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“Conservação, preservação e restauro” – é o que fazemos quando gostamos de algum

objeto ou peça de roupa, por exemplo, o mês. O mesmo acontece com o estado de intervenção
de um bem cultural histórico, no qual existe uma evidente distinção entre cada um dele“.

Integram a conservação do património conceitos como conservação preventiva;


conservação interventiva e curativa e restauro, que correspondem a diferentes níveis de
atuação direta ou indireta sobre o bem do património cultural e histórico.

Por conservar, entendemos que é manter algo em bom estado. Podemos, portanto,
considerar a conservação como uma técnica de diversas especificidades tendo todos elas como
intenção preservar o bem.

As intervenções de conservação preventiva têm como finalidade criar condições que ajudem
a evitar a ocorrência de danos, evitar a perda nos bens e contribuir para abrandar o
envelhecimento dos materiais. Apesar de as intervenções de conservação preventiva não
apresentarem resultados visíveis nas peças, estas ações de prevenção são essenciais para
manter os bens em bom estado, evitando danos e gastos desnecessárias com intervenções mais
profundas.

A conservação interventiva existe no caso de terem ocorrido estarem a ocorrer danos.


Assim, ao aplicar as medidas de conservação interventiva estas contribuem para interromper o
processo de degradação e estabilizar o material do bem, reduzindo desta forma o risco de
ocorrerem novos danos.

Restauro é um termo frequentemente utilizado para referir intervenções de conservação e


restauro, em geral. No entanto, o restauro “tem como principal objetivo especificamente
devolver o aspeto e/ou a função original, em parte ou na integra do material a restaurar”. 1

É sem dúvida papel da sociedade civil. Mas principalmente do estado preservar o seu passado
para não cometer os mesmos erros no futuro, porém este pensamento é cada vez mais
menosprezado devido à perda de identidade urbana fruto da globalização, através da adoção
de novas tendências e negligências de estruturas e bens do património cultural e histórico.

Nesse sentido, é muito importante resolver a questão dos recursos humanos e financeiros
na área da cultura. A suborçamentação crónica mantém instituições e organismos do Estado,
numa atuação muito complexa, incapazes de cumprir responsabilidades no âmbito da
conservação e restauro do património cultural. Um exemplo disso é a necessidade de dotar os
quadros de pessoal de meios técnicos e, para isso, é preciso determinar a obrigatoriedade de
concursos para pessoal com qualificação em procedimentos que impliquem a conservação e/ou
restauro de património cultural. 2

O património cultural e histórico deve ser valorizado por todos nós e a sua sensibilização e
proteção deve ser valorizada para e pelos que têm o conhecimento. Apesar de todos nós
podermos comunicar e apontar que estamos perante um bem de património cultural e histórico,
a sua sensibilização e valorização deve ser patenteada por medidas públicas que envolvam
entidades e as comunidades que se relacionam com os bens portadores de memória coletiva e
de identidade cultural dos diversos grupos sociais.

1
Segundo site https://citaliarestauro.com/restauro-e-conservacao-patrimonio, visitado em 13 de
abril
2
Segundo site https://www.patrimonio.pt, visitado em 13 de abril
Para se poder preservar um bem cultural imaterial é preciso saber não só que ele existe, mas
também se a manifestação cultural é praticada pela população local, se as pessoas têm
dificuldade ou não em realiza-la, que tipos de problemas afetam, como e quando essa tradição
vem sendo transmitida de uma geração para outra, que transformações têm ocorrido, quem são
as pessoas que hoje atuam diretamente na manutenção dessa tradição/bem, entre vários outros
aspetos relativos à existência daquele bem cultural.

Em ordem a poder preservar o nosso património, foram acautelas diversas medidas em que
o poder público, com a colaboração da comunidade, deve promover e proteger o património
cultural e histórico, por meio de inventários, registos, vigilância, tombamento e desapropriação
e de outras formas de acautelamento e preservação. Outro importante meio de resguardar os
bens é através da educação patrimonial, que se baseia numa ação educativa que visa difundir o
conhecimento sobre o património histórico em conjunto com a comunidade, a fim de fomentar
a sua valorização através da apropriação.

O inventário é uma etapa de trabalho que implica na execução pesquisa de campo e


documental. Este tem por objetivo uma aproximação, levantamento, coleta de dados e
descrição do objeto pesquisado. É um importante instrumento de conhecimento e preservação.
O seu objetivo é conhecer e identificar quais os bens culturais de valor coletivo para um grupo
social através de um levantamento descritivo desses bens. Os dados obtidos possibilitarão a
catalogação e documentação das suas principais características, tanto físicas quanto culturais,
para que posteriormente possa ser salvaguardado ou registado. Além das categorias
estabelecidas no registo, edificações associadas a certos usos, a significações históricas e a
imagens urbanas, independentemente da sua qualidade arquitetónica ou artística. Visa,
portanto, compor um banco de dados que possibilite a valorização e salvaguarda, planificação e
pesquisa, conhecimento de potencialidades e educação patrimonial.

Salvaguardar um bem cultural de natureza imaterial é apoiar a sua continuidade de modo


sustentável atuar para melhoria das condições sociais e materiais de transmissão e reprodução
que possibilitem sua existência. O conhecimento gerado durante os processos de inventário e
registo é o que permite identificar de modo bastante preciso as formas mais adequadas de
salvaguarda. A elaboração de um plano de salvaguarda é a etapa posterior à obtenção do
registo. Este plano tem como objetivo indicar de que forma o poder público e a sociedade agirão,
a partir daquele momento, para preservar as condições que tornam possível a continuidade da
manifestação cultural registada. O conhecimento gerado durante os processos de inventário e
registo é o que permite identificar de modo bastante preciso as formas mais adequadas de
salvaguarda. Essas formas podem ir desde a ajuda financeira a detentores de saberes específicos
com vistas à sua transmissão, até, por exemplo, à organização comunitária ou a facilitação de
acesso a matérias-primas.3

Gostaria de concluir o “paper” com alguns dados que recolhi do MAH. O qual conta com um
técnico profissional desde 2017 no seu quadro de pessoal, qualificado numa
escola/universidade certificada. Anualmente faz intervenção em cerca de 200 peças, algumas
mais profundas outras mais superficiais, dependendo das necessidades de cada peça e estima
um número total aproximado de 2000 de peças intervencionas

3
Segundo site www.cultura.al.gov.br, visitado em 13 de abril

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