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Preliminares
A idéia de auto-história não me ocorrera com relação a este trabalho. O
compromisso maior, sustentado em isenção de ânimos, à primeira vista poderia ficar ferido,
ante a participação pessoal do autor nos acontecimentos da vida de Barra do Corda, a partir da
década de 60.
Mas o que mais se comemorava era a paz reinante que se havia instalado. O
restabelecimento de, um clima de ordem que as lutas estéreis e as marcas dos confrontos
inclusive armados, que se travaram de 1956 a 1965, haviam ferido.
O mandato do prefeito Galeno Edgar Brandes sofrerá redução de 5 para 4 anos,
na forma da legislação revolucionária, que buscava reduzir alguns mandatos e prorrogar
outros, com o fim da coincidência historicamente perseguida, quando da mudança de regime e
implantação de novas Constituições.
Figura 23: Chegada de Sarney para reinaugurar a Praça Melo Uchôa - 1967
José Sarney, ficaria no governo até 14 de maio de 1970, quando se afastara para
concorrer ao Senado e o autor deste livro, a 31 de janeiro de 1970, passava a Prefeitura ao seu
sucessor, Lourival Pachêco.
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A praça Melo Uchoa, nome dado em homenagem ao cearense fundador de Barra do [rio] Corda,
Manoel de Melo Uchoa, foi inaugurada em 17 de dezembro de 1967 com a presença do então
governador do Maranhão, José Sarney. O prefeito era Galeno Brandes.
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A Legião Brasileira de Assistência (LBA) foi um órgão assistencial público brasileiro, fundado em 28 de
agosto de 1942, pela então primeira-dama Darcy Vargas, com o objetivo de ajudar as famílias dos
Figura 25: Antiga Fundação SESP na Frederico Figueira com a Isaac Martins. 1985.
A partir do ano de 1966, estabelece o que se pode definir com marco regular e
permanente do exercício da Medicina em Barra do Corda.
Naquele ano, havia na comunidade um ser humano que, além de Professor,
diretor da escola e vigário da paróquia, permanecia até altas horas da noite consultando
pessoas, de todos os níveis, credos e posições políticas. Era Fr. Marcelino de Milão36.
A sobrecarga de trabalho que lhe era imposta ia além das suas possibilidades. Tal
fato levara as autoridades de então a partirem para a instalação dos serviços médicos em
Barra do Corda, como um imperativo maior.
soldados enviados à Segunda Guerra Mundial, contando com o apoio da Federação das Associações
Comerciais e da Confederação Nacional da Indústria.
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Frei Marcelino, (nome civil: Sergio Bicego), é mais conhecido pelos frades com o seu nome religioso:
Marcelino de Cusano Milamino. Porém, o Povo de Deus o chamava de Frei MARCELINO BÍCEGO. Ele
nasceu em Vincenza (Itália), no dia 18-06-1920, mas foi criado em Cusano Milamino-Milão. Frei
Marcelino é filho da Provincia Capuchinha de San Carlo Borromeo in Lombardia, entrando na Ordem dos
Capuchinhos em Lovere (Mi), aos 13-07-1938; lá fez a sua profissão temporária, após o noviciado, em
14-07-1939; depois, fez os votos perpétuos em Lenno (IT), 14-07-1942. A sua ordenação presbiteral se
deu em Milão, no dia 26-07-1945.
A aquisição do Dr. José de Abreu Silva, por parte de Barra do Corda, foi sem
dúvida um feito notável, por parte de todos aqueles que colaboraram, de qualquer maneira,
para que ele se fixasse ao meio.
Na atual conjuntura, graças à evolução da Faculdade de Medicina do Maranhão, a
expansão do atendimento nesta área e o interesse dos nossos jovens pelos estudos superiores,
muitos médicos, têm se deslocado para Barra do Corda e, como o Dr. Abreu, têm, com carinho
e zelo, dedicado o melhor de seus esforços na defesa da saúde do nosso povo e prevenção das
doenças.
Atuam entre nós os seguintes discípulos de Hipócrates: Dr. Iran Jansen Silva37, Dr.
Edelmílio Salgado Trovão, Dra. Olinda Trovão, Dr. Prelian de Sousa Brandes, Dr. Marcos
Pacheco, Dr. Marcelo de Paula Abreu Silva, Dr. Alexandre Andrade do Nascimento, Dr.
Francisco de Assis Nascimento e Dra. Kátia Regina Ataíde Rocha.
Figura 28: Doutor Abreu recebendo a visita de Dr. Iran e Fernando Falcão em seu hospital." Foto: Rubson Mendes
Silva.
Médico dos mais competentes de sua geração, político sério, para quem a
fidelidade pairava acima de compromisso subalternos, companheiros de chapa de Dr. José
Sarney, assumira o governo do Maranhão a 14 de maio de 1970 e estivera no cargo até 15 de
março de 1971.
Registre-se que os compromissos do estado, relacionados com os grandes
investimentos do governo Sarney, do qual fizera parte como vice-governador, foram honrados
da melhor maneira possível.
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Iran Jansen Silva, faleceu aos 76 anos no dia 01 de fevereiro de 2016, natural de Coroatá-MA, nascido
em 02/05/1939. Chegou em Barra do Corda em 1976 e trabalhou pela FNS, antiga Fundação SESP.
Figura 30: Pedro Neiva de Santana ao lado do prefeito Fernando Falcão - 1974
Lourival Pacheco
Lourival Pacheco, natural de Barra do Corda, nasceu aos 18 dias do mês de janeiro
de 1923. Neste ano, chefiava o Poder Judiciário da Comarca, o Dr. Acrísio Rebelo. Fr. Ricardo
de Dovéra era o vigário da Paróquia e o Sr. Hamilton Nava, o prefeito da cidade.
Os genitores de Lourival Pachêco foram Balbino da Silva Pacheco e Elice Ramos
Pacheco.
Os Pacheco, no Maranhão, têm origem na lendária Freguesia de Nossa Senhora de
Nazaré, da Vila da Vitória do Maranhão, de início subordinada à Comarca de Viana, das mais
antigas. Não há dúvidas quanto a que seus ancestrais mais distantes teriam vindo de Portugal,
integrando de maneira diversa as explorações e penetrações que se processaram rios acima,
partindo do Golfão Maranhense.
De qualquer modo, aqui chegaram, nas primeiras décadas deste século XX, os
irmãos Egidio Pacheco, Francisco Pacheco e Balbino da Silva Pacheco. Este último, mais tarde,
participara de acontecimentos memoráveis Já narrados nesta história, como chefe do Cartório
de 1º Ofício da Comarca, (vide História do Judiciário).
Lourival Pacheco, contador habilitado, exerceu vários cargos públicos, entre eles o
de suplente de Juiz de Direito da Comarca, em oportunidades diferentes; presidente de
associações de classe, teria como ponto mais elevado de sua carreira o cargo de prefeito
municipal.
Eleito em 1969 em um pleito pacífico, o cargo lhe fora transmitido solenemente
pelo autor deste livro a 31 de janeiro de 1970.
Figura 31: Prefeito Lourival Pacheco no 7 de setembro de 1971 ao lado de Maria Emídia Brandes Caldas e
professora Zenóbia Queiróz
Figura 32: Prefeito Lourival Pacheco vistoriando obras perto da Cadeia." 1970
Fernando Falcão
Nasceu Fernando Falcão aos 02 dias do mês de outubro de 1947, na cidade de
Barra do Corda.
Descendia dos nossos primeiros habitantes e líderes. Filho de Alberto Falcão; neto
de Gerôncio Falcão e bisneto de Deco Falcão, egresso do Ceará nos anos de 1877. Sua
genitora, a senhora Aurora Nava Falcão, é filha de Acrísio Figueira Muniz e Cândida Figueira
Muniz, do clã dos Figueiras.
Acrísio casara com Maria Nava Muniz, filha do coronel José Leonil da Cunha
Nava, três vezes chefe do Poder Executivo e o mais acentuado perfil moderador de todos os
momentos da nossa História.
Aos 14 anos de idade, ingressara perante o antigo Ginásio "Nossa Senhora de
Fátima" de Barra do Corda, transferindo-se para o Rio de Janeiro em 1957, onde concluíra seu
Curso de Humanidades.
Duas grandes vertentes o teriam conduzido de volta à sua terra natal: a vocação
pelos negócios e atividades empresariais e a grande tendência pela política, ambas, sem
dúvida, oriundas das tradições de seus familiares, todos aqui levantados nesta História.
Herdara pois, dos seus ancestrais, o gosto pelos negócios e pela política.
Desde menino, — dizemos com segurança, foi nosso aluno e vizinho — deixava
transparecer a capacidade de dialogar com os colegas na defesa de clubes estudantis e
desportistas.
Aos 23 anos de idade apenas, ingressara na política local, no grupo do deputado
Pedro Braga Filho, que defendia a manutenção da ordem Jurídica de então e combatia a
revolução que se implantara em 1964.
Em torno dele, a partir de então, nascera o pólo de atração, que tomara corpo até
que, em 1972, elegera-se prefeito de Barra do Corda, com expressiva votação, levando de
vencida a candidatura respeitável do grande barra-cordense Carlos Augusto de Araújo Franco.
Figura 34: Enterro de Fernando Falcão – 1981. Na foto Alcione, João Pedro, Zé Cachimbo, General Artur e esposa
Posteriormente, foi aluno dos Maristas e Colégio São Luiz, mas ficara ligado
afetivamente a Barra do Corda.
Com a saída de seu pai — Dr. Eliezer Rodrigues Moreira, do comando da Colônia
de Barra do Corda, que fundara e implantara, deslocara-se para o Rio de Janeiro, onde,
perante a Faculdade Nacional da Universidade Brasileira, diploma-se em Direito.
Complementa seus estudos em Administração Pública e outros cursos de alto
nível. Foram Inúmeros os cargos que ocupara a partir de 1966. Fundador e superintendente da
SUDEMA, secretário de Administração, entre outros.
O trabalho desempenhado no governo Sarney credenciou-o a disputar uma
cadeira na Assembléia Legislativa do Estado no ano de 1970. Barra do Corda participara de sua
eleição, não somente pelos laços de afetividade como pelos benefícios e apoio que deu ao
autor deste livro quando do exercício do cargo de prefeito entre, 1966 a 1969.
Eliezer Moreira Filho participara de outros governos que se sucederam no
Maranhão, na qualidade de secretário de estado de Administração, de Indústria e Comércio e
chefe da Casa Civil.
Em 1988, elege-se deputado federal pela bancada do PFL. Atualmente, após
exercer, na qualidade de secretário, a chefia da Casa Civil do governo Edison Lobão, é um dos
dirigentes do Banco do Estado do Maranhão S.A.
Afirma-se que, no último quartel deste século, Eliezer Moreira Filho participara
ativamente dos fatos políticos da nossa História Contemporânea, ressaltando-se o seu perfil de
cidadão probo, habilitado e capacitado para o exercício verdadeiro da cidadania política.
Figura 36: Prefeito Alcione Guimarães condecorando uma atleta no 7 de setembro de 1980.
Como ocorrera aos prefeitos que se elegeram após a Revolução de 1964, dera
continuidade aos trabalhos iniciados pelo seu antecessor, incluindo-se pavimentação de ruas à
base de concreto estilizado, construção de meio-fio, ampliação da rede elétrica e de
distribuição d'água; instalação do sistema de televisão, Independente de obras e serviços
programados em convênio com o Governo do Estado.
Figura 39: Ex-Prefeito ALCIONE GUIMARÃES SILVA recebendo JOÃO CASTELO e demais lideranças políticas
João Castelo, com o apoio de José Sarney, prepara-se para disputar as eleições
para o Senado da República, fato que, se não fossem os desígnios de Deus, teria levado à
assumir o Governo do Estado o nosso ilustre conterrâneo general Arthur Teixeira de Carvalho
que como já se disse, antes falecera.
Ivar Saldanha
O passamento de general Artur Carvalho vice-governador do Estado, gerara uma
crise nas hostes governamentais. O então Presidente do Legislativo — Dep. Alberico Ferreira
França, se desentendera com o governador João Castelo, antes de sua renúncia para as citadas
eleições, obrigando a uma série de manobras, que viabilizaram o 1º vice-presidente da
Assembléia, deputado Ivar Saldanha, a assumir o Governo do Estado, vez que era confiável aos
grupos era luta.
É político experiente; sóbrio e de caráter firme, até mesmo nos lances difíceis,
quando tem de colidir e confrontar-se com os correligionários.
Deputado estadual por várias legislaturas; deputado federal; prefeito de São Luís;
secretário da Fazenda e membro do Tribunal de Contas do Estado. Tem folha de serviços
prestados ao Maranhão.
Figura 43: Inauguração do Hospital Acrísio Figueira – 03/05/1987. Na Foto: Dona Aurora Falcão cortando a faixa ao
lado da primeira-dama, Nery Freitas, do prefeito Elizeu Freitas, Edson Lobão e Nice Lobão.
Figura 44: Solenidade cívica 1993. Na foto: Benones, Galeno Brandes, João Pedro Freitas, Elizeu Chaves Freitas e
Azevedinho (Zabiga).
Elizeu Chaves Freitas, será o segundo Prefeito Municipal de Barra do Corda, que,
em eleições populares, retorna ao comando do Poder Executivo Municipal, vez que o coronel
José Leonil da Cunha Nava fora chefe do Executivo de Barra do Corda em quatro
oportunidades, sendo que em três apenas fora eleito pelo povo e, na outra, fora designado na
forma da Constituição que antecedera a República de 1889, por Ato do Presidente da
Província.
A história contemporânea, deve apenas ser relatada com a frieza dos números e a
indiferença com que os fatos ocorreram, É muito cedo para se dizer da personalidade de Elizeu
Chaves Freitas. Das razões carismáticas e do fascínio com que ele tem envolvido a comunidade
barra-cordense, levando os seus concorrentes de vencida em lances desconcertantes.
Credite-se Já a ele, a intrepidez nas ações; a rapidez do raciocínio e o tipo
suigeneris, de líder que diplomado na escola da vida, se considera capaz de dirigir os destinos
do povo, em cuja posição se encontra e nela, ainda não foi vencido.
Epitácio Cafeteira
Se, na escolha do candidato Luiz Rocha para Governador do Estado, foi sentida a
presença influente de José Sarney38, imagina-se o quanto não foi decisiva a sua palavra de
líder nacional e chefe de Estado da Nação Brasileira, naqueles dias de 1986, quando se escolhia
Epitácio Cafeteira para Governador do Estado do Maranhão, nas eleições de 15 de novembro
de 1986.
Figura 46: Cafeteira e Eleito governado do estado do Maranhão com apoio de Sarney, em 1986.
Fez-se a aliança que aproximou adversários no Maranhão inteiro mas não uniu
lideranças. Eleito Cafeteira, instalou-se no Maranhão o mais prestigiado governo maranhense
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O ano era 1986. José Sarney estava então na Presidência da República. No Maranhão, seu aliado na
disputa pelo Governo do Estado era Epitácio Cafeteira. Ambos estavam no PMDB. Cafeteira elegeu-se
com astronômicos 81,03% dos votos válidos. Seu adversário, João Castelo (então no PDS), obteve
apenas 16,52%. O mesmo Castelo que foi novamente derrotado por Cafeteira – mais uma vez com apoio
de Sarney – em 2006, na disputa pelo Senado.
com relação ao Governo Central. O autor deste livro é testemunha deste fato, inúmeras vezes,
as lideranças estaduais se deslocavam para Brasília, em busca de recursos para a implantação
de projetos, visando ao desenvolvimento do Estado. -
Não se negue também a Cafeteira, nestas condições de haver feito pelo
Maranhão um governo dinâmico, embora se assegure que muito se poderia ter feito, se o seu
governo tivesse se distanciado do populismo e melhor houvesse escolhido as suas prioridades.
Cuidou -se multo bem do aspecto físico das obras e descuidou-se do lado da infra-
estrutura propriamente dita.
Mesmo assim, como ocorrera ao governo João Castelo, com repasses incalculáveis
de recursos do Governo Federal para o Maranhão, esteve presente era quase todos os
municípios maranhenses, com obras e serviços, Incluindo os setores de esportes e lazer, como
ocorrera em Barra do Corda, onde, em convênio com a Prefeitura, manda executar a
construção de um ginásio e um pequeno estádio de futebol, ampliando o sistema de
transmissão de energia elétrica no meio rural e outros pequenos serviços.
Figura 47: Cafeteira e Benedito Terceiro na inauguração do ginásio Raimundo Medeiros - 1991
Figura 48: João Alberto Souza. Governador do Maranhão no período de 3 de abril de 1990 à 15 de março de 1991
Juarez Medeiros
Embora não tenha pleiteado votos em Barra do Corda para a sua eleição de
Constituinte, do ano de 1986, a história registra com ufanismo a presença de Juarez Medeiros
Filho no Parlamento Constituinte do centenário da República no Maranhão.
Nasceu Juarez Medeiros em Barra do Corda, na Rua Luiz Domingues, antiga Rua
das Laranjeiras, aos 28 dias de maio de 1956 Seu pai, o riograndense Juarez Medeiros, sua
genitora, Leonildes de Sousa Medeiros.
O Constituinte Juarez Medeiros, do lado materno, vem de um clã histórico em
Barra do Corda: neto de Maria José Marinho de Sousa, casada com Ângelo Calafate, líder do
parque que Introduziu, em Barra do Corda, os serviços de reparo e construção de barcos,
lanchas, batelões, como São José. Andorinha, Laborina e outras, que prestaram os primeiros
serviços de transporte entre o Alto Mearim e as regiões de Vitória e Arari, de onde era
originário.
Bisneto de Matildes Reverdosa, esposa de Vicente D'Almeida Reverdosa,
comerciante bem sucedido no final do século XLX; vereador, chefe da Fazenda Municipal na
administração do primeiro prefeito eleito — Fortunato Ribeiro Fialho, até os anos de 1895.
Nesta década, quando se fazia rodízios nas Intendências dos municípios, assumira a
intendência de Barra do Corda interinamente.
Juarez é político de posições lógicas e firmes; desde os anos de estudante, onde
despontou a liderança que o teria conduzido ao Parlamento Constitucional.
Figura 50: Foto de 1990 com Nenzin, Dona Júlia Pacheco, Graça do Dilamar, Darci Terceiro, Lourival Pacheco,
Benedito Terceiro, Antônio Lima do Anapurus, Toinho Manduca, Toinho Silva e outros.
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Atualmente o ginásio chama-se ginásio Raimundo José.