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https://centralnovel.com/arifureta-shokugyou-de-sekai-saikyou-prologo/
Nagumo Hajime não era uma exceção. Contudo, a situação de Hajime não era
tão simples porque a escola era um lugar ruim que deixava o humor dele
sombrio. Como sempre, quando o sinal estava para tocar, Hajime arrastou seu
corpo cansado para dentro da sala e a empurrou para abrir.
Nesse momento, a maioria dos estudantes estalou a língua e encarou ele com
olhares desdenhosos. As alunas também não revelaram nenhuma expressão
amigável. Estava tudo bem. Mesmo se eles agissem de forma fria e distante
com ele, alguns estavam claramente olhando para ele com desprezo.
Hajime tentou ignorar eles e andou até seu lugar. No entanto, sempre havia
uma pessoa intrometida e tagarela atrás dele.
— Yo. Otaku nojento! Você ficou acordado a noite inteira jogando de novo?
Eram jogos eróticos?
— Ew. Tããão repugnanteeee. Jogar jogos erótico a noite inteira é mesmo
vergonhosoooo.
Aquele que começou a ridicularizar Hajime era Hiyama Daisuke, ele era o
primeiro a ofender Hajime todos os dias como se fosse seu dever de casa. Os
três idiotas rindo ao lado dele eram Saito Yoshiki, Kondo Reiichi e Nakano
Shinji.
De modo geral, esses quatro eram quem ofendiam Hajime com maior
frequência.
Como Hiyama disse, Hajime era um otaku. Mesmo que ele fosse chamado de
nojento, isso não significava que suas ações ou sua aparência fossem horríveis.
Seu cabelo curto era bem cortado e estava penteado. Ele também não tinha
nenhum problema mental, e mesmo que ele não participasse ativamente da
comunidade, sua aparência não era o bastante para se sentir enojado. Ele
meramente gostava de coisas como mangás, novels, filmes e jogos.
As críticas que os otakus recebiam das pessoas comuns eram de fato muito
fortes, mas só chegava ao ponto do deboche, não chegava a nenhum tipo de
hostilidade.
De qualquer forma, por que todos os alunos homens da sala desprezavam ele?
Era por causa dela.
— Bom dia, Nagumo-kun! Quase atrasado como sempre. Você deveria vir mais
cedo da próxima vez.
Uma aluna sorriu feliz enquanto andava até o lado de Hajime. Na sala… não,
na escola inteira, aqueles que eram amigáveis com Hajime eram uma pequena
minoria e o motivo para isso poderia ser explicado pela situação de um
momento atrás.
Esta garota se chamava Shirasaki Kaori. Ela era uma das duas deusas da
escola. Independentemente de homens ou mulheres, ela era extremamente
popular devido a sua beleza. Seus deslumbrantes cabelos negros chegavam até
a cintura, seus grandes olhos caídos revelavam sua gentileza e seu pequeno
nariz se alinhava perfeitamente com seus lábios rosados.
Então, por que alguém como Kaori sempre se preocupava com Hajime?
Para uma pessoa como Hajime ser capaz de se aproximar de Kaori… a maioria
dos estudantes homens era incapaz de aceitar isso e continuava se
penrguntando “Por que esse cara!?”…
A explicação era mais simples para as alunas: elas pensavam que ele fazia
Kaori perder seu tempo se preocupando com ele. Elas só estavam descontentes
por ele nem tentar mudar sua atitude com a turma.
Depois disso, Kaori mostrou uma expressão de puro contentamento. Por que
ela revelava esse tipo de expressão!? Ainda mais olhares duros foram dirijidos
para Hajime, o que o fez suar frio.
Hajime sempre pensou que isso era impossível… por que a garota mais bonita
da escola se importava tanto com ele? Hajime já sabia que para Kaori trata-lo
assim tão bem, além de fazer parte de sua personalidade, devia haver alguma
outra razão.
Contudo, Hajime nunca pensou que ela possuísse algum sentimento amoroso
por ele. Hajime tinha esse tipo de mentalidade: com o objetivo de garantir sua
diversão, ele iria abrir mão de muitas coisas. Aparência, realizações e
esportes… ele era medíocre em todos os aspectos.
Por outro lado, ela sempre estava cercada de caras de bela aparência. Assim,
suas ações eram muito incompreensíveis.
Em resumo, ele tinha que se manter atento para não alimentar a tempestade
de olhares cheios de sede de sangue! Em seu coração, ele já sabia… no
momento que ele abriu sua boca para falar, ele foi condenado a um trabalho
forçado no ginásio…
E como se tudo tivesse sido planejado, quando a conversa deles chegou ao fim,
três pessoas se aproximaram. Os “caras de boa aparência” mencionados um
momento atrás também estavam entre eles.
— Esse cara sem vontade… é inútil, não importa o que você diga para ele.
A única pessoa que o cumprimentou entre os três era uma garota chamada
Yaegashi Shizuku, a melhor amiga de Kaori. Os longos cabelos negros
amarrados em um rabo de cavalo eram sua marca registrada. Seus olhos
delicados eram afiados, mas gentileza também era transmitida por eles. Assim,
ao invés de dizer que ela era fria, seria melhor dizer que ela era elegante. Sua
altura era por volta de 1,72 metro. Ela poderia ser considerada alta entre as
garotas.
Ela também era frequentemente seguida por seus fãs obstinados. Uma jovem
estudante da escola iria encara-la com olhos apaixonados e a chamaria de
Onee-sama[4]. Shizuku não poderia fazer nada além de contrair seus lábios
depois de escutar esse tipo de tratamento todos os dias. Esta era uma cena que
podia ser vista com frequência.
Ao seu lado, aquele que falou com Kaori com uma frase arrogante era chamado
de Amanogawa Kouki. Vivendo sob seu nome heroico, ele era lindo, tinha notas
excelentes e era um super-humano bom em todos os tipos de esportes. Ele
tinha um cabelo macio castanho escuro e olhos gentis. Sua altura era próxima
a 1,8 metro e seu corpo era magro, mas musculoso.
Kouki era gentil com todos e tinha um forte senso de justiça (ele ficava irritado
com facilidade). Ele era estudante do Dojo de Esgrima Yaegashi desde o ensino
fundamental e era um atleta de nível nacional igual a Shizuku. Aliás, eles eram
amigos de infância.
Havia ao menos algumas dúzias de garotas que se apaixonaram por ele, mas
como ele sempre estava com Shizuku e Kaori, muitas garotas não conseguiam
se confessar a ele. Apesar disso, ele ainda recebia pelo menos duas confissões
por mês. Ele só se tornou popular devido a seu trabalho duro.
Shizuku também possuía uma popularidade que não ficava atrás da de Kaori.
— Já que você reconhece sua própria conduta, por que não tenta melhora-la?
Até quando você vai tirar vantagem da gentileza de Kaori. Kaori não pode
tomar conta de você para sempre.
Hajime realmente queria responder, “Eu não estou agindo como uma criança
mimada! Eu até preferia que ela me deixasse sozinho!”, mas se ele dissesse
isso, ele ficaria com problemas com o fã clube dela.
Desta forma, Hajime tentou se livrar deles com uma risada. No entanto, como
de costume, nossa deusa jogou uma bomba sem nem mesmo analisar a
situação.
— … sinto muito sobre isso, mas esses dois não tem nenhuma intenção ruim…
Assim que eles estavam falando sobre isso, o sinal que dava início a primeira
aula ressoou e a professora entrou na sala de aula.
Depois disso, a aula começou como habitual, e como devia acontecer, Hajime
partiu em uma jornada para o mundo dos sonhos.
Kaori olhou para Hajime com um sorriso. Shizuku mostrou um sorriso sem
graça enquanto pensava que ele, de alguma forma, também era alguém
importante. Os estudantes homens estalaram suas línguas. As estudantes
mulheres olharam para ele com desgosto.
Hajime levantou seu rosto da mesa e levou por volta de dez segundos para
pegar seus itens diários… a lancheira. Depois de verificar seus arredores,
como alguns estudantes foram até a cantina para comprar seus lanches, o
número de pessoas na sala de aula diminuiu bastante.
Ainda assim, a maioria dos estudantes também tinha uma lancheira como
Hajime, então ainda havia dois terços dos alunos na sala. Além disso, o quarto
período tinha acabado a pouco, então a professora de estudos sociais,
Hatakeyama Aiko (25 anos de idade), ainda estava em sua mesa discutindo
algo com alguns estudantes.
Entretanto, nossa deusa (no caso de Hajime, ela parecia mais um demônio) não
permitiria isso. Ela deu uma risadinha e se sentou ao lado de Hajime.
— Nagumo-kun, que raro ver você na sala. Está comendo seu lanche? Por que
não vem e come conosco?
Uma aura perigosa se espalhou pela sala mais uma vez. Hajime continuou
reclamando em seu coração. “Isto é tão problemático. Você não pode só me
deixar sozinho?”…
Assim que ele disse isso, Hajime balançou o saco plástico vazio que foi usado
para guardar seu lanche; era como uma múmia que teve seu interior drenado.
Se ele recusasse, ele também seria ridicularizado pelos outros. Eles iriam
pensar “Quem você pensa que é para rejeitar a oferta de Shirasaka!?”… o
intervalo provavelmente se tornaria insuportável.
— Eh!? Seu lanche era só isso? Você precisa ter uma refeição apropriada! Eu
vou dividir um pouco com você!
“Por favor, me poupe! Pelo meu próprio bem! Por favor, preste atenção a
atmosfera ao nosso redor!”
— Kaori, vamos comer juntos. Nagumo parece não ter dormido o suficiente.
Você acha que eu vou permitir que alguém como ele coma a deliciosa comida
caseira de Kaori?
Kouki revelou um sorriso brilhante enquanto falava uma frase grosseira, mas o
sorriso desse belo rapaz e a frase desrespeitosa não pareceram ter qualquer
efeito em Kaori, que naturalmente era uma cabeça de vento.
— Pfft…
Ouvindo as palavras de Kaori, Shizuku não podia fazer nada além de controlar
seu riso. Kouki forçou um sorriso e tentou ignorar isso. Como resultado, quatro
dos alunos mais populares se juntaram ao redor da mesa de Hajime. Este era
um fato que não poderia ser mudado. A pressão dos olhares também estava
longe de enfraquecer.
Notas
[1] O termo que o autor usa é Dungeon, que é usado normalmente para se
referir a um lugar cheio de monstros e tesouros em jogos e histórias de
fantasia.
[2] Ver uma lanterna giratória é o mesmo que dizer que a pessoa está vendo
toda a sua vida em um breve momento.
[3] Kendo é uma arte marcial japonesa, uma espécie de esgrima em que os
adversários usam espadas de bambu e estão protegidos por uma armadura
composta de capacete (semelhante ao da esgrima) e proteção para o peito
rígida.
[6] Sensei é uma palavra em japonês usada como um título honroso para tratar
com respeito um professor ou um mestre.
[7] Os hashis são as varetas utilizadas como talheres em parte dos países do
Extremo Oriente, como a China, o Japão, o Vietnã e a Coreia.