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Resenha crítica

O sociólogo Octavio Ianni, em seu artigo sobre desigualdade social, destaca a


presença constante dessa questão na história da sociedade brasileira. Ele
argumenta que essa desigualdade se manifesta em diversos aspectos e
representa um desafio para todos os setores da sociedade.

Uma população com maior expectativa de vida e taxas de fecundidade


mais baixas resulta em mudanças na estrutura etária, favorecendo um aumento
da população em idade economicamente ativa e uma redução na razão de
dependência demográfica. Isso é conhecido como bônus demográfico e
representa uma oportunidade especial durante a transição demográfica. No
entanto, o aproveitamento desse bônus demográfico requer a implementação
de políticas apropriadas que contribuam para o desenvolvimento econômico, o
bem-estar da sociedade e a preservação do meio ambiente.

No entanto, é crucial destacar que essa transição demográfica não


ocorre de forma neutra. Como apontado por Brito, seus resultados podem ser
positivos ou negativos, dependendo dos investimentos feitos pelo Estado e das
políticas, programas e serviços implementados durante esse período de
transformação demográfica.

O autor enfatiza que uma política verdadeiramente social deve abordar


as desigualdades sociais existentes e trabalhar para reduzi-las. Nesse
contexto, a política deve ser emancipatória e redistributiva, visando não apenas
à ascensão social, mas também à redução das iniquidades sociais.

Destaca a importância contínua da agenda da reforma sanitária no Brasil


e argumenta que o Sistema Único de Saúde (SUS) é uma conquista do
movimento sanitário brasileiro. No entanto, ele ressalta que o SUS pode não
alcançar seus objetivos em uma sociedade caracterizada por altos níveis
históricos de desigualdade, pobreza e violência. Portanto, Paim defende a
necessidade de revisitar os ideais da Reforma e expandir suas bases para
promover uma "radicalização da democracia" e lutar por mudanças mais
significativas.

Nesse contexto, é fundamental investir no sistema de saúde como um


indutor do desenvolvimento econômico e como uma resposta às novas
necessidades decorrentes das mudanças demográficas e epidemiológicas. Os
investimentos devem promover políticas públicas equitativas que reconheçam a
saúde como um direito fundamental e priorizem as necessidades como uma
categoria essencial para a justiça social. Isso é especialmente importante no
contexto brasileiro, um país marcado por desigualdades desde o seu início.

Portanto, o estudo busca analisar as transformações nas características


demográficas e sociais do Brasil em meio a uma transição em andamento e a
mudanças futuras no perfil demográfico. Além disso, ele busca discutir a
formulação de políticas públicas, especialmente na área da saúde, como parte
integrante desse processo de transformação. O estudo utiliza uma abordagem
exploratória e explanatória, combinando métodos quantitativos e qualitativos, e
baseia-se em dados secundários de fontes confiáveis. O objetivo é oferecer
uma visão abrangente das questões demográficas e sociais do país e suas
implicações nas políticas públicas.

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