizer, mas, em seguida, Dakota bateu com o pé no freio.
― Gah!
Dakota segurou o seu braço, pegando Ash antes que a sua cabeça
batesse no para-brisa. Era um testemunho da força poderosa segurando o seu
braço que foi o suficiente para deter Ash de rachar a sua cabeça e tê-la aberta.
Quando o caminhão parou e Ash não estava mais em perigo de bater
a cabeça no vidro grosso, seu coração bateu na sua garganta.
― Porra, Dakota, o que aconteceu? ― Perguntou, irritado,
assustado, e com um pouco de medo para o que quer que tenha feito Dakota
fazer isso.
Dakota olhou para ele, os olhos arregalados, antes que colocasse as
duas mãos nos ombros de Ash. ― Merda, sinto muito, bebê. Não quis fazer...
porra, fique aqui.
― Espere, onde você está indo? ― Ash chamou quando Dakota saiu
do caminhão.
― Fique aí!
Dakota correu tão rapidamente para dentro da floresta que se
esqueceu de estacionar o caminhão. E era uma terrível ideia estar parado no
meio da estrada - mesmo uma estrada de duas pistas que estava vazia no
momento.
Não importa. Ash foi para o banco do motorista antes que o caminhão
pudesse começar a andar. Puxou para o lado da estrada, ligou o pisca alerta, e
esperou.
Tudo dentro dele coçava para ir atrás de Dakota, para descobrir o
que estava acontecendo. Era o lado humano da sua mente que o impedia de
sair do caminhão.
Pelo menos, foi o que pensou. Dakota lhe disse que parte do seu
novo instinto seria obedecer ao seu companheiro, mas isto era diferente.
Dakota também disse a Ash que poderia haver pessoas perigosas lá fora,
pessoas que gostavam de caçar e machucar lobisomens. Era parte da razão de
Dakota recusar-se a manter um bando. Disse que muitos shifters em um só
lugar chamariam a atenção para si mesmos e de qualquer bando que
passassem a ser. Isso era perigoso. Então, se Dakota disse a Ash para fazer
algo, não era porque estava tentando mandar ao redor, mas porque era no
melhor interesse de Ash fazê-lo. Sua segurança podia depender disso.
E uma vez que Ash queria ter um bom casamento, por muito tempo
com o homem, nenhum deles deveria se machucar ou ser mortos, achava que
a melhor ideia era ficar exatamente onde estava e não ir a qualquer lugar.
Não era normal alguém simplesmente parar um caminhão no meio da
estrada e sair correndo, certo? Isso tinha que significar que algo estava
acontecendo. Dakota estava verificando algo importante.
Mas e se estivesse em perigo?
Se estivesse em perigo, então era apenas mais um motivo para Ash
ficar parado. Não sabia nada sobre ser um shifter ainda, e se fosse lá fora,
quando Dakota disse-lhe para ficar parado, poderia acabar colocando o homem
em um perigo ainda maior do que o que já poderia estar.
Certo. Não ia se mover. Não ia.
Depois de quinze minutos de estar lá sozinho, Ash tinha a mão na
maçaneta da porta do caminhão, pronto para saltar para fora e entrar na
mata, quando viu Dakota voltando para fora das árvores escuras.
Ash soltou a maçaneta da porta e derrapou para trás para longe dela,
apenas no caso de Dakota estar olhando para ele e ver como Ash tinha
pensando em sair do caminhão.
Dakota tinha uma leve carranca no seu rosto, mas quando olhou para
cima e viu que o caminhão tinha sido movido, um olhar de pânico atravessou
os seus olhos antes de ver Ash ainda dentro. Seu alívio era evidente, e Ash
estava feliz por não ter saído. Dakota correu para o lado do motorista,
colocando-o em movimento. Os pneus chutaram pedras quando voltou para a
estrada.
― O que está acontecendo? ― Perguntou Ash, olhando de volta para
o local onde Dakota tinha desaparecido e voltado, como se esperasse ver um
monstro saindo do mesmo local.
Considerando que lobisomens existiam, pode não estar tão longe da
verdade.
Dakota não lhe respondeu. Em vez disso, bateu com o punho no
volante. Colocou um aperto gigante nele, e amaldiçoou um pouco mais.
Ash o esperou por a raiva para fora. Sabia que Dakota não estava
bravo com ele e que não descontaria em cima dele. Ele não era como Harris.
Ash não iria tê-lo, companheiro ou marido, se fossem iguais.
Ainda assim, a visão dele era preocupante, e Ash precisava que
Dakota começasse a falar com ele.
― O que aconteceu? O que você viu?
Ash realmente desejava que tivesse tido tempo para, pelo menos,
respirar os aromas na área um pouco melhor. Não tinha pensado em fazer isso
em tudo, mas agora que estavam saindo, Ash percebeu que a razão de Dakota
ter parado tão de repente tinha que ser porque cheirou algo estranho. Algo o
havia chamado para sair do caminhão e correr para a floresta. Tinha ido para
inspecionar alguma coisa, algo que o tinha afastado por cerca de 20 minutos, e
agora ele estava chateado.
Ash tentou cheirar agora. Algo cheirava mal, como a madeira
queimada e outra coisa que não podia identificar. Estava usando algumas boas
roupas de Dakota. Nenhum deles tinha saído para comprar ternos nem nada,
mas agora um leve cheiro estava grudado em Dakota, e estava enervando
Ash. Muito.
― Dakota, por favor.
Dakota finalmente respondeu a ele.
― Nós temos um problema.

Quando Dakota chegou em casa, seu primeiro instinto foi o de


encontrar Calvin. O problema era que nunca tinha tomado qualquer um dos
números de contato do homem. Sempre disse que não ou afastou-se sempre
que o beta tinha feito uma tentativa de dar-lhe um endereço de e-mail.
Agora, estava desejando que tivesse essas coisas. Calvin pode ser
um desses corpos carbonizados que tinha visto. Dakota não achava nem por
um segundo que Calvin poderia ter feito isso. Dakota não tinha certeza se
eram ômegas.
Mas quem diabos mais poderia matar pessoas assim? Eles podem não
ser ômegas, mas a menos que houvesse um assassino em série realmente
fodido correndo por aí, então, era bem provável que isso fosse trabalho de um
grupo de caçadores de lobo.
Dakota tinha tentado tão duro não ser notado. Não manteve um
bando por esta razão, e agora havia aqueles cadáveres.
E estava assustando claramente o seu companheiro no dia do seu
casamento. Tinham feito planos para sair e obter uma garrafa de vinho antes
de vir para aprecia-la sozinhos em casa.
Agora Ash estava em pé no meio da cozinha, com a cara cinza e
imóvel.
Dakota suspirou. Precisava telefonar para a polícia. Não era o seu
alfa, e mesmo que esses coitados fossem ômegas, não eram seus ômegas.
Não era o seu trabalho caçar os caçadores e se vingar por eles. Seu trabalho
era cuidar do seu companheiro e ninguém mais.
Dakota colocou as duas mãos sobre os ombros do seu companheiro,
sacudindo-o um pouco quando Ash não pareceu notar o toque.
― Ash, olhe para mim.
Ash fez o que lhe foi dito. Até seus olhos não tinham o seu brilho
habitual.
― Preciso ter algumas coisas claras com você antes que eu chame a
polícia.
― A polícia?
Dakota assentiu, calmo e lento.
― Certo. Eles são as melhores pessoas para isso. Preciso de você
para dizer-lhes tudo o que aconteceu até que parei o carro. Eu saí para mijar e
comecei a vagar. Você esperou por mim enquanto eu apenas tropecei através
do velho celeiro. Tudo certo?
Não podia mentir e dizer que tinha visto fumaça. O fogo já estava
velho, e tudo mais já tinha esfriado. Não havia nem uma brasa nos corpos.
Algumas partes do celeiro tinham queimado, mas não todas elas.
― Compreende? Querido, não podemos dizer-lhes que eu cheirei os
corpos. Eles não vão aceitar isso.
Ash piscou, parecendo vir a seus sentidos um pouco mais quando
concordou.
― Sim. Deixa comigo.
Dakota o olhou um pouco mais, a necessidade de fazer
absolutamente tudo certo e claro sobre isso.
― Eu entendo ― Ash respondeu, soando um pouco mais seguro de si
mesmo.
Dakota relaxou. Beijou o seu amante na boca, mas separou-se
rapidamente quando puxou o telefone do bolso. Chamou a polícia, fazendo a
chamada anonimamente. Se os caçadores estavam rastreando shifters através
da polícia, não queria muitos links de volta para si mesmo, mas com uma
investigação de assassinato, ele e Ash eram obrigados a serem questionados.
Esperava que os caçadores não soubessem sobre isso.
Dakota falou a sua história, disse a senhora do outro lado da linha
onde a polícia precisava ir, e depois desligou o telefone.
Agora estava na hora de ir até os seres humanos. Eles estavam indo
para lá para descobrir o que aconteceu.
Ash estava ao lado dele. A casa estava em silêncio, com exceção do
som da sua respiração.
― O que acontece agora?
Dakota sacudiu a cabeça.
― Acho que eles vão investigar. Nós vamos ser questionados, e
esperemos que passe como um acidente. Um bando de bêbados ou pessoas
sem-teto que estava lá ao acaso, que adormeceram e o incêndio os matou ou
algo assim.
― E se não for um acidente? ― Perguntou Ash.
Era por isso que Dakota realmente desejava que tivesse mantido a
realidade dos caçadores longe do seu companheiro por apenas um pouco mais
de tempo. O fato de que Ash estava tão aterrorizado com a ideia de ser caçado
por um grupo de pessoas que poderiam ser perturbadas suficientes para
queimar os outros era uma realidade que não queria que o seu companheiro
lidasse.
Dakota esperava que não estivessem vivos quando o fogo iniciou,
mas com caçadores e a sua capacidade insana para serem os piores malditos
monstros do que Dakota jamais poderia ser não havia como saber o que
tinham feito.
Se fossem eles mesmos.
― Se não for um acidente, então vou mantê-lo seguro. Não vou
deixar ninguém te machucar.
Quis dizer isso. Já tinha perdido um companheiro, porque tinha sido
descuidado com as suas próprias garras. Não estava disposto a perder outro
porque havia caçadores na área que pensavam que era uma boa ideia matar
shifters.
Dakota iria encontrá-los e matá-los antes que descessem para isso.
Precisava rastrear Calvin, no entanto. Precisava descobrir onde o
homem estava, mas rastreá-lo ia ter que esperar até que a polícia viesse e
fizesse a sua pesquisa. Agora que tinha envolvido a polícia, Dakota e Ash
tinham que ficar quietos e não mudar por um pequeno tempo.
Porra. Isso ia ser mais difícil do que qualquer coisa.

Capitulo Tres

A polícia acabou por vir. Embora Dakota tivesse feito o relatório


anonimamente, eles sabiam como rastrear chamadas de telefone. Com três
corpos carbonizados, mortos, não havia tal coisa como anônimo.
Eles tinham, no entanto, garantido a Dakota que os seus nomes não
iriam entrar no papel e o detetive que veio não iria mesmo escrever os seus
nomes.
Ash não podia ouvir o que estava acontecendo. Ele deixou Dakota
assumir a liderança. Ele usou a desculpa de que ele queria ser anônimo por
causa do seu parceiro gay. Ele não queria chamar a atenção para ele, e o
detetive pareceu aceitar isso.
Ele perguntou como foi que Dakota tinha se deparado com os corpos,
e Dakota mencionou o seu status de recém-casado, ofereceu os documentos
como prova, e disse aos policiais que ele tinha que ir para fora para usar os
arbustos.
Não querendo ir ao banheiro tão perto do seu novo marido, ele vagou
mais profundo na floresta onde ele tinha encontrado o celeiro.
Ash assentiu, concordando com tudo o que Dakota estava dizendo a
polícia naquele ponto. Ele só queria que isso terminasse. Seu lobo queria sair.
Ash estava ansioso com uma energia nervosa que ele precisava deixar ir.
Algumas perguntas seguiram o seu caminho, e então ele e Dakota
foram separados para que os policiais pudessem fazer as suas perguntas
novamente.
Ash disse a mesma coisa que antes. Dakota tinha parado de repente,
porque ele teve que usar o banheiro, e Ash tinha esperado por quinze ou vinte
minutos antes que ele voltou.
Quando os detetives finalmente saíram, deixando para trás os seus
cartões e prometendo estar em contato, Ash pensou que ele ia entrar em
colapso.
Ele poderia, se o desejo de sair das suas roupas e correr pela floresta
não fosse tão forte.
― Podemos ir para fora agora? Eu realmente preciso ir lá fora.
Ash já estava puxando as suas roupas. Bem no meio da sala de estar,
ele empurrou-se para fora da calça jeans.
Ele parou quando notou que Dakota não estava fazendo a mesma
coisa. Ele olhou como se estivesse se preparando para contar a Ash más
notícias.
― Provavelmente não é uma boa ideia se nós sairmos de casa para
correr para o mato agora.
O coração de Ash bateu. O lobo dentro dele coçava para sair. Ele
queria correr, e Ash queria deixá-lo também. Com isso, ambos foram negados.
― O que? Por quê? Eles se foram.
Ele parecia desesperado, até mesmo para os seus próprios ouvidos.
― Eles só acabaram de sair, ― Dakota disse, balançando a cabeça.
― Na verdade, há uma boa chance de que alguém pode ficar por um par de
horas para vigiar a casa. Mesmo se eles não estão os detetives poderiam voltar
e pedir para procurar no caminhão, na casa, por qualquer evidência que fomos
nós os que tiveram algo a ver com esses corpos no celeiro.
Os olhos de Ash se arregalaram. Ele não tinha pensado nisso, embora
o seu primeiro instinto fosse sacudir a cabeça, para negar.
― Não, nós não temos nada a ver com isso.
Dakota aproximou-se dele, colocando as mãos nos ombros de Ash,
segurando firmemente o suficiente para ajudá-lo a se orientar e controlar a si
mesmo.
― Eu sei disso, querido ― ele disse, seus olhos castanhos escuros
olhando fixamente para Ash, o que o fez ficar um pouco mais calmo. Dakota
não tinha certeza se isso era por causa da coisa de alfa ou se foi apenas a sua
personalidade natural entrosada tão bem com Ash. ― Eles sabem disso,
também, mas estas coisas têm de acontecer. Podemos sair nas nossas formas
de lobo, e eu, eventualmente, terei de ir lá fora, mas por esta noite, devemos
ficar parados.
― Por que você precisa ir lá fora? Quando você vai ter que fazer
isso?
― Quando eu os senti na terra. Eu não acho que eles estão lá fora
agora, no entanto.
― Mas por que você tem que sair na sua forma de lobo?
Algo escuro e triste entrou nos olhos de Dakota.
― Para me certificar de que eles não encontraram Francis.
A boca de Ash caiu. Um pequeno ruído sufocado o deixou, mas ele o
reprimiu com força. Ele não podia dizer nada com isso.
Ash ainda não tinha pensado sobre onde Francis, ex-companheiro de
Dakota que morreu dando à luz, poderia ter sido enterrado.
Calvin disse uma vez que ele tinha ajudado Dakota a enterrá-lo, mas
Ash não tinha pensado em perguntar onde.
Considerando que Francis era um macho grávido e morreu enquanto
Dakota estava tentando fazer o parto, a única maneira de um homem-lobo
ômega Luna dar à luz, fazia sentido que Dakota não queria que a polícia
encontrasse o local onde Francis tinha sido enterrado.
― Será que... eles vão encontrá-lo? ― Perguntou ele, engolindo em
seco.
Quando se tratava de Francis, Ash se sentia estranho falando sobre o
homem, sabendo que ele estava basicamente tomando o lugar de Francis.
― Espero que não ― disse Dakota. ― Calvin e eu estávamos
cuidando. Ele escolheu o local, na verdade. Eu não acho que eu estava
pensando bem o suficiente para encontrar um bom lugar onde eu poderia estar
perto dele e manter os animais de cava-lo para cima ou para os seres
humanos de encontrá-lo. Calvin e eu cavamos um buraco profundo. Eu
coloquei sementes de grama e flores silvestres sobre ele. Até agora, não há
nenhum outro sinal de que alguma coisa esteve lá. Este foi um par de anos
atrás, de modo que a terra não é exatamente recém-revirada.
Ash odiava perguntar a Dakota sobre essas coisas. Ele poderia dizer o
quanto isso chateava o seu companheiro. Ele podia ver a dor nos olhos de
Dakota. Ele ainda estava de coração partido com a morte do seu primeiro
companheiro. O fato de que Francis estava carregando o seu filho
provavelmente apenas fazia tudo parecer muito pior. Ash não podia culpar
Dakota por isso. Ele não estava com ciúmes, também. Ele só não sabia como
consolar alguém que estava de luto com uma perda pesada assim.
Dakota sorriu, mas não exatamente alcançou os seus olhos.
― Eu preciso ir lá fora, apenas no caso de que eles vão olhar ao
redor da área. É fora da propriedade de qualquer maneira, e não é provável
que eles vão sair tão longe. Calvin e eu queríamos ter certeza de que seria
difícil chegar lá sem ser na forma de lobo, de qualquer maneira.
― Para manter outras pessoas de ficar perto dele?
Dakota assentiu.
― Sim, mas se eles forem à procura fora nessa área, eu vou ter
certeza que estou mudando para a minha forma de lobo e esperando por eles.
Eu não vou atacá-los ― ele disse rapidamente, observando claramente o modo
como os olhos de Ash ficaram largos. ― Vou apenas sentar nas flores e
esperar eles saírem. Eu não acho que eles vão assumir que há um corpo nas
proximidades, se eles veem um lobo comendo um coelho na área.
Ash supôs que fazia sentido. Ele estava feliz que Dakota lhe tinha dito
tudo isso, mas isso não impediu a sua coceira interna da necessidade de estar
lá. Ele queria ir para uma corrida, e Ash olhou para a janela, olhou para fora,
onde ele e o seu lobo precisavam estar.
― Você pode mudar aqui, e isso vai ajudar. Não há muito espaço
para correr, no entanto.
― Eu acho ― disse Ash, embora se ele fosse totalmente honesto
consigo mesmo, ele estava considerando. Ele precisava de alguma maneira de
obter essa energia nervosa para fora dele, e mudar parecia ser a melhor ideia.
Mas, então, Dakota o surpreendeu quando ele se inclinou,
pressionando um beijo suave e quente na boca de Ash.
Ash se esticou, arregalando os olhos. A mão grande e forte de Dakota
veio por trás do seu pescoço, segurando-o no lugar, puxando-o para mais
perto. Dakota usou o choque de Ash a seu favor, empurrando a sua língua lisa
entre os lábios de Ash.
E isso era bom. O escorregar molhado, o sentimento de ser
retomado. O corpo de Ash quase imediatamente começou a relaxar. Seu
sangue aqueceu, uma vez que bombeou mais rápido nas suas veias, e o seu
pau se contraiu com interesse, enquanto Dakota o puxou para trás, deixando
Ash com um sentido de precisar. De forte querer.
― Há outra maneira de obter essa energia fora, você sabe.
O brilho nos seus olhos fez Ash gemer. Havia apenas um pequeno
detalhe que o impedia de ir para frente, de rasgar as roupas de Dakota e
deixar o homem fazer o que quisesse com o seu corpo disposto.
― Eu pensei que o sexo era algo que faz o sugar rush mais forte?
“Sugar Rush” ou “Alto de açúcar” era o que ele começou a chamar o
calor de acasalamento que assumia sempre que ele e Dakota tinham tanto
sexo que a necessidade de mais começava a construir sobre si mesmo. Era
como um círculo sem fim. A única coisa que parecia ajudar era correr.
― Não necessariamente ― Dakota respondeu, sua voz em um som
baixo, retumbante, que fez Ash estremecer. ― Eu só tenho que ter um monte
de sexo com você.
Ash gostava que Dakota estivesse de bom humor. Gostava que este
homem fosse capaz de olhar para ele como se fosse algo a desejar, mesmo
após a terrível manhã que tinha tido com o celeiro e a polícia.
Ash sorriu.
― Bem, eu acho que devíamos estar desfrutando da nossa lua de
mel.
― É isso mesmo ― disse Dakota, rapidamente se abaixando e
pegando Ash como se ele não pesasse nada. Sua força era incrível quando os
pés de Ash deixaram o chão.
Ele riu, deleitando-se com a força de Dakota enquanto ele facilmente
caminhou para a escada.
Ash pegou o rosto de Dakota com as duas mãos e virou a cabeça,
forçando Dakota para beijá-lo, para dar a Ash tudo o que precisava naquele
momento.
Dakota mostrou o quão talentoso ele era quando beijou Ash, subindo
as escadas sem olhar para onde estava indo.
Ash nunca tinha realmente se considerado o tipo de cara que foi
super atraído por músculos e força. Bem, ele estava, até certo ponto. Ele era
atraído por caras que estavam em forma, é claro, mas ele nunca se imaginou
com um cara que poderia levá-lo tão facilmente subindo as escadas. Ash
deveria estar parecendo como uma noiva o que não era uma coisa tão ruim,
considerando que era o dia de núpcias.
Ele só não estava deixando Dakota chamá-lo de noiva.
Ash fechou os olhos. Ele não tinha certeza se Dakota fechou os olhos,
também. O homem parecia saber exatamente para onde estava indo, e ele não
esbarrou em qualquer parede no caminho para o quarto.
E a sua boca era incrível, os lábios quentes e completos. Ash não
poderia obter o suficiente deles.
Ele sabia que eles chegaram ao quarto pela escuridão. Quando
Dakota fechou a porta, ficou ainda mais escuro, e Ash abriu os olhos.
Ele podia ver, mas não muito bem. Dakota disse que ele iria se
acostumar a ver no escuro em breve, mas por agora, ele não era tão bom no
que fazia.
No entanto, ele poderia dizer que algumas coisas tinham sido
movidas.
Dakota o colocou na cama. Ash arrastou-se, mais perto da cabeceira
da cama. Desde que ele começou a tirar a sua calça jeans, ele só precisava ter
as meias e cuecas fora.
― Não estamos indo acender as luzes?
― Estamos ― disse Dakota. Algo na sua voz deixou Ash ansioso
quando o homem deu a volta para o outro lado da cama. Ele estendeu a mão
para a lâmpada, acendendo-a.
A luz era mais suave, obscurecida. Ash percebeu que Dakota tinha
colocado algo sobre ela.
Era uma fina camada de material que permitiu ser leve o suficiente
para escapar da lâmpada normalmente brilhante, criando uma atmosfera no
quarto, que era ao mesmo tempo sexy e confortável. O material era vermelho,
de modo que as paredes pareciam quase rosa.
Ash sorriu.
― Quando você colocou isso aí?
― Antes de sairmos, ― Dakota admitiu, e Ash viu quando ele
acendeu algumas velas. Elas eram brancas e altas - não algo que teria vindo
de uma loja de perfume, mas velas de emergência.
Ao mesmo tempo, quando Dakota colocou-as em vários suportes ao
redor do quaro, o ânimo estava definido oficialmente. Tudo parecia brilhar em
uma luz romântica.
― Você configurou isso para nós quando voltamos?
Dakota assentiu, e Ash não poderia dizer se era a luz rosa escura do
quarto, mas ele tinha quase certeza de Dakota corou de vergonha,
especialmente quando ele desviou o olhar.
Então a expressão de Dakota mudou, e ele suspirou.
― Porra. Deixei o vinho lá em baixo.
― Nós vamos buscá-la mais tarde ― disse Ash, sentando-se
rapidamente, olhando para o seu companheiro e realmente esperando que
Dakota não saísse do quarto agora.
Assim como ele pensou, se Dakota abrisse a porta para deixar a luz
branca e amarela do corredor entrar, essa estranha magia, incrivelmente
maravilhosa, que Dakota tinha lançado sobre eles seria arruinada.
― Tem certeza? ― Perguntou Dakota.
Ash deu de ombros.
― Quero dizer, não é como se nós fossemos estar bebendo muito
enquanto estivermos ocupados um com o outro.
Agora ele era o único que estava quente e envergonhado. Dakota
sorriu de volta para ele, e ele tirou a camisa e foi para a cama.

Dakota queria que isso fosse perfeito, quando eles voltaram para
casa. Ele desejava que não tivesse cheirado aqueles corpos no celeiro. Alguém
teria finalmente os encontrados sem a sua interferência, e a única coisa que
ele queria pensar era neste homem aqui.
Seu companheiro, seu marido.
Ele e Francis ainda não tinham casado. Ambos eram shifters. O
acasalamento tinha sido suficiente.
Dakota queria compartilhar algo com Ash que ele nunca tinha
compartilhado com qualquer outra pessoa, e esta foi à maneira perfeita para
fazê-lo.
E agora o seu companheiro estava parecendo um total gatinho de
sexo enquanto Dakota se arrastou para a cama e sobre o seu corpo. Ele sorriu
para o seu amante. Ele não podia deixar de ficar tonto quando ele se inclinou
sobre Ash.
E a maneira como Ash sorriu para ele era completamente e
totalmente perfeito. Ele era a coisa mais maravilhosa que Dakota já tinha
visto.
O lobo alfa na cabeça de Dakota queria levá-lo, duro e áspero, mas
ao mesmo tempo duro e áspero poderia ser divertido, esta era a sua noite de
núpcias, e algo um pouco mais romântico pareceu apropriado.
E foi por isso que ele conseguiu aquelas velas e o velho lenço no
quarto antes de saírem para o cartório.
As mãos de Ash eram pequenas nos ombros de Dakota, mas elas
eram fortes quando ele amassou o músculo, quando ele deslizou para baixo
nos braços de Dakota, sentindo os seus músculos e empurrando tanta
necessidade e prazer no corpo de Dakota antes mesmo que pudesse ter a
oportunidade de tocar em algo sensível.
Dakota gemeu quando Ash finalmente tocou em algo sensível. Ash
estava se sentindo brincalhão. Dakota poderia dizer quando a mão do homem
esfregou contra seu pênis ainda vestido.
― Eu te amo ― disse Ash.
Dakota beijou-o com um gemido suave, empurrando o seu pênis na
mão de Ash.
Ash fechou os olhos, como sempre fazia, e beijou Dakota de volta,
pressionando os lábios contra e inclinando um pouco a cabeça para o lado,
abrindo a boca apenas o suficiente para dar a Dakota à dica adequada.
Dakota não tomou essa dica. Ele se afastou, e então ele se inclinou
para baixo novamente e colocou a boca em um dos mamilos rosados de Ash.
Ash suspirou. Seus dedos finos enfiados através dos cabelos negros
de Dakota. Dakota esperou por ele, sua parte favorita, e depois ele veio.
Enquanto Dakota lambeu e chupou os mamilos de Ash, os dedos de
Ash apertaram o cabelo de Dakota.
A melhor parte disso foi o cuidado que Ash tomou com o que ele fez.
Ele não pegou muito duro, cuidadoso com a sua nova força.
Dakota tinha dito a Ash de tempo em tempo como a sua força não
seria capaz de competir com a de Dakota, como ele poderia apertar o cabelo
de Dakota tão firmemente quanto ele gostava e não precisa se preocupar em
machuca-lo.
Mas ainda assim, Ash foi cuidadoso. Era como se ele não confiasse na
sua nova força para não ferir Dakota.
Às vezes, isso era frustrante, já que Dakota não se importava com
um pouco de dor no seu prazer. Outras vezes, era adorável, a maneira que
Ash continuou a pensar nele, mesmo quando não havia nada para se
preocupar.
Dakota voltou a sua atenção para outro mamilo de Ash. Ele passou a
língua nele todo, em seguida, circulou antes de pressionar beijos e mordidas
no resto do peito de Ash.
Dakota estava vagamente consciente do caminho que a mão de Ash
continuou a se mover, seu braço subindo e descendo enquanto ele acariciava o
seu pênis enquanto Dakota deu prazer a ele.
Mas isso era para Dakota fazer, e era incrível como o alfa dentro dele
poderia ficar com ciúmes de algo tão simples como o seu próprio companheiro
tocando a si mesmo.
― Isso é meu, ― Dakota disse, sua voz saindo como um grunhido
duro, mais duro do que ele pensava que seria. Sim, o alfa dentro dele estava
definitivamente ficando um pouco impaciente.
Mas Dakota não sentiu nenhum medo em Ash quando o seu corpo
respondeu. Não houve hesitação quando Ash soltou o seu pênis, continuando a
olhar para Dakota enquanto esperava que ele fizesse alguma coisa, qualquer
coisa.
E Dakota fez. Ele pressionou três beijos na pele escaldante, suave de
Ash no caminho para baixo no seu pênis. Dakota levou mais prazer em jogar
em torno da área onde o cabelo de Ash formou uma fina trilha que levava ao
seu pênis.
Ash se inclinou e estava ofegando para respirar, apoiando-se sobre
um cotovelo enquanto ele olhou para o que Dakota estava fazendo. Seu corpo
inteiro estava corado. Bonito.
― D-Dakota, não que eu não estou gostando disso ou qualquer
coisa... mas, porra, você acha que talvez você poderia parar de me provocar
agora?
Dakota riu, e ele decidiu que agora era um bom momento para
colocar o seu amante fora da sua miséria.

Capitulo Quatro

Dakota agarrou o seu pequeno companheiro pelos quadris, forçando-


o a virar sobre o seu estômago.
— Gah!— Ash gritou quando ele foi virado de repente. Em seguida,
ele estava rindo. — Idiota. O que foi isso?
Ele saberia em apenas um segundo. Dakota teve uma ideia, e de
repente ele precisava executá-la agora que tinha tomado forma no seu
cérebro.
— O que você... Deus santo, sim, — Ash gemeu quando Dakota
separou suas bochechas e inclinou-se.
Dakota tinha pensando sobre isso por um tempo. Não era a primeira
vez que ele pôs a língua na entrada de Ash, provocando-o e fazendo-o gozar
assim, mas não era algo que ele fez muitas vezes, também.
O alfa nele era o culpado por isso. Tanto quanto Dakota queria dar
prazer ao seu companheiro, ouvir todos os ruídos que ele fazia quando Dakota
empurrava a sua língua para a frente até que estava dentro do corpo de Ash, o
lobo nem sempre gostava de ser o único a fazer o trabalho. A criatura idiota
parecia pensar que Dakota estava numa espécie de estado submisso.
Ele teve que convencer o animal de que isso estava bem, que era
uma forma de proteção e reivindicando.
Ninguém nunca ia ter a sua língua aqui. Isso era uma maldita
certeza.
Depois que Ash começou a gemer e se esfregar no colchão debaixo
dele, Dakota sentiu o lobo dentro dele ceder. Foi de repente, bem com a ideia
de permitir a Dakota fazer isso, mas apenas porque o seu companheiro estava
se divertindo tanto.
Os ruídos que ele fazia, os lamentosos sons e gemidos eram a melhor
parte da excitação. Sabendo que Ash estava tentando obter o máximo de
contato que podia, empurrando o seu pau nos lençóis abaixo dele era um tesão
ainda maior. Dakota teve que segurar os quadris de Ash apenas para mantê-lo
quieto, o que levou a outro gemido duro fora do seu amante.
Este soou mais frustrado do que qualquer outra coisa.
— Deus, Dakota, por favor — implorou, em seguida, empurrou o
pênis no colchão novamente.
Ou ele tentou. Dakota não estava lhe dando tanto espaço de se
mexer como Ash teria gostado.
Dakota riu, puxando a língua para trás.
— Você não gosta?
Ash sacudiu a cabeça.
— Você é o pior. Sempre me provocando.
— Não finja que você não gosta disso —, disse Dakota, e depois
voltou para o que estava fazendo. Ele pressionou a língua no aperto firme,
endureceu a ponta, e empurrou-a para dentro novamente.
A resistência era o melhor, juntamente com a maneira que Ash
começou a empurrar seus quadris para trás contra a língua de Dakota.
Assim era melhor. Dakota preferia Ash empurrando contra ele do que
nos lençóis. Ele permitiu isso, ouvindo o seu companheiro enquanto ele gemia
e gemia.
Quando parecia que Ash estava tentando mexer a mão sob o seu
corpo para que pudesse acariciar o seu pênis, Dakota empurrou a mão do
homem.
Isso era seu. Isso era algo que o alfa dentro não iria negociar
enquanto estivesse nessa posição.
E Ash continuou a queixar-se, mesmo enquanto ele gemia.
— Então quer dizer. Você é tão cruel.
Ash adorou. Dakota poderia dizer.
Ele empurrou a sua língua tão profundo quanto poderia ir. Estava
nessa posição por apenas um mero segundo ou dois, mas parecia ser
suficiente, quando Ash gemeu e estremeceu.
Dakota trabalhou rapidamente. Ele encontrou o pênis de Ash,
apertou-o na base, e parou o seu companheiro de gozar, enquanto Ash
continuou a gemer e arquejar contra a língua de Dakota.
Dakota teve que se afastar.
— Não, não, não. Você não pode... porra, não pare!
Dakota pôs-se de joelhos, gemeu quando o atrito da sua calça brim
esfregou contra a sua ereção de forma dura, e então arrumou a si mesmo.
— Não até que eu diga.
Ash rosnou. Dakota podia ver as garras do homem enquanto ele
segurava os lençóis abaixo dele. Era realmente um espetáculo para ser visto, e
Dakota sentiu um pulso de calor e desejo percorrer através dele.
— Você é tão porra sexy. Seu lobo está saindo.
— A menos que você queira transar comigo quando eu parecer como
um cão, você precisa se apressar e me deixar gozar — Ash ameaçou, olhando
por cima do ombro.
Seus olhos eram da cor de ouro, mas Dakota não estava em tudo
movido pela ameaça. Ele sorriu para o homem.
— Você vai manter o seu controle. Sei que vai.
— O que?
— Você parece chocado — disse Dakota, acariciando as coxas e a
bunda do seu companheiro. — Esta vai ser uma lição de controle para você.
Você vai precisar dela mais cedo ou mais tarde, de modo que pode muito bem
começar agora.
— É melhor ser uma piada — disse Ash, com os ombros caindo. —
Deveria ser a nossa lua de mel, e você quer me ensinar uma lição?
— Pensei que você gostasse de aprender uma lição na cama?
O olhar de Ash ficou um pouco mais nítido, com os olhos brilhando
mais forte, mas era o sorriso perigoso, que mostrou as suas presas que obteve
Dakota desejando que tivesse tirado o seu jeans.
— Você sabe o que eu quis dizer — disse Ash.
Dakota já estava empurrando a sua calça jeans e cueca para baixo.
Ele sentiu-se imediatamente aliviado quando o seu pau já não se sentia como
se estivesse vestindo um espartilho, mas porra, ele ainda estava quente e
incomodado, latejante e desesperado. Mal tinha ajudado. Precisava estar
dentro do seu companheiro.
— Você tem certeza que sou a pessoa que precisa de uma lição de
paciência? — Perguntou Ash, sorrindo para ele.
Dakota olhou.
— Sim, tenho certeza. Nós vamos começar agora.

Ash fingiu essa sensação de controle que tinha reunido quando viu o
quão rápido Dakota teve de empurrar-se para fora da calça jeans. Ash mal
parou para olhar para baixo, para o pênis de Dakota. Ele sabia como se
parecia. Com a cor escura de excitação, um pouco curvado para cima em
direção ao seu umbigo, e mesmo sem olhar para ele agora, podia sentir o
cheiro de pré-sêmen sobre ele.
A boca de Ash salivou, e ele queria aquele pênis enorme dentro dele.
Queria ser abertamente esticado e fodido duro. Inferno, ele poderia ter
disparado a sua carga se tivesse se dado ao trabalho de olhar para isso.
Sim. Ele não estava muito com essa coisa de autocontrole,
especialmente quando sentiu uma corrente de energia misturada com prazer
no seu estômago, seus braços e suas pernas. Parecia que, se Dakota não
estivesse lá, segurando-o, Ash poderia ter saltado da cama e mudado para o
seu lobo naquele momento.
— Você vai aprender qual é a sensação de ter o maldito melhor
orgasmo da sua vida. Então eu vou dar-lhe mais quinze antes de finalmente
deixar você dormir.
Ash estremeceu, engolindo em seco quando essas palavras o fizeram
pegar fogo.
Ele teve que convocar algum desse autocontrole falso. Gostaria de,
pelo menos, fingir que não estava prestes a gozar como um adolescente.
— Promessas, promessas. Vou acreditar quando você fizer.
Ele ouviu o pop de plástico de uma tampa de garrafa abrindo. Ash
olhou por cima do ombro. Dakota tinha uma garrafa de lubrificante. Parecia
novo, nada como o que Ash tinha visto nesta casa antes. A base preta com a
tampa rosa. Ele mal podia distinguir as palavras “aquece ao entrar em contato”
antes de Dakota esguichar um pouco na palma da mão e mover os dedos para
o buraco de Ash.
Realmente fez aquecer com o contato, e a espinha de Ash ficou dura
como pedra quando aqueles dedos, felizmente, empurraram dentro do seu
buraco.
— Oooooooh, Deus — disse ele, caindo das suas mãos e colocando o
seu rosto nos lençóis. Ash estava bastante seguro de que Dakota estava rindo
dele, mas ele estava se divertindo demais para ser capaz de prestar muita
atenção a isso.
Tão bom. Foi tão danado de bom que ele quase não conseguia pensar
através do prazer.
Dakota não estava com vontade de perder tempo quando as pontas
dos dedos imediatamente procuraram e começaram a provocar a próstata de
Ash. Ash gemeu na colcha, precisando de alguma coisa para abafar o som dos
seus constantes gritos incontroláveis.
A voz de Dakota de repente soou muito mais perto, à direita na
orelha de Ash, e ele sentiu o hálito quente do seu amante enquanto Dakota
falou.
— Tem certeza que você tem controle?
Ash percebeu o que era naquele momento. O idiota na verdade só
estava brincando com ele. Inferno, ele poderia até mesmo deixar Ash gozar se
Ash apenas balançasse a cabeça e pedisse a libertação que precisava.
E ele precisa. Seu pau estava tão duro como pedra, latejante, e as
bolas azuis que ele estava recebendo a partir desta provocação honestamente
estavam começando a doer.
Mas ele não queria parar. Ash não queria que isso chegasse ao fim.
Por que ele iria querer? Por que ele iria provar que Dakota estava certo? Por
que mostrar que Ash realmente não tinha muito autocontrole quando ele
poderia mostrar a Dakota, e a si mesmo, agora que ele poderia fazê-lo?
E ele não ia mentir. Talvez a provocação fosse um pouco agradável.
Isto não era definitivamente algo que Ash tinha todos os dias. Ele não sentia
tanto prazer desde a noite do seu primeiro acasalamento.
Bem, não só a noite como tinha sido o dia e a noite. Esse evento
durou horas, e Ash tinham faltado ao trabalho por causa disso.
Ele queria isso novamente.
— Bebê? Você deve me responder quando falo.
Dakota praticamente cantarolou essas palavras. Ele deveria está
pensando que a sua vitória estava ao virar da esquina, mas Ash não ia dar isso
para ele.
Ele virou a cabeça para o lado, olhou para Dakota com um olhar e um
sorriso ansioso.
— Isso é o pior que você pode fazer?
Os olhos de Dakota arregalaram brevemente antes de perceber que
com quem ele estava mexendo, e então ele tinha um sorriso ansioso e
predatório.
Seus dedos empurraram mais profundo, e Ash jogou a cabeça para
trás e gritou com o prazer de ter as pontas dos dedos pressionando contra a
sua próstata, demorando quase tempo suficiente para fazê-lo perder o controle
total, em seguida, puxando para trás novamente.
— Você quer ver o meu pior?
Ah, porra, ele ia gozar. Dakota não estava tocando a sua próstata
mais, mas o acúmulo tinha sido tão bom, muito, muito. Seus pés e dedos
apertados, ao ponto de dor, e Ash tinha que chegar para baixo rapidamente.
Ele segurou o seu pênis pela base, cerrando os dentes quando sentiu a pressão
nas suas bolas, tão desesperada para sair, para disparar fora dele, e ele ficou a
beira do orgasmo pelos vários segundos mais longos da sua vida.
Dakota estava definitivamente rindo agora enquanto beijava a
espinha de Ash.
Por alguns segundos, Ash não achou que ele seria capaz de se conter.
Pensou no instante em que pudesse ele iria gozar duro e seria imparável.
Então, finalmente, a pressão que ameaçava quebrar diminuiu. Ash
suspirou quando a tensão que vinha crescendo derreteu, embora ainda não se
atrevesse a soltar o seu pênis.
— Você está sensível hoje — disse Dakota.
Ash rosnou para o tom sorridente na voz de Dakota quando ele se
levantou e virou-se para o homem.
Os olhos de Dakota estavam arregalados, mas não de pânico. Um
alfa nunca estaria em pânico sobre alguém quando Ash rosnou para ele.
Dakota se divertiu quando Ash empurrou contra o seu peito até
Dakota ficar nas suas costas.
Nu e de costas. Em algum momento ele tinha tirado a camisa. Que
diabos aconteceu com este alfa? Por que ele sempre parecia estar se movendo
tão malditamente silencioso e rápido, antes que Ash pudesse perceber o que
ele estava fazendo?
Tanto faz. Não importava, porque a única coisa que Ash se
preocupava naquele momento era o fato de que finalmente foi capaz de obter
o corpo de Dakota.
Os mamilos castanhos de Dakota estavam escuro, duros. Ash os
beijou, pressionando a sua língua em um e depois no outro, porque parecia a
coisa certa a fazer naquele momento. Dakota deixou suas grandes mãos
passar através do cabelo loiro de Ash.
Ash poderia fazer isso. Ele poderia fazer alguém ficar desesperado
por um orgasmo também. Ele podia fazer Dakota ficar desesperado por ele.
Na verdade, isso era oficialmente a sua nova missão.
Dakota acariciou o cabelo de Ash e o peito maciço do homem, Ash
podia sentir a maneira como o seu batimento cardíaco estava aumentando.
Tomou isso como um encorajamento. Estava claramente fazendo algo certo se
Dakota estava perdendo um pouco de controle.
— Mmm, tenho que admitir, foi bom quando você me empurrou
assim.
Ash se afastou beijando cada sulco dos músculos perfeitos de Dakota.
— Será que o seu lado alfa gosta?
— Sim, eu diria que sim. E não acho que ele vê como uma ameaça
real ao seu controle.
— Muito obrigado por isso.
Dakota riu alto, balançando a cabeça.
— Desculpe, desculpe, mas você sabe o que quero dizer, certo?
Ash sabia o que ele queria dizer, mas mesmo que ele fosse
praticamente o submisso nessa relação, ele sabia que havia maneiras de
passar através de um grande e mau alfa como Dakota.
Ele se moveu mais para baixo, e desta vez, Ash estava
cuidadosamente prestando uma atenção extra, então ouviu o engate na
respiração de Dakota quando pegou o pesado pênis do homem na mão.
Ele pulsava contra a palma da sua mão. O mais branco e perolado
pré-sêmen surgiu na fenda, e Ash, de repente sentiu-se tão vivo e no controle
que a única coisa que fazia sentido para ele naquele momento era colocar a
sua língua para fora e dar uma lambida.
O gemido e estremecimento que atravessou o corpo de Dakota eram
mais que eróticos. Ash sabia que Dakota nem sempre gostava de ir para baixo
sob ele. Ele disse que era algo da sua natureza alfa, algo que ele tinha que
fazer o animal dentro dele superar desde que o seu lado humano, de fato,
gostava.
Ash pensava que o alfa era um idiota. Pelo menos quando se
relacionava a isso. Como poderia qualquer animal - alfa, beta, ômega - não ver
que esta era uma das melhores maneiras de exercer controle? E, embora ele
gostasse da sua independência, Ash na verdade, era definitivamente, um
fundo, pensou.
Dakota sugou de volta uma respiração profunda quando Ash correu a
língua lambendo pênis de Dakota da raiz à ponta. Sentiu o tremor contra a sua
língua. Ele provou a gota de pré-sêmen quando lambeu a coroa.
Era a parte que Ash normalmente apenas tolerava no sexo, mas
quando se tratava de Dakota, ele adorou. Ele adorava aquele gosto e queria
mais dele.
Ash molhou os lábios e afundou-se em torno do comprimento do
pênis de Dakota. Ouviu o barulho do rosnando de aprovação, sentiu o arrepio
que passou pelo corpo de Dakota, ou seja, os quadris e as coxas, quando Ash
afundou tão profundo quanto poderia ir. Ele gostaria de ter uma garganta
profunda apenas para fazer isso muito melhor para ele, mas ele não tinha esse
tipo de talento, e precisava usar o punho para acariciar e provocar o que a sua
boca não podia alcançar.
— Oh, porra, yeah. Isso é bom, — Dakota disse, e agora os seus
dedos estavam correndo pelo cabelo de Ash.
Ele sentiu uma pitada das unhas do homem. Eram afiadas. As garras
de Dakota estavam saindo, mas Ash não estava preocupado. Ele realmente
não estava. Sabia que Dakota não iria machucá-lo, e Ash queria mais. Ash
queria sentir este homem poderoso se desfazendo porque ele era o único
fazendo-o se sentir dessa maneira.
Ash apertou suas bochechas, determinado a ver o seu plano
realizado. Ele passou a sua língua ao redor do eixo, sentiu a veia que ia ao
longo do pulso da vida.
O problema com o plano de Ash era que Dakota tinha muito mais
resistência do que Ash estava acostumado. Ele supôs que fazia sentido,
considerando que o cara era um lobisomem alfa. Lobisomem Luna, na
verdade, o que era suposto ser ainda mais forte.
Ash pegou os testículos de Dakota. Espalmou eles, rolou e
massageou-os, tendo o cuidado de ser gentil quando fez isso. A experiência
pessoal lhe tinha ensinado que mais não era sempre melhor quando estava
nesta parte do corpo.
Ele devia estar fazendo tudo certo, porque foi quando Dakota
começou a empurrar os quadris para frente, empurrando para cima e tentando
empurrar o seu pênis mais profundo na boca de Ash.
Ash segurou firmemente os quadris de Dakota. Ele não podia parar o
homem de mover-se de imediato, mas foi o suficiente para segurá-lo, para
provocá-lo. Isso era tudo o que Ash precisava para ter este trabalho feito.
Ele sorriu. Isso ia ser mais fácil do que pensava. O rosnado de Dakota
era prova suficiente, especialmente quando ele olhou para baixo e os seus
olhos estavam vermelhos.
— Você está realmente empurrando — ele rugiu.
Ash sorriu para ele.
— De um jeito bom, certo?
Dakota soltou um riso duro, então balançou a cabeça. Ele poderia ter
murmurado algo sobre Ash sendo uma praga, mas Ash estava mais
preocupado com o que ele estava fazendo e com os ruídos que Dakota estava
fazendo.
A tensão nas pernas do homem, a maneira que ele tentou se segurar
para não empurrar tudo na boca de Ash... Era tudo um sinal perfeito da sua
perda de controle.
Ash tirou o máximo proveito disso. Ele acariciou e lambeu, e então
trouxe a sua arma secreta. Ele cantarolou. Não uma música ou qualquer coisa
assim, mas um ruído longo e agradável que faria com que a boca vibrasse
apenas o suficiente em torno do pênis de Dakota para fazê-lo perder todo esse
controle alfa precioso que ele mantinha.
E funcionou.
As costas de Dakota arquearam quase completamente para fora da
cama. Ash quase foi jogado para fora com isso. Teve que puxar a sua boca de
volta, longe do pênis de Dakota, ou então arriscar que alguns dentes se
envolvessem na mistura.
Ash tinha certeza de que Dakota não faria isso.
O resultado foi que Ash foi atingido no rosto com gotas do sêmen de
Dakota. O jato do homem disparou como se ele estivesse segurando um
orgasmo durante semanas, em vez de estar apenas brincando na cama por
alguns minutos.
Quando Dakota desceu da agradável alta, piscando os olhos turvos,
como se tivesse acabado de acordar de um sonho, a primeira coisa que fez foi
olhar para Ash.
Então ele riu com o que viu. Devia ser engraçado, ver o seu
companheiro de olhos arregalados o encarrando com o branco no seu rosto.
Dakota com certeza riu com o que pensava ser a coisa mais divertida do
mundo inteiro.
Ash pegou um travesseiro e bateu-lhe no ombro com ele.
— Seja qual for — disse ele, enxugando o rosto. — Você tem sorte
de não pegar nos meus olhos.
Dakota riu mais alto e, em seguida, estendeu a mão para agarrá-lo.
Ash não tinha escolha, a não ser ir para o homem, e a ideia de Dakota de
vingança era tão boa que Ash ia ter de jogar mais travesseiros sempre que
eles estivessem assim na cama.

Capitulo Cinco

Eles foderam rapidamente, como se fossem adolescentes


escondendo-se dos adultos. Ash montou-o pela primeira vez. Dakota pensou
que era bonito. Ele teve que se deitar de costas, enquanto o seu companheiro
corava e empurrava para cima e para baixo com as suas coxas. Era divertido,
vê-lo tentando estar no controle de vez em quando, para em seguida, ver Ash
perder todo o controle do seu orgasmo quando chegou perto demais para se
segurar.
O sexo que tiveram depois foi preguiçoso, amoroso e cheio de beijos
e aconchegos conforme Dakota encostava o seu companheiro contra o seu
peito. Esta era a posição que Ash mais parecia gostar. Dakota pensava que era
porque o seu companheiro gostava de ser abraçado enquanto faziam amor.
Foda era divertido, mas Ash gostava de ter sexo carinhoso, e não seria a noite
de núpcias sem isso, sem Dakota beijando e sugando o pescoço e ombro de
Ash, sem o segurar.
Depois da quarta rodada, eles terminaram, mas apenas porque Ash
adormeceu nos seus braços.
Dakota queria ficar na cama, mas não ficou. Ele segurou o seu
amante por alguns minutos, tocando no cabelo de Ash, pensando como o dia
de hoje tinha corrido e como ele desejava que tivesse corrido melhor.
Encontrar corpos, carbonizados e queimados, e depois ter que
envolver a polícia, não era a melhor maneira para eles passarem algumas
horas do seu dia de casamento.
Esta era a vida com que Ash teria que se acostumar. Estar com
Dakota significava que eles iriam se deparar com caçadores eventualmente.
Dakota pediu a Deus que não fossem caçadores na floresta. Ele realmente
desejou. Mas quais eram as chances de que estes desgraçados eram apenas
um par de andarilhos apanhados por algum idiota moral que queria livrar o
mundo deles?
Não. A melhor hipótese era que um caçador moralmente idiota
quisesse livrar o mundo dos lobisomens.
Lobisomens Luna eram um prêmio especialmente raro para os
caçadores - os ômegas por causa da sua capacidade de ter filhos, e os alfas
por causa da sua segunda forma.
Os ômegas grávidos eram excelentes para estudo. Os alfas e as suas
peles eram vendidas por uma grande quantidade de dinheiro, ou então
serviam de troféus impressionantes.
Dakota queria passar sua primeira noite na cama como marido de
Ash, não se movendo, fingindo que estava tudo bem, mas estava muito
impaciente. O sexo tinha drenado a energia de Ash mais rapidamente do que
poderia reabastecer, mas Dakota ainda estava se contorcendo, ainda nervoso.
Inferno, queria acordar Ash para mais uma rodada, mas ele ia precisar de toda
a paz e tranquilidade que pudesse ter depois do que tinha acontecido. Dakota
queria muito possuir Ash.
Pressionando um beijo no ombro de Ash, Dakota saiu da cama. Ele
puxou as cobertas sobre o corpo de Ash e caminhou para fora do seu quarto.
Só por Dakota ser grande não queria dizer que não podia ser rápido e
esgueirar-se ao redor.
Dakota movimentou-se pelo corredor. Ele já tinha trancado a janela
do seu quarto, e agora precisava verificar as outras. A janela do sótão estava
sempre trancada, assim como a porta que dava para o sótão, então não havia
nada com que se preocupar lá.
As outras janelas estavam fechadas, com exceção da janela do
banheiro. Ele fechou e trancou-a, também. Em seguida, verificou o andar de
baixo. Todas as janelas estavam fechadas, e tudo estava trancado. Ele tinha
esquecido sobre o jantar que ele deveria fazer para o si e Ash depois da festa
de casamento, mas felizmente estava tudo bom, e poderia colocar tudo na
geladeira para o dia seguinte. A porta da frente era o problema. Não estava
trancada. Ele tinha esquecido de fazer isso quando os detetives tinham ido
embora.
Estúpido.
Embora teria sido um pouco engraçado se caçadores o tivessem
seguido até aqui e tentassem forçar uma das janelas, apenas para perceberem
que poderiam ter entrado pela porta da frente.
Dakota tinha acabado de trancá-la quando percebeu que não podia se
afastar dela. Ele ficou na frente da porta, como se estivesse tentando ver
através dela.
Talvez estivesse, mas Dakota não podia voltar lá para cima. Ele não
conseguia dormir ao lado do seu companheiro e fingir que estava tudo bem,
porque não estava. Tinha que ir lá fora. Ele precisava estar lá fora. Calvin
estava desaparecido, e embora Dakota duvidasse que algum caçador tenha
descoberto onde morava e viesse aqui, isso não significava que a sua casa era
segura.
Dakota não seria capaz de dormir até que soubesse com certeza
absoluta que os caçadores tinham ido embora, que o seu companheiro estava
a salvo.
Até que ele soubesse o que se passava, não podia descansar.
Dakota pegou nas chaves de casa. Pegou também a coleira do outro
lado da porta que era grande o suficiente para caber em torno do seu pescoço,
mesmo na forma de lobo, sem ficar solta o suficiente para ser pego no
primeiro ramo que passou.
Saiu, fechou a porta, e silenciosamente fez o seu caminho para as
árvores. Todo o tempo, Dakota manteve o nariz no ar, tentando cheirar
qualquer coisa que poderia estar fora do lugar. O cheiro dos detetives ainda
permanecia no ar, mas era velho. Eles tinham ido embora.
Bom. Sabendo que não havia nada perto da casa para ameaçar Ash
deu a Dakota a coragem que precisava para se aventurar mais longe. Nem
sequer tinha que acordar o seu companheiro.
Dakota andou mais fundo na floresta, onde as árvores e arbustos
eram grossos. Ele tirou as roupas, dobrou-as, e escondeu–as debaixo de um
arbusto seco. Mantendo apenas a chave da casa em volta do pescoço, Dakota
mudou.
Ele caiu sobre quatro patas na sua forma de lobo natural, não a
forma do lobisomem Luna. Se houvesse polícia na área, ver algo tão grande e
monstruoso só iria assustá-los ainda mais do que o que pode estar escondido
no meio da noite. Dakota imaginava que os detetives poderiam lidar com a
ideia de um serial killer, mas não de um monstro saído de um filme preto-e-
branco.
Dakota cheirou o ar. É claro que ele não cheirou Calvin. Bem, nada
de novo, ele tinha estado aqui há uma semana. O perfume estava fraco, mas
esperava que seria suficiente para Dakota acompanhar por um par de horas,
pelo menos.
Ele começou a caça, esperando com tudo dentro dele que o cheiro
não o levasse de volta a esse celeiro condenado.
Ele levou. Dakota esperava estar errado. Esperava e rezava que o
cheiro não significasse nada, que este era apenas o lugar que Calvin tinha
estado sempre que ele não estava incomodando Dakota para se tornar o alfa
de Calvin.
Antes, Dakota não tinha sido capaz de sentir o cheiro de Calvin sob o
cheiro de carne queimada no celeiro. Ele tinha estado mais interessado em
levar de volta Ash para o caminhão do que em ficar aqui por muito tempo e
examinar cada cheiro.
Isso tinha sido estúpido. O maior erro que ele poderia ter feito
naquela situação. Agora, o lugar estava cheio com a polícia.
A área estava bem iluminada, e havia fita amarela em torno do
próprio celeiro. Á volta dele estavam homens em telefones, pessoas com
câmeras, alguns entrando e saindo do lugar. Eles provavelmente estavam
tentando descobrir como desembaraçar os corpos negros e carbonizados um
do outro sem destruí-los totalmente para que pudessem enviá-los para o
necrotério para descobrir o que tinha acontecido.
Dakota precisava entrar naquele celeiro. Ele precisava olhar
novamente o lugar. Havia os corpos, o cheiro da morte e gasolina, mas ele
precisava saber se Calvin tinha estado lá. Se o perfume de Calvin estivesse,
então Dakota poderia ter certeza de que uma das duas coisas tinha acontecido
aqui.
A primeira opção era que Calvin tinha estado no celeiro, ou seja, este
pode ter sido um ataque de caçadores. A segunda era que Calvin poderia ter
feito isto sozinho.
Ele não estava entrando pela porta da frente novamente. Muitos
homens estavam tirando fotos do terreno em torno da porta, perto de todas as
pequenas etiquetas amarelas que tinham sido colocadas, provavelmente para
marcar pegadas.
Era um velho celeiro. Tinha que haver uma peça solta de madeira que
ele poderia empurrar para fora do caminho para que pudesse deslizar para
dentro.
Dakota estava preso às árvores e aos arbustos. Ele não estava
disposto a se deixar prender. Ele não ia deixar qualquer um desses seres
humanos vê-lo, porque, embora ele não achasse que um deles iria matá-lo -
muita papelada envolvida nisso - não queria chamar a atenção para si mesmo.
A chave que ele usava em volta do pescoço, era muita evidência para andar
com ela em torno confortavelmente.
Felizmente, o estereótipos de merda de celeiros abandonados de
Dakota estava certo. Não só a madeira estava solta, mas havia também um
bom buraco pelo qual poderia se espremer.
Ele podia ver que ainda haviam humanos perto dele. Dakota tinha
que esperar até que não estivessem olhando antes de se mover.
Era mais apertado do que ele pensou, mas conseguiu. As luzes eram
brilhantes, mas todas estavam apontadas para a cena do crime, para os
corpos. Dakota estava bem escondido na escuridão da parte de trás, ao lado
de todos os velhos e mal cheirosos palheiros.
Ótimo. Essa era mais uma coisa para ele tentar ignorar. Junto com os
aromas de todas essas pessoas, ele mal conseguia cheirar alguma coisa.
O que lhe interessava mais, no entanto, era o fato de que os corpos
não eram as únicas coisas iluminadas. Um homem tirou fotos deles enquanto
outro tirou fotos de algo estava caído no chão. Levou a Dakota um par de
minutos antes de perceber que era uma cadeira. Estava em pedaços, também
queimada e carbonizada em alguns lugares. Tinha cordas à volta dela. Dakota
não as tinha notado da primeira vez, mas ele também tinha estado um pouco
preocupado com os corpos. Considerando que este era um celeiro com corda e
feno em todos os lugares, achava que fazia sentido, não ter notado um pouco
mais.
Dakota jogou brevemente com a ideia de cada uma dessas três
pessoas, quem quer que fossem, estarem amarradas na cadeira quando foram
queimados. Mas não. A cadeira teria sido arruinada da primeira vez. Esta,
coisa de madeira velha, ainda parecia parcialmente intacta.
A próxima flash da câmara cegou-o. Dakota piscou, virando o rosto,
esfregando os olhos com a sua pata.
Porra, isso era brilhante.
O rapaz tirando as fotos não parecia notá-lo no escuro. Estava muito
focado em tirar fotos da cadeira e das cordas.
— É isso —, disse ele.
O outro cameraman assentiu.
— Certo, vamos embora daqui. Eu não posso mais olhar para eles.
— Nem eu.
— Não olhaste para eles uma vez, Wuss!
— Cale a boca, — o rapaz estalou, e só assim, os dois sairam.
As orelhas de Dakota contraíram-se quando percebeu o que tinha
acontecido. Eles o deixaram sozinho. Não havia mais ninguém no celeiro. Ele
era o único aqui.
Essa foi a sorte mais estúpida que ele poderia ter pedido. Era a sua
oportunidade.
Dakota moveu-se rapidamente. Ele evitou os corpos. Ele já tinha
conseguido uma boa cheirada deles na primeira vez que ele tinha estado neste
celeiro.
Ele não os conhecia. Agora, estava mais preocupado se alguém que
ele conhecia esteve sentado nesta cadeira.
Dakota aproximou-se dela e observou as queimaduras na corda em
alguns lugares. Também cheirava a gasolina, mas não tão forte como os
cadáveres.
Talvez quem tinha feito isso tinha ficado sem gasolina, mas tentaram
de qualquer maneira.
Dakota se inclinou, colocando o nariz perto da corda e da cadeira.
Inalou profundamente os aromas horríveis de gasolina e sangue, fazendo-o
novamente, tentando descobrir o que estava por baixo desses aromas.
Suas orelhas baixaram quando cheirou Calvin. Mal se notava, coberto
por tantos outros aromas, mas era ele.
Foda-se, era Calvin. Calvin tinha estado aqui, e não tinha sido quem
fez isto. Ele estava amarrado. Dakota colocou o nariz no chão, à procura de
mais pistas, precisando saber quem tinha feito isto. Não era amigo do homem,
mas ia matar quem quer que fosse que o tinha ferido.
Mas onde estava agora? Porra. Isto não era bom. Tinham que ser
caçadores, e o cheiro de gasolina era muito pesado no ar. Não conseguia se
concentrar, não conseguia encontrar as pessoas que tinham feito isto.
Um baixo rosnado insidioso parou Dakota. Não o teria irritado se
quando entrou no celeiro soubesse que um alfa já estava lá dentro, mas ele
não sabia. Este alfa tinha ficado escondido dele, e quando Dakota se virou,
viu-o.
Ele era grande, tão grande quanto Dakota. Atualmente, estava
sentado do outro lado do monte de feno, onde Dakota tinha estado observando
os homens com as câmeras. Dakota rosnou de volta para ele, sentindo a
ameaça, não gostando de como o alfa tinha estado aqui o tempo todo.
Não poderia ter vindo atrás de Dakota. Teria ouvido isso.
O que fez Dakota querer saber o que diabos este lobo estava fazendo
aqui agora, rosnando para ele como estava e olhando para ele com aqueles
olhos vermelhos, como se Dakota fosse alguém que precisava ser abatido.
A porta do celeiro abriu-se de repente. Dakota olhou para trás a
tempo de ver o mesmo rapaz com a câmera olhando para ele. Ele piscou
rapidamente antes de gritar por cima do ombro.
— Há cães aqui! Há animais no celeiro!
Porra.
O outro alfa já tinha começado a se mover. Ele correu para o mesmo
buraco pelo qual Dakota tinha entrado. Sem outra saída, com aquele rapaz
bloqueando o caminho e mais humanos a caminho, Dakota seguiu atrás dele.
E quase perdeu a sua chave por causa disso. O raio da coleira estalou
quando ele se apertou através do buraco na madeira. Dakota virou-se para
trás, agarrando-a com os seus dentes. Não podia deixar isto para trás para um
grupo de detetives encontrar.
Ele começou a correr novamente, determinado a voltar para casa
agora que tinha mais respostas.
Que acabou por ser uma coisa boa, porque, a partir do que parecia,
era exatamente para onde o outro alfa estava indo.
Direto para a casa de Dakota. Para onde Ash estava dormindo, sem
saber de nada do que estava acontecendo.
Oh Deus. Dakota deveria tê-lo despertado antes de sair!
Dakota rosnou e perseguiu o lobo, levantando poeira e galhos com as
suas garras enquanto caçava o outro alfa.

Capitulo Seis

Perseguir o outro alfa quando tinha a chave de casa na sua boca, era
muito mais difícil do que Dakota tinha pensado. Não podia colocar a sua língua
para fora e se refrescar sem cuspi-la, isso o obrigava a respirar inteiramente
através do nariz.
Também colocava o maldito alfa em vantagem quando se trata de
uma perseguição. Não conseguia ser mais rápido. O alfa podia não ser mais
rápido que ele, mas parecia estar ficando cada vez mais longe à frente de
Dakota. Ele não gostava disso. Este alfa estava indo para onde o seu
companheiro estava dormindo. A fúria e o pânico gerado pelo pensamento
dessa criatura fazer algo para ferir Ash enquanto estava indefeso, o atingiu.
Dakota cuspiu a chave e começou a correr de verdade. Bombeou as pernas
com mais força, se esforçando ao máximo, desesperado para chegar até o
outro lobo para impedi-lo.
Dakota praticamente voou na direção dele. A única coisa que o
intrigou foi quando o lobo derrapou até parar, permitindo a Dakota o capturar
facilmente.
Colidiram um com outro e rolaram por seis metros antes de fazerem
uma parada.
O alfa inclinou a cabeça, seus lábios estavam puxados para trás
expondo os dentes, enquanto soltava rosnados.
Dakota devolveu o gesto, mas em seguida, o alfa em vez de atacar
como teria previsto, se virou e correu de volta para as árvores.
Aquele filho da puta ainda estava atrás do companheiro de Dakota!
O perseguiu, seu corpo estava cansado, mas Dakota afastou o
cansaço, especialmente quando as árvores começaram a cheirar com o
caminho de casa e soube que estavam mais perto da casa do que gostaria.
Mas isso não era tudo. Havia um outro cheiro no ar. Um cheiro
familiar que Dakota tinha esperança de nunca mais sentir novamente. Tinha
quebrado a perna do homem, afinal. Isso deveria ter sido o suficiente como
advertência para o pequeno filho da puta ficar longe.
Harris. O ex namorado de Ash, o homem de quem Ash tinha fugindo
porque o grande merda tinha batido o rosto de Ash em uma parede. E que
agora estava nas proximidades.
Dakota tinha quebrado a perna do homem, porque Harris tinha dado
um tiro em Ash pelas costas. Levou tudo em Dakota para não matar o homem
imediatamente. Se soubesse que Harris tinha agarrado Ash pela nuca e batido
a sua cara contra uma parede, Dakota teria quebrado todos os dedos da suas
duas mãos também.
O que diabos estava fazendo aqui? E o que diabos esse lobo estava
fazendo junto deles?
Dakota estava bem atrás do alfa agora, e de repente entendeu
porque correram para a fonte do cheiro... era o cheiro de vários outros
homens. Este alfa não estava com Harris. Estavam caçando ele. Dakota
aparentemente foi convidado para o passeio.
O outro alfa olhou para trás, como que para se certificar de que
Dakota tinha compreendido.
Juntos, saltaram por entre os arbustos que cercavam o gramado da
frente da casa de Dakota.
Quando um tiro soou.
Ash se sentou na cama com o barulho. Uma bala o tinha acordado do
seu sonho, mas de alguma forma, sabia que era real. Esse barulho tinha sido
real, olhou para a janela, no escuro ouviu o som de latidos e uivos, grunhidos
e gritos de dor que também eram definitivamente reais.
Ash levantou da cama, lutando para chegar até a janela. Empurrou a
cortina de lado, mas mal podia ver algo. Porra! Dakota disse que a sua visão
iria melhorar e que seria capaz de ver no escuro, mas até agora, Ash mal via
sinais de que isso aconteceria.
Ash abriu o armário e pegou a calça, colocou e começou a correr
descendo a escada.
Precisava chegar até Dakota. Esse era o único pensamento dentro da
sua cabeça. Tinha que chegar até Dakota, tinha que ajudá-lo, se certificar que
ele estava seguro. Tinha que fazer o que pudesse para ajudar.
Ash quase tropeçou no seu caminho, enquanto descia a escada.
Porra! Precisava acordar já, pois, neste ritmo, não iria ser de muita ajuda para
ninguém.
Destrancou a porta da frente e quando o fez não houve nenhum
incidente, a abriu na hora para ver um grande lobo cinzento, que não era
Dakota, voar sobre um homem segurando uma arma, seus dentes pousaram
diretamente na garganta do homem.
Ash viu o homem ser derrubado, assistiu e ouviu o som de algo
molhado, era o ruído do sangue fluindo pelos dentes do lobo, enquanto a carne
estava sendo rasgada por aqueles mesmos dentes.
Não sabia o que era pior. O ruído ou a percepção de que havia outro
homem assistindo, a não mais do que nove metros de distância de onde Ash
estava, e era Harris.
Ambos pareceram olhar um para o outro, ao mesmo tempo, Harris
esqueceu tudo sobre o lobo que estava comendo o seu companheiro enquanto
corria até a porta.
Ash fechou a porta, trancando-a. Não apenas a bloqueou com a
trava. Colocou a corrente de segurança no lugar, correu para a cozinha e
segurou uma cadeira que poderia usar como proteção.
Quando voltou, empurrando o encosto da cadeira como apoio na
maçaneta da porta, e pode ouvir Harris batendo na porta. Deve ter levado um
tempo para correr com a perna machucada.
— Ash! Abra a porta! Eles vão me matar!
— Vá embora!
Se abrisse a porta, Harris provavelmente iria matá-lo. Ash não tinha
esquecido da surra que tinha começado a lhe dar da última vez que Harris
ficou bravo ou o fato de que o homem o tinha seguido por todo lugar, apenas
para atirar nas costas dele quando o encontrou.
Ash se lembrou dessas coisas várias vezes, enquanto Harris batia
com o punho na porta, implorando para que Ash o deixasse entrar, para salvar
a sua vida.
Ash não podia. E não faria isso. Se ele ajudasse Harris, Harris iria
feri-lo. E poderia estar armado no momento.
As batidas continuaram.
— Ash! Por favor! Bebê, abra a porta! Vão me matar!
Se Harris tivesse uma arma, o que poderia impedi-lo de usá-la em
Dakota? Quem era aquele outro lobo lá fora? Foda-se, Ash não sabia o que
fazer.
Um buraco pequeno, e redondo foi perfurado através da porta de
madeira grossa. Ash gritou e pulou para trás. Escorregou e caiu de bunda no
chão. Se afastou da porta e voltou para a cozinha.
Jesus Cristo! Harris estava atirando na porta!
O primeiro instinto de Ash foi gritar, mas Harris poderia atirar nele,
então não se atreveu a abrir a boca. Harris tinha provavelmente tentado
atingi-lo, e se Ash gritasse ou fosse até a janela onde Harris pudesse vê-lo,
então iria continuar atirando.
Mais gritos, mais tiros e balas. Alguns barulhos soavam como estalos.
Outros soavam como pequenas explosões. Harris parou de bater na porta. Os
seres humanos gritaram, mas já não soavam mais como gritos de guerra.
Parecia que estavam chamando todos para uma retirada.
Então tudo ficou quieto.
Ash ficou no chão, ouvindo. Tudo tinha acontecido tão rápido que não
sabia o que fazer a respeito, não sabia se deveria se mover, o que nesse caso
poderia chamar alguma atenção indesejada para ele.
Oh, Deus, Dakota estava lá fora. E se estivesse ferido? E se estivesse
morto?
Ash provou que era um terrível companheiro, ainda permanecendo
em silêncio, sem ter coragem de levantar e ir verificar o seu amante, para se
certificar de que estava bem.
Apenas ficou no chão. Não estava frio, então por que tinha certeza de
que começou a tremer.
— Ash? Ash!
Dakota.
Era a voz de Dakota.
Ash ouviu o som de pesadas pegadas humanas na varanda, antes de
ouvir o tilintar da maçaneta, logo depois um punho bateu contra a porta.
— Ash!
Ash ficou de pé assim que ouviu Dakota empurrar a porta com o
ombro. Mesmo com os bloqueios e a cadeira no caminho, parecia que a porta
estava curvando para o lado de dentro, quase quebrando sob a pressão.
— Estou aqui! Estou chegando!
Ash puxou a cadeira para fora do caminho. O batente estava
quebrado por causa da pressão que Dakota tinha colocado sobre ele, mas Ash
ainda foi capaz de abrir a porta mesmo assim.
Dakota estava nu, seus olhos estavam arregalados em uma espécie
de pânico animalesco que Ash nunca tinha visto antes. As mãos de Dakota se
estenderam. Agarrou Ash pelo ombro, o olhou de cima a baixo, e em seguida,
puxou-o até o seu peito para um abraço tão forte que quase cortou o
fornecimento de ar de Ash.
Dakota estremeceu, também.
— Graças a Deus. Graças a Deus.
Ash tentou olhar para trás de Dakota, para ver o que estava lá fora,
mas o peito de Dakota era muito grande, e Ash estava completamente perdido
nos seus braços.
Tinha certeza que não queria ver o homem que teve a garganta
mordida lá fora de qualquer maneira. Isso poderia ser demais, até mesmo para
ele.
— O que aconteceu? — Perguntou Ash. — Quem eram eles? Harris...
estava com eles.
Quase não podia nem dizer o nome do seu ex-namorado sem
sufocar. Ash tinha corrido para o andar de baixo com a intenção de ajudar, de
encontrar Dakota e... não tinha certeza do que teria feito, mas foi a visão de
Harris que o fez estalar. Bastava ver o homem que sentia o rosto doer,
fazendo Ash recordar da última vez que Harris o havia espancado.
Com isso tinha se transformado totalmente em uma galinha e fugido.
Se escondeu dentro de casa, deixando que Dakota lidasse com tudo sozinho.
Se sentiu muito mal por isso, mas agora que Dakota estava aqui e
Ash conseguiu segurar o seu companheiro, sabendo que estava seguro, podia
pelo menos, começar a relaxar.
— Vou te dizer em um minuto. Precisamos voltar para dentro. —
Disse Dakota.
Ash estava completamente a favor disso. Estava pronto para fazer
praticamente qualquer coisa que Dakota quisesse naquele momento, mas
quando Dakota se virou para fechar a porta, Ash viu outro homem de pé e nu.
— Calvin?
— Puta merda. — Dakota murmurou, como se não esperasse ver o
homem lá.
Nesse instante, Ash soube que o lobo que tinha visto era Calvin, mas
também por algum motivo, Dakota não soube disso.
— O que está acontecendo? O que... o que aconteceu com você?
Queimaduras cobriam a maior parte do lado direito do seu rosto e
corpo, como se tiras de pele tivessem sido descascadas, deixando para trás
uma pele mais vermelha, cheia de bolhas. As áreas da pele que não estavam
totalmente em ruína ainda estavam num tom de rosa escuro. Parecia como se
alguém o tivesse ferido terrivelmente.
Agora, Ash pode ver o cadáver que estava sangrando na grama. E o
chão rodou debaixo dele, ficou realmente tonto muito rápido.
Tanto sangue. Não era bom lidando com sangue.
— Dakota...
Dakota o pegou antes que pudesse desmaiar. Agora Ash se sentia
pior. Estava dando mais trabalho para Dakota, mas não conseguiu se conter.
Mal conseguiu dizer uma palavra quando Dakota o pegou em seus braços, e o
levou da mesma maneira que tinha feito mais cedo nesta noite depois do seu
casamento. Mas em vez de carregá-lo pelas escadas, fez Ash se deitar no sofá
na sala de estar.
Dakota segurou com as mãos frias as bochechas de Ash. Isso ajudou.
— Ash, querido, qual é o problema? Você está tonto? — Dakota
olhou por cima do ombro para Calvin, que tinha, aparentemente, vindo atrás
deles. — Feche a porta. Ele sentiu o cheiro de sangue.
Ash tinha dito a Dakota que não se sentia bem com sangue. Nem
sempre foi assim, mas era algo que desenvolveu ao longo do tempo. Como
qualquer outro menino crescendo, tinha esfolado os joelhos e ralado as mãos
muitas vezes quando estava brincando com seus amigos. Seu mal-estar
começou depois de Ash ter sido agredido por Harris, depois que teve o seu
rosto batido na parede áspera do seu apartamento e ter visto o seu próprio
sangue escorrendo pelo lugar onde o seu rosto tinha sido empurrado, a visão e
o cheiro do seu próprio sangue o atingiu. Inferno, foi por isso que tinha
desmaiado quando Harris havia atirado nele. Além da dor, é claro.
Ouviu o som da porta se fechando, mas o cheiro de sangue ainda
estava na casa.
Determinado a não fazer disso mais um problema para Dakota ter de
lidar, Ash focou em respirar pela boca. Não queria mais sentir o cheiro de
sangue no ar. Sugou uma respiração profunda após a outra. Fez isso como se
estivesse em uma aula de Lamaze1. Dentro e fora. Dentro e fora. Não era
grande coisa. Podia lidar com isso. Não ia vomitar, e não ia desmaiar.
Exceto que em seguida, começou a pensar sobre a maneira como
Calvin tinha mordido a garganta do homem, o calor subiu no seu rosto, seus
ouvidos começaram a zumbir, então foi demais.

1
O método de Lamaze foi desenvolvido pelo obstetra francês Fernand Lamaze como uma alternativa à intervenção
médica durante o parto. O objetivo do método de Lamaze é manter a mãe relaxada e focalizada na respiração.
Ash colocou as pernas para fora do sofá e correu.
— Ash!
Estava vagamente consciente de Dakota correndo atrás dele, mas
Ash não queria que o seu companheiro o visse enjoado. Fechou a porta do
banheiro atrás dele e trancou-a, em seguida se inclinou sobre o vaso sanitário,
e colocou tudo o que tinha dentro do estomago para fora.
Seu peito e estômago se contraíram, estava violentamente enjoado.
Sua garganta ardia, ficou feliz por Dakota não ter disposição para tentar
quebrar a porta do banheiro. Provavelmente podia ouvir Ash vomitando e
decidiu deixá-lo sozinho.
Ash esperava que esse fosse o caso. Claro, os sons que fazia no
banheiro eram tão ruins e altos, que Dakota podia estar tentando convencê-lo
a abrir a porta agora mesmo e ele não ouviria.
Ash se sentou no banheiro, se abraçando quando terminou. Teve que
se ajoelhar novamente na frente do vaso sanitário mais algumas vezes, mas
agora não havia mais nada para sair, seu estômago estava começando a
acalmar.
Lavou a boca na pia e escovou os dentes com uma escova de dente
nova que ainda estava na sua embalagem. O banheiro que ele e Dakota
costumavam usar ficava no andar de cima. Este era apenas um lavabo,
portanto, não tinha chuveiro, e era onde o papel higiênico extra, materiais de
limpeza e produtos de toalete estavam armazenados. Ash tirou vantagem
disso e fez com que a sua boca parecesse ter acabado de sair do consultório do
dentista, antes mesmo de pensar em sair de lá.
E não iria mais pensar sobre o sangue. Não ia sentir o cheiro, e
mesmo que sentisse iria passar mal novamente, Ash estava indo exercer um
pouco de autocontrole.
Foi cuidadoso quando saiu do banheiro. Podia ouvir as vozes de
Calvin e Dakota vindo da cozinha.
Ambos pareciam chateados.
— O que quer dizer, foi você quem disse a eles onde vivíamos? Você
está louco, porra? — Parecia que Dakota tinha acabado de jogar algo no lixo.
Ash caminhou ao longo da parede, olhando para o rosto e corpo cheio de
cicatrizes de Calvin mais uma vez.
Ash conseguiu evitar de ficar enjoado de novo, mas tendo que se
concentrar para se impedir de vomitar, não pode deixar de notar como Calvin
parecia diferente da primeira vez que Ash o tinha encontrado.
Não apenas por causa das cicatrizes, isso também. Mas ele parecia
maior, mais alto, talvez um pouco mais fraco. O beta feliz e despreocupado se
foi. Ash supostamente estaria irritado, também, se alguém o tivesse
queimado. Essa era a única coisa que fazia sentido. Dakota tinha encontrado
corpos queimados no celeiro e Calvin estava parado ali com quase metade do
seu corpo queimado. Alguém tinha feito isso com ele.
Dakota pegou uma embalagem de sacos de lixo de debaixo da pia,
seus olhos brilhavam.
— Bem? Porra, diga alguma coisa, idiota!
Calvin disse algo. Ou melhor, rugiu, seus olhos brilharam e ficaram
vermelhos, suas garras surgiram e pelo apareceu por todo o corpo, até mesmo
sobre as queimaduras, enquanto ele crescia ficando mais alto do que Dakota e
se transformava em um lobisomem Luna.
— Claro que disse a eles! — Rosnou, seu rosto e corpo mudando até
que as únicas coisas que saia da sua garganta eram grunhidos e ruídos de
gargarejo desumanos. Parecia que Calvin estava tentando falar com ele,
tentando gritar com ele e explicar por que tinha feito o que fez, mas não
conseguia falar.
Dakota apenas olhou para ele. Não parecia estar com medo, mas
seus olhos estavam arregalados o suficiente para que Ash pudesse ver o
branco ao redor. Dakota estava chocado.
Ash entendeu o porquê. Mesmo não tendo sido um lobisomem Luna
por tempo suficiente, mas sabia o suficiente para entender que uma versão
beta não deveria ser capaz de se transformar da forma que Calvin tinha se
transformado, aparentemente sem perceber ou sem nenhum esforço.
Isso significava que Calvin tinha se tornado um alfa. Ash não sabia
que betas poderiam se tornar alfas.
Ash não se considerava muito inteligente ou talentoso para ler entre
as linhas, mas seu cérebro funcionava rápido, tinha observando o que Calvin
era agora e como era antes, tanto nesta forma alfa Luna quanto humano.
Mesmo nesta forma, havia manchas sobre o seu pelo dos ombros até as costas
onde os pelos eram menores do que no restante, essas áreas da sua pele
deveriam estar irregulares e não tão perfeitas como deveriam estar debaixo do
seu casaco de pelo. O pelo escondeu suas queimaduras, mas as queimaduras
ainda estavam lá, mesmo sob esta forma. Provavelmente também o lobo se
formando em Ash sabia que ele as tinha.
Calvin tinha contado a esses homens, contado a Harris, onde
encontrar Ash porque havia sido torturado. Alguém ateou fogo nele da mesma
forma que tinham feito com as outras pessoas naquele celeiro. Mas ele deve
ter escapado.
Já não se sentindo tão enjoado, e sim determinado, Ash se colocou
entre os dois alfas. Os olhos de Dakota estavam mudando, seus punhos
estavam cerrados e honestamente parecia que estava prestes a mudar na sua
própria forma alfa Luna e começar uma briga ali mesmo na cozinha.
— Calvin, por favor, espere. Entendi. Isso não foi sua culpa.
— Ash! O que você está fazendo? — Dakota não esperou por uma
resposta, foi rápido em agarrar sua mão, puxando Ash pelo pulso para colocá-
lo atrás do seu corpo.
Ash não parou de falar, enquanto tentava olhar em volta do ombro de
Dakota.
— Você não quis contar. Entendi. Foi um acidente. Obrigaram você a
dizer. Não foi sua culpa.
Os horríveis rosnados baixos, que saíam do focinho de Calvin
pararam. Suas orelhas pontudas se contraíram em cima sobre a sua cabeça
enquanto escutava.
Dakota deve ter notado essa mudança, porque permitiu a Ash
continuar a falar. Deixou Ash ficar ao lado dele, mas manteve a mão firme no
seu pulso, impedindo que chegasse muito perto.
— Entendo. Não foi culpa sua. Fizeram algo com você. Aquelas
pessoas no celeiro, eram seus amigos, certo? Disse que sabia que outros
shifters estavam ao redor. Quem eram eles?
Um ruído doloroso escapou da garganta de Calvin. Suas garras
surgiram enquanto coçava o peito. Ash não estava certo do que queria dizer,
mas era quase como se Calvin estivesse tentando remover uma dor do seu
coração e Ash sofreu pelo homem.
O corpo de Calvin encolheu, seu pelo derreteu de volta para dentro
dos poros na sua pele. Pareceu levar mais tempo para que a transformação
ocorresse no lado queimado do seu corpo. Mesmo quando pareceu totalmente
humano outra vez, seus ombros tremeram e a sua respiração engatou, Ash
percebeu que o homem estava chorando. Lágrimas escorriam pelo seu rosto,
enquanto olhava para o chão em forma de mosaico, por se recusar ou por ser
incapaz de olhar para Dakota e Ash nos olhos.
— E... eles os mataram. Os queimaram vivos na minha frente. Disse
a eles tudo o que queriam ouvir e ainda assim fizeram isso.
O coração Ash bateu. Se sentiu mal novamente, mas não da mesma
forma que antes. Apenas estava enjoado por saber que alguém poderia fazer
algo tão retorcido como torturar e matar outra pessoa. Três outras pessoas.
Dakota hesitou e então deu um passo adiante. Parou ao lado de
Calvin, que ainda não olhou para cima. Estendeu a mão, se deteve, e depois a
colocou no ombro arruinado de Calvin.
— Sinto muito.
Calvin afastou a mão de Dakota para longe e um rosnado irritado
retornou a sua boca, se tornando ainda mais ameaçador pelo brilho nos seus
olhos e as lágrimas no seu rosto.
— Não me toque! Isto tudo é culpa sua!
Dakota piscou, perplexo.
— Minha?
— Sim! Sua, seu idiota! — Calvin gritou, suas sobrancelhas se
uniram para formar duas linhas franzidas na sua testa. Mostrou os dentes
quando rosnou, agora realmente não se parecia com o homem sorridente que
tinha se apresentado a Ash logo após ter sido transformado em um lobisomem
ômega.
— Se tivesse apenas sido o nosso alfa, estariam vivos! Eles não
teriam sido apanhados! Ficaram por você! Queriam que você fosse o alfa
deles!
Ash se aproximou de Dakota quando ele fez uma careta, mas não
exalou nenhum outro sinal de que se sentia pelo menos perto de ser
responsável.
Mas também não negou a responsabilidade. Ash não podia dizer se
isso era porque não deseja discutir com Calvin ou porque se sentia de alguma
forma um pouco responsável, isso deixou Ash se sentindo terrível por causa
dos dois homens.
— Calvin, se há caçadores na área, precisamos encontrá-los e matá-
los.
Calvin balançou a cabeça.
— Deveria ter deixado que eles o matassem. A única razão pela qual
eu não deixei foi por causa dele. — Calvin disse apontando com uma mão para
Ash.
Ash ficou tenso. Não tinha percebido que Calvin se importava o
suficiente com ele, se estava vivo ou morto, porque se preocuparia em salvar
um homem que não gostava.
— Calvin, obrigado por vir e nos ajudar. — Disse Ash, pensando que
devia ao homem pelo menos isso.
A expressão de Calvin não se alterou quando olhou para Ash, mas
rapidamente voltou sua atenção para Dakota.
— Te odeio. Você é a pior merda que existe. Pensei que fosse salvá-
los.
— Certo, mas não salvei. — Disse Dakota, soando cruel com sua
franqueza. — Você é claramente um alfa agora. Podemos cuidar dos caçadores
juntos. Eles vão voltar para cá. Nós temos que encontrá-los. Os policiais estão
na área. Nós podemos bolar um plano em conjunto e podemos limpar tudo
antes de começarem a investigar por aqui.
— Os policiais podem culpá-lo por tudo, pelo que me importa.
Adoraria ver você apodrecer na prisão por assassinato.
A respiração de Ash acelerou. Ele estava certo. A polícia acharia que
isso foi um assassinato. Autodefesa não podia ser exatamente usada em uma
situação como esta. Pensariam que Dakota tinha assassinado os homens lá
fora a sangue-frio. E poderiam até jogar a culpa sobre Dakota, daqueles
ômegas mortos.
E o pensamento de perdê-lo já o feria. Ash não podia lidar com isso.
Não queria estar em um mundo sem Dakota. Tinha acabado de encontrar o
homem. E tinham acabado de se casar.
Mas a vida que Ash queria e a vida que iria obter eram duas coisas
completamente diferentes, se não convencesse Calvin a ajudá-los.
Ash deu um passo à frente novamente.
— Calvin, queria convidá-lo para o nosso casamento.
A carranca de Calvin ficou confusa até um pouco irritada, quando
olhou para Ash.
— O que?
Ash assentiu. Não estava usando o anel que Dakota lhe tinha
comprado. Dakota tinha dito que era desconfortável quando mudava para lobo,
então estavam pensando em comprar correntes para usar ao redor do
pescoço, mas de qualquer forma, não o estava usando agora.
— Dakota e eu fomos ao cartório e arranjamos os papéis, nos
casamos hoje. Ou ontem, acho. — Disse, olhando para o relógio do micro-
ondas. — Nós queríamos que fosse nossa testemunha. Dakota estava
preocupado com você. Você era o único que não estava lá, porque tinha ido
encontrar seus amigos no celeiro. Sinto muito que isso tenha acontecido com
você. — Disse cada palavra, olhando para a nudez e para pele queimada de
Calvin, desejando com tudo dentro dele que pudesse levar a sua dor embora.
— Mas não quero perder Dakota. Preciso dele. Por favor, só... você veio para
me salvar, não sei por que, mas por favor, preciso da sua ajuda novamente.
Não quero que a polícia pense que Dakota é um serial killer. Sei que ele vai te
ajudar a pegar os homens que feriram seus amigos.
Ash olhou para Dakota para confirmar isso, embora já tivesse quase
certeza de que Dakota ajudaria Calvin a obter sua vingança.
Dakota assentiu.
— Ash está certo. Juntos nós podemos caçá-los. Você e eu. Eles vão
pagar pelo que fizeram aos seus amigos. Vou lhe prometer isso.
Calvin balançou a cabeça.
— Isso não importa mais. Eles se foram.
— Mas os caçadores vão voltar e matar Ash se você não me ajudar.
— Dakota pressionou. — Você queria que Ash ajudasse você a me convencer a
ser um alfa. Isso também já não importa mais.
Calvin rosnou baixo pela escolha das palavras de Dakota.
Dakota continuou, antes que Ash pudesse interromper.
— Ash não é apenas um ômega, mas um novo ômega. Não sabe
nada sobre este mundo, porque não tive a oportunidade de lhe ensinar ainda.
Viram buscá-lo e vão fazer com ele o que fizeram com seus amigos. Sei que
você não o conhece muito bem, mas sei como um fato que não quer que isso
aconteça. Você é um bom rapaz. Só queria ajudar alguns ômegas a
encontrarem um lugar no mundo, queria protegê-los, mesmo que não fosse o
seu alfa. O que acha que vão fazer se conseguirem pegar Ash?
Dakota soou convincente no seu discurso e Ash queria que ele tivesse
suavizado um pouco. Ash estava começando a ficar assustado pela maneira
que Dakota tinha convencido Calvin que ele seria o próximo a ser queimado,
assim como aquelas pobres pessoas naquele celeiro.
— Sabe tão bem quanto eu que eles não estariam dando a mão de
Ash para o ser humano idiota que você me ajudou a destruir. Iriam matar Ash
e o estúpido bastardo assim que descobrirem que ele é lobisomem Luna
ômega.
Ash começou a tremer. E começou a ter a sensação de estar
começando a passar mal de novo, mas não no sentido de vomitar. Mais no
sentido de ficar escondido debaixo da cama pelo resto da sua vida se não
saísse dessa.
Calvin olhou fixamente para Ash. Talvez tivesse sido convencido pelas
palavras de Dakota ou talvez só viu o quão aterrorizado e patético Ash parecia
naquele momento, mas balançou a cabeça concordando.
— Tudo bem, mas não estou fazendo isso por você.
A maneira que Dakota suspirou foi o suficiente para Ash saber que
não se importava por qual motivo Calvin estava fazendo isso, enquanto
estivesse ajudando.

Capitulo Sete

Ash ficou na sala, ouvindo enquanto ambos os alfas falavam. Ash


ainda não entendia completamente a mudança de Calvin, mas claramente
tinha algo a ver com o trauma que ele passou. Ash não iria fazer qualquer
pergunta, além disso.
Eles tinham que trabalhar rápido. Tinham que se livrar desse caçador
que Calvin matara ou chamar a polícia e dizer que tinha havido um ataque de
urso ou algo assim.
Tinham uma quantidade limitada de tempo para decidir o que iriam
fazer, uma vez que a polícia era muito boa em determinar a causa da morte,
momento da morte, e tudo o mais que a televisão dizia que eram bons.
― Ataque de lobo ― disse Ash.
Ambos os homens olharam para ele.
Ash ergueu o seu ombro, ainda sentindo frio depois de ver Harris
novamente e falando de cadáveres.
― Eles vão saber que era um lobo, que não era tão grande quanto
um urso ― Você pode dizer que um bando de lobos fez isso. Vai explicar os
buracos de bala na casa, também.
Dakota e Calvin olharam um para o outro, e os dois homens
assentiram.
Calvin teve que deixar em ordem para que isso funcionasse. Desde
que não tinha estado aqui quando os detetives vieram mais cedo, não poderia
estar aqui agora, especialmente com as queimaduras no rosto.
Mexeu-se na sua forma de lobo, e com a promessa de levar os
detetives em uma perseguição selvagem, desapareceu entre as árvores.
Dakota mudou na sua forma de lobo e pisou em torno das terras, mesmo após
Calvin ir para dar a impressão de que uma matilha de lobos esteve ali antes de
voltar, limpar-se, colocar algumas roupas, e chamar a polícia.
Ash não tinha certeza de quanto estava autorizado a limpar, mas
colocou a cadeira para trás na cozinha e varreu o chão dos pedaços de madeira
que tinham se espalhado a partir dos buracos de bala na porta enquanto
esperava que os detetives retornassem.
Eles voltaram, e não pareciam muito felizes em ver Ash e Dakota
novamente. Ainda estava escuro lá fora, e os detetives pareciam cansados e
irritáveis, com círculos sob seus olhos, mas alertas.
Especialmente quando chegaram e viram o corpo esperando por eles.
Ash estava vendo tudo da janela do seu quarto. A partir desse ponto
de vista, era capaz de ver os detetives e os outros policiais e tripulantes
chegando, sem olhar, ou cheirar, o corpo no gramado da frente.
Ainda assim, precisava ser questionado.
Ash respondeu tudo da melhor forma que podia. Foi honesto na sua
maior parte. Ouviu gritos e tiros, e tinha acordado a tempo de correr as
escadas, abrir a porta e ver um homem sendo rasgado por um lobo. Fechou a
porta quando um dos lobos correu para a porta.
Desde que Harris era como um lobo, o mau tipo de lobo, Ash não
considerou muito uma mentira, e Dakota tinha tido tempo de arranhar um
pouco a porta da frente para torná-lo mais aceitável.
Os detetives falaram com ele por um par de horas e até mesmo lhe
pediu para responder a algumas perguntas na delegacia.
A estação de polícia mais próxima era tão longe quanto o tribunal
onde Ash e Dakota tinham casado. Até então, o corpo do lado de fora tinha
sido encoberto, e Ash estava disposto a ir para fora outra vez. Ainda assim,
era estranho as pessoas ver e tirar fotos do corpo, as cópias da pata, e os
buracos de bala da casa.
Um dos fotografos, um jovem rapaz talvez da idade de Ash ou mais
jovem, olhou para ele. Ash se afastou antes que o homem pudesse sentir que
havia uma mentira em algum lugar dentro dele. Essa era a última coisa que
precisava.
Dakota foi autorizado a se sentar com Ash na parte de trás do carro
de patrulha, e segurou a sua mão o tempo todo. A forma como o polegar de
Dakota deslizou sobre a pele de Ash o fez sentir-se melhor, o relaxou, apesar
dele e Dakota não poderem falar sobre qualquer coisa na viagem até lá. Não
com dois policiais na frente.
Ash era novo nessa coisa de lobisomem, mas até agora, não estava
muito divertido. Era assustador e perigoso, e embora não tivesse muita
experiência em ser um lobo, ou os poderes que veio com isso, Ash ainda era
capaz de sentir o medo de Dakota.
Primeiro Ash não entendeu do que o alfa tinha medo. Tudo estava
bem. A história deles iria confirmar toda a coisa de ataque de lobo. Não era
como se eles pudessem admitir serem lobisomens.
Enquanto Ash entendia porque Dakota agarrou a sua mão com tanta
força, desejava com tudo o que tinha dentro dele que pudesse falar com
Dakota, que pudesse lhe dizer que isso não mudaria nada.
Ash o amava. Estava indo para ficar. Não iria deixá-lo apenas porque
as coisas eram muito mais assustadoras do que pensava que iam ser quando
ficaram juntos pela primeira vez.
Ash não podia dizer a Dakota nada disso porque essa conversa
poderia parecer um pouco estranha para os policiais que estavam na condução
os levando para a delegacia.
Em vez disso, Ash segurou a mão de Dakota tão firmemente quanto
Dakota apertou a sua, como se pudesse de alguma forma transmitir essa
mensagem através das suas palmas e os dedos unidos.

Renoir Dalacroix olhou através das imagens na sua câmera. Estava


tirando fotos das cópias da pata e dos buracos de bala. Teve sorte de não ter
que tirar fotos do corpo. Os corpos no celeiro tinham sido ruins o suficiente, e
mal tinha sido capaz de olhar para eles.
Felizmente, um dos outros rapazes os tinha fotografado também. O
problema era que agora Renny estava começando a ter uma reputação de ser
um covarde gigante. Não estava indo obter muitos postos de trabalho com a
polícia se não pudesse tirar fotos de pessoas mortas, mas esta era suposto ser
uma área tranquila. Não devia ter quaisquer pessoas mortas por aqui.
Agora, pareciam estar surgindo em todo o lugar. Era uma loucura.
Mais era isso ou ia ter que ganhar a vida tirando fotos de cães e
casamentos para sobreviver.
Essa não era a única coisa que incomodava Renny.
Continuou indo de volta para a pasta das fotos que tinha tirado no
celeiro, folheando-as até que achou aquelas que importavam. Aquelas com os
dois lobos sentados silenciosamente em segundo plano.
Renny não tinha os notado quando estava tirando as fotos. Tinha
estado mais preocupado com a obtenção de todos os ângulos da cadeira
queimada e da corda.
Não foi até que deixou o celeiro e olhou através das suas fotos que
viu o que o seu flash tinha capturado e que os seus olhos tinham perdido.
Ainda estremecia olhar para eles. Especialmente agora que sabia que
um par de lobos tinha matado um cara bem na frente desta casa.
Renny olhou para o lobo negro com aqueles olhos dourados. Da
forma como esta foto foi tirada, quase parecia que o lobo estava olhando
diretamente para ele. O segundo lobo estava quase fora da foto, mas o lobo
cinzento olhava para o negro, não para Renny. Seus olhos eram vermelhos.
Isso tinha que ser por causa da iluminação. Não poderia estar certo. Ao
mesmo tempo, Renny ficou gelado.
Não sabia por que continuava torturando-se olhando para estas fotos,
mas era estranho, pensando em como os lobos tinham estado no celeiro ao
mesmo tempo em que ele. Apenas ele e o outro fotógrafo. Nenhuma arma,
nada para se defender, poderiam os ter atacado como tinham feito para o
pobre bastardo na grama.
Por que eles estavam no celeiro? Se tivessem cheirado os corpos e
vindo à procura de uma refeição? Será que o cheiro de sangue no ar os
colocava em frenesi e por isso tinham matado o homem no gramado?
Renny estremeceu novamente quando pensou em quão perto estava
de um homem assassinado. Apenas alguns pés de distância. Bem, um pouco
mais do que isso, obviamente, mas definitivamente demasiado perto para o
conforto de Renny.
Precisava sair daqui. Fora desta cidade maldita. Talvez tirar
fotografias de casamentos e aniversários e bares de fetiche não fosse uma
ideia tão ruim afinal de contas. Em qualquer lugar que ficasse bem longe de
tanta natureza.
Ainda olhando através das fotos, Renny caminhou de volta para a van
que tinha o resto do seu equipamento, alguns dos que, na sua maior parte era
propriedade do estado.
Não tinha certeza do que o atraiu a olhar para cima naquele
momento, mas quando olhou, viu a cabeça de um lobo olhando para ele a
partir da espessura dos arbustos menos de vinte pés de distância, ele fez uma
pausa.
Estava olhando diretamente para ele, os olhos ainda vermelhos,
como na foto.
― Ei, Renny! Aonde você vai? Nós ainda não terminamos aqui!
Renny olhou para trás para o seu chefe, cometendo o maior erro da
sua vida por tirar os olhos da criatura que provavelmente gostaria nada mais
do que rasgar a garganta dele.
Olhou para trás para os arbustos, esperando ter que correr e escapar
da coisa que tinha matado o homem no gramado.
Não apenas não fez nenhum movimento para matá-lo – ele não
estava mais lá. As folhas e ramos não estavam sequer balançando onde tinha
estado.
Se não estivesse estado lá em tudo? Se estivesse apenas imaginando
porque estava pirando, olhando para todas essas fotos?
― Renny? O que está errado?
O outro fotógrafo que tinha estado no celeiro com ele, Robert,
perguntou.
Renny saiu do seu estupor. Não se importava se estava apenas
imaginando coisas. Não estava disposto a assumir o risco nem em um milhão
de anos.
― Não... vi algo na floresta. Havia algo nas árvores ali!
― O que? O que você viu? ― Perguntou Robert, olhando para as
árvores e arbustos, apertando os olhos.
― Um dos lobos!
Estava ficando histérico agora. Ia precisar do seu inalador em breve.
Já podia sentir a sua respiração deixando-o, e estendeu a mão para onde o
mantinha sob a sua camisa, mas o seu grito foi o suficiente para chamar a
atenção de vários dos policiais de uniforme azul que tinham sido trazidos para
vigiar a área, enquanto os detetives faziam o seu trabalho.
O grito de Renny estimulou um monte deles em ação, e com mais
bravura nos seus dedos mindinhos do que Renny tinha no seu corpo inteiro,
correram para a floresta com suas armas em punho, enquanto Renny sugava
no seu inalador.
Não era tarde, quando saíram da estação. O questionamento não
demorou tanto tempo quanto tinha da primeira vez que Dakota encontrou os
corpos.
Dakota especulou que era porque a polícia não tinha nenhuma razão
para pensar que estivesse envolvido na morte do homem com a arma no seu
gramado. Tinham perguntado várias vezes se possuía cães, Dakota foi capaz
de responder honestamente. Poderiam procurar na sua casa tudo o que
quisessem. Nunca iriam encontrar coleiras ou comida de cachorro naquele
lugar.
De qualquer maneira, pelo amor de Ash, Dakota estava feliz por ser
capaz de sair de lá mais cedo.
Ash tinha passado por muito. O perigo de ser um shifter era um
monte para manusear, mesmo para aqueles que haviam nascido para a vida. E
se Ash não tivesse nascido para isso. Tinha fugido de um relacionamento
abusivo, a fim de encontrar alguma pequena quantidade de paz, mas se
Dakota não poderia fornecer-lhe a paz que precisava, então, quais eram as
chances de Ash ficar por aqui com ele?
Um policial lhes ofereceu uma carona de volta para casa em um carro
de polícia. Dakota e Ash receberam permissão para recolher algumas coisas
sob supervisão, mas já não estavam autorizados a permanecer na casa. Pelo
menos não até que os detetives terminassem de olhar através de
absolutamente todos os cantos.
Dakota não estava certo se um mandado tinha sido emitido para eles
fazerem isso - parecia um pouco rápido - mas não estava a ponto de exigir que
esperassem por um. Por um lado, se fizesse só faria que o olhassem
desconfiados como o inferno. Por outro lado, eles eram obrigados a obter um
mandado mais cedo ou mais tarde, de qualquer maneira, então Dakota não
estava prestes a dar à polícia qualquer razão para odiá-lo e a Ash, ou fazer as
coisas mais difíceis, forçando-os a esperar.
Ia ser tão útil quanto possível neste caso.
Se a polícia encontrasse os caçadores, em seguida, Dakota e Calvin
poderiam rastreá-los e talvez colocar as suas mãos sobre eles. Os caçadores
não seriam presos imediatamente, mas pelo menos poderiam ser questionados
por caça furtiva, bem como os corpos queimados no celeiro.
Dakota embalou algumas roupas em uma bolsa de ginástica quando
chegaram em casa, e Ash fez o mesmo, arrumando um dos livros que lia,
embora não houvesse espaço para um dos conjuntos de Lego que estava
tentando construir. Quando Dakota descobriu que o seu companheiro amava
construir coisas com Legos, tinha comprado um número de conjuntos para
Ash.
Felizmente, o caminhão de Dakota tinha sido verificado, e os oficiais
não tinham encontrado nada de errado com ele que iria incriminar Dakota ou
Ash e, aparentemente, decidiram deixar Dakota usá-lo.
Quando estavam lá dentro, com as portas fechadas, Ash quase falou
antes de Dakota sinalizar não para ele.
Dakota dirigiu rápido antes de puxar para fora do lado da estrada e
ligar o pisca alerta.
― Qual é o problema? ― Perguntou Ash.
Dakota colocou um dedo sobre os lábios. Havia um monte de novos
cheiros no caminhão, e queria ter certeza absoluta de que o seu caminhão não
tinha sido grampeado.
Só porque algumas coisas precisam de mandados não significava que
confiava que alguém fosse sempre seguir as regras.
Dakota fez uma varredura rápida, prestando mais atenção onde os
cheiros eram mais fortes. Até tirou seu rádio só para ter certeza absoluta de
que não havia nada por trás dele.
Quando estava convencido de que não estavam sendo espionados,
Dakota suspirou e voltou para a estrada.
― Desculpe-me por isso.
Ash sacudiu a cabeça.
― Não por isso. O que você estava procurando? Uma escuta?
Dakota assentiu.
― Isso é legal?
― É melhor prevenir do que remediar ― Dakota respondeu.
Ash, aparentemente, não tinha nada a dizer sobre isso.
Dakota odiava isso. Odiava como tinha que ter cuidado em torno do
seu companheiro. Esperava que pudesse dar a Ash algo próximo à
normalidade. Nunca quis oferecer-lhe uma vida que era mais perigosa do que
a que ele tinha fugido.
A vida com um idiota abusivo como Harris deve parecer tão
absolutamente banal comparada com esta.
Quando Dakota não encontrou nada, puxou de volta para a estrada,
satisfeito que a polícia não estava tentando espioná-lo, se era legal para fazê-
lo ou não.
Ash não disse nada quando pararam em um motel. Aparentemente, a
busca de Dakota o tinha assustado o suficiente para que não estivesse
disposto a abrir a boca no momento.
Não que Dakota pudesse culpá-lo. Dakota estava lívido, e tinha pavor
das coisas que poderia estar passando pela cabeça de Ash naquele exato
momento.
Dakota pagou por um quarto. O rapaz atrás do balcão
equivocadamente deu-lhes um quarto com duas camas. Dakota não tinha
certeza se isso era porque ele era uma criança e não entendia o que Dakota
estava pedindo ou se estava apenas tentando fazer uma declaração silenciosa,
mas, nesse momento, quando a porta se fechou atrás dele e Dakota tinha Ash
sozinho, não se importava com nada além de certificar-se que Ash soubesse o
quanto precisava dele.
Ash caminhou até o centro do quarto, com uma mão no quadril, a
outra esfregando o queixo. Parecia estar tendo pensamentos profundos, e
apenas no caso dele poder estar pensando sobre a maneira mais rápida de
deixar Dakota, Dakota andou atrás dele, agarrou-o pelo cotovelo, e o girou.
Os olhos castanho-dourados de Ash se alargaram. Sua boca se abriu
em choque, mas não teve a chance de dizer qualquer coisa antes de Dakota
pressionar suas bocas juntas.
― Mmph!
Dakota engoliu aquele barulho chocado. Colocou uma mão atrás da
cabeça de Ash, sentindo o seu cabelo macio, enquanto a outra deslizou para
baixo e em torno da parte inferior das costas, segurando-o no lugar.
Ash não lutou para empurrar como Dakota temia. Não, Ash gemeu e
derreteu no beijo. Ergueu as mãos, enfiando-as através do cabelo preto de
Dakota o segurando firme, como se estivesse com medo que Dakota iria puxar
a boca para longe, como se Dakota estivesse se preparando para terminar o
beijo antes mesmo de começar.
Como se iria deixar algo assim acontecer. De nenhum jeito maldito.
O mais agradável era a maneira que Ash começou a empurrar Dakota
em uma das camas.
Ele era tão forte e tão raramente agia dessa forma, raramente
mostrava-se tão ansioso, aberto e desesperado por mais, que Dakota sorriu
através do seu beijo e foi junto com ele.
Riu, permitindo que Ash o empurrasse no colchão. Dakota pensou ter
ouvido uma rachadura na estrutura da cama por causa da forma como o seu
peso caiu sobre ela.
Não se importava. E certamente não se importava com a maneira
que Ash subiu em cima dele, aquele olhar ansioso no rosto.
Dakota não sabia exatamente o que fez com que o seu companheiro
ficasse tão desesperado para tê-lo, mas não ia parar para questioná-lo, tão
pouco. Segurou firmemente Ash e rolou os dois de modo que estivesse no topo
com Ash debaixo dele. Dakota amava esta posição, amava sentir o seu
companheiro debaixo dele, adorava a maneira como Ash se agarrava a ele
abrindo as pernas, acolhendo Dakota entre elas.
Dakota necessitava obter o seu companheiro fora das suas roupas.
Estavam no caminho. Dakota estava muito quente, e depois do susto que tinha
acontecido, tinha que ter Ash nu. O lobo exigiu que fizesse uma reivindicação e
tomasse Ash agora.
Não podia esperar. A necessidade era poderosa demais para ser
ignorada.
Dakota puxou a roupa de Ash. Teve que usar suas garras. Ele rasgou.
Ash gemeu.
― Deus, tire-as. Tire-as de mim.
Era uma coisa boa que Ash não estava excessivamente ligado a essas
roupas. Parte de Dakota odiava a ideia de que pudesse estar destruindo algo
que poderia ter valor sentimental para Ash, mas o resto dele estava com muito
maldito tesão para se preocupar.
Reivindicar o seu companheiro. Provar que Ash ainda pertencia a ele.
Isso era tudo o que precisava fazer. Essa era a única coisa que o lobo dentro
dele queria. Todo o resto podia ir para o inferno.
Dakota beijou Ash todo o caminho até a cama, rasgando suas roupas
ao mesmo tempo do seu corpo. Ash gemeu quando estava nu. O homem teve
que chutar os sapatos, e a única coisa que restava eram as meias. Dakota nem
sequer se preocupou com os seus sapatos. A calça jeans foi empurrada para
baixo dos quadris, expondo o seu pau duro, e a sua camisa estava
parcialmente aberta, rasgada e pendurada por cima do ombro. Não podia ficar
incomodado com isso quando pressionou o seu pênis contra Ash, lentamente
empurrando contra ele, transando ambos a seco agora. As unhas de Ash
cavaram no músculo sobre os ombros de Dakota, apenas com força suficiente
para causar uma pequena quantidade de dor para chamar a atenção de
Dakota.
E aumentar o seu prazer de um para mil.
― Deus, ― Ash suspirou, jogando a cabeça para trás, arqueando os
seus quadris para cima para que o seu pau se encontrasse com Dakota
novamente e novamente. ― Isso. Só assim, ― disse, ofegante.
Ash tentou abrir os olhos, tentou olhar para baixo e ver tudo o que
estava acontecendo com ele, mas com todo o impulso para frente, cada pico
de prazer, seus olhos fecharam com força novamente, e não podia mais se
conter.
Ash gozou primeiro. Gemeu alto e em bom som, seu corpo ficando
apertado, arqueando a sua coluna, tanto quanto era capaz sob o peso de
Dakota, mas Dakota não lhe deu qualquer misericórdia. Continuou a pressão
dentro dele, para fazer Ash gemer, para tirar o prazer do seu orgasmo, e,
quando o sêmen de Ash espalhou-se na sua barriga, o cheiro pesado de musk
no ar, Dakota sentiu parte do lobo agitar-se dentro dele, voltando à vida. Ele
queria entrar nessa, também.
E Ash ainda estava duro. Estava claro que o homem não tinha
terminado. Estava longe de terminar quando estendeu a mão e agarrou o
cabelo de Dakota de novo, agarrando-o firmemente com perfeito prazer e
mistura de dor, trazendo-o para baixo para um, molhado, beijo quente
persistente.
Dakota precisava estar dentro dele. O lobo exigia. Estava arranhando
o interior do crânio de Dakota, uma prisão que o animal precisava
desesperadamente escapar. Dakota não ia ser tão cruel em segurá-lo de volta.
Na verdade não. Precisava ser um pouco selvagem, e sentia essa necessidade
no seu companheiro, também. Sentiu o lobo querendo sair de Ash,
respondendo à chamada que Dakota emitia.
Dakota se afastou, a boca fazendo um pesado barulho, o ruído
ofegante quando se separaram um do outro, e Dakota mergulhou os dedos no
sêmen branco perolado no estômago de Ash. Levantou as pernas do seu
companheiro. Os olhos de Ash estavam dourados enquanto implorava para ele,
e Dakota ia lhe dar.

Capitulo Oito

Ash podia sentir isso. Sentiu o lado áspero de Dakota, o lado animal,
saindo para jogar e aquele pedaço de Ash, que também havia se tornado
selvagem desde que o seu companheiro tinha lhe mordido e transformou-o em
um lobo estava respondendo àquele selvagem chamado animalesco.
Para acasalar. Para o cio, foda, tudo o que ele queria. E Ash
precisava. Mesmo que já tivesse tido um orgasmo, seu pau ainda estava duro,
bolas pesadas, e cada polegada da sua pele estava apertada. A única coisa que
ajudou a dor era a maneira que Dakota tocou-o, a maneira como olhou para
Ash com aqueles olhos vermelhos.
Ash não tinha medo. Gostava daqueles olhos. Queria ver mais.
Precisava de mais. Queria ambos, o lobo e o homem. Se não conseguisse,
sentia, sinceramente, que iria implodir.
Dakota pressionou os seus dedos no esperma que tinha derramado
sobre o estômago de Ash. Ash sabia o que Dakota ia fazer com ele e
estremeceu enquanto observava os grandes dedos do homem irem para baixo
entre as pernas e de volta para onde ele não podia ver, mas apenas podia
sentir.
Ash gemeu quando as pontas sem corte desses dedos tocaram o seu
ânus. Dakota sempre foi cuidadoso com esta parte. Ele nunca deixou as suas
garras para fora. Graças a Deus, ou então Ash poderia ter uma opinião
totalmente diferente sobre ter sexo com um lobo.
Não. Tão áspero como Dakota poderia ser, mesmo quando empurrou
dois dedos dentro de Ash ao mesmo tempo, ainda era bom. Dakota foi incrível
observando a maneira como Ash reagiu. Talvez fosse o lado shifter dele que o
fez tão talentoso observando a linguagem corporal de alguém, verificando
como Ash estava reagindo a cada toque.
E foi tudo que Ash jamais poderia ter esperado. Amava este
sentimento. Precisava muito mais dele. Dakota, apesar de ser rápido, apesar
da maneira como ele colocou os dedos dentro do corpo de Ash, ainda estava
sendo muito malditamente suave para o seu gosto.
― Mais. Mais duro. ― Disse Ash, e Deus, podia ouvir o lobo na sua
voz, na maneira como suas palavras saíram rosnadas e desesperadas. Ia
perder a maldita cabeça. Poderia até mesmo mudar no meio do sexo. Isso não
seria uma surpresa desagradável para Dakota?
― Dakota, mais. ― Ash disse novamente, enganchando o tornozelo
em torno da coxa de Dakota, arqueando os seus quadris mais perto,
empurrando a sua bunda para esses dedos para que fossem empurrados mais
fundo.
E Ash gemeu quando sentiu as pontas sem corte desses dedos
tocarem o seu ponto doce.
― Eu preciso. ― Gemeu. Era a única coisa que poderia dizer agora
que estava perdendo o controle. Precisava disso. Precisava sentir o seu
companheiro em cima dele, para saber que Dakota era real e seguro e que
estava aqui com ele. O lado lobo dele precisava tanto quanto a metade
humana.
Dakota rosnou, um ronco baixo. Ele deve ter dito algo, talvez um
aviso, mas Ash estava muito longe. Seu corpo estava muito quente. Não podia
pensar claramente, e precisava que Dakota parasse de falar e começasse a
fode-lo.
A mão de Ash se moveu para o seu pênis. Seus dedos enrolados em
torno do eixo, e acariciou o seu pênis dolorido da raiz às pontas, pressionando
o polegar na parte inferior da cabeça antes de voltar para baixo e segurar a
base. Queria gozar novamente. Sentiu que poderia se uma brisa soprasse por
uma janela aberta para acariciar o seu pênis, mas ele não quis. Já tinha
gozado uma vez. Agora queria arrastar isso um pouco mais longe. Queria fazer
isso se sentir bem durante o tempo que pudesse.
Ash era ganancioso. Queria mais. Mais da queimadura, mais da
sensação de gozar que veio antes de um orgasmo. Na sua opinião, era a
melhor parte.
Os olhos escuros de Dakota encontraram os seus. Ash nem sempre
pode manter esse contato com os olhos, não com a maneira como seus olhos
constantemente pareciam se fechar, mas ainda era bom. Ainda era uma das
melhores coisas de sempre para desfrutar enquanto ele e o seu companheiro
se encaravam.
Era romântico, olharem-se nos olhos enquanto fazia sexo com o seu
marido. Eles devem fazer isso mais vezes.
Dakota tirou os dedos do ânus de Ash, estendeu a mão e passou os
dedos pela mancha de sêmen ainda no seu estômago e peito. Não havia muito
dele e estava começando a secar, mas Ash sabia para que Dakota estava
tentando usá-lo e não estava disposto a deixar Dakota sair para obter algo do
banheiro. Precisava do homem agora. Não mais tarde. Agora mesmo.
Dakota usou o sêmen e cuspiu na sua mão. Isso deveria ter sido
grosseiro, mas não foi. Isso foi o que estar com tesão fez com o cérebro de
Ash.
Ash suspirou, grato e tremendo quando sentiu a cabeça redonda do
pênis de Dakota pressionar contra a sua entrada esticada. Suspirou de prazer,
espalhando as pernas mais amplas antes de Dakota pegar Ash pelos tornozelos
e os colocar sobre seus ombros.
E então Ash foi capaz de relaxar um pouco mais. Tornou-se mais fácil
quando sentiu o impulso Dakota dentro dele.
Queimou e doeu. O que Dakota tinha usado para deixá-lo liso não foi
suficiente, não realmente. Ash vaiou, mas ele poderia suportar.
Ele queria.
Dakota não perguntou se ele queria parar. Não perguntou se era
demais ou insuficiente. Foi assim que Ash soube que era principalmente o lobo
que estava no controle. Só parecia saber. Sempre sabia.
Demorou um pouco mais para o corpo de Ash se ajustar, mas quando
se ajustou, quando o seu corpo se abriu e aceitou Dakota dentro dele, foi
muito mais fácil. Suspirou, sentindo Dakota afundar até o punho,
embainhando-se dentro do seu corpo.
Isto estava certo. Foi perfeito. Era exatamente onde Dakota
pertencia.
Ash estendeu a mão para ele, precisando tocá-lo enquanto Dakota
começou a se mover. Dakota praticamente o dobrou ao meio quando ele
abaixou, beijando-o, sua boca, sua garganta. Os lábios de Dakota eram
suaves, mas o seu rosto e mandíbula estavam ásperos. Ele precisava fazer a
barba, mas Ash gostava dessa sensação espinhosa. Isso o fez gemer enquanto
Dakota se inclinou para o lado, beijando e sugando o seu pescoço.
― Assim, oh, Deus, isso é bom. ― Gemeu. Balbuciou tantas coisas.
Dakota certa vez o chamou de falador quando eles estavam na cama. Não
conseguia calar-se, por isso, tudo o que saiu da sua boca quando ele estava
tendo um orgasmo era basicamente coisas que ele repetiu a partir dos pornôs
que assistiu.
Nem tudo, é claro. Ele não queria parecer um esquisitão ou qualquer
coisa.
Dakota era o único que era um pouco mais do tipo calado. Ele era
bom nisso. Era sexy, não importa o que fez.
O prazer foi tão grande que demorou alguns minutos antes de
perceber que a estrutura da cama estava batendo contra a parede do motel
barato. Realmente esperava que não houvesse vizinhos ouvindo, mas então se
perdeu mais uma vez no prazer e descobriu que não conseguia ficar
preocupado com qualquer um ouvindo.
O calor no seu corpo era intenso, e cada impulso para a frente, cada
vez que a cabeça do pênis de Dakota tocou a sua próstata, aumentou o calor
ao ponto de onde começou a sentir que não aguentava mais.
De alguma forma, continuou a controlá-lo. Continuou a lidar com o
calor que crescia dentro dele e estava constantemente desesperado por mais.
Mas o prazer que inchava logo atrás do seu estômago, o calor do seu
corpo que descia as pernas e fez os seus dedos enrolarem, foi demais para o
seu corpo conter. Dakota disse muitas vezes que Ash era um pouco mais forte
do que o ser humano médio agora, com suas novas habilidades de lobo. Ash
não pensava assim. Caso contrário, teria sido forte o suficiente para conter o
orgasmo intenso que o inundava, que o fez jogar a cabeça para trás e abrir a
boca em um gemido áspero. Viu branco. Realmente viu. O prazer irrompeu
dele. Seu pau jorrou sêmen sobre ele e Dakota, uma vez que o homem ainda
estava debruçado sobre ele tão perto, empurrando duro e áspero contra ele.
Cada batida para dentro do seu corpo, cada vez que Dakota
estendeu-lhe, apenas prolongou o prazer do seu orgasmo. Assim enquanto
sentiu-se saindo desta incrível alta, sentiu o estrondo áspero no peito de
Dakota. A forma como o homem de repente gemeu, seus quadris bombeando
mais rápido até que a sua pele estava batendo uma contra a outra e fazendo
barulhos obscenos no ar.
O seu corpo sensível arrancou mais prazer a partir disto, bem como
algum desconforto. Estava sensível depois do seu recente orgasmo, o que
significava que as suas novas habilidades de lobo não o permitiriam ter outro.
Estava acabado para a noite, ao que parecia, mas queria que Dakota gozasse
dentro dele e o marcasse com o seu cheiro. Isso era como Dakota disse que
funcionava, de modo que era como Ash queria.
Ash deslizou suas mãos para cima e para baixo no comprimento
perfeito do peito de Dakota. Beliscou os mamilos marrons escuros, ouvi-o
gemer e teve prazer no fato de que era ele quem fazia Dakota sentir-se tão
bem.
Ash sentiu o modo como Dakota paralisou, a forma como o seu pau
pulsava e jorrou dentro dele quando finalmente chegou ao seu prazer. Ash
gemeu, beijando Dakota enquanto o homem ordenhava-se dentro do seu
corpo.
E Ash estava satisfeito com isso. Sentiu o calor florescendo dentro
dele. Foi bom. Dakota estava bem e eles estavam bem. Pelo menos, era o que
ele pensou.
Quando Dakota soltou uma baforada de ar, como se estivesse
segurando por horas e rolou de cima dele, percebeu que algo estava errado.
― Foda-me. ― Dakota disse, soando genuinamente irritado
enquanto sacudiu a cabeça. ― Não utilizei um preservativo de novo.
― O quê? Oh. ― Disse Ash, entendimento clareando.
Como um lobo alfa Luna, ele poderia obter o seu companheiro
grávido, homem ou mulher. Ash não estava inteiramente certo se ser um lobo
ômega Luna era uma exigência, mas isso não importava. Dakota estava
determinado a nunca colocar um bebê dentro do seu corpo.
Ainda assim, o lado dele que era leal a absolutamente tudo que
Dakota fez o levou a vir em defesa do homem, mesmo que isso significasse
defendê-lo de si mesmo.
― Eu tenho certeza que vai dar tudo certo. Foi só dessa vez, certo?
Dakota olhou para ele, e mesmo que Ash soubesse que aquele olhar
escuro não era para ele, ele ainda parecia distante dele.
Dakota amaldiçoou e se sentou.
― Eu sinto muito. Não estou bravo com você. Cristo. Eu nunca
poderia ficar com raiva de você. Você deve estar com raiva de mim e eu estou
todo irritado.
― Por quê? ― Perguntou Ash. ― Quero dizer, talvez uma pílula do
dia seguinte vá funcionar em mim, se você está realmente preocupado com
isso.
Dakota sacudiu a cabeça.
― Não é assim que funciona. Você não tem ovários ou útero ainda, e
não até... Eu nem sei quando isso acontece, mas na maioria das vezes, não há
nada dentro de você para que a pílula do dia seguinte funcione. Eu nem sequer
sei como a coisa toda da gravidez masculina funciona, quando tudo em você
irá se formar. O fato de que eu posso te foder na bunda e você poderia
engravidar em tudo é fodido.
Ash estremeceu com a forma crua que Dakota havia acabado de
descrever a sua vida amorosa. Olhou para a parede, observou o amassado no
gesso, onde a estrutura da cama tinha o esmagado e depois desviou o olhar.
Certo, não fizeram amor. Isso tinha sido uma reivindicação e agora
Dakota estava chateado.
Dakota pegou Ash pelo queixo com a mão grande, forçando o seu
companheiro de olhá-lo nos olhos.
― Eu prometo que não estou bravo com você. Eu estou com raiva de
mim mesmo.
Ash sacudiu a cabeça.
― Você não fez nada de errado.
Os lábios de Dakota se estreitaram e ele realmente parecia com um
homem que estava zangado com o mundo ao seu redor.
― Eu fiz, no entanto. Eu não... eu não o protegi.
Ash piscou.
― O que?
Dakota olhou para ele, aquele olhar irritado ainda no seu rosto antes
de se virar.
― Eu queria dar-lhe algo normal e seguro. Isso foi tão estúpido da
minha parte. Caçadores já estão na área, e agora sabem onde vivemos. Seu
idiota ex-namorado deve parecer uma moleza comparado a isto.
As sobrancelhas de Ash subiram, provavelmente, desaparecendo no
seu couro cabeludo. Nunca tinha ouvido Dakota dizer nada estúpido antes,
mas agora que ele ouviu isso, ele realmente ganhou o prêmio.
― Você seriamente acha que seria mais seguro com um homem que
atirou em mim por deixá-lo?
Dakota esfregou o rosto com a mão.
― Não, não é isso que eu quis dizer.
― E como ele tentou me estuprar antes que conseguisse tirá-lo de
cima de mim e fugir. Você acha que é mais seguro?
Dakota olhou para ele, seus olhos brilhando com uma raiva que
nunca tinha visto antes. Estava quase com medo de ter aquele olhar dirigido a
ele, mas sabia que não era para ele. Era para Harris.
Ash assentiu.
― Certo. Eu não exatamente entrei em detalhes sobre isso ainda,
entrei? Mas você sabia disso. Inferno, é por isso que você veio me salvar. Você
disse que me viu empurrando-o e correndo dele. Você tinha que ver o que ele
estava fazendo antes disso, então corte fora esta treta de auto piedade sobre
eu de alguma forma não estar seguro com você ou melhor na minha vida
antiga. Minha antiga vida era uma merda. Eu, basicamente, afastei todos os
meus amigos ao ponto de onde eles achavam que eu era um idiota total.
Estava correndo de um cara que quebrou o meu rosto em uma parede de
tijolos, e que atirou em mim quando me encontrou e isto foi apenas depois de
ter vivido no meu carro por vários dias.
O calor nos olhos de Dakota suavizou, mas precisava ter certeza de
que estava fazendo o seu ponto. Não queria que Dakota alguma vez sentisse
que não era bom o suficiente.
Ash pôs as mãos nas bochechas de Dakota e manteve-as lá. O rosto
do homem estava quente e era bom ser capaz de tocá-lo assim. Sempre se
sentiu bem ao tocá-lo, mas isso era um pouco diferente, de alguma forma.
Talvez seja por causa da conversa íntima.
― Você é um alfa. Não é uma coisa boa que você esteja agindo como
um idiota gigante agora. ― Disse e estava satisfeito quando Dakota bufou uma
meia risada com o insulto. ― Eu te amo. Vou ficar com você. Estou com medo?
Isso aí. Eu não quero que alguém venha atrás de mim e me queime como
fizeram com esses pobres caras nesse celeiro. Isso é fodidamente terrível.
― Eu nunca deixaria que isso acontecesse com você. ― Dakota
disse, sua voz gutural, os olhos brilhando, e Ash podia ver que era tanto uma
promessa do lado humano de Dakota como a partir do alfa que se escondia
dentro dele. Aquele lobo Luna perigoso, que veio correndo quando Ash foi
baleado nas costas por Harris, estava bem ali, logo abaixo da superfície, e Ash
podia ver que queria protegê-lo tanto agora como naquela época.
Ash foi consolado por isto e encorajado a continuar falando.
― Eu não me casei com você por causa do acasalamento. Eu me
casei com você porque eu te amo. ― Disse, brincando com o anel no seu dedo.
Os olhos de Dakota foram para baixo para o anel e, em seguida,
voltaram-se para o rosto de Ash.
― Vou dar-lhe melhor do que isso. ― Prometeu. ― Rápido suficiente,
quando estes caçadores forem embora, e eu vou ser capaz de dar-lhe a vida
que você merece.
Ash sacudiu a cabeça.
― Essa não é a questão. Sei que você é o alfa nesta relação, mas
não sou uma criança. Você não pode cuidar cem por cento de tudo. Preciso
cuidar de você um pouco, também. Mesmo que seja apenas para dizer o quão
idiota você é por pensar que pode me proteger de cada pequena coisa no
mundo.
― Caçadores não são pouca coisa. ― Disse Dakota.
Ash empurrou-se mais próximo do homem, até que estava
praticamente sentado no seu colo.
― Você está certo, mas confio em você. Confio em você, confio na
polícia e acho que tudo vai ficar melhor. Você me ensina a ter controle, como
ser cuidadoso, e talvez agora você deva me ajudar com um pouco de
autodefesa – que seria útil – mas sei que você tenta. Você vai me manter a
salvo.
Dakota olhou para Ash. Não havia nenhum indício de felicidade ou
aceitação nos seus olhos. Ele olhou para Ash como se Ash fosse o único que
não entendeu. Talvez ele não entendesse. Talvez fosse incrivelmente estúpido
em colocar tanta fé em um homem que sabia que nem todas as promessas
poderiam ser mantidas. Dakota sabia o que era perder um companheiro e
sabia que isso acontecer novamente era uma possibilidade.
Ash estava pondo pressão sobre o seu companheiro, mesmo quando
estava tentando tirá-la dos ombros de Dakota?
Dakota não discutiu com ele. Apenas estendeu a mão para Ash,
enrolando um braço em volta dos ombros, trazendo perto e pressionando um
beijo suave na sua testa.
Foi a forma que o seu peito retumbou e quão profundo a sua voz
tornou-se quando falou que fez Ash perceber que tinha conseguido por uma
coisa na cabeça de Dakota.
Que, apesar do perigo, ele não iria sair.
― Se alguém tentar te machucar, vou matá-los.
Ash tremeu, mas não estava com medo e não culpava Dakota por
fazer a ameaça, qualquer uma. Enrolou os braços em volta de Dakota,
abraçando o homem com firmeza.
― Eu sei.
Capitulo Nove

Dakota odiava deixar o seu companheiro sozinho no motel, mas era


realmente o único lugar que podia confiar que o seu companheiro estaria
seguro agora. Era em um espaço relativamente público, perto do seu trabalho
no caso de precisar fugir para outro local. A parada de caminhões era apenas
pouco metros para baixo da rodovia, à vista do motel. A parada de caminhões
era aonde os caminhoneiros iam para comer, para abastecer, e talvez um
chuveiro, mas o motel era onde eles paravam quando era absolutamente
necessária uma cama para dormir durante a noite.
Apesar da proximidade com a parada de caminhões, Dakota fez Ash
prometer-lhe que ele não iria sair ou ir ao trabalho sem Dakota andando ali.
Ash, que Deus o abençoe, concordou sem um argumento ou um rolar dos seus
olhos ou uma palestra sobre como ele era independente e podia cuidar de si
mesmo. Ele sabia que a situação era grave, e enquanto Dakota tratava como
tal, parecia que Ash também.
Depois Dakota beijou seu companheiro deu adeus para o dia, Dakota
decidiu que era hora de encontrar-se com Calvin. Eles agora tinham números
de telefone um do outro. Os caçadores na área significavam que não era mais
uma chance para Dakota ignorar o outro homem. Calvin tinha sido deixado
sozinho para tentar salvar os ômegas porque Dakota não tinha tomando-os.
Calvin estava certo por culpar Dakota por isso, e Dakota não quis arriscar a
mesma coisa acontecendo com o seu próprio companheiro, porque ele era
muito teimoso para pedir ajuda.
Ele teve sorte como o inferno que Calvin estava disposto a trabalhar
com ele em tudo sobre isso. Dakota tinha de agradecer a Ash por isso.
Eles mudaram para as formas de lobo, deixando suas roupas em um
local escondido do lado de fora do motel, onde eles seriam capazes de pegá-
las novamente e se vestir antes de retornar às suas vidas humanas diárias.
A primeira coisa que Dakota precisava fazer era voltar para a sua
casa. Ele queria checar sobre o que os seres humanos estavam fazendo. O fato
de que Calvin não queria ir para lá era estranho. Na verdade, Calvin tinha
discutido com Dakota sobre isso antes deles mudarem.
— Nós já temos o seu perfume. Podemos começar a segui-los agora.
Dakota notou o modo que Calvin falou com ele. Não havia mais
aquele tom de pedir permissão na sua voz. Ele estava tentando estabelecer um
comando, como qualquer alfa faria.
Dakota teve de lembrar a si mesmo para ser paciente, mesmo
quando ele cerrou os dentes e forçou o seu próprio alfa interior a não reagir ao
show de dominância e agressão.
Dakota ainda era o encarregado aqui. Não importa se Calvin era
agora um alfa. Eles estariam seguindo o exemplo de Dakota, uma vez que era
seu companheiro, que estava em perigo se eles falhassem.
— Vamos voltar para a casa. Podemos não ter cada cheiro, e os
seres humanos pode deixar escapar alguma coisa se eles acreditam que
estavam sozinhos.
Calvin resmungou e cerrou os punhos, mas mesmo com raiva e
irritado como ele estava, aparentemente, até ele podia ver a lógica no que
Dakota disse a ele.
E eles foram.
O lugar não estava tão ocupado quanto antes. Não havia muitos
seres humanos por perto, mas seus aromas estavam por toda parte. Não havia
fita amarela sobre a porta da sua casa, como se toda a casa fosse uma cena
de crime, e eles estavam explorando tudo dentro, não apenas os buracos de
bala na porta.
Dakota e Calvin notaram que as pegadas já não eram tão
proeminentes, mas ainda havia marcas amarelas na grama e na sujeira.
Dakota poderia mesmo sentir o cheiro de argila em alguns pontos.
Os humanos estavam tomando as pegadas dos seres humanos que
foram atacados. Eles também estavam tomando as da pata, suscetíveis de
confirmar que realmente tinham sido lobos que haviam atacado e não apenas
cães que tinham ficado selvagem.
Dakota podia ouvir as vozes dos detetives dentro da sua casa, e uma
vez que não havia ninguém por perto, ele teve tempo para inspecionar uma
das pegadas na terra.
Ele tinha que dar para os seres humanos. Esta foi uma maneira
interessante para reunir provas e Dakota olhou para a pegada, o que era muito
mais fácil fazer fora desde pedaços de barro que havia sido deixado para trás
no chão.
Esse cara tinha excessivamente grandes pés. Isso era bom saber.
Calvin rosnou para ele. Dakota abaixou de volta para os arbustos,
quando os detetives voltaram para o exterior.
Essa mesma criança com a câmera, o único que tinha estado tirando
fotos da cadeira em que Calvin foi queimado, saiu com eles.
— Tem certeza que viu um lobo? Não é um cachorro?
— Eu acho que sim, ― disse o garoto. — Eu não vejo exatamente
lobos todos os dias, mas eu olhei para cima. Não era um pastor.
Dakota deu outra cheirada do ar a essas palavras, e foda-se, sob
todos os cheiros de suor humano, água de colônia, cigarro e detergente para a
roupa, ele podia sentir o cheiro cães.
A polícia tinha trazido cães rastreadores. Eles devem ter terminado o
que estavam fazendo, porque com certeza não havia cães aqui agora. Os cães
não teriam sido capazes de manter a trilha se as suas vidas dependessem
disso.
Ele olhou para Calvin. O shifter não estava se movendo. Ele estava
olhando para os dois homens.
Mas seus olhos estavam brilhando.
Dakota olhou entre o seu amigo e os seres humanos, e, em seguida,
ele fez isso novamente até que ele percebeu exatamente o que Calvin estava
olhando.
O garoto. Bem, não é uma criança, um jovem com uma câmera em
torno do seu pescoço. Calvin estava olhando para a cara como se ele fosse
uma refeição.
Dakota ficou tenso, pressionando o seu ombro em Calvin, de repente
aterrorizado que o outro shifter estava indo atacar.
Ele teve que parar quando Calvin olhou para ele e rosnou. Não era
uma espécie desafiadora de rosnado, mas definitivamente o tipo que advertiu
Dakota a recuar.
Dakota fez isso, não porque ele estava preocupado que ele não
ganharia uma luta com este lobo, mas porque agora não era o momento.
Calvin não saltou para o ataque, felizmente, e ambos foram capazes
de se sentar e ouvir a conversa entre os seres humanos. Eventualmente, o
garoto saiu. Os olhos de Calvin o seguiram, e Dakota não conseguiu entender
o problema de Calvin.
Nada de importante tinha sido descoberto enquanto o detetive fez
suas perguntas ao fotógrafo. Isso fazia sentido. Ele não iria compartilhar
informações importantes sobre casos com o garoto, ele ia? Não foi até os
detetives começarem a falar uns com os outros que Dakota foi capaz de
relaxar um pouco.
Ele não descobriu muito, a não ser que os detetives não achavam que
Dakota e Ash tinha algo a ver com os assassinatos. Parecia que eles estavam
agora a caça de algumas pessoas que podiam estar criando cães para ajudar a
caçar e matar os viajantes desabrigados.
Não era bem verdade. Os caçadores estavam atrás de shifters que
estavam sem bando, vagando, procurando. Matilhas de lobisomem Luna eram
raras, por isso era difícil para qualquer lobisomem Luna até mesmo encontrar
outro shifter, e muito menos um grupo deles.
Mas tinha acontecido. Mesmo Dakota tinha ouvido os rumores de
uma matilha que consistia principalmente de alfas. Algo como isso era incrível.
A polícia estava fazendo o seu trabalho. Essa era a coisa importante.
O fato de que os caçadores provavelmente não tinham cães de caça com eles
podia colocar os policiais fora, a menos que eles finalmente chegassem à
conclusão de que o corpo morto do lado de fora da casa de Dakota realmente
fosse um ataque anormal de lobos.
Dakota e Calvin podiam ter que continuar perpetuando isso, se eles
estavam indo obter esses detetives e os caçadores, fora do seu caminho.
A única coisa de merda era que não havia mais nada a saber. Dakota
realmente esperava que ele fosse ouvir os detetives falar um pouco mais
abertamente sobre o caso em que estavam trabalhando. Enquanto foi um
alívio ouvir que já não iriam estar olhando tão a sério para Ash e Dakota, e
que eles podiam até voltar para a sua casa no próximo par de dias, Dakota
ainda se sentia como se ele estivesse saindo com nada.
Ele não mudou de volta a sua forma humana e enfrentou Calvin até
que estivesse bem longe da casa e suficientemente profundo na floresta que
ninguém iria vê-los andando nus.
— Que raio foi aquilo?
Calvin se moveu, e ainda era um choque vê-lo voltar a ser um
homem com essas cicatrizes no seu rosto. Ou carranca.
— O que foi o quê?
— Você estava olhando para aquele garoto como se você quisesse
rasgar a cabeça dele fora. O que você tem?
— Nada há de errado comigo, ― Calvin retrucou. Ele tentou passar,
para fingir que eles não estavam dispostos a ter esta conversa, mas Dakota
estendeu a mão e agarrou o seu braço.
Calvin vaiou e se afastou. Ele girou e olhou para Dakota com mais
ódio do que Dakota já tinha visto em qualquer homem em toda a sua vida.
E Dakota percebeu que tinha ferido o homem, agarrando-o. Dakota
brevemente olhou para o local, observando como ele agarrou uma área da pele
cicatrizada de Calvin.
Calvin ainda estava com dor? Dakota pensou que a sua cura rápida
teria deixado a sua maioria livre de dor, apesar de quão recente as
queimaduras eram, mas agora ele estava olhando para Calvin com uma
expressão que ele sabia de um fato que nenhum alfa gostaria de ver.
Pena.
— Cristo, Calvin, talvez devêssemos fazer algo sobre isso.
— Não há nada que possa ser feito sobre isso, seu idiota, ― Calvin
retrucou. — Eu vou ficar assim para o resto da minha vida, e Danny, Al e Pat
estão mortos e nunca vão voltar!
E estava claro que Calvin ainda o culpava por isso. Na mente de
Calvin, se Dakota tivesse acabado sendo o chefe e abrigado os ômegas, fosse
o alfa e protetor que tinham necessitado, eles estariam vivos.
— Você está certo.
A expressão de ódio no rosto de Calvin derreteu.
Ele não esperava que Dakota assumisse a responsabilidade. Ele
provavelmente não esperava que Dakota entendesse o que ele tinha dito.
— Você está certo. Eles estão mortos, porque eu não quero ser o alfa
de ninguém. Agora você é um alfa quando você só queria ser um beta, e as
suas cicatrizes são minha culpa. Desculpe-me, eu continuei o empurrando para
longe.
O brilho voltou, e Calvin balançou a cabeça.
— Eu não preciso da sua pena. Não diga essa merda só porque você
não pode lidar como eu pareço.
— Eu ainda posso ver como você se parecia, ― disse Dakota. — Esse
garoto vai, também.
Os olhos de Calvin ficaram arregalados.
Certo. Dakota tinha figurado para fora, e agora que todas as cartas
estavam fora no aberto, Calvin claramente não sabia o que fazer.
— Esse garoto não significa nada para mim, ― disse Calvin.
Dakota não ia lutar com ele sobre isso. Ele tinha visto a forma como
Calvin tinha olhado para ele, e se essa era a história que Calvin queria, Dakota
podia deixá-lo. Ele não teria um pouco de coração para coração alfa com o
homem, se ele não quisesse.
Por um lado, não era da conta de Dakota o que Calvin decidiu fazer
com a sua vida privada, se ele decidisse ir para a pessoa que sentiu o puxar
para o acasalamento ou não.
Isso era tudo inteiramente responsabilidade dele se ele queria lutar
contra esse instinto, mas Dakota esperava que Calvin não lutasse contra isso,
porque ele tinha vergonha de como ele se parecia. Nem todo o rosto ou corpo
tinha sido consumido pelo fogo. Havia ainda uma sugestão da pessoa que ele
foi antes da cicatriz.
Mesmo se não houvesse, Dakota estava bastante certo de que
qualquer companheiro de um shifter seria capaz de olhar o passado dele. Não
era essa parte do ponto de encontrar um parceiro? Eles eram capazes de olhar
para além de todas as falhas e aspectos feios um do outro?
— Você deve voltar para o seu companheiro. Pare de se preocupar
sobre mim, porque eu não tenho um, ― disse Calvin.
— Tudo bem, tudo bem. Você vai vir comigo?
— Ir com você?
— Para o jantar. Ash ainda está lá no seu turno, eu preciso de um
pouco de comida, e se pudermos ter um lugar quieto em um canto, podemos
bolar o nosso próximo plano de ataque.
— É matar esses filhos da puta?
Dakota assentiu.
— Claro.
Os olhos de Calvin se iluminaram.
— Então vamos. Você está pagando.

Ash ficou mais do que um pouco aliviado quando viu o seu


companheiro entrando pelas portas da frente do restaurante. A corrida para o
almoço estava acabando, então havia apenas alguns clientes à esquerda no
lugar. Os outros caminhoneiros que transportavam a sua carga para as cidades
que eram visitantes estavam a esquerda ou estavam ao redor um pouco mais
de tempo para que eles pudessem obter outro café antes de sair. Ash tinha
enchido tantas garrafas térmicas com café naquela manhã que ele imaginou
que ia cheirar permanentemente ao material sobre ele para o resto da sua
vida.
Ele não tinha percebido o quão cansado ele estava até Dakota entrar.
Ele queria ir até ele, beijá-lo, mas Ash não era muito de afeto
público, especialmente em uma parada de caminhões cercado por estranhos.
Dakota não parecia se importar com a falta de um beijo como uma
saudação. Ele colocou a mão no braço de Ash, e isso foi o suficiente para Ash
sentir calor por todo o corpo.
— Nós achamos que poderíamos entrar para comer. Você tem uma
pausa chegando?
— Muito em breve, ― disse Ash, querendo perguntar a Dakota cada
pequena coisa que podia sobre o seu dia, o que ele tinha descoberto, tudo.
Claro, ele não podia. Não aqui.
Mas ele imaginou que Dakota gostaria de ter uma conversa sobre isso
em breve, assim ele levou Dakota e Calvin a uma cabine perto dos fundos.
Ash observou a forma como algumas pessoas olharam para cima e
olharam. Não para ele e Dakota. Eles não estavam fazendo nada tão simples
como dar as mãos.
Eles estavam olhando para as cicatrizes no rosto de Calvin. Alguns
não pareceram notar, absortos nas suas omeletes e panquecas, mas alguns
outros encaravam abertamente.
Ash desejou que não fizesse isso, mas ele não era corajoso o
suficiente para pedir-lhes para parar. Isso parecia que iria chamar mais
atenção para Calvin do que qualquer coisa.
Ash tratou o seu companheiro e amigo como se fossem quaisquer
outros clientes. Ele sorriu para eles, ofereceu-lhes café, anotando os seus
pedidos, e depois atendeu os outros clientes antes que ele fosse capaz de
voltar para a sua cabine com as suas refeições.
Dakota pediu tanta comida que Carter, o proprietário e cozinheiro no
restaurante local, quase não foram capazes de atender. O homem perguntou
se o pedido era uma brincadeira ou não, e Ash teve que assegurar-lhe que era
real e não uma manobra para o desperdício de alimentos - panquecas, ovos,
bacon, tigelas de frutas, café e suco de laranja, salsichas, e quatro pratos de
batatas fritas.
Às vezes Ash se esqueceu de que Dakota poderia realmente comer
muito quando ele estava com fome.
— Você está autorizado a sentar-se comigo? ― Perguntou Dakota.
Ash verificou com Carter, e quando ele balançou a cabeça, Ash tirou o
avental e sentou.
Dakota colocou metade das suas batatas fritas e algumas das suas
salsichas, frutas e bacon em um prato antes de desliza-lo para Ash.
Percebendo que o homem estava compartilhando, Ash pegou um
garfo de reposição e guardanapo de uma cabine limpa e começou a comer.
— O que aconteceu? ― Perguntou Ash, agarrando um pedaço de
torrada de Dakota. — Será que você os encontrou?
Ele não quis sequer mencionar o nome de Harris.
Calvin olhou para a sua comida e encolheu os ombros. Ele tinha os
braços em cima da mesa, debruçado como se ele estivesse na prisão ou algo
assim. Talvez fosse uma coisa alfa. Talvez Calvin fosse apenas diferente depois
de ter sido torturado.
— A boa notícia é que ninguém está olhando para você ou Dakota
como suspeitos, ― ele disse com a boca cheia de ovos e torradas.
Calvin tinha pedido também um enorme café da manhã, e ele
agarrou o recipiente de xarope de bordo, derramando tudo sobre as suas
panquecas e ovos.
Ash olhou para Dakota, que sorriu de volta para ele.
— Sério?
Dakota assentiu.
— Poderíamos ser capazes de ir para casa em um par de dias, mas
eu acho que é melhor ficar no motel até que tudo esteja resolvido.
Resolvido, o que significa que os caçadores tinham desaparecido. Ash
aceitou que havia algumas verdades duras envolvidas com viver com um alfa -
com ser um shifter em geral - mas ele ainda tinha um tempo difícil de chegar a
um acordo com o fato de que o seu companheiro teria que matar algumas
pessoas.
Ele não iria culpá-lo por isso, porém. Ash nunca iria culpar Dakota
para fazer o que tinha que ser feito.
— Será que está tudo bem? ― Perguntou Dakota.
Ash assentiu.
— Tudo o que você precisar para nos manter seguros.
Ash não estava bravo, e ele queria fazer tudo o que fosse necessário
para fazer o trabalho de Dakota mais fácil. Ele não queria ser o tipo de homem
que traz a sua preocupação para o companheiro sobre o que ele poderia estar
fazendo em determinado momento.
Este não era um jogo. Este não era um daqueles livros que Ash
gostava de ler, e ele não era o personagem principal. Ele não estava disposto a
arriscar a sua vida apenas para fazer um pouco de investigação, porque ele
pensou que poderia encontrar algo que Dakota tinha deixado de ver. Ele não
iria encontrar nada, e ele só iria colocar-se em um monte de perigo. Ele se
recusou a fazer isso com o seu amante.
Ash sentiu-se melhor que as coisas estavam sendo feitas. Ele
honestamente se sentia mais seguro sabendo que o seu incrível companheiro
alfa estava olhando para o problema dos caçadores, e que não eram
profissionais ao redor, detetives e policiais regulares, que estavam olhando
para isso, também. Inferno, talvez Harris e aqueles outros caçadores fossem
apenas se foder agora que havia demasiada atenção sobre eles nesta área.
Calvin ainda matou um deles. Isso tinha que ser o suficiente para fazê-lo se
afastar também, certo?
Ash cavava a sua refeição, aproveitando a oportunidade para comer
com Dakota como se eles fossem um casal normal. Sob a cabine, onde
nenhum dos outros clientes seria capaz de vê-lo, ele colocou a mão no joelho
de Dakota.
Dakota respondeu, colocando a mão debaixo da mesa, também. Seus
dedos entrelaçados juntos, e Ash sorriu quando ele usou a mão livre para
comer os seus ovos. Dakota mesmo deu-lhe algumas das suas panquecas
quando ninguém estava olhando.
Ash não esperava que Calvin largasse o garfo. Foi o alto barulho do
utensílio no chão que puxou Ash de volta a realidade.
Alguém entrou na parada de caminhões - um par de pessoas. Harris
não estava entre eles, mas os grunhidos baixos sob a respiração de Dakota e
Calvin parecia indicar que havia definitivamente um problema com as pessoas
que se sentaram no bar.
Eles estavam usando equipamentos de caça, material caro, com
exceção de um, um jovem que tinha uma daquelas câmeras com aparência
profissional ao redor do seu pescoço.

Capitulo Dez

Ash soube, naquele instante, que estes eram alguns dos homens que
Dakota e Calvin estavam caçando. Podia afirmar por causa das suas reações
aos homens, mesmo que não estivessem fazendo nada, só sentados no bar,
falando com um rapaz com uma câmara. Ash reconheceu-o. Era um dos jovens
que tinham tirando fotografias da cena do crime.
Os homens próximos a ele pareciam estar numa conversa sobre algo
importante. Só pararam quando Carter andou até eles para anotar o seu
pedido para o café.
Inferno, não era como se algum dos homens tivesse alguma arma
com eles. Nenhuma que Ash podia ver, de qualquer forma, mas eles poderiam
ter licenças para escondê-las.
Quando um dos homens em uniformes camuflados colocou o braço
em torno do ombro do rapaz, Calvin rosnou. Ninguém mais parecia ouvi-lo,
embora fosse aparentemente alto o suficiente para Dakota chutar a perna do
homem sob a mesa.
Calvin olhou para ele, e Dakota retribui o olhar.
Alguns caminhões pararam, e mais alguns clientes entraram, alguns
homens, algumas mulheres e alguns com o mesmo equipamento de caça.
Ash sabia o que ia acontecer antes mesmo de Carter levantar a mão
e chamar Ash. A sua pausa não tinha acabado, mas eram muitas pessoas para
Carter atender sozinho.
— Onde está indo? — Perguntou Dakota sob a sua respiração,
segurando-o pelo pulso.
— Eu tenho que voltar ao trabalho — sussurrou de volta.
— Ash! Pode atender aquela mesa ali? — Carter perguntou. Com
tantos clientes, tinha que voltar para a cozinha, então Ash teria que anotar os
pedidos e trazer às pessoas o seu café.
— Não sirva os caçadores, — Dakota avisou, deixando-o ir.
Se Dakota tivesse mantido Ash na mesa, pareceria estranho. Ash não
achava que tinha uma escolha, exceto servi-los. Inferno, algumas das pessoas
que não usavam o equipamento de caça ainda podiam ser caçadores. Ash não
podia afirmar nada ainda.
Havia alguns que ele imaginava serem inteiramente seguros. Os que
cheiravam a cigarros e a aqueles pequenos pacotes de Febreze para
caminhões. Eles pareciam seguros o suficiente. Ash atendeu-os primeiro,
dizendo a todos os outros que ele estaria lá num minuto.
Surpreendentemente, apesar de Ash pensar que estaria tremendo
nos seus calções, sabendo que assassinos estavam apenas a alguns metros
dele, estava fazendo muito bem. Ele pensava assim, de qualquer modo. Estava
bastante ocupado com a corrida antes do jantar para ser capaz de fazer mais
alguma coisa do que se concentrar em pegar pedidos, entregar os pedidos, e
recarregar café.
Isso era provavelmente o que o fazia parecer bastante normal,
discreto, para os caçadores quando ele não podia mais evitá-los.
E eles estavam chateados.
— Tomou-lhe bastante tempo para chegar até nós — disse um rude
homem mais velho.
— Desculpe, muita gente veio ao mesmo tempo —, disse Ash,
sabendo que estava sendo vigiado por Dakota. Podia sentir os olhos do homem
queimando na parte traseira do seu crânio, e ele realmente esperava que o
alfa não estivesse prestes a entrar aqui e fazer algo que se arrependesse.
— Viemos antes das outras mesas.
— Peço desculpa por isso, — Ash disse rapidamente, movendo-se
antes do cara poder começar uma briga. — O que posso fazer por você?
Sabendo que finalmente teve a sua atenção e podia pedir a sua
comida, eles esqueceram sobre o suposto insulto e fizeram os seus pedidos,
deram recomendações, anunciando alergias aos lácteos, esse tipo de coisa.
Era tudo tão normal que Ash pensou por um momento que Dakota e
Calvino estavam errados. Estes caras não poderiam fazer parte do grupo que
tinha ferido Calvin e que tinha tentado atacar Ash e Dakota na sua casa.
Trouxe os pedidos até Calvin e depois fazer outro pote de café.
— Então, disse que viu alguns lobos nas suas fotos?
Ash parou, em seguida, acalmou-se e derramou o café em pó na
máquina, ligando-a e fazendo o resto dos seus cafés.
Talvez fosse uma coisa boa que tinha guardado estes caras para o
fim. Se pudesse fazer um pouco de espionagem, só podia ser uma coisa boa
para Dakota e Calvin, certo?
Ash realmente esperava que ele não fosse se arrepender. Deixou a
área do bar, sempre que necessário, a fim de atender os pedidos de todos,
levar garfos, mais suco, café, esse tipo de coisa, mas sempre que havia a
chance de voltar para o bar, ele voltava.
Não era como se não tivesse muitas desculpas, de qualquer maneira.
O frigorífico e cafeteira estavam lá, então esperava que não parecesse suspeito
para qualquer um dos caçadores.
O fotógrafo parecia nervoso, como se não quisesse estar lá.
— Eu não sei. Ninguém mais deveria ver essas fotos — disse ele.
Ash não sabia as regras para fotógrafos que tiravam fotos de cenas
de crimes, mas fazia sentido esse cara não gostar de mostrá-las a uma pessoa
aleatória.
— Nós não estamos procurando problema. Nós só queremos ver os
lobos. Eles são assassinos de homens. Viu um na casa, certo?
— Sim? —, Disse o rapaz, ainda parecendo duvidoso.
Estes caras não pareceram saber que o garçon era o único que
estava morando na casa que tinham tentado atacar. Ou talvez Harris não
tivesse sido descritivo o suficiente. De qualquer maneira, Ash estava de
repente insano com medo de que talvez Harris tivesse tirado o seu telefone
para mostrar a estes caras uma imagem de Ash, e que eles estavam
simplesmente demasiado focados no fotógrafo, e nos seus alimentos, para
perceber que um dos caras que queriam estava bem na frente deles.
Certo. Ele não era tão bom nessa coisa de espionagem, e ele se viu
olhando para baixo um monte quando passou pelos caçadores, entregando-
lhes os seus pratos enquanto Carter colocava-os na janela e batia na
campainha.
— Posso ter um pouco de sal e pimenta aqui? — Um dos caçadores
estalou.
— Claro.
Ash entregou-lhes o que pediram, em seguida, pegou um pano, virou
as costas para eles, e começou a limpar as manchas de café. Ele esfregou o
balcão como se não fosse limpo em anos. Todo o tempo, ouviu da melhor
forma que pôde o que os homens atrás dele estavam dizendo.
— Nós só queremos saber sobre os lobos. Nós sabemos que deve ter
visto algo por causa de todas as fotos que tirou.
— Eu não deveria ter dito nada para você em tudo — disse ele,
soando pequeno e impotente. Ash sentiu pena dele.
Parecia quase como se estes homens aqui o tinham visto tirando
fotos em algum lugar ou o pegou olhando através da sua câmara e juntou as
peças. Ash pensou quantas perguntas tinham feito, quantos deles tinham
cercado o rapaz, antes que ele soltasse algo por acidente.
— Olha, rapaz, mais pessoas vão se machucar. Nós apenas
precisamos ver as fotos que tirou. Descobrir se eles são realmente cães ou
lobos.
— Eu não lhe vou mostrar o que está na câmara. São lobos. Tenho
certeza disso.
— Mas onde é que você os viu?
— Eu não estou dizendo a qualquer um. Quero manter o meu
trabalho.
Pelo menos parecia determinado quando disse isso. Ash poderia estar
feliz com isso, mas também soou como se os caçadores estivessem começando
a perder a paciência. Ash não queria que o rapaz se machucasse, porque estes
caras eram perigosos, mas não havia nada que pudesse fazer por ele,
também.
Com um nítido ruído de uma das mesas raspando pelo chão, Ash
olhou a tempo de ver Dakota se levantar. Calvin já estava de pé, olhando para
baixo na mesa, enquanto Dakota zombava dele. Dakota jogou dinheiro
suficiente na mesa para cobrir o seu almoço, agarrou Calvin pelo braço e
puxou-o para fora do restaurante.
Ash os assistiu ir. Dakota não fez mais do que olhar para ele. Porque
não queria chamar a atenção para ele? Talvez, porque parecia que os
caçadores estavam vigiando Dakota e Calvin.
Principalmente Calvin. Eles aparentemente não o tinham visto quando
entraram, mas agora que estava no seu caminho para fora, suas cicatrizes
tornaram-se muito mais perceptíveis.
Certo. Estes homens tinham sido os únicos a dar-lhe as cicatrizes.
Teriam sido os únicos a matar os seus amigos e queimá-lo.
Um dos caçadores bateu no fotógrafo na parte de trás.
— Nós estaremos de volta —, disse ele, e todo homem vestindo um
uniforme de caça, de repente colocou algumas notas no balcão e rapidamente
saíram da lanchonete.
Ash recolheu o dinheiro, mas manteve os olhos no fotógrafo.
— Ei, você está bem? —, Ele perguntou.
O rapaz balançou a cabeça.
— Porra, eu não sei. Estes caras são estranhos.
Assim como Ash tinha pensado. Ele não tinha estado nessa situação
por opção.
— Quer que eu chame um táxi?
O cara olhou para cima, e franziu a testa para Ash. Ou ele o
reconheceu ou só pensava que Ash era familiar. Será que um fotógrafo via
tantas pessoas que teria problemas para manter o controle de todos os rostos
que viu?
Fosse o que fosse, o cara finalmente percebeu onde tinha visto Ash
antes. Seus olhos se arregalaram, e olhou para trás na direção da porta, onde
os caçadores tinham seguido Dakota e Calvin.
— O que... o que diabos está acontecendo aqui? Você é aquele cara.
— Eu só trabalho aqui —, disse Ash.
O homem fechou os olhos e passou os dedos pelo cabelo loiro,
segurando os fios. Sim, estava claramente estressado.
— Juro por Deus, eu não estava prestes a mostrar-lhes todas as
fotos da sua casa ou qualquer coisa.
— Acredito em você —, disse Ash, tentando ser agradável, apesar de
agora querer saber o que estava acontecendo com o seu companheiro do lado
de fora. Estavam lutando? Os caçadores estavam tentando matá-los?
E o que Dakota e Calvin iam fazer para detê-los?
A pior parte era que não podia ir lá e ver por si mesmo o que estava
acontecendo. Teve que forçar-se a ficar aqui, onde era necessário, e cuidar dos
clientes.
— Você acredita em mim?
Ash deu de ombros, fingindo que estava tudo bem enquanto pirava
interiormente.
— Claro. Posso arranjar-lhe mais café?
O outro homem balançou a cabeça.
— Não. Eu preciso... Eu acho que preciso sair daqui.
Ash não queria que ele fosse a qualquer lugar. Imaginava que em
qualquer lugar que o homem fosse, seria encontrado por aqueles caçadores.
Ash não tinha certeza de como determinadamente iriam atrás dele, o quanto
eles queriam o que quer que fosse que eles pensavam que estava na sua
câmara, mas Ash não poderia impedi-lo de sair. Ele não podia exatamente
correr atrás do cara. Tinha que ficar aqui e vê-lo sair, esperando o melhor.
Por causa dele.

— Eu sou o único que vai matá-los, — Calvin retrucou, olhando por


cima do ombro para Dakota, desafiando-o a fazer uma reclamação.
— Pode matar o maior número deles e começar primeiro —, disse
Dakota. Ele tinha a sua própria pontuação para resolver. Eles tentaram ir atrás
de Ash enquanto ele estava sozinho e desamparado. Dakota não estava
disposto a perdoá-los por isso.
Também precisava descobrir onde no inferno que a putinha Harris
estava. Se quebrar a perna não fosse o suficiente, então Dakota ia ter de fazer
outra coisa para se certificar de que o pequeno canalha ficaria bem longe do
seu companheiro.
Ele murmurou isso para Calvin, explicando a sua necessidade de
manter um deles vivo tempo suficiente para obter as informações que queria,
mas tinha quase certeza que Calvin não dava a mínima para nada disso.
Estava muito chateado. Dakota não se importava. Ele ia obter algumas
respostas.
Eles afastaram-se da paragem de caminhões, conscientes dos
caçadores que os estavam seguindo. Calvin cerrou os punhos. Dakota podia
sentir a raiva do homem vibrando nele, e, considerando as suas cicatrizes,
Dakota não poderia culpá-lo. O homem podia ter mais direito à sua ira e raiva
do que Dakota. Se Dakota não precisasse da sua informação tão mal, poderia
ter deixado Calvin fazer o que quisesse a todos eles e deixar por isso mesmo.
Mas não podia. Tinha que pensar no quadro maior.
Quando ouviram os cliques de seguranças atrás deles, começaram a
correr.
Alguns tiros soaram, na maior parte em silêncio, mas uma árvore
perto da cabeça de Dakota explodiu com estilhaços enquanto corriam por ela.
Gritos amaldiçoando soaram atrás dele.
Os seres humanos não estavam satisfeitos com isso. Isso era certo.
Demasiado mau para eles.
Dakota começou a se despir rapidamente. Ele precisava ficar nu.
Precisava ser capaz de mudar, permitir que o lobo saísse.
E ele não ia enfrentar estes idiotas como o seu lobo normal, o que
Ash pensava que era bonito e que abraçava todos os dias como um animal de
estimação. Ia receber estas cabeças vazias na sua forma Luna e ver se algum
deles se borraria com a visão.
Deixou a mudança vir sobre ele. Dakota não precisava pensar sobre
isso. Ele simplesmente deixou o animal sair, e, em seguida, circulou ao redor,
pronto para bater as suas garras sobre esses bastardos e fazê-los sofrer o
mais rapidamente possível.
Ash uma vez descreveu-o como sendo do tamanho de um urso,
apenas com uma cauda de lobo e braços mais longos e melhores pernas. E não
tão redondo. Dakota tinha rido com a estranha descrição na época, mas agora,
enquanto passava por entre as árvores, fazendo com que algumas das mais
pequenas partissem pela metade, ele conseguiu entender porque o seu
companheiro iria pensar assim.
O humano que apontava para Calvin com a sua arma, que não
parecia em nada com o tipo de rifle que poderia ser encontrado na loja de caça
local, olhou para o lado, sua expressão confiante mudando para algo muito
mais aterrorizado quando percebeu que havia um monstro prestes a ataca-lo.
Dakota saltou para o gigante, esticando a mão para fora. Errou o
humano, que conseguiu saltar para fora do caminho, mas foi gratificante para
caralho quando suas garras passaram através do cano da arma, cortando-a ao
meio.
O humano gritou e levantou-se. Ele procurou na sua calça por algo, e
esperando outra arma, Dakota moveu-se mil vezes mais rápido do que um ser
humano com medo.
Ele saltou sobre o homem. Não colocou todo o seu peso sobre ele.
Poderia tê-lo matado, mas Dakota usou as suas patas enormes para manter o
pequeno idiota preso, pisando-o de tal forma que as suas mãos estavam
dobradas debaixo dele. Uma deve ter sido dobrada errada, porque ele ouviu a
ruptura macia dos ossos, tomando grande prazer com o som dos gritos de dor
do homem.
Deus, desejava que se calasse de uma vez.
Mais tiros soaram. Dakota olhou para cima e percebeu que os
homens que tinham estado atirando em Calvin estavam agora disparando na
direção dele por causa dos gritos do seu amigo.
Porra. Ele não podia aguentar mais tiros esta noite. Ele tinha que se
mover. Estavam apontando as suas armas para ele. Dakota voou longe da sua
vítima.
Mais árvores estilhaçadas à volta dele quando as balas erravam o seu
alvo. Dakota acelerou e movimentou-se em padrões de ziguezague, sabendo
que, a qualquer momento, qualquer uma dessas balas poderia acertar-lhe.
Quando acertaram na sua orelha, levou um minuto antes de sentir o
calor do sangue fluindo do que restava da sua orelha passando pela sua
mandíbula e pescoço.
Porra. Isso era simplesmente perfeito.
Tinha que encontrar Calvin.
Quando o encontrou, o idiota ainda estava na sua forma de lobo.
Dakota rosnou. Calvin rosnou de volta. Dakota percebeu que Calvin não sabia
como se transformar na sua forma alfa Luna. Porra. Ele não se transformou na
sua forma maior quando lutou contra os caçadores fora da sua casa, também.
Ele tinha mudado somente quando ficou com raiva na cozinha. Isso não era
bom. Isso não era nada bom.
Porra! Dakota deveria ter confirmado que Calvin tinha o controle
antes que os trouxe aqui, mas o homem tinha sido demasiado teimoso sobre
ter os caçadores longe desse fotógrafo. Calvin teria começado uma luta
enorme, talvez até ferindo Ash, se eles não tivessem saído de lá.
Agora tinha que pensar rápido, porque com Calvin nesta forma e
demasiadas armas para terem uma imagem clara delas, suas chances não
eram boas.

Capitulo Onze

Renoir necessitava dar o fora daqui. Ele não podia acreditar o quão
fortes esses caras eram quando eles o viu com a câmera. Tinha sido surreal.
Renny não queria realmente ir com eles. Mas quando eles disseram
que eram caçadores, como foi provado por todos os seus equipamentos, e eles
estavam caçando lobos e matando o homem, ele acidentalmente deixou
escapar que ele já tinha visto um par de lobos em torno.
Estúpido. Isso tinha sido incrivelmente estúpido dele, já que ele não
deveria ter estado compartilhando qualquer coisa que ele tinha visto na cena
do crime. Qualquer uma das cenas de crime.
Mas então, antes que ele percebesse, ele estava sendo empurrado
para dentro do caminhão e levado para a lanchonete na parada de caminhões.
Eles não tinham o obrigado a entrar - ele não poderia ir tão longe -
mas a forma como eles tinham circulado em torno dele e ele tinha chegado a
um dos seus caminhões antes que ele saísse apenas parecia estranho.
O cara responsável, o homem mais velho com os cabelos brancos que
parecia que ele poderia estar nos seus quarenta e tantos anos, tinha sorrido e
sugeriu que parassem para um lanche.
— Vocês idiotas estão assustando o pobre garoto. Ele acha que está
sendo sequestrado e vai ser morto ou algo assim com esse olhar no seu rosto.
Renny não tinha pensado que ele estava tão preocupado, mas ele
teve que admitir que tinha sido uma espécie de alívio quando eles pararam no
restaurante, provando que eles realmente não estavam prestes a matá-lo e
despejar o seu corpo para que eles pudessem obter a sua câmera.
Algo sobre eles era estranho, e ele não podia ficar por aqui. Ele
precisava voltar para os detetives. Eles gostariam de saber que havia homens
na área caçando lobos, especialmente desde que um cara tinha sido morto por
lobos. Ele não estava usando equipamento semelhante aos homens que
tinham puxado Renny para o caminhão?
Como ele não tinha se dirigido à parada de caminhões, Renny teve
que retirar o seu telefone. Ele andou apenas algumas jardas de distância da
parada de caminhão, e o seu polegar estava prestes a apertar o botão de envio
de um texto para o investigador principal quando ouviu alguma coisa.
Alguns estalos suaves perto das árvores, como armas que tinham
silenciadores sobre eles.
Ele conhecia o som. Renny não possuía armas, mas era do Texas, e o
seu trabalho exigia que ele aprendesse tudo o que podia sobre a segurança da
arma, incluindo como disparar uma.
Ele sabia como soava quando uma arma tinha um silenciador.
Ele tinha certeza de que ele também ouviu os sons de latidos e
rosnados. Em seguida, houve um uivo.
Puta merda.
Renny excluiu o seu texto, disse ao detetive onde ele estava e que
ele pensou ter ouvido barulhos de lobo e tiros. Ele não esperou por uma
resposta. Ele puxou a tampa da lente fora da sua câmera e correu para a
floresta.

Calvin estava ficando irritado. Ele havia retirado um dos seres


humanos, mas ele não tinha tido a chance de fazer a matança. Não porque
Dakota estava sendo muito bom sobre tudo isso, também. O outro alfa estava
na corrida, tanto quanto Calvino, e ele não parecia ter tempo suficiente para
obter qualquer um dos seres humanos para baixo, e muito menos por turnos e
questioná-los.
Porra! Havia tantos! Calvin seria mais forte, mais rápido, se ele
pudesse simplesmente entrar nessa forma alfa Luna.
Por que ele não poderia fazê-lo? Ele fez isso duas vezes antes!
O problema era que cada vez isso tinha sido um acidente.
A primeira vez que ele mudou, ele conseguiu quebrar as cordas que o
prendia enquanto os caçadores tentaram queimá-lo vivo. A segunda vez foi na
cozinha de Dakota, quando o homem o confrontou sobre dar a localização da
casa.
Ambas as vezes ele tinha estado imensamente chateado. Bem, ele
estava muito chateado agora! Então, por que ele não podia mudar?
Calvin saltou fora do caminho, a folhagem no chão, onde as patas
tinham estado explodiram quando pastilhas de metal de uma espingarda
espirrou nos galhos e folhas e sujeira.
Muito perto. Raios, estava muito perto, e Calvin estava perdendo a
paciência!
Ele correu suas patas mal tocando o chão. Ele sentiu como se
estivesse voando. Ele deu um salto correndo na garganta de um dos
caçadores. Aquele que cheirava como aquela criança que estava tirando fotos.
A raiva dentro dele se intensificou, e Calvin mal ouviu os gritos do
humano ou quando aqueles gritos se transformaram em um molhado
gargarejo enquanto ele caiu, morrendo.
Calvin não parou de morder. O gosto de sangue estava na sua boca
agora, e isso o estava enviando em um frenesi.
Um estalo pesado, como o de uma espingarda, fez seus ouvidos se
contorcer e tirou-o para fora da sua sede de sangue.
Calvin levantou a cabeça, colocando a sua atenção ao redor ao ser
humano que apontou a espingarda no rosto de Calvin.
Calvin não teve a chance de pensar ou reagir.
Ele viu um flash branco, pensou que ele tivesse levado um tiro e foi
morto. Ele reagiu, voando de volta a partir dessa luz brilhante.
Ele não estava com dor. Que parecia ser algo que ele devia estar
sentindo se ele realmente tivesse levado um tiro no rosto, mas não havia
nenhuma dor, e o ar ainda estava fresco em torno dele, com exceção do
sangue que ele podia sentir o cheiro em todos os lugares.
Ele piscou os pontos dos seus olhos e percebeu que ele estava no
mesmo lugar de antes, e que, sim, ele ainda estava vivo.
E o caçador com a arma, que também havia sido jogado fora pelo
súbito clarão de luz, estava gritando e gritando com...
O garoto com a câmera.
— Que diabos está fazendo? Saia daqui, seu pequeno idiota!
O garoto estava pálido, as mãos tateando enquanto ele trabalhou a
câmera, mas depois ele levantou-a para tirar outra foto. Outro flash, e outra
imagem estalou. Ele estava tirando fotos de Calvin, nesta forma, tentando
matar esses seres humanos como eles tentaram matá-lo.
A primeira vista Calvin pensou que ele poderia correr para ele, que o
garoto estaria seguro. Caçadores estavam a caça, mas a sua única caça era a
comunidade shifter. Outro ser humano estaria certamente seguro com eles,
certo?
Ele não pensava assim, não quando ele viu outro caçador, um
homem jovem com a cabeça raspada e cavanhaque, correu até o garoto com a
câmera e esmagou a coronha da arma no seu rosto.
Ele gritou e caiu, agarrando o seu nariz que jorrou sangue vermelho
brilhante.
O caçador acima dele o chutou no intestino e gritou com ele, algo
sobre ser estúpido por estar aqui, mas Calvin não prestou atenção enquanto a
besta dentro dele agitou-se. Calvin não tinha que pensar sobre isso enquanto
deixava o animal selvagem sair, quando ele mudou de novo, chegando a ficar
sobre as patas traseiras, a sibilante cauda, suas garras enormes, e os dentes
enormes na boca.
Ele e o animal eram uma mente agora. Não havia combates desta
nova sensação, esta nova forma que tinha acontecido com ele.
Os seres humanos abaixo dele pareciam tão pequenos em
comparação com o seu novo tamanho. Eles pareciam quase frágeis, apesar das
suas armas, e Calvin não ia ter nenhuma piedade para o que eles tinham feito
para o garoto com a câmera.
Foi especialmente agradável quando os três olharam para cima e
pareceram perceber o novo monstro que estava no meio deles.
Calvin não teve nenhum prazer pelos olhos arregalados e o medo que
estava nos olhos da criança ou o jeito que ele se mexeu para mais perto do
caçador que tinha batido nele, como se não houvesse qualquer proteção lá.
Embora fosse divertido quando ele levantou a câmera novamente
para tirar outra foto.
Calvin permitiu enquanto ele voou para o homem que o atacou, mas
apenas porque ele sabia que não iria permitir que a criança mantivesse
qualquer uma das fotos que tirou.
Tiros novamente. Um raspou no seu ombro, que o teria atingido no
rosto se ele não tivesse se abaixado fora do caminho com a rapidez
necessária. Teria sido estúpido da parte dele apenas ir de frente para o
caçador assim, mas Calvin teve sorte. O homem tinha sido capaz de da apenas
para mais um tiro antes dele perceber que estava sem balas. O garoto se
mexeu fora do caminho quando ele percebeu que Calvin estava indo. Calvin
podia sentir o terror nele, mas ele culpou esse caçador, que também cheirava
de terror enquanto se arrastava para puxar o facão do seu quadril.
Calvin não lhe permitiu ter essa chance. Ele agarrou o braço do
homem e quebrou. Ele cortou a garganta, cortando o grito que ele fez com um
ruído de gargarejo, mas o homem continuou a se contorcer e gritar. Ele
parecia gritar mesmo depois que ele parou de se mover. Calvin não entendia
isso até que ele olhou para trás, para onde o seu companheiro, o fotógrafo,
ainda estava no chão, pressionado contra a base de uma árvore de carvalho,
os olhos esbugalhados, gritando de terror.
Terror de Calvin.
Calvin precisava tirá-lo daqui.
Ele olhou para cima, saindo da névoa de raiva e sede de sangue,
apenas para perceber que os outros caçadores fugiram. Eles haviam recuado.
Dakota ainda estava na sua forma Luna. Ele não deve ter sido capaz de
capturar qualquer um dos caçadores para interrogatório.
Eles olharam um para o outro, em seguida, olharam para o humano.
Eles não precisam de palavras para serem capazes de dizer uns aos outros o
que fazer.
Calvin não estava prestes a deixar Dakota pegar o seu companheiro,
por isso ele fez isso.
— Se afaste de mim! Não! Se afaste de mim! Socorro!
O homem lutou, mas era como a luta de uma criança em comparação
com a força que Calvin tinha agora. Ele pensou que a força de tornar-se um
alfa era algo para se acostumar. Isso não era nada em comparação com a
força que ele tinha agora nesta nova forma.
Era uma coisa estranha, segurar o seu companheiro lutando,
tentando manter a mão sobre a boca do jovem para evitar os seus gritos.
Calvin só queria protegê-lo, cuidar dele e se certificar de que ele estava bem,
depois que o ser humano tinha batido nele, mas ele não podia.
O fato de que ele estava carregando o seu companheiro agora,
enquanto ele ainda estava encharcado de sangue dos homens que tinha
matado provavelmente não estava ajudando as coisas também.
Porra, isso poderia ter ido melhor.
Ash estava preocupado e inquieto. Ele esperava que Dakota iria ligar,
iria enviar uma mensagem para que ele soubesse o que aconteceu e não
precisasse se preocupar tanto com o que estava acontecendo com o seu
amante. Com o seu companheiro.
Ele não recebe uma ligação assim, e quando o seu turno lentamente
chegou ao fim, e um dos outros caras que Carter tinha encontrado para
manter o local aberto durante o turno da noite chegou, o coração de Ash
começou a palpitar. Terror o convenceu de que Dakota não viria que tinha sido
ferido... Ou pior.
Ainda assim, ele esperou por alguns minutos, fingindo como se tudo
estivesse bem, contando as gorjetas que ele tinha recebido e não realmente
vendo os números.
Porque ele ainda estava à espera de Dakota para andar através das
portas.
Ele prometeu que voltaria. Ele disse a Ash para não sair do
restaurante sem Dakota lá para levá-lo para o motel. Ele disse que seria muito
perigoso, e Ash estava tentando tão duro não ir contra o que Dakota tinha lhe
dito para fazer, mas o outro cara que agora estava servindo café toda a noite e
as refeições leves para os poucos caminhoneiros que paravam por lá estava
começando para dar a Ash alguns olhares curiosos.
Ele teria que sair. Ele não podia ficar aqui a noite toda.
A garganta de Ash fechou. Ele não queria sair. Se ele voltasse ao
motel sozinho e descobrisse que Dakota não estava lá, ele sabia o que isso
significaria... E ele não queria enfrentar essa realidade.
Ainda assim, ele ficou de pé, guardou o dinheiro, e vestiu a jaqueta.
Quando o sino acima da porta tocou, Ash virou-se para o barulho.
O alívio com a visão de Dakota andando ileso e parecendo como se
ele tivesse acabado de sair de um banho quente era quase o suficiente para
fazer o chão cair debaixo dos pés de Ash.
Ash correu para o homem. Ele abraçou-o, e ele não se importava com
quem os estava olhando.
— Desculpe o atraso, ― disse Dakota, se afastando e sorrindo
suavemente para ele. — Pronto para ir?
Certo. Ele não podia exatamente explicar-se aqui.
Ash assentiu.
— Sim, definitivamente, ― disse ele.
Ele cruzou os dedos com os de Dakota então se virou e acenou por
cima do ombro para o cara novo, que acenou de volta e, felizmente, não
parecia perturbado pela visão de dois homens de mãos dadas.
Enquanto caminhavam pela escuridão, Ash não pode aguentar mais
tempo.
— O que aconteceu?
— Eu vou te dizer quando voltar para o hotel.
Ash não sabia o que fazer com isso, mas ele manteve o silêncio até
que eles estavam de volta. Só quando a porta estava fechada e trancada atrás
deles que fez Ash ceder à sua necessidade de saltar para os braços de Dakota
e beijá-lo.
Dakota pareceu chocado por todos cinco segundos. Então seus braços
vieram ao redor da cintura de Ash, suas mãos deslizando para baixo para o
seu traseiro para segurar Ash. Ash tinha enrolado suas pernas ao redor da
cintura de Dakota, mas o aperto extra ajudava. Ele tinha que admitir que
muito.
E permitiu a Ash obter uma melhor aderência ao redor da nuca de
Dakota, para realmente beijá-lo, amá-lo do jeito que ele queria.
Ele beijou Dakota com toda a energia e paixão que acompanha beijar
um homem que tinha estado aterrorizado que ele nunca iria beijar novamente.
Ele tinha estado com tanto medo enquanto espera por Dakota dentro do
restaurante que, agora que ele estava aqui, vivo e real Ash quase não sabia o
que fazer com ele que não tocá-lo, beijá-lo e obter as suas roupas fora.
Foi uma coisa difícil, tentando puxar a roupa de Dakota enquanto Ash
estava atualmente envolvido em torno do seu corpo. Teria provavelmente
parecido ridículo para quem passasse e os visse, razão pela qual Ash estava
incrivelmente feliz que ele não estava sendo observado.
E quando Dakota começou a caminhar para a cama, isso era uma
coisa boa.
Mesmo que fosse mais velha do que a sua cama, áspera e menor,
não importava. O que importava era o calor do corpo de Dakota, a força que
ele usou para pressionar as suas bocas juntas, e como maravilhosamente
incrível era ter os dois fora das suas calças, pênis empurrando juntos como se
eles não pudessem esperar para estarem unidos.
Isso não ia ser um ato sexual. Ash poderia dizer pela maneira
frenética que Dakota puxou-o para fora da sua camiseta, beijou-o, em
seguida, estendeu a mão para a coisa mais próxima que ele poderia usar como
lubrificante.
Não. Não o ato sexual. Esta seria uma reivindicação. Talvez Ash não
tivesse sido o único que estava preocupado com alguma coisa, e ele queria
confortar Dakota tanto quanto ele queria o homem dentro dele por suas
próprias razões egoístas.
Dakota rapidamente o preparou. Não foi o suficiente. Ash sabia,
mesmo enquanto ele implorava a Dakota parar de usar os dedos e colocar o
seu pênis dentro dele. Ele sabia que estava indo queimar, mas ele não se
importou. Ele precisava de cada polegada deste homem.
Dakota empurrou Ash para o lado, em seguida, deslizou por trás dele.
Ash suspirou, levantando a perna quando Dakota levou-o, colocando-a na coxa
de Dakota, e ele estremeceu de prazer quando sentiu a cabeça gorda do pênis
de Dakota pressionando contra o seu buraco.
A pressão era maravilhosamente intensa, e sim, queimou, mas foi o
bom tipo de queimadura. Ash não se importava se ele tivesse um orgasmo fora
deste. Tudo o que importava era a intensa sensação de ter o corpo de Dakota
tão perto, aquecendo-o, o pesado pau do homem o fodendo, empurrando
através das suas defesas e depois afundando cada vez mais no interior.
— É isso, ― Ash suspirou ofegante quando sentiu o seu companheiro
com as bolas profundamente dentro dele. — Isso é o que eu quero.
Dakota lançou um ruído gutural e o seu corpo estremeceu. Ash
sentiu. Foi uma coisa poderosa que correu por ele, especialmente quando o
seu companheiro envolveu seus braços fortes ao redor do peito de Ash,
segurando-o ainda mais perto, beijando os seus ombros. Ele tinha se
barbeado, então não havia a sensação áspera que veio ao ser beijado. Ash
sentia falta disso, mas ele adorava a sensação da boca de Dakota nele.
Ele amava esse homem. Ele amava o seu marido. Pra caramba.
— Nunca mais me assuste de novo, ― disse Ash, agarrando os
braços de Dakota e segurando firme, desejando que ele pudesse manter o
homem com ele para sempre e sabendo que não podia.
Dakota não respondeu, provavelmente porque ele não queria fazer
uma promessa que não poderia manter. Ele acabou se movendo. A parte de
trás sair e empurrar para frente foi intensa. A dor aguda, mas se dissipou
rapidamente. Ash suspirou quando percebeu que o seu corpo tinha se
acostumado com a sensação de estar preenchido. A loção que Dakota tinha
usado estava fazendo o seu trabalho.
Graças a Deus pelos gordurosos, cremes de motel de baixa
qualidade.
Ash gemeu com cada impulso para frente. Seu corpo estava
superaquecido, graças ao que está sendo realizado com tanta força pelo seu
companheiro. Ele não se importava. Ash precisava de mais do mesmo. Ele
empurrou de volta da melhor forma que pôde contra a força que ele tinha, mas
não havia muito que pudesse fazer exceto se segurar para o passeio e
desfrutar dos ruídos retumbantes que saíam do peito de Dakota sempre que
ele ofegava de prazer ou beijava Ash no ombro e pescoço.
Ash adorava quando o seu companheiro beijava e chupava o seu
pescoço.
— Mais.
Outro profundo e retumbante grunhido. Não assustou Ash. Ele sabia
o que era, e ele teve grande prazer nisso quando Dakota empurrou mais duro
dentro dele, quando ele deu a Ash exatamente o que ele precisava.
Logo Ash não conseguia ouvir nada além dos sons da sua própria
respiração ofegante de prazer ou a respiração dura de Dakota que não podia
conter quando ele começou a foder Ash mais duro, mais rápido. Duro o
suficiente para que a sua pele desse um tapa em conjunto, e o barulho
estimulando Ash ainda mais. Ele colocou as mãos para baixo no seu membro,
que tinha sido negligenciado, até este ponto, e ele deu apenas um bom aperto
antes de Dakota agarra-lo pelos pulsos e puxar as mãos dele, segurando-as
firmemente para impedir Ash de obter as mãos em volta do membro
novamente.
Ele gemeu e tentou olhar por cima do ombro.
— Dakota!
Reclamou ele, embora soasse um pouco mais como um gemido. Ele
tinha certeza de que o seu companheiro idiota sabia exatamente o que estava
fazendo, também.
— Isso é meu, ― Dakota disse, com a voz quase humana. — Você
não pode se tocar.
Ash tremeu, e embora ele não quisesse nada mais do que tocar a si
mesmo, para gozar, a ideia de gozar sem tocar a si mesmo parecia ser uma
boa, também.
Então isso foi o que ele ia fazer.
Não como se Dakota estivesse lhe dando muita escolha, além, do
empurrão.
Não importa, porque a provocação aumentou o prazer de Ash muito
mais do que ele poderia ter imaginado. Não era mesmo só isso. Algo dentro
dele se abriu. Algo estava aceitando o que Dakota estava dando-lhe que não
tinha estado lá antes. Ash não poderia descrever o que era, mas a pressão, a
construção, o inchaço de prazer dentro dele era algo que ele já não podia
conter, e ele com certeza não podia pensar no que quer que fosse que estava
mudando dentro dele quando o seu dedos dos pés se curvaram e ele gozou
com um grito tenso assim quando Dakota mordeu na sua garganta e derramou
sêmen quente dentro dele.
Ash estava ofegante, impotente, mesmo quando o seu corpo caiu.
Tremores de prazer correram por ele enquanto Dakota continuou a ordenhar o
seu próprio prazer.
Foi bom. Foi tão danado de bom que ele não podia fazer nada além
de se segurar para o passeio.
Em seguida, ele tinha terminado, e Dakota resmungou, caindo sobre
o corpo de Ash, seus grandes braços se enrolando em torno dele e segurando-
o perto.
Com o tamanho de Dakota, quase se sentiu como se estivesse sendo
enfiado dentro da sua força. Cristo, as vezes, este homem realmente fez Ash
se sentir como um anão.
Um muito aconchegado, feliz, amado anão.
Ainda assim, tanto quanto Ash queria cair na escuridão que o
chamava, para o calor que o embalava para dormir, havia muitas coisas na sua
mente.
— Por que você estava atrasado?
A mão de Dakota acariciou para cima e para baixo no braço de Ash.
— Calvin encontrou o seu companheiro.
Ash abriu os olhos. Ele olhou para Dakota, como para ter certeza que
ele estava falando sério.
O olhar no seu rosto, o olhar intenso dos seus olhos, disse que ele
estava muito sério.
— Sério? Quem é?
Ash pensou em como Dakota e Calvin praticamente tiveram que
correr para fora da lanchonete.
— Era um daqueles caçadores?
Dakota sacudiu a cabeça.
— Não, mas não é muito melhor. Calvin precisa convencê-lo de que
está tudo bem, mas ele viu a mudança Calvin para a sua forma Luna. Ele está
com medo.
Ash pensou em como ele se sentiu quando percebeu que a criatura
grande, monstruosa que o tinha defendido de Harris era real, e uma onda de
simpatia brotou dentro dele para o pobre rapaz.
— Talvez eu possa falar com ele? Quer dizer, eu sei que você é você,
principalmente. Eu posso explicar que está tudo bem. Quer dizer, eu estou
bem, e eu estou com você o tempo todo.
Havia uma expressão no rosto de Dakota que Ash não podia decifrar.
Talvez Dakota ainda se sentisse culpado pela necessidade de mudá-lo? Eles
iam ter que falar sobre isso mais tarde, no final da estrada.
Agora não. Agora Ash estava tentando puxar-se dos braços de
Dakota, já se preparando para ajudar, no que podia.
Dakota suspirou, soltando-o, seus corpos separando. Ash pegou suas
roupas. Ele correu para o banheiro antes de Dakota poder dizer-lhe que não
era uma boa ideia.
Se Ash estava indo se encontrar com alguém, então ele, pelo menos,
queria se limpar um pouco.
Ele usou o banheiro e estava preparando um chuveiro quando Dakota
entrou no banheiro. Ash sorriu para ele.
— Você tem tempo para vir comigo?
— Calvin está no quarto ao lado.
Ash desligou a água antes que pudesse ter a chance de vapor.
— O que? Sério?
Dakota assentiu.
— Sim. Você não tem que tomar um banho. Apenas se vestir e você
pode vê-lo por si mesmo.
Ash deveria ter visto isso chegando, mas ele não tinha.
Honestamente, onde diabos mais Calvin poderia estar? Ele não tinha qualquer
propriedade em torno destas área que Ash conhecia.
Ele agarrou a sua calça jeans, e antes que pudesse alcançar a sua
camiseta, Dakota bateu na porta que ligava o quarto ao lado.
A porta se abriu, e Calvin estava ali, peito nu, usando apenas calça
jeans. Ele parecia cansado e infeliz.
E Ash percebeu com um começo de humilhação como o homem deve
ter ouvido os sons do sexo que Ash tinha estado desfrutando com Dakota.
Oh, Deus, isso foi o pior absoluto. Ele nunca ia viver com isso.
Apesar do embaraço de Ash, Calvin não pareceu notar ou se
preocupar com o que se passava pela cabeça de Ash. Fazia sentido, uma vez
que havia um homem amarrado à cama e amordaçado.
— Que diabos? ― Perguntou Ash. Moveu-se para a cama e pegou a
mordaça que tinha estado amarrada em volta do rosto do jovem e atualmente
estava entre os seus dentes.
Exceto que Dakota o agarrou e o puxou para trás.
O garoto na cama gritou, lutando contra os laços que o prendia. Ele
provavelmente se sentiu atormentado por ter alguém a ponto de soltá-lo,
apenas para ser puxado para trás.
— Dakota, que inferno? ― Ash perguntou ao seu companheiro,
sentindo como ele pudesse fazer a mesma pergunta milhares de vezes. — Esse
é o garo...
— Ele é um dos fotógrafos que trabalham para a polícia. Eu sei, ―
disse Dakota.
Ash olhou por cima do ombro. Calvin parecia estar tentando se
acalmar e confortar o homem, mas ele apenas olhou para Calvin como...
Como se ele fosse um monstro.
Porra. Dakota disse que o cara viu-os nas suas formas Luna alfa.
— O que você vai fazer? ― Perguntou Ash. Ele confiava em Dakota,
mas agora ele estava olhando para Calvin, se perguntando se ele conhecia o
homem em tudo.
— Nós não podemos deixá-lo ir ainda. Ele vai procurar a polícia.
Inferno, se ele tentar dizer-lhes o que viu, eles poderiam prendê-lo.
— Por quê?
— Por mentir para eles. Eles podem até colocá-lo em uma unidade
psiquiátrica, ― Dakota disse simplesmente, e Ash ficou chocado com isso de
certa forma fez muito sentido.
Eles estavam preocupados que o homem iria para a polícia e Calvin
nunca iria vê-lo novamente. Ainda assim, era uma coisa estranha ver alguém
amarrado.
— Você não vai machucá-lo, não é?
Calvin olhou para Ash por cima do ombro.
— Claro que não!
Dakota estalou os dentes de volta para o homem.
— Tenha cuidado.
Ver os dois homens que tinham mudado para grandes lobos agora
rosnando e enfrentando um ao outro fez o jovem na cama espremer e fechar
os olhos, como se ele não pudesse aguentar mais o terror.
Ash não poderia culpá-lo. Isso tudo tinha que parece tão novo e
estranho, e o cara definitivamente não estava recebendo uma recepção fácil
para esta vida.
— Ambos precisam sair daqui, ― disse Ash, uma autoridade na sua
voz, que ele raramente sentia. — Deixe-me falar com ele.

FIM

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