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Terapia ocupacional com população

idosa
Potenciação da vida social, cívica e
comunitária do idoso

Atualmente muitas pessoas ainda tem uma visão

mistificada da terceira idade, com a ideia de que com


o avançar da idade, os idosos diminuem as suas redes
de relações sociais, tornando-se menos satisfeitos
com a vida.
Embora muitos pensem que envelhecer significa

deixar de desenvolver-se, adoecer e afastar-se de


tudo, na verdade, existem possibilidades da pessoa
continuar ativa e de manter uma boa qualidade
de vida.
Verifica-se hoje um movimento muito forte em

relação aos espaços dedicados à terceira idade:


Centros Dia, Centros de Convivência, Centros de
Referência, Universidades da Terceira Idade, entre
outros.
A interação social gerada entre os idosos
desenvolve o senso de bem-estar nos mesmos, assim
como a melhora no funcionamento físico. As redes
sociais que se estabelecem com o contacto contínuo
dos idosos podem ser fontes protetoras e
mantenedoras de saúde.
Estudos indicam um aumento na qualidade de vida e

na longevidade em idosos que apresentam uma vida


social intensa. A vida social do idoso não se resume
apenas à sua participação nos grupos de terceira idade,
mas também à boa relação com a sua família, o
envolvimento em grupos da sua comunidade, como um
grupo religioso, por exemplo.
Importa lembrar que a qualidade dos contactos

sociais é mais importante do que a quantidade. A


capacidade de interação social varia de pessoa para
pessoa, por isso não significa que aquele que tenha
menos contactos possua uma qualidade de vida pior
do que aquele que possui mais contactos.
As relações sociais também promovem o bem-estar mental

na velhice. A ausência de convívio social pode causar


severos efeitos negativos na capacidade cognitiva geral,
além de depressão. As pessoas que estão em contacto com
as outras podem ser mais inclinadas a ter hábitos saudáveis,
a ajuda dada ou recebida contribui para o aumento de um
sentido de controlo pessoal, tendo uma influência positiva
no bem-estar psicológico de cada um.
 A interação social é assim um fator de proteção no

envelhecimento ativo e saudável, deve fazer parte do


nosso percurso de vida, para que assim, quando
chegarmos à velhice não nos sentiremos desamparados.
Também devemos sempre lembrar da importância de

estabelecer novas relações, inserirmo-nos em grupos e


estarmos ativos na nossa comunidade!
 A animação comunitária é aquela em que o ancião

participa ativamente no seio da comunidade, como


elemento válido, ativo e útil. Esta componente da
animação é direcionada para todos os anciãos
autónomos que ainda se sentem ativos e ainda querem
e podem ter uma voz ativa como membros de uma
comunidade da qual fazem parte.
 Nesta área, o voluntariado assume um papel

preponderante, uma vez que, a maioria das


atividades executadas pelos idosos na comunidade é
de espírito voluntário.
Animação associada ao desenvolvimento pessoal e

social:

Pretende-se, nesta componente da animação,


desenvolver o “eu” do idoso, as suas experiencias de
vida, as suas emoções e sentimentos.
Assim sendo, tem como objetivo promover e
desenvolver não só as competências pessoais mas,
também, sociais da pessoa humana. É relevante
salientar, a importância que esta animação tem na
estimulação do autoconhecimento, da interação entre
o indivíduo e o grupo e na própria dinâmica de
grupo.
Acompanhamento e treino das
AVD’s
ALIMENTAÇÃO:
Diversos fatores interferem no processo de
envelhecimento e no aparecimento de doenças crónicas
não transmissíveis.

A alimentação exerce papel fundamental para a

promoção, manutenção e recuperação da saúde.


Porquê que os alimentos antioxidantes são
importantes para os idosos?

 Estudos apontam que alimentos com características

antioxidantes como o betacaroteno, inibem os


danos oxidativos das lipoproteínas de baixa
densidade (colesterol LDL).
Estes compostos atuam na preservação dos
tecidos que revestem internamente o coração e os
vasos sanguíneos, e são importantes para a
prevenção de trombose, aterosclerose e na
manutenção da elasticidade vascular.
O betacaroteno está presente no mamão, abóbora,

manga, melão, cenoura e nas folhas verdes como


salsinha e couve.

A ingestão de vitamina C também é importante na

prevenção de doenças cardiovasculares entre os


idosos.
A vitamina A e E também são importantes para os

idosos?
 Além das doenças do coração, a diabetes e as doenças

gastrointestinais, comuns entre os idosos, estão ligadas


à falta de vitamina A. Estas doenças interferem na
absorção, armazenamento, transformação e
transporte deste nutriente no organismo.
A alimentação deve ser oferecida pelo cuidador

com o especial cuidado de verificar a sua


temperatura e o prazo de validade dos alimentos
oferecidos. A alimentação saudável pode ser resumida
em: variedade, moderação e equilíbrio.
Deve ser composta diariamente por:

 Alimentos energéticos, como: arroz, aveia, trigo, milho,

centeio, cevada e farinhas derivadas desses cereais,


massas em geral, bolo, pães, batatas, óleos vegetais,
azeites, gordura vegetal hidrogenada, margarinas, cremes
vegetais, manteiga, bacon, toucinho, leite-creme, sendo
que os produtos citados a partir dos óleos devem ser
consumidos em pequenas quantidades;
Vitaminas, minerais e fibras, compostas de todas as

frutas, verduras, legumes e cereais integrais;

Proteínas: carnes, ovos, leite, queijos, iogurtes, além

de leguminosas como feijão, soja, lentilha, grão-de-


bico e ervilha.
O idoso deve:

 Comer devagar e em local tranquilo;

 Fazer cinco a seis refeições ao dia, mantendo intervalo

de três horas entre elas;


 Ingerir líquidos (seis a oito copos ao dia) pelo menos

uma hora antes ou após as refeições.


Todas as refeições devem conter alimentos
energéticos, vitaminados e proteicos. Devem ser
preferidas as preparações assadas, grelhadas ou
preparadas no vapor; e evitadas os fritos e alimentos
industrializados.
É preferível a administração de frutas frescas e com

casca; sem adição de sal às refeições (retirar o saleiro


da mesa); e redução de consumo de doces, bolos,
biscoitos e outros alimentos ricos em açúcar e
gorduras. O peso deve ser monitorizado para avaliar a
sua estabilidade (perda ou ganho).
Às vezes, os adultos mais velhos recusam-se a fazer

alterações nutricionais necessárias, mesmo que seja


recomendado pelo médico. Pessoas com demência,
especialmente, podem-se recusar a comer certas
coisas.
Seja criativo. Se o idoso precisa de proteína, tente

fazer-lhes um batido com gérmen de trigo. Às vezes,


os alimentos podem ser misturados num batido para
garantir que o idoso consome os nutrientes
necessários.
O auxílio nas refeições passa por ter em conta quais

as restrições físicas e patológicas dos doentes e


assim poder dar o apoio que estes necessitam
dependendo do grau de dependência.
Os idosos independentes são aqueles que ainda são

capazes de realizar as atividades de vida diária


sozinhos, incluindo a alimentação, sendo apenas
necessário fazer a vigilância enquanto estes realizam
as refeições tendo em conta alguns passos como:
Dar alimentos tendo em conta a sua preferência e

gosto;
Ter em conta a condição de saúde, oferecendo

alimentos adequados;
Estimular a alimentação saudável, oferecendo
alimentos nutritivos;
Estimular a hidratação, oferecendo sempre água (Chá,

sumos naturais);
Dar o tempo necessário para que o utente realize a sua

refeição.
Higiene e cuidados pessoais
A higiene é um ramo da medicina que visa a

prevenção da doença.
A descoberta de que vários micróbios causam doenças,

fez com que a higiene se tornasse fundamental.


A limpeza do corpo, das roupas, dos utensílios e das

habitações, diminuiu sensivelmente o risco de infeção


por fungos, bactérias e vírus
A higiene pessoal, cuidado básico para a saúde e bem-

estar do ser humano, é uma atividade incorporada na


rotina diária e difere entre culturas e épocas. Entende-
se por higiene pessoal a corporal e íntima, a oral e a do
couro cabeludo.
Durante o envelhecimento e a doença, a capacidade

de nos autocuidarmos diminui e a carência de


cuidados de higiene aumenta, como tal, o Agente
em Geriatria (o cuidador) deve contribuir para
conservar a saúde e o bem-estar do idoso,
prestando bons cuidados de higiene.
A higiene pode ser:

 Parcial: É aquela que tem em conta os cuidados

específicos de cada parte do corpo, frequentemente as


regiões com secreção abundante e maior carência de
higiene (cara e boca, mãos, axilas, pés e genitais).
Total: consiste no banho total, completo, desde a

higiene ao corpo até ao cortar das unhas e cuidados


com o cabelo.

Na cama OU no chuveiro, consoante as


características da pessoa de quem se cuida.
O banho é, normalmente, realizado mais para

agradar a quem cuida (senso de responsabilidade) do


que para atender a uma real necessidade ou desejo
da pessoa cuidada.

O banho diário não se baseia tanto em requerimentos

clínicos, mas sim em normas culturais.


Algumas delas valorizam o asseio e acreditam que

o banho é incompleto se não houver o uso de vários


champôs, sabonetes ou desodorisantes; outras,
porém, consideram o banho semanal suficiente, não
vendo sentido em “mascarar” o próprio odor com
produtos perfumados.
A frequência do banho depende das necessidades

apresentadas pelas pessoas idosas. Em algumas


circunstâncias, pode ser dado apenas, por exemplo,
duas vezes por semana. É o caso dos idosos com
peles demasiado secas, dos muito enfraquecidos ou
dos que, por problemas de saúde, se cansam
facilmente.
Embora o banho seja muito importante, a rotina do

seu uso diário não pode ser legitimamente


resguardada. Se um banho por dia já é difícil de
defender, o que dirá dois. No entanto, esse é o hábito
de alguns hospitais, instituições, cuidadores
domiciliares etc.
Banho no leito:

O banho no leito, providencia-se quando o idoso é

totalmente dependente ou quando há uma restrição


do exercício. Se o idoso for semi-dependente e seja
necessário o banho no leito, deve providenciar-se o
material e auxilia-lo na higiene.
Etapas dos cuidados de higiene a idosos dependentes

1.º – Preparar todo o material necessário:

 Luvas e aventais descartáveis

 Esponja

 Sabão líquido neutro

 Uma bacia com água tépida (se banho na cama)

 Toalhas limpas
 Creme hidratante e anti alergénico

 Escova ou pente para o cabelo

 Escova de dentes e pasta dentífrica ou elixir

 Fraldas descartáveis, se necessário

 Sacos de plástico para o lixo e para a roupa suja

 Roupa limpa para o idoso e/ou para a cama


Se o banho é no chuveiro:

 Temperar a água, tendo o cuidado de não queimar a

pessoa ou provocar desconforto


 Começar sempre pela cabeça, em direção aos pés.

 Lavar a cabeça, cara e orelhas do idoso.


 Seguem-se o pescoço, braços, axilas, costas, pernas e

pés, entre os dedos e, por fim, partes genitais.


 Secar o corpo com toalha macia, sem esfregar.

 Aplicar creme hidratante no corpo.

 Vestir a pessoa e penteá-la.


 Secar o corpo com toalha macia, sem esfregar.

 Aplicar creme hidratante no corpo.

 Vestir a pessoa e penteá-la.

 Não esquecer a lavagem da boca, usando uma escova

de dentes ou compressas embebidas em elixir ou


pedir ao idoso para bochechar.
Se o banho é na cama:

 Temperar a água, tendo o cuidado de não queimar a

pessoa ou provocar desconforto.


 O idoso deve ser lavado com uma esponja embebida

em água e sabão, ou com um gel de banho


hipoalergénico.
Iniciar a higiene com a limpeza dos olhos, usando uma

compressa com água ou soro fisiológico para cada olho,


limpando sempre de dentro para fora, de uma só vez.

De seguida: lavar a cara, as orelhas e a cabeça. A

lavagem desta deve ser feita com regularidade, devendo,


contudo, respeitar a vontade do idoso, sempre que
possível.
Lavar os braços e o tronco e seguir para as pernas e os

pés, secando o corpo à medida que lava e tapando-o.


Promover uma relação interpessoal e agradável com o

idoso durante o banho.


Respeitar a sua vontade, privacidade e integridade.

Retirar todos os objetos das mãos que possam ferir o

idoso
 Usar um par de luvas para cada idoso e lavar

SEMPRE as mãos antes e depois de cada higiene, de


forma a evitar infeções.
 Começar os cuidados de higiene sempre das partes

mais limpas para as partes mais sujas, (da cabeça para


os pés)
 Observar o corpo e detetar todas as feridas que

possam ter
 Ter atenção à fragilidade da pele, tanto ao lavar como

a secar o corpo.
 Ter especial cuidado nos movimentos com idosos

dependentes quer seja da cama para a cadeira, ou para


o local do chuveiro, devendo desviar-se tudo o que
possa magoá-los.
 Retirar sempre as placas dentárias e lavá-las ou

incentivar o idoso a limpá-las. Estas só devem ser


colocadas depois da limpeza da boca, que nunca
deve ser deixada para trás, mesmo em pessoas sem
dentes, para se evitar infeções.
A higiene corporal visa cuidar especialmente da pele e

das mucosas, sendo composta por todas as atividades


que se preocupam em conservar a saúde e o bem-estar
do paciente.
As principais atividades são a limpeza e a hidratação,

e necessitam ser feitas todos os dias nos idosos, que em


muitos casos se encontram impossibilitados de
procederem sozinhos por estarem de cama.
Por isso, é importante que os familiares saibam como

realizar uma boa higienização do idoso acamado,


evitando sérios problemas, como a Ulcera de pressão
infecções, entre outros. Além disso, os cuidados de
higiene objetivam: capacidade de renovar-se.
Para lavar o cabelo:

 Colocar o paciente de barriga para cima de forma que a

cabeça fique livre. Para isto, pode-se retirar o


travesseiro e colocar alguns lençóis enrolados embaixo
dos ombros;
 forrar a cama para que não fique molhada e colocar

uma bacia debaixo da cabeça do idoso;


colocar tampões de algodão no ouvido do paciente;

molhar o cabelo, aplicar o xampu e enxaguar com

bastante água;
enxugar o cabelo com uma toalha, e, se for possível,

usar um secador;
pentear e escovar o cabelo do idoso.
Higiene íntima

Região genital

Este tipo de higiene deve ser realizado diariamente,

e sempre que se fizer necessária: após a evacuação,


antes de se colocar a sonda vesical (na bexiga), e cada
vez que mudar a fralda do paciente incontinente.
Na mulher:

 colocar a paciente de barriga para cima, com as

pernas flexionadas;
 fazer a limpeza dos grandes e pequenos lábios e da

região de trato urinário, com água, sabão e uma gaze,


de frente para trás;
 enxaguar a área com água até retirar todo o sabão;

 aplicar anti-séptico de mucosas;

 secar bem, dando ênfase às pregas para que a

umidade não provoque assaduras.


 No homem:

 colocar o paciente de barriga para cima;

 lavar bem os testículos e o pênis com água e sabão;

 enxaguar com água até remover todo o sabão, e secar

suavemente;
 baixar o prepúcio para que não apareça edema na

glande (parte da ponta do pênis, popularmente, a


"cabeça do pênis").
Região anal

 Colocar o paciente na lateral;

 lavar a região com uma esponja embebida em água e

sabão, de frente para trás;


 enxaguar com água e secar;

 caso a mucosa anal esteja irritada, passar algum

creme apropriado, recomendado pelo especialista


O isolamento
A velhice se aproxima de todos os seres vivos, cada

dia um pouco mais e assim a mudança causada pelo


envelhecer vai surgindo, aumentando as
incomodidades e as doenças.
Vestir/ despir
O vestuario para o idoso desempenha um papel principal

no bem-estar psicológico de qualquer ser humano. Estar


bem arranjado e vestido, proporciona segurança e auto -
confiança. No entanto, o envelhecimento e os problemas e
doenças que lhe estão associadas, tal como a importância
que os idosos atribuem ao vestuário, afetam, em graus
diversos, a necessidade de vestir e despir.
Propor aos idosos a escolha de roupa funcional que

se vista com facilidade, que abotoe à frente com


mangas e pernas amplas. amplas;

Proporcionar-lhes tempo suficiente para vestir e

despir;
Proceder por etapas para demonstração da forma

como se vestir: demonstrar uma das etapas, exercitá-la,


prosseguindo depois para a seguinte;

Colocar o vestuário em ordem para facilitar a ação de

se vestir, no dia seguinte;


Se possível, aconselhar a colocação de fechos

velcro no vestuário e sapatos;


Encorajar os idosos a vestir-se, em vez de passar o

dia com a roupa de dormir;


Assegurar o respeito pela intimidade dos idosos,

enquanto se vestem e despem;


Proporcionar acesso fácil ao vestuário.
Mobilidade funcional
 Quando se fala de imobilidade pensa-se no indivíduo

que está sempre deitado, no entanto, a redução de força


muscular que leva a uma incapacidade de marcha gera
também uma Síndrome da Imobilidade Prolongada,
mas neste caso, como é comum nas Instituições que
acolhem idosos e Pessoas portadoras de deficiência, de
posição sentado prolongada.
O aspeto dinâmico do corpo, ou seja, a
capacidade/necessidade que o corpo tem de se
movimentar, é um dos principais responsáveis pela nossa
saúde.
 Qualquer alteração desta dinâmica afetará, mais cedo ou

mais tarde, tanto os músculos como as estruturas


responsáveis pelos atos motores.
 Considera-se que de sete a dez dias seja um período de

repouso, de doze a quinze dias já é considerada


imobilização e a partir de quinze dias é considerado
decúbito de longa duração.
 Os efeitos da imobilidade são definidos como uma

redução na capacidade funcional dos sistemas ósseo,


muscular, respiratório, cardiovascular, urinário e linfático.

 A imobilidade prolongada pode alterar também o estado

emocional da pessoa, podendo esta apresentar ansiedade,


apatia, depressão, alterações de humor, isolamento social,
entre outros.
 Implicações clínicas da Imobilidade:

 Disfunções osteoarticulares:

 As articulações tornam-se mais rígidas devido ao

aparecimento de fibroses (são como “teias de aranha” que


se instalam em redor das estruturas ósseas dificultando o
seu movimento) e o líquido que as “alimenta” (líquido
sinovial) diminui.
 Este líquido deixa de fluir adequadamente podendo

extravasar pelas estruturas à sua volta causando inchaço


articular.

A probabilidade de osteoporose aumenta


consideravelmente.
 Disfunções musculares

 Os músculos perdem flexibilidade, ou seja, capacidade

de contrair e relaxar. Sendo assim, instala-se uma atrofia


muscular e consequente perda de força muscular.
 Disfunções respiratórias:

 Os nossos pulmões utilizam músculos para respirar.

Sendo que existe uma perda de força muscular, a


respiração é afetada, principalmente, na posição de
deitado, pois a atuação da força da gravidade dificulta
os movimentos respiratórios. Verifica-se, então, uma
diminuição da capacidade vital.
 Disfunções do sistema cardiovascular:

 Diminuição do volume total de sangue, redução da

concentração de hemoglobinas (que pode originar


situações de anemia) e diminuição do consumo máximo
de oxigénio.
 Disfunções do sistema urinário e linfático:

 Sendo que ambos os sistemas utilizam o movimento e a

força da gravidade a seu favor, em situações de Síndrome


de Imobilidade Prolongada o seu funcionamento está
comprometido, causando: retenção de líquidos e inchaço –
especialmente dos membros inferiores e ventre.
 O movimento pode ser definido «como a capacidade que

a pessoa tem de interagir com o meio de uma maneira


flexível e adaptável. Numa abordagem holística, o
movimento tem parâmetros físicos, cognitivos,
psicológicos, sociais, políticos, temporais e ambientais.
 A Classificação Internacional para a Prática de

Enfermagem (CIPE) define movimento corporal como


um «processo no sistema músculo-esquelético:
movimento espontâneo, voluntário ou involuntário, dos
músculos e articulações.
 Segundo dados do Relatório Mundial da Saúde, é

estimado que a inatividade física seja, por si só,


responsável por 10-16% dos casos de Diabetes Mellitus e
de alguns tipos de cancro, bem como por 22% dos casos
de doença cardíaca isquémica. Estima-se ainda uma
proporção de 5-10% de mortes atribuíveis à inatividade
física
 Estudos epidemiológicos que relacionam atividade física

e saúde têm demonstrado que programas de exercício


físico melhoram não apenas a aptidão física, mas também
os lípidos sanguíneos, a pressão arterial, a densidade
óssea, a tolerância à glicose e a sensibilidade à insulina
(OMS, 2002).
 A alternância permanente entre a atividade e o repouso

é uma condição fundamental da vida humana e a atividade


fisiológica normal do organismo é assegurada através da
mobilidade, sendo esta dependente do bom
funcionamento dos diversos sistemas.
 A mobilidade é, assim, crucial para o desempenho das

atividades de vida diária e para garantir não apenas as


necessidades da pessoa mas também para obter o
preenchimento das necessidades psicossociais mais
elevadas que envolvem a qualidade de vida.
 A função é definida como a capacidade para agregar os

movimentos dentro de uma cadeia músculo-esquelética,


cinética-estática, sob o comando de mecanismos de
integração sensório-motor, para a execução de uma
atividade útil à pessoa.
 O termo «atividades de vida diária» (AVD) refere-se,

no contexto da reabilitação, ao conjunto de atividades ou


tarefas comuns que as pessoas desempenham de forma
autónoma e rotineira no seu dia-a-dia enquanto que a
mobilidade funcional é «um meio pelo qual um indivíduo
se move no ambiente para obter uma interação diária
com a família e a sociedade.
A mobilidade funcional pode estar alterada em
consequência da situação física ou clínica resultante de
determinadas patologias, lesões ou cirurgia e reveste-se de
um carácter negativo com repercussões reconhecidas.
 No entanto, em algumas situações de traumatismo,

fraturas ou doenças agudas, o repouso (enquanto


prescrição para a restrição da mobilidade) a curto prazo
pode ter um efeito benéfico no tratamento.
 Atualmente, e com o evoluir do conhecimento científico

na área das ciências da saúde, é possível uma mobilização


mais precoce, minimizando o fenómeno associado às
alterações da mobilidade/síndrome da imobilidade,
podendo estas ter consequências mais graves do que a
patologia que a originou, transformando uma redução da
capacidade funcional temporária em incapacidade.
 Quando uma pessoa é incapaz de mover uma parte do

corpo, ou a sua totalidade, em consequência de uma


doença crónica, deficiência ou tratamento, podem ocorrer,
num período de tempo mais ou menos longo,
complicações decorrentes dessa imobilidade em cada um
dos sistemas orgânicos.
 O compromisso da mobilidade física, relacionada com a

doença/traumatismo ou como consequência do processo de


envelhecimento, tem consequências na fisiologia humana ao
nível dos diferentes sistemas. Mesmo em adultos saudáveis,
os efeitos da imobilização prolongada e atrofia por desuso
são, por si só, muitas vezes persistentes e precisam de
recondicionamento físico intensivo para permitir o regresso
ao seu nível basal de funcionamento.
Acompanhamento e treino de
atividades produtivas com o idoso
 Uma das mudanças mais marcantes observáveis durante

todo o processo de envelhecimento é o declínio da capacidade


de movimento, nomeadamente a nível da motricidade fina. O
desenvolvimento da motricidade fina prende-se com a
realização e controlo de movimentos pequenos e específicos
com controlo e destreza: apanhar um objeto de pequenas
dimensões, controlar os músculos da cara, apertar objetos,
controlar os movimentos da língua, entre outros.
 Exercícios como rasgar, recortar, colar, picotar/perfurar,

utilizar barro ou plasticina, pintar, separar objetos


pequenos por cores, fazer bolinhas de papel, alinhavo,
labirinto de formas, enfiar pinos de diversos tamanhos e
cores em quadro para pinos, empilhar cubos, entre outros
melhoram consideravelmente a motricidade fina.
 Com estes exercícios propostos aos utentes do Lar

pretende-se melhorar ou pelo menos manter a agilidade, a


força nos pulsos e antebraços, além de, promover o
convívio e a diversão
 Ao longo do processo de envelhecimento, as
capacidades de adaptação do ser humano vão diminuindo.
Com o declínio gradual das suas capacidades,
principalmente a nível físico, e também devido ao impacto
do envelhecimento, o idoso vai alterando os seus
hábitos e rotinas diárias, substituindo-as por ocupações
e atividades que exijam um menor grau de atividade.
 Esta diminuição da atividade, ou mesmo inatividade,

pode conduzir a algumas consequências, como a redução


da capacidade de concentração, coordenação e reação, que
por sua vez levam ao à diminuição da autoestima, apatia,
desmotivação, solidão, isolamento social e depressão.
 Para dar resposta a esta situação, destaca-se a importância

da animação sociocultural em idosos, que se traduz num


conjunto de passos com vista a facilitar o acesso a uma
vida mais ativa, bem como promover o bem-estar físico
e psicológico e ainda um sentimento de valorização
pessoal.
 A Animação Sociocultural deve ser entendida como um

conjunto de práticas sociais que visam estimular a


iniciativa e a participação de um grupo no processo do seu
próprio desenvolvimento.
 Neste âmbito procuramos desenvolver atividades em

várias dimensões, no sentido de satisfazer as necessidades


dos nossos utentes de forma a garantir o bem-estar
social e ativo, reduzindo assim o sentimento de tristeza,
isolamento, inferioridade, tornando a instituição um
espaço agradável e acolhedor.
 Através das seguintes atividades procura-se responder a

todos os desafios:
 Animação através da Expressão Plástica – visa manter

ou melhorar a motricidade manual; promover a


criatividade; aumentar a auto- estima;
 Desenvolver o gosto estético; proporcionar ao idoso a

possibilidade de se exprimir através das artes plásticas e


dos trabalhos manuais, mantendo a tradição ativa, ou seja,
nestas atividades os idosos tem a oportunidade de
estimular a imaginação e a criatividade através da pintura,
colagem, escultura, desenhos, recortes, etc., tendo como
vantagens o desenvolvimento da motricidade fina, a
precisão manual e a coordenação psicomotora.
 As atividades manuais permitem ao idoso a
experimentação de uma série de técnicas e de atividades
lúdicas adequadas à sua faixa etária, ocupando o seu
tempo livre, numa etapa da vida em que saborear o tempo
se torna imprescindível
 Para que o tempo livre do idoso se organize de forma

eficaz, muito contribui o técnico responsável por esta


dinamização, que deverá ter em conta os gostos e
preferências do seu público-alvo.
 As atividades manuais são um dos modos mais

caraterísticos que o idoso tem, não só de observar e


manipular a matéria, de forma criativa, como, também,
de comunicar ao exterior a sua particular visão do
meio, e a necessidade de partilhar com os outros o seu
estado emocional.
 Como atividades manuais podemos enumerar a pintura, a

colagem, o desenho, a tecelagem e a picotagem.

 Esses e outros trabalhos manuais estimulam o cérebro e

a coordenação motora. Assim, previnem ou evitam o


agravamento de perdas ou reduções comuns ao
envelhecimento.
 Estas atividades têm vários objetivos, entre os quais

podemos enumerar:
 Valorizar as capacidades de criação;

 Aumentar a autoestima e confiança;

 Desenvolver a autonomia pessoal;


 Ocupar os tempos livres com atividades práticas e lúdicas;

 Permite o conhecimento das dificuldades, a ultrapassar, os

gostos, as capacidades das pessoas idosas;


 Permite ao idoso e ao animador conhecer a instituição,

como por exemplo os espaços disponíveis para diferentes


atividades.
 É comum observar que idosos que aprendem ou voltam

a praticar um trabalho manual tornam-se mais lúcidos,


havendo uma considerável melhoria do raciocínio e da
memória – consequências positivas da ativação das
células de áreas do cérebro que estão passivas.
 O idoso que costura, que borda, que pinta sente-se útil

mesmo quando a ocupação não representa retorno


financeiro. Fazer um trabalho manual para os filhos e
netos promove a socialização – vital para quem já está na
melhor idade. A interação gera ainda a autoestima,
fundamental para o indivíduo lidar com os desafios e
objetivos.
 Além da capacidade cognitiva, a parte motora também é

beneficiada. Com o passar do tempo, as pessoas tendem a


limitar a motricidade tanto dos membros superiores
quanto dos inferiores. O líquido que existe nas
articulações também diminui e o resultado é o
endurecimento “das juntas”, como se referem os mais
antigos
 O idoso depois da reforma dispõe de mais tempo livre,

tornando-se necessário a formação para o usufruto do


lazer, entendido na tripla perspetiva de tempo de
descanso, de recreio, de enriquecimento cultural, de
criação artística, de envolvimento cívico.
 Posto isto, deve ser intenção do animador, poder

contribuir e intervir na qualidade de vida dos idosos


para que o atingir de equilíbrios prazerosos de um doce
envelhecer não sejam mais do que uma utopia.
 As atividades manuais contribuem para o cuidado do

idoso e para a melhoria da sua qualidade de vida, sendo


um estímulo permanente da vida mental e afetiva da
pessoa idosa. A animação ligada às artes plásticas e à
motricidade faz com que eles melhorem ou mantenham a
sua autonomia e capacidade de movimento.
 Este papel é muito importante no sentido de proporcionar

uma vivência digna e de qualidade a todos os idosos.


Visto que eles dispõem de muito tempo livre é necessário
pensar na ocupação dos mesmos, para que deixem de
existir tantos “tempos mortos”. Assim as atividades
manuais podem contribuir para uma acentuada
melhoria do seu dia-a-dia.
Análise da informação que se pode obter através de
instrumentos de avaliação

 Avaliação Geriátrica Ampla

 DEFINICÃO:

 Método multidimensional de avaliação do idoso.

 Aborda os aspetos clínico, funcional, psicológico


 OBJETIVO:

 Planeamento do cuidado

 Acompanhamento a longo-prazo

 AGA ≠ Exame Clinico Padrão

 Enfatizar a avaliação da capacidade funcional e da

qualidade de vida
 Baseia-se em escalas e testes quantitativos
BENEFÍCIOS E UTILIDADES
DA AGA

 NÍVEL INDIVIDUAL:

 Complementa o ex. clinico tradicional e melhora a

precisão diagnostica;
 Determina o grau e a extensão da incapacidade;

 Identifica risco de declínio funcional;


 Permite avaliação de riscos no estado nutricional;

 Serve de guia para a escolha de medidas que visam

restaurar e preservar a saúde (farmacoterapia,


fisioterapia, TO, psicoterapia);
 Identifica fatores que predispõem a iatrogenia e permite

estabelecer medidas para sua prevenção;


 Serve de orientação para mudanças e adaptações no

ambiente em que o paciente vive para preservar sua


independência;

 Estabelece critérios para a indicação de internação

hospitalar ou em ILP.
 NÍVEL POPULACIONAL:

 Serve como uma medida precisa em estudos clínicos

onde se avalia a capacidade funcional e a qualidade de


vida;
 Identifica populações de risco;
 Permite um investimento em saúde, qualidade de vida e

bem-estar;

 Serve para planeamento de ações e políticas de saúde.


 Avaliação Geriátrica Ampla:

 Equilíbrio e mobilidade

 Função cognitiva

 Deficiências sensoriais

 Condições emocionais/sintomas depressivos

 Disponibilidade e adequação de suporte familiar e social


 Condições ambientais:

 Capacidade funcional – AVD

 Estado e risco nutricional


Trabalho de campo

 Viver muito tempo era privilégio de um número

relativamente restrito de pessoas, até aos primeiros


decénios do século XX.
 Na atualidade, assistimos a um aumento significativo do

envelhecimento demográfico, devido ao avanço da


medicina, com a cura para muitas doenças e tratamento
para outras, devido a uma melhor higiene sanitária.
O processo de envelhecimento está associado a
alterações físicas, fisiológicas, psicológicas e sociais,
bem como ao aparecimento de doenças crónico-
degenerativas advindas de hábitos de vida inadequados
(tabagismo, ingestão alimentar incorreta, tipo de
atividade laboral, ausência de atividade física regular),
que se refletem na redução da capacidade para a
realização das atividades diárias.
O aumento do número de idosos instiga o
desenvolvimento de estratégias que possam minimizar os
efeitos negativos do avanço da idade cronológica no
organismo, implicando diretamente técnicas que possam
conservar as suas capacidades cognitivas, físicas e
sociais. Neste seguimento, a animação tem um papel
fundamental na estimulação das capacidades dos
gerontes, bem como dos familiares.
 Animação significa animar, dar vida a, vitalizar, motivar,

estimular, alegria, amor, é dar e receber, é enaltecer. A


animação não é apenas um momento, mas sim um
trabalho diário que perdura, pois a animação incide ao
nível psicológico, físico e social e é de vital importância
para proporcionar qualidade de vida aos idosos
preservando a autonomia, autoeficácia e autoestima dos
idosos.
 As atividades são preparadas e realizadas com amor,

carinho e dedicação para pessoas especiais, tendo sempre


em atenção a pessoa ou pessoas a quem se destinam,
todavia com o objetivo de que as atividades sejam
gratificantes, utilitárias, motivantes, integradoras e
socializadoras
 As atividades de estimulação cognitiva contribuem

para a manutenção da agilidade mental e motricidade


fina, retardando os efeitos da perda de memória, da
acuidade e velocidade percetiva, bem como na prevenção
de doenças degenerativas.
 Os Lares e Centros de Dia e Instituições de Saúde

devem promover ações e atividades de cariz cultural,


recreativo, social e educativo.

 Independentemente de a nível jurídico, existir em

Portugal legislação que salvaguardam estes aspetos, a


realidade por vezes é bem diferente.
 Para inverter esta situação é fundamentalmente
necessário promover programas de ASC (Animação
Sóciocultural) de resposta:
 SOCIAL: Relações interpares e relações com o meio

(combater a exclusão da terceira idade).


 CULTURAL: Estimular a memória viva dos idosos

através de atividades de teatro, dança, artesanato, histórias


de tradição oral, jogos, partilha de saberes, entre outros.

 EDUCATIVA: Estimular a criação e a respetiva


participação por exemplo em Universidades Seniores,
através de uma partilha simultânea de saberes entre
formandos e formadores.
 Muitos idosos, hoje em dia, sentem-se incapazes de fazer

algo que lhes incutam, pois para eles, o facto de irem para
um lar está associado a "passar o tempo", e de facto, em
alguns casos são deixados ao abandono pela família nesse
mesmo lar, originando a que estas se sintam cada vez
mais sozinhas, sem ninguém e desamparados.
 Para dar resposta a tais factos, a Animação
Sociocultural vai tentar preencher o dia desta população
fazendo com que eles se sintam capazes de realizar
atividades, tarefas, e incentivar o convívio e a
harmonia entre eles, dinamizando o seu dia-a-dia para
que se sintam bem consigo próprios.
 No caso da terceira idade, é sempre complicado

estimular a sua participação nas atividades, devido às


várias limitações em que se encontram, como pela idade,
as condições de saúde muito distintas, as condições de
solidão e os modos de vida que adotaram a partir de
certo momento da sua vida.
 De acordo com tudo isto, os programas de Animação

Sociocultural devem ser adequados a cada tipo de grupo com


que se trabalha estabelecendo-se alguns objetivos gerais, que
de acordo com Jaume Trilla (2004) passam por:

 Possibilitar a esse coletivo a realização pessoal, a compreensão

do meio circundante e a participação na vida comunitária;


 Conseguir uma maior integração na sociedade a fim de que se

oiça e dê valor à sua voz e se tenham em conta as suas


opiniões;
 Oferecer a possibilidade de desfrutar da cultura;

 Propiciar e criar atitudes e meios para gozar a vida

plenamente.
A existência de atividades recreativas para o idoso,
proporciona:
 Uma melhoria nas relações interpessoais

 Reforço da autoestima

 Equilíbrio emocional

 Bem-estar psicossocial

 Proporciona um projeto de vida

 Viabiliza a participação ativa


 Como integrar a terceira idade?

 De forma passiva e casual, mediante o turismo social

 De forma ativa, através da animação turística


 A Animação turística para a 3º idade deve ser

entendida como um conjunto de atividades, que


transformam o ver no envolver, o viver no conviver,
desafiando o turista numa estratégia de desenvolvimento
pessoal e humano numa determinada fase do seu
percurso de vida.
 De forma ativa e através da animação turística, é

pretendido que os indivíduos não só observem o meio


como também aprendam a interagir com o mesmo;
 Uma vez que existem necessidades de interação e de

promoção de ações sociais, culturais e educativas, é


necessário favorecer meios e formas de promover e
valorizar a convivência entre estes indivíduos.
 A terceira idade pode adquirir um papel de responsabilidade no

contexto da Animação Sociocultural, uma vez que os idosos podem


ser:
 Animadores voluntários em infantários e escolas, para transmitir

aprendizagens às crianças e aos mais jovens;


 Contadores de história de tradição oral popular;

 Pedagogos fomentadores de uma pedagogia ligada à gerontologia

educativa.
 O/A agente em geriatria é um técnico, possuidor de uma

formação adequada, capaz de elaborar e/ou executar um


plano de intervenção, numa comunidade, instituição ou
organismo, utilizando técnicas culturais, sociais, educativas,
desportivas, recreativas e lúdicas. O animador assume a
responsabilidade de um agente de desenvolvimento.
 Para desempenhar corretamente as suas funções, o agente em

geriatria/animador deve ter em conta três áreas indispensáveis:


 O ser, o saber e o saber-fazer.

 O ser, é constituído pela sua identidade pessoal;

 O saber, refere-se aos conhecimentos que deve possuir para

desempenhar convenientemente a sua tarefa formativa.


 O saber-fazer, reporta-se à metodologia que usa para dar

vida ao grupo com quem trabalha, o qual é sempre o


reflexo do seu ser e do seu saber.
 “O animador sociocultural é o agente que põe em

funcionamento, que facilita e dá continuidade à


aplicação dos processos de animação.
 Este dinamizador da mobilidade social está ao serviço

de uma instituição pública ou privada de carácter


administrativo ou associativo e de modo voluntário ou
profissional, promove a intervenção sócio – cultural na
comunidade em que atua.
 O seu trabalho técnico apoia-se na relação pessoal com

os destinatários, a sua integração no grupo e o de facilitar


nele os processos de coesão, vivências ou experiências e
tomar posições ativas sobre o meio em que se realiza a
animação.”
 Esta definição evidencia algumas das
caraterísticas/competências do animador sociocultural,
nomeadamente, ser um agente social de mudança que
facilita a intervenção do grupo, partindo deste.
 Atualmente, passou-se de destinatários ou grupo – alvo,

a sujeitos de ação, pela condição essencial de participação


dos mesmos mas em parceria com os profissionais.
 Só demonstra que o próprio perfil de competências tem-se

alterado ao longo das últimas décadas, uma vez que, o animador é


também um membro do grupo, e tem como função não só procurar
a autonomia do mesmo, como também fomentar o enriquecimento
das atividades, tomando-as de qualidade e enquadrando-as em função
das necessidades e aspirações de todos, de modo a que o conjunto de
indivíduos envolvidos possa beneficiar da criatividade de cada um.
 Este técnico deve ser um líder democrático com uma visão

de conjunto, com capacidade de tomar decisões, mediar


conflitos, promover o diálogo, com o intuito de “proporcionar
assessoria técnica para que o grupo ou o coletivo encontre
resposta às suas necessidades e problemas, e se capacite para
organizar e conduzir as suas próprias atividades sempre com
vista à liberdade, autonomia e num contexto de
reciprocidade.
 Toda esta capacidade inerente ao processo interventivo

exige formação ao longo da vida. Porque não é fácil ser


objetivo, compreender os outros e o seu mundo interior e
conjugar interesses. É importante a revisão de
conhecimentos e aquisição de novas experiências como
forma de estimular a sua criatividade
 No entanto, uma das melhores “armas” do animador é a

capacidade de improvisação. O facto de não desistir, lutar e procurar


soluções para as adversidades quotidianas, cooptada ao conhecimento
técnico, é uma das formas mais eficazes de ultrapassar os problemas e
ajudar os sujeitos. Desde que as estratégias não ponham em causa os
princípios éticos e estejam sempre associadas aos valores humanos.
 Nesta perspetiva animador, necessita de conhecimentos

técnicos para:
 Articular solidariedade, compromisso, responsabilidade e
participação democrática;
 Trabalhar em equipa, de forma democrática, em contextos

informais;
 Mediar conflitos e interesses individuais e comunitários;

 Criar condições para o surgimento e renovação de

grupos, através da superação das barreiras criadas pela


simbologia da linguagem, cultura, hábitos e costumes.
 Existem diversas atividades que se podem realizar com

os idosos, com origem em várias temáticas


designadamente, animação através da expressão
plástica/artística; (como já abordamos atrás), animação
desportiva, passeios, festas internas, entre outras.
 Todas estas atividades, relativamente dirigidas ao idoso,
corresponde em estimular de uma forma permanente a vida mental,
física e afetiva do mesmo, tendo como objetivos:
 Valorizar as capacidades de criação;

 Aumentar a auto-estima e confiança;

 Desenvolver a autonomia pessoal;


 Ocupar os tempos livres com atividades práticas e lúdicas;

 Permite ao animador conhecer as dificuldades a ultrapassar,

os gostos, as capacidades das pessoas idosas;


 Permite ao idoso e ao animador conhecer a instituição, como

por exemplo os espaços disponíveis para diferentes atividades


 É também, extremamente importante o cérebro estar ativo e

ocupado com diversas atividades ao longo do dia que podem


ser diversas desde atividades físicas através de exercícios de
mobilidade vários, atividades instrutivas através da leitura
de jornais e revistas, e/ou atividades lúdicas através de
jogos tradicionais.
 Muitos idosos hoje em dia, sentem-se incapazes de fazer algo

que lhes incutam, pois para eles, o facto de irem para um Lar
está associado a "passar o tempo", e de facto, em alguns casos
são deixados ao abandono pela família nesse mesmo Lar,
originando a que estas se sintam cada vez mais sozinhas, sem
ninguém e desamparadas.
 Para dar resposta a tais factos, a Animação Sociocultural

vai tentar preencher o dia desta população fazendo com que


eles se sintam capazes de realizar atividades, tarefas, e
incentivar o convívio e a harmonia entre eles, dinamizando
o seu dia-a-dia para que se sintam bem consigo próprios.
 No caso da terceira idade, é sempre complicado estimular a

sua participação nas atividades, devido às várias limitações


em que se encontram, como por a idade, as condições de
saúde muito distintas, as condições de solidão e os modos de
vida que adotaram a partir de certo momento da sua vida.
 De acordo com tudo isto, os programas de Animação
Sociocultural devem ser adequados a cada tipo de grupo com
que se trabalha estabelecendo-se alguns objetivos gerais, que
passam por:
 Possibilitar a esse coletivo a realização pessoal, a compreensão

do meio circundante e a participação na vida comunitária;


 Conseguir uma maior integração na sociedade a fim de que se

oiça e dê valor à sua voz e se tenham em conta as suas opiniões;

 Oferecer a possibilidade de desfrutar da cultura; propiciar e

criar atitudes e meios para gozar a vida plenamente.


 O animador é aquele que é capaz de elaborar ou executar

um plano de intervenção, numa comunidade, instituição,


utilizando técnicas culturais, sociais, educativas,
recreativas e lúdicas. Designa-se, assim, por animador
quem realiza tarefas e atividades de animação.
 Pessoas capazes de estimular a participação ativa da

gente e de insuflar um maior dinamismo sociocultural,


tanto no individual como no coletivo.
 MUITO OBRIGADA PELA VOSSA ATENÇÃO! 

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